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2016 GOUVEIA; LIMA TÉCNICAS DE EDIÇÃO AUDIOVISUAL COMO READEQUAR UMA VIDEOAULA PARA EAD

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UNIVERSIDADEFEDERALDOCEARÁ INSTITUTOUFCVIRTUAL

CURSODESISTEMASEMÍDIASDIGITAIS

MARINABARBOSAGOUVEIA

TÉCNICAS DE EDIÇÃO AUDIOVISUAL: COMO READEQUAR UMA VIDEOAULA PARA EAD

FORTALEZA 2016

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MARINABARBOSAGOUVEIA

TÉCNICAS DE EDIÇÃO AUDIOVISUAL: COMO READEQUAR UMA VIDEOAULA PARA EAD

Monografia apresentada ao Curso de Sistemas e Mídias Digitais da Universidade Federal do Ceará como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Sistemas e Mídias.

Orientadora: Profa. Dra. Luciana de Lima

FORTALEZA 2016

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MARINA BARBOSA GOUVEIA

TÉCNICAS DE EDIÇÃO AUDIOVISUAL: COMO READEQUAR UMA VIDEOAULA PARA EAD

Monografia apresentada ao Curso de Sistemas e Mídias Digitais da Universidade Federal do Ceará como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Sistemas e Mídias Digitais com habilitação em Comunicação em Mídias Digitais. Aprovada em: ___/___/______. BANCA EXAMINADORA ______________________________________ Profa. Dra. Luciana de Lima (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________ Prof. Ms. Neil Armstrong Rezende Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________ Prof. Dr. Robson Carlos Loureiro Universidade Federal do Ceará (UFC)

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AGRADECIMENTOS

A jornada da realização pessoal sempre é um caminho árduo. A monografia aqui apresentada é a personificação de um desafio pessoal, após quatro anos de faculdade esquivando-me de grandes publicações escritas. Primeiramente, tenho orgulho do que consegui, mas sei que não chegaria até aqui sozinha.

Agradeço primeiramente a meus pais, que compartilharam muitas alegrias e muitas caronas nesses quatro anos, inclusive me deram todo o suporte em minha vida acadêmica mesmo até hoje não sabendo do que meu curso se trata.

Agradeço imensamente à professora Luciana de Lima, praticamente uma mentora dentro da universidade, que me aceitou como bolsista e proporcionou-me, portanto, grandes experiências e maturidade pessoal e profissional em três anos de parceria e, que mesmo em meio a tantas obrigações, aceitou me orientar, compartilhando uma sabedoria incrível e dedicando-me uma orientação excelente e de grande paciência.

Agradeço a todos os meus amigos do ensino fundamental, que estiveram comigo em todo o tempo de colégio e ainda estão até hoje: Renata, Laisas, Brenda, Artur e Yasmin. Também fiz amigos para a vida toda na faculdade: Carol, Vivian, Lucas, Brena e Ingryd. O suporte de todos foi essencial. Agradeço imensamente também a meu amigo Samuel Levi, que se tornou um excelente amigo nas horas em que mais precisei, tanto na vida pessoal quanto em projetos da faculdade e na elaboração desta monografia.

Por último, mas não menos importante, agradeço a alguém que já se foi, mas esteve deitado ao lado de minha cadeira em todas as longas tardes, noites e madrugadas de escrita: meu cachorro Picachu. Vá em paz, estrelinha.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é descrever as técnicas de edição audiovisual utilizadas no processo de melhoramento de materiais de EaD despadronizados. A problemática da Educação a Distância (EaD) vinculada ao meio docente se dá por meio de vídeos caseiros e amadores que chegam às mãos do editor sem planejamento anterior, fazendo com que cada vez mais vídeos despadronizados e inadequados sejam veiculados, o que diminui a procura pelos materiais ofertados na EaD. Acredita-se que uma videoaula concisa e com técnicas e ajustes aplicados melhore o interesse de todos os envolvidos, do corpo docente ao discente. A metodologia da pesquisa se pauta no Estudo de Caso. Sua unidade de análise é uma videoaula produzida pelo Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores da Universidade Federal do Ceará (LIFE/UFC) no ano de 2013. A pesquisa se subdivide em três etapas: planejamento, coleta e análise de dados. Na primeira etapa, são preparados os instrumentos e protocolos de coleta de dados, a escolha dos vídeos de análise, bem como as estratégias de análise de dados. Na segunda etapa, são coletadas duas videoaulas. Para cada videoaula assistida é elaborada uma ficha técnica listando-se a duração da aula, a composição da cena e a qualidade do áudio. Dentre as duas, apenas uma é selecionada para ser reformulada, sendo assim previamente separada e escolhida. A análise de dados ocorre pela catalogação do vídeo escolhido dividindo-o em suas especificações técnicas. Para isto, é utilizada uma triangulação metodológica. O resultado da análise é disposto levando em consideração as melhores aplicações das três características em um vídeo educativo e como proceder na hora de uma possível reformulação. Tem-se como resultado que o vídeo analisado apresenta problemas nos três quesitos da análise: áudio, duração do vídeo e composição da cena. No áudio nota-se que o volume das vinhetas e do vídeo em si está destoante. A solução encontrada é igualar os sons de forma que o espectador não tenha que diminuir ou aumentar o volume em determinadas partes. Na duração do vídeo nota-se que o vídeo está muito longo. A solução é dividi-lo em partes em um programa de edição adequado, de forma que haja indicação de continuação e encadeamento. Já na composição da cena, o problema está no enquadramento, na iluminação e no cenário. No enquadramento é proposta uma variação de planos aplicada pelo editor, onde varia do plano aberto até o close-up. Na iluminação é proposto o ajuste no histograma da imagem, mudando brilho e contraste. No cenário é proposta a utilização de grafismos, bem como vinhetas e fade-outs. O presente trabalho é uma monografia voltada à

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obtenção do Bacharelado em Sistemas e Mídias Digitais, curso da Universidade Federal do Ceará. Pretende-se submetê-lo em congressos de informática na educação, bem como apresentá-lo como base para editores audiovisuais utilizarem as recomendações em práticas básicas para ajustes simples.

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ABSTRACT

The aim of this study is to describe the audiovisual editing techniques used in the improvement of Distance Learning (DL) nonstandardized materials. The problematic of DL linked to the professors is through amateur videos coming to the audiovisual editor without previous planning, thus increasing the number of nonstandardized videos, which are inappropriate to be shared, thusly reducing the demand of material offered in DL. It is believed that a concise video lesson improves the interest of all persons involved, from teacher to students. The methodology of this research is based on Case Study. The analysis unit is a video lesson produced by the Interdisciplinary Laboratory Educators Training from Federal University of Ceará (LIFE / UFC) in 2013. The research was divided into three stages: planning, data gathering, and analysis. In the first stage, the instruments and data gathering protocols are prepared, the choice of video to be analysed, and data analysis strategies. In the second stage, two video lessons are collected. For each watched video, a datasheet is composed, including the video duration, the composition of the scene and the audio quality. Between the two, just one is previously separated and chosen, thus selected to be reformulated. The data analysis occurs by cataloguing of the chosen video, dividing it into its technical specifications. To do so, a methodological triangulation is used. The result of the analysis is arranged by taking into account the best applications of the three characteristics in an educational video and how to proceed in the case of need of a possible reformulation. The result demonstrates that the video analysis presents problems in those three items. In the audio, the volume of vignettes and the video itself is dissonant. The solution found is to equalize the sounds so that the viewer does not have to turn the volume up and down constantly at any part of the video. Furthermore, the video length was noticeably too long. The solution found is to split it up into parts with an adequate editing program, so there is a signal of continuation and chaining. Additionally, the composition of the scene shows problems with the frame, lighting, and scenery. Concerning the framework, it is presented an editor’s recommendation for changing the plans applied, which varies from an open plan to the close-up. The lighting analysis proposes adjustments to the image histogram, thus changing brightness and contrast. In the scenario section, there are suggestions to the use of motion graphics, as well as vignettes and fade-outs. Finally, this monograph is meant to achieve a Bachelor’s degree in Systems and Digital Media, a Major at Federal University of Ceará. This work is also intended to be

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submitted in informatics conferences and presented as a guide for audiovisual publishers to use its recommendations on basic practices for simple adjustments.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -  Organograma das fases do processo da produção de uma videoaula ... 17

Figura 2 -  Organograma das mudanças no processo de produção de uma vídeoaula ... 18

Figura 3 -  Print screen do fórum do site Tela Brasileira... 26

Figura 4 -  Print screen da tela do programa Adobe Premiere em execução... 28

Figura 5 -  Print screen da tela do programa Adobe After Effects em execução ... 29

Figura 6 -  Quadro exemplo da técnica Morphing ... 31

Figura 7 -  Aplicativo da instituição Khan Academy ... 35

Figura 8 -  Fotografia da porta de um estúdio no momento de uma gravação ... 38

Figura 9 -  Print screen ilustrando um grafismo ... 46

Figura 10 -  Print screen evidenciando um fade out ... 48

Figura 11 -  Print screen ilustrando o 1 de 3 planos de enquadramento propostos ... 50

Figura 12 -  Print screen ilustrando o 2 de 3 planos de enquadramento propostos ... 50

Figura 13 -  Print screen ilustrando o 3 de 3 planos de enquadramento propostos ... 51

Figura 14 -  Print screen do histograma mostrado no programa Adobe Photoshop ... 52

Figura 15 - Print screen ilustrando aplicação de efeito no programa Adobe Premiere ... 53

Figura 16 -  Print screen da comparação da iluminação do vídeo depois de ajustada... 54

Figura 17 -  Print screen do ajuste de decibéis no programa Adobe Premiere ... 55

Quadro 1 -  Quadro de tipos de ideias ... 37 

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EAD Educação à Distância

LIFE Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores UFC Universidade Federal do Ceará

DL Distance Learning

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

TIC Tecnologias da Informação e Comunicação UFSC Universidade Federal de Santa Catarina FPS Frames Por Segundo

EUA Estados Unidos da América 3G Terceira Geração

3D Terceira Dimensão VHS Video Home System

CD-ROM Disco Compacto – Memória de Leitura

TV Televisão

ONG Organização não-governamental App Aplicativo

MP4 MPEG Layer 4

WMV Windows Media Video DTIC Docência Integrada às TIC ProGrad Pró-Reitoria de Graduação IUVI Instituto Universidade Virtual

CASa Comunidade de Cooperação e Aprendizagem Significativa MTV Music Television

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 Objetivo Geral ... 19 1.2 Objetivos Específicos ... 19 2 A EDIÇÃO AUDIOVISUAL ... 21 2.1 História ... 21 2.2 O cinema no Brasil ... 22 2.3 As profissões do cinema ... 23

2.4 A figura do editor audiovisual ... 24

2.5 Softwares de edição de vídeo ... 27

2.5.1 Software – Adobe Premiere Pro ... 27

2.5.2 Software – Adobe After Effects ... 29

2.6 Técnicas de edição de vídeo ... 30

3 EAD E A VIDEOAULA ... 32

3.1 A videoaula ... 33

3.1.1 O telecurso no Brasil ... 33

3.1.2 Khan Academy – EaD para todos ... 34

3.2 Princípios para adequação de videoaulas ... 35

3.2.1. O roteiro ... 36 3.2.2. A gravação ... 37 3.2.3. Edição ... 39 3.2.4. Produção ... 40 4 METODOLOGIA ... 42 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 44

5.1 Estudo técnico da duração do vídeo ... 44

5.2 Estudo técnico da composição da cena ... 46

5.2.1 Composição do cenário ... 47

5.2.2 Enquadramento ... 49

5.2.3 Iluminação ambiente ... 51

5.3 Estudo técnico do áudio ... 54

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 57

REFERÊNCIAS ... 59

APÊNDICE A ... 62

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho destina-se a ser uma monografia que trata das problemáticas da Educação a Distância (EaD) vinculadas ao meio docente, TÉCNICAS DE EDIÇÃO AUDIOVISUAL: COMO READEQUAR UMA VIDEOAULA PARA EAD. A monografia em questão se apresenta como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e contempla um estudo de caso sobre a EaD nas instituições de ensino, e os problemas que os editores enfrentam com materiais despadronizados.

Na grande área do audiovisual, têm-se de produções cinematográficas hollywoodianas a filmes de baixo custo, todos voltados a entretenimento e controlados apenas por grandes indústrias. O que mudou o panorama nos últimos anos foi a chegada da Internet. Como afirma Moran (2007) “a sociedade está mudando em todos os países, em todas as instituições, em todos os campos”. Com essa grande ferramenta de comunicação mundial, os tutoriais acessíveis e gratuitos capacitaram pessoas leigas a fazerem seus pequenos vídeos e aperfeiçoarem seus trabalhos, inclusive difundindo os conteúdos. Com isso, o audiovisual passou a ter pequenas contribuições, agora de pessoas comuns, que trabalham apenas com suas máquinas caseiras.

Após a popularização da Internet e a participação dos novos produtores caseiros, o ‘fazer vídeo’ se popularizou e, além da indústria do entretenimento, agora abrange qualquer público e motivo. Como afirma Araújo (2007, p. 2)

atualmente, um grande número de recursos tecnológicos e midiáticos encontram-se à disposição da educação, mas muitos desses recursos ao invés de agregar qualidade ao processo de ensino e aprendizagem, acabam confundindo, desestimulando ou até mesmo dispersando a atenção dos alunos.

Como caracteriza Aretio (2009, p. 20),

[EaD é a] modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

A Educação à Distância (EaD) surgiu em meados do século XV, junto à invenção da Imprensa, na Alemanha. De acordo com Alves (1998), a difusão da EaD no mundo se deve tanto às civilizações antigas, que utilizavam mensagens escritas como o principal difusor do cristianismo, sendo reconhecido como a primeira tentativa

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educacional, quanto à Europa, onde vários cursos nasceram e se popularizaram, como cursos de taquigrafia por correspondência, que inclusive emitiam diplomas aprobatórios. Quando a EaD começou a se popularizar, sendo logo rejeitada pelas autoridades locais, uma escola primária foi criada (Calvert School, Baltimore, EUA) para oficializar os cursos por correspondência, logo sendo referência mundial. Esta foi a primeira geração da EaD, marcada por cursos por correspondência e durou de 1728 a 1970.

Com o advento das tecnologias, da década de 1990 o método de ensino sofreu um “boom”, popularizando-se cada vez mais, principalmente pela flexibilidade proporcionada pela integração de várias tecnologias, o que gera condições para que o aprendizado seja cada vez mais interativo, além de autônomo. É o que aconteceu no Brasil, onde a EaD também passou por todas as etapas, da correspondência até a internet. A falta de políticas públicas provoca até hoje estagnação no desenvolvimento da EaD, como o caso da aprovação da isenção de obrigação das emissoras de transmitirem conteúdo educativo, o que aconteceu no final da década de 1990. Sem aparato legal, nem conhecimento dos próprios profissionais da área, a EaD ainda sofre preconceitos, mesmo sendo tão eficaz quanto o modelo tradicional de ensino presencial.

Com a pouca dedicação atribuída à EaD, como o despreparo dos profissionais que atuam nessa modalidade, sites e instituições acabam não oferecendo um material de qualidade, pouco adequado para o uso. Não só este agravante pode ser notado no uso da EaD. Pela pouca formação dos próprios tutores, de acordo com Morán (1995), há cinco problemas clássicos do vídeo utilizado na docência: (1) o vídeo tapa-buraco, para preencher a ausência do professor do dia; (2) o vídeo-enrolação, quando não há ligação com a matéria apresentada pelo professor; (3) o vídeo-deslumbramento, quando a frequência de vídeos é apresentada em quantidade exagerada; (4) o vídeo-perfeição, quando a qualidade do vídeo importa mais que seu conteúdo e, (5) o só vídeo, quando é exibido carecendo de discussão, sem um debate para acompanhar.

Para Dallacosta et al. (2004, p.3) as TICs “fazem parte do cotidiano da sociedade atual, modificando assim, as relações educacionais, bem como a relação com o saber. A multiplicidade de informações é uma realidade e os vídeos têm de ser considerados nesta perspectiva”.

Os autores ainda afirmam que:

a vídeo-aula quando bem planejada, consegue fazer com que os alunos participem ativamente, muitas vezes procurando certo conteúdo que os

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professores têm dificuldade de encontrar devido às diversidades e acessibilidade de fontes de informações em nossa sociedade (Dallacosta et

al., 2004, p.1).

Como já citado, o ‘fazer-vídeo’ se popularizou e existem muitas produções caseiras, que acabam apresentando baixa qualidade de produção, tornando-o pouco utilizável na EaD. Materiais inadequados são aqueles que apresentam baixa qualidade na captura de imagem e som, fora de um padrão de entendimento, sem vinhetas, legendas, tampouco créditos.

A pesquisa de Spanhol (2009) realizada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que possui seu laboratório próprio de EaD listou, por meio de um gráfico, o fluxo de produção de videoaulas (Figura 1).

Figura 1 – Fases do processo de produção de videoaula

Fonte: Spanhol (2009).

Mesmo com esta organização definida, foram encontradas falhas, como vestimenta inapropriada dos professores, aulas muito extensas pelos erros contínuos nos takes, ruídos do microfone, bem como a própria dificuldade no momento da edição pelo roteiro inicial não ter sido seguido. Pela pesquisa (Spanhol, 2009) verificou-se que 80% dos erros apresentados acontecem na gravação, contra apenas 20% ocorridos no processo de edição, o que localiza a origem do problema das videoaulas pouco adequadas para EaD.

Após analisar o quadro de problemas encontrados, Spanhol (2009) adotou uma solução para a eficácia de suas novas gravações (Figura 2). Com a capacitação de

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professores e a inserção de um diretor de vídeo, as necessidades de reajuste das videoaulas baixou de 55% para apenas 15%.

Figura 2 – Mudanças no processo de produção de videoaula

Fonte: Spanhol (2009).

As principais dificuldades no laboratório de vídeo da faculdade Santa Catarina foram apresentadas. No entanto, as condições não se aplicam a todo o país, como é o caso do Ceará, estado onde não se dispõe de verba para criar um laboratório desse porte, nem contratar editores de vídeo profissionais apenas para acompanhamento. Com a limitação das possibilidades, tanto por falta de verba quanto de qualificação, há de se pensar em soluções que o profissional da edição precisa encontrar para trabalhar com o que lhe é disposto.

Diante da problemática apresentada, pergunta-se: quais são as técnicas que um editor de audiovisual pode utilizar para reaproveitar um material de EaD despadronizado com a finalidade de auxiliar na compreensão do conteúdo? Partindo desta pergunta e estudando-se os principais problemas enfrentados por um material audiovisual desde sua concepção até estar disponível para reprodução, o tema se torna relevante para instituições, editores profissionais e até mesmo produtores caseiros independentes que querem incrementar seu material.

A utilização do vídeo em contexto educativo como recurso pedagógico não é novidade e tem sido utilizada, não só por possibilitar explorações diferentes para os conteúdos lecionados como também porque permite melhor visualização (BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2009; JORDAN, 2012). O uso de vídeo é um

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processo natural para os alunos nativos digitais (FRANZONI, 2013), e um instrumento poderoso na diminuição do analfabetismo digital (FALKEMBACH, 2007). Assim, ressalta-se a importância da edição, pois sem um posterior planejamento, tanto físico quanto técnico, não há o vídeo. Não esquecendo, ademais, que não há soluções universais para a edição e focaremos no estado do Ceará, portanto as soluções vistas anteriormente não podem ser incorporadas, mas sim adaptadas.

Acredita-se que, mesmo vídeos com problemas graves de captura de imagem e som podem ser melhor trabalhados no processo de edição, no sentido de possibilitar aos sujeitos da EaD maior compreensão dos conteúdos trabalhados. Existem variadas técnicas para essa finalidade, como a inserção de animações, grafismos, tratamento de imagem, ajuste de áudio, dentre outras, que precisam ser melhor compreendidas por meio de estudos mais aprofundados.

1.1 Objetivo Geral

Descrever as técnicas de edição audiovisual utilizadas no processo de melhoramento de materiais de EaD despadronizados.

1.2 Objetivos Específicos

 Investigar quais são os padrões para a edição de vídeo na produção de material para EaD;

 Investigar quais são as técnicas existentes para a edição de vídeo na produção de material para EaD;

 Aplicar as técnicas estudadas em vídeo existente desenvolvido para EaD.

A Metodologia da pesquisa utiliza como base o Estudo de Caso, por tratar-se de um assunto contemporâneo, de utilizar fontes de evidências diretas na compreensão dos fenômenos estudados e por não haver a exigência de controle sobre os eventos. A unidade de análise é uma videoaula produzida pelo Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores da Universidade Federal do Ceará. (LIFE/UFC). Dois vídeos são escolhidos e analisados com a escolha de apenas um para o estudo pormenorizado.

A Monografia se subdivide em seis capítulos. O segundo capítulo trata da edição audiovisual ao longo da história e como virou profissão, incluindo um pouco da história do cinema e suas influências no cenário audiovisual atual. Alguns dos mais

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utilizados softwares de edição também são descritos, bem como a citação de algumas técnicas presentes no cinema e incorporadas no vídeo.

O terceiro capítulo trata da Educação a Distância (EaD), focando no contexto da videoaula, algumas iniciativas no Brasil e no mundo; e, em princípios de adequação, com ênfase no Roteiro, na Gravação, na Edição e na Produção de materiais didáticos.

No quarto capítulo (Metodologia), como já mencionado, é utilizado o Estudo de Caso, que necessita de uma unidade de análise, no caso, a videoaula. É elaborada uma ficha técnica para cada vídeo listando-se a duração da aula, a composição da cena e a qualidade do áudio. Dentre as duas, apenas uma é selecionada para ser reformulada, sendo assim previamente separada e escolhida diferenciando-a das demais. Mediante a escolha é realizado um estudo sobre sua estrutura, possibilitando ao editor uma edição mais concisa fazendo uso do referencial teórico utilizado na pesquisa bibliográfica, sem perder o fundamento e apresentando subsídios para uma reformulação de videoaulas com boa qualidade.

Já no quinto capítulo, tem-se como Resultado que o vídeo analisado apresenta problemas nos três quesitos da análise: áudio, duração do vídeo e composição da cena. No áudio nota-se que o volume das vinhetas e do vídeo em si está destoante. A solução encontrada é igualar os sons de forma que o espectador não tenha que diminuir ou aumentar o volume em determinadas partes. Na duração do vídeo nota-se que o vídeo está muito longo e pode tornar-se, portanto, uma experiência enfadonha para o usuário. A solução é dividi-lo em partes em um programa de edição adequado, de forma que haja indicação de continuação e encadeamento. Já na composição da cena, o problema está no enquadramento, na iluminação e no cenário. No enquadramento é proposta uma variação de planos aplicada pelo editor, onde varia do plano aberto até o close-up. Na iluminação é proposto o ajuste no histograma da imagem, mudando brilho e contraste. No cenário é proposta a utilização de grafismos, bem como vinhetas e fade-outs.

No sexto capítulo tem-se as Considerações finais do trabalho, onde apresentam-se o problema e o objetivo geral, é dito se o objetivo foi alcançado e finalmente resume-se a conclusão sobre os três aspectos técnicos analisados do vídeo. Também se propõe uma ideia para o mercado atual de softwares audiovisuais e finaliza-se com as expectativas do futuro uso dessa monografia, para além do bacharelado em Sistemas e Mídias Digitais.

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2 A EDIÇÃO AUDIOVISUAL

Como diz Nunes (2014), o vídeo é nada mais que uma sequência de frames (quadros ou imagens) colocados de forma sequencial, de modo que, quando apresentados em uma determinada velocidade de exibição (frames por segundo ou fps), dão a ilusão de movimento. O vídeo caseiro popularizou-se com a internet e hoje pessoas de todo o mundo têm a capacidade de serem produtores, mas nem sempre foi assim.

2.1 História

O cinema, mundo esse que engloba o audiovisual, nasceu no final do século XIX, mais precisamente em 1895, pelos irmãos franceses Lumière. Antes disso, a fotografia já havia sido inventada, apenas assim possibilitando o nascimento do cinema. Contudo, antes disso, já existiam indícios da necessidade de gravar registros. Para se chegar ao panorama cinematográfico atual, primeiramente houve os primeiros registros em paredes, de homens da caverna, ilustrando suas caçadas. Os chineses também contribuíram há mais de 7 mil anos, projetando sombras de diversas figuras recortadas contra a parede, fazendo assim um teatro de marionetes.

No século XV, a participação de Leonardo da Vinci foi fundamental, realizando trabalhos utilizando a projeção de luz na superfície, conceito de Câmara Escura, primordial para a confecção de uma máquina fotográfica. Também houve a Lanterna Mágica, criação do alemão Athanasius Kirchner em meados do século XVII, que projetava imagens desenhadas em uma lâmina de vidro. Além desses, há muitos outros aparelhos criados neste período que foram fundamentais para surgirem constantes evoluções e finalmente aperfeiçoar o aparelho capaz de reproduzir o primeiro “filme”, o Cinetoscópio, em 1895.

Desde o primeiro aparelho, os criadores tentaram casar a imagem com o áudio para criar um som sincronizado. Contudo, nenhuma técnica funcionou até a década de 1920. Durante 30 anos os filmes eram praticamente silenciosos (cinema mudo). Algumas vezes eram acompanhados de música ao vivo, outras de efeitos especiais e narração com diálogos escritos entre cenas. Um dos grandes destaques desta época foi Charles Chaplin, considerado uma das figuras mais importantes do cinema mudo.

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Apenas em janeiro de 1914 o problema de sincronização foi resolvido. Foi exibido o filme "Photo-Drama of Creation"1, um filme com mais de 8 horas de

duração. Fotodrama consistia de um conjunto de slides com pinturas coloridas de temática cristã: 96 gravações de pequenos discursos bíblicos narrados, com muitas cenas acompanhadas por música clássica. Operadores usavam fonógrafos para tocar as gravações de música e voz, sincronizando o som com slides e filmes, sendo assim a primeira película a incluir som sincronizado e imagens coloridas.

França e Itália detinham o posto de cinema mais poderoso do mundo, porém o perderam devido à Primeira Guerra Mundial. Houve um destaque dos EUA no mundo do cinema produzindo e importando muitos filmes. Produtores independentes emigraram de Nova York à costa oeste para um povoado chamado “Hollywoodland”. Lá, encontraram condições ideais para filmar: dias ensolarados o ano todo, diferentes paisagens e quase todos as etnias como, negros, brancos, latinos, indianos, índios, orientais, entre outros, que poderiam servir como coadjuvantes. Hollywood passou a ser chamada de "Meca do Cinema" e transformou-se no mais importante centro de indústria cinematográfica do planeta.

2.2 O cinema no Brasil

A primeira exibição de um filme no Brasil aconteceu em 1896 no Rio de Janeiro. Porém, apenas para a elite carioca, pelo elevado custo dos ingressos. Foram exibidos oito filmetes de 1 minuto cada, que relatavam cenas pitorescas do cotidiano da Europa. A exibição fez tanto sucesso que um ano depois foi criada uma sala fixa de cinema no Rio.

O Brasil teve seu mercado de cinema estruturado apenas a partir de 1907, quando houve uma constância no fornecimento de energia elétrica no Sudeste do país. No ano seguinte, já são 20 as salas de exibição de filmetes no Rio de Janeiro, exibindo apenas filmes estrangeiros. Os primeiros filmes feitos no Brasil foram realizados por pequenos proprietários de salas de cinema do Rio e de São Paulo, em geral reconstituições de crimes já mostrados na imprensa. Em 1909 são criados os filmes “cantados”, onde um ator dublava por trás da tela.

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Muito se avançou nos anos seguintes na produção nacional, porém o panorama mudou depois da criação de Hollywood e o firmamento dos EUA como carro-chefe da indústria cinematográfica. Os filmes americanos dominaram os espectadores de nosso país, abafando a produção local, que sempre esteve em desvantagem em relação aos Estados Unidos. Em consequência, o público habituou-se a assistir as produções holywoodianas, fato que dificultou a aceitação de um cinema diferente daquele. Mesmo assim, o filme passou a ser um negócio altamente rentável e as produções brasileiras procuraram atender públicos diversos. Comédias, dramas, política e filmes de caráter policial são produzidos em território nacional. Um filme que merece ser citado, por ser produção regional (Fortaleza, Pacatuba, Quixadá e Quixeramobim), é Cine “Holliúdy” De 2013, o filme conta a história de Francisgleydisson, um morador do interior do Ceará da década de 70 que, amante da sétima arte, queria trazer o cinema para a sua terra. Assim, funda o Cine Holliúdy, um pequeno cinema que exibe filmes estrangeiros e logo se torna fascínio de todos na cidade. O filme foi exibido em todo o país com legendas por apresentar o dialeto “cearensês”, conhecido apenas no estado do Ceará. Recebeu ótimas críticas apesar de ter levado apenas, em média, 480 mil espectadores ao cinema.

Com políticas de incentivo e empresas patrocinadoras, o Brasil produziu filmes que mobilizam até hoje grande número de espectadores, como o filme Tropa de Elite 2 (2011), filme brasileiro com maior bilheteria (11 milhões de espectadores). Este cenário está presente até os dias atuais, demonstrando o grande avanço da indústria cinematográfica brasileira.

2.3 As profissões do cinema

Entre os anos de 1907 a 1913 há uma organização do cinema de forma industrial, estabelecendo a especialização das várias etapas de produção e exibição, que passaram a ser mais longos, indo de segundos para cerca de 15 minutos. A figura do produtor, hoje indispensável numa produção cinematográfica, surgiu nesta fase, na qual podemos perceber o desenvolvimento das técnicas de filmagem, atuação, iluminação e enquadramento.

A indústria cinematográfica atual é um mercado promissor, mas exigente. Não se deve enaltecer apenas os atores, pois a realização de um filme completo precisa de uma extensa equipe de trabalho. Na realização de um filme existem vários

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profissionais, dentre eles: o roteirista, que escreve toda a história e as narrativas das personagens; o diretor, que tem a função de coordenar o trabalho de todos envolvidos com o filme; o diretor de arte, uma pessoa geralmente formada em artes visuais que possui a competência para decidir de que modo iluminar uma cena, quais lentes são melhores, qual o ângulo de filmagem, entre outros; o compositor musical, que é responsável pela trilha sonora do filme e, o produtor, que é a pessoa ou a equipe (produtora) que viabiliza a realização do filme através de patrocínios e parcerias, ficando encarregada da parte burocrática da produção.

Há também a equipe de especialistas/técnicos que são fundamentais na produção em parceria com os profissionais já citados: o técnico de som, que cuida da captação de todos os microfones nas gravações; o operador de câmera, que fica responsável por focar nos ângulos solicitados pelo diretor de fotografia; o técnico de efeitos especiais, que cria e aplica efeitos de computador, tanto visuais quanto sonoros às cenas já filmadas; e, finalmente, os editores/montadores, que trabalham numa ilha de edição junto ao diretor ou mesmo orientados por um storyboard (documento onde se encontram organizadas as cenas, os sons e a trilha sonora).

2.4 A figura do editor audiovisual

Segundo Dancyger (2007), muitos são os termos utilizados quando se fala de montagem audiovisual. Os mais citados são técnica, arte e habilidade. A técnica da montagem é a junção física de dois diferentes trechos de filme, que quando juntos têm um sentido particular. A habilidade da montagem é a junção de dois diferentes trechos que quando juntos não produzem um sentido singular, e sim que deixa aberta a interpretação do espectador. Já a arte da montagem é quando a combinação de dois ou mais trechos levam o sentido para outro nível. Segundo a autora, os três são termos igualmente úteis e apropriados para uma montagem; cada dimensão e cada tecnologia acrescentam suas contribuições artísticas. Porém, quem escolhe a melhor a ser utilizada é o editor audiovisual.

A profissão é antiga e existe desde os primórdios do cinema, quando os profissionais técnicos ainda eram chamados de montadores (pois a edição era analógica e se referia a montar/colar pedaços de negativos num rolo que, passado por uma máquina, exibia o filme, processo conhecido como “splicing”). O splicing exigia muita

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técnica e o cuidado de fazer cortes limpos entre os frames para não deixar as “cicatrizes”, termo usado no cinema antigo que remete a falhas na exibição do filme.

De acordo com Eisenstein (2002), montagem é a combinação de frames lado a lado compostos por uma película de filme ou “negativo” de forma linear, ou seja, em uma ordem cronológica que produz uma inter-relação e resulta em um efeito expressivo, na qual pode ser composta de várias formas, com a combinação dos planos de acordo com o tempo, com a continuidade dos planos e assim por diante.

O editor entra no processo quando a produção já está em andamento, ajudando com o planejamento de takes seguindo o storyboard, pois se for necessário rodar uma sequência após a finalização das gravações o custo será muito maior. Contudo, o papel fundamental do montador é na fase de pós-produção, onde irá acrescentar músicas, sons, efeitos especiais, dentre outros, trabalhando juntamente ao diretor ou algumas vezes com o produtor. Seu trabalho principal é encontrar a continuidade narrativa para a imagem e o som do filme, realizando as justaposições certas entre os trechos, utilizando de técnica, arte ou habilidade.

O montador é bem-sucedido quando seu espectador se envolve na história e esquece que o filme todo são apenas justaposições. Seu desafio é trabalhar com uma quantidade determinada de planos para criar a ideia de continuidade e evitar atenção para o próprio trabalho. Por exemplo: suponha que o personagem do filme esteja caminhando por uma rua e no próximo plano ele apareça sentado. Os dois planos não combinam pois não houve o plano do personagem se sentando. O editor deve ter a preocupação de relacionar todos os planos do filme. Caso chame a atenção para os cortes e justaposições, o profissional falhou ao apresentar a narrativa de forma eficiente. Segundo Godinho (2015), no início do século XXI aconteceu o incremento da internet, que multiplicou os canais de veiculação de conteúdo e produtos publicitários audiovisuais, possibilitando sua veiculação em sites, jogos, redes sociais, além de plataformas móveis (celulares e tablets), que foram alavancadas pela ascensão da rede de internet de terceira geração (3G), possibilitando a transmissão remota de imagens, dados e sons. Sendo assim, qualquer pessoa que disponha de algumas horas por dia pode aprender qualquer assunto, incluindo edição audiovisual, por meio de vários tutoriais gratuitos disponíveis, sem ter nenhuma graduação ou curso profissionalizante.

O fato tem levado à indignação de editores já consagrados pela popularização do mercado e sua constante desvalorização. É fato que a popularização da

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internet e a acessibilidade aos computadores levaram à difusão do conhecimento (fato inclusive provado pelo boom dos “youtubers” e “vloggers”, jovens que criam seu próprio canal e editam seus próprios vídeos, tendo espaço na internet). Porém, neste caso, as pessoas que se dizem ‘editores’ por terem apenas assistido alguns vídeos acabam aceitando propostas de freelancer por um pagamento inferior ao de mercado e assim ocupam vagas que poderiam ser preenchidas por profissionais bem qualificados. A imagem a seguir foi retirada do site TelaBrasileira2, um dos maiores portais de anúncio de vagas no mercado audiovisual do Brasil (Figura 3).

Figura 3 – Reclamações de editores insatisfeitos

Fonte: Fórum do site Tela Brasileira (2016).3

A proliferação de vídeos amadores é motivo de críticas de alguns autores, como Collins e Berge (2000) e Moore (2007), onde o “fenômeno” estaria

2 http://www.telabrasileira.com.br/

3

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comprometendo, dentre outros fatores, a qualidade do material produzido para EaD. O Horizon Report, entretanto, parece mostrar que é preciso superar o receio do uso do vídeo amador em educação, inclusive porque os principais usuários (os alunos) já estão acostumados e sensibilizados com a nova mídia. Uma cultura de videoclipe, caracterizada pelo consumo frequente de pequenos vídeos e na qual se destaca o YouTube, emergiu na web e precisa ser incorporada às estratégias pedagógicas vigentes.

2.5 Softwares de edição de vídeo

De acordo com Dancyger (2003), filme e vídeo são formas de arte e comunicação que dependem diretamente da tecnologia, que com o seu avanço trouxeram mudanças consideráveis nas etapas de produção audiovisual. O mercado oferece variedade de materiais para o uso profissional, contando, por exemplo, com opções de câmeras de baixo custo que gravam vídeos em alta definição, barateando produções outrora inviáveis. Outro fator já comentado que impulsiona a entrada de profissionais independentes e muitas vezes inexperientes no mercado é a facilidade de aquisição de softwares de edição, sendo eles profissionais, gratuitos, pagos ou até mesmo piratas, adquiridos por meios alternativos.

Ainda não se chegou a um consenso de qual seria o programa de edição mais adequado ou utilizado pela indústria profissional, por isso profissionais que pretendem atuar na área ou estão em início de carreira apresentam dúvidas em relação a qual programa utilizar. Alguns exemplos de programas de edição mais populares são o Final Cut Pro e o Adobe Premiere Pro, ambos pagos, que são adquiridos por meio da compra de uma licença virtual. Os dois trabalham com semelhança, imitando o princípio de recorte e colagem da edição manual, porém, de forma eletrônica (KELLISON, 2007). Os softwares pagos são mais procurados por possuírem ferramentas de correção de cor, ajustes de luz e mixagem de áudio, enquanto os gratuitos são mais limitados, contudo podem também ser satisfatórios de acordo com as necessidades do editor e da produção. Para Dancyger (2003), a criatividade da etapa de edição depende exclusivamente das pessoas que farão parte dele, como o editor e o produtor, não importando o quão avançado seja o software, pois ele nunca poderá tomar decisões sobre fatores como continuidade, ênfase dramática ou onde cortar.

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O programa Adobe Premiere Pro é um software de edição de vídeo não-linear. Faz parte do Pacote Adobe, que contém uma gama de programas pagos para edição de vídeo, design e programas de desenvolvimento web.

Premiere Pro suporta edição de vídeo de alta resolução (até 10240 x 8192), com 32 bits por canal de cor. O programa também edita com áudio em tempo real e oferece mixagem de som surround 5.1. A arquitetura do software permite importar e exportar formatos além dos suportados pelo Quicktime ou DirectShow, uma variedade de formatos de vídeo, áudio e codecs tanto no sistema operacional OS X quanto no Windows.

Figura 4 – Tela do Premiere em execução.

Fonte: Google (2016).4

O programa permite integração de trabalho com outros softwares também do pacote Adobe, como o After Effects e o Photoshop. As composições feitas no Premiere podem ser exportadas para o After Effects e vice-versa, ajudando o editor a fazer a arte-final do vídeo, com efeitos especiais, além dos muitos plug-ins em comum dos dois programas. A interação com o Photoshop (editor de imagens) também é feita de forma semelhante, possibilitando a abertura de documentos de imagem dentro do projeto de vídeo e, caso haja modificação, no momento da gravação atualizará automaticamente dentro do Premiere.

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O software foi criado para muitos públicos, dentre eles usuários domésticos que se utilizam de OS X ou Windows. O programa também é voltado para o mercado profissional, por possuir suporte a múltiplas sequências, renderização de alta concentração de bits, edição multicâmera, remapeamento de tempo (time remapping), ferramentas para correção de cor, interface de mixagem de áudio avançada, dentre outros.

2.5.2 Software – Adobe After Effects

O programa After Effects é um software de composição digital que trabalha com efeitos visuais, motion graphics (gráficos em movimento) e composições não-lineares. É utilizado principalmente no processo de pós-produção de peças para o cinema e a televisão, juntamente com o Premiere Pro. After Effects também é usado para adicionar efeitos especiais e animações, além de ser um potente editor de áudio e vídeo.

Figura 5 – Tela do After Effects em execução

Fonte: Google (2016).5

5

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Há uma gama de plug-ins para o software, não apenas feitos pela Adobe, e sim pelos próprios usuários, como inserção de partículas para efeitos realistas para chuva, fogo, neve, simular o vídeo com desenhos, fumaça, água, câmera lenta, a criação de gráficos animados (motion graphics), calcular o movimento 3D de uma câmera, eliminar cintilação, ruído ou aparelhamento de linhas, correção de cor, dentre outras melhorias de fluxo de trabalho e efeitos visuais. Mesmo sem os plug-ins, o programa pode renderizar efeitos tridimensionais usando apenas camadas bidimensionais básicas.

2.6 Técnicas de edição de vídeo

Em um projeto de vídeo, é comum a utilização de técnicas com o objetivo de passar uma mensagem e deixar o material esteticamente mais agradável, com a criação de elementos gráficos. Algumas técnicas utilizadas são (KELLISON, 2007):

 Animação: as animações podem ser feitas de maneira simples pelo próprio editor em programas como o Adobe After Effects, ou podem ser mais complexas, criadas por um designer de animação;

 Filmlook: é um método utilizado na etapa de edição final, dando ao vídeo uma aparência de filme, por meio de ajustes como nível de cor e saturação;

 Correção de cor: processo de elevação ou redução de níveis de cor e brilho;

 Jump-cut: é uma técnica de corte de vídeo que deixa o corte bem visível. Pode dar um sentido novo ao roteiro e deixar a narrativa mais interessante;

 Rack Focusing: esta técnica utiliza a alteração de foco durante a filmagem, que pode ser utilizada para chamar a atenção do espectador para outro ponto da cena;

 Close-up: é um tipo de plano caracterizado pelo seu enquadramento fechado, mostrando apenas uma parte do objeto filmado – em geral o rosto da personagem. É interessante para ressaltar as emoções da cena;

 Fade in e fade out: ambas são técnicas de transição suaves entre o preto/branco e a próxima imagem, sendo o in no início e o out no final. O efeito serve para inserir uma transição suave entre cenas;

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 Morphing (Figura 6): é uma técnica de processamento de imagem que calcula uma transformação (ou metamorfose) de uma imagem para outra. Geralmente usada para uso genealógico;

Figura 6 – Exemplo da técnica Morphing

Fonte: Site JotaV Multimedia (2016).6

 Stop Motion: é uma técnica de filmagem que consiste em fotografar quadro-a-quadro as mudanças em cena, logo depois juntando todas as fotografias em ordem, o que dá a ideia de movimento. É o conceito base para a animação;

 Pixilação: na pixilação a cena é construída na base do stop motion, porém com atores reais. O ator torna-se uma espécie de boneco-vivo;

 Insert shot: designa a sobreposição ou interposição de imagens, fazendo com que uma parte da cena filmada seja inserida em um diferente foco ou ângulo da tomada original. Serve para destacar algum aspecto da cena em um enquadramento diferente.

Estas são apenas algumas técnicas que pertencem ao mundo do audiovisual como um todo, desde o cinema até o comercial de TV. Cada uma tem sua importância pois podem alterar uma cena de forma significativa, o que é cabível a qualquer obra audiovisual, inclusive videoaulas. Ao longo do texto será visto se alguma técnica citada se aplica à reconstituição do material audiovisual didático.

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3 EAD E A VIDEOAULA

A discussão ainda acerca da produção do material didático para EaD é foco de inúmeras pesquisas no campo da educação, ainda nos dias atuais. Como afirma Belisário (2003, p.137), “entre os diversos problemas que se identificam no desenvolvimento de programas de EAD, um dos mais importantes é o que diz respeito ao material didático”. Essa discussão ocorre devido à fragilidade destes materiais, que vão desde simples tutoriais, sugestões de leituras, ou ainda listas de exercícios que visam o alcance das metas do aprendizado.

Não apenas vídeos podem fazer a diferença em sala de aula. McKinney et al (2009), por exemplo, demonstraram que um grupo de alunos que utilizou podcasts teve melhores notas em provas do que outro grupo, que assistiu a aulas tradicionais em sala. Porém, o uso do vídeo como recurso pedagógico aumentou, pois respeita as ideias de múltiplos estilos de aprendizagem e de múltiplas inteligências, afinal alguns alunos aprendem melhor quando submetidos a estímulos sonoros e visuais, em comparação com a educação tradicional, apenas com leituras e textos.

A força da linguagem audiovisual está em conseguir dizer muito mais do que é captado, chegar simultaneamente por mais caminhos do que conscientemente é perceptível, e encontra dentro do sujeito uma repercussão em imagens básicas, centrais, simbólicas, arquetípicas, com as quais gera identificação ou relação de alguma forma (GUTIERREZ, 1978).

Um vídeo tecnicamente bem feito pode servir para introduzir um novo assunto, despertar a curiosidade e a motivação para novos temas, facilitando o desejo de pesquisa nos alunos em aprofundar o assunto do vídeo e do conteúdo em si. Diversas instituições de ensino estão disponibilizando vídeos na web. Em The Periodic Table of Videos (2009), por exemplo, é possível estudar a tabela periódica clicando em um elemento e assistindo a uma experiência com ele. O vídeo simula experiências em primeira mão, por exemplo, em química, que seriam perigosas em laboratório, ou que exigiriam muito tempo e recursos e, até mesmo, processos industriais a que não se tem acesso. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore – da semente até a maturidade – em poucos segundos. Um vídeo pode ser utilizado em diferentes modalidades.

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A vídeoaula, no entanto, merece uma atenção especial. A modalidade, que congrega a maioria dos vídeos didáticos/educativos segundo Moran (1991), pode se tornar cansativa e pouco produtiva por vários fatores:

 Detrimento de outras formas de interação (alunos inativos);  Vídeoaulas extensas;

 Vídeoaulas que são reprodução fiel das aulas presenciais;

 Vídeoaulas mal gravadas ou mal editadas, que apresentem cortes abruptos (jump-cuts) e poucos elementos visuais.

Os pontos negativos podem ser evitados se houver um editor de boa qualidade, que conheça algumas técnicas e normas de bom senso para uma edição concisa e didática. Na próxima seção é possível conhecer essas técnicas e normas.

3.1 A videoaula

Uma vídeoaula é, antes de tudo, uma aula gravada previamente e distribuída em forma de vídeo. Existem videoaulas dos mais diversos conteúdos, como culinária, matérias escolares, mecânica, dentre outras. Contudo, o formato da didática pode variar; pode ser um professor na frente da câmera falando seu conteúdo, bem como vários slides de fotos e textos.

A popularização da videoaula no Brasil deu-se na década de 1980, através do VHS (Video Home System), ou videocassete. Apenas 10 anos depois, o mercado de CD-ROMs já desbancou o VHS e torna-se mais fácil a difusão do conteúdo desses CDs, propiciada principalmente pela internet, embora muitas vezes infringissem direitos autorais pela distribuição de cópias não autorizadas.

Não houve conteúdos apenas em mídias independentes; também houve grande participação da TV na aula em vídeo, principalmente pelo programa Telecurso 2000.

3.1.1 O telecurso no Brasil

Telecurso foi um sistema educacional de EaD brasileiro criado e mantido pela Fundação Roberto Marinho. O programa consistia em teleaulas das últimas séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio que podiam ser assistidas em casa. O

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programa era exibido na Rede Globo e oferecido às TVs educativas, como a TV Cultura e o Canal Futura. As aulas eram divididas por matérias e cada teleaula tinha uma duração de 15 minutos aproximadamente.

Em 1995, a Fundação Roberto Marinho e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo lançaram o Telecurso 2000 visando uma parcela da população que não havia completado o Ensino Fundamental ou o Médio. O programa ficou no ar até 2007, quando passou por uma reciclagem por causa do desgaste das aulas originais e da desatualização em alguns tópicos das aulas de Geografia e História. Com isso foi criado o Novo Telecurso, que incluiu os programas do Telecurso 2000 e novas disciplinas como Filosofia, Artes Plásticas, Música, Teatro, Sociologia e Espanhol.

No ano de 2009, o Telecurso passou a apresentar uma nova série do Telecurso Profissionalizante de Mecânica com o auxílio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Porém, em 14 novembro de 2014 o Telecurso deixou de ser exibido na Rede Globo. A Fundação Roberto Marinho levou o Telecurso na íntegra para um novo portal gratuito na Internet7, com todas as teleaulas.

3.1.2 Khan Academy – EaD para todos

A Khan Academy8 (Figura 7) é uma ONG educacional criada em 2006 pelo

educador americano Salman Khane. Com a missão de fornecer educação de alta qualidade para qualquer um, em qualquer lugar, oferece uma coleção grátis de mais de 3.800 vídeos de matemática, história, medicina e saúde, finanças, física, química, biologia, astronomia, economia, ciência da computação, entre outras matérias, além de mais de 300 mil exercícios gratuitos.

7 http://educacao.globo.com/telecurso/ 8 https://pt.khanacademy.org/

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Figura 7 – App da instituição mostrando as principais videoaulas

Fonte: Google9. (2016)

O site ainda personaliza o ensino, reconhecendo quais habilidades o aluno domina e quais ainda precisa praticar. Além disso, o professor tem acesso imediato ao desempenho de seus alunos, podendo identificar as dificuldades de cada um, necessitando apenas de um computador conectado à rede. Em 2014, a Khan Academy passou a ser traduzida para o português e tem ajudado mais de 5 milhões de brasileiros em suas dificuldades em matemática e outras áreas do saber.

3.2 Princípios para adequação de videoaulas

A produção de uma videoaula é mais difícil do que criar materiais impressos, pois envolve competências especiais não somente de produção, mas também de engenharia. O tempo empregado na preparação de videoaulas é consideravelmente grande. Além disso, a inexperiência do professor com as ferramentas de produção faz com que o tempo dedicado no desenvolvimento aumente e se torne um aspecto negativo na sua utilização (CHANDRA, 2011).

O estilo de apresentação da videoaula varia de um vídeo simples da sala de aula até um vídeo com autoria altamente elaborada que inclui closes e cortes de professores, slides, desenhos e animações interativas (ILIOUDI et al. 2013). Guo et al. (2014) tiveram como objetivo identificar quais estilos de videoaula eram mais aceitos

9

https://lh3.googleusercontent.com/7IOZ0jCX_qNS50SMGYEVrWvkeGgOERDg4_gpdiZAnDWOKRVM4ezlt 0H9oqWs9xXoOtI=h900

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no quesito aprendizagem em cursos online. Cinco estilos de videoaula foram utilizados no estudo:

 Estilo tradicional (aula tradicional apresentada em sala de aula);

 Estilo cabeça falante (parte superior do corpo do professor falando para a câmera);

 Estilo voz, imagem e apresentação (imagem e voz do professor e apresentação de slides);

 Estilo Khan (voz com escrita e desenho manual em quadro eletrônico). O nome Khan é devido ao estilo ter sido popularizado pela Khan Academy;

 Estilo tutorial (voz e demonstração passo a passo de uma tarefa em um software).

De acordo com as interações dos alunos registradas, o estilo considerado mais envolvente foi o estilo tutorial (há uma pausa no vídeo para a execução de ações e então há a continuidade do vídeo). Essas conclusões demonstram que as videoaulas que intercalam estilo cabeça falante com apresentação de slides são mais atraentes e videoaulas no estilo tutorial envolvem mais do que somente a apresentação de slides.

Na videoaula, como na produção de um filme, podem-se identificar vários processos, necessários para toda a estrutura do vídeo funcionar, principalmente quatro etapas que são essenciais nesse processo: roteirização, gravação, edição e produção.

3.2.1. O roteiro

O roteiro deve ser o primeiro ponto decidido da videoaula, pois vai determinar o conteúdo, a sequência e a forma como o tema deve fluir ao longo do projeto. A maturação do roteiro deve levar em conta algumas variáveis, como o tempo da videoaula; o público a que se destina; o conteúdo que será ensinado; o tipo de abordagem (expositiva, interativa, com animações); bem como o meio em que será veiculada.

O roteiro é fundamental para que seja possível garantir o foco no tema, sem fuga, atingir os objetivos inicialmente propostos, controlar o tempo, bem como fazer uso adequado dos recursos tecnológicos e cenários. Todo roteiro deve começar a partir de uma ideia, que deverá atender aos objetivos da videoaula. Com o “Quadro de Ideias” de Lewis Herman (2000) pode-se encontrar uma ideia mais facilmente.

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Quadro 1 – Tipos de ideias de acordo com o roteirista Lewis Herman Ideia Descrição

Selecionada Provém da memória ou vivência pessoal Verbalizada Surge de algum comentário

Lida Surge de algum jornal, revista ou livro Transformada É a manipulação de uma ideia já

existente, proveniente de alguma ficção Solicitada Provém de uma sugestão, sob encomenda Pesquisada Surge a partir de pesquisas sobre o que

está em falta no mercado

Fonte: Lewis Herman (2000).

Uma dica importante para o áudio do roteiro provém do texto jornalístico, que sugere frases curtas e concisas, preferência de discurso na ordem direta (sujeito + verbo + predicado), evitar os adjetivos, usar texto coloquial (dependendo de seu público) e associar, na medida do possível, a palavra dita com alguma imagem.

3.2.2. A gravação

Quanto ao tipo de gravação, há algumas opções que podem ser utilizadas:  Gravação com captura de vídeo – aquela que captura o que se passa na tela do computador;

 Gravação externa;

 Adição de objetos como caixas de textos, setas, indicações, interatividade e animações;

 Inserção de narração e/ou trilha sonora.

Na hora da gravação, alguns cuidados são essenciais:

 Realizar um teste inicial para verificar o enquadramento, iluminação e áudio;

 Garantir a tranquilidade do local (desligar celular, telefone e sinais sonoros do computador);

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 Caso a locação seja em ambiente movimentado, colocar um cartaz na porta solicitando que não seja interrompido durante a gravação (Figura 8);

 Escolher roupas adequadas para o ato da gravação (evitar listras, estampas chamativas bem como roupas na cor verde/azul devido ao uso do efeito especial Chroma Key10);

 Evitar temporariedade (bom dia, boa noite);  Fazer pontos de corte utilizando o silêncio.

Figura 8 – Aviso de silêncio no estúdio da empresa CEPEP

Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

O diferencial de usar um vídeo para se comunicar é a associação do áudio com o visual. Essa sinergia consegue entregar uma mensagem clara ao espectador, desde que seja bem produzida. O áudio é um pilar importante no processo de produção de uma videoaula.

10 É uma técnica de efeito visual que consiste em colocar uma imagem sobre uma outra através do

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Um áudio ruim pode diminuir a qualidade da videoaula e passar uma impressão negativa para seu público. Para obter uma experiência satisfatória com o áudio do vídeo produzido, algumas técnicas são recomendadas, como usar o microfone disponível o mais próximo possível da origem do som, projetar a voz e sempre fazer testes antes de dar início à gravação. Um som bem gravado não necessita de mais grandes processos de edição e um vídeo com qualidade ruim de áudio terá necessidade de um processo de regravação.

3.2.3. Edição

A videoaula deverá passar por um processo de edição a fim de ter qualidade e aprimoramento da didática com o uso de recursos tecnológicos. Longe de serem apenas “enfeites”, esses recursos acrescentam e complementam itens que podem, desde que utilizados de modo adequado, aprimorar a aprendizagem, proporcionando significado e facilitando o ensino. A tabela abaixo (MEDEIROS E PANSANATO, 2015) (Tabela 1), ilustra os resultados de uma pesquisa feita com alunos investigando os recursos tecnológicos que preferem.

Tabela 1 – Preferências dos alunos em relação aos recursos interativos

Recursos interativos Frequência

Download de material adicional 58,8%

Exemplo prático 52,6%

Comunicação com o professor 46,4%

Pausa/Reprodução 44,4%

Dicas de Estudo 43,3%

Sumário para acesso rápido a trechos da videoaula

43,3%

Animação interativa (com escolha de opções ou parâmetros)

41,2%

Exercício Complementar 40,2%

Página da web (ou website) 39,2%

Respostas a perguntas 35,1%

(40)

Comunicação com o tutor 30,9% Repetição de trechos da videoaula 30,9% Avaliação ou comentários (feedback) 30,9%

Pergunta de acompanhamento 27,8%

Enquete (pesquisa informal de opinião) 22,7%

Nenhum 5,2%

Fonte: Medeiros e Pansanato (2015).

O processo de edição pode ser dividido em duas etapas: a fase da montagem elaborada através de cortes bruscos e a etapa que o editor refina os cortes de acordo com o ritmo e o tipo de vídeo (DACYNGER, 2011). A “criatividade” da edição provém de soluções técnicas, pois antes de começar o retoque fino do vídeo o editor deve se perguntar:

 “Será uma imagem estática ou uma em movimento?”;  “O que está em foco na câmera?”;

 “O personagem está posicionado no centro ou ao lado?”;  “Quais as luzes e as cores aplicadas?”.

Uma variedade de fatores pode afetar a continuidade do vídeo, que nada mais deve ser do que simplesmente dois takes que juntos apresentem continuidade.

3.2.4. Produção

Após a edição há o processo de produção, ou mesmo renderização, que significa a escolha do tamanho e do tipo de arquivo de vídeo.

Uma escolha adequada de tamanho requer conhecimento técnico, como de telas e seus respectivos dispositivos de reprodução. Alguns tamanhos comuns e muito utilizados (em pixels – que são, de modo bem simplificado, os menores componentes de uma imagem ou vídeo digital) são: 320 x 240; 640 x 480; 720 x 480; 800 x 480; 1280 x 720. Esses números estão no formato L x A (Largura ou Comprimento x Altura). Quanto menor o tamanho, menor o vídeo original e sua definição (qualidade), porém mais rápido seu carregamento no caso de ser disponibilizado pela internet.

Quanto ao tipo de arquivo, os mais utilizados e comuns são o mp4, o wmv e, embora em desuso, o flv. Assim como no caso do tamanho, é desejável alguma

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familiaridade com os principais arquivos de vídeo. Os dois primeiros têm melhor resolução e ocupam menos espaço em disco.

A preparação de uma boa videoaula que atinja seus objetivos requer não apenas conhecimentos pedagógicos e de conteúdo do que se quer ensinar, mas também habilidades desenvolvidas em roteirização, gravação, edição e produção. Além disso, é desejável e útil ter noções de arquivos de mídias digitais para obter o melhor resultado possível, com o mínimo de dúvidas e dificuldades para que o projeto flua melhor, faça sentido para o editor e, mais importante, para seu público.

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4 METODOLOGIA

A pesquisa de caráter qualitativo utiliza como metodologia o Estudo de Caso. Essa escolha se justifica pelo fato de investigar um fenômeno contemporâneo, considerando-se o contexto de produção e reformulação de videoaulas para a modalidade a distância no contexto da Universidade Federal do Ceará; de considerar a não exigência de controle sobre os eventos de produção e reformulação de videoaulas; e de utilizar fontes de evidências diretas na compreensão dos fenômenos estudados (YIN, 2005).

A unidade de análise da pesquisa é composta por duas videoaulas produzidas pelo Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores da UFC (LIFE/UFC) com apoio da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) e do Instituto Universidade Virtual (IUVI), sendo disponibilizadas para a Formação DTIC (Docência Integrada às TIC) datadas de 2013 e atualmente disponíveis na rede pelo canal do laboratório11.

A Formação DTIC teve sua primeira edição em 2011.1, sendo ofertada para todos os professores da UFC em conjunto com alunos parceiros da graduação. Vinculada ao Projeto CASa, ambos situados na Universidade Federal do Ceará, a Formação DTIC atende até hoje os professores que se interessam pela integração entre as Tecnologias Digitais e a Docência, sobretudo àqueles que ingressam na Universidade em seus estágios probatórios.

De acordo com Goetz e LeCompte (1984), há cinco critérios que estão relacionados com os componentes fundamentais do Estudo de Caso: adequação, clareza, caráter completo, credibilidade e significado. A pesquisa se subdivide em três etapas: planejamento, coleta e análise de dados. Na primeira etapa, são preparados os instrumentos e protocolos de coleta de dados, a escolha dos vídeos de análise, bem como as estratégias de análise de dados. O planejamento, então, é pensado levando os critérios de Goetz e LeCompte (1984) em consideração.

Na segunda etapa, são coletadas duas videoaulas. Para cada videoaula assistida é elaborada uma ficha técnica listando-se a duração da aula, a composição da cena e a qualidade do áudio. Dentre as duas, apenas uma será selecionada para ser reformulada, sendo assim previamente separada e escolhida diferenciando-a das demais.

Referências

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