A
.ANÁ,LISE GEOMÉTRICAANTIGA
EA
LÓGICAMODERNA*
JAAKO HINTIKKA E UNTO REMES1.
Aruílise antiga e lógica modemaO
antigo método heurfstico
conhecido como análise (anrilise,geométrica) era famosona
antigäidade, e suas generuhzações desempenharamum
papelimportante
e variadono
curso da história do pensamento ocidental. Contudo, não é demodo
algum claro em que, defato,
constituía esse renomado método dos antigos geômetras. uma ¡azão para essadificuldàde de
comprgensãodo
método
é a
escassez de descrições antigasdo
procedimento daa¡álise. Outra
razão éo
relativo insucesso dessas descrições ãm fazer justiça à prática da análise entre os matemáticos antigos.uma
tentavia
de
esclarecer a _importáncia
desse
método
foi
empreendida recentementepor Hintikka
e Remes.lMuito
de seu esforço é devotado à inteipretação da única descrição mais longa do métodoanalftico
existente na literatura matemática antiga, ou seja, aquela encontrada em Pappus (ver a Seção 2, adiante).A
fundamentaçãoheurfstica do método de
análise é ainda menos clara. Faremos aqui uma tentativa, ainda que parcial, de elucidar a utilidade heurística desse método. Essatentativa
seráfeita
sob a forma
deuma
comparaçãoentre
o
velho método deanálise
e
certas técnicas relativamente novasem
lógica simbólica, que podem
ser chamadas de métodos de deduçõo naturø\. Na verdade, trata-se de algo maisdo
que uma mera comparação,pois
a tese aqui proposta é queo
método
de análise é quaseum
caso especial desses métodos de deduçãonatural.
Talvez a ligação mais profunda entre os dois sejaum corolário direto
de nossa interpretação do método antigo como uma análise de uma figura definida (isto é, uma configuração de objetos geométricos).Isso
implica, como
será apontadona
seção
9,
que a
lógicado
método
satisfaz achamada
propriedade
de
subfórmula, que
é o
traço
característico dos métodos de dedução natural.uma
tese semelhantefoi
proposta por E.w.
Beth em 1955, quando sugeriu que seuenfoque
da
dedução lógicapor
meio
dos chamados tableaux semânticos (sobre isso,ver
Seção4,
adiante)"dá
realidade, numa extensão considerável, à concepção de um genulnométodo anolítico,
quetem
desempenhado papel tãoimportante
na históriat
Hintikka, J. e Remes, tJ.,7974:The Methodof
Analysis: ItsGeomeîical Orísin ønd lts General s_isniqggnu (Boston'stu'dies
n
tnemtoüy'ny
;fi;i;;;;-l;i.'zij.
"odiäl"rlt:
D. ReidelPublishing Compaay.
9q
R. S. Cohen ef. ¿/. (orgs.) Essays ín 253-276. Copyright by D. Reidel-PutF shing Company. A traduçäo é deA
Análise GeomëtricaAntiga
eA
LôgicaModerna
29 dalógica
e
da fì1osoha".2Contudo, Beth
não chegou a estabelecer a conexão ent¡e essaidéia
lógicae a
antiga análise geométrica,nem tampouco aplicou
seu enfoque à elucidação de problemas históricos.Apesar
do
siléncio
de
Beth,
pareceque
essa reläçãoentre os
dois
métodos, o geométricoe
o
lógico, pode
ser usada paradiscutir
certas questões interessantes arespeito dos métodos
de
análiseque
se encontram
exemplifìcadasno
materialhistórico. (Ver
adiante,
especialmente Seções5
e
7.)Tal
comparaçãoconstitui
a espinha dorsal metodológica tácita-
e ocasionalmente mais do que tácita-
do estudo de Hintikka-Remes.Aqui
ela será tratada de modo mais sistemático. Nossa comparaçãonão
é
viciada pelo
fato
de haver diferenças óbviasentre
o
método de
an¡ílise e os métodosde
dedução natural; essas discrepâncias podem ser entendidas como devidasàs
exigênciasda tarefa de
quem
faz
matemâtica. Mesmo seos
antþ
geômetras conhecessem osmétodo de
deduçÍionatural
e
tentassemuMlos
de maneira estrita, somos tentados a dizer que eles seriam levados, por essÍrs dificuldades práticas, à formafamiliar
do método t¡adicional.(Cf.
Seção 8, adiante.)2.
Aruílise e sthtese, segundo PappusA
única
descrição geralmais longa
do
método de
análisee
síntese encontrada naliteratura
antiga e que chegou aos nossos dias é dadapor
Pappus de Alexandria (que viveu por volta de 300 d.C.). Sua parte central é a seguinte:Análise é o caminho a partir do que é procruado
-
conside¡ado como se fosse admitido-
passando, na ordem, por seus concomitantes[rà
axci].ou0a, usualmente traduzido coiro "conæqüências"] até algo admitido na síntese. Pois na análise supomos o que éprocurado como
já
tendo sido feito e investigamos aquilo a partir do qual esse aþo resulta, e de novo qual é o antecedente deste último, até que, no nosso caminhar para trás, alcancemos algo que já é conhecido e é primeiro na ordem. Chamamos tâl método de análise, por ser uma solução de trás para diante. Na síntese, por outro lado, supomosjá feito aquilo que
naanálisefoiporúltimoalcançadoe,arranjandoemsuao¡demnatu-ral,
como conseqüentes aquilo que antes eram antecedenæs, e lþandoos uns aosouhos, chegamos no final à construção daquilo que é procurado. E a isso chamamos síntese. Há duas espécies de análise. Uma procura a verdade, sendo chamada teórica.
A
outra serve para executar o que se desejava fazer,e essa é chamada problemática. Na espécie teórica, supomos a coisa procurada como existente e verdadeira, e então passamos na ordem por seus concomitantes (conæqüências), como se fossemve¡dadei-¡os e existentes por hipótese, até algo admitido; então, se aquilo que é admitido é
ve¡dadeiro, o que é procurado é também verdadeiro, e a demonstração será o inverso da análise. Porém, se chegarmos a algo que seria falso admitir, o que é procurado será
também falso. Na espécie problemática, supomos o que é desejado como sendo conhe-cido e entilo passamos, na ordem, por seus concomitantes (conSeqüências), como se
fossem verdadeiros, até algo admitido. Se a coisaadmitida é possível ou pode ser feita,
2
30
JaakoHintikka
e Unto Remesisto é, se ela
fo¡
o que os matemáticos chamåm de dado, a coisa desejada será também possível.A
demonstração se¡á novamente o inverso da análise. Mas se chegarmos aalguma coisa impossível de admitir, o problema será também imposível. (Tradução conforme Hintikka e Remes, Capítulo
III.¡r
Imediatamente antes
e
depois da passagem citada, Pappus conecta sua concepção do método ao chamado "Tesouro da Análise", uma coletânea de obras de matemáticos mais antigos. Defato,
pode-se mostrar que, ao menosnaprática,
ele seguiu de pertoo
exemplo
de seus famosos predecessore$. Isso nos autoriza a considerar a descriçãode
Pappuscomo
representativada
an¿flisedos
antigos geômetrascomo
um
todo.A
partir
da
descrição de Pappus, vemos que,entre
as característicæ importantes do método de análise, então ao menos as seguintes:(Ð
U*
analista começa æsumindoaquilo que
deseja demonstrarou
construir,
eargumenta
"de
trás
paradiante" isto
é, ele
usa essefìrn
desejado em seu raciocínio analítico, destinado a descobrir uma demonstração ou construção adequadas.(ii)
A
análise é completadaapor
uma síntese, na qual os mesmos passos da análise são trilhados na direção oposta.Em Hintikka
e
Remes,Capítulo
II,
argumenta-seque
a
descrição de Pappus da análisee
sínteseé
quasecompletamente
consistente,não
obstante as
aparênciæ (a única exceção é discutida na Seção 7).A
aparência contrária deve-se aofato
de que Pappus parece estar descrevendotanto a
análisecomo
a slntesecomo
processos de alcançar conclusões lógicas (conseqüências). Como análise e síntese se dão em direções opostas, a exposição de Pappus parece só ser consistente se análise e síntese sãofo¡ma-dæ
inteiramentede
equivalênciæ.No
entanto,
issoé
excluído
por
evidências cola-terais relativas ao antigo método de análise.aEm Hintikka e
Remes mostra-seque
os termos(rà
exóÀouda,e
seus cognatos)que
Pappus usapara
descrevero
progressoda
análisenão
signifìcam conseqüéncialógica em
lugar algum
de
seus escritos,mas
são usados bastantelivremente
para expressar quase qualquer espéciede
"existênciaconjunta"
["CoinCtogether"l. (Cf.
as explicações parentéticasna
citação de Pappus, acima.)Portanto,
a descrição geral que Pappus faz da análise representa-a consistentemente como uma busca de premissas, não como dedução de conseqüênciæ.Isso dá
um
æntido bem
razoável aotexto
de Pappus, masnão
é suficiente para concilia¡ sua descrição geral da análise com suaprópria
pútica
matemática, nem coma prática
de outros matemáticos antigos. Na verdade, as duas parecem estar em sérioconflito. Em
sua descriçãogeral
da
análise, Pappus descreve-a (se estamos certos)como
uma
buscade
premissasa partir
das quaisa
conclusão desejada poderia serobtida,
ao
passoque as
aplicaçõesque faz do
método
consistemnuma
série det
Cf. Pøppí Alexandrini Collectioltß Quae Supersunf, Vols.I-III,
Fr. Hultsch (ed,.) 1876-77; Berlim: Weidmann, pp. 634-36. Cf. Hintikka, J.,1973: Logic, Language-Games and Inîormøtion(= LLGÐ. Oxford: Clarendon Press, Capítulo
)fl,
e Hintikka-Remes, Capítulo II, pará literaturasecund¿í¡ia sobre a descrição de Pappus.-4 Hintikka-Remes, Capítulo
II.
A
Análise GeométricaAntiga eA
LógicaModerna
3l
conclusõesa
pætir
de premissas queincluem a
conclusão desejada,e
que portanto caminhamna
direção
diametralmente oposta àquela consideradana
descrição geral acima citada. Nao é de admirar que a maioria dos comentadores tenha ficado perplexadiante de tão
violentas
discrepâncias. Retomaremosmais
tarde ao
problemas daí resultantes (ver especialmente a Seção 8).Talvez valha
a
penanotar
maisum
aspecto geral. Embora Pappus faça distinçãoentre
análiseteórica
e
problemáticaem
sua descrição geraldo
método,
é
possívelmostrar que
tal
distinçÍÍoé
convencional,e não
essencial para nossa apreciação dométodo.
Apesar disso, a importância da distinçãotem
sido superestimadapor
alguns modernos estudiosos do método.3.
Exemplocom
o fim
de ilustrar a
prática
matemáticareal, reproduzimos
a
análisede
um problema na Collectio de Pappus, na tradução de T.L.
Heath:Dado um cftculo ABC e dois pontos D e .É', externos a ele, traçar linhas ¡etas DB, EB a partir de D e E até um ponto .B no cí¡culo tais que, se os prolongamentos de DB e EB
encont¡arem o círculo novamente em C e A, AC seja paralelo a
Df.
AnÁlise
Suponhamos
o
problema ¡esolvidoe
a ta¡gente emA
taçad,a, encontrando op.clongamento de ED em F.
(Pa¡te
L
lYansformaçõo.) Entâo, desde que AC é panlelo a DE, o ângulo em Cé iguat ao ângplo CDE. Mas como
FA
é.'ma ta¡gente, o ângulo C éigual ao ángulo FAE. Pofianto, o ângulo FAE é þual ao ângulo CDã, e assim A, B, D,.F estâo sob¡e o mesmo cí¡culo. Portanto, o retângulo,4.E,EB é ig:ual ao retângulo FE, ED.(Parte
IL
Resoluçlo.) Mas o retângulo AE, EB é dado, pois éþa1
ao quadrado sobre a tangente a partir de E. Portanto, o retângulo FE, ED é dado; e como ED édado, então FE
é
dad,o (em comprimetto). fDados,5Z]. Mas FE é tarnbém dado emposição, de modo que
ìr
é
dado. frDados, 27f.
Agon,FA
ê, a tangente a partir deum ponto dado .F, a um círculo ABC, dado em posição; pottarto,
FA
é
dado em posição e magnitude. fDados,90l.
E F' é dado; então,A
é dado. Mas.E é também dado, portanto, a reta AE é, d,ada em posição. lDados, Z6f.E
o
círculo ABCé
dad,oem posição; portanto, o ponto
B
é também dado. fDados,25]. Mæ os pontos D, .Esâo também dados; pofanto, as retas D8, BÉ' são também dadas em posiçâo.
S{ntese
os dados os círculos ABC
e
os pontosD,
E ED e por uma certa rcta EF, [retángulo esse]clrculo a partir de,E. A partir de .F, tracemos FZ tangencionando
o
círculo em u4; tracemos ABE e depois DB, prolongando DB demodo a encontrar o círculo em
c.
Tracemos .4c. Digo então que z4c é faralelo a DE (ParteII.
Demonstraçiío.) Desde que, por hipótese, o retângulo FE, ED é igual aoquadrado sobre a tangente a partir de
4
o qual, por sua vez, éþal
ao retôngulo AE, EB, o retángulo AE, EB é igual ao retângulo FE, ED. portanto, A, B, D, F estão32
JøakoHintikk¿
e Unto RemesFAE
é
þ:ual aoâtþlo
ACB no segmento altemo; portanto, o ângulo ACB é þual ao ângulo BDE. Portanto,lC ó pæalelo a DE.sO
exemplo mostra
quais são -as diferentes partesdo
método
total
de
análise eslntese.
os
nomes das partes,entretanto,
não se encont¡am em pappus,e
"transfor-mação"
é
às vezes denominada"análise"
no
sentido estrito
do
termo. Em
sentido amplo, "análise" compreende também a "resolução".Val
distintos
quea
construçãoe
ospassos
exemplo,o
traçado da tangenteem
A
rmaçâ'oé
dedutivo.
A
parie
da"const
passo que na parte da..demons-tração"
não
se efetuam construções.)iEncontram-se também construçõesna
análise teórica, por razões que ærão comentadas mais adiante (ver Seção 10).4.
Métodos de deduçäo nøturalEm
quemedida
a lógica moderna pode esclarecer esse venerável método de análise? Para obter uma resposta, devemos examinar as regrasdaquilo
que é chamado método damé do em
por exemplo, emlllathematical
Logic
de Kleene, p. 289 ss.óO métodb do tøbleau consiste no seguinte. Quando se deseja demonstrar a disjunção
de V1, V2,
..
. apartir
de U1, Uz,
...
, começa-sepor inserir
(It,
(J2.,...
na coluna esquerdado
tableau ev1, v2,....na
coluna (direita) conjugada (regra (Ð). Em seguida, procede-se de acordo com as seguintes regtas:(ii) Se
I
X apa¡ece em alguma coluna coloca-se X na coluna conjungada.(iü) se /x/
x
(x) aparcce numa coluna esquerda, ou æ (Ex)x
(x) apatece numa coluna direita, coloca-se na mesma colunax(p)
pæa cada indivíduo p que tenha sido introdu-zido ou que venha a ser introduzido.(iv) Se
X
& Y aparece numa coluna da esquerda ou Xv Y numa coluna da direita,coloca-seXe
f
namesmacoluna(v) se
x
)Y
aparece numa coluna da direita, coloca-sey
na mesma coluna ex
na coluna esquerda conjugada,(vi) se (a)
XvY
apareæ numacolunadaesquerda, (b) xfynumacolunadaesquerda, (c)x&
f
numa coluna da direita, (d)x=f
numa coluna da esquerda, ou(e)x=y
numa coluna da direita, então o tableau deve ær bifurcado, e colocamos:(a) X em uma zubcoluna esquerda e
f
na outra,(b)
f
em uma coluna dä esquerda ex
na coluna dlu;eita näo conjugada a ela. (c) X em uma subcoluna da direita eI
na outra.5
A
g1d-yçã9, é. de Heath, T.L.,\!26; fþe
Thirteen Books of Euclid,s cambridge u^niversity!res,
pp.-r4l- r42. p¿ce Heatt, rãamos da constru-arte da t¡ansformação (pconstru-arteI
da análise).6 Ver Kleene, stephen c.,1968:Møthemotical Logic.
A
Andlise Geom¿trica Antigø eA
LógicøModerna
33 (d)X
e
Y em uma coluna da equerda e novamenteX
e Y na coluna di¡eita nâocoi,rjugada a ela.
(e)
X
em uma zubcoluna da esquerda,f
na subcoluna direita conjugada a ela,f
na outra subcoluna equerda, e X na zubcoluna di¡eita restante.(vi) Se
/Exi
X
(x)
aparcæ, numa coluna da esquerda oa (x) X (x) numa coluna dadi¡eita, int¡oduz-se um novo indivíduo
p
e coloca-seX(p)
na mesma coluna (é con-veniente não aplicar esta regra até que se tenham eqgotado todas as possibilidadesde aplicação de outras; a parte da construçaio que começa com
a
introduçâo dok{simo
indivíduoe
termina coma
int¡oduçã'o do (k +lþsimo é
denotada por késimo estógío).(vüi) Se uma mesma fórmula aparece em ôuas colunas conjugadas, o conespondente tableau (ou subtableau) está fechado.
(ix) Se todos os sttbtableaux zubordinados ao mesmo tøbleau (ou su>taorcau¡ estão fechados, então o tableau (ou subtableau) está fechado.
(x) Se todas as possibilidades de aplicação das regras (Ð
-
(vii)
se esgotareme
otøbleau atnda não está fechado, entalo o tableau fotnece um contrarxemplo adequado e o pfocesso termina.
Temos
no
tableauoriginal
drtas colunss (conjugadas), a esquerda e adireita.
Se o tableau ptecisa ser decomposto, resultam duas subcolunas esquerdas e duas subcolunasdireitas.
Essas subcolunas são combinadas duæ a duas, formandonm
subtableau. As colunasdireita
e esquerda que,juntas, formamumtsbleau
ou um subtableau, são ditasconiugadat
Um subtableau pode ser novamente decomposto.As regras para o Cálculo Seqtiencial são as seguintes:
A,l-+
@,,8-+J
l-+@,.4,8,1-+@
f+
f-+@,1
lß.
l+@,A,8
l+@Av
B. .,4,l+@
l+@,-J.,4.
AvB,l+@.
v+
I-+@, r4-l/,
l+@.
l->
,4,fl
l-+@I->@,4,8
A-B,l+@.
A(r),
v
xA(x),1-+@
+V
-+-l
ry+vx
A(x),î->@.
v+
onde não há ocorrência de ó livre emI
-+@t\
x
A (x).-34
Jø¿koHintikka
e Unto Remesà direita
se,e
somente se,é
possívelobter
uma demonstração para a seqüência (J1,Ur, .
.
.u
Vt, Vz,.
.
. pelas regras dométodo
de Gentzen. Issõ pode ser verificado comparandoos dois conjutos
de regrase
observando que são idênticos, exceto pela direção de procedimento.Muitos
resdtados teóricos de demonstraçãojá
foram
estabelecidos para o método de Gentzen. Alguns deles são relevantes para a interpretação do antigo método deaná-lise.
No
entanto, o
esboço geral dos métodos de Beth e de Gentzenjá
seráútil
aqui.5.
A
aruÍlise como mëtodo de deduçdo naturalA
estrategia'intuitiva
subjacente aométodo
dos tablempc semânticos deveær
clara.Tcomo
já
seindicou,
quando tentamos demonstrar a disjunçãode v1,
v",.
. . apartir
de premissas dadastl,
u2,
.
. ", dispomos as primeiras na coluna da di¡eita do tableau easúltimænacolunadaesquerda.Então,oquesefazaorestender,acolunadaesquerda
parabaixo pode
serinterpretado como
inferir
conclusõesa
partir de
(\,
(J2,...,
reita
se buscam premissas ap
EVt,
da. Essa não é uma
descrição
aindasferência de uma
fórmula
de
tudo,isso não afeta a possibilidade de
tomar o
métododo
tableau como um procedimentogradual,
que
começacom
as conexõesdedutivæ
desejadase tenta
utilizar
as duas pxtremidades para conæguir uma manei¡a de estabelecê-las.Esse
proc
a partir
das extremidades parao
meio, com a
esperançade que
uma
ventualmente encontrada.A
possibilidade de transferênciade
fórmulæ
na
para
a
coluna
conjugada,no
entanto,
signifìca que o processonão
linear.A
partir
desse ponto de vista, muitas regras do tøbleøujâ
podem ser compreendidas.Por
exemplo, aimportância de
(vi) (c)
é simplesmente que, para demonstrurx&y
(apartir
das premissas dadas), devemos demonstrar tantoX
quantol.
A
interpretaçao da regra deinstanciaçfo
(vii)
talvez naã sejatão
clara.contudo,
podemos
pensá-lacomo
efetuando
simplesmenteuma
transição
de
uma
fórmulacom
variáveis ligadasà
expressãocorespondente,
livre de
variáveis.por
exemplo,a
segundaparte de
(vii)
pode
ser entendidada
æguinte ma¡reira: para demonstrar7
É
claro quo, geralmente, a estratégiaA
AntúIise Geométrica Antigø eA Lagiu
Modema
35(x) X (x)
é suficiente demonstra¡X(p) pan
uma novø va¡iávellivte
p,
que não tenha relação com as variáveisjá
usadæ.A
naturalidade dessa maneira de encara¡ os tableøitx de Beth talvez setome
maisevidente
seintroduzirmos
regras derivadasem
nossotratamento. Assim,
podemos conseguir Y numa coluna do tableau de Beth apartir
deX
e deX
)
Y,
etc.Cada
par
de colunas conjugadas deve, obviamente, ser imaginado como umalinha
de
demonstr¿ção separada,que
deve ser completada antes quea
deduçãototal
seja conseguida.A
regra parao
fechamento deum
par
de colunas conJugadas tambémtem,
dessamaneira,
um
significadomuito
natural. Signifìca simplesmente que, quando a mesmafórmula
apa¡ece em ambas as cohuras corijugadæ, a conexão acertadafoi
estabelecida entre as diferentes conseqüências das premissas dadas e as diferentes premissas poten-ciais apartir
das quais pelo menos uma das conseqüências desejadas poderia ser dedu-zida: uma das primeiras liga-se a uma das últimas.Esse processo
lembra fortemente
a
descriçãode
Pappusdo
antigo método
deanálise.
No
método
do
tableau,descrito em iermos ligeiramente
diferentes(e
em termosum
pouco
imprecisos), começamos (especialmente na coluna dadireita)
coma
conseqüência desejadae
procedemos apartir
dela através de suas premissas poten-ciais até algo que se segue dæ premissas pela dedução"sintética"
normal.Em
outras palavras,no
métododo
tableau assumimos a conseqüência desejada como sejá
tivesse sido conseguida, e indagamos de que ela resulta, de onde estaúltima
poderiadecorer
e assimpor
diante até que alcançamos uma das premissasou
uma de suas conseqüên-cias conhecidas (estabelecidas na coluna da esquerda).Obviamente, essa descrição
do
método
do
tableau
acompanha estreitamente adescrição de Pappus
da
análisecomo
dadain
extenso na Seção2
acima (einterpre-tada da
manei¡afeita
aqui).
Dessemodo,
existeuma
forte
semelhançaprima
facieentre
a
antiga
análisee
técnicasde
deduçaonatural
adequadamente formuladas. 6.A
direçdo da aruÍliseEsse parentesco pode ser ainda mais explorado. O
método do
tableøu pode serenca-rado
ainda
de outro modo,
que lembra
o
que
encontramosno
material histórico. Se simplesmente substituímostodæ
asfórmulas da
coluna dadireita por
suas nega-ções, conseguimosum
método
deobter
conclusões quando desenvolvemos qualquerdæ
duas colwras(tomando
cada par de colunas conjugadas como umalinh4
altema-tiva de
argumento,que
deveser concluído para
ser possfvelobter uma
conclusão acerca das fórmulas.originais).
De fato,.qualquer par de
colunas conjugadæ pode agora serfundido
em
umasó
coluna. O procedimento setoma
muito
parecido como
método
de construção deconjunto modelo
deHintikka,
no qual
a distinção entre colunas é desnecessária.8E Para as regras de construção do
conjuntomodelo*:*i:551åär*1t¿.."Trllä?.taå
?,î,:å:^
rever, passo a passo, um contra+xemplo à construção de U1 & Uz
&...
&-Vt
&-V2 &..
.).I
I
36
JaakoHíntíkka
e Unto RemesNaturalmente, essa técnica é
equivalente
mais do queuma
mudançade
notação. Coniudo,
a
in
ivo
de
todaa
manobraé
tgota diferente.Ao
invés det
uma de umconjunto
Ut,
Uz,
'
',
estamosagoraten
"'E-V:,-V2,""
Agora
a
onjugadæé
ainda maisintuitiva
u
termo
quandoleva
auma contradição, isto é, à asserção conjunta de uma fórmula e de sua negação.
Assumindo
a
lógica
clássica, essencialmenleo
mesnn mëtodo
"øtalítico"
podeeñtão
ser usado paraconstruir
demonstrações diretas de trás para diante, começandoparcialmente
da
conclusãoa
ser
demonstrada,e
paraconstruir
demonstraçõespor
|eductio ad
øbsurdum,isto
é, para demonstrações que reduzemo
contraexemplo
aoabsurdo.
Essaidentidade lembra fortemente
aquilo
que
encontramosno
material histórico.Primeiramente, notemos que,
no
método original
do
tableau, procedíamos "paracima", contra
a
direção das relações de conseqüêncialógica,
procurando premissæ intermediáriasa partir
dasquais
a
fórmula
superiorà
direita
(ou
umafórmula
deum
conjunto de fórmulas)
pudesse serinferida.
No
métodoinvertido,
æ conclusões säo obtidas àdireita,
apartir
da fórmr¡la (ou fórmulas) superior direita, o quesigrifica
procedimento "para
baixo", na
direçãodæ
relações de implicação lógica. Como osdois
métodos são basicamente idênticos,é
de se esperar que facilmente haja alguma confusão nas discussões históricasdo
método analltico,
no
que
diz
respeitoa
qual seria sua real direção, enquanto comparadacom
a direção das relações de conseqüên' cia lógica. Todo estudante de matemática grega sabe que tal expectativa é amplamentejustihcada. Existe uma
literatura
extensa, embora inconclusiva, sobrea
verdadei¡a direção da análise geométrica.E
podemos perceber que há razões para que essalitera-tura tenha
permanecidoinconclusiva
e,
igualmente,para
que
asfontes
primárias exibissemuma
certa confusão.Um
exemplo
disso é a discrepância entre a descriçãogeral
da
análisede
Pappuse
sua
própria
práIica analltica,
mencionada acima, na Seção2.
(Talvez os geômetræ gregose
seus' comentadores não devam ser criticadosmuito
severamente,pois,
COmovimos,
o
próprio
fll¡sunto apresentauma
sutileza considerável.) De certo modo, pode-se dizer que a análise procede em qualquer direção.Todo o
problema da direção da análise é também superficial,no
sentido de que nãose liga à utilidade heurística do método da análise.
Contudo,
deve-senotar
que a direção faz diferença quanto ao que podemos esperal conclui¡ de uma análise completada com sucesso.7. Análße e reduçilo
Outra comparação histórica é posslvel. Tem sido conjecturado que o método analftico se
originou do método de
demonstraçãopor
reductio ad
abswdum
A
identidade básica dæ versões adequadas de ambos aponta para anaturalidäde
sistemática detal
tesehistórica.
(Devemosnotar
que, assumindo alógica
clássica,a
diferençaque
ràsA
Antilíse GeomëtricaAntþa
eA
LógicaModema
37 vez€s sefaz
entre demonstrações redutivas que estabelecemum
resultado (negativo), digamos-P,
æsumindo P (classicamente,--P),
e demonstrações que estabelecemP
e
--P,
classicamente) æsumindo-P,não
é essencial para os detalhesdatesehistó'
rica.) eAlém
disso, podemos encontrar, nasfontes
históricas, indicaçõesclaræ da
idéiade que
o
mdtodo analítico
pode proporcionar ambos ostipos
de demonstração, istol é, diretæ ou redutivas. Por exemplo, Pappus escreve:Se aquilo que é admitido
fo¡
verdadeiro, a coisa procurada será também verdadei¡a' Mas æ chegamos a alguma coisa que se¡ia falso admitlr, o que é procurado será também falso.Isso é
dito
sobre a análise teórica, e Pappus faz a mesrna asserção a respeito da eficiên' cia da análise problemática(cf.
Seção2
acima).Ao
mesmotempo,
percebemos que Pappus parece algo confuso, quandointerpre-tado
à
luz
de nossas observações.De
fato,
não
sepode
esperaruma
demonstraçãodireta
de uma hipótesefl
e uma contraprova del/
(isto
é, a demonstraçãode
-H)
apartir
de premissasPt,
Pz,.
. . através do mesmo procedimento analítico, ínterpretado consistentemente ànosa
maneira, como Pappus parece estar assumindo.No
primeiro ca.so deve-se começar apartir
de P1,P2,.
.
.
(à esquerda) e f1(à direita),
e proceder de acordocom
as regras originais,ou
então apartir
de
P1,P2,.
.
' (à esquerda)e-H
(à direita),
e usar agora as novas regras (imagens de espelho das originais). Noultimo
caso, deve-seinverter os
papéis dos dois conjuntos de regras,É
esteo
significado dofinal
da
Seçãoanterior,
onde se disseque a
direção da análisefaz
diferença quanto ao que se pode concluir dela, quando o processo é concluído.A
confusão de
Pappustem
sido
usualmenteatribuída
a uma confusãoentre
asduas possíveis direções
da
análise.Agora
percebemos que elapode
ser deyida, emúltima
análise,a
um
mal-entendido maissutil,
a saber, a uma confusão sobre como, precisamente,a
direção
da
análisese relaciona
com
a
conch¡sõesdela
esperadas. Mais ainda, devemosnotar
que isso não é incompatível com a afirmação de que várias tradições diferentes estão presentes na descrição confusa de Pappus, como fez Gulley.ro Se a idéia redutivafoi
aprimeira,
deveríamos encontra¡ diferentes estratos histórico na versão de Pappus.8.
Por que a síntese?Uma
importante
diferença prirnafacie
entreo
antigo método de análise e os métodos modemos de dedução natural (como o método do tableau) é que oultimo
proporcionaro Ver Gulley, N., 1958: "Greek Geometrical Analysis",Phronesis
3,pp.l-14.
(Traduzido neste38
JaalcoHíntikka
e Unto Remesum
resútado definitivo
tãologo
a análise tenha terminado(isto
é,tão logo
todos ospares
de
colunæ
conjugadæ estejamfechados), enquanto
o
velho
procedimento geométricoda
análise era associado auma
síntese complementaf,em
todos os seus usostlpicos
na antigüidade.É
somentejunto
com uma sfnteseçe
e análise fomecia ao matemático uma demonstração aceitâvel. Por isso, o método talvez devesse ser chä' mado, como defato
freqüentemente acontecia, de método da análise e sfntese'por
que essa discrepância entre a análise geométrica e a dedução natural? Podem-se apresentar duas explicações diferentes, que em conjunto servem para mostrar que essadiscrepância aparente atua
muito
pouco contra o paralelismo dos dois métodos, e que, de fato, reforça esæ paralelismo.Em primeiro
lugar,aquilo
que uma construção dotipo
tableau nos dá não seæse-construção
(par
de
colunas conjugadæ) sefecha
quandoleva a
um beco sem saída,e
a
construçãotem
sucessoquando
todæ
asmaneiræ
diferentes deconstruir
umter
algumtipo'de
prova lógica apartir
detal
cons-comparaçãocom
o método de Gentzen facilmenteum
certo número de reajustes, especialmente caso se objetiva uma conversão para uma forma de argumento maisfamiliæ
do que atécni'
ca de Gentzen. Tais reajustes podem ser comparados
com
aparte dasíntese, no méto-do duplo de análise e slntese.No
entanto,
essa compafaçãonão
pode
ser levadamuito
longe.
Obtém-se umainterpretação ainda
melhor
apontando
a
inconveniência
prática
de
distinguirentre
as duas colunas conjugadæ numa construçäo de tableau de Beth.Tal
distinção pressupõe uma escrituração dupla, que é bætante incômoda no caso de um argumentointormal.
Por essa razão, os métodos dos velhos geômetras diferiam dæ formas usuais dos métodos modernosda
deduçãonatural.
Se comparamos seu procedimento com os métodos lógicos dehoje,
somos forçados a dizer que eles, comefeito,
procediam alegremente "parabaixo"
num tsbleau deBeth
também na procura de demonstraçãodirãtæ, isto é,
eles realmenteproduziam
conclusões lógicasem
ambæ
æ
colunas(cuja
diferençaentão
desaparecia). Quandotal
procedimento termina, somente uma conclusão negativa indesejada pode, ipsofacto,ser
conseguida' No caso de um resulta-do negativo, as premissæ passam aimplicar,
não a conclusão deæjada, mas sua nega'A
Andlíse GeométricaAntiga
eA
LogicaModuru
39 ção. Isso acontece quando sentenças(por
æsim dizer) contraditórias aparecem em cadapar de
colunas conjugadæ(isto
é, em
cadalinha
de
argumento). Contudo,no
casopositivo
(a mesmafórmula
surgindo em cadapar
de colunæ conjugadas),não épossí-vel
tirar
qualquer conclusdodefinitiva.
Umatal
conclusão só pode ser alcançada pormeio
deum
exame. separado, calculadocom a finalidade
de determinar se as regras usadas em sua análise podem ser invertidas de modo aproduzir,
de fato, uma demons-tração direta.Assim,
o
caráterduplo do
antigo método de
análise e síntese toma-se inteligívelcomo
resultado
da
inconveniênciada
aplicaçãodo
procedimento
(auto-suficiente)de coluna dupla
para conseguir inferências apartir
de premissas e, simultaneamente, procurar premissæ intermediárias apartir
dæ quais se possa obter a conclusão desejada. Para estabelecera
firmeza
da
análiseé
muito
mais conveniente procedernuma
sódireção
e
depois(à
luz do
que se aprendeu através desse estratagemaútil,
mas arris-cado) reexaminar os passos praticados na análise.Isso explica parcialmente um importante problema
em
Pappus.Em
sua descrição geralda
análise, Pappusfala
deuma procura
passo-a-passo de premissas apartir
dasquais
a
conclusão desejada possa sertirada
(assumindo,é
claro,
a
interpretaçlio
deHintikka-Remes, mencionada
na
Seção2).
Mas se isso fosse estritamente verdadeiro,a
sfntese seria meramente uma formalização vazia.E,
em sua prática, Pappus extrai inferências apartir
daprópria
conclusão desejada, tão alegremente quanto o geômetravizinho.
Tal
discrepância entreteoria
e prática era provocada pelas características dâsituação lógica,
e
que aparentemente Pappusnunca
desvendouinteiramente.
Sua inconcludéncia tranqparece tambémno
fato
de eletratar
do mesmomodo
resultados positivose
negativosda
análise, mesmo quando esta é interpretada como uma busca de demonstração direta. Isso ocorre na descrição geral da análise de Pappus (ver seção7
acima).9.
Por que a anólise é analítica?A
utilidade
heurística
do
método analítico
requer
uma
explicaçãodiferente
dæ questões relativasà
direção. Parece-nos queo
valor heurístico
do
método
analftico depende consideravelmentedo fato
de ser posslvel encarar as demonstrações obtidaspor
seu
intermédio como
concernentesa
um
tipo
específico
de
constelação deindivlduos
(membrosde
nosso universode
discurso).No
caso original da geometriaelementar,
a
demonstração
irá
lidar
com
um
tipo
particular
de
configuração geométrica. Como conseqüência, pode-seentender a
busca dessa demonstração comoum
estudo das interdependéncias existentes nessa configuração de indivfduos. Como usualmente fazemosuma
idéia
cla¡a dessas interdependências,é
maisfácil
recorrer a nosso conhecimentoimplícito
neste caso do que em muitos outros tipos de procedi-mentos de demonstração.Essa tese
permite tomar
a
análisecomo uma
análisede
confìgurações.(No
caso especialda
geometria,a
análise toma-seuma
análisede
figuras.) Nossa tese aqui seT
40
JaskoHintiklø
e Unto RemesUma vez que se tenha
(por
assim dizer) uma fìgura frente aos olhos, pode-se traçar nela séries de interrelaçõestanto
"pataafrente"
(na direção das conseqüências lógicas)quanto
"para trás"
(na procu/a
de premissas adequadas para as conclusões dadas), essencialmentecom
a
mesma
facilidade.
É
essanatureza
"configurativa"
dos argumentosanalíticos
que
é
heuristicamente essencialaqui,
e
não
a
direção
da análíse.Nossa
imagem
da
análisecomo análiæ
de
configuraçõesexiginí uma
restriçãoimportante
(ver
Seção10,
adiante). Pode parecer também quea
possibilidade deconceber desse
modo a tentativa
de encontraruma
demonstraçãotem pouco
a vercom
o
procedimentode
demonstraçãoque
æ
deseja conseguir. Na verdade, porém, os dois modos de proceder são estreitamente ligados.Como
primeira
aproúmação,podemos
dizer que a busca de uma demonstraçãopor
uma
técnicacomo a
do
método de
tøbleøu só pode' servista como uma
análise de configurações se essa técnica de demonstração satisfazeraquilo
que se conhece como propriedade de subfórmula. Tal propriedade está presente caso, no processo de procura de uma demonstração, as fórmulas são quebradas em fórmulas cada vez mais simples.Não
é
difícil
percebera
necessidade dessa condição para que possamos pensar na demonstração rezultanteem termos
deuma fìgura
ou
configuração dadas: caso nosfosse
permitido introduzir
qualquer
fóunula
complexa em
meio
à
demonstração,não
haveria qualquer esperançade
sepoder
iirterpretá-lascomo
referentes à mesma figuraou
confìguração.O
uso de tais fórmulas complexas pode abreviar as demonstra-ções,mas
ao
mesmotempo
pode também tornar
maisdiflcil
a
sua interpretação. Para perceberque
esse nãoé um ponto
ocioso, consideremosa
situação lógica.No
estudo
de
sistemasdo
tipo
Gentzen, freqüentemente se
consideram regras adicionais às listadas acima, e diferentes delas (ou regras derivadas daquelas). Um casotfpico
(e importante) é o da chamada regra do corte (ve-r Kleene, p. 331):[->
CC
l-+
@À,
I
+.4,
@Omitindo
I,
À e
A
da
regra
do
corte
pode-seobter
a
regrade
modus
ponens-+C
C+@
-@
e æsim podemos considerar a regra do corte como umaespecie de
princípio
reforça.do de modusponens.t' (A
esta altura, mesmoum
leitor
desatento terá notado que as regras 1r Sobre o tratamento orþinal da fórmula do corte no cálculo seqüencial, ver Gentze n, Ç., !9Ja', -Ùntersuchungen über-das. logische Sctrliessen", Mathematische Zeítschrift 39,pp_. I76-210_e oo. 405-431: -pa¡a uma idéia ante¡ior sob¡e a eliminação do modus ponens, ver Herbra¡d, J., äñ¡ Warren D. õo|dfarb e J.va
Heijenoort (orgs.), l97l:Logícal Writings. Dordrecht: D. Reidel Publishìng CompanY, PP. 40ss.A Análise GeoméÛica Antiga e
A
LogicaModema
4l
parao
Cálculo Seqüencial dotipo
Gentzen, dadas acima, não contêm qualquer forma de modus ponens.)O
análogoda
regrado
corte
no
método" dostableatß
de Beth é obvio. Podemos formulá-lo como segue:(xi)
sex
aparece na coluna da esquerda eI,
na coluna da direita de um tobleøu (ott de um subtableau), o tableau pode ser decomposto. Coloca-se uma nova fórmula C em uma coluna da direita,e
também na coluna da esquerda nâ'o conjugada a ela'A
partir
dessaformulação
vê-seque
o
uso
irrestrito da
regra
de corte
destrói,qualquer
esperança de imaginar as demonstrações resultantescomo
relacionadas dealgum
modo
com
as confìgurações especificadas nas premissas originaisda
demons-tração (fórmulas superiores esquerdas,no método
deBeth).
Defato,
a regraintroduz
uma
nova
fórmula C
(a
fórmula do corte) no
argumento. Comonão há
restrição à complexidade deC
estafórmula
pode transcender toda e qualquer situação descritaem (Jr, (Jz,
...,
detodas
as maneiras possíveis.A
menos que a regrado corte
sejaeliminada,
não há
esperança de entenderum
argumento lógico à l¿ Befh como uma análise(no
sentido comum
do termo)
deuma
configuraçãodefinida
de indivlduos. Obviamente, o mesmo vale para outras técnicas de demonstração.Pois bem,
o
estudo deuma
abordagemdo tipo
Gentzenà
lógica mostra que osmétodos simples
e
transparentesde
demonstraçãoque fomece
são caracterizados precisamente pela possibilidade de dispensar arcgÍa de corte e outtas variantes compa-ráveis de regrasdo tipo
modus ponens. O quetorna
os métodos de dedução natural realmente naturaisé
que
eles preservam a propriedade da subfórmula(lida
de baixo para cima,no
caso das demonstrações de Gentzen). É isso o que confere simplicidade às demonstraçãodo
tipo
Gentzen (sem a regrado corte),
e que proporciona comodi-dade heurística à busca de tais demonstrações. Emvirtude
da propriedade desubfór-mula,
na
buscade
demonstrações podemos sempre estudar(com
certas restriçõesque
serão
apontadas maistarde)
partes mais simplesda
situaçãototal
considerada nas premissas dadas e/ou na conclusão.É
claro que o
mesmo seaplica
para o método dotubleau.
O
que dá interesse erelevância
lógica
atodos
esses métodos é essencialmente a mesma característica quetorna
possível encarara
busca das demonstrações resultantes(como
são as análises geométricastradicionais,
ou
seja,
processosde
busca) como
estudos ("análises")de uma
dada configuraçãoou
situação. Nossa teseé
que isso representa uma parte importante da utilidade heurfstica do método tradicional de análise.Também vale a pena
notar o modo
como a possibilidade de usar regras que violam a propriedade da subfórmulailustra
a diferença entre concepções distintas da análise. Quando tais regras são,por
exemplo, incorporadas ao método do tableau,nadamuda em relação à direção de nosso procedimento, Portanto, o resultado é ainda um métodoanalítico (tanto
quanto era
antes da mudança),num
sentido puramente direcionalde
análisee
síntese. Apesar disso,do
que dissemos antes se segueque
o
resultado não pode ser sempre analítico, no sentido de análise de configurações.42
JaaknHintikka
e Unto RemesO
fato óbvio de
que nenhum matemático reconheceriao
método heurlstico
deanáliæ
num
procedimento que
nÍio
satisfaçaa
propriedadede
subfórmula
e
que,portanto, pode alterar
a
configuração
dos indivlduos em
exame, fornece
apoioadicional
à
nossa ênfaseem
classificarcomo
análisesde
configurações as variantes heuristicamente relevantes do método de análiæ.10. O papel das construções
A
idéia da
análisecomo
análisede
configuraçõesou
fìguras requer,contudo,
uma restriçãci considerável.Em
sua forma mais
resumida,tal
restrição talvez possa ser expressa na afirmação de que a fìgura analisada na análise não é afigura
de que tratao
teorema a ser demonstrado, mas essa fìgura suplementada por construções auxiliares adequadøs. Por exemplo,no
casocitado
a respeito daprática
de Pappus, tais constru' ções auxiliares são executadas noinício
da análise (ver a Seção 3).A
necessidade de construções auxiliares eraum
fato
da vida bem conhecido pelos geômetrasda
antigüidade,embora
as razõesmais profundas
para essa necessidadenão
fosem
inteiramente
compreendidas.r2No
método
do
tableau'
o
papel
das construções auxiliares é desempenhado pela regra(vii).
Em seus dois casos elaintroduz
um
novo indivlduo "escolhido
arbitrariamente"
na
confìguraçãoque
está sendo estudada.Como
Bethjá
apontou,
essa regra.relaciona-se estreitamente como
antigo conceito de ecthesis, que é uma espécie de contrapartidaintuitiva
das regras de instan' ciaçãoda
lógica moderna.l3
Na
formrilação
de
Kleene
do
método de
Gentzen, o mesmo papel cabe às regras-
V ef +
Podemos também situar a questão da seguinte manei¡a: a
fim
de que um argumentológico
posa
ser interpretável como a análise de uma configuração fixada, é necessário (masnao
suficiente) queo
afgumento satisfaça a propriedade da subfórmula.É
tam-bém
necessárioque
o
número
deindivlduos,
consideradosjunto
com
suas relaçõescom
cadaum
dosoutfos,
não cresça.O
significado preciso é expresso pelo conceito degrau
deuma
sentença(de primeira ordem) de
Hintikka.la
Em
termosintuitivos
simples, são basicamente as diferentes regrasde
instanciação queintroduzem
novosindivíduos (não
importa
que
"escolhidosarbitrariamente") nos
argumentos lógicos, aumentando assim seu gtau.Na geometria, a introdução de novos objetos geométricos numa construção auxiliar,
ou
kataskeue,ocorria pelos
chamados postulados.A
diferençaentre
postulados eaxiomas
é,
numa interpretação, exatamentea
que esse empregoilustra:
a
aplicação de postuladosintroduz
novosindivíduos,
enquantoa
aplicação de axiomas trabalha com os objetos geométricosjá
existentes.Em
todo
caso, a dependência com respeito12 Sobre as observações referentes à necessidade de r'lqizqr construções auxiliares na g_eometria,
vet Proclus In. Pr. EucI. Comm. (ed. Friedlein), p. 78, linhas 12 ss, e Euclides: Suppl. Anaritti Comm., (ed. Curtze), pp. 88 e 106'
13 Cf. o artigodeBethemThePhilosophy of Mathematics,p,37,9 Be_th,_1970:-,4spectsof Modern Logic. Doñtecht: D. Reidel Publishing Company, p. 44; Hintikka, LLGI, p. 2L5.
A
Andlise GeométricøAntiga
eA
LogicaModerru
43a
construções auxilia¡esnão
nosretira da estrutura
axiomáticada geometria.ls
As construções auxilia¡es são, na verdade,pouco
maisdo
que as contrapartidas antigas da aplicação das regras de instanciação modernas.Contudo,
essas construções são notáveis sob vários outros aspectos. Por exemplo, pode-se mostrar que,no
quediz
respeito à situação lógica geral, as construções auxi-lìares necessárias para demonstrarum
teotema proposto não são em geral previsíveis(no
sentido de que elas não podem ser encontradas efetivamente com base no número de Gödeldo
teorema proposto). Mesmo o número de indivíduos auxiliares necessários não é, em geral, previsível no mesmo sentido.l6Deve-se
admitir
quetais
construções auxiliares podem ser recutsivamenteprevisf-veis
em
partes
suficientemente elementaresda
geometria.l?
No
entanto,
esse caso especial nãoé
representativoda
situação geral. Podemos observar,como
ilustração,que
uma
dasprimeiras
curvasque os
antigosvieram
a
considerarna
geometriajá
os
colocavafrente a frente com
dificuldades não-elementares.A
função
periódicado
seno,
implícita
no
conceito
da
quadratriz,
uma
curva
descobertapelo
sofìsta Hippias, nãoé "elementar".r8
Sua incorporaçâ'o aum
sistema matem¿ítico elementa¡já
afeta a não-previsibilidade de instanciações, que discutimos.leIntuitivamente,
em termos geométricos a situação étal
que não podemos em geral saber quandojá
levamosa efeito
construções auxiliares suficientespara
que uma análise seja bem sucedida. Usualmente, não podemos nosrestringir
a analisar a figuraoriginal
envolvida
no
teorema
a
ser
demonstrado,e não
podemos,em
princípio,
estar seguros de já té-la desenvolvido suficientemente.Heuristicamente, isso significa que a descoberta de construções auxiliares adequadas
é
uma peculiaridade crucial numa tentativa de análise. Outra vez, esse fenômeno não passade um
caso especial dos problemasde
demonstraçãoefetiva
de teoremas na lógica de primeira ordem, em que a escolha da instanciação correta é freqüentementea consideração mais vital.2o
Ao
mesmo tempo, a necessidade de construções auxiliares, e sua imprevisibilidade, mostramque
o
método analítico
não pode pretender ser uminfalível
procedimentols
As construções auxilia¡es também podem ser introduzidas assmeio da demonstração
-
um problema que sabemos te¡ sidoclaramente constituí uma exceçã'o ao priñcípio da subfórmula evitar tal procedimento, usando postulados e axiomas.
ró Pois, se pudéssemos prever esse número, teríamos um processo de decisa-o.
17
Cf.
Tarski,A.:
"What is Elementary Geometry?", em The Philosophyof
Mathematics, pp. 165-175, reeditado a partir de The Axiomatic Method (ed. oorL.
Henkin, P. Suppes e A. Ta¡ski). Amsterdã: North Holland Publishing Compqriy, 1959, pp. !6-29.'larnbén remetemos oleitor ao arligo de Tarski quanto ao sentido de "elementa¡" que pressupomos aqui. r8 Tannery, Paul,Mémoires Scientifiques II, p.
I,
para a quadratriz.le
Cf.
Tarski,4.,
1951 :A
Decision Methodfor
Elementaty Algebrø and Geometry, ægunda edição. Berkeley e Los Angeles: University of California Press, p. 45.20
Cf. por
exemplo Prawitz, Dag, "Advances and Problemsin
Mechanical Proof Procedures", Machine Intelligence 4, pp.59-71.44
Ja¿koHintikka
e Unto Remesgeral
de
descoberta,não
obstante
a
pretensãode
Descartes deuMlo
como
tal.r
Mesmo
na
geometria elementar,a
idéia de
proceder analiticamentenão
pode, porsi
só,constituir
um
método cornpleto
de descoberta, necessitandodo
apoio
de ummétodo para
determinar
o-que
Iæibniz chamou
de "as
melhores construSes".22 (Yer Nouveaux Essøis,Livro
IV,
Capltulo
3,
g 6 eCapftulo
17, $ 3.)A
análise lógica pode, nessa direção,iluminar
a situação heurística de modo particularmente penetrante.I
1. A
ordem reløtiva das diferentes regra,sOs antigos geômetras tinham perfeita consciência da importáncia do papel das constru-ções nas demonstrações geométricas. Sua terminologia é prova suficiente dessa apre-ciação: freqüentemente, referiam-æ às demonstrações
como
"construções"ou
"figu-ræ"
(ôui7pc
ppa), e
ao processo deprova como
"traçado"
(lpupeu).23 Na
divisäotradicional
de
uma proposição
euclidianaem
diversas partes,a
construção auxiliarou
kataskeue (xæraoceutùtinha
um lugarpróprio,
precedente e separado da demons-traçã'o propriamenteditzouapoderxrb
(eròôe{ls),
durante a qual não seintroduziam
novos indivfduos na figura.2aA
possibilidadede
æparar desæmodo
as etapas de instanciação de outras etapasnuma
demonstração lógicanão
é tão trivial. Em
princípio, o
geômetra poderiamis-turar
aplicações de postulados e de axiomas. O-fato de que instanciações (construções)podem
ser reunidas de maneiraa
preceder a apodeixisé, na
verdade, resultado da possibilidade depermutar
as aplicações de diferentestipos
de regrasnum
argumentológico.
(No
cæo
geométrico, as premissas e a conclusão podem ser entendidas como estandona
chamadaforma prenex.)
Os lógicos sabem que tais resrftados sobre per-mutaçõesconstituem uma
das pedras angulares da modema teoria da demonstração.sendo
usadospara
estabelecermuitos
resultadosmetodológicos
não-triviais nessateoria.25
A
separaçãoeuclidiana entre as
construçõesauúliares
e
a
demonstraçãcpropriamente
dita
é uma
especiede
antecipaçãomodesta
de um
caso especial de tais resultados sobre permutações.A
mesma separaçãoentre
construções (sfnteses,em
sentidoestrito)
e øpodeixisera praticada
na parte da
slntesedo
método
duplo
de
análisee
síntese.De
fato, slntese(no
sentido estrito)
e apodeixis eram (nessaordem)
as partes principai-s da slntese (no æntido amplo). (Ver nosso exemplo, na Seção 2.) IIsso levou os antigos analistas a um problema que eles nunca dominaram em termos
lôgicos
abstratos, embora isso não prejudicasæ seu sucessona prática analftica.
Defato,
a ordem
relativa dos pæsos de construção e de dedução na an¿ílise dificilmentepoderia ser a
mesmada
sfutese, nem mesmo sua imagem especular. Pappus afirma2r Yet Lo Géoménie,9.299 do original.
22 Yet Pztwilz, Dag, op. cít. 23 cf. Hintíkka-Remes, capítulo
vII.
24 cr.LLçI,capítulo
IX.A
AnåIise GeométricaAntiga
eA
LôgicaModerna
45explicitamente
que,na
síntese, procedemosconforme
os mesmos passos da análise, mas na ordem inversa. Isso simplesmente não pode se¡ verdadeiro a respeito da ordem relativa dos pæsos de construção e de dedução: não podemos tomar"aquilo
que anteseram
antecedentes"como
"conseqüentes"na
ordem "inversa"
(cf.
Seção2).
Se aordem
da análise fosse, a esse respeito, oposta à ordem da síntese, todas as constru-ções auxiliares da análise deveriam ser executadas após os procedimentosnão-constru-tivos.
contudo,já foi
apontado que a análise não pode geralmente ter sucesso, a menos que se tenham executado construções auxiliares suhcientes,ou
seja, antes ou durante a an¿ílise.Portanto,
ao se reformular uma análise na forma de um argumento sintéticocomum (dedutivo), a
ordem¡elativa dos
diferentestipos de
passosnão
deveria ser simplesmente invertida, masteria
que mudar também de alguma outra maneira, como sepode
perceberno
exemplo da Seção3. (Lá,
a construção da tangente em1
foi
oprimeiro
passoda
aniílise, masde
maneira alguma se conve¡teuno último
passo da síntese. Pelocontrá¡io,
foi
um
dos primeiros passos da primeira metade da síntese.)A
sutileza lógica dos princípios que regem tais permutações estavam além do horizontedos
antigos geômetræ enquanto problema
lógico
geral,não
obstante quão bem sucedidos (e rigorosos) eles fossem na prática.Além do
mais, mudanças de ordem na aplicação de diferentestipos
de princípios eram, às vezes, necessá¡ias também para outros fìns. Se a aniilise procedia "para baixo',,isto é,
se ela consistia(inter
alia) em
tirar
conclusões lógicas apartir
das premissas,então
algumas das construções auxiliares executadasna
análisetambém
poderiam depender da conclusão desejada. Parajustificar
esse procedimento,o
geômetra tinha,portanto, que
demonstrar a independência das construções auxilia¡esda
análise em relaçãoâ
conclusão desejada. Freqüentemente isso implicava também um embaralha-mento adicional dos diferentes tipos de passos do argumento.26A
incerteza
e
hesítação consideráveisque
pareciam prevalecerentre os
antigos geômetrasa
respeito
da
natureza precisa dajustihcação da análisetêm,
então, uma razão sistemática sólida, na sutileza e dificuldade das regras de permutação da moderna teoria da demonstração.12.
A
"resolução"uma
análisecontém
aindaoutra
parte, chamada convencionalmente de ,.resolução,',como mostrado
pelo
nossoexemplo
na
Seção3.
Sua interpretaçãonão
é
æsunto simples, mas é possível compreender sua funçãoprincipal
apartir do
contraste entre os passosde
construçãoe
os
passosde
dedução.2? Essa "resolução" mostra, tipica-mente, que os passos doprimeiro
tipo
podem ser executados em termos doselemen-tos
dados. Em linguagem algébrica, poderíamos dizer que a "resolução', mostra que os valores das incógnitas são determinados como funções das variáveis conhecidas.Esse aspecto é amplamente ilustrado pelo exemplo
{a
Seção 3.A
"resolução', tem o papel de estabelecer que as retas desejadasDB
eBE
são "dadas".A
forçadesse termo26 Sobre uma tal possível dependência, ve¡ Hintikka-Remes, Capítulo