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Painel de indicadores de desempenho para as IFES - Instituições Federais de Ensino Superior: um modelo multidimensional

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(1)

PAULO HENRIQUE SANTINI

PAINEL DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA AS

IFES-INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR: UM

MODELO MULTIDIMENSIONAL

Universidade Federal de Pernambuco posgraduacao@cin.ufpe.br www.cin.ufpe.br/~posgraduacao

RECIFE

2017

(2)

PAULO HENRIQUE SANTINI

PAINEL DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA AS

IFES-INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR: UM

MODELO MULTIDIMENSIONAL

Este trabalho foi apresentado à Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Fe-deral de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre Profissio-nal em Ciência da Computação..

Orientador: Prof. José Gilson de Almeida Teixeira Filho

RECIFE

2017

(3)

Catalogação na fonte

Bibliotecária Monick Raquel Silvestre da S. Portes, CRB4-1217

S235p Santini, Paulo Henrique

Painel de indicadores de desempenho para as IFES - Instituições Federais de Ensino Superior: um modelo multidimensional / Paulo Henrique Santini. – 2017.

159 f.: il., fig., tab.

Orientador: José Gilson de Almeida Teixeira Filho.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CIn, Ciência da Computação, Recife, 2017.

Inclui referências e apêndices.

1. Ciência da computação. 2. Sistemas de informação. 3. Indicadores. I. Teixeira Filho, José Gilson de Almeida (orientador). II. Título.

004 CDD (23. ed.) UFPE- MEI 2017-241

(4)

Paulo Henrique Santini

Painel de indicadores de desempenho para as IFES – Instituições

Federais de Ensino Superior: um modelo multidimensional

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre Profissional em 30 de junho de 2017.

Aprovado em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Hermano Perrelli de Moura

Centro de Informática / UFPE

__________________________________________ Prof. Décio Fonseca

Centro de Ciências Sociais Aplicadas / UFPE

__________________________________________ Prof. José Gilson de Almeida Teixeira Filho

Centro de Ciências Sociais Aplicadas / UFPE (Orientador)

(5)

Dedico este trabalho a meus filhos Daniel e Paula. Os objetivos estratégicos da minha vida.

(6)

Agradecimentos

Aos meus filhos Daniel e Paula, e minha irmã Heloiza, pelo incentivo constante; Aos meus falecidos pais, pela proteção que me dedicaram e pelo amor que me concederam, e que de alguma forma ainda me concedem;

Aos meus amigos Andrea e Roney, bem como seus colegas de equipe e tantos companheiros de recuperação, pelo carinho fraterno e solidariedade no apoio à recupe-ração da minha vida, possibilitando, dentre tantos novos sucessos, a existência deste trabalho;

Aos colegas servidores do IFSC, em especial aos colegas da T.I., e todos aqueles que contribuíram para a execução desta tarefa;

Aos gestores de TI do IFSC, Aline e Benoni, ao nosso Pró-Reitor prof. Andrei, e à Magnífica Reitora do IFSC profa. Maria Clara;

Aos colegas e professores do curso e a todos do Cin - Centro de Informática da UFPE;

Ao Jaime, Vitor, Carlos Eduardo e Andrey, pela solidariedade fraterna, inclusive material, que garantiu a realização desta empreitada. Vocês são os caras!!!;

E muito especialmente, ao povo brasileiro, por me conceder ensino público, gratuito e de qualidade.

(7)

“O homem inteligente não é aquele que não comete falta alguma. Tais indivíduos não exis-tem nem podem existir. O homem inteligente é aquele que não comete faltas demasiado graves e sabe corrigí-las rapidamente, com facilidade”

(8)

RESUMO

As IFES-Instituições Federais de Ensino Superior estão situadas em um contexto onde existe muitas dificuldades para gerenciar seus recursos e avaliar os resultados de suas ações dentro de um planejamento estratégico elaborado. Além disto as orga-nizações modernas necessitam possuir ferramentas que as permitam aplicar ações decisórias a todo instante. A qualidade de uma decisão se faz mais presente quando embasada na realidade onde a organização está inserida, bem como no conhecimento do comportamento de seu ambiente. Nas IFES - Instituições Federais de Ensino Supe-rior Brasileiras não é diferente. Este trabalho apresenta os resultados de um estudo cujo objetivo principal foi estabelecer um conjunto de indicadores de desempenho es-tratégico para as IFES-Instituições Federais de Ensino Superior, modelado de forma multidimensional. Estes indicadores que podem ser utilizados pelos Institutos Fede-rais e as Universidades FedeFede-rais durante a elaboração/revisão do seu planejamento estratégico institucional com objetivo de facilitar a mensuração do atingimento das metas estratégicas e táticas, bem como apoiar as decisões dos gestores na busca de conquistar estas mesmas metas e objetivos. O conjunto de indicadores desejado, desde que compreendido como um conjunto de requisitos de informação para o conhecimento do comportamento da realidade e a tomada de decisões, pode ser modelado como um conjunto de meta-dados para a estruturação de uma base de dados organizada com estes fins. Desta forma, a identificação de um conjunto de indicadores úteis ao conhecimento do comportamento da instituição e sua modelagem multidimensional enquanto metadados de um DataWarehouse, tende a contribuir com o processo de construção do planejamento institucional das IFES-Instituições Federais de Ensino Superior, bem como a construção de possíveis sistemas que possam dar suporte a tomada de decisão, tanto para a gestão da instituição como um todo, ou mesmo de forma setorial dentro do planejamento estratégico.

Palavras-Chave: Indicadores. Data Warehouse. OLAP. Sistemas de Suporte à Tomada de Decisões. Sistemas de Informação para Governo.

(9)

ABSTRACT

The Federal Institutions of Higher Education are located in a context where there are many difficulties to manage their resources and evaluate the results of their actions within an elaborated strategic planning. Modern organizations need to have tools that allow them to apply decisive actions at all times. The quality of the decision becomes more present when based in the reality where the organization is inserted, as well as in the knowledge of the behavior of this environment. In the IFES - Federal Institutions of Higher Education in Brazil it is no different. This paper presents the results of a study aimed at establishing a set of performance indicators that can be used by these IFES, namely: the Federal Institutes and the Federal Universities. These indicators may be used by these institutions during the preparation / review of their institutional strategic planning in order to facilitate the measurement of the achievement of strategic and tactical goals, as well as to support managers’ decisions in the quest to achieve these same goals and objectives. This panel, since understood as a set of information requirements for knowledge of reality behavior and decision making, can be modeled as a set of metadata for structuring a database organized for these purposes. In this way, the identification of a set of indicators useful to the knowledge of the behavior of the institution as well as its modeling as metadata of a DataWarehouse tends to contribute to the process of construction of the institutional planning of the IFES, as well as the construction of possible Support Systems to Decision making for the management of the institution as a whole or even in a sectoral way within the strategic planning.

Keywords: Indicators. Data Warehouse. OLAP. Decision Support Systems. Information Systems for Government.

(10)

Lista de Figuras

Figura 1 – Execução orçamentária da função educação, de 2010 a 2013 . . . . 17

Figura 2 – Adoção de práticas relacionadas ao alinhamento estratégico da ges-tão de pessoas . . . 20

Figura 3 – Adoção de práticas relacionadas ao treinamento e desenvolvimento de competências de liderança . . . 20

Figura 4 – Evolução dos PDTI’s . . . 21

Figura 5 – Inexistência de dados . . . 23

Figura 6 – Insuficiência de dados . . . 23

Figura 7 – Pirâmide do Conhecimento em B.I. . . 30

Figura 8 – Exemplo simplificado de modelo multidimensional . . . 32

Figura 9 – Classificação dos SAD . . . 33

Figura 10 – Fluxo do Método de Pesquisa . . . 36

Figura 11 – Esquema das fases da Grounded Theory . . . 37

Figura 12 – Processo da Codificação Aberta . . . 38

Figura 13 – Diagrama de Classes para Codificação Aberta . . . 39

Figura 14 – Diagrama da Codificação Axial . . . 40

Figura 15 – Artigo 1 - Galvão . . . 44

Figura 16 – Artigo 2 - Francisco et al . . . 45

Figura 17 – Artigo 3 - Bortoluzzi et al . . . 46

Figura 18 – Dissertação 1 - Sonneborn . . . 47

Figura 19 – Dissertação 2 - Fonseca . . . 48

Figura 20 – Dissertação 3 - Oliveira . . . 49

Figura 21 – Modelo ER do banco de dados . . . 55

Figura 22 – Exemplo de consulta de rastreabilidade . . . 57

(11)

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Ingressos na Educação Superior . . . 17

Tabela 2 – Gastos Federais com Educação . . . 18

Tabela 3 – Recursos Federais para o MEC, IFSC e Assistência Estudantil (IFSC) 18 Tabela 4 – Características do Método de Pesquisa . . . 34

Tabela 5 – Critérios de Seleção das Fontes . . . 42

Tabela 6 – Institutos Federais Pesquisados . . . 52

Tabela 7 – Universidades Federais Pesquisadas . . . 52

Tabela 8 – Quantidades de citações por instituição - UH - PDI’s . . . 53

Tabela 9 – Quantidades de citações por trabalho - UH - Literatura . . . 55

Tabela 10 – Categorias resultantes com a sua fundamentação . . . 57

Tabela 11 – Cursos . . . 69

Tabela 12 – Cursos - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 69

Tabela 13 – Alunos . . . 72

Tabela 14 – Alunos - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 73

Tabela 15 – Verbas Orçamentárias . . . 75

Tabela 16 – Verbas Orçamentárias - Indicadores encontrados na fundamentação 75 Tabela 17 – Docentes . . . 78

Tabela 18 – Docentes - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 78

Tabela 19 – Projetos . . . 81

Tabela 20 – Projetos - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 81

Tabela 21 – Implantação de Planos . . . 84

Tabela 22 – Implantação de Planos - Indicadores encontrados na fundamentação 84 Tabela 23 – Servidor . . . 87

Tabela 24 – Servidor - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 87

Tabela 25 – Espaço Físico . . . 89

Tabela 26 – Espaço Físico - Indicadores encontrados na fundamentação. . . 89

Tabela 27 – Bolsas . . . 91

Tabela 28 – Bolsas - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 92

Tabela 29 – Avaliação de Satisfação . . . 94

Tabela 30 – Avaliação de Satisfação - Indicadores encontrados na fundamentação 94 Tabela 31 – Publicações de trabalhos . . . 97

Tabela 32 – Publicações de trabalhos - Indicadores encontrados na fundamentação 97 Tabela 33 – Parcerias / Cooperações . . . 99

Tabela 34 – Parcerias / Cooperações - Indicadores encontrados na fundamentação100 Tabela 35 – Obras de Infraestrutura . . . 102 Tabela 36 – Obras de Infraestrutura - Indicadores encontrados na fundamentação 103

(12)

Tabela 37 – Acervo Bibliográfico . . . 105

Tabela 38 – Acervo Bibliográfico - Indicadores encontrados na fundamentação . 106 Tabela 39 – Eventos . . . 108

Tabela 40 – Eventos - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 108

Tabela 41 – Sistemas de Informação . . . 111

Tabela 42 – Sistemas de Informação - Indicadores encontrados na fundamentação111 Tabela 43 – Capacitações . . . 113

Tabela 44 – Capacitações - Indicadores encontrados na fundamentação . . . . 114

Tabela 45 – Processos (BPMN) . . . 115

Tabela 46 – Processos (BPMN) - Indicadores encontrados na fundamentação . 116 Tabela 47 – Mobilidade . . . 118

Tabela 48 – Mobilidade - Indicadores encontrados na fundamentação . . . 119

Tabela 49 – Distribuição das consultas por câmpus . . . 121

Tabela 50 – Distribuição das consultas por cargo . . . 121

Tabela 51 – Unidades Hermenêuticas . . . 132

Tabela 52 – Documentos Primários das Unidades Hermenêuticas . . . 133

(13)

Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . 15 1.1 Motivação . . . . 15 1.2 Justificativa . . . . 16 1.3 Definição do Problema . . . . 24 1.3.1 Questão da Pesquisa . . . 25 1.4 Objetivos . . . . 25 1.4.1 Objetivo Geral . . . 25 1.4.2 Objetivos Específicos . . . 25 1.4.3 Contexto . . . 25 1.5 Organização do Trabalho . . . . 25 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . 27 2.1 Indicadores . . . . 27 2.2 Inteligência Organizacional . . . 29

2.3 Indicadores na Inteligência Organizacional . . . . 29

2.4 Modelagem Multidimensional . . . . 31

2.5 Sistemas de Suporte a Decisão . . . . 32

3 MÉTODO DA PESQUISA . . . . 34

3.1 Método . . . . 34

3.2 Natureza . . . . 34

3.3 Abordagem . . . . 35

3.4 Caráter dos Objetivos . . . . 35

3.5 Procedimentos Utilizados . . . 35

3.6 Técnicas de Coleta de Dados . . . . 36

3.7 Perspectiva e Área de Concentração . . . . 41

4 TRABALHOS RELACIONADOS . . . . 42

4.1 Fontes e Critérios de Busca . . . . 42

4.2 Principais Trabalhos . . . . 43

4.2.1 Modelo de Avaliação de Desempenho Global para Instituição de En-sino Superior . . . 44

4.2.2 A Contribuição do PDI nas Atividades de Planejamento e Gestão das Instituições de Educação Superior . . . 45

(14)

4.2.3 Estruturação de um Modelo de Avaliação de Desempenho para a Gestão do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná . . . 46

4.2.4 Desenvolvimento de um Modelo de Apoio à Gestão para uma Institui-ção de EducaInstitui-ção Superior Baseado em Indicadores de Desempenho 47 4.2.5 A LDB e o Impacto da Qualificação dos Docentes nos Indicadores de Desempenho dos Cursos de Graduação da UFPA . . . 48

4.2.6 Proposta de um Sistema de Indicadores de Desempenho para Institui-ções de Ensino Superior na Perspectiva do Corpo Discente . . . 49

5 ANÁLISE DOCUMENTAL . . . . 51

5.1 As Duas Unidades Hermenêuticas . . . . 51

5.1.1 UH - Literatura . . . 51

5.1.2 UH - PDI’s . . . 51

5.2 Citações Levantadas . . . . 53

5.3 Estrutura do Painel de Rastreabilidade . . . . 55

5.4 Categorias Resultantes da Codificação Aberta com a Fundamen-tação . . . . 57

6 RESULTADO . . . . 65

6.1 Resultado da Codificação Axial . . . . 65

6.2 Modelo Multidimensional e Textual . . . . 65

6.2.1 Cursos Ofertados . . . 67

6.2.2 Alunos . . . 72

6.2.3 Verbas Orçamentárias . . . 74

6.2.4 Docentes . . . 76

6.2.5 Projetos . . . 79

6.2.6 Implantação de Planos e/ou Políticas . . . 83

6.2.7 Servidor . . . 85 6.2.8 Espaço Físico . . . 89 6.2.9 Bolsas . . . 91 6.2.10 Avaliação de Satisfação . . . 93 6.2.11 Publicações de trabalho . . . 95 6.2.12 Parcerias - Cooperações . . . 99 6.2.13 Obra Infraestrutura . . . 102 6.2.14 Acervo Bibliográfico . . . 105 6.2.15 Eventos. . . 107 6.2.16 Sistemas de Informação . . . 109 6.2.17 Capacitações . . . 113 6.2.18 Processos (BPMN) . . . 115

(15)

6.2.19 Mobilidade . . . 118

6.3 Avaliação . . . 119

7 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . 123

7.1 Conclusões . . . 123

7.1.1 Aplicabilidade dos Indicadores quanto ao SINAES e TCU . . . 124

7.2 Limitações da Pesquisa . . . 125

7.3 Trabalhos Futuros . . . 125

Referências . . . 127

APÊNDICES 131 APÊNDICE A – Unidades Hermenêuticas . . . 132

APÊNDICE B – Documentos Primários . . . 133

APÊNDICE C – Categorias da Codificação Aberta . . . 135

APÊNDICE D – Imagens ofertadas aos gestores na validação . 157 APÊNDICE E – Respostas ao questionário de validação . . . . 159

(16)

15

1 INTRODUÇÃO

As Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) estão situadas em um contexto onde existem muitas dificuldades para gerenciar seus recursos e avaliar os resultados de suas ações dentro de um planejamento estratégico elaborado.

Há muitos motivos para afirmar que a informação tornou-se fundamental e vital para o bom andamento da gestão. Dentre eles é possível citar: a necessidade de viver em um ambiente de modificações aceleradas como o dos últimos anos; a necessi-dade de obtenção de informações sobre a sua realinecessi-dade de atuação; o necessário acompanhamento e controle de custos e investimentos previstos e realizados; o emba-samento e sustentação dentro do processo de tomada de decisões; a necessidade de perceber comportamentos e identificar suas causas e consequências; a identificação de tendências e antecipação de situações;e por inúmeras outras razões largamente conhecidas.

Com esta compreensão, e identificando estas necessidades, o presente trabalho deseja preencher as lacunas existentes na gestão das IFES com a identificação das mínimas informações e conhecimentos requisitados para a existência de um sistema de tomada de decisões coerente com os seus objetivos estratégicos.

Tendo domínio dos seus objetivos estratégicos, as organizações de qualquer tipo precisam acompanhar a execução das atividades traçadas para atingir estes objetivos. A literatura apresenta, de forma muito farta, a necessidade de utilizar indicadores de desempenho para medir os resultados destas ações e suportar a tomada de decisões na busca de correções de rumos desejados.

Um painel, com indicadores de desempenho bem determinados possibilitará sustentar os sistemas de apoio a tomada de decisões na gestão das IFES brasileiras. Apresentado em modelo multidimensional, o painel já será uma orientação para modelo da camada de metadados de um Sistema de Suporte a Decisão a ser implementado em ferramentas de Inteligência Organizacional (B. I.).

1.1 Motivação

A realização deste trabalho segue duas linhas motivadoras. Uma em função da realidade em que estão inseridas as IFES brasileiras e outra em função da ambição do autor em avançar na pesquisa de bases para construir um Sistema de Apoio a Tomada de Decisões que possa contribuir para melhorar a qualidade da educação pública brasileira.

(17)

Capítulo 1. INTRODUÇÃO 16

A primeira linha motivadora se dá pelos profundos desafios de gestão apre-sentados ao conjunto das IFES no Brasil, principalmente em virtude das mudanças políticas e sócio-econômicas que ocorrem de forma constante em nosso país. E com esta percepção, fica manifesta a importância de consolidar um conjunto de informações que possam dar conhecimento aos gestores, tanto sobre em que grau está o seu desempenho em relação aos seus objetivos, bem como uma melhor leitura da sua realidade enquanto organização e do contexto em que está inserida.

Nesta linha, em sua formação acadêmica, o autor já experimentou, na elabora-ção de sua monografia a verificaelabora-ção da possibilidade desta construelabora-ção.

Já a segunda linha motivadora se deve ao fato do autor exercer a profissão de analista de tecnologia da informação no Instituto Federal de Santa Catarina há quase dez anos e com quase 30 anos de carreira desenvolveu especial interesse pela área de BI. Neste período dentro do IFSC, o autor percebeu tanto a inexistência de um sistema estruturado que possa dar base de conhecimento para a gestão, bem como a impossibilidade de a mesma avaliar seu desempenho e decidir os passos a dar de acordo com a evolução e comportamento da realidade. Assim ficou constatada a necessidade de iniciar a construção de uma solução para esta situação.

“A possibilidade de construção de indicadores que, analisados ao longo do tempo, apoiem a gestão da instituição na tomada de decisões, existe, bem como a resposta para a pergunta: Como construir indicadores que permitam a gestão de uma instituição de ensino, aprimorar sua tomada de decisões? foi afirmativa. Sim. Existe a possibilidade de construir os indicadores. E, sim. Existe metodologia e ferramentas para tal. . . “ (SANTINI, 2014).

Isto está de acordo com o MEC (2014), que define “[. . . ] o trabalho final do curso deve ser sempre vinculado a problemas reais da área de atuação do profissional-aluno e de acordo com a natureza da área e a finalidade do curso, podendo ser apresentado em diversos formatos.“ Esta afirmação está regulamentada pela Portaria Normativa nº 17, de 28 de dezembro de 2009 (BRASIL, 2009).

1.2 Justificativa

No campo da educação, o início deste século tem como característica um forte crescimento na quantidade de vagas ofertadas pelas instituições superiores de ensino, o que por si só, nos indica a necessidade de aprimoramento da gestão das instituições ofertantes. A tabela 1 permite observar isto relacionando a quantidade de ingressos ocorridos nas instituições de nível superior nos anos do início desta década com os dados do ano final do século passado .

(18)

Capítulo 1. INTRODUÇÃO 17

Tabela 1 – Ingressos na Educação Superior

Ano Total Pública %

Crescimento Privada 2000 1.035.850 261.114 774.636 2010 2.182.229 475.884 1. . . 82.25 1.706.345 2011 2.346.695 490.680 187.92 1.856.015 2012 2.747.089 547.897 209.83 2.199.192 2013 2.742.950 531.846 203.68 2.211.104

Fonte: INEP Relatório Técnico do Censo 2013

Na figura 1, fornecida pelo TCU-TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (2014), se pode observar graficamente os saltos diferenciados que ocorrem na variação orçamen-tária na educação.

Figura 1 – Execução orçamentária da função educação, de 2010 a 2013

Fonte: Sistema Siga Brasil. Elaboração: SecexEducação/TCU.

A tabela 2 também apresenta a variação do crescimento dos gastos federais com a educação. Nela se percebe o quanto os recursos para a função educação podem crescer e diminuir em relação a cada ano, considerando período com os últimos 3 anos.

(19)

Capítulo 1. INTRODUÇÃO 18

Tabela 2 – Gastos Federais com Educação

Ano Recursos Educação % Recursos % Variação

2013 1.767.411.281.856,04 74.522.118.432,91 4,22

2014 2.193.634.079.203,88 91.722.722.301,18 4,18 23,08

2015 2.246.450.998.750,23 94.346.062.676,94 4,20 2,86

Fonte: Portal da Transparência

As mudanças e variações também podem ser observadas na tabela 3 que apresenta os valores destinados ao Ministério da Educação, ao IFSC ou à Assistência Estudantil a cada ano.

Tabela 3 – Recursos Federais para o MEC, IFSC e Assistência Estudantil (IFSC)

Ano MEC (bilhões) % IFSC (mi-lhões) % A.E. (mi-lhões) % 2004 14.89 38.14 0.22 2005 15.95 7,15 38.35 0,56 0.23 7,89 2006 19.21 20,42 57.46 49,8 0.33 43,12 2007 21.13 9,98 70.95 23,48 0.39 15,41 2008 25.56 20,97 88.63 24,92 0.70 78,55 2009 31.36 22,67 131.74 48,64 1.09 58,16 2010 32.25 2,85 136.81 3,85 1.35 23,53 2011 44.45 37,83 200.07 46,23 4.36 223,02 2012 51.32 15,45 237.25 18,58 6.65 52,32

(20)

Capítulo 1. INTRODUÇÃO 19 Ano MEC (bi-lhões) % IFSC (mi-lhões) % A.E. (mi-lhões) % 2013 65.15 26,95 300.08 26,48 9.07 36,33 2014 80.58 23,68 383.27 27,72 12.14 33,83 2015 85.08 5,59 408.70 6,64 11.54 -4,93

Fonte: Painel da Transparência

Com estas informações fica demonstrado claramente a inconstância e a alea-toriedade na variação dos gastos, demonstrando as dificuldades de gestão desde as mais altas esferas, até as esferas mais inferiores da ação institucional como no caso, os programas de Assistência Econômica ao Estudante.

Além desta situação adversa, em várias áreas da administração pública e principalmente das IFES, são identificadas dificuldades de gestão em decorrência de suporte informacional sobre a realidade das mesmas. Seja por falta de monitoração ou mesmo por falta de definição clara de objetivos.

Também observa-se, por exemplo na gestão de pessoas muitas dificuldades. O acórdão 3023 de 2013 do pleno do TCU relata que em estudo realizado em 337 organizações da Administração Pública Federal, com 305 questionários respondidos, relata vários problemas de gestão nesta área:

• “54% das organizações declararam não possuir comitê para auxiliar a alta administração nas decisões relativas à gestão de pessoas e, entre as que declararam possuí-lo, apenas 33% o monitoram regularmente (Questões 17 e 19);

• 86% não publicaram diretrizes que contemplem a gestão de riscos relacionados ao capital humano, e 49% não aprovam plano de auditoria interna que contemple a avaliação periódica desses riscos (como por exemplo greve, falta de competências críticas, perda de pessoas-chave e desperdício de recursos públicos) e a eficácia dos respectivos controles (Questões 10 e 20);

• somente 54% monitoram regularmente o cumprimento das di-retrizes relativas à gestão de pessoas e somente 51% monito-ram regularmente o desempenho da área, atuando quando as metas não são alcançadas (Questões 16 e 21).“ (TCU-TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2013).

(21)

Capítulo 1. INTRODUÇÃO 20

“O importante é que as instituições estabeleçam, em algum documento formal, os objetivos de gestão de pessoas alinhados às estratégias de negócio, os indicadores para cada objetivo definido e as metas para cada indicador definido, atentando-se para as metas legais de cumprimento obrigatório” (TCU-TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2013).

Outra situação encontrada pelo TCU, agora no âmbito apenas das Universidades e Institutos Federais e outros poucos órgãos do MEC, é a que foi apresentada em TCU-TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (2014). De acordo com as figuras 2 e 3, fica demonstrado o não atendimento destes planos.

Figura 2 – Adoção de práticas relacionadas ao alinhamento estratégico da gestão de pessoas

Fonte: CGU e TCU. Elaboração: SecexEducação/TCU

Figura 3 – Adoção de práticas relacionadas ao treinamento e desenvolvimento de competências de liderança

Fonte: CGU e TCU. Elaboração: SecexEducação/TCU

Já no campo dos Sistemas de Informação ou Tecnologia da Informação TEI-XEIRA FILHO (2010) nos diz que, tendo em vista a complexidade que apresenta e a

(22)

Capítulo 1. INTRODUÇÃO 21

necessidade de melhoria nos seus processo, esta área se configura cada vez mais como uma área decisiva dentro das organizações.

Entretanto, conforme a figura 4, vê-se que mesmo na área de TI, ainda em 2014, apenas 54% das organizações da APF fazem vínculo de suas ações de TI a indicadores de negócio.

Figura 4 – Evolução dos PDTI’s

Fonte: Perfil GovTI - (GARCIA; GARCIA, 2016)

Por outro lado, em um plano mais geral, cabe relembrar o que diz a UNESCO-Conferência Mundial sobre Educação Superior (1998) em sua Declaração, na alínea a do seu artigo 13:

“A gestão e o financiamento da educação superior requerem o desen-volvimento de capacidades e estratégias apropriadas de planejamento e análise de políticas, com base em parcerias estabelecidas entre insti-tuições de educação superior e organismos nacionais e governamentais de planejamento e coordenação, a fim de garantir uma gestão devida-mente racionalizada e o uso efetivo e financeiradevida-mente responsável de recursos. As instituições de educação superior devem adotar práticas de gestão com uma perspectiva de futuro que responda às necessidades dos seus contextos. Os administradores da educação superior devem ser receptivos, competentes e capazes de avaliar permanentemente, por meio de mecanismos internos e externos, a eficiência dos proce-dimentos e regulamentos administrativos” (UNESCO-CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO SUPERIOR, 1998).

Outra preocupação também, conforme aponta Sonneborn (2004) em seu estudo, é que as IES não possuem um conjunto definido e completo de informações disponíveis

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Capítulo 1. INTRODUÇÃO 22

através de indicadores que possam dar sustentação para sua gestão no conhecimento de suas realidades e no processo de decisão:

“Na gestão de organizações educacionais, devem ser consideradas algumas características especificas que as diferem das demais orga-nizações. Estas características, muitas vezes, impedem que a gestão estratégica destas organizações, quando a possuem, tenha um método definido com objetivos claros e amplamente divulgado para os seus empregados. Decorre daí a origem de muitos dos problemas de gestão das IES, principalmente nas privadas. Muitas destas instituições adotam como estratégia de gestão, tão somente o acompanhamento dos indi-cadores financeiros tradicionais e o atendimento às exigências legais, mais especificamente as exigências das avaliações institucionais deter-minadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC)” (SONNEBORN, 2004).

Na mesma linha, Piratelli e Belderrain (2010) dizem que: “Os gestores adminis-tram seus cursos, tendo como base apenas os indicadores de desempenho utilizados pelos órgãos reguladores externos, ou seja, em muitos casos, deixam de avaliar fatores de grande relevância.“

Mais especificamente, no contexto dos Institutos Federais, observa-se a dificul-dade com indicadores de desempenho em relação ao planejamento institucional no resultado da entrevista com Silva (2016), diretora na área de Gestão do Conhecimento e Planejamento do IFSC, onde nos é dito:

“[..] temos uma padronização, no âmbito dos IF’s, apenas dos indica-dores obrigatórios do TCU, que compõem o Relatório de Prestação de Contas/Gestão anual. Todos os IF’s têm que disponibilizá-los anual-mente nos documentos citados. O problema é que grande parte deles não contribuem para uma análise da efetividade da gestão.“ (SILVA, 2016).

Todos estes elementos indicam a necessidade de uma constante avaliação das situações em que se encontram, da disponibilidade dos recursos, das tendências de sucesso e fracasso, e de como se comporta o ambiente gerenciado em função das ações determinadas ao longo do tempo.

Segundo Primak (2008), é indiscutível a relevância da disponibilidade das infor-mações apropriadas para o administrador no processo decisório, principalmente no momento da tomada de decisão. Sem elas o administrador decidirá as cegas. Esta mesma informação servirá como instrumento de avaliação da qualidade da decisão, tomada por meio da alimentação de um processo de feedback. Ou seja, a correção ou não da decisão tomada influenciará na realidade e esta deve realimentar com segurança as novas leituras da realidade para novo ciclo de tomada de decisões.

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Capítulo 1. INTRODUÇÃO 23

A dificuldade de apresentar informações sobre a situação da educação brasileira, também fica evidente, conforme figuras 5 e 6, na frequente ausência de dados e informações a respeito do Brasil nos relatórios da UNESCO sobre a educação mundial.

Figura 5 – Inexistência de dados

Fonte: Relatórios Unesco

Figura 6 – Insuficiência de dados

Fonte: Relatórios UNESCO

A ausência de dados e de informações, seja em âmbito geral ou na situação particular das IFES, geralmente decorre do fato de que as instituições em geral, tem um conjunto extenso de dados em seus sistemas transacionais que representam a realidade objetiva da instituição no exato momento em que elas ocorrem. Em outros termos, possuem uma grande riqueza em dados. Por outro lado, estes dados, por estarem todos organizados para suprir as necessidades transacionais do dia a dia da instituição, não estão organizados de forma a constituir informação organizada para análise. Seja por estarem em bancos de dados diferenciados, por possuírem formatação não padronizada, por não terem histórico de armazenamento, por dificuldades de acesso ou políticas de acesso, etc. . . Assim, apesar das instituições serem ricas em dados, as informações são pobres. Isto prejudica em muito o que se chama Inteligência Organizacional.

Conforme diz Power (2007), Inteligência Organizacional, traduzido do inglês Business Intelligence (BI), é um termo que foi cunhado e popularizado por Howard Dresser do Gartner Group em 1989. Ele descreve um conjunto de conceitos e métodos para melhorar a tomada de decisão de negócios usando sistemas de apoio baseados em fatos (e fatos, quando medidos ao longo do tempo são indicadores).

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Capítulo 1. INTRODUÇÃO 24

Se considera que dentro de uma instituição, Inteligência Organizacional, constitui-se em um processo, com atividades e ferramentas utilizadas para obter a melhor informação, tendências e comportamentos que possam apoiar a tomada de deci-sões (PRIMAK, 2008).

Como proposta para a solução deste problema, a Inteligência Organizacional sugere a construção de um grande banco de dados com a responsabilidade de arma-zenar dados de diversas fontes para futura geração de informações integradas. Ou ainda, com base nos dados extraídos do funcionamento das funções operacionais de uma organização, consolidá-los para seu uso em análises executivas, a partir da reorganização e combinação destes mesmos dados e informações. Este banco de dados é chamado de data warehouse (REZENDE; ABREU, 2008).

Para montar este aparato, é necessário então elencar quais seriam as infor-mações desejadas. Estas, em formato de indicadores de desempenho, comporão a base do apoio à tomada de decisões. Serão elas, os requisito de informação para a implementação futura de qualquer Sistema de Apoio a Decisão nas IFES.

1.3 Definição do Problema

A carência demonstrada até aqui, reside em indicadores de desempenho que permitam aos gestores, dentro das suas instituições, tomarem as decisões necessárias para o atingimento do planejamento estratégico já existente e que permita avaliar, através do feedback, os resultados obtidos, realimentando o processo decisório.

São reconhecidos alguns indicadores pre-existentes, principalmente no âmbito do governo federal. Mas não foi detectada a existência de um quadro de indicadores construídos a partir das reais necessidades das instituições.

Sonneborn (2004), em seu estudo sobre as IES privadas, identifica problema semelhante quando nos diz que muitas delas adotam como estratégia de gestão, tão somente o acompanhamento dos indicadores financeiros tradicionais e o atendimento às exigências legais, mais especificamente as exigências das avaliações institucionais determinadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Sendo assim, mesmo que os objetivos estratégicos das IFES’s possam e devam estar alinhados aos objetivos estratégicos gerais da política de educação do governo, as informações que irão compor o conjunto de conhecimento das instituições, deve nascer das necessidades destas no seu processo de decisão, e em direção aos objetivos definidos em seus próprios planejamentos.

Neste sentido, pesquisando o planejamento institucional já existente nos docu-mentos estratégicos das IFES, no conhecimento dos gestores, e na bibliografia da área, pretende-se identificar os objetivos estratégicos que orientam este grupo de instituições.

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Capítulo 1. INTRODUÇÃO 25

A partir destes objetivos, é desejado determinar o conjunto de informações, em formato de indicadores, que permitam aos gestores acompanhar a execução e os reflexos das ações gerenciais na realidade da instituição e da comunidade que a cerca.

1.3.1 Questão da Pesquisa

Quais seriam os indicadores de desempenho mais importantes para monitorar o grau de consecução dos objetivos estratégicos das IFES e subsidiar suas decisões gerenciais?

1.4 Objetivos

A seguir são apresentados os objetivos gerais e específicos do presente trabalho. 1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral é estabelecer um conjunto de indicadores de desempenho estratégico para as IFES modelado de forma multidimensional.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Promover revisão da literatura;

• Determinar um mapa de rastreabilidade da pesquisa; • Extrair indicadores na literatura;

• Efetuar análise documental nos documentos de planejamento das IFES; • Mapear o conjunto de indicadores resultante;

• Modelar meta-dados destes indicadores para constituir a base de um Sistema de Suporte a Decisão.

1.4.3 Contexto

O estudo se dará no ambiente das IFES que compreende o conjunto das Universidades Federais e os Institutos Federais, sendo que a grande parte dos estudos serão elaborados com base nos documentos de planejamento institucional destas em comparação com estudos já elaborados.

1.5 Organização do Trabalho

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Capítulo 1. INTRODUÇÃO 26

Capítulo 1: Introdução - Apresenta a motivação, a justificativa, a definição do problema e os objetivos tanto geral como os específicos do trabalho.

Capitulo 2: Fundamentação Teórica - Apresenta a sedimentação teórica, os termos, os conceitos necessários para subsidiar a pesquisa: Indicadores, planejamento estratégico, inteligência organizacional, requisitos de informação para sistemas de apoio a tomada de decisão, dentre outros.

Capítulo 3: Método da Pesquisa - Apresenta o detalhamento do método em-pregado. Mostra os recursos da metodologia utilizados na exploração das fontes e na elaboração dos resultados. Demonstra o esquema metodológico e o desenho ou mapa da pesquisa em suas etapas. A análise documental e a modelagem multidimensional. Capitulo 4: Revisão da Literatura - Apresenta a pesquisa bibliográfica efetu-ada, tanto na revisão com base em repositórios buscando o atual estado da arte através das contribuições recentes de outros pesquisadores e trabalhos correlatos, bem como o que há de clássico na literatura sobre o assunto.

Capítulo 5: Análise Documental - Apresenta a sequência de passos da análise documental e seus resultados. Ou seja, como foram obtidos e quais foram os resultados. Aqui já se apresenta o painel de indicadores encontrado.

Capitulo 6: Resultados - Apresenta o resultado final da pesquisa, aplicando as técnicas de modelagem dimensional ao painel de indicadores e apresentando o desenho de um modelo de meta-dados para um Sistema de Apoio a Tomada de Decisão. Apresenta ainda, ao final, uma validação destes resultados.

Capítulo 7: Conclusões e Considerações Finais - Apresenta as principais contribuições da pesquisa e possíveis trabalhos futuros.

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27

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são apresentados os conceitos e significados dos principais elementos que compõem a construção do resultado desejado. Como já mencionado, e mais detalhadamente explicado nas linhas que tratam do método, o trabalho se destina a obter um conjunto de indicadores que, de acordo com uma visão de Inteligência Organizacional, seriam requisitos de informação para um sistema de apoio à tomada de decisões. Estes indicadores serão apresentados usando um modelo multidimensional. Nas seções a seguir se irá fundamentar estes elementos.

Também são apresentados conceitos e fundamentos a respeito de Sistemas de Suporte a Decisão. Não é objetivo deste trabalho construir ou propor a construção de um SSD. Mas como este trabalho pode servir de base para o projeto e implementação destes no futuro, e foi concebido para tal, estes conceitos e fundamentações são incluídos como seções ao final deste capítulo.

2.1 Indicadores

Acompanhar determinados aspecto da vida ao longo do tempo é característica do conhecimento humano. Já nas instituições e organizações, independentemente de sua atuação, isto passa a ser uma necessidade.

Em seu trabalho, Galvão, Corrêa e Alves (2011) recomenda:

“[. . . ] o uso dos indicadores precisa ser encarado como tarefa primordial e não pode se tornar mera e simples atividade. Ainda assim, os indica-dores implicam grande impacto sobre a cultura organizativa e sobre os responsáveis por defini-los e utilizá-los na organização. Melhor dizendo, a forma como os critérios e os modos são executados repercute na aceitação positiva ou negativa do sistema de avaliação. . . “ (GALVÃO; CORRÊA; ALVES, 2011, p. 427).

Segundo Sonneborn (2004), criar medidas e instrumentos de desempenho padronizados sempre foi um desafio para a humanidade. Todas as organizações, independente do segmento empresarial em que atuam, precisam de medidas confiáveis e indicadores que permitam mensurar o desempenho de suas atividades.

Conforme Soligo (2012), a mensuração da qualidade de vida e do desenvolvi-mento social, econômico e político vem adquirindo importância, à medida que essas informações tornam-se mais acessíveis a governos e população em geral. Diariamente, uma enxurrada de indicadores invade nossa vida. Medir e transformar essas medidas em índices utilizados para revelar e sinalizar diversos aspectos da sociedade passou a

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 28

integrar inúmeras atividades cotidianas. No entanto, os fenômenos estudados pelas ciências sociais são demasiadamente complexos para serem interpretados e analisa-dos sob uma ótica unidimensional. Para interpretar um fenômeno social, é necessário considerá-lo na sua multiplicidade de aspectos, procurando suas várias dimensões analíticas.

Do ponto de vista histórico, Soligo (2012) também nos diz que no início da história e da evolução dos indicadores, predominava a exclusiva quantificação, seja de pessoas, recursos ou equipamentos. A partir de 1920, e particularmente depois da Segunda Guerra Mundial, a estatística mudou completamente, saindo das mãos exclusivas de cientistas econômicos e passando a ser produzida por departamentos, agências e divisões de repartições públicas nacionais.

Ao avançar mais na história e observar a dimensão social dos indicadores, se pode verificar sua maior importância nos dias de hoje. Em BRASIL (2010), vê-se que na década de 1970, houve um grande avanço na produção de indicadores sociais patrocinados por organismos nacionais e internacionais (ONU, OCDE, PNUD, OMS e outros), com a divulgação de índices regionais, nacionais e supranacionais permitindo, inclusive, a comparação das condições de vida entre os países. Já na década de 1980, a crise fiscal e a visão de um Estado mínimo economicamente eficiente, adotada principalmente na Inglaterra e nos EUA, levaram a um certo desprezo pelos indicadores sociais. A partir da década de 1990, contudo, os indicadores sociais e ambientais assumiram um papel de destaque quando novos temas como desigualdade social, qualidade de vida, direitos humanos, liberdades políticas, desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e biodiversidade passaram a compor a pauta de governo da maioria das nações.

Abaixo uma definição do que seriam os indicadores no ambiente das políticas públicas.

“Do ponto de vista de políticas públicas, os indicadores são instrumentos que permitem identificar e medir aspectos relacionados a um determi-nado conceito, fenômeno, problema ou resultado de uma intervenção na realidade. A principal finalidade de um indicador é traduzir, de forma mensurável, determinado aspecto de uma realidade dada (situação so-cial) ou construída (ação de governo), de maneira a tornar operacional a sua observação e avaliação. . . ” (BRASIL, 2010, p.23).

Já em termos gerais, a literatura aponta várias definições, sendo que elas tendem conceitualmente a mesma significação. Uma definição de indicador encontrada seria:

“O indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as

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informa-Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 29

ções relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a evolu-ção do aspecto observado. . . ” (FERREIRA; CASSIOLATO; GONZALEZ, 2009, p.24).

2.2 Inteligência Organizacional

Na literatura, são encontradas várias designações semelhantes à Inteligência Organizacional, mas será este o termo utilizado para traduzir o termo original - Bu-siness Intelligence neste trabalho. Outra referência usada será sua conhecida sigla B.I.. Existem ainda outras designações para B.I., além de Business Intelligence e Inteligência Organizacional. São elas a tradução literal: Inteligência de Negócios, ou mesmo, inteligência Empresarial.

Apesar de se observar não existir um conceito petrificado para esta área de domínio de conhecimento, bem como, não existir alguma organização ou instituição internacional reconhecida e preocupada com normatização em Inteligência Organizaci-onal, a literatura tende atualmente a convergir para uma definição pacífica (SANTINI, 2014).

O termo Business Intelligence ou Inteligência Organizacional, segundo Primak (2008, p.5) “[. . . ] surgiu na década de 80 no Gartner Group e faz referência ao processo inteligente de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de dados contidos em um data warehouse/data mart, gerando informações para o suporte à tomada de decisões no ambiente de negócio”.

Já segundo Cunha (2012), Inteligência Organizacional, é o processo que uma organização pode utilizar para converter todos os seus recursos em conhecimento, dando as informações certas às pessoas certas e no momento certo; produzindo gran-des quantidagran-des de informação, levando ao gran-desenvolvimento de novas oportunidagran-des para a organização. Em outras palavras, é o processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte à gestão e ao sucesso dos negócios.

2.3 Indicadores na Inteligência Organizacional

Considerando a conceituação de indicadores da seção 2.1, o entendimento apresentado na seção anterior do que significa Inteligência Organizacional e com base em Santini (2014, p.16), é possível afirmar que a construção de indicadores para qualquer atividade, inclusive a educação, pode ser considerada uma ação de Inteligência organizacional, uma vez que indicadores são métricas obtidas no dia a dia que, em sendo observados ao longo do tempo, podem demonstrar comportamentos, tendências, etc. . . Sendo assim, constituem-se em importantes elementos de suporte

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 30

à tomada de decisão. Ou seja, são informações, que derivadas tanto dos dados dos sistemas transacionais ou mesmo de simples anotações, podem se transformar em conhecimento, desde que organizados de forma adequada.

Na figura 7 foram adicionadas algumas informações sobre Inteligência Organi-zacional à pirâmide do conhecimento que é encontrada em Bosancic (2016)

Figura 7 – Pirâmide do Conhecimento em B.I.

Fonte: Adaptada de Bosancic, 2016

Quando unimos os conceitos de Inteligência Organizacional ao conceito de indicadores, pode-se ver os mesmos com mais facilidade se os situarmos dentro da Pirâmide do Conhecimento. Na pirâmide é possível observar elementos menos estruturados, e portanto com mais dificuldade de modelagem, quando se sobe pelos quatro níveis. Os dois níveis inferiores representam o que são hoje a maioria dos sistemas de informação, ou seja, sistemas voltados para as ações operacionais do dia a dia. Estes sistemas manipulam dados transacionais e movimentam informações importantes para a execução das tarefas.

Já na parte superior, encontram-se os elementos mais necessários para o pro-cesso de tomada de decisões que são o conhecimento do comportamento do ambiente

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 31

e a sabedoria para decidir o que fazer. A identificação e construção de indicadores, nada mais é do que extrair métricas com base na informação ao longo do tempo. E com estas métricas construir conhecimento sobre comportamento e identificação de tendências. Ou seja, identificar os indicadores tanto de desempenho, bem como operacionais ou outro indicador qualquer é identificar requisitos de informação quando se trata de Sistemas de Suporte a Informação em Inteligência Organizacional.

2.4 Modelagem Multidimensional

Com o objetivo de construir o banco de dados (DW - data warehouse) para um sistema que possa dar suporte ao processo de decisão (SSD - Sistemas de Suporte a Decisão) na gestão de qualquer organização, é utilizada a Modelagem Multidimensional.

Um projetista de banco de dados convencional acostumado a modelar a es-trutura do banco de dados de forma relacional, baseado no MER - Modelo Entidade-Relacionamento, terá um pouco de dificuldade quando iniciar seus primeiros projetos de data warehouse. Entretanto, segundo Kimball e Ross (2013), a modelagem dimen-sional é a única técnica viável para bancos de dados que devem responder consultas em um data warehouse.

Com respeito aos componentes de um modelo dimensional é possível, conforme Nardi (2007), definir que:

“As análises sobre dados históricos envolvem uma série de possibilida-des de cruzamentos e agrupamentos de informações, com o uso dos seguintes termos:

Dimensões: estabelecem a organização dos dados, determinando pos-síveis consultas/cruzamentos. Por exemplo: região, tempo, canal de venda,. . . Cada dimensão pode ainda ter seus elementos, chamados membros, organizados em diferentes níveis hierárquicos. A dimensão tempo, por exemplo, pode possuir duas hierarquias: calendário gregoriano (com os níveis ano, mês e dia) e calendário fiscal (com os níveis ano,

semana e dia);

Medidas ou métricas: são os valores a serem analisados, como mé-dias, totais e

quantidades;

Fatos: são os dados a serem agrupados, contendo os valores de cada medida para cada combinação das dimensões existentes. O tama-nho

da tabela que contém os fatos merece atenção especial do analista; Agregações: totalizações calculadas nos diversos níveis hierárquicos..“ (NARDI, 2007).

Na figura 8 se vê um exemplo simples de um modelo multidimensional elaborado para representar as medidas (indicadores) de alunos ingressantes, retidos e evadidos.

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 32

Estas medidas podem ser observadas por semestre (que é a dimensão temporal das medidas) e/ou a modalidade do curso e/ou o curso e/ou o campus.

Figura 8 – Exemplo simplificado de modelo multidimensional

Fonte: Próprio Autor, 2017

De acordo com a definição de Nardi (2007), é possível observar que as dimen-sões são o semestre (que é a dimensão temporal sempre presente em um indicador), o curso do aluno, a modalidade do curso do aluno e o campus do aluno. As medidas ou métricas são as quantidades presentes na entidade Aluno, que por sua vez é a nossa entidade Fato. As agregações são as possibilidades de compor a totalização das métricas desprezando o curso e consultando apenas por modalidade ou por campus. Isto porque tanto modalidade agrupa cursos como campus também.

Perceba-se que tanto modalidade, como câmpus, se fosse usada a normalização de um modelo E-R, estas deveriam estar relacionadas a entidade curso. Não é o caso de um modelo multidimensional.

Um melhor entendimento sobre a modelagem multidimensional será dado dentro do capitulo do método e durante a apresentação dos resultados obtidos.

2.5 Sistemas de Suporte a Decisão

Sistemas de Suporte a Decisão são sistemas que não se prestam a dar suporte às atividades operacionais da instituição. Não operacionalizam os processos e ativida-des necessárias para que a instituição ativida-desempenhe seu papel, ou seus fins, no dia a

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Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 33

dia. Mas podem se prestar, por exemplo, a analisar e verificar sucessos e insucessos na execução destes (ROMÃO; GUERREIRO; BATISTA, 2007).

Ainda, segundo Romão, Guerreiro e Batista (2007), são geradores de conhe-cimento, no sentido de que a informação é trabalhada e portanto são sistemas que auxiliam o gestor a fazer a melhor opção em tempo útil.

Na figura 9, estão dispostos os tipos de sistemas que podem apoiar o processo de decisão.

Figura 9 – Classificação dos SAD

Fonte: Faculdade Estácio de Sá

Neste estudo será considerado, sempre que falado sobre Sistemas de Apoio a Decisão-SAD, a primeira classe, ou seja os Sistemas de Suporte a Decisão - SSD’s.

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3 MÉTODO DA PESQUISA

Este capítulo apresenta o método de pesquisa utilizado neste trabalho para obter os resultados e objetivos esperados.

Em resumo, a tabela 4 demonstra a caracterização do método empregado.

Tabela 4 – Características do Método de Pesquisa

Aspecto Descrição

Método Indutivo

Natureza Aplicada

Abordagem Qualitativa

Caráter Descritiva

Procedimentos Revisão Bibliográfica e Análise

Documental Técnicas de Coleta de Dados Procedimentos da Grounded Theory Perspectiva e Áreas de Concentração Ciências da Computação (Inteligência Organizacional) Fonte: Próprio Autor, 2017

3.1 Método

Neste trabalho foi utilizado o método de pesquisa indutivo que busca obter generalizações derivadas da observação de casos da realidade concreta. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princí-pios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 1999) (LAKATOS; MARCONI, 2010).

3.2 Natureza

A natureza da pesquisa deste trabalho é a aplicada pois tem como objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos a solução de um problema prático determinado (SILVA; MENEZES, 2005).

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 35

3.3 Abordagem

A abordagem utilizada neste trabalho foi principalmente a qualitativa pois se configura na obtenção de compreensão detalhada dos significados e características apresentadas pelo levantamento fundamentado em informações sobre o ambiente da pesquisa.

Mas a abordagem também é quantitativa tendo em vista o uso de técnicas de quantificação para classificação. (SILVA; MENEZES, 2005)

3.4 Caráter dos Objetivos

A pesquisa é de caráter descritivo pois visa descrever as características apreen-didas de determinado conjunto de informações. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento (SILVA; MENEZES, 2005).

No caso, foram explorados textos que propêm produção semelhante e os plane-jamentos institucionais das IFES brasileiras.

3.5 Procedimentos Utilizados

Em traços gerais, a pesquisa se iniciou com um estudo inicial do tema e revisão da literatura. Estudos correlatos foram pesquisados.

Em função destes estudos iniciais se optou por utilizar a coleta de informações a respeito de indicadores em estudos já existentes, bem como em documentos de pla-nejamento das instituições envolvidas no escopo de abrangência do estudo. Para esta fase de levantamento de informações foi definido utilizar uma adaptação da Grounded Theory em um escopo bastante reduzido, envolvendo apenas duas instituições como um pré-teste (SANTINI; TEIXEIRA FILHO, 2016).

Obtendo sucesso neste pré-teste, a pesquisa partiu para a definição de duas UH’s - Unidades Hermenêuticas, sobre as quais foram aplicadas as duas fases iniciais da Grounded Theory obtendo assim o painel desejado em forma textual.

Deste painel, utilizando as técnicas de modelagem multidimensional obteve-se o metadados do que seria a implementação deste painel.

Ao final, para validar o trabalho, foi efetuada uma avaliação por parte de um grupo de gestores, das categorias obtidas. Nesta avaliação foi utilizado um questionário com duas questões discursivas. Uma tentando levantar as espectativas dos gestores respondentes quanto à possíveis indicadores, isto sem o conhecimento do resultado. Já na segunda questão, também discursiva, se buscou, apresentando o resultado textual

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 36

das categorias levantadas, verificar a concordância dos mesmos.

Na figura 10 está representado este processo em formato de fluxo da pesquisa.

Figura 10 – Fluxo do Método de Pesquisa

Fonte: Próprio Autor, 2017

3.6 Técnicas de Coleta de Dados

Foi escolhido, seguindo Garcia e Garcia (2016), adaptar a Grounded Theory, ou Teoria Fundamentada em Dados para determinar a técnica utilizada na análise dos

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 37

documentos.

O objetivo final não é fazer “uma teoria surgir dos dados” como preconiza a Grounded Theory. Tenta-se identificar um conjunto de informações que poderão ser organizadas como os possíveis indicadores que sustentariam um Sistema de Apoio a Tomada de Decisão.

Apesar de não termos como objetivo extrair uma teoria dos documentos, os resultados em teoria que Strauss e Corbin (2008) buscam, devem apresentar as mesmas características: a) coerência entre os dados e resultados; b) compreensão pelos envolvidos; c) generalização suficiente para que variações da ocorrência do fenômeno sejam consideradas; e d) controle na previsão das ações dos envolvidos. Ademais, deve ser coerente com a realidade da área especificada para o estudo e, como conseqüência, fornecer sentido para que seja compreendida pelos sujeitos envolvidos e por outros pesquisadores.

Na figura 11 estão representadas as três fases originais da Grounded Theory.

Figura 11 – Esquema das fases da Grounded Theory

Fonte: Bandeira-de-Mello, 2003

De acordo com a figura acima e como nos diz Garcia e Garcia (2016), os processos que compõem a GT - Grounded Theory são:

• Codificação Aberta: etapa em que o pesquisador varre o material coletado e busca extrair conceitos, categorias e suas propriedades e dimensões;

• Codificação Axial: nesta etapa ocorre o processo de relacionar categorias entre si e entre as propriedades e dimensões. Através destes relacionamentos é

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 38

possível traçar proposições acerca do fenômeno estudado;

• Codificação Seletiva: etapa em que o pesquisador identifica a categoria central do fenômeno e realiza o refinamento da teoria que emerge dos dados.

Para o levantamento de dados nas duas UH’s (de trabalhos correlatos e de PDI’s) será aplicado inicialmente uma adaptação da primeira fase da GT, qual seja, a Codificação Aberta (SANTINI; TEIXEIRA FILHO, 2017).

Esta adaptação da Codificação Aberta seguirá o fluxo demonstrado na figura 12.

Figura 12 – Processo da Codificação Aberta

Fonte: Próprio Autor, 2016

Com base em Santini e Teixeira Filho (2017), para o armazenamento da coleta dos dados extraídos dos documentos através do fluxo representado acima, foi contruido um banco de dados correspondente ao modelo de classes da figura 13.

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 39

Figura 13 – Diagrama de Classes para Codificação Aberta

Fonte: Próprio Autor, 2016

Esta modelagem de classes para o armazenamento dos objetos que envolvem a pesquisa também prevê a rastreabilidade da fonte da codificação. Ou seja, os códigos gerados como base para os indicadores podem a qualquer momento ter sua funda-mentação revelada tendo em vista que todas as citações extraídas dos documentos estudados, bem como os documentos que as fornecem e consequentemente a unidade hermenêutica estão relacionados a informação.

Ou seja, qualquer código, tem todas as citações de que deriva, vinculadas a ele. Estas citações, cada uma delas, pertencem a um documento primário, e este documento primário, por sua vez, pertence à uma unidade hermenêutica.

Já no segundo momento do levantamento, onde é aplicada a adaptação da Codificação Axial, usa-se a mesma representação de classes acima, de forma replicada, que será alimentada pelo processo definido na figura 14:

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 40

Figura 14 – Diagrama da Codificação Axial

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Capítulo 3. MÉTODO DA PESQUISA 41

3.7 Perspectiva e Área de Concentração

A área de concentração da pesquisa está focada em Ciências da Computação, mais especificamente no domínio de conhecimento da Inteligência Organizacional.

Além dos conhecimentos de ciências da computação, são usados também conhecimentos da área de gestão do conhecimento, da administração e planejamento estratégico e também, dado o contexto, da área de educação.

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4 TRABALHOS RELACIONADOS

A revisão bibliográfica não produz conhecimento novo, mas apenas supre as deficiências de conhecimento que o pesquisador tem em uma determinada área. Portanto deve ser bem planejada e conduida (WAZLAWICK, 2014) .

Desta forma, a revisão foi iniciada por uma pesquisa de artigos relacionados aos temas do objetivo da pesquisa. A partir desta pesquisa, uma seleção dentre estes artigos foi determinada para utilização como base de fundamentação e orientação para a pesquisa.

4.1 Fontes e Critérios de Busca

Foram efetuadas pesquisas nos seguintes repositórios CAPES, Google Schoolar e outros em menor escala.

Nestas pesquisas em repositórios, as strings de busca utilizadas foram: indi-cadores de desempenho, planejamento estratégico, educação, sistemas de apoio a decisão, etc.. sempre interseccionando os mesmos.

Além da pesquisa em repositórios foram utilizadas fontes já conhecidas do autor em sua monografia, sugestões ofertadas por colegas da área, bem como reveladas em eventos em que o autor participou. Outras fontes também foram identificadas a partir das referências bibliográficas das próprias fontes encontradas, caracterizando a seleção de fontes em “bola de neve”

Os critérios de seleção foram em maior peso pela relevância do conteúdo do que do tema do trabalho, tendo em vista que o conteúdo foi avaliado por nível de atendimento a requisitos pré-definidos conforme a tabela 5:

Tabela 5 – Critérios de Seleção das Fontes

Critério/Requisíto Descrição

Foco em IFES O foco do trabalho se concentra em

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Capítulo 4. TRABALHOS RELACIONADOS 43

Critério/Requisíto Descrição

Documentos de Planejamento

Estuda ou apresenta sugestões para a definição de documentos estratégicos institucionais

Planejamento Estratégico

Aborda ou estuda elementos de gestão institucional relacionados ao planejamento de longo prazo

Sistemas de Suporte a Decisão ou B.I.

Aborda ou estuda em seu conteúdo elementos de B.I. ou sistemas de suporte a decisão

Indicadores

Estuda, fundamenta ou aborda

indicadores de desempenho estratégicos ou operacionais

Painel de indicadores Contempla em seu conteúdo algum painel

de possíveis indicadores Fonte: Próprio Autor, 2017

Os critérios ou requisitos foram avaliados por uma métrica baseada em escala de Likert com uma pontuação variando de 1 (discordo plenamente) até 5 (concordo plenamente).

Tendo em vista que o objetivo deste trabalho é a construção de um painel de indicadores, o último critério “Painel de Indicadores” indica uma maior contribuição neste aspecto, Sendo assim, teve peso dobrado.

4.2 Principais Trabalhos

Os principais trabalhos correlatos selecionados estão apresentados nas sub-seções abaixo, sendo três artigos e três dissertações de mestrado.

Nas figuras estão representados o título, um brevíssimo resumo e o resultado encontrado em cada trabalho. E no texto que as segue, as principais contribuições.

(45)

Capítulo 4. TRABALHOS RELACIONADOS 44

4.2.1 Modelo de Avaliação de Desempenho Global para Instituição de Ensino Superior

Figura 15 – Artigo 1 - Galvão

Fonte: Próprio Autor, 2017

Em seu trabalho Galvão, Corrêa e Alves (2011), demonstram a importância do governo e das instituições buscarem constantemente a melhor qualidade de en-sino. Afirmam que a intervenção do governo em determinar políticas de avaliação de desempenho das IES tem sido constante e encarada como prioridade.

Neste caso, o escopo de observação do trabalho são todas as IES, tanto públicas como privadas.

Como questionamento, o trabalho em estudo, propoe verificar se o sistema de avaliação fundamentado no Sinaes, utilizado hoje, é o único modelo a utilizar, ou se outras propostas trariam contribuições mais proveitosas, inclusive concorrendo para enfrentar os desafios da elevada concorrência no setor (GALVÃO; CORRÊA; ALVES, 2011, p. 426).

O trabalho estuda vários metodos e metodologias que seriam capazes de contribuir. Seriam eles:

• Prêmio americano de qualidade Malcolm Baldrige (BNQP) • European Foundation for Quality Management (EFQM)

• Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): modelo de excelência da gestão • Sigma Sustainbility

• Balanced Scorecard (BSC)

(46)

Capítulo 4. TRABALHOS RELACIONADOS 45

A partir deste estudo Galvão, Corrêa e Alves (2011) propôem um modelo que é composto, dentre outros elementos, por um conjunto de indicadores de desempenho e de tendência que será considerado como parte da Unidade Hermenêutica Literatura a ser avaliada nesta pesquisa.

4.2.2 A Contribuição do PDI nas Atividades de Planejamento e Gestão das Instituições de Educação Superior

Figura 16 – Artigo 2 - Francisco et al

Fonte: Próprio Autor, 2017

Neste trabalho Francisco et al. (2012), estudam a “relevância do PDI na estrutu-ração do planejamento e gestão das instituições de educação superior, apresentando aspectos que convalidam este fato nos diversos modelos institucionais vigentes na contemporaneidade nacional.“ e isto nos é muito relevante tendo em vista que preten-demos utilizar os PDI’s como fonte de dados para a pesquisa de indicadores. Isto se torna ainda mais claro quando Francisco et al. (2012) afirma que:

“As investigações construtivistas permitiram concluir, entre outros desíg-nios, que o Plano de Desenvolvimento Institucional é fator estruturante de uma gestão estratégica direcionada para a utilização de indicado-res especificamente relacionados ao modelo institucional apregoado pela IES, além de contribuir na construção de um processo de avali-ação institucional sistemático, formativo e determinante aos ensejos institucionais.“ (FRANCISCO et al., 2012).

O trabalho de Francisco et al. (2012) não apresenta elementos para composição da Unidade Hermenêutica de Literatura pois não tem em seu conteúdo nenhuma pro-posta formulada de indicadores. Entretanto é de grande relevância quando demonstra a importância dos PDI’s como fornecedores destes mesmos elementos. Assim, valida cientificamente a utilização da segunda Unidade Hermenêutica (dos PDI’s) como fonte desta pesquisa.

(47)

Capítulo 4. TRABALHOS RELACIONADOS 46

4.2.3 Estruturação de um Modelo de Avaliação de Desempenho para a Gestão do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Figura 17 – Artigo 3 - Bortoluzzi et al

Fonte: Próprio Autor, 2017

O trabalho de Bortoluzzi et al. (2013), já em sua introdução nos diz que no Brasil, grande parte dos cursos superiores de graduação deixa de avaliar o desempenho por meio de um sistema de avaliação que contemple os objetivos internos e externos. Diz ainda que “os gestores administram seus cursos, tendo como base apenas os indicadores de desempenho utilizados pelos órgãos reguladores externos, ou seja, em muitos casos, deixam de avaliar fatores de grande relevância. . . “ (BORTOLUZZI et al., 2013 apud PIRATELLI; BELDERRAIN, 2010).

Além de apresentar a sustentação de que não existe um conjunto de indicadores que possa ser usado pelos gestores a nível mais baixo da hierarquia das instituições, tendo em vista que predomina a existência de indicadores governamentais para a educação como um todo, Bortoluzzi et al. (2013) fornece um conjunto dos mesmos que foram produzidos para seu escopo em questão. Este conjunto do indicadores que o mesmo formula será componente da Unidade Hermenêutica da Literatura.

Referências

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