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Academic year: 2021

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TÍTULO: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO E ESTADO EMOCIONAL CONFORME CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM IDOSOS DA COMUNIDADE.

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Fisioterapia SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA - UNISANTA INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): LETICIA DE OLIVEIRA CACHAFEIRO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): SHEILA DE MELO BORGES ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo comparar o desempenho cognitivo e estado emocional conforme a classificação do índice de massa corporal (IMC) em idosos da comunidade. Para isso, foram avaliados 285 idosos assistidos pela Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade de Santos/SP e foram divididos em três grupos, conforme classificação do índice de massa corporal para pessoas idosas: (baixo peso; G1=30), (eutrófico; G2=103) e (Sobrepeso; G3=152). Para contemplar os objetivos do presente estudo foram avaliados o desempenho no teste Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para avaliação da saúde cognitiva, Escala de depressão geriátrica (EDG-15) para verificar o estado emocional. Na análise comparativa tanto o MEEM (G1=22,9±4,29; G2=25,6±2,82; G3=25,4±3,11 P=0,003) e quanto a EDG-15 (G1=5,59±3,40; G2=3,08±2,51; G3=3,66±2,71 P= 0,043) apresentaram diferença significativa entre os grupos. Foi possível concluir no presente estudo que idosos com baixo peso (G1) apresentam pior desempenho cognitivo e emocional em comparação a idosos eutrófico (G2) e com sobrepeso (G3).

Palavras-chave: Cognição, sintomas depressivos, índice de massa corporal,

envelhecimento.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento se caracteriza como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Sendo estas relacionadas à perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, favorecendo ao surgimento de processos patológicos, bem como a uma maior vulnerabilidade dos idosos¹.

Em decorrência desse processo verifica-se uma mudança no perfil epidemiológico e nutricional da população com o predomínio de agravos de saúde específicos, tais como doenças crônicas não transmissíveis, redução da capacidade funcional e mobilidade, cognitiva, sarcopenia, lentidão, inatividade física e baixo gasto energético dos idosos.2 Estes fatores resultam em maior demanda pelos serviços de saúde e maior consumo de medicamentos, que influenciam na ingestão

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de alimentos, na digestão, na absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer a necessidade e o estado nutricional do indivíduo idoso.3

Com o envelhecimento, ocorrem alterações corporais que podem interferir no estado nutricional do idoso, sendo observados o aumento progressivo da massa gorda e a redução da massa corporal magra.4Esta mudança está relacionada com a presença de sarcopenia, gerada também por inapetência alimentar e/ou à eliminação da realização de uma das refeições do idoso, por fatores cognitivos e, fatores psicossociais,5 tais como perda do cônjuge, depressão, isolamento social, integração social, capacidade de deslocamento.6 Além disso, sabe-se que hábitos de vida como a prática de atividade física regular podem influenciar positivamente na manutenção e recuperação da sarcopenia, interferindo diretamente na composição corporal de idosos.

OBJETIVO

Diante desta realidade, o objetivo deste estudo foi comparar o desempenho cognitivo e estado emocional conforme a classificação do índice de massa corporal (IMC) em idosos da comunidade.

METODOLOGIA

Desenho do estudo

Trata-se de uma pesquisa analítica, observacional, comparativa, do tipo corte transversal.

População estudada

Dos 305 idosos frequentadores de Unidades Básicas de Saúde da cidade de Santos/SP avaliados, 285 idosos participaram do estudo, conforme critérios de inclusão e exclusão (Figura 1). Para contemplar os objetivos do estudo, os idosos

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elegíveis para o presente estudo foram divididos em três grupos, conforme classificação para IMC (peso em kg/altura x altura em m²) adotada pelo caderno de atenção básica da pessoa idosa.7,8

Grupo 1 (G1): Baixo peso (idosos com IMC menor ou igual 22 kg/m²); Grupo 2 (G2): Eutrófico (idosos com IMC entre 23 kg/m² e 26 kg/m²); Grupo 3 (G3): Sobrepeso (idosos com IMC maior ou igual a 27 kg/m²).

Critérios de Inclusão: Idosos de ambos os sexos; Idade igual ou superior a 60 anos; firmar o aceite por meio da assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); residentes na comunidade.

Critérios de exclusão: Desistência de participar da pesquisa em qualquer momento; Informações incompletas nas avaliações propostas no estudo.

Figura 1 – Fluxograma da população estudada.

DESENVOLVIMENTO

Este projeto integra o estudo “Síndrome da Fragilidade: identificação e monitoramento de vulnerabilidade em idosos frequentadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Santos/SP” com aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da UNISANTA, com CAAE: 36261214.8.0000.5513 e parecer número: 828.776, estando de acordo com as diretrizes da resolução 466/12

305 idosos avaliados Exclusão n = 20 Amostra final n = 285 - Dados incompletos (n=20).

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Todos os idosos foram avaliados no dia e horário de atividades na UBS por alunos de Fisioterapia (inscritos no Grupo de pesquisa Saúde do Idoso) supervisionados pela responsável da pesquisa e por uma Fisioterapeuta colaboradora do grupo de pesquisa.

Após a explicação da pesquisa, aceite e assinatura do TCLE, os idosos frequentadores das UBS do município de Santos foram avaliados por meio de um protocolo de pesquisa baseados na Caderneta da Pessoa Idosa7 e Caderno de Atenção Básica da Pessoa Idosa,8 ambos do Ministério da Saúde. Para contemplar os objetivos do presente estudo foram avaliados o desempenho no teste Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para avaliação da saúde cognitiva, Escala de depressão geriátrica (EDG-15) para verificar o estado emocional.

Materiais

Para caracterização da amostra foram utilizados os seguintes dados: idade, sexo, estado civil, escolaridade, quantidade de medicamentos que faz uso, quantidade de doenças e se pratica atividade física.

Para a avaliação das medidas antropométricas foram utilizados o cálculo base no Caderno de Atenção Básica da Pessoa Idosa8, que é a relação do Índice de Massa Corporal (IMC) = peso em Kg/altura x altura em m², sendo o resultado o < ou igual 22, considerado baixo peso; >22 e >27 considera – se adequado (eutróficos); > ou igual 27 considera–se sobrepeso, sendo esta pontuação própria para a avaliar tal condição em idosos.8 O valor do peso corporal foi obtido utilizando-se uma balança eletrônica, tipo portátil, com o idoso descalço e usando roupas leves. A altura foi verificada utilizando-se uma fita antropométrica, com escala de precisão de 0,1cm, conforme o preconizado pela OMS.8

A EDG-15 é composta por 15 questões para identificação e quantificação de sintomas depressivos nos idosos.9 Além disso, é possível classificar a intensidade dos sintomas depressivos em leve (até 6 pontos), moderado (entre 7 e 10 pontos) e grave (a partir de 11 pontos).9

O Mini Exame do estado mental (MEEM) é um teste de rastreio cognitivo global que testa condições referentes à memória recente e registro da memória

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imediata, orientação temporal e espacial, atenção e cálculo e linguagem - afasia, apraxia e habilidade construcional, totalizando um escore de 30 pontos.10 Este teste é influenciado pelo nível de escolaridade sobre os escores totais do MEEM, sendo considerado para este estudo a nota de corte mais recente para população brasileira, que sugere 20 pontos para analfabetos; 25 pontos para pessoas com escolaridade de 1 a 4 anos; 26 pontos para 5 a 8 anos de escolaridade; 28 pontos para aqueles com 9 a 11 anos de escolaridade e 29 pontos para mais de 11 anos de escolaridade.11

Analises Estatística

Para análise estatística dos dados, foi utilizado o pacote estatístico SPSS® versão 21.0 para Windows. Os dados numéricos contínuos serão apresentados com média e desvio padrão (DP) e os dados categóricos ordinais por meio de frequência absoluta e relativa.

Para análise comparativa, foi utilizado Análise de variância (ANOVA) ou teste Kruskal-Wallis para dados numéricos conforme normalidade dos dados, realizado pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Adicionalmente foi realizado o teste de Pos hoc de Bonferroni para avaliar a diferença dois a dois entre os grupos (G1 versus G2; G1 versus G3; G2 versus G3). Além disso, foi utilizado o teste Qui-quadrado para comparar os dados categóricos.

Para avaliar o potencial de confusão entre dados de caracterização da amostra (idade) com diferença significativa e as variáveis de desfechos do estudo entre os grupos foi utilizado o teste de covariância (ANCOVA).

Foi considerado para efeito de significância o valor de p<0,05.

RESULTADOS

Conforme observado na tabela 1, os grupos apresentaram diferença significativa apenas em relação a variável idade, sendo observada uma maior média de idade no G1 em relação aos demais grupos (G1: 76,40±7,07; G2: 73,5±7,0; G3: 72,07±7,4; p=0,008), entretanto na comparação dois a dois (Pos hoc de Bonferroni) observa-se diferença entre os grupos G1 e G3 (P=0,008).

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Tabela 1. Caracterização da amostra (n=285).

Legenda: G1: baixo de peso; G2: eutrófico; G3: sobrepeso; %: porcentagem; AF: Atividade Física

Nota: a. Média ± desvio padrão referente ao teste Kruskal-Wallis; b. frequência absoluta (frequência relativa)

referente ao teste qui-quadrado. *: Post hoc de Bonferroni com diferença entre G1 e G3 com P=0,008.

Na tabela 2, é possível observar que os grupos são diferentes no MEEM

Variável G1 n=30 G2 n=103 G3 n=152 P-valor

Idade(em anos) 76,40±7,07* 73,5±7,0 72,07±7,4* 0,008a

Sexo Feminino 24(80%) 73(70,9%) 122(80,3%) 0,199b Masculino 06(20%) 30(29,1%) 30(19,7%) Estado civil Solteiro 5(17,2%) 10(9,7%) 15(9,9%) Casado 12(41,4%) 48(46,6%) 58(38,2%) Separado 1(3,4%) 7(6,8%) 16(10,5%) 0,749b Viúvo 11(37,9%) 37(35,9%) 61(40,1%) Outros 1(1,0%) 1(1,0%) 2(1,3%) Pratica AF Sim 15(51,7%) 66(64,1%) 92(60,5%) 0,479a Não 14(48,3%) 37(35,9%) 60(39,5%)

Escolaridade(em anos) 4,93±3,79 6,83±4,12 6,86±4,53 0,055a

Doenças 2,87±1,57 2,94±1,94 3,10±1,92 0,793a

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5,59±3,40; G2: 3,08±2,51; G3: 3,66±2,71; p= 0,043). Na comparação dois a dois (Pos hoc de Bonferroni) em relação ao MEEM é possível verificar que o G1 apresenta menor pontuação em relação a G2 e G3 (P<0,001). Já no Pos hoc de Bonferroni na EDG-15 apenas o G1 e G2 apresentam diferença significativa (P=0,026). Tanto o MEEM quanto a EDG-15 mantiveram diferença significativa após ajustar a idade (MEEM com P<0,001 e EDG-15 com P=0,024).

Tabela 2. Comparação dos aspectos de saúde entre os grupos (n=285).

Legenda: G1: baixo peso; G2: eutrófico; G3: sobrepeso. %: porcentagem. MEEM: mini exame do

estado mental; EDG-15: escala de depressão geriátrica.

Nota: a. Média ± desvio padrão referente ao teste Kruskal-Wallis; *: Post hoc de Bonferroni com

diferença entre G1 e G3 com P<0,001; #: Post hoc de Bonferroni com diferença entre G1 e G2 com P<0,001; $: Post hoc de Bonferroni com diferença entre G1 e G2 com P-valor 0,026.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível concluir que os idosos com baixo peso apresentaram pior desempenho no MEEM e EDG-15 em comparação a idosos eutróficos e com sobrepeso.

FONTES CONSULTADAS

1. Netto M. O Estudo da Velhice: Histórico, Definição do Campo e Termos Básicos. IN: Freitas E, Py L, Cançado F, Doll J, Gorzoni M. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006; 2-12.

Variável G1 n=30 G2 n=103 G3 n=152 P-valor MEEM 22,9±4,29*,# 25,6±2,82# 25,4±3,11* 0,003a EDG-15 5,59±3,40$ 3,08±2,51$ 3,66±2,71 0,043a

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2. Moretto MC, Alves RA, Neri LA, Guarineto EM. Relação entre o estado nutricional e fragilidade em idoso brasileiros. Revista Brasileira Clinica Medica 2012; 10: 71-267 3. Campos FMT, Monteiro JB, Ornelas AC. Fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do idoso. Revista de nutrição; 2000; 13: 157-165

4. Carneiro OJ, Vilaça CK, Pirimer K, et al. Estudo da composição corporal de idosas ativas pelos métodos óxido de deutério e antropométrico. Revista Brasileira Cineantropometria e Desenvolvimento Humano; 2012; 14: 615-623

5. Sá SC, Souza AB, Andrade JMO et al. Perfil Nutricional de Idoso e sua associação com fatores cognitivos e sociodemograficos. Revista enfermagem 2017; 11: 1685-91.

6. Nascimento CM, Matos C, et al. Estado nutricional e fatores associados em idosos do município de Viçosa, minas Gerais. Cad. Saúde pública 2011; 27: 2409–2418 7. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2007). Caderneta da pessoa idosa. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_pessoa_idosa.pdf Acessado em 07/05/2018.

8. MINISTERIO DA SAÚDE (2010). Caderno de Atenção Básica Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad19.pdf Acessado em: 07/05/2018.

9. Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria. Versão reduzida. Neuro-Psiquiatrico.1999; 57: 421-6.

10. Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. Minimental state: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Research Journal of Psychiatry. 1975;12:189-198.

11. Brucki SM, Nitrini P, Caramelli P, Bertollucci PF, Okamoto IH. Sugestões para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. Arquivo Neuro-Psiquiatrico. 2003; 66: 777-781.

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