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Gestão hidrica e ambiental das lagoas costeiras do Ceará

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARLk HIDRÁULICA E AMI3IENTAL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS

HIDRICOS E DE INFRA-ESTRUTURA HIDRÁULICA

MERCEDES CHAVES DA CUNHA MENEZES

GESTÃO IliDRICA E AMBIENTAL DAS LAGOAS

COSTEIRAS DO CEARÁ

FORTALEZA - CE

2008

(2)

GESTÃO IliDRICA E AMBIENTAL DAS LAGOAS

COSTEIRAS DO CEARÁ

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Hidricos e de Tnfra-Estrutura Hidráulica da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Especialista.

Area de concentração: Recursos Hidricos Orientador: Prof. Antônio Nunes de Miranda,

PhD

Co-Orientadora: Prof. Ticiana M.C. Studart, Dra.

FORTALEZA - CE 2008

(3)

M512g Menezes, Mercédes Chaves da Cunha

Gestão hidrica e ambiental das lagoas costeiras do Ceará [manuscrito] / Mercei-des Chaves da Cunha Menezes. 2008.

61f.; il.; enc.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Nunes de Miranda

Area de concentraçdo: Recursos Hidricos

Monografia (Especializaçao) - Universidade Federal do Ceara, Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, Fortaleza, 2008. • I .Recursos hidricos 2.Lagoa do Catu. 3. Lagoas costeiras

I. Miranda, Antonio Nunes de (Orient.). II. Universidade Federal do Ceará — Curso de Especialização em Gestão de Recursos Hídricos e de Infra-Estrutura Hidráulica. III.Titulo.

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GESTÃO HÍDRICA E AMBIENTAL DAS LAGOAS

COSTEIRAS DO CEARÁ

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Hidricos e de infra-estrutura hidráulica, da Universidade Federal do

Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista. Area de

concentração'. Recursos Hidricos.

A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida desde que seja feita de conformidade com as normas da ética cientifica.

Aprovada em 28 /01 / 2008.

BANCA EXAMINADORA

Prof. P . Antônio Nunes de Miranda (Orientador) Universidade Federal do Ceará-UFC

Prof.a Dra. Ticiana Marinho de Carvalho Studart Universidade Federal do Ceara-UFC

Prof.° MSc. Francisco das Chagas Neto Universidade Federal do Ceará-UFC

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Ao Professor Doutor Antônio Miranda, que foi um orientador muito dedicado e imprescindível no desenvolvimento do trabalho, dispondo do seu precioso tempo, mas disposto a me ajudar.

A Professora Doutora Ticiana Studart, designada de co-orientadora, pois com

incansável dedicação sempre procurou ajudar a todos.

A. minha linda filha Rosana, com todo meu amor e coração, que tanto me

incentivou e ajudou no desenvolvimento desta monografia.

Aos meus queridos pais, que muito torceram por este dia. Ao meu esposo Waldner, pela sua compreensão e paciência.

Ao meu lindo filho Matheus Neto, por me ajudar sempre que eu precisei.

ik Professora Doutora Lidriana Pinheiro, da Universidade Estadual do Ceará, pela

sua simplicidade e sabedoria, que sem me conhecer, me ajudou fornecendo mapas e trabalhos das lagoas costeiras para o desenvolvimento da monografia.

Fátima Montezuma, pela força e incentivo.

Ao colega Francisco Jose de Souza, da SRH, que viveu a enchente do Cata e me deu dicas importantes.

geógrafa Albeniza, da SRH, por todos os mapas solicitados e a mim repassados. Ao Régis, da Biblioteca da SRH, sempre com boa vontade me ajudando nos processos solicitados.

E todos aqueles que diretamente e indiretamente me ajudaram para a conclusão do trabalho, como Amisterdam (SRH), Alice (SRH), Quezado (COGERH), Margareth e Jorge (FUNCEME).

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Este trabalho foi dividido em capítulos, em função da importância do desencadeamento das etapas de estudo, acompanhando o desenvolvimento dos órgãos gestores até chegar na análise do desempenho das lagoas costeiras do Ceará a partir do episódio da Lagoa do Cata, em 1994. Quanto aos órgãos gestores do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, foi feito um relato de sua história ao longo dos anos e mostrado suas ações, competências e atuações. Foi também demonstrada a importância das lagoas costeiras, visto que a escassez e o mau uso da água fazem com que esta se torne cada vez mais valiosa. Posteriormente, foi feita uma análise especifica de algumas lagoas e spas características. Este trabalho visa despertar na sociedade e nos órgãos gestores o interesse pelas lagoas costeiras e evitar a repetição do episódio ocorrido em 1994 na lagoa do Cata. Com o fechamento da passagem e com a construção de um vertedouro no pé da duna e com ausência da licença para obra hidrica e sem nenhum tipo de estudo ou cálculo com relação a impacto ambiental. Agora, propomos medidas a serem observadas, como: a cota do vertedouro, lamina maxima de sangria e os possíveis volumes de água a serem armazenados. Analisando vários aspectos, assim como, em paralelo as medidas administrativas relacionadas as desapropriações necessárias. Tudo isso ocorreu porque se queria uma reserva hídrica maior para o abastecimento da população que vive próximo à lagoa, porém tal ação causou inúmeros danos materiais aos proprietários localizados no entorno da lagoa. Assim, foi feita uma análise dos órgãos gestores e é apresentada uma proposta para orientar a atuação destas instituições de modo a garantir agua de boa qualidade e em quantidade às comunidades que vivem próximo as lagoas costeiras, principalmente para atender à população na época da estiagem.

Palavras-chave: Ceara, Meio Ambiente, Gestão de Recursos Hidricos, Lagoas Costeiras,

(7)

This study has been divided into chapters in light of the importance of the succession of study stages from the development of managing bodies to the analysis of performance of coastal lagoons in Ceara., starting with the occurrence in Cata Lagoon in 1994. With respect to the Environment and Water Resource management bodies, their history over the years was reported and their actions, competences and performance were highlighted. The importance of coastal lagoons was also highlighted, as water shortage and improper use make it more and more valuable. Later, a specific analysis of some lagoons and their characteristics

was made. This study aims to arouse the society and managing bodies' interest in coastal

lagoons and prevent such occurrences like that in Cata Lagoon, where the passage was closed

and a spillway was constructed on the dune foot without any kind of water work license or previous study or evaluation of environmental impact. Now we propose actions to be taken, which are focused on the spillway level, maximum overflowing level and possible volumes of water to be stored through the analysis of several aspects and administrative actions related to required expropriations. All that occurred because a larger reservoir to supply water to the neighboring population was needed, but that action caused a number of material damages to landowners living around the lagoon. Thereby, an analysis of managing bodies was made and a proposal is submitted to guide the activities of such institutions to ensure a sufficient quantity of quality water to communities living in coastal lagoon areas, and especially to meet the population's needs in dry periods.

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FIGURA 1 - Municípios litorâneos do Estado do Ceará 28

FIGURA 2 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa do "Catu" 30

FIGURA 3 - Fotografia Aérea - LANDSAT - "Vista Geral da Lagoa do Catu", 2002 30

FIGURA 4 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa do Tapuio conhecida como Lagoa da

Encantada 33

FIGURA 5 - Córrego da Encantada (saída do córrego e o começo da lagoa) 33

FIGURA 6 - Vegetação nativa nas dunas fixas 34

FIGURA 7 - Morte dos pequenos peixes 34

FIGURA 8 - Chamado pelos índios Jenipapo Kanindé de ARUA, outra fonte de alimentação

deles 35

FIGURA 9 - Vista aerofotogramétrica da Laguna do Iguape 37

FIGURA 10 - Mostrando como as casas estão bem próximo da lagoa 37

FIGURA 11 - Tipo de Vegetação: coqueiros, cajueiros, murici e arbusto de pequeno porte 38

FIGURA 12- Continuação do curso d'água, passando por baixo da pista 38

FIGURA 13 - Continuação da passagem do curso d'água, e o lixo nas laterais 39

FIGURA 14 - Lixo nas laterais do curso d'água 39

FIGURA 15 - Vista Aerofotogramétrica do Estuário Lagunar do Rio Malcozinhado 42

FIGURA 16 - Localização do Estuário do Rio Malcozinhado 43

FIGURA 17 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa do URUAO 45

FIGURA 18 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa da JIJOCA 47

FIGURA 19 - Gráfico Demonstrativo das Precipitações desde 1979 até 2006 49

FIGURA 20 - Vista a jusante, saída das tubulações (1994) 50

FIGURA 21 - Vista a montante mostrando o fechamento da saída do curso natural do rio

(1994) 50

FIGURA 22 - O nível da água atingiu a casa em tomo de 1,00 m 51

FIGURA 23 - A água tomando conta da CE 040 52

FIGURA 24- A jusante da Lagoa do Catu, as três manilhas com diâmetro de 1,00 m 54

FIGURA 25 - A jusante, 9 manilhas com diâmetro de 1,00 m, em 19/05/2007 55

(9)

ANA APA COGERH CONAMA CONERH EIA/RIMA FUNCEME GED IBAMA MMA ONU PAN PLANERH PNGC PRODHAM SEMA SEMA SEMAM SEMACE SISNA_MA SOHIDRA SRH SUDENE

Agência Nacional de Água Area de Proteção Ambiental

Companhia de Gestão dos Recursos Hidricos Conselho Nacional do Meio Ambiente Conselho Estadual dos Recursos Hidricos

Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hidricos

Gerenciamento Eletrônico de Documentos

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ministério do Meio Ambiente

Organização das Nações Unidas

Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca

Plano Estadual de Recursos Hidricos Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro Projeto de Desenvolvimento Hidroambiental

Secretaria Especial do Meio Ambiente vinculada ao Ministério do Interior (1973).

Secretaria do Meio Ambiente ligada a Presidência da Republica (1990). Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza Superintendência Estadual do Meio Ambiente

Sistema Nacional do Meio Ambiente Superintendência de Obras Hidráulicas Secretaria dos Recursos Hidricos

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1 INTRODUÇÃO 9

2 ÓRGÃOS GESTORES DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS 12

2A HISTÓRICO DO MEIO AMBIENTE 12

2.2 HISTÓRICO DOS RECURSOS HiDRICOS 16

2.3 ANÁLISE DOS ÓRGÃOS GESTORES QUE ATUAM NO ESTADO DO CEARÁ 18

2.3.1 SECRETARIA DOS RECURSOS H1DRICOS 19

2.3.2 COGERH 20

2.3.3 SEMACE 21

2.3.4 IBAMA 22

2.3.5 SEMAN 23

3 AS LAGOAS COSTEIRAS DO CEARÁ 25

3.1 DESCRIÇÃO GERAL 25

3.2 LAGOA COSTEIRA DO CATU 28

3.3 LAGOA DA ENCANTADA 30

3.4 LAGUNA DO IGUAPE 35

3.5 EsTuARio LAGUNAR DO RIO MALCOZINHADO 40

3.6 LAGOA DO URUAI.J 44

3.7 LAGOA DE JIJOCA 45

4 0 EPISÓDIO DA LAGOA DO CATU 48

4.1 ORIGEM DO CONFLITO 48

4.2 REAÇÃO DA POPULAÇÃO 53

4.3 MEDIDAS REPARADORAS 54

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 57

(11)

1 INTRODUÇÃO

As condições peculiares do clima (estações chuvosas e secas bem definidas) e da geologia (presença de dunas móveis) dão origem a importantes reservatórios hidricos ao longo de toda a costa do Ceara. A mobilidade ass dunas contribui para o fechamento das barras dos rios nas estações secas, ocasionando inundações de Areas no entorno das lagoas quando os rios voltam a correr nas estações chuvosas. Essa situação gera um permanente conflito entre a inundação das Areas do entorno da lagoa e o interesse de se conservar a água para utilização na estação seca.

A formação destas lagoas está intimamente ligada As condições fisico-climáticas do Ceara. Primeiro, aparecem as características geológicas em que um quase continuo cordão de chinas ao longo da costa e a presença do cristalino no interior se somam para criar as condições básicas. Outra característica importante é a concentração de chuvas no primeiro semestre do ano, provocado entre outros fatores pela ocorrência de fortes ventos que sopram do leste no segundo semestre.

interessante esclarecer como estas características se entrelaçam. Os fortes ventos que sopram no segundo semestre impedem que se formem as condições favoráveis ocorrência das chuvas neste período. Assim, elas se concentram no primeiro semestre quando estes ventos param de soprar. As Aguas pluviais concentradas nos primeiros seis meses ao cair sobre o interior do Ceara, vase todo composto de rochas cristalinas, não têm como se infiltrar no subsolo indo alimentar as torrentes que se dirigem para o litoral.

Estas correntes de água cortam a superficie com grande poder erosivo, trazendo para o oceano as areias que em seguida serão trabalhadas pelas ondas e ventos. 0 continuo trabalho destes agentes leva a formação das dunas que recobrem o litoral. No "verão" (estação seca, como se costumam dizer no Ceara) os fortes ventos que sopram na direção Leste-Oeste empurram as dunas contra as barras dos rios. E tanto volume de areia que os rios de menor porte têm seus leitos aterrados.

Leitos que a esta altura do ano estão secos, pois a concentração das chuvas e o subsolo impermeável impossibilitam a existência de rios perenes na região. Alguns dias após a interrupção delas os rios sem contar com a contribuição das Aguas e do subsolo, deixam de correr. Deste modo, tangidas pelo vento, as dunas ocupam o leito dos rios. Somente no ano seguinte com o novo "inverno" (estação das chuvas) é que os rios voltam a correr e as Aguas daqueles que encontram seus cursos fechados pelas dunas se acumulam formando as lagoas

(12)

costeiras. Muitas vezes, a barreira formada pela areia é tão alta que somente anos sucessivos de bons "invernos" conseguem que as Aguas se avolumem e transbordem sobre as dunas. Em outros casos os rios tiveram seus cursos interrompidos permanentemente ou desviados na direção Leste-Oeste até encontrarem condições topográficas que o permitam alcançar o oceano.

Este processo natural interfere com a presença humana que se tornou permanente

e cada vez mais intensa na região costeira do Ceará. A ocupação das areas em volta destas

lagoas é agredida pela variação do volume acumulado e elevação do nível d'água. Por outro lado, quando acontece o transbordamento da duna, a areia depositada no leito do rio é facilmente erodida, voltando o rio a correr livremente e esvaziando o reservatório. Reservatórios que em muitos casos se tomaram importante fonte de Agua para a população local.

0 homem também atua, com equipamentos de terraplenagem, ajuda o trabalho dos ventos, ampliando as barreiras de areia com o intuito de criar ou ampliar os reservatórios. Ou em outras ocasiões, remove a areia para evitar que as Aguas continuem a subir e causar inundações prejudiciais. 0 processo natural e ação humana, ora em colaboração ora em conflito, se desenvolvem ao longo do litoral criando situações que estão a carecer de maiores estudos e preocupações por parte dos órgdos governamentais ligadas ao meio ambiente e a gestão dos recursos hídricos.

Os acontecimentos ocorridos na Lagoa do Cata, em Aquiraz, no ano de 1994, exemplificam bem esta situação. 0 conflito que se estabeleceu entre a Prefeitura Municipal e os proprietários dos sítios em volta desta lagoa motivou a elaboração desta monografia. Com este trabalho procura-se contribuir com o entendimento destas situações e a busca de soluções para o problema da convivência entre a ocupação destas áreas, cada vez mais valorizadas e os processos naturais que comandam a formação das lagoas costeiras.

Com o objetivo de se analisar o problema, inicialmente foi realizado um estado dos diversos órgãos atuantes em recursos hídrico e meio ambiente do Ceará. A seguir, foram examinadas as lagoas costeiras, em especial, a Lagoa do Catu, procurando esclarecer o mecanismo de formação destes importantes reservatórios do litoral cearense, bem como: os seus comportamentos ao longo das estações secas e chuvosas, procurando identificar as origens do conflito entre as periódicas inundações das áreas lindeiras e a necessidade de garantir o abastecimento de água.

A partir das informações obtidas nestas fases iniciais do trabalho foi, então, feita uma análise das ações dos diversos setores do poder público envolvido nos acontecimentos da

(13)

Lagoa do Catu. Finalmente, com base nesta análise, aproveitando o episódio da Lagoa do Catu para estudar o desempenho dos órgãos de gestão hidrica e ambiental das lagoas formadas pelo movimento das dunas, é proposto um modelo de atuação destas instituições em relação a estes importantes reservatórios distribuídos ao longo do litoral do Ceara. 0 trabalho desenvolvido é apresentado a seguir nos seguintes capítulos:

Capítulo 2 — Órgãos Gestores do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Capitulo 3 — As Lagoas Costeiras do Ceara.

Capitulo 4 — O Episódio da Lagoa do Catu. Capitulo 5 — Conclusão

O Capitulo 2 — Órgãos Gestores do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

apresenta os órgãos gestores recursos hídricos e meio ambiente atuantes no Ceará. No

Capitulo 3 — As Lagoas Costeiras do Ceará são descritos os mecanismos de formação das

lagoas costeiras, tais como: localização, características e/ou comportamento, importância para a população local, sua utilização e os conflitos dai resultante. Já o Capitulo 4 — O Episódio

da Lagoa do Catu narra o acontecido na lagoa do Catu no ano de 1994 até hoje. Com base

nos capítulos anteriores, temos por fim o Capitulo 5 — Conclusão que apresenta uma proposta de modelo de futuras atuações do poder público na gestão das lagoas costeiras. Por esta proposta a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) e a Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos (COGERH) definiriam princípios gerais e parâmetros de intervenção nas lagoas costeiras para garantir o aproveitamento máximo dos recursos hídricos, minimizando os efeitos sobre o meio ambiente e atendendo, tanto quanto possível aos interesses das populações locais.

(14)

2 ÓRGÃOS GESTORES DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HiDRICOS

Este capitulo reserva-se a estudar os sistema de gestão de recursos hídricos e do meio ambiente no Ceará, descrevendo as instituições, suas obrigações, competências e atribuições. As lagoas costeiras como são recursos hídricos superficiais, são competência da Secretaria dos Recursos Hidricos que, por intermédio da COGERH, monitora os espelhos d'água considerando um bem público, escasso e dotado de valor econômico'. E também podem ser observadas pela SEMACE, que se preocupa com a preservação do meio ambiente2, pelo IBAMA que é um órgão Federal e tem as dunas como seu dominio3, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza (SEMAM), quando dentro do município de Fortaleza, gerenciando e executando ações de Educação e Planejamento Ambiental, dentre outros órgãos4.

Antes de iniciarmos a apresentação dos sistemas de gestão é feita uma retrospectiva de como surgiu a preocupação com o Meio Ambiente e com os Recursos

Hidricos, onde é possível perceber que suns histórias começaram em épocas diferentes, mas

ambos possuem a mesma visão participativa, de gestão e de monitoramento.

2.1 Histórico do Meio Ambiente

Na década de 30, com o fortalecimento da economia no Estado brasileiro nas Areas de infra-estrutura como o transporte, geração de energia elétrica, produção de máquinas e equipamentos para a lavoura, a integração industrial, siderúrgica e metalúrgica, surgiu a linha conservacionista, que defende a utilização do conhecimento ecológico para a manutenção do desenvolvimento social. Os conservacionistas preocupavam-se em diminuir os impactos causados pelo processo de industrialização, o que de alguma forma refletia no meio ambiente5.

FORTALEZA (Ceara) Secretaria de Recursos Hidricos. Página Eletrônica da Secretaria dos Recursos Hidricos do Sistema da SRH. Disponível em <www.srh.ce.gov.br>. pág. 20, 24 e 58. Acesso em: 29 de set 2007.

2 Disponível em: <http://www.semace.ce.gov.br/apresentacao/indefault.asp>. Acesso em: 29 set. 2007. 3 Disponível em: <http://www.ibama.gov.beinstitucional/objetivo/objetivo.htm>. Acesso em: 29 set. 2007. 4 Disponivel em: <http://www.semam.fortaleza.ce.gov.br/quemsomos.htm>. Acesso em: 08 out. 2007.

5 Disponível em: < http://www.eco21.com.br/textos.asp?ID=1602>. Revista ECO-21 — Rio de Janeiro 06 de

(15)

Posteriormente, na década de 60, começou a engatinhar o movimento ecológico, tido por alguns como um movimento contra o exacerbado desenvolvimento industrial. Mas os problemas ambientais ou sócio-ambientais não preocupavam somente ao movimento ecológico, mas também outros movimentos, tais como: movimento da classe operária, os liderados pelos hippies e pelo rock-and-roll, pelos anti-racistas, pelas feministas e etc. Todos

esses movimentos sociais e ambientais tiveram grande repercussão na sociedade, dando inicio

divulgação popular da Ecologia, do conceito de ecossistemas e da importância do equilíbrio ecológico no sistema natural. Inclusive, os governos começaram a se preocupar mais com a qualidade de vida das pessoas procurando garantir condições de vida melhor, mais saudável e mais digna6.

A seguir são registrados alguns fatos e momentos importantes do desenvolvimento do movimento ecológico no mundo:

- Em 1962, com a publicação do livro Silent Spring (Primavera Silenciosa), da autora e cientista Raquel Carson, a utilização indiscriminada do pesticida DDT foi posta em xeque, e com isso, iniciou-se o grande movimento ambientalista, que culminou na proibição do uso DDT7;

- Em 1964, com o golpe militar no Brasil, a meta era o crescimento e desenvolvimento nacional e nesse contexto a proteção ambiental funcionava como um obstáculo ao cumprimento desse objetivo8;

- Em 1968 foi fundado por Aurélio Peccei, industrial e acadêmico italiano, e por Alexander King, cientista escocês, o Clube de Roma que reunia pessoas ilustres para discutir assuntos relacionados à política e A. economia internacional9;

- Na década de 70, houve um crescimento do movimento ecológico que ganhou confiança nas diferentes camadas sociais, desde os estudantes até os cientistas10 .

6 Disponível em: <http://www.eco21.com.br/textos.asp?ID=1602>. Revista ECO-21 — Rio de Janeiro 06 de

outubro de 2007, 22:36hs — Edição 129.

7 Disponível em:

<http://www.ufing.br/diversa/8/artigo- adivulgacaocientificacomoinstrumentodecidadania.htm>. Acesso em: 06 out. 2007.

8 Disponivel em: <http://www.eco2l.com.br/textos.asp?IDl602>. Acesso em: 06 out. 2007. 9 Disponivel em:< http://www.wilcipedia.org/wiki/Clube de Roma>. Acesso em: 06 out. 2007.

10 Disponível em:<http://www.ecologus.org.behome/movimento.php>. As diferentes Faces do Movimento Ecológico. Acesso em 06 out. 2007.

(16)

- Em 1972, em Estocolmo (Suécia), ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Romano, organizada por países do então Terceiro Mundo, e abordou o tema: "Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável";

- No Brasil, com o surgimento do movimento ambientalista, houve o desencadeamento de um processo de conscientização da questão ambiental". - Entre a metade da década de 1970 e o final da década de 1980, houve um

avanço na esfera pública sobre a abordagem da problemática ambiental, em virtude do grande movimento ambientalista que afetava o mundo. Em razão disso, houve uma reestruturação no governo voltada ao meio ambiente, e a conseqüente criação do IBAMA — Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis;

- Conforme Eduardo Viola12, as diferentes fases do movimento ecológico brasileiro, pode ser classificado como ambientalista e de transição:

Uma fase ambientalista (1974 — 1981), constituindo dois movimentos paralelos e fundamentais: os movimentos de denúncia da degradação ambiental nas cidades e as comunidades alternativas rurais. Em seguida, uma fase de transição que vai de 1982 à 1985, marcada pela expansão quantitativa e qualitativa do movimento.

- Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior, que se preocupava apenas com a qualidade da dgual3;

- A ONU, em 1983, criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida por Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega14. Seu objetivo principal era fazer uma análise critica e reavaliar as questões sobre o meio ambiente, que terminou com a elaboração de um relatório englobando todos os possíveis problemas ambientais e teve expressivo resultado no planejamento da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992;

- Em 1990, foi criada a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), ligada desta vez Presidência da República, que tinha no IBAMA seu órgão gerenciador da questão ambiental;

Obr. Cit. n° 10. 12

Disponível em: <http://www.eco21.com.britextos/textos.asp?ID=1602>. Acesso em: 06 out. 2007.

13 Disponível em: <http://www.eco21.com.br/textositextos.asp?M=1602>. Acesso em: 06 out. 2007. 14 Disponível em: <http://www.aultimaarcadenoe.com.briladob.html>. Acesso em: 06 out. 2007.

(17)

- Momento importante no Brasil foi a institucionalização do meio ambiente com a publicação da Lei n° 6.937, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente:

Art 10 - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei n° 8.028, de 1990)

- A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, consagrou juridicamente

os direitos e deveres no Ambit() da política do Meio Ambiente.

Art. 225 - Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

- Em 1992, como já mencionado anteriormente, após dois anos de contribuição de governos e instituições da sociedade civil de 175 países, no Rio de Janeiro foi realizada a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como a Rio'92, Eco'92 ou Conferência Terra15.

Toda essa mobilização deu origem à Agenda 21, que consiste em um plano de ação global, cuja finalidade principal seria a adoção de um novo padrão de desenvolvimento para os séculos seguintes, baseado na sustentabilidade ambiental, social e econômica. Esta foi um marco na associação de meio ambiente e recursos hídricos, uma vez que os Governos concordaram que no desenvolvimento e utilização dos recursos hidricos deve-se priorizar as necessidades fundamentais e a proteção dos ecossistemas. Ainda que para conseguir o acesso

água além dessas necessidades, seus utilizadores deveriam pagar um preço justo por ela16. Hoje, as preocupações com o meio ambiente se contrapõem ao processo de globalização, devido aos interesses econômicos na exploração dos recursos naturais que levam ao aumento dos problemas ambientais globais. Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico e cultural caminha no ritmo bastante acelerado, principalmente no que diz respeito A. comunicação, o que facilita a divulgação dos problemas e a mobili7ação da opinião pública. Assim, a consciência ambiental se fortalece quando o ser humano percebe o quanto o seu habitat natural está sendo agredido e com os movimentos de contestação se multiplicam

15 Disponível em: <http://nt.wikipedia.org/wikifECO-92>. 16 Disponivel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ECO-92>.

(18)

dando inicio às leis, decretos e normas, que buscam assegurar a todos um ecossistema equilibrado, digno e saudável.

2.2 Histórico dos Recursos Hidricos

A primeira referencia histórica aos recursos hidricos data de 2000 a.C, quando a economia dos sumérios começou a declinar e a agricultura foi paralisada em virtude da salinizaçâo do solo17. Esta é primeira de importantes registros na história da humanidade. A partir dai a importância dos recursos hidricos se faz valer. Os grandes impérios na Mesopotfimia, no Egito, na India e na China, todos necessitavam diretamente do abastecimento d'água e dos recursos hidricos. Tales de Mileto (625-558 a.C.), já considerava a água um bem essencial ou o principio de tudo e, posteriormente, Platão (427-558 a.C.) defendeu a importância do uso adequado e sem desperdício dos corpos d'água. No inicio da Idade Média, em conseqüência da falta de tratamento das águas e rejeitos, juntamente com a falta de infra-estrutura e técnica de gestão, tais fatos, em virtude do alto índice de insalubridade, ocasionaram grandes perdas18. Já em 1830, a epidemia de cólera se alastrava pela América do Norte e pela Europa, seus rios estavam contaminados devidos aos dejetos domésticos jogados diretamente em suas águas sem nenhum tratamento, com inúmeros microorganismos causadores de doenças19.

A partir de 1970 começam a ocorrer várias conferências internacionais sobre o meio ambiente e a água, tendo como preocupação o acesso aos recursos importantes e o direito à água. A inovadora Conferencia das Nações Unidas sobre a Agua, realizada em Mar Del Plata, em 1977, defendia que todos os povos tam direito a Agua potável para atender a suas necessidades principais. Em seqüência, a Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, de 1986, aprovada pela Assembléia Geral da ONU, onde os Estados têm a responsabilidade de assegurar a igualdade de oportunidade no que se refere aos recursos essenciais, e a água está enquadrada como um recurso essencial.

17 Disponível em:< http://www.ecologus.org.br/home/gestaoamb.php >. Adendo técnico: Os recursos hidricos,

uma questão mundial. Acessado em: 06 out. 2007.

18 Disponível em:< http://www.ecologus.org.brlhome!gestaoamb.php>. Adendo técnico: Os recursos hidricos,

uma questão mundial. Acessado em: 06 out/2007.

(19)

No Brasil, em de 10 de julho de 1934, foi aprovado pelo Congresso Nacional o Decreto Federal n° 24.643, o Código de Águas, fortalecendo a legislação elementar brasileira que trata das Aguas, e propiciando a criação da Diretoria de Aguas, no Departamento de Produção Mineral, diretamente vinculado ao Ministério de Agricultura. 0 Código concede a todos o direito de usufruir qualquer corrente ou nascente de Agua necessária para as atividades

vitais, bem como possibilita que todos se beneficiem das Aguas públicas. JA se previa a

necessidade de utilização das Aguas públicas para agricultura, indústria e higiene, mas a prioridade sempre foi atender a demanda populacional de abastecimento.

Anos depois, a promulgação da Constituição Federal de 1988, e a aprovação da Lei n° 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hidricos marcou a história dos recursos hidricos no Brasil. Em 16 de outubro de 1992, foi criado o Ministério do Meio Ambiente — MMA, órgão de hierarquia superior, com o objetivo de estruturar a política do Meio Ambiente no Brasil. E em 1995, a Secretaria de Recursos Hídricos que era vinculada ao Ministério de Meio Ambiente20 .

Ainda, no âmbito Federal foi sancionada a Lei n° 9.966, de 28 de abril de 2000, que "dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em Agua sob jurisdição nacional e dá outras providências" e a Lei n° 9.984, de 17 de julho de 2000, que "dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Água (ANA), entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hidricos, e (IA outras providências".

A missão da ANA é de regular o uso das Aguas dos rios e lagos de domínio da Unido e implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, garantir o uso sustentável, evitar a poluição, o desperdício, fornecer água de boa qualidade e em quantidade suficiente para atender A atual e futuras gerações21. Nesse sentido foi editado pelo CONAMA, órgão que tem poderes regulamentadores e estabelece padrões do meio ambiente, a Resolução n° 274, de 29 de novembro de 2000, que "estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, a Política Nacional de Recursos Hídricos e o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC)". Já o Decreto n° 5.440, de 04 de maio de 2005, "estabelece definições e procedimentos sobre o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui

21

Disponível em: <www.bvsde.paho.org/bvsacd/encuen/freitas.pdf>. Gestão de recursos hidricos no Brasil: a experiência da Agência Nacional de Aguas.

20

(20)

mecanismos e instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para o consumo humano." E o Decreto n° 4.613, de 11 de julho de 2003, "regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos".

No Ceara, a Política Estadual dos Recursos Hidricos foi instituída pela Lei Estadual n° 11.996, de 24 de julho de 1992, a partir do modelo francês, e tinha como fundamentos básicos a gestão de recursos hídrico integrado, participativo e descentralizado, garantindo o uso da água para ser utilizada de maneira justa e racional, por ser um bem imprescindível ao desenvolvimento sócio-econômico e que deve atender a sociedade e todo o estado cearense22. Foi instituído, através desta Lei, o Conselho Estadual dos Recursos Hidricos (CONERH), regulamentado pelo Decreto n° 23.039, de 1 de fevereiro de 1994. 0

Decreto Este dual n° 2.612, de 03 de junho de 1998, que "regulamenta o Conselho Nacional de

Recursos Hídricos e dá outras providências".

Observa-se que no processo de evolução das preocupações com os recursos hídricos a participação de importantes lideranças políticas mundiais, cientistas e técnicos de alto gabarito que ao reconhecerem que o acesso à água potável é um direito imprescindível ao ser humano, também reconheceram que deve sempre aplicar o principio de recuperação dos custos à utilização da água, de modo a garantir a sustentabilidade dos sistemas de gestão. Assim, os investimentos destinados a manter e ampliar os sistemas de abastecimento d'água, devem se mostrar sustentáveis, sem por em risco as gerações futuras. Por esse motivo, deve-se dar prioridade à racionalização do uso da água, como um bem precioso e de extrema necessidade.

2.3 Análise dos Órgfios Gestores que Atuam no Estado do Ceará

Os órgãos gestores que atuam no Estado do Ceará são: Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH), Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza (SEMAM). Estas instituições são apresentadas e descritas a seguir.

22 TEIXEIRA, Francisco José Coelho. Modelos de Gerenciamento de Recursos Hídricos: Análises e Proposta de

(21)

2.3.1 SECRETARIA DOS RECURSOS BIDRICOS

A Secretaria dos Recursos Hidricos do Estado do Ceara (SRH) foi criada pela Lei n° 11.306, de 1° de Abril de 1987, é uma entidade da administração pública direta e tem como finalidade exercer a coordenação da gestão e o poder de policia sobre as águas do estado. Assim, ela é um órgão de gestão responsável pela execução da política de Recursos Hidricos e tem a participação de vinculadas como a Companhia de Gestão dos Recursos Hidricos (COGERH) 23 e a Superintendência de Obras Hidráulicas (SOHIDRA)24, tendo como missão:

"promover a oferta, a gestão e a preservação dos recursos hidricos de forma integrada, participativa e descentralizada, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Estado do Ceará."

A SRH tem como objetivo garantir que a oferta de água seja usada de forma racional e justa pela sociedade em todo o território cearense, proporcionando o abastecimento humano e o desenvolvimento agrícola e industrial, bem como desenvolver a gestão participativa além do desenvolvimento econômico, social e ambiental. Na busca deste objetivo, a SRH beneficia a população com a construção de: açudes, canais, estações elevatórias, adutoras, estações de tratamento e poços profundos, que se enquadram em suas linhas de ações25 relacionadas a seguir:

- Programa de eixos de integração de Bacias Hidrográficas; Canal do Trabalhador;

Canal de Integração;

- Programas de Açudes Estratégicos; Açude Castanhão;

Ações Mitigadoras;

Principais Ações Mitigadoras: Reassentamento; Desmatamento Racional da Bacia Hidráulica; Remoção de Infra-Estrutura Existente;

Recuperação de Areas Degradadas;

23 Teixeira, Francisco José Coelho. Modelos de Gerenciamento de Recursos Hidricos: Análises e Proposta de

Aperfeiçoamento do Sistema do Ceara. la edição, Brasilia, 2004, pág. 13.

24 Teixeira, Francisco José Coelho. Modelos de Gerenciamento de Recursos Hidricos: Análises e Proposta de

Aperfeiçoamento do Sistema do Ceara. la edição, Brasflia, 2004, pág. 13.

25 FORTALEZA (Ceará) Secretaria de Recursos Hidricos. Página Eletrônica da SRH. Disponível em

(22)

Educação Ambiental; Compensação Ambiental;

Programa de Adutoras de Múltiplos Usos; Programa de Geração de Energia Hidroelétrica;

- Programa de Abastecimento de Água de Pequenas Comunidades Rurais; Programa de Dessalinização da Água do Mar;

Projeto de Desenvolvimento Hidroambiental (PRODHAM); Plano de Ação Nacional (PAN);

Programa de Gerenciamento dos Recursos Hidricos; Comitês de Bacias Hidrográficas;

- Principais Atribuições dos Comitês de Bacias; Mapas das Bacias;

Instrumentos de Gestão dos Recursos Hidricos; Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hidricos; - Licença de Construção de Obras de Oferta Hídrica;

Cobrança pelo Uso de Água Bruta; Estudos dos Aqüíferos;

0 Sistema de Informação dos Recursos Hidricos e Meteorológicos;

Principais Módulos do Sistema de Informação dos Recursos Hidricos e Meteorológicos:

- Atlas Eletrônico dos Recursos Hidricos e Meteorológicos; - Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED);

- Página Eletrônica da Secretaria dos Recursos Hidricos. - Nova Cartografia do Estado;

- Plano Estadual de Recursos Hidricos (PLANERH).

2.3.2 COGERH

A Companhia de Gestão dos Recursos Hidricos do Ceará (COGERH), instituída pela Lei n° 12.217, de 18 de novembro de 1993, pertence A. administração pública indireta, tem como finalidade gerenciar a oferta dos recursos hidricos dos espelhos d'água superficiais

(23)

e subterdneos, e incentivar o uso social, racional e sustentável da Agua. Dentre os objetivos da COGERH26, estão:

desenvolver estudos para quantificar as disponibilidades e demandas das Aguas para múltiplos fins;

implantar sistemas de informações sobre recursos hídricos através de coleta de dados, estatística e cadastro de usos da Agua;

desenvolver ações para que:

• a Agua seja de boa qualidade; e

• a gestão dos recursos hídricos seja descentralizada, participativa e integrada aos demais recursos naturais.

Sua missão confunde-se com sua finalidade já anteriormente descrita, e consiste em gerenciar os recursos hidricos de domínio do Estado e da União, caso seja-lhe delegado, de forma integrada, descentralizada e participativa, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.

2.3.3 SEMACE

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), criada pela Lei if 11.411, de 28 de dezembro de 1987, trata-se de uma entidade de autárquica estadual, e tem competência em todo estado cearense27, no sentido de:

1. Executar a Política Estadual de Controle Ambiental do Ceará, fazendo cumprir as normas de proteção, assim como, controlar e utilizar de forma racional o uso dos recursos ambientais e fiscalizar tudo que for executado;

2. Determinar os padrões de qualidade ambiental; 3. Controlar o licenciamento de atividades poluidoras; 4. Delimitar o zoneamento ambiental;

5. Adotar medidas de preservação e conservação ambiental, assim como, sugerir à criação de Areas de proteção ambiental;

6. Fiscalizar e acompanhar as fontes de poluição;

26 Teixeira, Francisco José Coelho. Modelos de Gerenciamento de Recursos Hidricos: Análises e Proposta de

Aperfeiçoamento do Sistema do Ceara — la edição — Brasilia —2004, pág. 47 e 48.

(24)

7. Aplicar multas para aqueles que cometem crime ambiental;

8. Estabelecer normas técnicas e administrativas para melhorar o regulamento da Política Estadual de Controle Ambiental, de acordo, do Conselho Estadual do Meio Ambiente;

9. Promover pesquisas e estudos técnicos;

10. Desenvolver programas educativos para melhorar a conscientização social dos programas ambientais;

11. Incentivar a celebração de convênios, ajustes, acordos e contratos com entidades públicas e privadas.

No exercício de suas atribuições a SEMACE desenvolve diversas atividades, tais como: análise laboratorial, licenciamento ambiental, educação ambiental e consulta de processos.

2.3.4 IBAMA

0 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) foi criado pela Lei if 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. E um órgão federal, formado pela fusão de quatro entidades brasileiras que atuavam na Area ambienta128:

a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA);

a Superintendência da Borracha (SUDBEVEA); a Superintendência da Pesca (SUDEPE); e

o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).

Em 1990, com a criação da Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM), ligada diretamente A. Presidência da República, o IBAMA foi colocado como órgão gerenciador pelos problemas ambientais, responsável de formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do Meio Ambiente, assim como, atuar na Area de preservação, conservação e uso racional, e na fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais renováveis. E de

28

(25)

grande importância sua atuação porque o IBAMA age tanto no âmbito regional como nacional, com os objetivos de29:

1. Evitar e prevenir acidentes pelo uso de agentes e produtos agrotóxicos ou afins;

2. Controlar o uso, a venda, a movimentação e o destino de substâncias e resíduos perigosos;

3. Desenvolver e fiscalizar o controle ambiental regional e nacional; 4. Intervir nas areas de grande impacto ambiental;

5. Acompanhar as alterações do meio ambiente e dos recursos naturais; 6. Fazer cumprir as normas de gestão, de proteção ambiental e controle de

qualidade dos recursos hidricos;

7. Manter a ordem das áreas de preservação ambiental e das reservas legais; 8. Determinar o uso dos recursos pesqueiros;

9. Determinar o uso dos recursos florestais;

10. Conservar os ecossistemas, as espécies e o patrimônio genético natural, para o crescimento ecológico;

11. Proteger e executar o manejo da fauna e flora brasileira;

12. Incentivar a pesquisa, divulgação e desenvolvimento técnico-cientifico voltados para a gestão ambiental;

13. Oferecer o acesso e uso sustentado dos recursos naturais; 14. Elaborar estudos voltados ao planejamento ambiental.

2.3.5 SEMAM

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza (SEMAM) foi criada pela Lei n° 8.608, 26 de dezembro de 2001, que dispõe sobre a organização administrativa da Prefeitura Municipal de Fortaleza, alterada pela Lei n° 8.692, de 31 de dezembro de 2002, e regulamentada pelos Decretos de n° 11.115, de 23 de janeiro de 2002, e n° 11.377, de 24 de março de 2003. A SEMAM tem a função de exercer a política municipal do meio ambiente, implementar ações de controle urbano para o desenvolvimento

(26)

do Município, assim como, planejar e ter um relacionamento intersetorial com as Secretarias Municipais. Assim, em relação a todas as lagoas dentro do município de Fortaleza, os aspectos ambientais são de responsabilidade da SEMAM30, mas quem gerencia os recursos hídricos é a SRH/COGERH . Conforme disposições legais, suss competências, são:

1. Emitir licenças prévias para instalação e operação;

2. Promover palestra, treinamentos e capacitar os setores sociais sobre Educação Ambiental;

3. Planejar e implementar projetos sócio-ambiental, visando uma qualidade de vida melhor para as comunidades.

As políticas ambientais desenvolvidas pelo órgão ocorrem no sentido de: 1. Monitorar e controlar as licenças ambientais emitidas;

2. Fiscalizar a Poluição Sonora, assim como, monitorar, educar a população e liberar as autorizações;

3. Promover campanhas educacionais de Poluição Visual, fiscali ar, cadastrar e emissão de licenças;

4. Aprovar a emissão de alvarás de construção após análise dos projetos arquitetônicos.

(27)

3 AS LAGOAS COSTEIRAS DO CEARÁ

Neste capitulo, inicialmente, é mostrado como as condições peculiares do clima (estações chuvosas e secas bem definidas) e da geologia (presença de dunas móveis) dão origem às lagoas costeiras no Ceara. Em seguida, algumas destas principais lagoas são descritas.

3.1 Descrição Geral

A formação das lagoas costeiras está intimamente ligada As condições fisico- climáticas do Ceará. As características geológicas, com um quase continuo cordão de dunas ao longo da costa e a presença do cristalino no interior, se somam à concentração de chuvas no primeiro semestre do ano para criar as condições que dão origem a estes corpos d'água, que tem grande importância como reservatórios de Agua. Este estudo tem como objeto principal as lagoas costeiras dunares que estão localizados em Planícies Costeiras, Tabuleiros Pré-Litorâneos e Planícies Fluviais e cuja origem está relacionada á. ação eólica, que ao transportar sedimentos acaba barrando certos trechos de um rio, e formando á. montante desse barramento uma lagoa.31.

As lagoas costeiras existentes na Planície Litorânea estão associadas com as dunas móveis, oscilações sazonais das condições climáticas e flutuações do lençol fredtico formando as lagoas interdunares. No período chuvoso, a ampliação do lençol fredtico causa a instabilidade na estrutura das casas de veraneio, além de ser foco de doenças de veiculação hídrica e depósitos de resíduos sólidos32. Já, a origem das lagunas está diretamente ligada dinâmica costeira, que em alguns períodos pode fazer com que superficies um pouco mais rebaixadas sejam barradas, provocando o aparecimento das restingas, que são os cordões litorâneos33.

31 GOMES, Maria Luzineide. Aspectos hidrológicos, sedimentológicos impactos ambientais na Lagoa Costeira

do Rio Cam — Aquiraz —Ceará. 2003, pág. 8.

32 ARAI, M. et al. Considerações sobre Idade do Grupo Barreiras no Nordeste do Estado do Pará. In: XXXV

CONGRESSO DE GEOLOGIA, 1998, Belo Horizonte — MG, pág. 63.

33 GOMES, Maria Luzineide. Impactos Ambientais decormtes do Uso e Ocupação nos principais Recursos

(28)

Assim, as condições peculiares do clima (estações chuvosas e secas bem definidas) e da geologia (presença de dunas móveis) dão origem a importantes reservatórios hídricos ao longo de toda a costa do Ceara. A mobilidade das dunas contribui para o

fechamento das barras dos rios nas estações secas, ocasionando inundações de areas no

entorno das lagoas quando os rios voltam a correr nas estações chuvosas. Essa situação gera um permanente conflito entre a inundação das areas do entorno da lagoa e o interesse de se conservar a água para utilização na estação seca.

No litoral cearense, grandes areas são recobertas por dunas, que de acordo com a

idade de formação podem ser classificadas em três tipos. As dunas móveis, são aquelas que não tem vegetação e sofre com mais intensidade a ação eólica, ela é a responsável pelo represamento de pequenos riachos que formam as lagoas interdunares. As dunas fixas e dunas antigas fixas ambas caracterizadas por serem cobertas pela vegetação de pequeno porte impedindo o processo de ação eó1ica34.

Subjacente às dunas e aflorante, mais para o interior surge a Formação Barreiras constituídas por depósitos sedimentares com início de deposição no Mioceno, que se encontra distribuído ao longo de toda costa cearense, com penetração bastante variável e cotas

altimétricas em torno de 30 a 80 m 35. Em determinados pontos afloram como falésias mortas

com alturas entre 4 a 6 metros, constituindo o limite desta unidade ambiental. Os sedimentos dessa formação são constituídos por arenitos siltico-argiloso, de coloração esbranquiçada a amarelada, friáveis, constituído com a predominância por grãos de quartzo36.

Condicionada por estas feições geológicas, o relevo ao longo do litoral é representado, principalmente, por:

- Planícies Costeiras formadas ao longo de regiões costeiras de litorais planos, relativamente baixos, extensos e rasos, geralmente pela subida ou descida do

nível do mar 37;

Planície Litorânea "a faixa de terra emersa formada pelos campos de dunas móveis e fixas, terraços marinhos holocênicos, planície lagunar, planícies flúvio-marinhas (estuários) e pelas praias"38;

34 NOQUEIRA, Sérgio Ricardo Pinto. Avaliação dos Recursos Hidricos na Região em Torno da Lagoa do Uruati, Beberibe — CE. 2002, pág. 22.

35 ARAI, M. et al. Considerações sobre Idade do Grupo Barreiras no Nordeste do Estado do Para. In: XXXV CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. 1998, Belo Horizonte — MG.

36 ARM, M. et al. Considerações sobre Idade do Grupo Barreiras no Nordeste do Estado do Pará. In: XXXV CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. 1998, Belo Horizonte — MG.

37 NOGUEIRA, Sérgio Ricardo Pinto. Avaliação dos Recursos Hidricos na Região em Torno da Lagoa do pruati, Beberibe — CE. 2002, pág. 21.

38

SOUZA, M.J.N. Análise Geoambiental e Ecodinamica das Paisagens do Estado do Ceard.1998. Tese (Professor Titular) Universidade Estadual do Ceara, Fortaleza-CE, 1998.

(29)

- Tabuleiros Pré-Litorâneos caracterizados por uma superficie plana composto por depósitos de idade Tércio-Quaternário da Formação Barreiras, que se estende em todo litoral cearense, com altimetria variando em torno de 20 a 35 m, e que estes depósitos muitas vezes têm a forma de falésias pela ação do mar e rios.39

Estas lagoas ocorrem ao longo de toda a faixa costeira do Estado do Ceara, que têm uma extensão de 573 km, de Tatajuba/Chaval à Icapui, compreendendo 33 municípios, divididos a partir de Fortaleza em Litoral Oeste e Litoral Leste, e compreendendo seis bacias hidrográficas, conforme distribuição das bacias e de acordo com o mapa abaixo, FIGURA 1.

- Bacia do rio Core* abrange Chaval, Barroquinha, Camocirn e Jijoca de Jericoacoara (Lagoa de Jijoca);

Bacia do rio Acaraft, abrange Cruz e Acarad;

- Bacia do Litoral, abrange Itarema, Amontada, Train e Itapipoca;

- Bacia do Cum, abrange, Paraipaba e Paracuru;

Bacia Metropolitana de Fortaleza pelo lado oeste, abrange São Gonçalo do Amarante e Caucaia ;

- Bacia Metropolitana de Fortaleza do lado leste, abrange Aquiraz (lagoa do Cata; laguna do Ig-uape; lagoa da Encantada); Cascavel e Beberibe (lagoa do Uruatl; Estuário do Malcozinhado);

- Bacia do Baixo Jaguaribe, abrange Fortim, Aracati e Icapui.

(30)

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FIGURA 1 - Municípios litorâneos do Estado do Ceara.

Fonte: Disponível em: <http://www.soszonacosteira.hpg.ig.com.br/localizaçâo.htm>. Acesso em: 29 set. 2007.

Tendo em vista a complexidade do objeto de estudo e o numero razoável de lagoas costeiras no litoral cearense, é impossível à análise aprofundada de todas as lagoas, deste modo foram escolhidas algumas para um estudo mais aprofundado que são apresentadas a seguir.

3.2 Lagoa Costeira do Catu

0 rio Catu nasce no município de Horizonte e desagua na localidade da Prainha / Aquiraz. A lagoa do Catu (ver Figuras 2 e 3) situa-se próximo A. sede do Município com suas coordenadas (obtidas a partir das cartas da SUDENE em escala 1:100.000) sendo: 030 55' 11" S e 38° 21' 11" W. 0 acesso ao local pode ser descrito como: da ponte do rio Cocó, localizada na Av. Engenheiro Santana Júnior, seguindo pela rodovia CE-040 até a ponte do rio Catu, corresponde a uma distancia de 25 km. Sua bacia hidráulica possui as seguintes características:

área: 2,21 km2;

volume: 7.455.61 Omm3; perímetro: 15,30 m;

(31)

profundidade média: 3,70 m;

comprimento aproximado: 5,0 km a montante do rio até a Ponte da CE-040 que passa o rio Cata.

Essa lagoa encontra-se sobre os sedimentos da Formação Barreiras e Planície Litorânea e tem forma alongada encaixada no tabuleiro ou entre os tabuleiros. Dentre as fontes de alimentação da lagoa, podemos citar: o rio Cata e seus tributários, os exutórios dunares, a contribuição do lençol fredtico e a precipitação pluviométrica na bacia de drenagem.

Uma grande preocupação sobre a lagoa do Cata, é a ocupação rápida e exagerada nos arredores da lagoa, assim qualquer aumento do volume acumulado leva a alagamentos e destruição de benfeitorias. Como o desenvolvimento urbano e sócio-econômico pode acarretar em conseqüências irreversíveis no que diz respeito à preservação da lagoa, os órgãos gestores devem intervir procurando fazer com que o ecossistema funcione em harmonia com a ocupação humana. Assim, a lagoa terá Agua boa e de qualidade, podendo atender as necessidades humanas já expressas em dois pedidos de outorga para consumo humano com prazos de vigência até 2011 e 2016.

(32)

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FIGURA 2 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa do "Catu"

Fonte: Disponível em:< httu://maps.gooale.com.br/>. Acesso em: 29 nov. 2007.

FIGURA 3 - Fotografia Aérea - LANDSAT - "Vista Geral da Lagoa do Cam", 2002 Fonte: FUNCEME.

(33)

3.3 Lagoa da Encantada

A lagoa da Encantada ou lagoa do Tapuio encontra-se localizada na Area da aldeia indígena da tribo Jenipapo-Kanindé, no lugarejo chamado de Trairuçu, em Jacaúna, Aquiraz. Essa lagoa fica a 25 quilômetros de Aquiraz e a 55 quilômetros de Fortaleza, em uma planície costeira situada na Formação Barreiras. Sua largura varia de 16 metros, na parte mais estreita, e chega a 150 metros, a parte mais larga. Já a profundidade varia entre 1,50 metros, quando mais próximo A. margem, e 3,00 metros, quando ao centro40 .

A lagoa se originou de uma depressão dos Tabuleiros Pré-Litorâneos. A topografia, ligada As condições geológicas, contribuiu para o afloramento do lençol fivático. As águas surgem por percolação advindo dos aqüíferos dunares, além de receber também contribuição de quatro cursos d'água intermitentes, são eles: Córrego do Caburé, Córrego das Bacias, Córrego das Galinhas e Córrego dos Porcos.

A grande preservação da vegetação nativa e dos seus afluentes faz com que sua perenização seja positiva. No que tange A. sua morfologia, apresenta declividades acentuadas, variações bruscas nas suas cotas e sendo bem talhada no canal principal da lagoa, isso faz com que haja uma grande diminuição da evaporação e uma manutenção maior no corpo hídrico durante o ano. Mas, em certas Areas do entorno da lagoa, percebe-se a ocorrência de assoreamento, devido ao desmatamento, e também pela ação eólica das dunas.

No entorno da lagoa, onde a tribo indígena vive a cultura é a de subsistência, com a plantação de batata, mandioca, milho, feijão e verduras (cheiro verde, tomate, pimenta e pimentão). Nas Areas particulares, a plantação de cana de açúcar é predominante. Nas dunas, a vegetação nativa serve para conter a erosão e ao mesmo tempo para preservar a lagoa e seu entorno.

Os índios utilizam a água para o abastecimento doméstico e para banhar os rebanhos, bovinos e eqUinos. Já os demais particulares utilizam-na para irrigar as plantações de cana e desenvolver outras atividades. Além da função abastecedora, a lagoa proporciona aos nativos alimentos como: aruá (caramujo), camarão grosso (pitu), traíra, caratilápia, etc.

Nas proximidades o sistema de coleta do lixo é inexistente. Por esse motivo, os resíduos sólidos são queimados e as casas, conforme dito por um índio, tem a fossa em sua

40 DIA

-s, Carolina Braga. Estudo dos Processos de Evolução Sedimentológica e da Qualidade da Agua Relacionados ao Uso e Ocupação na Lagoa da Encantada, Aquiraz — Ce. 2002, pág. 6.

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frente, onde armazena os dejetos, em conseqüência de não ter sistema de esgoto e nem de coleta de lixo. Durante a pesquisa, observou-se uma grande quantidade de peixes pequenos mortos na entrada da lagoa. Segundo os relatos dos indígenas que habitam nas redondezas, a morte dos peixes deve-se ao despejo de produtos tóxicos oriundos da plantação de cana-de-açúcar.

Percebe-se a necessidade de um monitoramento e uma fi5ca1i7ação dos órgãos gestores. Primeiro, porque a SRH concedeu duas outorgas para consumo humano, que expiraram em 1998 e em 2000, e segundo porque o peixe é um alimento de subsistência, principalmente, para aldeia dos índios e terceiro, pois a água parece já estar contaminada.

A seguir, apresenta-se uma imagem de satélite com a fotografia aérea da Lagoa da Encantada (ver FIGURA 4) e diversas fotos do local mostrando:

- FIGURA 5, o Córrego da Encantada que podemos di7er é um dos sangradouros da lagoa;

- FIGURA 6, uma vista da vegetação nativa nas dunas fixas;

- FIGURA 7, a mortandade de uns pequenos peixes, dizendo os índios que são os agrotóxicos da plantação de cana de açúcar cultivada as margens da lagoa; e - FIGURA 8, os ARUÁS (tipo caramujo) outra fonte de alimentação dos índios.

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Image 2007 DigitalGlobe 2007 Eurolia Technologies

FIGURA 4 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa do Tapuio conhecida como Lagoa da Encantada

Fonte: Disponível em: <http://maps.aoo2le.com.be>. Acesso em: 29 nov. 2007.

(36)

FIGURA 6 - Vegetação nativa nas dunas fixas

(37)

FIGURA 8 - Chamado pelos índios Jenipapo Kanindé de ARUA, outra fonte de alimentação deles

3.4 Laguna do Iguape

A laguna do Iguape está a 54 km de Fortaleza, com acesso através da CE 040, até a entrada da localidade Facundes, distante 36 km, e desta localidade até o Iguape são mais 18 km. A laguna fica a sotamar da ponta do Iguape, apresentando forma semi-elipsoidal, sendo a ligação da laguna com o mar aberto feita por um canal de comunicação conhecido com o

nome popular de 'bum'. 41

0 fechamento da barra está relacionado As variações sazonais. No período da estiagem venta muito na regido, acarretando uma grande mobilização das dunas, assim, geralmente, segundo os nativos, até final de outubro a barra fecha. Somente no período das chuvas, quando as Aguas começam a subir, os moradores locais em mutirão, para evitar inundações, removem a areia acumulada pelos ventos que impedem o curso da Agua e reabrem a barra.

Os sedimentos presentes no fundo da laguna são compostos por argilas orgânicas de coloração negra e cinza, e próximo ao canal areias médias com predominância de materiais

41 GOMES, Maria Luzineide. Impactos Ambientais e Ocupação nos Principais Recursos Hídricos do Município

(38)

de praia, e grande suprimento de sedimentos eó1ic0s42. 0 canal de comunicação com o mar e sua forma de abertura e fechamento depende das variações sazonais de perfis praia de inverno-verão e/ou enxurradas. 0 limite desta laguna com o continente é definido por uma elevada falésia da Formação Barreira. Sua alimentação se dá através de fontes surgentes na falésia desenvolvidas sobre os níveis impermeáveis de sedimentos da Formação Barreira43. As características fisicas da qualidade da água não aparentam ser saudáveis, sendo o odor exarado pelo mangue bem como o mau cheiro na água, sentido pelas pessoas que transitam pela rodovia.'

Percebe-se, a olho nu, o quanto as margens da laguna são ocupadas inadequadamente. Verifica-se que, principalmente, restos de materiais de construção contribuem para o assoreamento, juntamente com o lixo oriundo das casas despejados na laguna, e quando chove esses sedimentos são levados para dentro da mesma. Muros e pedras de contenção são colocados para evitar o comprometimento das residências ribeirinhas quando a maré subir ou quando chegar à quadra invernosa.

A seguir, na FIGURA 9, apresenta-se uma imagem satélite da Laguna do Iguape, e outras fotos da área mostrando:

- FIGURA 10, como as casas estão bem próximas da laguna; - FIGURA 11, tipo de vegetação que cobre as dunas fixas;

- FIGURA 12, o curso natural da lagoa passando pelos bueiros sob o asfalto; - FIGURA 13, a saída do bueiro danificada e o lixo;

- FIGURA 14, o lixo nas laterais do caminho natural das águas.

42 CARVALHO, A.M; COUT1NHO, P.N; MORAIS, J.O. Caracterização Geoambiental e Dinâmica Costeira da

Regido de Aquiraz na Costa Leste do Estado do Ceara. Revista de Geologia. Fortaleza, 1994.

43 GOMES, Maria Luzineide. Impactos Ambientais e Ocupação nos Principais Recursos Hídricos do Município

de Aquiraz — Ceará. 2004, pág. 39.

" GOMES, Maria Luzineide. Impactos Ambientais e Ocupação nos Principais Recursos Hidricos do Município de Aquiraz — Ceará. 2004, pág. 39.

(39)

linage 2007 DIgi_,l1e1Globe 2007 Europa -ferainologies

FIGURA 9 - Vista aerofotogramétrica da Laguna do Iguape

Fonte: Disponível em: <http://maps.soo21e.com.br/>. Acesso em: 29 nov. 2007.

(40)

FIGURA 11 - Tipo de Vegetação: coqueiros, cajueiros, murici e arbusto de pequeno porte

(41)

FIGURA 13 - Continuação da passagem do curso d'água, e o lixo nas laterais

(42)

3.5 Estuário Lagunar do Rio Malcozinhado

Localiza-se no município de Cascavel, a 75 km de Fortaleza, sendo o acesso feito inicialmente através da rodovia BR 116 e da CE 040. De Cascavel até a praia de Aguas Belas segue-se pela CE 253. No local o acesso ao rio e ao estuário é feito por estradas carroçáveis ou pequenas embarcações. Sua profundidade média é de 1,50 m, e a maior chega a 3,50 m, onde as correntes são mais intensas desencadeando processo de erosão. A largura do canal estuarino varia de 56 m até 630 M.45 A nascente do Rio Malcozinhado encontra-se localizada no Parque Industrial Têxtil do município de Horizonte, passando por Pacajus, Cascavel e desaguando no Oceano Atlântico na localidade de Aguas Belas (Cascavel). Neste longo percurso é retirada água do rio para agricultura de subsistência, produção industrial de castanha de caju e extração de areia e argila para fabricação de tijolos46. A seguir são apresentadas algumas informações sobre esta lagoa:

- 0 solo é formado por lamas arenosas e argilo-arenosas;

- A geomorfologia no local caracteriza-se pelos sedimentos de Formação Barreiras e depósitos Quaternários, já a bacia hidrográfica localiza-se.sobre o embasamento cristalino.

- Sua Morfodinâmica é subordinada ao regime sazonal das precipitações, deflação eólica e oscilações das marés.

- A mistura de águas costeiras no estuário definiu três zonas estuarinas47:

zona de maré do rio (ZR), parte fluvial com salinidade praticamente igual a zero, mas ainda sujeito à influência da maré;

uma zona de mistura de estuários propriamente dita (ZM) caracterizada pela mistura de água doce com água do mar, e pela grande variabilidade temporal e espacial de suas propriedades;

• uma zona próxima A. costa (ZC), incluindo a área do oceano adjacente que recebe influência direta do estuário e é delimitada por uma fronteira bem definida, do lado ao oceano.

45 PINHEIRO, Lidriana de Souza. Riscos e Gestão Ambiental no Estuário do rio Malcozinhado, Cascavel — CE.

Recife —PE, 2003. Cap. I - pág. 23.

46 PINHEIRO, Lidriana de Souza. Riscos e Gestão Ambiental no Estuário do rio Malcozinhado, Cascavel — CE.

Recife — PE, 2003. Cap. I - pág. 23.

47 PINHEIRO, Lidriana de Son7a. Riscos e Gestão Ambiental no Estuário do Rio Malcozinhado, Cascavel — CE

(43)

- "0 sistema estuarino do Rio Malcozinhado está subordinado, sobretudo, ao regime sazonal das precipitações onde se acrescentam os processos sedimentação e remobilização pela deriva litorânea e oscilações das marés que vai amoldando o litoral. Apresentam comportamento cíclico decorrente da sazonalidade bem típica da regido. Esse sistema, a exemplo de outros ao longo da costa cearense está evoluindo de estuário a lagoa costeira pelo assoreamento da sua foz"48.

- Em decorrência da deriva litorânea, sazonalidade climática, especulação desmatamento no alto e baixo cursos, o rio Malcozinhado que deságua em Aguas Belas, sofreu um avanço de 111 m, do canal estuarino com o aparecimento de áreas de risco e assoreamento de manguezais, ocorreu nos últimos 10 anos, como também, a Caponga teve um aumento na densidade populacional urbana, que contribuiu para o aumento de 160 m na faixa praial

entre 1980 e 1998.49

Cabe ressaltar a construção do Açude Malcozinhado para atender o abastecimento d'água dos distritos de Caponga, Aguas Belas e Pindoretama. Esta intervenção provocou uma redução de 75,45 % da contribuição d'água no sistema estuarino. A distância do açude para o estuário são 7,5 km. A vista aerofotogramétrica do Estuário Lagunar do rio Malcozinhado, que vemos na FIGURA 15, e a FIGURA 16, permite uma visão melhor da localização do estuário, seu caminhamento até o mar e a localização do açude Malcozinhado.

48

PINHEIRO, Lidriana de Sonza. Riscos e Gestâo Ambiental no Estuário do rio Malcozinhado, Cascavel — CE! Lidriana de Souza Pinheiro. Recife: 0 Autor,2003.

(44)

ImageC 2007 DigitalGlobe

:2(167 Europa Technologies

FIGURA 15 - Vista Aerofotogramétrica do Estuário Lagunar do Rio Malcozinhado Fonte: Disponível em: < hap: ' maps.goosEle.com.br/›. Acesso em: 29 nov. 2007.

(45)

BAGA HoRoc,RAnca DO RIO MAiC9ZIN DORETA

& AQUIRAZ

• ' ' '4W " 1.6" ' 1.4.1 AREA Da ESTIJC0

Figura 01. Localização da Area de estudo.

cap/B.405Es d. fist, r. MP A, fl r,14,5 n¢11 74, On. as. Eu • via: St tor,SK ^. vmrsdmere,f

FIGURA 16 - Localização do Estuário do Rio Malcozinhade

(46)

3.6 Lagoa do Unia6

A lagoa de Uruait, está localizada no Município de Beberibe, distando de Fortaleza pela CE 040 de 90 km. Na altura do Km 87, cruza-se o bravo principal da lagoa e no

Km 94 o segundo bravo. Sua área é de 4,73 km', tendo sido considerada Area de Proteção

Ambiental através do Decreto Lei N° 25.355 de 26 de Janeiro de 1999. A lagoa recebe contribuição direta do Córrego do Pântano, que é intermitente e alimentado pelo Córrego do Cajueiro, Córrego do Muriti e Córrego da Cutia (todos intermitentes) e do Córrego Moreira que é perene. Além disto recebe Agua também dos exutórios dunares51. A superficie da lagoa que tem formato em "Y", após a construção da rodovia CE 040, a lagoa foi dividida em montante e jusante da rodovia, onde se percebe que no lado montante a cota do espelho d'água é mais elevado52. A FIGURA 17, mostra a imagem satélite da lagoa do UruaAl, seu formato em "Y" e a desembocadura no mar.

A Agua da lagoa atualmente é pouco explorada para consumo humano, sendo apenas utilizada para banho e pescaria, existindo um pedido de outorga para irrigação cujo o prazo expirou em 2001. As atividades sócio-econômicas estão voltadas para a pesca, o turismo, o artesanato e a agricultura. Quanto ao turismo, tem trazido grandes vantagens para esta área, mas também alguns impactos como os passeios de Bugre nas dunas, o uso

desordenado de Jet Ski e lanchas a motor, além de estar poluindo a lagoa com o óleo destas

embarcações, estão causando assoreamento nas margens.

51 NOGUEIRA, S.R.P. Avaliação dos Recursos Hidricos na Região em torno da Lagoa de URUAD, Beberibe —

CE.Fortaleza: 2002, pág. 9 e 36.

52 NOGUEIRA, S.R.P. Avaliação dos Recursos Hídricos na Região em torno da Lagoa de URUAO, Beberibe —

(47)

Image 0,;, 2007 DlgillalGlobe ,0 2007 Eur4a Technologies

FIGURA 17 - Vista Aerofotogramétrica da Lagoa do uRuA6

Fonte: Disponível em: <http://maps.001e.com.br/>. Acesso em: 29 nov. 2007.

3.7 Lagoa de Jijoca

A Lagoa da Jijoca fica A. 290 quilômetros da capital Fortaleza, saindo pela rodovia BR-222, pega-se a rodovia BR-402 e depois a rodovia CE-085. Situa-se entre os Municípios de Cruz e Jijoca de Jericoacoara. Sua área de aproximadamente 5,33 Km2 e perímetro de 32.557 Km, com profundidade média de 3,98 m. E o bravo da Lagoa de Jijoca no município de Cruz, conhecida como lagoa Azul corresponde 17 % da área, e em certos locais atinge uma

profundidade máxima de 9,00 M.53 A Área de Proteção Ambiental da Lagoa de Jijoca,

unidade de conservação de uso sustentável, foi criada por meio do Decreto N° 25.975, de 10

53

PINHEIRO, Lidriana de Souza; MORAIS, Jader Onofre de; ABREU, Jorge Eduardo de. Aspectos Associados Hidrodinâmica e Morfodindmica Fluvial e Lacustre da Lagoa da Jijoca — CE> In: Plano de Manejo Area de Proteção Ambiental da Loja de Jijoca, SEMACE, 2006, pág. 3.

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