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PP Ana Paula Bussolaro

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Academic year: 2021

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(1)

ANA PAULA FAVRETTO BUSSOLARO

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO COMO AGREGADO EM

BLOCO DE CONCRETO ESTRUTURAL NA CIDADE DE SINOP/MT

SINOP

2013/2

(2)

ANA PAULA FAVRETTO BUSSOLARO

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO COMO AGREGADO EM

BLOCO DE CONCRETO ESTRUTURAL NA CIDADE DE SINOP/MT

Projeto de Pesquisa apresentado à

Banca Examinadora do Curso de

Engenharia Civil

– UNEMAT, Campus

Universitário de Sinop - MT, como

pré-requisito para obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora:

Professora

Camila

Regina Eberle.

SINOP

2013/2

(3)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dimensões padronizadas dos blocos...12

Tabela 2 – Conjunto de peneiras das séries normal e intermediária...13

Tabela 3 – Requisitos para resistência característica, absorção e retração...19

(4)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Armazenagem dos agregados na fábrica ... 15

Figura 2 – Preenchimento do molde com o material ... 17

Figura 3 – Compactação dos blocos ... 17

Figura 4 – Finalização dos blocos ... 17

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LISTA DE ABREVIATURAS

% - Porcentagem

m – Micrometro

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas cm – Centímetro

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

Fbk – Resistência á compressão característica do bloco kg – Kilograma

mm – Milimetros MPa – Megapascal MT – Mato Grosso NBR – Norma Brasileira

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Título: Utilização de resíduos de concreto como agregado em bloco de concreto

estrutural.

2. Tema: 3.01.00.00 - 3 - Engenharia Civil

3. Delimitação do Tema: 3.01.01.00 - 0 - Construção Civil 4. Proponente(s): Ana Paula Favretto Bussolaro

5. Orientador (a): Professora Camila Regina Eberle 6. Estabelecimento de Ensino: UNEMAT

7. Público Alvo: Estudantes, pesquisadores e Profissionais da área de Engenharia

Civil e áreas a fins.

8. Localização: Universidade do Estado de Mato Grosso (Av. dos Ingás, 3001,

Sinop, 78550-000).

(7)

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ... I LISTA DE FIGURAS ... II LISTA DE ABREVIATURAS ... III DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ... IV 1 INTRODUÇÃO ... 6 2 PROBLEMATIZAÇÃO... 7 3 JUSTICATIVA ... 8 4 HIPÓTESES ... 9 5 OBJETIVOS ... 10 5.1 OBJETIVO GERAL ... 10 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 10 6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 11

6.1 BLOCOS DE CONCRETO ESTRUTURAL ... 11

6.2 MATERIAIS EMPREGADOS ... 12 6.2.1 Cimento Portland ... 12 6.2.2 Água... 13 6.2.3 Agregados convencionais ... 13 6.2.4 Aditivos e Adições ... 14 6.3 AGREGADOS RECICLADOS ... 14

6.4 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS BLOCOS DE CONCRETO ESTRUTURAL ... 14

6.4.1 Armazenagem dos agregados ... 15

6.4.2 Dosagem ... 15

6.4.3 Mistura ... 16

6.4.4 Equipamentos de conformação ... 16

6.4.5 Cura ... 18

6.5 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS BLOCOS DE CONCRETO ESTRUTURAL ... 18

6.6 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL... 19

6.6.1 Reutilização e reciclagem de resíduos ... 19

7 METODOLOGIA ... 20

8 RECURSOS MATERIAIS ... 22

9 CRONOGRAMA ... 23

(8)

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é uma das principais fontes de impactos ambientais, começando pela obtenção da matéria prima, que a cada dia mais, vem gerando uma grande pressão nos recursos naturais existentes (SOUZA, 2006. 14p). O aquecimento do mercado da construção civil gera uma grande quantidade de resíduos. Visando a sustentabilidade, estes resíduos devem ser minimizados ou então devem ser adotados métodos para serem reaproveitados, possibilitando assim que as novas gerações desfrutem dos recursos naturais ainda existentes.

No Brasil a utilização dos resíduos, provenientes da construção vem aumentando nos últimos tempos. Sendo utilizados nas camadas de base e sub-base de rodovias e na fabricação de concreto não estrutural. Entretanto alguns pesquisadores apontam que é possível a utilização de agregados reciclados em concreto com função estrutural, mas não existe uma norma regulamentadora para o caso (DALPINO, 2008).

Considerando que o concreto é um dos materiais mais utilizados pelo homem, o reaproveitamento dos resíduos deste material pode diminuir a quantidade desperdicida de material. Como também a não degradação dos lugares onde os resíduos seriam jogados. Com isso, é preciso buscar a utilização dos resíduos de concreto. Uma alternativa é substituir os agregados convencionais por aqueles obtidos através das reciclagens, e adicionar, por exemplo, nos blocos de concreto. Os blocos de concreto é o principal material empregrado na alvenaria estrutural. Segundo Camacho (2006, p.4), a alvenaria estrutural vem crescendo cada dia mais, mostrando-se uma ótima solução construtiva, pois proporciona maior rapidez e um menor custo comparado com a alvenaria de tijolos cerâmicos, chegando à redução de 30% do valor total da obra.

No município de Sinop/MT, a reciclagem de entulhos não é uma técnica muito disseminada e os resíduos são encaminhados para o lixão da cidade. As indústrias de concreto e blocos que atendem o município e região geram uma grande quantidade de resíduos, entretanto, conforme alguns empresários, os entulhos ainda não são reutilizados e somente são armazenados. Este trabalho será destinado à análise destes resíduos com o intuito de verificar a possibilidade de substituição de agregados comuns dos blocos de concreto estrutural por agregados reciclados.

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2 PROBLEMATIZAÇÃO

Com o crescimento da indústria da construção civil e também dos avanços tecnológicos, a degradação do meio ambiente vem aumentando gradativamente. No Brasil a indústria da construção civil gera 20% de resíduos em relação ao material total utilizado (PINTO, 1995 apud ZORDAN, 1997, p. 15).

Esses resíduos da construção civil são provenientes de construções, reformas, reparos e demolições (CONAMA 307, 2002), e são responsáveis por 70% do total de resíduos sólidos produzidos mensalmente por uma população (PINTO, 1987, et al. apud KARPINSK, 2009).

O concreto é o material mais utilizado na construção civil, e de acordo com estudos feitos na cidade de Salvador, o concreto e a argamassa são responsáveis por 53% do entulho de construção e demolição (PINTO, 1986 apud ZORDAN, 1997).

Em algumas grandes cidades brasileiras, já existem lugares apropriados para o despejo dos resíduos da construção ou até usinas de reciclagem, entretanto, a maioria das cidades brasileiras ainda não tem essa política, e assim o entulho é jogado de maneira irregular em lixões ou até em terrenos dentro das cidades, que causam degradação das áreas urbanas (ZORDAN, 1997, p.2).

A grande quantidade de resíduos gerados pelas indústrias de concreto e blocos de concreto da cidade de Sinop, não são utilizados e sim somente armazenados. De acordo com empresas de bota-fora da cidade, os entulhos são despejados no lixão da cidade, por não haver um lugar apropriado, ou melhor, o reaproveitamento do mesmo.

(10)

3 JUSTICATIVA

Mesmo que haja uma constante reavaliação no processo construtivo, para reduzir os custos e a quantidade de material desperdiçado, no processo da construção sempre haverá algo inevitavelmente perdido. Por este motivo, há a necessidade de se encontrar saídas para os resíduos, como a reciclagem na obra ou nas usinas específicas (ZORDAN, 1997, p.3).

Segundo Zordan e Paulon (1998), o concreto é o segundo material mais gerador de entulhos, com 21,1% ficando atrás da argamassa que possui 37,4% do total dos resíduos oriundos da construção civil. Como o concreto, os blocos de concreto também são geradores de resíduos, como em demolições, reparos e também no seu processo de fabricação.

Portanto, a utilização de resíduos reciclados de blocos de concreto é uma forma de minimizar o grande desperdício de material, além de reduzir o custo de fabricação. E assim, esse projeto traz um estudo sobre a possibilidade de reutilização de resíduos de blocos de concreto para que os mesmos passem a ter um destino sustentável.

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4 HIPÓTESES

A grande quantidade de entulhos gerados pela construção civil pode ocasionar problemas para as pessoas e também prejuízos para o meio ambiente. Se esses entulhos fossem reciclados e utilizados na mesma área da construção civil, consequentemente poderiam diminuir os impactos gerados na obtenção dos materiais e também na deposição dos entulhos nas cidades.

Com isso formulou-se a hipótese de que seria possível utilizar os resíduos de concreto como agregado nos blocos de concreto substituindo os agregados convencionais. Os blocos não terão suas características físicas alteradas, como sua capacidade de resistência à compressão, e a baixa absorção de água, podendo ser utilizados como blocos de concreto estrutural.

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5 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral:

Utilizar o resíduo de blocos de concreto, proveniente dos blocos defeituosos em um empresas de Sinop/MT, na substituição de parte dos agregados comumente usados na fabricação dos blocos de concreto estrutural.

5.2 Objetivos Específicos:

 Adotar um traço adequado para a fabricação dos blocos, substituindo em partes os agregados miúdos comuns pelos obtidos da reciclagem dos resíduos de concreto;

 Verificar a resistência à compressão dos blocos de concreto estrutural, seguindo as Normas Brasileiras;

 Verificar a absorção de água, seguindo as Normas Brasileiras;

 Comparar as resistências à compressão e absorção de água dos blocos moldados com agregado miúdo reciclado com os blocos moldados com agregados convencionais.

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6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1 Blocos de concreto Estrutural

De acordo com Manzione (2004) apud Berenguer (2010), “A alvenaria estrutural é o processo construtivo onde a própria alvenaria desempenha a função estrutural, onde a mesma é projetada, dimensionada e executada de forma racional”.

Os componentes que formam a alvenaria estrutural são os seguintes: Blocos de concreto estrutural, argamassa, graute (microconcreto de alta fluidez) e armaduras se necessário. Os blocos de concreto para alvenaria estrutural devem atender a todos os requisitos da Norma Brasileira – NBR 6136:2006:Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos. Os blocos são constituídos de uma mistura de cimento Portland, agregados, água e aditivos em alguns casos e juntamente com a argamassa resistem aos esforços solicitantes (BERENGUER D. S., 2010).

Segundo ABNT (2006) “Os blocos devem ter arestas vivas e não devem apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento ou afetar a resistência e a durabilidade da construção [...]”.

Segundo a NBR 5706:1977:Coordenação modular da construção, os blocos possuem uma unidade de medida chamada módulo, esta unidade permite relacionar as medidas de projeto com as medidas dos blocos, por meio de um quadriculado modular de referência. As dimensões nominais dos blocos são as dimensões comerciais múltiplas do módulo M = 10 cm e seus submódulos M/2 e M/4. As dimensões reais são obtidas através das dimensões nominais diminuindo 1 cm, que corresponde a espessura da junta de argamassa (ABNT, 2006).

O fato dos blocos possuírem dimensões conhecidas e de pequena variabilidade, torna possível utilizar a modulação. A coordenação modular consiste no ajuste das dimensões da obra, como múltiplo da dimensão básica da unidade, evitando cortes e desperdícios na execução (CAMACHO J. S. 2006).

De acordo com a ABNT (2006), os blocos são divididos de acordo com as suas dimensões por famílias. Podem ser como bloco inteiro, bloco de amarração L e T, blocos compensadores A e B (para ajuste de modulação) e blocos tipo canaleta. Segundo Camacho (2006), no início só existiam os blocos com larguras de 20 cm e quando foram implantados os blocos de 15 cm surgiu à necessidade de introduzir blocos especiais, para a utilização nos encontros de parede em L e T. Com isso apareceu o bloco de dimensões nominais de (15x35) cm e (15x55) cm. A tabela 1 mostra as dimensões de acordo com a ABNT (2006).

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Tabela 1 - Dimensões padronizadas dos blocos Família de blocos Designação Nominal 20 15 Módulo M - 20 M - 15 Largura (mm) 190 140 140 Altura (mm) 190 190 190 Comprimento (mm) Inteiro 390 390 290 Meio 190 190 140 2/3 - - - 1/3 - - - Amarração L - 340 - Amarração T - 540 440 Compensador A 90 90 - Compensador B 40 40 -

Fonte: Adaptada de ABNT, 2006.

Os blocos podem ser classificados quanto ao seu uso, de acordo com a ABNT (2006) são divididos em quatro grupos:

1) Classe A – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima ou abaixo do nível do solo. E resistência característica maior que 6 Mpa; 2) Classe B – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima

do nível do solo. E resistência característica maior que 4 Mpa;

3) Classe C – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria abaixo do nível do solo. E resistência característica maior que 3 Mpa;

4) Classe D – Sem função estrutural, para uso em elementos acima do nível do solo. E resistência característica maior que 2 Mpa.

6.2 Materiais empregados

O principal componente usado na fabricação do bloco de concreto é a mistura dos agregados, que podem ser miúdos ou graúdos, água e cimento Portland.

6.2.1 Cimento Portland

De acordo com a NBR 5732:1991:Cimento Portland comum, o cimento Portland é um aglomerante hidráulico obtido basicamente pela mistura, queima e moagem do clínquer Portland, sendo este constituído de silicatos de cálcio. Na operação se adiciona a quantidade necessária de uma ou mais formas de sulfato de cálcio.

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Segundo Sousa (2001), qualquer tipo de cimento pode ser utilizado no bloco de concreto, entretanto é importante observar se o cimento é compatível com os demais materiais utilizados, como agregados e aditivos, e também o tipo de cura empregado.

6.2.2 Água

A água utilizada no amassamento deve ser limpa e isenta de produtos nocivos a hidratação do cimento (ABNT, 2006).

6.2.3 Agregados convencionais

Segundo a NBR 7211:2005:Agregado para concreto, os agregados resultam da britagem de rochas cujo beneficiamento gera uma distribuição granulométrica constituída de agregados graúdos e miúdos ou pela mistura de agregados britados e areia, possibilitando o ajuste da curva granulométrica em função das características dos agregados e do concreto a ser preparado.

A mesma norma também diz que os agregados devem ser compostos por grãos de minerais duros, compactos, estáveis e limpos, não devem conter substâncias que possam afetar a hidratação e o endurecimento do concreto.

Como apresentado na Tabela 2, os agregados classificados como „miúdos‟, são os grãos que passam pela peneira ABNT 4,75mm, mas ficam retidos na abertura de malha 150m. Os agregados „graúdos‟, são os grãos que passam pela peneira com abertura de 75 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,75mm (ABNT, 2005).

Tabela 2 – Conjunto de peneiras das séries normal e intermediária.

Agregado

Série Normal

Série Intermediária

Miúdo 75 mm - - 63 mm - 50 mm 37,5 mm - - 31,5 mm - 25 mm 19 mm - - 12,5 mm 9,5 mm - - 6,3 mm 4,75mm - Graúdo 2,36 mm - 1,18 mm -

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600 m -

300 m -

150 m -

Fonte: Adaptada de ABNT, 2005.

A ABNT (2006) recomenda que a dimensão dos agregados não ultrapasse o valor da metade da menor espessura da parede do bloco de concreto.

6.2.4 Aditivos e Adições

Aditivos são materiais adicionados ao concreto, durante a mistura, para a obtenção de propriedades desejadas. Existem produtos que melhoram a resistência, compacidade, trabalhabilidade, absorção de água, entre outros (ASSUNÇÃO J. W. 2009).

Segundo a ABNT (2006) os aditivos ou adições podem ser utilizados, desde que não promovam a deterioração do concreto dos blocos.

6.3 Agregados reciclados

De acordo com a Resolução n°307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA:

O agregado reciclado é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentam características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou mais obras da engenharia. Esses resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados são classificados na Classe A, da resolução n°307 do CONAMA, pois são resíduos provenientes da construção, demolição, reformas e reparos de pavimentações e edificações. Também são produzidos no processo de fabricação e/ ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, etc.), produzidas no canteiro de obra.

6.4 Processo de fabricação dos blocos de concreto estrutural

Segundo a ABNT (2006) os blocos devem ter aparência homogênea, ser compactos e ser livres de imperfeições, por isso a fabricação e o processo de cura são de grande importância.

(17)

6.4.1 Armazenagem dos agregados

Os agregados representam cerca de 75% a 85% do volume total da mistura que compõe a massa dos blocos. Um bom armazenamento garante que os agregados não sejam contaminados e também possibilita uma dosagem consistente em todo o processo (PIRES SOBRINHO, C. W. A. et al., 2008).

De acordo com a NBR 12655:1996: Concreto – preparo, controle e recebimento, os materiais que compõem o concreto devem ser armazenados na fábrica ou obra, separados desde o recebimento das cargas até a mistura, com mostra a Figura 1.

Figura 1 - Armazenagem dos agregados na fábrica Fonte: Acervo próprio (2013)

6.4.2 Dosagem

A composição de cada concreto deve ser definida, em dosagem racional ou experimental, com a devida antecedência antes da concretagem. O estudo de dosagem deve ser feito com os mesmos materiais e condições iguais as da obra ou fabricação (ABNT, 1996). A medição dos materiais pode ser feita pelo peso ou pelo volume de cada material (PIRES SOBRINHO, C. W. A. et al., 2008).

Os agregados devem ter suas dosagens corrigidas, pois as variações dos teores de umidade destes materiais, são inevitáveis, e também fundamentais para a moldagem dos blocos (MEDEIROS J. S., 1993. 9p). Nas industrias muitas vezes, a água é acrescentada em função da experiência dos funcionários, causando erros de dosagem.

Segundo Oliveira e Araújo (2013), a correção da umidade nos agregados pode ser feita pelo método da estufa, onde os agregados são pesados molhados e secos,

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após a secagem na estufa, e assim encontra-se a umidade total com a seguinte fórmula:

Onde:

Mh= Massa da amostra úmida (g); Ms= Massa da amostra seca (g); h = Umidade dos agregados (%).

6.4.3 Mistura

Segundo Pires Sobrinho, et al. (2008), os equipamentos de mistura são muito importantes, pois permitem a homogeneização dos materiais. São encontrados três tipos de misturadores, sendo eles: plenário de eixo vertical; forçado de eixo horizontal; e basculante.

6.4.4 Equipamentos de conformação

Os equipamentos utilizados para a fabricação de blocos são denominados vibro-prensas. De acordo com Sousa (2001), essa máquina recebe esse nome por ter o mecanismo de vibração e prensagem empregadas simultaneamente durante o processo de fabricação. Ela é responsável pelo preenchimento, adensamento e controle da altura do bloco, ou seja, é a alma da unidade fabril.

Existem três tipos de vibro-prensas, as pneumáticas, que dependem da capacidade do compressor, mostrando eficiência na conformação. As vibro-prensas hidráulicas movidas à pressão de bombas e garantem também uma boa conformação dos blocos. E as mecânicas, que são muito limitadas e não garantem uma boa qualidade, os blocos produzidos apresentam grande porosidade e baixa resistência. Segundo Medeiros (1993. 8p.), a sequência básica para o funcionamento das máquinas, pode ser resumida nas seguintes etapas:

1) Preenchimento da gaveta alimentadora com o material destinado à moldagem;

2) Preenchimento do molde metálico onde os blocos serão moldados. Esta etapa é acompanhada com a vibração do molde, como mostra a Figura 2; 3) Retorno da gaveta para a sua posição inicial e compactação dos blocos

através dos extratores. Esta etapa também acompanha a vibração, que apenas termina quando atingir a altura desejada dos blocos, como mostra a Figura 3;

(19)

4) Desforma dos blocos após o final da vibração, os blocos saem das formas em cima de pallets.

5) O pallet com os blocos recem formados avança para a frente, onde passa por uma escova que tira o excesso de material da parte superior, e assim se inicia um novo ciclo, Figura 4.

Figura 2 – Preenchimento do molde com o material

Fonte: Acervo próprio (2013)

Figura 3 – Compactação dos blocos

Fonte: Acervo próprio (2013)

Figura 4 – Finalização dos blocos Fonte: Acervo próprio (2013)

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6.4.5 Cura

De acordo com Metha e Monteiro (2006, p.61), o termo cura do concreto envolve a combinação das condições que promovem a hidratação do cimento, ou seja, o tempo, temperatura e as condições de umidade imediatamente após o acréscimo dos materiais. Em todas as reações químicas, a temperatura tem efeito de aceleração em reações de hidratação. Com temperatura normal os compostos constituintes do cimento Portland começam a hidratar assim que a água é adicionada.

Segundo Sousa, a cura é outro processo importante na produção dos blocos de concreto. Depois da moldagem, os blocos são colocados em raques durante 24 horas, como mostra a Figura 5. Depois disso são empilhadas em pallets, que ficam durante 7 a 15 dias, para obter a sua resistência. A cura natural é bastante empregada onde as situações climáticas favorecem o rápido endurecimento do concreto. Neste tipo de cura, recomenda-se que os blocos fiquem protegidos do vento e constantemente úmidos, pelo menos durante os sete primeiros dias (TANGO, 1984, apud SOUSA, 2001).

Figura 5 – Cura dos blocos de concreto Fonte: Acervo próprio (2013)

6.5 Propriedades físicas dos blocos de concreto estrutural

Os blocos vazados de concreto devem atender aos limites de resistência, absorção, e retração linear por secagem de acordo com a ABNT (2006).

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Tabela 3 - Requisitos para resistência característica, absorção e retração. CLASSE RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA

f

bk (Mpa) ABSORÇÃO MÉDIA (%) RETRAÇÃO (%) Agregado Normal Agregado leve A ≥ 6,0 ≤ 10,0% ≤ 13,0% (média) ≤16,0% (individual) ≤ 0,065 % B ≥ 4,0 C ≥ 3,0 D ≥ 2,0

Fonte: Adaptada de ABNT, 2006.

6.6 Desenvolvimento sustentável

De acordo com Marques Neto (2003), o crescimento desordenado da população em áreas sem planejamento, aliado a falta de conscientização ambiental e de gestão ambiental sustentável, são os grandes causadores da degradação das áreas de descarte dos resíduos de construção e demolição.

Com o impacto ambiental, econômico e social, causados pela geração e deposição dos resíduos da construção civil, tem levado os pesquisadores da área a estudar alternativas sustentáveis, para uma melhor utilização dos resíduos gerados (MARQUES NETO J. C. 2003).

6.6.1 Reutilização e reciclagem de resíduos

Segundo a Resolução n° 307 do CONAMA (2002), o gerenciamento de resíduos visa reduzir, reutilizar ou reciclar os resíduos. A reutilização é o processo de reaplicação de um resíduo sem a transformação do mesmo, e a reciclagem é o processo de reaproveitamento de um resíduo após certa transformação.

As vantagens da reciclagem dos resíduos são visíveis, segundo Oliveira (2002, p.21), a reciclagem de resíduos da construção civil para concretos já foi estudada e tem se mostrado viável em estudos brasileiros do ponto de vista tecnológico e econômico.

De acordo com Oliveira (2002, p.22), dentre os materiais descartados pela construção civil e infraestrutura, os rejeitos de concretos são os que constituem a fração mais importante. Pela sua constituição, o agregado de concreto é rico em rejeitos minerais e se torna matéria-prima de grande importância para materiais reciclados. Os materiais produzidos através dos agregados reciclados de concreto apresentam uma alternativa promissora para a construção civil e para a fabricação de concreto com ou sem função estrutural.

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7 METODOLOGIA

Serão coletados resíduos de blocos de concreto em uma Indústria em Sinop/MT. Os resíduos serão triturados em uma máquina de moer resíduos, disponibilizado por uma construtora do município. Após a trituração os resíduos serão separados de acordo com a sua granulometria, por meio da utilização de peneiras padronizadas pela ABNT, e assim será determinada a curva granulométrica deste material e comparada com a curva do agregado natural geralmente utilizado. Posteriormente, o novo agregado será acondicionado em sacos plásticos e transportado para a Indústria de blocos. Os outros materiais utilizados na fabricação dos blocos, como cimento, pó de pedra, pedrisco e areia média, estarão disponíveis na própria indústria.

Serão testados cinco traços, a partir do padrão de 1:15, ou seja, 1 kg de cimento para 15 kg de agregados, sendo os agregados areia média, pó de pedra e pedrisco (1:7:4:4). Os novos blocos serão fabricados substituindo o pó de pedra pelo entulho reciclado, variando a sua porcentagem, começando com um teor de 5%, e em seguida aumentando para 10%, 15%, 20% e 30% de resíduos. Para que o material esteja na granulometria adequada, de acordo com a ABNT (2009), o resíduo será peneirado, podendo ser utilizado como agregado miúdo.

A correção da umidade dos agregados não será feita, pelo simples fato de que nas empresas que fabricam os blocos de concreto, não é feito este tipo de controle, somente é adicionando a água de acordo com a experiência do funcionário.

Serão moldados quatro blocos de dimensões de 14x19x39cm, para cada traço formulado, totalizando 20 blocos. Que serão moldados e prensados em uma máquina vibro-prensa hidráulicos configurados para cada ciclo de 20 segundos. A cada ciclo são fabricados quatro blocos, quantidade máxima que a forma de prensagem permite.

O teor de umidade da mistura será de 4,8% a mesma utilizada na indústria, sendo que, a própria maquina vibro-prensa fará a dosagem. Para uma melhor coesão entre o cimento e os agregados, promovendo assim, um melhor acabamento, durabilidade e resistência será adicionado 1,5% de aditivo superplastificante à mistura, em relação ao cimento empregado, seguindo o padrão de produção da fabrica.

Depois de moldados, os 20 blocos ficarão vinte e oito dias em cura ao ar livre. Depois de curados, os blocos serão enviados para Cuiabá/MT, devidamente protegidos de possíveis danos. No laboratório, os blocos serão submetidos ao ensaio de resistência á compressão e absorção de água.

Com os resultados dos ensaios, poderá ser feita a comparação da Resistência á Compressão e a absorção de água entre blocos utilizando entulhos como agregado miúdo e blocos da Classe A utilizando agregados convencionais, fabricados na

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empresa. Chegando assim, a uma conclusão para o trabalho se é possível obter um bloco com função estrutural utilizando agregados reciclados.

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8 RECURSOS MATERIAIS

Será utilizada uma máquina vibro-presa para a fabricação dos blocos de concreto. Os serviços da máquina bem como os materiais empregados, cimento e agregados, serão oferecidos pela Indústria de Blocos de Concreto de Sinop/MT.

Para que os entulhos fiquem na granulometria adequada, será utilizada a máquina de moer entulhos de uma construtora em Sinop. E para a classificação dos agregados serão utilizadas as peneiras da UNEMAT Campus Sinop. Os blocos serão submetidos aos ensaios no laboratório de Serviços Técnicos do SENAI, em Cuiabá/MT.

Os valores gastos no projeto como podem ser visto na tabela 4, serão de responsabilidade da aluna.

Tabela 4 - Quadro de valores

Quadro de valores Valor

Transporte dos blocos para Cuiabá R$ 80,00 Serviços de laboratório R$ 300,00 Total de gastos R$ 380,00

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9 CRONOGRAMA

A – Aprovação do Projeto de Pesquisa; B – Elaboração da fundamentação teórica

C – Obtenção e trituração dos blocos de concreto reciclados; D – Determinação da granulometria do agregado reciclado; E – Moldagem dos Blocos de concreto;

F – Cura dos Blocos de concreto;

G – Embalagem e envio dos Blocos de concreto para análise em Cuiabá; H – Ensaio de Resistência à compressão e absorção de água;

I – Análise e conclusões; J - Apresentação e correção;

K - Entrega da monografia (versão final).

Atividades 2014

Janeiro Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Semanas 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° 1° 2° 3° 4° A X B X X X X C X X D X E X F X X X X G X H X X x I X X X J X X X K X X

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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12655.

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