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Estudo de um modelo convectivo-difusivo-reativo em combustão baseado no método de elementos finitos.

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ´ INSTITUTO DE MATEMATICA ´ ˜ EM MATEMATICA ´ PROGRAMA DE POS-GRADUAC ¸ AO APLICADA. Estudo de um Modelo Convectivo-Difusivo-Reativo em Combust˜ ao baseado no M´ etodo de Elementos Finitos por. Pedro Henrique de Almeida Konzen. Disserta¸c˜ao submetida como requisito parcial para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Matem´atica Aplicada. ´ Prof. Dr. Alvaro Luiz De Bortoli Orientador Prof. Dr. Mark Thompson Co-orientador Porto Alegre, Mar¸co de 2006..

(2) ii. ˜ NA PUBLICAC ˜ CIP - CATALOGAC ¸ AO ¸ AO. Konzen, Pedro Henrique de Almeida Estudo de um Modelo Convectivo-Difusivo-Reativo em Combust˜ao baseado no M´etodo de Elementos Finitos / Pedro Henrique de Almeida Konzen.—Porto Alegre: PPGMAp da UFRGS, 2006. 80 p.: il. Disserta¸c˜ao (mestrado) —Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada, Porto Alegre, 2006. ´ Orientador: De Bortoli, Alvaro Luiz; Co-orientador: Thompson, Mark Disserta¸c˜ao: Matem´atica Aplicada Fluxos Difusivos e Reativos, M´etodo das Diferen¸cas Finitas, M´etodo dos Elementos Finitos.

(3) iii. Estudo de um Modelo Convectivo-Difusivo-Reativo em Combust˜ ao baseado no M´ etodo de Elementos Finitos por. Pedro Henrique de Almeida Konzen Disserta¸c˜ao submetida ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada do Instituto de Matem´atica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obten¸c˜ao do grau de. Mestre em Matem´ atica Aplicada Linha de Pesquisa: M´etodos Anal´ıticos e Num´ericos em Dinˆamica de Fluidos ´ Orientador: Prof. Dr. Alvaro Luiz De Bortoli Co-orientador: Prof. Dr. Mark Thompson Banca examinadora: Prof. Dr. Oleg Khatchatourian UNIJUI Prof. Dr. Leonardo Bonorino PPGMAT/IM/UFRGS Prof. Dr. Argimiro R. Secchi PPGEQ/UFRGS. Disserta¸c˜ao apresentada e aprovada em 10 de Mar¸co de 2006. Profa . Dra . Maria Cristina Varriale Coordenador.

(4) Aos meus pais, Mauro e Diana..

(5) v. AGRADECIMENTOS. ` minha fam´ılia, principalmente aos meus pais, pelo incentivo, carinho A e compreens˜ao. ´ Ao meu orientador Prof. Dr. Alvaro Luiz De Bortoli pela orienta¸c˜ ao e amizade. Ao Prof. Dr. Mark Thompson pelas orienta¸c˜ oes em an´ alise matem´ atica. Aos colegas e amigos F´ abio e Jorge pelas trocas de conhecimento, paciˆencia ` Flavinha pelo senso de justi¸ca e amizade. Aos demais amie apoio. A gos, obrigado pela paciˆencia e ajuda nos momentos mais dif´ıceis. ` Cris por seu amor e incans´ A aveis corre¸c˜ oes gramaticais. ` CAPES (Coordena¸c˜ A ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de Ensino Superior) pelo apoio financeiro. Ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ ao em Matem´ atica Aplicada pela oportunidade..

(6) vi. ´ SUMARIO LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. viii. LISTA DE S´ıMBOLOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ix. RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. xi. ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. xii. ˜ 1 INTRODUC ¸ AO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1. 2 MODELAGEM DE FLUXOS REATIVOS . . . . . . . . . . . . . .. 7. 2.1 Vari´ aveis de interesse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. 2.2 Balan¸co de massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 2.3 Balan¸co das esp´ ecies qu´ımicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 11. 2.4 Equa¸c˜ ao da quantidade de movimento . . . . . . . . . . . . . . .. 13. 2.5 Conserva¸c˜ ao da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 14. 2.6 Equa¸c˜ oes de balan¸co simplificadas . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 19. 2.7 Adimensionaliza¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 21. 2.8 Fun¸c˜ ao corrente e vorticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 25. ´ 3 ESTUDO NUMERICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 28. 3.1 Formula¸c˜ ao do problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 29. 3.2 Discretiza¸cao espacial com FDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31. 3.3 Discretiza¸c˜ ao espacial com FEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 32. 3.4 Esquema de integra¸c˜ ao no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 39. 3.5 Resultados num´ ericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 40. 4 ESTIMATIVA LOCAL DO ERRO . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 48. 4.1 Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 49.

(7) vii. 4.2 Formula¸c˜ ao do problema abstrato . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 52. 4.3 Formula¸c˜ ao variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. 4.4 O espa¸co dos elementos finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. 4.5 Formula¸c˜ ao do problema semi-discreto . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 4.6 Estimativas locais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. ˜ 5 CONCLUSOES E PERSPECTIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . .. 73. ˆ ´ REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 75.

(8) viii. LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 Dom´ınio: regi˜ao retangular fechada e isolada. . . . . . . . . . .. 30. Figura 3.2 Elemento triangular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 35. Figura 3.3 Fam´ılia Serendipity: (a) Elemento retangular linear; (b) Elemento retangular quadr´atico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 37. Figura 3.4 Temperatura calculada ap´os 2 s. Resultados obtidos com FDM e FEM para Re = 1500, Da = 300 e Ze = 7. . . . . . . . . . . . .. 41. Figura 3.5 Concentra¸c˜ao de combust´ıvel F ap´os 2 s. Resultados obtidos com FDM e FEM para Re = 1500, Da = 300 e Ze = 7. . . . . . . .. 42. Figura 3.6 Concentra¸c˜ao de oxidante O ap´os 2 s. Resultados obtidos com FDM e FEM para Re = 1500, Da = 300 e Ze = 7. . . . . . . .. 43. Figura 3.7 Na esquerda tem-se a evolu¸c˜ao da temperatura para Re = 1000, Da = 30, 100, 300 e Ze = 5. Na direita, mostra-se a evolu¸c˜ao da taxa de rea¸c˜ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 44. Figura 3.8 Na esquerda tem-se a evolu¸c˜ao da concentra¸c˜ao de combust´ıvel para Re = 1000, Da = 30, 100, 300 e Ze = 5. Na direita, mostra-se a evolu¸c˜ao da concentra¸c˜ao de oxidante. . . . . . . . . . . . . .. 44. Figura 3.9 A figura da esquerda mostra a evolu¸c˜ao da temperatura para Re = 1000, Da = 100 e Ze = 5, 6, 7. A da direita, mostra a evolu¸c˜ao da taxa de rea¸c˜ao para os mesmos n´ umeros de Reynolds, Damk¨ohler e Zel’dovich. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 45. Figura 3.10 A figura da esquerda mostra a evolu¸c˜ao da concentra¸c˜ao de combust´ıvel para Re = 1000, Da = 100 e Ze = 5, 6, 7. A da direita, mostra a evolu¸c˜ao da concentra¸c˜ao de oxidante para os mesmos n´ umeros de Reynolds, Damk¨ohler e Zel’dovich. . . . . . . . . .. 46. Figura 3.11 A figura da esquerda mostra a evolu¸c˜ao da temperatura para Re = 100, 500, 1000, Da = 100 e Ze = 5. A da direita, mostra a evolu¸c˜ao da taxa de rea¸c˜ao para os mesmos n´ umeros de Reynolds, Damk¨ohler e Zel’dovich. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 47. Figura 3.12 A figura da esquerda mostra a evolu¸c˜ao da concentra¸c˜ao de combust´ıvel para Re = 100, 500, 1000, Da = 100 e Ze = 5. A da direita, mostra a evolu¸c˜ao da concentra¸c˜ao de oxidante para os mesmos n´ umeros de Reynolds, Damk¨ohler e Zel’dovich. . . . . .. 47.

(9) ix. LISTA DE S´IMBOLOS A. fator de freq¨ uˆencia. Ak. s´ımbolo para a esp´ecie k. Cp. calor espec´ıfico a press˜ao constante. Cpk. capacidade de calor da esp´ecie k. Dk. coeficiente de difus˜ao da esp´ecie k. Da. n´ umero de Damk¨ohler. e. energia interna. et. energia total. E. energia de ativa¸c˜ao total. fik. for¸ca externa atuando na dire¸c˜ao i sobre a esp´ecie k. ht. entalpia total. hk. taxa da rea¸c˜ao qu´ımica da esp´ecie k. hsk. entalpia sens´ıvel da esp´ecie k. He. coeficiente de libera¸c˜ao de calor. m. massa total da mistura no volume. mk. massa da esp´ecie k. p. press˜ao est´atica. Pr. n´ umero de Prandtl. q. libera¸c˜ao de calor por unidade de volume. qi. fluxo de energia. R. constante universal dos gases. Re. n´ umero de Reynolds. S. superf´ıcie. Sc. n´ umero de Schimidt. T. temperatura. ui. velocidade na dire¸c˜ao i. v. velocidade m´edia.

(10) x. vk. coeficiente estequiom´etrico molar referente a esp´ecie k. 0 vkj. coeficiente estequiom´etrico da esp´ecie k na rea¸c˜ao j. V. volume. Vk. velocidade de difus˜ao da esp´ecie k. W. peso molecular m´edio. Wk. peso atˆomico da esp´ecie k. w˙ k. taxa de rea¸c˜ao da esp´ecie k. Xk. fra¸c˜ao molar da esp´ecie k. Yk. fra¸c˜ao de massa da esp´ecie k. Ze. n´ umero de Zel’dovich. δij. delta de Kronecker. η. normal unit´aria exterior `a superf´ıcie. ψ. fun¸c˜ao corrente. ρ. massa espec´ıfica. ρk. massa espec´ıfica da esp´ecie k. σij. tensor tens˜ao. τij. tensor viscoso. ν. viscosidade dinˆamica. ω. vorticidade. Ω. dom´ınio. Lp. espa¸co das fun¸c˜oes p-integr´aveis. L∞. espa¸co das fun¸c˜oes essencialmente limitadas. W m,p. espa¸co de Sobolev. Cm. espa¸co das fun¸c˜oes m-vezes continuamente diferenci´aveis. Hm. equivalente a W m,2. Ph. operador proje¸c˜ao. Sh. espa¸co dos elementos finitos.

(11) xi. RESUMO Neste trabalho, apresenta-se um estudo num´erico de um modelo convectivo-difusivo-reativo em combust˜ao baseado no M´etodo de Elementos Finitos. Primeiramente, apresenta-se o desenvolvimento das equa¸c˜oes de balan¸co (quantidade de movimento, massa, esp´ecie e energia) que modelam um processo de mistura molecular e rea¸c˜ao qu´ımica, irrevers´ıvel, de passo u ´nico e exot´ermica entre duas esp´ecies qu´ımicas F (Combust´ıvel) e O (Oxidante). Tais esp´ecies reagem e formam um produto P , conforme vF F + vO O → vP P + calor, onde vF , vO e vP s˜ao os coeficientes estequiom´etricos molares. No modelo, considera-se que a rea¸c˜ao ´e de primeira ordem com respeito a cada um dos reagentes e que a taxa de rea¸c˜ao espec´ıfica segue a cin´etica de Arrhenius. Em seguida, o modelo ´e estudado numericamente considerando-se um dom´ınio retangular e condi¸c˜oes de contorno do tipo Neumann. Tanto a T´ecnica das Diferen¸cas Finitas como a T´ecnica de Elementos Finitos s˜ao utilizadas na discretiza¸c˜ao espacial das equa¸c˜oes do modelo. Para a integra¸c˜ao no tempo, utiliza-se a m´etodo de Runge-Kutta simplificado de trˆes est´agios. Os diferentes c´odigos computacionais obtidos, tanto pela T´ecnica de Diferen¸cas Finitas como de Elementos Finitos, s˜ao comparados frente ao problema de interesse. Observa-se que ambas as t´ecnicas apresentam resultados equivalentes. Al´em disso, os c´odigos desenvolvidos s˜ao robustos (capazes de lidar com v´arios conjuntos de parˆametros), de baixo custo e precisos. Por fim, apresenta-se uma revis˜ao do trabalho de Zavaleta [48], no qual obtem-se uma estimativa local do erro na aproxima¸c˜ao do problema estudado pela T´ecnica de Elementos Finitos..

(12) xii. ABSTRACT This work presents a numerical study of a reactive-diffusive-convective model in combustion based on Finite Element Method. First, it is shown the development of the balance equations (momentum, mass, species and energy) that models a process of molecular mixture and irreversible, single-step, exothermic chemical reaction between two chemical species F (Fuel) and O (Oxidant). These species react and yield a product P, vF F + vO O → vP P + heat, where vF , vO and vP are the stoichiometric molar coefficients. In this model, is considered that the reaction is of the first order subject of each reactant and the specific reaction rate follows the Arrhenius kinetics. In the sequel, a numerical study is made considering a rectangular domain with Neumann boundary conditions. The Finite Element Technique and the Finite Difference Technique are used to make the spatial discretization of the model equations. For the time integration, the simplified Runge-Kutta technique of three stages is employed. The different codes developed (with Finite Difference and Finite Element Methods) are compared to the studied problem. One observes that both techniques yield equivalent results. Furthermore, the developed codes are robust (they can deal with a several sets of parameters), cheap and accurate. At the end, it is shown a revision of the Zavaleta’s work [48]. Here, a local error estimative is obtained to the approximation via Finite Element Method of the studied problem..

(13) 1. 1. ˜ INTRODUC ¸ AO A combust˜ao de l´ıquidos (como gasolina e combust´ıveis de hidrocar-. bonetos), s´olidos (como carv˜ao e madeira) e gases (como g´as natural composto de metano e outros hidrocarbonetos tais como etano, propano e butanos) ´e respons´avel por cerca de 80% da energia produzida no mundo e, muito provavelmente, permanecer´a predominante por muitas d´ecadas [31, 39]. A crescente expectativa no aumento da eficiˆencia e redu¸c˜ao do consumo de combust´ıvel torna a ciˆencia do fenˆomeno da combust˜ao um campo de estudo em r´apida expans˜ao. Se, por um lado, as ind´ ustrias pressionam por maior eficiˆencia, por outro os ´org˜aos sanit´arios e ecologistas querem o desenvolvimento de processos de combust˜ao mais limpos com menor emiss˜ao de poluentes. O campo de aplica¸c˜ao da combust˜ao ´e um tanto vasto. Na gera¸c˜ao de energia, part´ıculas de carv˜ao s˜ao queimadas em fornos industriais para produzir vapor que, por sua vez, ´e usado para a gera¸c˜ao de eletricidade. Combust´ıveis l´ıquidos s˜ao fontes de energia para o transporte de autom´oveis, avi˜oes, navios, etc. G´as natural ´e usado em turbinas e m´aquinas a g´as. Combust´ıveis s´olidos s˜ao muitas vezes usados em motores de foguetes espaciais e na propuls˜ao de m´ısseis. Nas ind´ ustrias, a combust˜ao ainda aparece na produ¸c˜ao de a¸co, metal, vidro, cerˆamica, cimento, entre outros, atrav´es de processos de aquecimento t´ermico. Em pr´edios (casas, escrit´orios, hospitais, etc.), o aquecimento interno muitas vezes ´e feito atrav´es da queima de madeira, carv˜ao e outros materiais [31, 38]. O estudo do fenˆomeno da combust˜ao, al´em de melhorar o desempenho do processo, pode ajudar na preven¸c˜ao de acidentes de trabalho e de sinistros como incˆendios. O melhor entendimento do processo de igni¸c˜ao, por exemplo, pode ajudar na preven¸c˜ao de explos˜oes n˜ao planejadas. O controle do processo da combust˜ao pode ajudar na determina¸c˜ao da melhor maneira de apagar incˆendios [31]..

(14) 2. O fenˆomeno da combust˜ao ´e caracterizado por uma forte e irrevers´ıvel libera¸c˜ao de calor e por uma alta taxa de rea¸c˜ao n˜ao-linear. O calor ´e liberado em regi˜oes finas (a espessura do fronte de uma chama t´ıpica ´e de menos de 0.5 mm) e altos gradientes de temperatura s˜ao observados (a raz˜ao entre as temperaturas de gases quentes e gases frios ´e da ordem de 5 a 7). Por sua vez, em muitos casos as taxas de rea¸c˜ao e mistura s˜ao muito sens´ıveis em rela¸c˜ao `a temperatura [39, 38, 42]. A combust˜ao ´e um campo de estudo multidisciplinar. O seu entendimento envolve a descri¸c˜ao de esquemas de rea¸c˜ao qu´ımica que fornecem a taxa do consumo de combust´ıvel e a forma¸c˜ao de produtos (incluindo as esp´ecies poluentes). Estes esquemas tamb´em devem ser capazes de lidar com o fenˆomeno da igni¸c˜ao, estabiliza¸c˜ao e desaparecimento da chama. Combust´ıveis `a base de hidrocarbonetos envolvem centenas de esp´ecies e milhares de rea¸c˜oes que precisam ser modeladas. A transferˆencia de massa das esp´ecies qu´ımicas por difus˜ao molecular, convec¸c˜ao e transporte turbulento tamb´em deve ser descrita. A libera¸c˜ao de calor pelas rea¸c˜oes qu´ımicas provoca altas transferˆencias de calor por condu¸c˜ao, convec¸c˜ao e radia¸c˜ao, tanto internamente no fluxo como na sua vizinhan¸ca. O campo de fluxo tamb´em deve ser modelado e, muitas vezes, ´e influenciado pelo processo da combust˜ao. Ainda, sistemas de rea¸c˜ao multif´asicos s˜ao encontrados em combust´ıveis l´ıquidos (duas fases) e s´olidos (trˆes fases) [39, 46, 35, 33]. Processos de combust˜ao podem ser separados em pr´e-misturados, n˜ao pr´e-misturados e parcialmente pr´e-misturados. Este crit´erio depende na maneira que os reagentes s˜ao introduzidos na zona de combust˜ao. Combust´ıvel e oxidante podem ser misturados antes da rea¸c˜ao ocorrer (pr´e-misturados) ou entrar na zona de rea¸c˜ao separadamente (n˜ao pr´e-misturados ou difusivos). Neste u ´ltimo caso, a rea¸c˜ao ocorre somente na interface entre o combust´ıvel e o oxidante, onde tanto a mistura e a rea¸c˜ao tomam lugar [40, 37]. Em modelos de combust˜ao cl´assicos, v´arias hip´oteses s˜ao feitas no fenˆomeno; muitos modelos tratam o fluido como um cont´ınuo em duas dimens˜oes..

(15) 3. Para garantir o equil´ıbrio qu´ımico, considera-se que os processos qu´ımicos s˜ao muito r´apidos (qu´ımica r´apida). Em modelos simplificados, a rea¸c˜ao ´e considerada irrevers´ıvel, de passo u ´nico e de primeira ordem. Considera-se a aplica¸c˜ao da lei dos gases ideais e os n´ umeros de Lewis, Schmidt e Prandtl s˜ao tomados iguais a um. Sup˜oe-se que a lei da difus˜ao de Fick seja v´alida e que se tenha iguais difusividades de massa para todas as esp´ecies. Press˜ao uniforme e baixas velocidades tamb´em s˜ao supostas [39, 36]. Al´em das dificuldades na modelagem de tais processos, a an´alise e busca de solu¸ca˜o para os modelos tˆem desafiado os pesquisadores. Uma vez que experimentos s˜ao muitas vezes de dif´ıcil realiza¸c˜ao, existe uma constante busca por outras t´ecnicas, tais como expans˜oes assint´oticas [10, 11, 9] e m´etodos num´ericos. A simula¸ca˜o de combust˜ao ´e uma tarefa dif´ıcil, pois v´arias escalas de tempo e comprimento devem ser levadas em conta. Estas escalas est˜ao relacionadas ao tempo, comprimento, velocidade, energia, entre outros. Grandes escalas dependem da geometria, enquanto que pequenas escalas dependem do processo de dissipa¸c˜ao da energia [8]. Por exemplo, em muitas situa¸c˜oes pr´aticas, a rea¸c˜ao de oxida¸c˜ao do combust´ıvel ocorre em tempos curtos quando comparado com os tempos de outras rea¸c˜oes, tais como a forma¸c˜ao de poluente [46]. As trˆes principais ferramentas num´ericas usadas, hoje em dia, em problemas de combust˜ao s˜ao: DNS (Direct Numerical Simulation), LES (Large Eddy Simulation) e RANS (Reynolds Averaged Navier-Stokes equations) [39]. Quando do uso de DNS, as simula¸c˜oes num´ericas resolvem as equa¸c˜oes de Navier-Stokes por completo e todas as escalas de tempo e comprimento s˜ao levadas em considera¸c˜ao. Esta t´ecnica tem sido largamente utilizada para a resolu¸c˜ao de problemas de combust˜ao [18, 23, 5]. Frente aos m´etodos num´ericos encontrados para resolver fluxos difusivos e reativos destacam-se os esquemas baseados em diferen¸cas finitas (FDM, Finite Difference Method), volumes finitos (FVM, Finite Volume Method) e elementos fini-.

(16) 4. tos (FEM, Finite Element Method). Em combust˜ao, FDM ´e largamente utilizada. Aplica¸c˜oes diretas desta t´ecnica em fluxos reativos e difusivos podem ser encontradas em [6, 7, 19]. Neste trabalho, utilizaram-se discretiza¸c˜oes baseadas tanto em FDM como em FEM. O interesse principal em FEM ´e explicado pelas interessantes propriedades matem´aticas deste m´etodo. Bons resultados na simula¸c˜ao de fluxos transientes de fluidos incompress´ıveis via FEM podem ser encontrados em [34]. Al´em destes, Lang [32] desenvolve uma t´ecnica adaptativa baseada em FEM para resolver problemas de difus˜ao-rea¸c˜ao. O m´etodo dos elementos finitos surgiu entre os anos de 1950 a 1955 para resolver problemas de deforma¸c˜ao em mecˆanica do cont´ınuo. Estes problemas eram, muitas vezes, formulados em regi˜oes de geometria complicada, o que dificulta o uso de FDM. Pouco utilizada at´e 1955, FEM foi subseq¨ uentemente recebendo maior aten¸c˜ao por parte tanto de engenheiros como de matem´aticos. A an´alise matem´atica do m´etodo veio a confirmar e clarificar muitos dos resultados formulados de forma emp´ırica pelos primeiros desenvolvedores da t´ecnica. Isto permitiu novas aplica¸c˜oes do m´etodo a problemas mais complexos [49, 27, 17, 16]. A an´alise matem´atica do FEM possibilita o estudo da convergˆencia e estabilidade do m´etodo e a obten¸c˜ao de estimativas do erro, tanto locais como globais, nas aproxima¸c˜oes da solu¸c˜ao. As an´alises de convergˆencia, estabilidade e estimativas de erro de algoritmos baseados em FEM podem ser encontradas em [24, 4, 21, 26, 25]. Neste trabalho, faz-se um estudo num´erico de um fluxo reativo e difusivo. Primeiramente, apresenta-se o desenvolvimento das equa¸c˜oes de balan¸co (quantidade de movimento, massa, esp´ecies e energia) que modelam um processo de mistura molecular e rea¸c˜ao qu´ımica irrevers´ıvel, de passo u ´nico, exot´ermica, entre duas esp´ecies F (combust´ıvel) e O (oxidante). Tais esp´ecies reagem e formam um.

(17) 5. produto P , conforme vF F + vO O → vP P + calor. (1.1). onde vF , vO e vP s˜ao os coeficientes estequiom´etricos molares. No modelo, considerouse que a rea¸c˜ao ´e de primeira ordem com respeito a cada um dos reagentes e que a taxa da rea¸c˜ao espec´ıfica segue a cin´etica de Arrhenius. As equa¸c˜oes de balan¸co adimensionais na formula¸c˜ao da vorticidade e da fun¸ca˜o corrente s˜ao dadas por. ∂Yk ∂t ∂T ∂t. 1 ∂ω + curlψ · ∇ω − ∆ω = 0 ∂t Re ∆ψ = −ω 1 + curlψ · ∇Yk − ∆Yk = ±vk DaYF YO e−Ze/T ReSck 1 + curlψ · ∇T − ∆T = vP HeDaYF YO e−Ze/T ReP r. (1.2) (1.3) (1.4) (1.5). com k ∈ {F, O, P }; o sinal de “ - ” ´e usado para k ∈ {F, O} e o sinal de “ + ” ´e utilizado para k ∈ {P } . Considerando-se um dom´ınio retangular e condi¸c˜oes de contorno do tipo Neumann, fizeram-se simula¸c˜oes num´ericas com v´arios conjuntos de parˆametros. Para a discretiza¸c˜ao espacial das equa¸c˜oes de balan¸co, estudaram-se dois esquemas diferentes. Um baseado em FDM e outros trˆes esquemas com FEM (usando elemento triangular linear, retangular linear e quadr´atico). Observou-se que ambas as t´ecnicas apresentam resultados equivalentes para o problema estudado. Para a integra¸c˜ao no tempo, utilizou-se o m´etodo de Runge-Kutta simplificado de trˆes est´agios [30]. Por fim, apresentou-se uma revis˜ao do trabalho de Zavaleta [48]. Neste, obtem-se uma estimativa local do erro na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao via FEM. Para tanto, estabelece-se a formula¸c˜ao variacional do problema estudado num espa¸co de Hilbert apropriado. Em seguida, introduziu-se o problema semi-discreto, definido no espa¸co dos elementos finitos. Uma vez que a solu¸c˜ao do problema estudado ´e.

(18) 6. solu¸c˜ao do problema variacional associado, procurou-se estimar a diferen¸ca entre a solu¸c˜ao do problema variacional (solu¸c˜ao exata) e a solu¸c˜ao do problema semidiscreto (solu¸c˜ao aproximada)..

(19) 7. 2. MODELAGEM DE FLUXOS REATIVOS O fenˆomeno da combust˜ao ´e caracterizado pela grande e irrevers´ıvel. libera¸c˜ao de calor e pela alta taxa de rea¸c˜ao n˜ao linear. A mecˆanica de um fluxo que envolve combust˜ao ´e afetada de diferentes formas e em diferentes escalas de tempo. Esquemas qu´ımicos s˜ao descritos afim de estimar o consumo dos componentes qu´ımicos envolvidos. A transferˆencia de massa das esp´ecies qu´ımicas por difus˜ao molecular, convec¸c˜ao e transporte turbulento precisa ser descrita dentro do fluxo e nas suas vizinhan¸cas (contornos). A libera¸c˜ao de calor devida `as rea¸c˜oes qu´ımicas provoca a transferˆencia de calor por radia¸c˜ao, convec¸c˜ao e por condu¸c˜ao [46]. As principais diferen¸cas entre as equa¸c˜oes da conserva¸c˜ao para fluxos reativos e as usuais equa¸c˜oes de Navier-Stokes para os casos n˜ao-reativos s˜ao:. • a termodinˆamica envolvida ´e geralmente mais complexa nos casos reativos devido aos altos gradientes de temperatura; • as esp´ecies reagem quimicamente e a taxa das rea¸c˜oes requer uma modelagem espec´ıfica; • para a modelagem da mistura, os coeficientes de transporte desempenham importantes pap´eis e devem ser bem determinados.. Neste cap´ıtulo, apresenta-se o desenvolvimento das equa¸c˜oes de balan¸co (quantidade de movimento, massa, esp´ecies, energia) que modelam um processo de mistura molecular e rea¸c˜ao qu´ımica irrevers´ıvel, de passo u ´nico, entre duas esp´ecies qu´ımicas F e O. Tais esp´ecies reagem e formam o produto P, conforme vF F + vO O → vP P + calor,. (2.1).

(20) 8. onde vF , vO , vP s˜ao os coeficientes estequiom´etricos molares. No modelo, considerase que a rea¸c˜ao ´e de primeira ordem com respeito a cada um dos reagentes e que a taxa da rea¸c˜ao espec´ıfica segue a cin´etica de Arrhenius.. 2.1. Vari´ aveis de interesse Antes de desenvolvermos as equa¸c˜oes de balan¸co, vamos fixar algumas. nota¸c˜oes. Primeiramente, as esp´ecies qu´ımicas s˜ao caracterizadas atrav´es de suas fra¸c˜oes de massa Yk para k = 1, ..., N , onde N ´e o n´ umero de esp´ecies reagindo na mistura. As fra¸c˜oes de massa s˜ao definidas por: Yk = mk /m. (2.2). onde mk ´e a massa da esp´ecie k presente em um dado volume V e m ´e a massa total da mistura no volume. Para fluxos compress´ıveis tridimensionais, as vari´aveis de interesse geralmente s˜ao:. • a massa espec´ıfica ρ = m/V , • as componentes da velocidade ui , i = 1, 2, 3, • uma vari´avel para a energia (press˜ao, entalpia ou temperatura), • as fra¸c˜oes de massa Yk para as N esp´ecies em rea¸c˜ao.. Aqui, observa-se que fluxos reativos requerem a descri¸c˜ao de N + 5 vari´aveis em vez de 5 como ocorre em fluxos n˜ao-reativos. Sup˜oe-se que a massa espec´ıfica ´e a soma das massas espec´ıficas parciais (o que ocorre para gases perfeitos),.

(21) 9. i.´e. ρ=. N X. ρk =. k=1. N X. ρYk. (2.3). k=1. Consideram-se que as N esp´ecies qu´ımicas est˜ao reagindo atrav´es de M rea¸c˜oes descritas por: N X. 0 Ak vkj. k=1. N X. 00 vkj Ak , j = 1, ..., M. (2.4). k=1. 0 onde Ak ´e um s´ımbolo para a esp´ecie k, vkj ´e o coeficiente estequiom´etrico da esp´ecie. k na rea¸c˜ao j. A conserva¸c˜ao da massa implica: N X. 0 vkj Wk. =. N X. 00 vkj Wk ,. j = 1, ..., M. (2.5). k=1. k=1. ou N X. vkj Wk = 0,. j = 1, ..., M. (2.6). k=1 00 0 onde Wk ´e o peso atˆomico da esp´ecie k e vkj = vkj − vkj .. Para a esp´ecie k, a taxa de rea¸c˜ao w˙ k ´e a soma das taxas de rea¸c˜ao w˙ kj produzidas por todas as M rea¸c˜oes: w˙ k =. M X. w˙ kj = Wk. j=1. M X j=1. vkj Qj ,. Qj =. w˙ kj . Wk vkj. (2.7). A taxa Qj do progresso da rea¸c˜ao j ser´a descrita pela lei emp´ırica de Arrhenius. Esta discuss˜ao ser´a feita mais adiante.. 2.2. Balan¸ co de massa Para a dedu¸c˜ao da equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da massa total, consideram-. se que as esp´ecies Ak est˜ao sendo produzidas ou consumidas em todos os pontos [1]..

(22) 10. Al´em disso, considera-se um volume fixo V (com superf´ıcie S e normal exterior unit´aria η). Assim, a taxa de varia¸c˜ao da massa de Ak ´e devida ao seu fluxo atrav´es da superf´ıcie de V e suas varia¸c˜oes pela rea¸c˜ao. Tem-se: Z Z Z Z ∂ ∂ρk dV = − ρk uk · η dS + w˙ k dV ρk dV = ∂t V S V V ∂t. (2.8). onde uk ´e o campo velocidade da componente qu´ımica Ak . Aplicando o teorema de Gauss da divergˆencia, obtem-se Z Z Z ∂ρk dV = − ∇ · (ρk uk ) dV + w˙ k dV. V ∂t V V. (2.9). Uma vez que V ´e arbitr´ario, tem-se ∂ρk + ∇ · (ρk uk ) = w˙ k . ∂t. (2.10). Define-se a velocidade m´edia por: N. 1X ρk u k . v= ρ k=1. (2.11). Apesar da massa de cada esp´ecie estar variando, a massa total permanece constante, da´ı N X. w˙ k = 0.. (2.12). k=1. Assim, somando as N equa¸c˜oes em (2.10), encontra-se ∂ρ + ∇ · (ρv) = 0, ∂t. (2.13). que ´e a conhecida equa¸c˜ao da continuidade. Usando o teorema de transporte de Reynolds, temos a seguinte formula¸c˜ao para a equa¸c˜ao da continuidade: Dρ + ρ∇ · v = 0, Dt. (2.14).

(23) 11. onde D/Dt representa a derivada material. Observa-se que a equa¸c˜ao da continuidade para fluxos reativos ´e a mesma dos n˜ao-reativos. Isso j´a era esperado, uma vez que a combust˜ao n˜ao cria nem destr´oi massa. Com a equa¸c˜ao do balan¸co de massa descrita pode-se, ent˜ao, modelar o fluxo de massa das esp´ecies qu´ımicas.. 2.3. Balan¸ co das esp´ ecies qu´ımicas O balan¸co para as fra¸c˜oes de massa ´e obtido das equa¸c˜oes (2.10) e. (2.13). Primeiramente, como Yk = ρk /ρ observa-se que (∇Yk )j =. 1 ∂ρk 1 ∂Yk ∂ρ = − 2 ρk ∂xj ρ ∂xj ρ ∂xj. (2.15). o que fornece ∇ρ = −. ρ2 ρ ∇Yk + ∇ρk ρk ρk. (2.16). Por outro lado, usando-se (2.10) e (2.13), tem-se ρ. ∂ρk ρk ∂ρ ∂Yk = − ∂t ∂t ρ ∂t = (w˙ k − ∇ · (ρk uk )) + Yk ∇ · (ρv) = w˙ k − uk · ∇ρk − ρk ∇ · uk + Yk v · ∇ρ + Yk ρ∇ · v. (2.17) (2.18) (2.19). ent˜ao, de (2.16), vem ρ. ∂Yk = w˙ k + (v − uk ) · ∇ρk − ρk ∇ · uk − vρ · ∇Yk + ρk ∇ · v ∂t = w˙ k − ρk ∇ · (uk − v) + (v − uk ) · ∇ρk − vρ · ∇Yk = −ρv · ∇Yk + ∇ · (ρk (v − uk )) + w˙ k. ou equivalentemente   ∂Yk ρ + v · ∇Yk + ∇ · (ρ(uk − v)Yk ) = w˙ k ∂t. (2.20) (2.21) (2.22). (2.23).

(24) 12. Definindo a velocidade de difus˜ao da esp´ecie k por: Vk = uk − v. (2.24). obtem-se  ρ. ∂Yk + v · ∇Yk ∂t.  + ∇ · (ρVk Yk ) = w˙ k. (2.25). As velocidades de difus˜ao Vk devem ser modeladas. Neste trabalho, considerou-se a aproxima¸c˜ao devida a Hirschfelder e Curtiss [40], a qual ´e uma aproxima¸c˜ao de primeira ordem dada por Vk Xk = −Dk ∇Xk. (2.26). onde Dk ´e o coeficiente de difus˜ao da esp´ecie k, Xk ´e a fra¸c˜ao molar dada por Xk =. W Yk Wk. (2.27). com W o peso molecular m´edio dado por N. X Yk 1 = . W W k k=1. (2.28). Usando a rela¸c˜ao, Yk =. Wk Xk W. e substituindo (2.26) em (2.25) obtem-se     ∂Yk Wk ρ + v · ∇Yk = ∇ · ρDk ∇Xk + w˙ k . ∂t W ou, supondo ∇W = 0, tem-se   ∂Yk ρ + v · ∇Yk = ∇ · (ρDk ∇Yk ) + w˙ k . ∂t que ´e a equa¸c˜ao do balan¸co das esp´ecies.. (2.29). (2.30). (2.31).

(25) 13. 2.4. Equa¸ c˜ ao da quantidade de movimento A equa¸c˜ao da quantidade de movimento ´e obtida de forma an´aloga a. fluxos n˜ao-reativos [1]. O princ´ıpio da conserva¸c˜ao da quantidade de movimento linear requer que a soma das for¸cas de volume e das for¸cas de superf´ıcie seja igual `a varia¸c˜ao da quantidade de movimento linear no volume V: Z Z X Z D ρv dV = ρ Yk fk dV + σ · η dS Dt V V S k. (2.32). onde fk ´e a for¸ca externa atuando sobre a esp´ecie k e σ ´e o tensor tens˜ao que descreveremos a seguir. Usando o teorema da divergˆencia de Guass e o teorema do transporte de Reynolds, obtem-se Z V. Dvi ρ dV = Dt. # Z " X ∂σji ρ Yk fki + dV ∂x j V k. (2.33). Como V ´e arbitr´ario, tem-se ρ. X ∂σji Dvi =ρ Yk fki + Dt ∂xj k. Definindo o tensor viscoso τij por   ∂vi ∂vj 2 ∂vk τij = µ + − µ δij ∂xj ∂xi 3 ∂xk. (2.34). (2.35). onde µ ´e a viscosidade dinˆamica e δij o delta de Kronecker. Desta forma, supondo um fluido newtoniano, tem-se a seguinte equa¸c˜ao constitutiva σij = τij − pδij. (2.36).

(26) 14. onde p ´e a press˜ao est´atica. Nota-se tamb´em que, usando a equa¸c˜ao da continuidade, tem-se: ∂ρvj ∂ρvi vj + ∂t ∂xi. ∂vj ∂ρ ∂vi ∂ρvj + vj + ρvj + vi ∂t ∂t ∂xi ∂xi ∂vj ∂ρvi ∂vi ∂ρvj ρ − vj + ρvj + vi ∂t ∂xi ∂xi ∂xi ∂vj ∂ρ ∂ρvj ρ − vj vi + vi ∂t ∂xi ∂xi ∂ρ ∂ρ ∂vj ∂vj − vj vi + vi vj + vi ρ ρ ∂t ∂xi ∂xi ∂xi ∂vj ∂vj ρ + ρvi ∂t ∂xi Dvj ρ Dt. = ρ. (2.37). =. (2.38). = = = =. (2.39) (2.40) (2.41) (2.42). Substituindo a equa¸c˜ao constitutiva em (2.34) e usando esta u ´ltima rela¸c˜ao, obtemse: ∂ρvj ∂ρvi vj + ∂t ∂xi. N X ∂p ∂τij = − + +ρ Yk fkj ∂xj ∂xi k=1. (2.43). N X ∂σij = +ρ Yk fkj ∂xi k=1. (2.44). que ´e a equa¸c˜ao da quantidade de movimento. Apesar desta equa¸c˜ao n˜ao incluir explicitamente os termos da rea¸c˜ao, o fluxo ´e modificado pela combust˜ao [40]: a viscosidade dinˆamica µ varia consideravelmente por causa da varia¸c˜ao da temperatura na raz˜ao de 1:8 ou 1:10. A massa espec´ıfica tamb´em muda na mesma raz˜ao.. 2.5. Conserva¸ c˜ ao da energia A equa¸c˜ao da energia pode ser expressa em muitas formas. Neste traba-. lho, objetiva-se obter o balan¸co de energia na formula¸c˜ao da temperatura T (n´ umeros.

(27) 15. de Mach baixos). Para tanto, parte-se da primeira lei da Termodinˆamica [1]: o aumento da energia total (energia cin´etica + energias internas) em um volume material ´e a soma do calor transferido e o trabalho realizado no volume. Assim, tem-se D Dt. Z. Z ρet dV =. V. ρ V. N X. Z. Z t(η)i vi dS −. Yk fki uki dV + S. k=1. qi ηi dS. (2.45). S. Aqui, estamos negligenciando a radia¸c˜ao que ´e importante na modelagem de processos de combust˜ao em florestas, pr´edios, fornalhas e fornos industriais. Usando o teorema da divergˆencia de Gauss, obtem-se D Dt. Z. Z. ρ. ρet dV = V. V. N X. Z Yk fki (vi + Vki ) dV + V. k=1. Z − V. ∂σij vi dV ∂xj. (2.46). ∂qi dV ∂xi. O teorema do transporte de Reynolds permite encontrar Z V. Det dV = ρ Dt. Z ρ V. N X. Z Yk fki (vi + Vki ) dV +. k=1. ∂σij vi dV V ∂xj Z ∂qi − dV V ∂xi. (2.47). Como o volume V ´e qualquer, obtem-se a equa¸c˜ao do balan¸co da energia total ρ. N X ∂qi ∂σij vi Det =− + +ρ Yk fki (vi + Vki ) Dt ∂xi ∂xj k=1. (2.48). onde o fluxo de energia qi ´e dado por [40]: N X ∂T qi = −λ +ρ hk Yk Vki . ∂xi k=1. (2.49). Esta express˜ao inclui um termo de difus˜ao de calor, descrito pela lei de Fourier (λ∂T /∂xi ), e um segundo termo, associado com a difus˜ao das esp´ecies com diferentes entalpias..

(28) 16. Usando a rela¸c˜ao entre a energia e a entalpia, ht = et + p/ρ, e a equa¸c˜ao da continuidade, obtem-se   Dht D p Det = ρ −ρ ρ Dt Dt Dt ρ Dht Dp p Dρ = ρ − + , Dt Dt ρ Dt Dht Dp ∂vi = ρ − −p Dt Dt ∂xi. (2.50) Dρ ∂vi = −ρ Dt ∂xi. (2.51) (2.52). Substituindo na equa¸c˜ao (2.48), obtem-se o balan¸co da energia na formula¸c˜ao da entalpia total: ρ. Dht ∂ρht ∂ρvi ht = + Dt ∂t ∂xi ∂vi Det Dp + +p = ρ Dt Dt ∂xi N X ∂σij vi Dp ∂qi ∂vi + +ρ Yk fki (vi + Vki ) + = − +p ∂xi ∂xj Dt ∂xi k=1 N X ∂qi ∂σij vi = − + +ρ Yk fki (vi + Vki ) + ∂xi ∂xj k=1. ∂p ∂p ∂vi + vi +p ∂t ∂xi ∂xi N X ∂σij vi ∂p ∂pvi ∂qi + +ρ Yk fki (vi + Vki ) + + = − ∂xi ∂xj ∂t ∂xi k=1. (2.53) (2.54) (2.55). (2.56). +. N X ∂p ∂qi ∂τij vi = − + +ρ Yk fki (vi + Vki ). ∂t ∂xi ∂xj k=1. (2.57). (2.58). Agora, multiplicando a equa¸c˜ao da quantidade de movimento (2.44) por vj , tem-se N. X ∂ρvj ∂ρvi vj ∂σij vj + vj = vj + ρvj Yk fkj ∂t ∂xi ∂xi k=1. (2.59). observando que ∂ ∂t. . 1 ρvj vj 2. . ∂ + ∂xi. . 1 ρvi vj vj 2.  = vj. ∂ρvj ∂ρvi vj + vj ∂t ∂xi. (2.60). tem-se, ∂ ∂t. . 1 ρvj vj 2. . ∂ + ∂xi. . 1 ρvi vj vj 2. . N X ∂σij = vj +ρ Yk fkj vj . ∂xi k=1. (2.61).

(29) 17. Esta ´e a equa¸c˜ao do balan¸co para a energia cin´etica. Subtraindo esta equa¸c˜ao da (2.48), obtem-se o balan¸co para a energia interna (et = e + vi vj /2), N X ∂qi ∂σij vi De = − + +ρ ρ Yk fki (vi + Vki ) − Dt ∂xi ∂xj k=1. (2.62). N X ∂σij −ρ −vi Yk fki vi ∂xj k=1. o que d´a ρ. N X ∂qi ∂vi De =− Yk fki Vki + σij +ρ Dt ∂xi ∂xj k=1. (2.63). Usando o fato de que e = h − p/ρ, tem-se ρ. De Dh Dp ∂vi =ρ − −p Dt Dt Dt ∂xi. (2.64). donde N X Dh Dp ∂vi ∂qi ∂vi ρ = +p Yk fki Vki − + σij +ρ Dt Dt ∂xi ∂xi ∂xj k=1. =. (2.65). N X Dp ∂qi ∂vi − Yk fki Vki + τij +ρ Dt ∂xi ∂xj k=1. (2.66). Por defini¸c˜ao, hs = h −. N X. ∆h0f k Yk. (2.67). k=1. onde ∆h0f k ´e a entalpia da forma¸c˜ao da esp´ecie k na temperatura de referˆencia. Da´ı, usando (2.25) e (2.49), tem-se Dhs Dp ∂ ρ = + Dt Dt ∂xi + ρ. N X k=1. . ∂T λ ∂xi. Yk fki Vki +. . N X k=1. ∂ − ∂xi ∆h0f k. ρ. N X k=1. ! hk Yk Vki. + τij. ∂vi ∂xj. N X ∂ (ρVki Yk ) − ∆h0f k w˙ k ∂xi k=1. (2.68).

(30) 18. ou, Dp ∂ Dhs = w˙ T + + ρ Dt Dt ∂xi. . ∂T λ ∂xi. . ∂ − ∂xi. ρ. N X. ! hsk Yk Vki. +. k=1. N X. ∂vi +ρ Yk fki Vki ∂xj k=1. +τij. (2.69). onde w˙ T = −. N X. ∆h0f k w˙ k. (2.70). k=1. que ´e devida `a libera¸c˜ao de calor pela rea¸c˜ao. De [40], tem-se que hs =. N X. hsk Yk. (2.71). k=1. onde hsk ´e a entalpia sens´ıvel da esp´ecie k. A derivada de hs ´e: N. Dhs X DYk DT ρ = hsk ρ + ρCp Dt Dt Dt k=1. (2.72). onde Cp ´e a capacidade de calor a press˜ao constante. Substituindo em (2.69), obtemse DT ρCp Dt.  N X ∂T ∂vi Yk fki Vki λ + τij +ρ ∂xi ∂xj k=1 ! N N X X DYk ρ hsk Yk Vki − hsk ρ Dt k=1 k=1. Dp ∂ = w˙ T + + Dt ∂xi −. ∂ ∂xi. . (2.73). Da equa¸c˜ao (2.25), tem-se DT ρCp Dt.  N X ∂T ∂vi λ + τij +ρ Yk fki Vki ∂xi ∂xj k=1 ! N N N X X ∂(ρVki Yk ) X ρ hsk Yk Vki + hsk ρ − hsk w˙ k (2.74) ∂xi k=1 k=1 k=1. Dp ∂ = w˙ T + + Dt ∂xi −. ∂ ∂xi. .

(31) 19. Por fim, considerando capacidades de calor constantes, obtem-se a equa¸c˜ao do balan¸co da energia na formula¸c˜ao da temperatura: DT ρCp Dt. Dp ∂ = w˙ T0 + + Dt ∂xi + τij. . ∂T λ ∂xi.  −. ρ. N X. ! Cpk Yk Vki. k=1. N X. ∂vi +ρ Yk fki Vki ∂xj k=1. ∂T ∂xi (2.75). onde w˙ T0 = −. N X. hk w˙ k = −. k=1. N X. hsk w˙ k −. k=1. N X. ∆h0f k w˙ k .. (2.76). k=1. Ambos os termos w˙ T0 e w˙ T s˜ao devidos `a libera¸c˜ao de calor. Eles diferem por uma pequena quantidade devida `a contribui¸c˜ao da entalpia sens´ıvel hsk . Eles s˜ao iguais quando as capacidades de calor Cpk s˜ao supostas iguais, o que ´e freq¨ uentemente adotado na combust˜ao a baixo Mach (velocidade) e press˜ao aproximadamente constante.. 2.6. Equa¸ c˜ oes de balan¸ co simplificadas At´e aqui, desenvolveram-se as equa¸c˜oes de balan¸co para massa, quanti-. dade de movimento, esp´ecies qu´ımicas e energia de maneira geral. Agora, adotam-se simplifica¸c˜oes das equa¸c˜oes obtidas supondo um fluxo incompress´ıvel, no qual est´a ocorrendo uma rea¸c˜ao qu´ımica bin´aria, de passo u ´nico, irrevers´ıvel, com libera¸c˜ao de calor (F + O → P + calor). Neste caso, a equa¸c˜ao da continuidade torna-se: ∇ · v = 0.. (2.77).

(32) 20. Como conseq¨ uˆencia, a equa¸c˜ao da quantidade de movimento, desconsiderando-se a presen¸ca de for¸cas externas, para um fluxo incompress´ıvel ´e [1]:   1 ∂v + v · ∇v − ν∆v + ∇p = 0 ρ ∂t ρ. (2.78). onde ν ´e o coeficiente de viscosidade. Para o caso incompress´ıvel com coeficientes de difus˜ao constantes, obtemse a seguinte aproxima¸c˜ao para o balan¸co das esp´ecies qu´ımicas   ∂Yk ˜ k , k = 1, 2, 3 + v · ∇Yk − Dk ∆Yk = h ∂t. (2.79). ˜ k = w˙ k /ρ ´e a taxa da rea¸c˜ao qu´ımica da esp´ecie k produzida no fluxo. onde h Conforme [40], supondo baixa velocidade a press˜ao pode ser considerada constante, ent˜ao o termo Dp/Dt na equa¸c˜ao da energia (2.75) pode ser negligenciado. Da mesma forma, o termo de viscosidade τij ∂vi /∂xj tamb´em pode ser desconsiderado. Ainda, supondo capacidades de calor iguais para todas as esp´ecies (o que n˜ao ´e verdade, mas ´e normalmente suposto), tem-se N X. Cpk Yk Vki = Cpk. N X. Yk Vki = 0.. (2.80). k=1. k=1. Da´ı, na ausˆencia de for¸ca externa, a equa¸c˜ao do balan¸co da energia torna-se:  ρCp. ∂T + v · ∇T ∂t. . − λ∆T = w˙ T0. (2.81). Como se observa, para concluir-se a modelagem, falta a descri¸c˜ao da taxa de rea¸c˜ao de cada esp´ecie h˜k e da taxa de libera¸c˜ao de calor w˙ T0 devida `a rea¸c˜ao. Para tanto, adotou-se uma aproxima¸c˜ao que ´e considerada em [48] e [15]. A taxa total de rea¸c˜ao ´e considerada de primeira ordem com respeito a cada um dos reagentes, e a taxa de.

(33) 21. rea¸c˜ao espec´ıfica ´e controlada pela cin´etica de Arrhenius. Para o problema adotou-se w˙ T0 = ρqvP YF YO Ae−E/RT. (2.82). ˜ k = −vk AYF YO e−E/RT , k ∈ F, O h. (2.83). ˜ P = vP AYF YO e−E/RT h. (2.84). onde, q ´e a libera¸c˜ao de calor por unidade de volume, A ´e um fator de freq¨ uˆencia, E a energia de ativa¸c˜ao total e R a constante universal dos gases. Assim sendo, as equa¸c˜oes de balan¸co para o problema aqui abordado podem ser escritas da seguinte forma: 1 ∂v + v · ∇v − ν∆v + ∇p = 0 ∂t ρ ∇·v =0   ∂T Cp + v · ∇T − κ∆T = vP qYF YO Ae−E/RT ∂t ∂Yk + v · ∇Yk − Dk ∆Yk = ±vk YF YO Ae−E/RT ∂t. (2.85) (2.86) (2.87) (2.88). onde o sinal “ - ” ´e para as esp´ecies F e O, enquanto que o sinal “ + ” ´e para o produto P ; κ = λ/ρ. Observa-se uma forte n˜ao-linearidade dos termos fonte qu´ımicos devida a dependˆencia exponencial da temperatura (lei de Arrhenius) [14].. 2.7. Adimensionaliza¸ c˜ ao Para descrever as equa¸c˜oes de balan¸co adimensionais [6], definem-se as. quantidades: x0k =. xk tU ∗ vk T Yk 0 0 0 0 , t = , v = , T = , Y = k k L∗ L∗ U∗ T∗ Y∗ p ρ 0 0 p = ∗2 ∗ , ρ = ∗ ρ U ρ. (2.89).

(34) 22. Na seq¨ uˆencia, obtem-se as equa¸c˜oes da continuidade, quantidade de movimento, energia e balan¸co das esp´ecies na forma adimensional. • Equa¸c˜ao da continuidade:. ∇·v =0. (2.90). Escrevendo: xi = x0i L∗ ,. vi = vi0 U ∗. (2.91). e substituindo na equa¸c˜ao da continuidade, obtem-se: U ∗ ∂v10 U ∗ ∂v20 U ∗ ∂v30 ∂(v10 U ∗ ) ∂(v20 U ∗ ) ∂(v30 U ∗ ) + + = ∗ 0 + ∗ 0 + ∗ 0 =0 ∂(x01 L∗ ) ∂(x02 L∗ ) ∂(x03 L∗ ) L ∂x1 L ∂x2 L ∂x3. (2.92). ∇0 · v 0 = 0,. (2.93). ou. onde a linha indica as opera¸c˜oes com respeito `as vari´aveis adimensionais. • Equa¸c˜ao da quantidade de movimento:. ∂v 1 + v · ∇v − ν∆v + ∇p = 0 ∂t ρ. (2.94). Das rela¸c˜oes adimensionais (2.89), tem-se ∂vi ∂(vi0 U ∗ ) U ∗ 2 ∂vi0 = = ∗ ∂t ∂(L∗ t0 /U ∗ ) L ∂t0 ∂vi ∂vi ∂vi + v2 + v3 ∂xi ∂x2 ∂x3 0 ∗ 0 ∗ 0 ∗ ∂(v U ) i 0 ∗ ∂(vi U ) 0 ∗ ∂(vi U ) = v10 U ∗ + v U + v U 2 3 ∂(x01 L∗ ) ∂(x02 L∗ ) ∂(x03 L∗ ) U ∗2 0 (v · ∇0 v 0 )i = ∗ L. (v · ∇v)i = v1. (2.95). (2.96) (2.97) (2.98).

(35) 23. (∆v)i =. ∂ 2 vi ∂ 2 vi ∂ 2 vi U∗ 0 0 + + = (∆ v )i ∂x21 ∂x22 ∂x23 L∗ 2. 1 ∂p 1 ∂(p0 U ∗ 2 ρ∗ ) 1 (∇p)i = 0 ∗ = ∗ ρ ρ ρ ∂xi ρρ ∂(x0i L∗ ) U ∗ 2 1 ∂p0 U ∗2 1 0 0 = = (∇ p )i L∗ ρ0 ∂x0i L∗ ρ0. (2.99). (2.100) (2.101). Substituindo na equa¸c˜ao da quantidade de movimento, obtem-se U ∗ 2 ∂v 0 U ∗ 2 0 U ∗ν 0 0 U ∗2 1 0 0 0 0 + v · ∇ v − ∆ v + ∗ 0∇ p = 0 L∗ ∂t0 L∗ L ρ L∗ 2. (2.102). Definindo o n´ umero de Reynolds por: Re =. U ∗ L∗ ν. (2.103). obtem-se U ∗ 2 ∂v 0 U ∗ 2 0 U ∗2 1 0 0 U ∗2 1 0 0 0 0 + ∗ v ·∇v − ∗ ∆ v + ∗ 0∇ p = 0 L∗ ∂t0 L L Re L ρ. (2.104). ∂v 0 1 0 0 1 0 0 + v 0 · ∇0 v 0 − ∆ v + 0∇ p = 0 0 ∂t Re ρ. (2.105). ou. • Equa¸c˜ao da energia:.  Cp. ∂T + v · ∇T ∂t. . − κ∆T = vp qYA YB Ze−E/RT. (2.106). Usando as rela¸c˜oes adimensionais, tem-se ∂(T 0 T ∗ ) U ∗ T ∗ ∂T 0 = (t0 L∗ /U ∗ ) L∗ ∂t0. (2.107). 0 ∗ ∂T U ∗ T ∗ 0 ∂T 0 0 ∗T T (v · ∇T )i = vi · = vi U = v ∂xi x i L∗ L∗ i ∂x0i. (2.108).

(36) 24. ∂2T ∂2T ∂2T + + ∂x21 ∂x22 ∂x23 T ∗ ∂2T 0 T ∗ ∂2T 0 T ∗ ∂2T 0 = + + L∗ 2 ∂x0 21 L∗ 2 ∂x0 22 L∗ 2 ∂x0 23 T∗ 0 0 = ∆T L∗ 2. ∆T =. vP qYF YO Ae−E/RT = Y ∗ 2 vP qY 0 F (Y 0 )O Ae−E/RT. 0T ∗. (2.109). (2.110). donde U ∗T ∗ Cp L∗. . ∂T 0 + v 0 · ∇0 T 0 ∂t0.  −κ. T∗ 0 0 ∗2 0 0 −E/RT 0 T ∗ ∆ T = Y v qY Y Ae p F O 2 L∗. (2.111). O que pode ser escrito como 1 ∂T 0 0 + v 0 · ∇0 T 0 − ∆0 T 0 = vP He DaYF0 YO0 e−Ze/T 0 ∂t ReP r. (2.112). qY ∗ AY ∗ E νCp , He = , Da = ∗ ∗ , Ze = Pr = ∗ κ Cp T U /L RT ∗. (2.113). onde. que s˜ao o n´ umero de Prandtl, o coeficiente de libera¸c˜ao de calor, o n´ umero de Damk¨ohler e o de Zel’dovich, respectivamente.. • Equa¸c˜ao do balan¸co das esp´ecies:. ∂Yk + v · ∇Yk − Dk ∆Yk = ±vk YA YB Ze−E/RT ∂t. (2.114). com k ∈ F, O, P . Utilizando as rela¸c˜oes adimensionais, tem-se ∂Yk Y ∗ ∂Y 0 k = ∗ ∗ ∂t L /U ∂t0. (v · ∇Yk )i =. U ∗Y ∗ 0 (v · ∇0 Y 0 k ) ∗ L. (2.115). (2.116).

(37) 25. Dk ∆Yk =. Yk Dk ∆0 Y 0 k L∗ 2. vk AYF YO e−E/RT = Y ∗ 2 Avk Y 0 F Y 0 O e−E/RT. (2.117). 0T ∗. (2.118). Da´ı, ∂Yk0 1 0 ∆Yk0 = ±vk DaYA0 YB0 e−Ze/T + v 0 · ∇Yk0 − 0 ∂t ReSck. (2.119). onde Sck ´e o n´ umero de Schmidt, definido por Sck =. ν Dk. (2.120). Por fim, removendo-se a nota¸c˜ao de linha, as equa¸c˜oes de balan¸co escritas na forma adimensional s˜ao:. ∂Yk ∂t ∂T ∂t. 2.8. ∂v 1 1 + v · ∇v − ∆v + ∇p = 0 ∂t Re ρ ∇·v =0 1 ∆Yk = ±vk DaYF YO e−Ze/T + v · ∇Yk − ReSck 1 + v · ∇T − ∆T = vP HeDaYF YO e−Ze/T ReP r. (2.121) (2.122) (2.123) (2.124). Fun¸ c˜ ao corrente e vorticidade At´e o momento, obtiveram-se as equa¸c˜oes de balan¸co em trˆes dimens˜oes.. As equa¸c˜oes de Navier-Sokes (2.121) est˜ao na chamada formula¸c˜ao da press˜aovelocidade. Em duas dimens˜oes, ´e conveniente escrever estas equa¸c˜oes na formula¸c˜ao da fun¸ca˜o corrente-vorticidade [22, 41]. Definem-se,     ∂ψ ∂ψ ∂v2 ∂v1 v = curlψ = , − , ω = curlv = − ∂x2 ∂x1 ∂x1 ∂x2. (2.125).

(38) 26. onde ψ ´e chamada fun¸c˜ao corrente e ω ´e a vorticidade. Em duas dimens˜oes, tem-se v = (v1 , v2 ) e a equa¸c˜ao (2.121) ´e equivalente a  ∂v1 ∂v1 ∂v1 1 ∂ 2 v1 + v1 + v2 − + ∂t ∂x1 ∂x2 Re ∂x21  ∂v2 ∂v2 ∂v2 1 ∂ 2 v2 + v1 + v2 − + ∂t ∂x1 ∂x2 Re ∂x21.  ∂ 2 v1 + ∂x22  ∂ 2 v2 + ∂x22. 1 ∂p =0 ρ ∂x1 1 ∂p =0 ρ ∂x2. (2.126) (2.127). Derivando (2.126) com respeito a x2 , e a equa¸c˜ao (2.127) com respeito a x1 , obtem-se (para Re e ρ constantes)   ∂v1 ∂v1 ∂ ∂v1 ∂v2 ∂v1 ∂ 2 v1 ∂ 2 v1 + + v1 + + v2 2 − ∂t ∂x2 ∂x2 ∂x1 ∂x2 ∂x1 ∂x2 ∂x2 ∂x2  2     2 2 1 ∂ ∂v1 ∂ ∂v1 1 ∂ p − =0 + 2 + 0 2 Re ∂x1 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ρ ∂x2 ∂x1   ∂ ∂v2 ∂ 2 v2 ∂v2 ∂v2 ∂ 2 v2 ∂v1 ∂v2 + v1 2 + + v2 − + ∂t ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x2 ∂x1 ∂x2  2    1 ∂ ∂v2 ∂ 2 ∂v2 1 ∂2p − =0 + + Re ∂x21 ∂x1 ∂x22 ∂x1 ρ0 ∂x1 ∂x2. (2.128). (2.129). Subtraindo (2.128) de (2.129), obtem-se ∂ω ∂v1 ∂v2 ∂v1 ∂v1 ∂v2 ∂v2 ∂v2 ∂v1 ∂ω + − + v1 + − + ∂t ∂x1 ∂x1 ∂x2 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x2 ∂x2 ∂x2   1 ∂2ω ∂2ω ∂ω − + 2 =0 +v2 ∂x2 Re ∂x21 ∂x2. (2.130). rearranjando os termos e das defini¸c˜oes de ψ e ω, encontra-se ∂ω ∂v2 ∂v1 1 + curlψ · ∇ω + ∇·v− ∇·v− ∆ω = 0 ∂t ∂x1 ∂x2 Re. (2.131). Por fim, da equa¸c˜ao da continuidade (2.122), obtem-se ∂ω 1 + curlψ · ∇ω − ∆ω = 0 ∂t Re. (2.132). Agora, pelas defini¸c˜oes de ψ e ω, vˆe-se ∂2ψ ∂2ψ + ∂x21 ∂x22 ∂v2 ∂v1 = − + ∂x1 ∂x2 = −ω. ∆ψ =. (2.133) (2.134) (2.135).

(39) 27. Desta forma, as equa¸c˜oes de balan¸co podem ser reescritas como. ∂Yk ∂t ∂T ∂t. 1 ∂ω + curlψ · ∇ω − ∆ω = 0 ∂t Re ∆ψ = −ω 1 + curlψ · ∇Yk − ∆Yk = ±vk DaYF YO e−Ze/T ReSck 1 + curlψ · ∇T − ∆T = vP HeDaYF YO e−Ze/T ReP r. (2.136) (2.137) (2.138) (2.139). No pr´oximo cap´ıtulo, apresenta-se um estudo num´erico de um problema de difus˜ao rea¸c˜ao numa cavidade com condi¸c˜oes do tipo Neumann..

(40) 28. 3. ´ ESTUDO NUMERICO Neste cap´ıtulo, apresenta-se um estudo num´erico de um problema de. difus˜ao-rea¸c˜ao. O problema consiste em descrever o processo de mistura e rea¸c˜ao qu´ımica em um dom´ınio retangular. O modelo aqui estudado ´e o descrito no cap´ıtulo anterior com condi¸c˜oes de contorno do tipo Neumann. Uma vez formulado o problema, apresenta-se duas discretiza¸c˜oes espaciais para as equa¸c˜oes que descrevem o fenˆomeno. A primeira ´e baseada no M´etodo das Diferen¸cas Finitas (FDM, Finite Difference Method) e a segunda ´e obtida atrav´es do M´etodo dos Elementos Finitos (FEM, Finite Element Method). De fato, a maior contribui¸c˜ao deste trabalho aparece na utiliza¸c˜ao do FEM em problemas de fluxos reativos. Esta t´ecnica, embora muito utilizada para resolver v´arios problemas de engenharia, ´e pouco utilizada em problemas de fluxos reativos. As discretiza¸c˜oes obtidas via FDM e via FEM fornecem um sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias (EDO’s) a ser resolvida. Para tanto, escolheu-se utilizar o m´etodo de Runge-Kutta simplificado de trˆes est´agios. Esta escolha est´a baseada na nossa necessidade de alta precis˜ao `a baixo custo computacional. A discretiza¸c˜ao via FEM proporcionou o desenvolvimento de um c´odigo computacional r´apido, preciso e de baixo custo. O c´odigo ´e capaz de lidar com v´arios n´ umeros de Schmidt, Prandlt, Zel’dovich, Damk¨ohler e Reynolds. Isto mostra que o modelo desenvolvido ´e capaz de descrever o comportamento n˜ao-linear do processo de rea¸c˜ao e mistura. A possibilidade de comparar os resultados via FEM e via FDM fornece n˜ao somente a corrobora¸c˜ao dos resultados, mas tamb´em ressalta semelhan¸cas e diferen¸cas entre as t´ecnicas. Al´em da compara¸c˜ao dos resultados, no pr´oximo cap´ıtulo, obtem-se uma estimativa a priori para o erro na discretiza¸c˜ao via FEM. O r´apido desenvolvimento de ferramentas matem´aticas para analisar as discretiza¸c˜oes.

(41) 29. via FEM ´e mais um dos motivos para a escolha desta t´ecnica nos estudos de fluxos reativos.. 3.1. Formula¸ c˜ ao do problema Faz-se um estudo das equa¸c˜oes que governam a rea¸c˜ao qu´ımica e mistura. molecular de duas esp´ecies qu´ımicas F e O, produzindo um produto P numa rea¸c˜ao exot´ermica, irrevers´ıvel, bin´aria e de passo u ´nico. A rea¸c˜ao ´e suposta seguir a lei emp´ırica de Arrhenius. Conforme no cap´ıtulo anterior, as equa¸c˜oes de balan¸co na formula¸c˜ao da vorticidade tˆem a forma. ∂Yk ∂t ∂T ∂t. 1 ∂ω + curlψ · ∇ω − ∆ω = 0 ∂t Re ∆ψ = −ω 1 + curlψ · ∇Yk − ∆Yk = ±vk DaYF YO e−Ze/T ReSck 1 + curlψ · ∇T − ∆T = vP HeDaYF YO e−Ze/T ReP r. (3.1) (3.2) (3.3) (3.4). com k ∈ {F, O, P }, o sinal de subtra¸c˜ao ´e usado para k ∈ {F, O} e o sinal de soma ´e utilizado para k ∈ {P } . Uma vez que X 0 ≤ Yk ≤ 1, Yk = 1,. (3.5). k∈F,O,P. trabalhou-se apenas com as equa¸c˜oes de balan¸co para YF e para YO . O comportamento de YP ´e facilmente obtido da rela¸c˜ao anterior. Considera-se o dom´ınio retangular Ω = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x, y ≤ 1} (Fig. 3.1) e as condi¸c˜oes iniciais s˜ao dadas por.   0, 01, int(Ω) ω(x, y, 0) = ,  0, ∂Ω. ψ(x, y, 0) = 0 em Ω,. (3.6).

(42) 30. Figura 3.1: Dom´ınio: regi˜ao retangular fechada e isolada.   1, 0 < x < 1/2 YF (x, y, 0) = ,  0, 1/2 < x < 1.   0, 0 < x < 1/2 YO (x, y, 0) = , (3.7)  1, 1/2 < x < 1. T (x, y, 0) = 1 em Ω.. (3.8). As condi¸c˜oes de contorno s˜ao dadas por: ω = 0,. ∂ψ = 0, ∂η. ∂Yk = 0, k ∈ {F, O, P }, ∂η. (3.9). ∂T = 0. ∂η. (3.10). onde η ´e a norma exterior unit´aria a ∂Ω. Veja [48, 47] para detalhes sobre existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao para este problema. Al´em disso, nestes trabalhos encontram-se resultados num´ericos utilizando FDM, a serem introduzidos na pr´oxima se¸c˜ao..

(43) 31. 3.2. Discretiza¸ cao espacial com FDM Escolheu-se o esquema de diferen¸cas finitas centrais para a discretiza¸c˜ao. espacial [12]. Esquemas centrados s˜ao preferidos por n˜ao serem dissipativos, embora sejam mais sens´ıveis a oscila¸c˜oes para n´ umeros de Peclet de malha grandes. Desta forma, para um nodo (i, j) na malha computacional e para uma fun¸c˜ao f (supondo toda a suavidade necess´aria) tem-se as seguintes aproxima¸c˜oes de segunda ordem

(44) ∂f

(45)

(46) . fi+1,j − fi−1,j = , (3.11) ≈ D f x i,j ∂x

(47) (xi ,yj ) 2∆x

(48) ∂f

(49)

(50) . fi,j+1 − fi,j−1 ≈ Dy fi,j = , (3.12)

(51) ∂y 2∆y (xi ,yj ). . fi+1,j − 2fi,j + fi−1,j fi,j+1 − 2fi,j + fi,j−1 ∆f |(xi ,yj ) ≈ ∆h fi,j = + , (3.13) (∆x)2 (∆y)2 onde ∆x = xi+1 − xi , ∆y = yi+1 − yi e (xi , yi ) s˜ao as coordenadas cartesianas do nodo (i, j) na malha computacional. Utilizando estas aproxima¸c˜oes em diferen¸cas finitas, obtem-se a seguinte distretiza¸c˜ao espacial de (3.1) - (3.4)

(52) 1 ∂ω

(53)

(54) n n n n n + Dy ψi,j Dx ωi,j − Dx ψi,j Dy ωi,j − ∆h ωi,j = 0,

(55) ∂t i,j Re n+1 n+1 ∆h ψi,j = −ωi,j ,

(56) ∂Yk

(57)

(58) 1 n n + Dy ψi,j Dx Yk ni,j − Dx ψi,j Dy Yk ni,j − ∆h Yk ni,j

(59) ∂t i,j ReSck n. = −vk DaYF ni,j YO ni,j e−Ze/Ti,j ,. (3.14) (3.15). (3.16).

(60) ∂T

(61)

(62) 1 n n n n n + Dy ψi,j Dx Ti,j − Dx ψi,j Dy Ti,j − ∆h Ti,j

(63) ∂t i,j ReP r n. = vP HeDaYF ni,j YO ni,j e−Ze/Ti,j ,. (3.17). onde k ∈ {F, O}, o super ´ındice n indica o tempo tn na discretiza¸c˜ao temporal..

(64) 32. Expandindo f em s´erie de Taylor at´e ordem 2, as condi¸c˜oes homogˆeneas de Neumann podem ser aproximadas como segue n n 4f2,j − f3,j = , 3 n n − fi,3 4fi,2 n fi,1 = , 3. n f1,j. 4fNn −1,j − fNn −2,j = , 3 n n 4fi,N −1 − fi,N −2 n fi,N = , 3. n fN,j. (3.18) (3.19). onde assumiu-se uma discretiza¸c˜ao tal que ∆x = ∆y, i = 1, 2, ..., N e j = 1, 2, ..., N . Tal suposi¸c˜ao faz-se coerente com nosso problema, obtendo-se c´odigos mais simples e est´aveis. Todas as t´ecnicas num´ericas geralmente apresentam propaga¸c˜ao do erro quando ∆x/∆y for muito maior que 1 ou muito menor que 1.. 3.3. Discretiza¸ c˜ ao espacial com FEM Para a discretiza¸c˜ao espacial com FEM, aplicou-se o m´etodo de Galerkin. [27, 49, 16]. Para tanto, as vari´aveis do problema s˜ao aproximadas por e. ω≈ω = Yk ≈ Yke =. n X j=1 n X. (j). Nj (x, y)ω (t), (j). Nj (x, y)Yk (t),. j=1. e. ψ≈ψ = T ≈ Te =. n X j=1 n X. Nj (x, y)ψ (j) (t),. (3.20). Nj (x, y)T (j) (t),. (3.21). j=1. onde Nj s˜ao as fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao descritas em termos das vari´aveis independentes, ω j , ψ j , Ykj , T j s˜ao parˆametros a serem determinados e n ´e o n´ umero de fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao..

(65) 33. Uma aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do conjunto de equa¸c˜oes (3.1)-(3.4) ´e obtida atrav´es do m´etodo de Galerkin: encontrar ω e , ψ e , Yke e T e tais que Z Z Z ∂ω e 1 e e Ni dV + Ni curlψ · ∇ω dV = − ∇Ni · ∇ω e dV, ∂t Re Ωe Ωe Ωe Z Z e ∇Ni · ∇ψ dV = − Ni ω e dV Ωe Ωe Z Z Z ∂Yke 1 Ni Ni curlψ e · ∇Yke dV − dV + ∇Ni · ∇Yke dV ∂t ReSc e e e Ω Ω Z k Ω e = −vk Da Ni YFe YOe e−Ze/T dV,. (3.22) (3.23). (3.24). Ωe. ∂T e dV + Ni ∂t Ωe. Z. Z. Z 1 Ni curlψ · ∇T dV − ∇Ni · ∇T e dV ReP r e e Ω Ω Z e Ni YFe YOe e−Ze/T dV, = vP HeDa e. e. (3.25). Ωe. onde Ωe ´e o dom´ınio do elemento e, Ω =. S. Ωe e i = 1, 2, ..., n. Escrevendo em. forma matricial, tem-se as seguintes equa¸c˜oes dos elementos ˙ } + ([B(ψ)] − [C(ψ)]) {W } = − 1 [K]{W }, [M ]{W Re [K]{Ψ} = [M ]{W }, 1 [K]{Ck } [M ]{C˙k } + ([B(ψ)] − [C(ψ)]) {Ck } + ReSck = −vk Da{R}, 1 [M ]{T˙ } + ([B(ψ)] − [C(ψ)]) {T } + [K]{T } ReP r = vP HeDa{R},. (3.26) (3.27). (3.28). (3.29). onde o ponto indica a derivada com respeito ao tempo, {W }, {Ψ}, {Ck }, e {T } s˜ao (j). vetores coluna cujos componentes s˜ao as inc´ognitas ω (j) , ψ (j) , Yk. e T (j) , respecti-.

(66) 34. vamente. As outras matrizes tˆem os seguintes componentes Z Ni Nj dV Mi,j = e ZΩ ∂ψ e ∂Nj Ni Bi,j = dV ∂y ∂x Ωe Z ∂ψ e ∂Nj Ci,j = Ni dV ∂x ∂y Ωe  Z  ∂Ni ∂Nj ∂Ni ∂Nj Ki,j = + dV ∂x ∂x ∂y ∂y Ωe Z e Rj = Nj YFe YOe e−Ze/T dV. (3.30) (3.31) (3.32) (3.33) (3.34). Ωe. Neste trabalho empregaram-se trˆes tipos de elementos. Primeiramente, trabalhouse com elementos triangulares com trˆes nodos exteriores (os v´ertices do triˆangulo). Um outro algoritmo foi desenvolvido supondo elementos retangulares com quatro nodos exteriores (os v´ertices). Estes dois formatos de elementos fornecem uma aproxima¸c˜ao linear das vari´aveis. Afim de investigar uma aproxima¸c˜ao de segunda ordem, utilizaram-se elementos retangulares de 8 nodos na discretiza¸c˜ao. Em todos estes casos, buscaram-se fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao cont´ınuas, o que ´e uma condi¸c˜ao necess´aria para a convergˆencia [49, 27]. Utilizou-se elementos triangulares conforme Fig. 3.2, cujas fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao s˜ao dadas por [27]: Nj =. aj + b j x + c j y , 2∆. j = 1, 2, 3. (3.35). onde ∆ ´e a ´area do triˆangulo

(67)

(68)

(69)

(70)

(71) x1 y1 1

(72)

(73)

(74) 1

(75)

(76) ∆ =

(77) x2 y2 1

(78) ,

(79) 2

(80)

(81)

(82)

(83) x3 y3 1

(84). (3.36). e, a1 = x2 y3 − x3 y2 ;. b1 = y2 − y 3 ;. c1 = x3 − x2. (3.37). a2 = x 3 y 1 − x 1 y 3 ;. b2 = y 3 − y 1 ;. c2 = x1 − x3. (3.38). a3 = x 1 y 2 − x 2 y 1 ;. b3 = y 1 − y 2 ;. c3 = x2 − x1. (3.39).

(85) 35. Figura 3.2: Elemento triangular.. Supondo ∆x = xi+1 − xi = ∆y = yi+1 − yi , obtiveram-se as seguintes matrizes para os elementos triangulares: . 2 1 1. .  ∆    1 2 1 , 12   1 1 2   −1 1 0   1   B(ψ) = (ψ 3 − ψ 1 )  −1 1 0  , 6   −1 1 0 M=. . −1 0 1.  1  C(ψ) = (ψ 2 − ψ 1 )  −1 0 1 6  −1 0 1 . (3.40). (3.41).    , . (3.42). . 2 −1 −1  1   K =  −1 1 0 . 2  −1 0 1. (3.43).

(86) 36. Afim de obter-se um m´etodo expl´ıcito, aproximou-se a matriz de massa [M ] pela chamada matriz lumped [27, 49]: . . 1 0 0  ∆   ML =  0 1 0  . 3   0 0 1. (3.44). Esta aproxima¸c˜ao torna o processo computacional mais simples e de baixo custo. Em [34] utiliza-se a matriz lumped em v´arios problemas de fluxos incompress´ıveis com excelentes resultados. Para uma discuss˜ao de como obter a matriz lumped e de suas vantagens e desvantagens veja [49, 27]. Finalmente, utilizando a regra dos trap´ezios para integrar (3.34), obtevese  (1) (1) (1)   YF YO e−Ze/T  ∆ R= 0 2    (3) (3)  Y Y e−Ze/T (3) F. O.     . .. (3.45).    . Para elementos lineares retangulares conforme Fig. 3.3, as fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao em termos das coordenadas naturais s˜ao dadas por: 1 Nj (ξ, η) = (1 + ξξj )(1 + ηηj ), j = 1, ..., 4; 4. (3.46). Supondo ∆x = ∆y, obtiveram-se as seguintes matrizes dos elementos:   4 2 1 2     2 4 2 1  ∆x2   , M= (3.47)  36   1 2 4 2    2 1 2 4 . . 4 −1 −2 −1     −1 4 −1 −2  1 . K=   6  −2 −1 4 −1    −1 −2 −1 4. (3.48).

(87) 37. Figura 3.3: Fam´ılia Serendipity: (a) Elemento retangular linear; (b) Elemento retangular quadr´atico.. As matrizes B(ψ) e C(ψ) tamb´em podem ser obtidas de forma exata a partir de (3.31)-(3.32). Seus componentes s˜ao combina¸c˜oes lineares de ψ j com j = 1, 2, 3, 4. Novamente, prop˜oe-se a substitui¸c˜ao da matriz de massa [M ] pela matriz lumped que, para este tipo de elemento, tem a forma  1 0   0 1 ∆x2   ML =  4  0 0  0 0. 0 0. .   0 0  .  1 0   0 1. (3.49). Para elementos quadrangulares quadr´aticos, a complexidade das matrizes aumenta, embora elas sejam obtidas de forma similar `as matrizes anteriores. As fun¸c˜oes de interpola¸c˜ao s˜ao dadas por, com nodos nos v´ertices: 1 Nj (ξ, η) = (1 + ξξj )(1 + ηηj )(ξξj + ηηj − 1), 4. (3.50). 1 Nj (ξ, η) = (1 − ξ 2 )(1 + ηηj ), 2. (3.51). 1 Nj (ξ, η) = (1 + ξξj )(1 − η 2 ). 2. (3.52). nodos em ξ = 0:. nodos em η = 0:.

(88) 38. A fim de obter-se as matrizes de forma exata, utilizou-se o pacote MAPLE. As matrizes s˜ao: . 6 −6. 2 −8. 3 −8.    −6 32 −6 20 −8 16    2 −6 6 −6 2 −8    −8 20 −6 32 −6 20 1 2 M = ∆x  45  3 −8 2 −6 6 −6    −8 16 −8 20 −6 32    2 −8 3 −8 2 −6  −6 20 −8 16 −8 20. . 104 −74. 45 −46. 46 −46.    −74 208 −74 0 −46 32    45 −74 104 −74 45 −46   −46 0 −74 208 −74 0 1   K= 90   46 −46 45 −74 104 −74    −46 32 −46 0 −74 208    45 −46 46 −46 45 −74  −74 0 −46 32 −46 0. 2 −6 −8. 20. 3 −8 −8. 16. 2 −8 −6. 20. 6 −6 −6. 32.           ,         . 45 −74 −46 46 −46 45 −74 104 −74. (3.53). .   0    −46    32  .  −46    0    −74   208. (3.54). Al´em dessas, as matrizes B(ψ) e C(ψ) tamb´em podem ser obtidas de forma exata. Seus componentes s˜ao combina¸c˜oes lineares de ψj , j = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8..

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