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PLANTAS FORRAGEIRAS DA CAATINGA

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Academic year: 2021

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PLANTAS FORRAGEIRAS DA CAATINGA

Gustavo José Azevedo Medeiros da Silva1; Artur George P. F. da Silva1; Helder da

Câmara Raimundo1; José de Anchieta Fernandes Neto1; Kawhan Melo de

Andrade1; Juliana Espada Lichston2

RESUMO - O objetivo dessa revisão foi reunir os resultados de pesquisa alcançados com a utilização das plantas forrageiras da caatinga (faveira (Parkia platycefhala Benth), feijão bravo (Capparis flexuosa L.), flor-de-seda (Calotropis procera (Ait.) R.Br.), jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd), macambira (Bromelia, sp), mandacaru (Cereus jamacaru DC.), maniçoba (Maninhot pseudogalziovii Pax & K. Hoffoman), mororó (Bauhima cheilantha (Bong.) Steud), pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. var.

ferrea), sabiazeiro (Mimosa caesalpinilfolia Benth.), umbuzeiro (Spondias tuberosa

Arruda) e xiquexique Pilosocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Bly ex Rowl.), na alimentação de bovinos, caprinos e ovinos no semiárido brasileiro. As plantas da caatinga com características forrageiras apresentam-se como um dos principais suportes forrageiros, principalmente nos períodos de grandes secas. A importância dessas espécies nativas no segmento da produção animal indicam que técnicas devem ser utilizadas com viabilidade econômica e manejos conservacionistas.

Unitermos: Forragem, Valor nutritivo, Semiárido.

FORAGE PLANTS OF CAATINGA

ABSTRACT - The objective of this review was to put together the research results achieved with the utilization of the native forage plants (faveira (Parkia platycefhala Benth), feijão bravo (Capparis flexuosa L.), flor-de-seda (Calotropis procera (Ait.) R.Br.), jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd), macambira (Bromelia, sp), mandacaru (Cereus jamacaru DC.), maniçoba (Maninhot pseudogalziovii Pax & K. Hoffoman), mororó (Bauhima cheilantha (Bong.) Steud), pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. var. ferrea), sabiazeiro (Mimosa caesalpinilfolia Benth.), umbuzeiro (Spondias

tuberosa Arruda) and xiquexique Pilosocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Bly

ex Rowl.), on cattle, sheep, and goat feeding at Brazilian semiarid region. The plants of the caatinga with forage characteristics are presented as one of the main fodder reserves, especially in periods of severe drought. The importance of these native species in the segment of livestock production indicate that techniques should be used with economic viability and conservation managements.

Key Words: Forage, Nutritional value, Semi-arid.

1Zootecnista. E-mail: gustavojamds@gmail.com

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INTRODUÇÃO

Geograficamente, a caatinga ocupa cerca de 12,14% do território Nacional, abrangendo em parte ou no todo, os Estados da BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE, PI, MA e MG. Esse ecossistema é muito importante do ponto de vista biológico, por ser sua distribuição totalmente brasileira, e que nele habitam milhares de nordestinos. Os ecossistemas da região das caatingas do Nordeste abrangem, assim, as especificações do domínio morfoclimático das caatingas, sejam elas arbustivas ou arbóreas. As diferenças desses ecossistemas são caracterizadas pelo volume e variabilidade das chuvas, maior ou menor fertilidade dos solos, os tipos de rochas e o relevo do terreno. A vegetação cujo porte, reflete a escassez de água e nutrientes, ocorre em manchas de solos específicas, comportando folhas miúdas e galhas espinhentas, adaptadas para conter os efeitos de uma evapotranspiração muito intensa. Vegetação quase totalmente caducifólia, cinza calcinada nos meses secos, exuberantemente verde nos chuvosos, com algumas intrusões de pleno xerofitismo, representado por diversas espécies de cactáceas (AB’SABER, 1992).

Naturalmente as plantas dessa área não têm características uniformes, mas cada uma destas características e as dos fatores ambientais que afetam as plantas são distribuídas de tal modo que suas áreas de ocorrência tem um grau de sobreposição razoável (RODAL e SAMPAIO, 2002). Por outro lado, devido a restrições físicas e bióticas, os tipos vegetacionais dessa região apresentam variabilidade temporal e espacial e baixa produtividade. Além disso, a fragilidade dos ecossistemas do semiárido torna a vegetação nativa altamente vulnerável, requerendo que técnicas e práticas de manejo sejam conduzidas em bases sustentáveis. Segundo Santos et al. (2010) estudos que mensurem as variações qualiquantitativas das forrageiras nativas da caatinga são primordiais para o manejo de suplementação alimentar, com vistas à sustentabilidade de produção animal em áreas de caatinga.

Esse trabalho objetivou fazer uma revisão da utilização das plantas forrageiras da caatinga (faveira, feijão bravo, flor-de-seda, jureminha, macambira, mandacaru, maniçoba, mororó, pau-ferro, sabiazeiro, umbuzeiro e xiquexique), na alimentação de bovinos, caprinos e ovinos nos sistemas de produção pecuária do semiárido nordestino. CARACTERÍSTICAS E MANEJO DAS ESPÉCIES

1. FAVEIRA

A espécie faveira ou faveira-de-bolota (Parkia platycefhala Benth) é uma leguminosa arbórea que alcança até 30 metros de altura, possui tronco curto, folhagem densa e copa frondosa. Planta característica dos cerrados do Piauí e Maranhão. É encontrada também em outros Estados, como Bahia, Ceará e Pernambuco e conhecida nessas regiões por visgueiro. Suas pequenas flores são reunidas em uma inflorescência de cor vermelha e forma arredondada. Vegeta de preferência nos campos arenosos e secos.

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Apresenta elevada produção de vagens podendo ser escuras ou claras, no período seco do ano.

1.1. PLANTIO

A faveira possui uma semente de difícil germinação em condições naturais, sendo necessária a utilização de um processo para aumentar o índice de germinação. Deve-se escarificar com lixa para madeira número 80, aumentando em 92% a germinação aos 15 dias. Em seguida devem-se plantar as sementes tratadas em sacos plásticos pretos com capacidade para 3 a 4 kg de terra. Por cerca de 70 dias após a germinação, fazer o preparo das covas e o plantio, adubando com adubo orgânico ou químico, no espaçamento de 10 metros entre plantas e 10 metros entre linhas.

1.2. PRODUTIVIDADE

A ocorrência dessa planta nos referidos Estados do Nordeste, chega-se a encontrar até 40 plantas/ha na caatinga, e produzir 379 kg de vagens por árvore no ano, sendo a produção das vagens mais acentuada no período de agosto a outubro (CNIP, 2002). A produção de vagens chega a superar 1.000 kg de vagens por hectare.

1.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

Os ramos da faveira não desempenham importante papel forrageiro. No entanto, suas vagens são consumidas diretamente no campo por ruminantes em regime extensivo (RAMOS et al., 1984). A moagem das vagens da faveira em máquina forrageira possibilita melhor aproveitamento pelos animais e consequentemente aumentam seus desempenhos. Ramos et al. (1984), conduziram no município de Teresina-PI, experimento com bezerros mestiços holando-zebu, suplementados com vagens de faveira e silagem de sorgo, em épocas de seca, com as seguintes dietas: 1) silagem de sorgo exclusiva, 2) silagem de sorgo + vagens de faveira inteiras e 3) silagem de sorgo + vagens de faveira moídas. Os ganhos de peso médios diários, por bezerro, foram de 210 g para a dieta com as vagens de faveira moídas, 119 g para a dieta com as vagens de faveira inteiras, e para a dieta de silagem de sorgo exclusiva não houve variação de ganho de peso dos animais. O consumo total dos alimentos não variou entre os três grupos de animais, sendo que o menor consumo foi observado para a dieta com as vagens de faveira inteiras de 8,72 kg/cab/dia , enquanto para a dieta com as vagens de faveira moídas proporcionou 9,55 kg/cab/dia. Segundo os autores, este resultado é explicado pelos maiores teores de proteína e minerais das sementes, que têm um melhor aproveitamento pelo gado quando fornecidas moídas.

2. FEIJÃO BRAVO

A espécie feijão bravo ou feijão-de-boi (Capparis flexuosa L.) pertencente à família

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característica do semiárido do Nordeste, adaptando-se as regiões de poucas chuvas. Apresenta vagens com sementes, que variam de 4 a 25, e tem coloração esverdeada por fora e avermelhada por dentro. Folhas alternadas, dísticas, de forma oval que mede de 4 a 10 cm de largura por 2 a 6 cm de comprimento. Apresenta fruto cilíndrico, tipo vagem com 5 a 25 cm de comprimento. É considerada como excelente forrageira por permanecer verde durante o período seco do ano e ser bastante apreciada pelos ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos) em pastejo.

2.1. PLANTIO

A semente do feijão bravo se caracteriza por soltar-se das vagens quando maduras e perdem em poucos dias o seu poder de germinação. Para que se obtenha um elevado índice de germinação é necessário que se colete as sementes logo que as vagens comecem a mudar de cor e se abrirem. Logo em seguida realiza-se a semeadura. Como as sementes do feijão bravo não possuem dormência, sendo colhidas e imediatamente plantadas deve apresentar um bom índice de germinação. Os espaçamentos sugeridos para o plantio da espécie é de um metro entre linhas e um metro entre plantas dentro da linha, e dois metros entre linhas e um metro entre plantas dentro da linha (CNIP, 2002). A época ideal para o plantio é no início do período chuvoso.

2.2. PRODUTIVIDADE

Pesquisa executada em Petrolina/PE utilizando-se o espaçamento 1,0 x 1,0m obteve-se uma produção de folhas de aproximadamente 1.500 kg/ha e 1.800 kg/ha de frutos; e no espaçamento 2,0 x 1,0m obteve-se uma produção de folhas de aproximadamente 640 kg/ha e de 1.150 kg/ha de frutos (CNIP, 2002).

2.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

O feijão bravo produz massa verde comestível de alta qualidade em pleno período de seca, podendo ser fornecido aos animais diretamente na pastagem ou fornecer cortado em cocho. Além do consumo direto no pasto nativo, ela pode ser utilizada como bancos de proteína, e armazenando o excedente da produção de forragem no período chuvoso na forma de feno, visando seu uso como suplemento na época seca (CNIP, 2002).

3. FLOR-DE-SEDA

A espécie flor-de-seda (Calotropis procera R. Br.) faz parte da família

Asclepiadaceae e encontra-se disseminada em todo o semiárido brasileiro, destacando-se

na paisagem seca dos sertões, por permanecer verde mesmo nos períodos mais críticos (LIMA et al., 2004). No Nordeste brasileiro é conhecida popularmente como algodão-de-seda, ciúme, ciumenta, flor-de-cera, hortênsia e seda. Entre outras características positivas como forrageira para produção de feno, incluem-se: permanência das folhas durante períodos de estresse hídrico, rebrota vigorosa em resposta aos cortes, grande

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quantidade de sementes com excelente germinação, tolerância a solos salinos e alta digestibilidade.

3.1. PLANTIO

O plantio pode ser por semente com a produção de mudas, com sementes em plantio direto, e por estaca.

3.2. PRODUTIVIDADE

O plantio por sementes com mudas produzidas em viveiro e implantadas em campo nos espaçamentos de 1,0 x 0,5m e 1,0 x 1,0m em solos aluviais, Lima et al. (2004) obtiveram rendimentos da ordem de 1 t MS/ha/corte (tonelada de matéria seca por hectare no corte) aos 70 dias, com apenas 150mm de chuva. Cortes posteriores, realizados com 120 dias, possibilitaram rendimentos de 3 t MS/ha/corte e potencial para efetivação de 3 cortes por ano (9 t MS/ha).

3.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

Embora a flor-de-seda não seja palatável pelos animais quando verde, provavelmente em função da presença de látex; para produção de feno, apresenta-se com feno de bom valor nutritivo, sendo bem aceita pelos caprinos e ovinos. O feno de flor-de-seda pode ser preparado a partir da coleta das folhas e talos tenros das plantas, posteriormente trituradas em máquina forrageira e distribuídas em camadas de 10 cm no secador solar. Silva et al. (2010; 2011) associando 30% de feno de flor-de-seda mais 30% de xiquexique ou mandacaru e 40% de concentrado na dieta de pequenos ruminantes, obtiveram ganhos de peso com ovinos variando de 86 a 95g/cabeça/dia e produção de leite variando de 1.146 a 1.268g/dia com cabras leiteiras. Torres et al. (2010) substituindo até 30% do feno de flor-de-seda por milho e soja na dieta de ovinos, apresentaram ganho de peso dos animais de 120g/cabeça/dia.

4. JUREMINHA

A espécie jureminha (Desmanthus virgatus (L.) Willd), pertence à família das

Leguminosae. Habita em solos arenosos ou argilo-arenosos, e é exigente em relação ao

pH, entre 5,0 a 6,5, não se desenvolvendo em solos ácidos. É um arbusto que chega a atingir de 1,5 a 2,0 metros de altura. Possui flores pequenas e brancas, e vagens pequenas e finas, porém com grande quantidade de sementes. Esta espécie é altamente tolerante a seca, pois possuem raízes bastante desenvolvidas e profundas. Esta leguminosa apresenta alta palatabilidade e teor de proteína bruta em torno de 28%, com um rápido estabelecimento das plantas podadas ou consumidas pelos animais, demonstrando toda a sua rusticidade.

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4.1. PLANTIO

As sementes da jureminha não apresentam boa germinação em condições naturais, necessitando de um tratamento para aumentar a velocidade e a porcentagem de germinação. O método mais simples e rápido é colocar as sementes em água quente. Quando ela começa a borbulhar se conta um minuto, devendo-se retirar do fogo nesse momento. Esse método eleva a quantidade de sementes germinadas, o que acontece entre três a cinco dias. Para o plantio necessita-se que o solo esteja bem preparado, de preferência solos argilosos. As sementes devem ser colocadas em covas rasas de aproximadamente 1 centímetro. O espaçamento exigido é de 60 centímetros entre linhas e 60 centímetros entre plantas. Em caso de adubação, deve-se ter o cuidado de não deixar as sementes entrar em contato com o adubo, dentro das covas. O período ideal para iniciar o plantio é no começo do período chuvoso, para que a planta receba e absorva bastante água, e esteja preparada para suportar o período seco.

4.2. UTILIZAÇÃO ANIMAL

A jureminha é bastante aceita por caprinos, ovinos e bovinos, pois possui alta palatabilidade. Pode ser fornecida aos animais diretamente a pasto ou cortada e fornecida em comedouros. Os ramos jovens, que são os mais aceitos pelos ruminantes, apresentam alto teor de proteína bruta, aproximadamente 29%, conferindo seu valor nutritivo. Além do consumo direto no pasto nativo, ela pode ser utilizada como bancos de proteína, e armazenando o excedente da produção de forragem no período chuvoso na forma de feno, visando seu uso como suplemento na época seca (CNIP, 2002).

5. MACAMBIRA

A macambira (Bromelia, sp) é uma planta da família das Bromeliáceas, do gênero

Bromélia, registrada como Bromelia laciniosa, vegeta em terrenos pobres, rasos, entre

pedras, e em serrotes das caatingas mais secas do Nordeste desde a Bahia ao Piauí. No Ceará a sua faixa de ocorrência está compreendida entre 100 e 400 metros de altitude. As raízes são finas, fasciculadas e emergem da parte do caule que penetra no solo e se denomina de prato (BESSA, 1982). Este mede 4cm por 3cm de diâmetro, tem constituição rizomática e nele se prende as folhas mais velhas. O caule, de forma cilíndrica, compreende em toda sua extensão o prato, o miolo e o mangará ou eixo terminal, por intermédio do qual emerge a ráquis ou escapo floral. As flores são constituídas de duas partes distintas, base dilatada e limbo. Existem vários tipos, e ou, denominações de macambira de acordo com suas características morfoanatômicas e regionais. Denomina-se alguns tipos popularmente de macambira de flecha, de pedra, preta, cabocla e propriamente macambira. No semiárido nordestino, em secas severas, essa planta tem sido bastante utilizada para os animais in natura.

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5.1. PLANTIO

A reprodução natural desta bromélia é agâmica. Cada planta emite dois ou três estolhos que saem das axilas das primeiras folhas, acima do nível do solo. Estudos desenvolvidos na Universidade Federal do Ceará, com ensaio por sementes conduzido em condições de laboratório, permitiram média de germinação superior a 84% da macambira. As sementes germinadas foram plantadas em campo da referida Universidade, onde se observou o seu desenvolvimento em relação ao das plantas multiplicadas por estolhos. Os estudos preliminares permitiram observar que decorridos os três primeiros meses, as plantas desenvolvidas por estolhos tiveram crescimento muito mais rápido em relação ao plantio por sementes (BESSA, 1982).

5.2. PRODUTIVIDADE

Em geral, uma área de macambira apresenta de 15.000 a 20.000 plantas por hectare, entrelaçadas por folhas armadas em seus bordos de espinhos. Segundo informações dos macambireiros citadas por Bessa (1982), 12 cabeças de macambira oriundas da caatinga chega a produzir cerca de 8 a10kg de biomassa.

5.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

A macambira é mais fornecida aos animais durante períodos de secas prolongadas. A colheita da planta é feita manualmente pela retirada de quase toda parte aérea da planta com ferramenta própria (chibanca), permanecendo no solo o restante do mangará, as folhas caducas e as raízes. A parte da planta, rica em elementos nutritivos, utilizada na alimentação animal, é constituída pelo caule reduzido (mangará) e pela base dilatada das folhas, as quais, dispostas em rosetas, tomam a forma de um bulbo e se denomina cabeça. Geralmente os macambireiros separam as cabeças da planta, queimam as folhas e posteriormente cortam em fatias, ou trituram em máquina forrageira para fornecer aos animais. Os processos de fornecimento para o consumo animal, um dos mais utilizados é pela fogueira na caatinga, que é desaconselhável pelos impactos do fogo causado ao meio ambiente (BESSA, 1982).

6. MANDACARU

A espécie Cereus jamacaru DC., conhecida como mandacaru, é a cactácea colunar mais conhecida das caatingas. Apresenta altura das plantas variando de 3,75 a 6,54 metros, com seu tronco ou caule principal desenvolvendo brotações laterais com número médio de 13,5 por planta (CAVALCANTI e RESENDE, 2006), estreitando para o ápice, constituídas de costelas com numerosos espinhos. As flores são brancas, os frutos vermelhos com polpa branca. Encontra-se em solos pedregosos, em cima de serras e individualmente as plantas dessa espécie são espaçadas com grandes distâncias na vegetação da caatinga. Na distribuição das espécies de cactáceas na caatinga, Taylor e Zappi (2002) classificaram o mandacaru como espécie predominantemente da caatinga,

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mas que ocorre em outros tipos de ambiente. A espécie também recebe o nome de cardeiro no Seridó potiguar, e mandacaru de boi na Bahia.

6.1. PLANTIO

O plantio do mandacaru deve ser feito com estacas de 50 cm de comprimento, em covas de 15 cm de profundidade, no sentido vertical e espaçamento 2,0 x 1,5, e pode ser no período chuvoso (SILVA et al., 2013). O plantio por semente pode ser desenvolvido na produção de mudas em casa de vegetação. Cavalcanti e Resende (2007a) mostraram melhor crescimento da referida cactácea, quando o substrato de plantio era composto da mistura solo e esterco.

6.2. PRODUTIVIDADE

População estimada de 3.333 estacas por hectare de mandacaru após 10 anos do plantio apresentou uma produtividade média de 56.951 kg de matéria verde e 13.040 kg de matéria seca por hectare (SILVA et al., 2013).

6.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

A forma mais utilizada é in natura. Na caatinga, a colheita do mandacaru é feita manualmente pela retirada das brotações laterais utilizando-se facão e gancho próprio, tendo-se o cuidado de preservar o caule principal (SILVA et al., 2013). Posteriormente, o material colhido é transportado até o local de fornecimento aos animais, onde os espinhos podem ser eliminados com a técnica do lança-chamas a gás butano. Após a retirada dos espinhos, tritura-se o material em máquina forrageira, podendo, então ser fornecido aos animais. Em função da suculência do material, é recomendável associá-lo a outros alimentos ricos em fibra e proteína a exemplo de silagens, fenos e concentrados. A forma de fornecimento aos animais deve ser a de mistura completa, ou seja, a mistura de todos alimentos (como exemplo, cacto + silagem + concentrado) bem homogeneizados. Com relação à digestibilidade in vitro da matéria seca do mandacaru, Barbosa (1997) apresentou 73,54%. Silva et al. (2013) associando 75% de mandacaru e 25% de silagem de sorgo e mais 1,7 kg de concentrado na dieta de garrotas em confinamento, obtiveram ganhos de peso de até 695 g/cabeça/dia. Em outras pesquisas, Silva et al. (2010; 2011) associando 30% de mandacaru mais 30% de feno e 40% de concentrado na dieta de pequenos ruminantes, obtiveram ganhos de peso com ovinos de 86 g/cabeça/dia e produção de 1.376 g/leite/dia com cabras leiteiras.

7. MANIÇOBA

A espécie maniçoba (Maninhot pseudogalziovii Pax & K. Hoffoman) pertencente à família das Euphorbiaceae, é uma árvore de quatro a sete metros de altura, nativa da caatinga e portanto adaptada às severas condições ambientais da região Nordeste. Sua adaptação dá-se por apresentar características especiais, como o armazenamento de substâncias de reserva em suas raízes. O tronco da maniçoba é linheiro de cor roxa e se

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ramifica aproximadamente a um metro e meio do solo, formando uma capa ampla, que se apresenta florada de agosto a outubro. Esta capa perde suas folhas ao final do período chuvoso, que coincide com o fim da sua frutificação.

7.1. PLANTIO

A forma mais comum de plantio da maniçoba é por meio de sementes, que são colhidas dos frutos na caatinga. Essas sementes, em geral, apresentam elevada germinação e vigor. O plantio deverá ser no início das chuvas, visando-se o suprimento de água para as plantas no seu estágio inicial de vida. O espaçamento entre as covas deverá ser de 2,0m entre fileiras e 1,0m entre as plantas dentro da fileira, colocando-se cinco sementes por cova, a uma profundidade de 10 centímetros.

7.2. PRODUTIVIDADE

Segundo Lima (2006), essa espécie quando cultivada, permite um a dois cortes no curto período chuvoso, com produtividade de 4 a 5 t MS/ha. Os cortes para fenação devem ser iniciados aos dois anos do plantio e se realizando um bom manejo podem se prolongar por até 15 anos.

7.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

A maniçoba como todas as plantas do gênero Maninhot, apresenta níveis variáveis de ácido cianídrico que podem causar distúrbios diversos e até a morte, quando ingerida em grandes quantidades pelos animais. Por outro lado, quando essa planta é exposta para secar (fenação), o efeito tóxico desaparece (LIMA, 2006). O feno de maniçoba pode ser preparado a partir da coleta das folhas e talos tenros das plantas. A maniçoba tanto verde quanto fenada, apresenta alta palatabilidade, proteína bruta em torno de 20% e digestibilidade superior a 60%. Pode substituir os concentrados na ração de engorda de bovinos, caprinos e ovinos ou para moderada produção de leite desses ruminantes. Segundo pesquisa realizada pela EMBRAPA semiárido a produção de feno de um hectare de maniçoba pode suplementar 10 bovinos de porte médio durante cinco meses (CNIP, 2002). Em outra pesquisa executada pela EMBRAPA semiárido, os bovinos que consumiram feno de buffel mais feno de maniçoba apresentaram ganhos de peso dos animais superiores a 700g/cabeça/dia (LIMA, 2006).

8. MORORÓ

A espécie mororó (Bauhima cheilantha (Bong.) Steud), pertencente à família

Leguminosae, também conhecido como unha-de-vaca é um arbusto que mede de três a

cindo metros de altura e possui uma copa pouco frondosa. Apresenta vagens, sua madeira é de cor castanho clara e possui flores brancas. Suas folhas lembram a forma da unha de um bovino, por essa razão o nome popular, unha-de-vaca. Adapta-se facilmente a diversos ambientes e tipos de solos, no entanto, são os solos argilosos onde há um maior

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exigente quanto ao volume de chuvas e fertilidade do solo, e é encontrado com maior frequência em regiões com precipitações anuais acima de 600mm e em áreas de solos mais férteis e argilosos.

8.1. PLANTIO

O plantio do mororó pode ser feito por sementes ou por estacas de aproximadamente 30 centímetros de comprimento, no espaçamento de 2 x 1 metro.

8.2. PRODUTIVIDADE

Em Serra Talhada, região semiárida de Pernambuco, o cultivo do mororó em espaçamento de 2 x 1 metros, obteve-se produtividade média de 685 kg/ha de matéria seca de forragem em cada corte realizado (CNIP, 2002). Segundo Holanda et al. (2000), o plantio de mororó por sementes em bancos de proteína no Seridó potiguar, foram obtidas produtividades de 1,37 toneladas de matéria verde/ha/ano.

8.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

O mororó apresenta folhas de excelente palatabilidade quando verde, muito apreciadas por caprinos, ovinos e bovinos. Como leguminosa, apresenta teor de proteína bruta, com cerca de 20%, e digestibilidade de 60% em ramos jovens, indicando ser uma forrageira de bom valor nutritivo. Os animais podem consumir o mororó diretamente na pastagem, o que pode ser dificultado devido à sua altura, ou pode ser fornecido in natura em comedouro. Além do consumo direto no pasto nativo, ela pode ser utilizada como bancos de proteína, e armazenando o excedente da produção de forragem no período chuvoso na forma de feno, visando seu uso como suplemento na época seca (CNIP, 2002).

9. PAU-FERRO

A espécie Pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. var. ferrea) pertencente à família

Fabaceae-Caesalpinioideae, que também pode ser chamado de jucá ou jucazeiro, é uma

árvore de pequeno porte, chegando a medir de três a sete metros de altura. Adapta-se a quase todos os tipos de solos, preferindo, entretanto os mais permeáveis e profundos. Possui folhas pequenas de cor verde escuro, flores amarelas muito pequenas e pouco destacadas das folhas. Seu fruto é uma vagem dura e resistente, que amadurece de agosto a outubro. Em pesquisa realizada no semiárido do Piauí a espécie apresentou 100% de sobrevivência aos 12 meses, iniciando sua floração aos 16 meses, quando apresentava 1,7m de altura e 1,6m de diâmetro de copa.

9.1. PLANTIO

A germinação das sementes do Pau-ferro é baixa e lenta, recomenda-se o seu tratamento para aumentar a porcentagem e a velocidade de germinação. Um dos tratamentos que pode ser utilizado é com água quente a 80ºC por cerca de cinco minutos.

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As mudas por sementes deve ser feito em sacos plásticos pretos de 22 centímetros de altura por 14 centímetros de diâmetro, colocando três sementes por saco. O espaçamento deve ser de um metro e meio entre linhas de plantas e um metro entre as plantas dentro da mesma linha. As mudas devem ser preparadas, aproximadamente, dois meses antes do início do período chuvoso que é o período ideal para que as mudas sejam levadas ao campo.

9.2. PRODUTIVIDADE

O crescimento do pau ferro varia de lento a rápido e chega a atingir uma produtividade volumétrica de até 17,20 m³/ha/ano.

9.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

Nutricionalmente o pau-ferro tem se mostrado uma boa planta forrageira, atingindo aproximadamente 19,5% de proteína bruta nas suas folhas, 7,75% nas vagens, e sendo consumida principalmente por bovinos, caprinos e ovinos. O pau-ferro pode ser fornecido aos animais diretamente na pastagem nativa, para tal, deve-se fazer o manejo das plantas nativas de modo que haja o rebaixamento das copas das árvores a uma altura de aproximadamente 45 centímetros do solo, permitindo que as plantas alcancem futuramente cerca de 1,6 metro de altura. Dessa forma os animais terão acesso aos ramos jovens, que são os mais nutritivos. Os ramos jovens podem, também, serem fornecidos em comedouros. Além do consumo direto no pasto nativo, ele pode ser utilizado como bancos de proteína, e armazenando o excedente da produção de forragem no período chuvoso na forma de feno, visando seu uso como suplemento na época seca (CNIP, 2002).

10. SABIAZEIRO

A espécie sabiazeiro também conhecida popularmente por sabiá ou unha-de-gato (Mimosa caesalpinilfolia Benth.) pertencente à família Leguminosae, é uma árvore de pequeno porte, atingindo até sete metros de altura, típica das caatingas, habita principalmente nos Estados do Piauí e Ceará, e em outros Estados nordestinos. A quantidade de espinhos existentes em seu tronco e ramos é muito variável, existindo plantas com muito, pouco e sem espinhos. Vieira et al. (2005), em pesquisa avaliando variações dentro da espécie sabiá, com e sem acúleos, em dois períodos do ano (chuvoso e seco), concluíram que sua composição bromatológica apresentou pequenas diferenças entre plantas com e sem acúleos, sendo o período do ano o fator mais determinante promovendo essas diferenças. O sabiá apresenta uma forragem que é relativamente densa durante o período chuvoso, ocorrendo a queda das folhas na estação seca, que é um mecanismo da planta para garantir a sua sobrevivência, sendo que em locais mais úmidos as folhas permanecem o ano todo. A planta possui várias utilidades, destacando-se como fornecedora de estacas, lenha; pode ser usada para produção de carvão e na confecção de

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utilidades do sabiá, a importância dessa espécie para contribuir com o repovoamento de áreas degradadas como sistemas silvo pastoris, e para sustentabilidade e conservação da biodiversidade do bioma caatinga.

10.1. PLANTIO

Como as sementes do sabiá apresentam uma baixa germinação, para aumentar a germinação às sementes de sabiá deve ser colocada em água fervente por dois minutos. As sementes tratadas dessa forma começam a germinar entre três e cinco dias. As mudas são consideradas prontas para ir ao campo quando atingirem 30 centímetros de altura. As covas para onde serão levadas as mudas devem ter 20 cm de abertura por 20 cm de profundidade no espaçamento de 2,0 x 2,0m. Nas covas é recomendado adubar com três litros de esterco de curral bem curtido (CNIP, 2002).

10.2. PRODUTIVIDADE

Segundo Holanda et al. (2000), o plantio de sabiazeiro por sementes em bancos de proteína no Seridó potiguar, foram obtidas produtividades de 3,38 toneladas de matéria verde/ha/ano.

10.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

O sabiá possui ramos considerados bastantes palatáveis e nutritivos, consumidos por bovinos, caprinos e ovinos, criados em condições extensivas nas pastagens nativas do Nordeste. Deve-se salientar que além dos ramos verdes, com seus brotos, folhas, flores e frutos, as folhas secas que caem e cobrem o chão na estação seca, também servem de alimento alternativo, como um feno natural, contribuindo para a alimentação dos rebanhos neste difícil período do ano, no qual a produção das pastagens cai drasticamente. Uma análise das qualidades nutritivas da planta realizada em laboratório revelou que ela possui em torno de 18% de proteína bruta nas folhas verdes e 12% nas folhas secas. O feno de sabiá pode ser preparado a partir da coleta das folhas e talos tenros das plantas. Silva et al. (2010; 2011) associando 30% de feno de sabiá mais 30% de xiquexique ou mandacaru e 40% de concentrado na dieta de pequenos ruminantes, obtiveram ganhos de peso com ovinos variando de 76 a 84g/cabeça/dia e produção de leite variando de 1.376 a 1.385g/dia com cabras leiteiras.

11. UMBUZEIRO

A espécie umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) também conhecida por imbuzeiro é uma árvore nativa das regiões mais secas do Nordeste. Apresenta-se com uma copa relativamente baixa, espalhada e muito ramificada, chegando a medir aproximadamente oito metros de diâmetro. Adapta-se bem em diversos tipos de solos de arenosos argilosos, de rasos a profundo, alcançando desenvolvimento superior quando encontrado nos aluviões. Apresenta uma elevada produção de frutos. Suas raízes apresentam-se em forma de túberas, que são doces e armazenam grandes quantidades de água.

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11.1. PLANTIO

O plantio do umbuzeiro poder ser de duas formas: pela semeadura das sementes e por estacas. Na primeira forma de plantio, deve-se retirar toda a polpa encontrada na semente, para que se obtenha um maior percentual de germinação, por volta de 70%. No segundo, deve-se retirar estacas de aproximadamente 40 centímetros de comprimento do centro da copa de uma planta adulta. O período mais indicado para esse método é de maio a agosto. Em ambos os casos as mudas devem ser preparadas em sacos plásticos preto com capacidade para 5 kg de terra, com 40 cm de altura e 25 centímetros de diâmetro e plantados no espaçamento de 10 metros entre linhas e 10 metros entre plantas. Os sacos devem ser cheios com mistura de terra e esterco curtido, na proporção de três partes de terra para uma de esterco (CNIP, 2002).

11.2. PRODUTIVIDADE

A sua produtividade em relação aos frutos produzidos varia muito entre as plantas, chegando uma única planta a produzir mais de 300 kg do fruto a cada safra (CNIP, 2002).

11.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

A folhagem, os frutos e as túberas do umbuzeiro são bastante palatáveis e muito apreciados pelos bovinos, caprinos e ovinos. Suas folhas verdes apresentam 15% de proteína bruta e 64% de digestibilidade, o que confirma seu elevado valor nutritivo para os ruminantes.

12. XIQUEXIQUE

A espécie Pilosocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Byl. ex Rowl, popularizada como xiquexique é uma cactácea colunar atingindo altura de até 3,75 metros, com diâmetro da copa variando de 1,45 a 3,27 metros (CAVALCANTI e RESENDE, 2007b), com brotações basais desenvolvendo-se inicialmente em posição horizontal e posteriormente quase verticalmente, em forma de candelabro, contendo costelas com grande quantidade de espinhos. As flores são verde-claras ou levemente avermelhadas e os frutos vermelho-escuro. Desenvolve-se nas áreas mais secas da região semiárida nordestina, em solos rasos com baixa fertilidade, sobre rochas, e se propaga cobrindo extensas áreas. Na distribuição das espécies de cactáceas na caatinga, Taylor e Zappi (2002), classificaram o xiquexique como espécie exclusiva da caatinga, com ampla distribuição geográfica. A espécie também recebe o nome de alastrado (ANDRADE-LIMA, 1989) em determinadas áreas semiáridas nordestinas e sodoro no Seridó potiguar.

12.1. PLANTIO

O plantio do xiquexique deve ser feito com estacas de 50 cm de comprimento, em covas de 15 cm de profundidade, no sentido vertical e espaçamento 1,0 x 1,0 m (SILVA et al., 2013), antes do período chuvoso, no terço final do período seco. O plantio por

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e Resende (2007a) mostraram melhor crescimento da referida cactácea, quando o substrato de plantio era composto da mistura solo e esterco.

12.2. PRODUTIVIDADE

População estimada de 10.000 estacas por hectare de xiquexique após 6,5 anos do plantio apresentou uma produtividade média de 5.915 kg de matéria verde e 1.120 kg de matéria seca por hectare (SILVA et al., 2013).

12.3. UTILIZAÇÃO ANIMAL

A forma mais utilizada é in natura. Na caatinga, a colheita do xiquexique é feita manualmente pela retirada das brotações laterais utilizando-se facão e gancho próprio, tendo-se o cuidado de preservar o caule principal (SILVA et al., 2013). Posteriormente, o material colhido é transportado até o local de fornecimento aos animais, onde os espinhos podem ser eliminados com a técnica do lança-chamas a gás butano. Após a retirada dos espinhos, tritura-se o material em máquina forrageira, podendo, então ser fornecido aos animais. Em função da suculência do material, é recomendável associá-lo a outros alimentos ricos em fibra e proteína a exemplo de silagens, fenos e concentrados. A forma de fornecimento aos animais deve ser a de mistura completa, ou seja, a mistura de todos alimentos (como exemplo, cacto + silagem + concentrado) bem homogeneizados. Com relação à digestibilidade in vitro da matéria seca do xiquexique, Barbosa (1997) apresentou 65,80%. Silva et al. (2005), incluindo até 50% de xiquexique em substituição à silagem de sorgo, numa relação volumoso/concentrado (70/30) na dieta de vacas leiteiras obtiveram média de 14,80 kg de leite/vaca/dia. Em outras pesquisas, Silva et al. (2010; 2011) associando 30% de xiquexique mais 30% de feno e 40% de concentrado na dieta de pequenos ruminantes, obtiveram ganhos de peso com ovinos de 95 g/cabeça/dia e produção de 1.385 g/leite/dia com cabras leiteiras.

CONCLUSÕES

As plantas da caatinga com características forrageiras apresentam-se como um dos principais suportes forrageiros, principalmente nos períodos de grandes secas;

A importância dessas espécies nativas no segmento da produção animal indica que técnicas devem ser utilizadas com viabilidade econômica e manejos conservacionistas. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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