IMMANUEL KANT
IMMANUEL KANT
(1724 –1804)
(1724 –1804)
Idealismo Idealismo Transcendenta Transcendenta l l ou Crítico. ou Crítico.• Racionalismo, Empirismo e Idealismo.
• Transcendental: “É toda a investigação
acerca do conhecimento proveniente
do sujeito e não do objeto do
conhecimento.”
• Crítico: “É o idealismo que pretende
estabelecer
as
condições
de
possibilidade do conhecimento e os
limites da razão cognoscente.”
As faculdades do sujeito
As faculdades do sujeito
cognoscente
cognoscente
• Sensibilidade: É a faculdade que
permite ao sujeito ter intuições
empíricas e puras.
• Entendimento: É a faculdade que
permite ao sujeito pensar, mediante
conceitos, os objetos percebidos pela
sensibilidade.
Alguns termos kantianos
Alguns termos kantianos
• Intuição: É o modo como a sensibilidade
se relaciona imediatamente com
objetos.
• Intuição empírica: É a intuição que se
relaciona com o objeto por meio da
sensação.
• Sensação: É o efeito de um objeto que
afeta a nossa capacidade representativa
(sensibilidade).
• Intuição pura: É a intuição que não contém qualquer elemento pertencente à sensação. É a condição de possibilidade de ordenação ou coordenação daquilo que é múltiplo e derivado da sensação no fenômeno.
• Fenômeno: É o objeto que se dá a conhecer.
• Matéria do fenômeno: É o elemento que no fenômeno corresponde à sensação. É dada a posteriori.
• Forma do fenômeno: É o elemento que possibilita a ordenação ou coordenação daquilo que é diverso no fenômeno, de acordo com certas relações espaço-temporais. É dada a priori e se encontra no espírito, sendo, portanto, independente da sensação.
• O nôumeno ou coisa-em-si: É o substrato que dá existência ao fenômeno, mas não se dá a conhecer, embora se possa pensá-lo.
Conhecer e os tipos de
Conhecer e os tipos de
conhecimento
conhecimento
• Conhecer: “É dar forma a uma matéria dada, e é claro que a matéria é a posteriori, e a forma é a
priori.
• Conhecimento empírico ou a posteriori: É o conhecimento proveniente do objeto, dos dados da experiência sensível, isto é, da matéria do conhecimento. É sempre contingente e particular.
• Conhecimento puro ou a priori: É o conhecimento proveniente do sujeito e baseia-se nas leis da razão humana. É sempre universal e necessário.
Os tipos de juízos
Os tipos de juízos
• Juízos analíticos: É o tipo de juízo no qual “o
predicado está implicitamente contido no
sujeito. De tal forma que, o juízo em questão
consiste em um processo de análise do qual
se extrai do sujeito aquilo que já está contido
nele.” São sempre universais e necessários,
pois se baseiam apenas nas leis da razão.
Exemplo: “Os corpos são extensos”, “A é
igual a A”, etc.
• Juízos sintéticos a posteriori: É o tipo de juízo
no qual o predicado não está contido no
sujeito. De tal forma que, o juízo em questão
consiste em um processo de síntese entre
uma intuição empírica, a qual é extraída do
objeto, e a intuição pura e o conceito que a
pensa, que já estão contidos no sujeito de
modo a priori. São sempre contingentes e
particulares, pois se baseiam apenas nas nos
dados da experiência.
• Juízos sintéticos a priori : É o tipo de juízo no qual o predicado não está contido no sujeito. De tal forma que, o juízo em questão consiste em um processo de síntese entre uma intuição pura (a priori) e o conceito que a pensa, que já estão contidos no sujeito de modo a priori. São sempre universais e necessários, pois se baseiam apenas em elementos
a priori, seja da sensibilidade, seja do entendimento.
Exemplo: 5 +7 =12, a linha reta é a menor distância entre dois pontos.
O pensamento kantiano apresenta pelo menos duas grandes áreas de investigação: o conhecimento e a ética.
No âmbito do conhecimento, Kant afirma que é o sujeito que produz, com base na sua razão - a razão teórica -, o saber universal e necessário.
Na esfera da ética, ele sustenta também ser o sujeito, baseado na sua razão - a razão prática - ou consciência moral, que produz as leis morais universais e necessárias.
“O homem como sujeito cognoscente ou moral é ativo, criador e está no centro tanto do conhecimento quanto da moral”.(Vasquez)
A ética kantiana desenvolve-se em duas grandes obras de Kant: Fundamentação da metafísica dos costumes, de 1785 e Crítica da razão prática, de 1788.
O ponto de partida da ética kantiana é a afirmação do fato da moralidade, ou factum, como denomina Kant. Esse fato consiste em que o homem se considera responsável pelos seus atos e dotado da consciência de seu dever.
Esse fato conduz a afirmação da liberdade humana, pois só admitimos a idéia de responsabilidade e de dever se aceitamos a possibilidade de agirmos ou não de modo responsável e de acordo com o dever.
Ora, reconhecemos a todo instante essas alternativas de ação, isso significa que nosso comportamento não é determinado exclusivamente pela nossa natureza institintual, mas também pela nossa natureza volitiva e racional.
Nesse sentido, para Kant, o homem, enquanto ser puramente biológico ou empírico, tem seu comportamento determinado pelas leis da natureza que regem todos os seres do universo. Leis que não foram por ele estabelecidas, mas a elas está submetido.
Nessa condição específica, o homem é um ser heterônomo, isto é, um ser cumpridor de leis não por ele estabelecidas. Assim, por exemplo, nos comportamos, em geral, de modo a garantir a nossa sobrevivência, uma vez que somos dotados do instinto de sobrevivência.
O homem, porém, é ainda um ser de razão e vontade livre e seu comportamento pode ser conduzido de modo racional e livre. Quando estabelecemos, nós mesmos, as regras e princípios de nossa conduta, por exemplo, quando firmamos o princípio da verdade, isto é, que só falaremos a verdade, então nos revelamos seres autônomos, ou seja, seres que dão a si mesmos as leis de comportamento.
Na medida em que o homem é autônomo, ou pessoa moral, legisladora de si mesmo, ele revela-se como tendo um fim em si mesmo, de modo que seria contrariar a nossa condição de pessoas morais nos tratarmos como meios e não fins.
A autonomia ou liberdade humana para agir pode, contudo, ser utilizada para o bem ou para o mal. Kant agora procura defender o que seja a boa ação. Esta é a que se tenha realizado com boa intenção ou boa vontade.
“ A bondade de uma ação não se deve procurar em si mesma, mas na vontade com que se fez. mas quando é que uma vontade é boa, ou quando é que uma boa vontade age ou quer ? É boa a vontade que age por puro respeito ao dever, sem razões outras a não ser o cumprimento do dever ou a sujeição à lei moral”(Vasquez).
O dever é denominado por Kant de imperativo categórico, cuja formulação é a seguinte: “ Age de maneira que possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal.”(Kant)
“O imperativo categórico não nos diz para sermos honestos, oferecendo-nos a essência da honestidade, nem para ser justos, verazes, generosos ou corajosos, a partir da definição da justiça, da verdade, da generosidade e da coragem. Não nos diz para praticarmos esta ou aquela ação determinada, mas nos diz para sermos éticos cumprindo o dever. É este que determina por que uma ação moral deverá ser sempre honesta, justa, veraz, generosa ou corajosa.”(Marilena Chauí).
Além de formal, o imperativo categórico é incondicional, ou seja, de um princípio de conduta que não admite condicionalidades. Tal princípio nos impõe certo modo de agir, mas tal imposição é dada pela própria consciência moral do sujeito e não por qualquer autoridade, que não a razão humana. Em Kant, essa auto-imposição é necessária pelo fato de que o homem, além de ser racional, é dotado de impulsos, paixões e desejos que comprometem a imparcialidade e a universalidade exigidas na ação moral.
Para Kant, a ação será moral se, e somente se, for realizada pelo puro respeito ao dever. Se agimos com vistas a alcançar uma recompensa qualquer ou a evitar uma punição, então não agimos moralmente. Assim, Kant distingue a moral do direito, porquanto a ação moral é sempre fruto da livre e racional vontade do sujeito, ao passo que a ação legal é fruto do receio da punição.