EDIÇÃO ESPECIAL DE GREVE - 4 DE JULHO/2012
Planalto abre negociações salariais com servidores
Autoridades do Palácio dizem que a presidente Dilma já decidiu acolher algumas demandas dos funcionários públicos.
A presidente Dilma Rousseff foi colhida pela sucessão de greves do serviço público no momento em que mal começara a dar seus toques pessoais, mais de um ano de gestão depois, no relacionamento com centrais sindicais e trabalhadores em geral, política especialmente marcante e característica no governo de seu antecessor. O fato de ser continuidade não a impediu de ter algumas ideias transformadoras que vinha refletindo ainda de forma preliminar. (FONTE: INFODF/VALOR ONLINE)
Servidores federais em greve se reúnem com ministro Gilberto Carvalho para
tentar acelerar negociação
Brasília – A greve dos servidores públicos federais continua e não há prazo para terminar. Hoje (3), a paralisação chegou ao 16º dia e atinge 22 estados e o Distrito Federal, em 26 setores. Segundo a
assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento e Gestão (Mpog), o processo de negociação está em andamento e a expectativa é que em 31 de julho o ministério tenha propostas concretas para apresentar às categorias.
Insatisfeitos com o prazo, um grupo de servidores do Distrito Federal se reúne logo mais, por volta das 13h, com o ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria-Geral da Presidência, para que ele interceda no Planejamento. O objetivo é que as negociações avancem mais rapidamente e que os serviços voltem a ser prestados.
Ontem (2), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) se reuniu com o
Ministério do Planejamento e Gestão (Mpog) para negociar os pontos de reivindicação. Não há estimativa de quantos funcionários estão parados
As demandas dos servidores federais são, em linhas gerais, recomposição salarial, extensão do plano de carreira estabelecido pela Lei 12.277/2010 a todos os servidores, ampliação de auxílio-alimentação e saúde, e realização de concurso público.
Hoje, a Condsef tem encontros setoriais marcados com as categorias e amanhã (4) haverá programação para o Dia Nacional de Lutas nos estados. Ainda neste mês, a confederação realizará um acampamento na Esplanada dos Ministérios (entre os dias 16 e 20), uma marcha a Brasília (dia 18) e uma plenária unificada de avaliação dos resultados (dia 20).
Os setores atingidos pela paralisação são diversos. Na área da saúde, estão em greve a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), professores e funcionários de hospitais universitários federais, além de servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus) e do Ministério da Saúde.
Em outras áreas, não trabalham grupos de funcionários dos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), da Integração Nacional (MI), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Justiça (MJ) e da Previdência Social (MPS).
Ainda estão em greve, trabalhadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), dos Institutos Federais Tecnológicos de
Educação da Base do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Sergipe (Ifets-Sindisep), do Arquivo Nacional, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro), do Departamento do Fundo da Marinha Mercante (DFMM), da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPhan).
Os funcionários do Ministério das Relações Exteriores (MRE) anunciaram hoje que encerraram a greve e retomaram as negociações com o Planejamento. A paralisação foi e envolveu 75% da categoria, atingindo 130 postos de representação do Itamaraty no Brasil e no exterior.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (SindItamaraty), o órgão continuará a defender os pleitos dos servidores e a pressionar a administração por recomposição salarial. A próxima reunião do sindicato está marcada para a próxima sexta-feira (6). (FONTE: CAROLINA SARRES - AGÊNCIA BRASIL)
“Tô nem aí”
Realmente o governo não tá nem aí para com a greve dos servidores de ministérios de segunda categoria. Para o de Relações Exteriores, bastou parar e prejudicar madames e bacanas no exterior para ganhar nova carreira. Outros, que amargam defasagem e perdas de décadas, estes são sumariamente ignorados em suas pretensões. Algumas justas, outras megalomaníacas e são estas as que travam as outras. Vejamos que pedir 30% de reajuste, quando se anuncia uma crise econômica séria e que aos poucos nos atinge, é debochar do governo e do povo. As perdas, em média, no governo Dilma, somam entre 7% e 16%. Aqueles ministérios com salários mais baixos deveriam sim receber reajustes que aumentem com justiça suas remunerações. É o caso da Agricultura, Educação, Saúde e Transportes, que ficam no final da fila dos menores salários. Os outros também devem receber reajustes, mas em índice inferiores aos citados. O governo, pejorativamente, joga para a mídia e esta aceita que não é hora de reajustar salários de servidores e dá-lhe verbas de publicidade para calar a boca dos magnatas da imprensa. Também nossos empresários, absurdamente, jogam para o povo que os salários dos servidores alavancam o “Custo Brasil”, mentira deslavada. “Até as pedras sabem” que o impacto dos salários dos servidores no custeio da máquina pública não representa 30%. O que consome nossas receitas, em primeiro lugar, são as benesses
concedidas pelo governo para custear o cala a boca dos parlamentares e em segundo lugar vem a corrupção, endêmica e inexorável.
Em “off” há estudos no governo que apresentam a necessidade de se equilibrar as remunerações no Executivo, mas esbarram na birra de ministros profissionais, os que permanecem no poder como se o governo fosse propriedade particular ou dos partidos aos quais são filiados ou donos. Em relação ao Judiciário, este provocou Lula e Dilma ao insistir no Mensalão e agora paga a conta. Vai dar boa briga no futuro. Já no Legislativo, este nada de braçada nos reajustes, ganha quanto e quando quer. Caga na cabeça do povão e dos demais servidores. Por isso somos o país do jeitinho, da corrupção e da inércia.
Dos servidores que estão em greve, chama a atenção a remuneração da Educação e da Saúde que recebem salários muito abaixo do que deveriam sem que , nos últimos vinte anos, nenhum governante tenha tido a decência de corrigir tamanha injustiça. Ao contrário, quando puderam diminuir o fizeram sem dó nem piedade.
E não adianta culpar o povão pelos nossos péssimos governantes e parlamentares. Somos um país forjado na trapaça e na ganância e vamos levar duzentos séculos até corrigir nossos defeitos. Portanto, as lutas de classe ocorrem entre os próprios servidores, de primeira, de segunda e terceira classe, cada qual gritando por mais isso e aquilo. Assim, de camarote, o governo ri da desgraça alheia e nem sequer se ruboriza por ser o provocador mor, aquele que deveria equilibrar as remunerações e zelar pela melhoria nas condições de trabalho dos seus servidores.
Isso se comprova quando uma categoria deflagra greve e membros desta mesma categoria, achando-se de casta superior, preferem ignorar o clamor da maioria e permanecer trabalhando ou fingindo trabalhar. Afinal, se um ganha todos ganham, e para que se desgastar se podem ser omissos e covardes? (FONTE: VERA RITTER – INFODF - BLOG DO FAGUNDES)
Independência cara
Promete se tornar uma verdadeira batalha política a emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que dá autonomia para que os poderes Judiciário e Legislativo, além do Ministério Público da União, reajustem os seus próprios salários. O Governo Federal calculou que a emenda – que tira a prerrogativa de reajustar salários do Poder Executivo – teria um impacto de R$ 10 bilhões no Orçamento da União do ano que vem, segundo informou ontem a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (foto): “Se você fizer uma comparação, a antecipação das compras governamentais foi de R$ 8 bilhões. Uma medida pra
enfrentamento da crise, de aquecimento da economia, de geração de emprego e renda, de prestação de serviço, porque serão bens que estarão à disposição da população. R$ 10 bilhões é mais da metade do Bolsa Família", comparou a ministra.
Vinculação
Outra preocupação do governo é em relação a uma proposta de emenda à LDO, ainda em estudo, que vincula o aumento para os servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário à receita líquida da União. Para justificar suas preocupações, a ministra citou a crise econômica internacional e o pedido de reajuste feito pelo Poder Judiciário. Para ela, a categoria já possui uma média salarial muito significativa e não há como atender à reivindicação de 56% de aumento salarial. "Se você fizer [...] a publicação de todos os salários, de todos os poderes, vai ficar muito claro que a média salarial é muito significativa para como eles estão
apresentando novamente de reajuste de 56%. Como dar 56% de reajuste para uma categoria que tem em torno de 120 mil pessoas?", questionou.
Negociar
Mesmo com todo esse discurso, Ideli afirmou que é preciso manter conversas com os servidores.
Carroçada
Na mesma hora em que a ministra concedia entrevista, os servidores federais faziam manifestação na Esplanada dos Ministérios, batizada de carroçada (foto), para protestar contra o descaso do governo em relação à greve da categoria, que já dura 16 dias e não tem previsão de terminar. De acordo com o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Sindsep-DF), Carlos Henrique Bessa, 13
ministérios e 500 mil servidores (cerca de 60% da categoria) aderiram à greve. Entre as reivindicações estão o cumprimento dos acordos firmados, política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário-base e incorporação das gratificações. De acordo com o Ministério de Planejamento, a previsão é que até 31 de julho os impasses sejam resolvidos. No momento, o governo negocia com os sindicatos para chegar a um acordo.(FONTE: PONTO DO SERVIDOR – MARIA EUGÊNCIA – JORNAL DE BRASÍLIA)
Guerra midiática
As próximas semanas serão de intensa mobilização das mais diversas carreiras do funcionalismo como parte da campanha salarial. O embate, agora mais do que nunca, é para conquistar a opinião pública. Temeroso da repercussão negativa que as greves podem ter em ano eleitoral, o governo lançou mão de toda sua influência para disparar na mídia notícias que convençam o eleitorado acerca da impossibilidade de atender as reivindicações.
A campanha midiática começou na última sexta-feira (29/06) quando, pela primeira vez, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, falou a jornais de grande circulação sobre o andamento das negociações.
Ele aproveitou as entrevistas para enfatizar o impacto do conjunto de reivindicações: R$ 60 bilhões, quantia considerada impagável. Os sindicalistas rebatem que o valor real não chega a metade disso.
Na outra linha do choque de argumentos, os envolvidos reativaram o debate sobre a média de
remuneração. Fala-se que, na maior parte das ocupações, trabalhadores do setor público têm media salarial maior do que no setor privado e, no fim, os servidores não teriam tanto do que reclamar.
Além, é claro, de virem a tona as médias salariais entre os poderes, calculadas pelo Ministério do
Planejamento e que eu mesmo cheguei a publicar aqui no blog. As médias não apareceram a toa, o governo quer mostrar para a população a necessidade de se privilegiar o Executivo, para combater as distorções. Preparem-se para novos dados "bombásticos" de ambas as frentes de batalha nos próximos dias. A guerra está longe do fim.
Parlamentares revoltados
A reunião da Comissão Mista de Orçamento marcada para a tarde desta terça-feira (03/07) foi encerrada sem que nenhum item da pauta tenha sido apreciado. O motivo? Não há como avaliar questões do Orçamento sem que a Lei de Diretrizes Orçamentárias seja aprovada.
Os deputados e senadores presentes criticaram a intransigência do governo em debater as questões do Orçamento e disseram que a demora na aprovação da LDO poderá impedir que os parlamentares entrem em recesso, em 17 de julho. (BLOG DO SERVIDOR – GUSTAVO BRAGA – CORREIO BRAZILIENSE)
Ideli Salvatti diz estar preocupada com possibilidade de autonomia do
Judiciário e Legislativo para reajustes
Brasília - A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, demonstrou hoje (3) preocupação com os efeitos para a economia da emenda apresentada à Lei de Diretrizes Orçamentárias que prevê autonomia para reajuste salarial ao Judiciário, Legislativo e ao Ministério Público. Na avaliação da ministra, é preciso que todos estejam comprometimento neste momento de crise econômica internacional.
“A Comissão de Tributação e Finanças aprovou o percentual para reajustes praticamente automáticos do Judiciário, Legislativo e do Ministério Público. É um percentual sobre o qual não haverá possibilidade de debate, fica automático e terá que ser bancado. Pelos cálculos que fizeram, daria mais de R$ 10 bilhões a mais só para o Orçamento do ano que vem”, disse em encontro com jornalistas.
Para mostrar que o impacto do reajuste é elevado, a ministra fez uma comparação com o valor liberado pelo governo para uma medida destinada a aquecer a economia que foi a antecipação de compras
governamentais, anunciada na semana passada. “Você pode fazer uma comparação com a antecipação das compras governamentais que tem recursos de R$ 8 bilhões e é uma medida de aquecimento da economia, de geração de emprego e renda, de prestação de serviços.”
Com a divulgação dos salários dos servidores do Executivo e as que ainda devem ocorrer do Legislativo e Judiciário, baseados na Lei de Acesso a Informação, a ministra disse que “vai ficar claro que a média salarial é muito significativa”.
Na avaliação da ministra, é legítimo que o Congresso Nacional paute os temas que considera adequados, mas é preciso levar em conta que o momento exige austeridade, em função dos efeitos da crise financeira já sentidos no Brasil.
“Vamos continuar fazendo a ponderação dentro do que é possível e tem impacto sobre a crise. A prioridade do Brasil é não permitir que os efeitos da crise, que não criamos, nos afete. Para isso, temos que ter o esforço e a contribuição de todos”, explicou. (SERVIDOR EM AÇÃO – AGÊNCIA BRASIL)
Aposentadoria: veja o que muda se fator previdenciário deixar de existir
SÃO PAULO – Na última quarta-feira (27), o ministro Guido Mantega se reuniu com representantes da Força Sindical para discutir alternativas ao fator previdenciário. Na ocasião, o governo pediu um prazo até o dia 10 de julho para apresentar uma proposta em substituição ao fator; e cogitou adotar uma idade mínima para o brasileiro se aposentar.
Atualmente, a proposta mais comentada é a chamada Fórmula 85/95, que soma a idade ao tempo de contribuição até atingir o valor 85 para as mulheres e 95 para os homens. A proposta é a mais aceita pelos representantes dos trabalhadores.
Considerando esta hipótese, a idade mínima e as regras atuais para a aposentadoria, o portal InfoMoney ouviu o consultor previdenciário e membro da Comissão de Direito Previdenciário do IASP (Instituto dos Advogados de São Paulo), Ivandick Rodrigues, a fim de entender o que muda em cada alternativa e ver com quanto um brasileiro que ganha hoje R$ 4 mil se aposentaria nos três casos.
Regras atuais
Hoje, explica Rodrigues, a fórmula para o cálculo da aposentadoria considera o chamado fator
previdenciário. Criado em 1999, o fator compreende quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado, conforme tabela do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nas regras atuais, para se aposentar por tempo de contribuição, o segurado deve contribuir para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pelo período de 35 anos, se homem, ou 30 anos, para as mulheres. As alíquotas variam de 8% a 11%, com o teto do salário de contribuição em R$ 3.916,20.
Neste contexto, o salário benefício corresponde à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição equivalentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário. “Com a fórmula atual, quanto menor o tempo de contribuição e a idade, maior será o impacto da alíquota do fator, reduzindo o valor do benefício proporcionalmente ao lapso de tempo que o segurado irá receber a prestação”, diz o especialista.
Simulação
Para entender o impacto que o fator previdenciário tem na aposentadoria do brasileiro, Rodrigues fez duas simulações. A primeira considera a fórmula atual e a segunda a de 85/95.
Pelas regras atuais, explica o especialista, em vez de receber o valor máximo da aposentadoria, que hoje é de R$ 3.916,20, um segurado com 53 anos de idade e 35 anos de contribuição e salário de R$ 4 mil, teria um benefício de R$ 2.607,40. Ou seja, por conta do impacto do fator previdenciário, a pessoa teria uma perda de 34% no valor do benefício.
Na fórmula 85/95, o trabalhador não teria perdas no valor do benefício. Em outras palavras, uma pessoa com salário de R$ 4 mil, receberia o teto da aposentadoria, R$ 3.916,20. Por outro lado, para receber este valor, um homem com 53 anos de idade deveria contar com 42 anos de contribuição (o que, pelas leis brasileiras, não é possível, visto que o profissional teria que começar a contribuir aos 11 anos de idade, quando o permitido é a partir dos 14 anos na condição de menor aprendiz). Outra hipótese seria o trabalhador se aposentar com 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.
Assim como na fórmula 85/95, a hipótese do governo de adotar uma idade mínima para o brasileiro se aposentar (combinada com um tempo de contribuição) sem considerar um fator previdenciário também não traria perdas no valor do benefício. Porém, explica o advogado, este cálculo acabaria penalizando as pessoas que começaram a trabalhar mais cedo.
Quem seria afetado?
De acordo com Rodrigues, caso a fórmula para o cálculo da aposentadoria sofra alterações, seriam afetados os profissionais que já estão no mercado de trabalho, mas ainda não cumprem os requisitos para a
aposentadoria.
Entretanto, alerta ele, em outras ocasiões, o governo implantou uma regra de transição para quem estava próximo de se aposentar. (FONTE: INFOMONEY
Mudança na aposentadoria pode acabar com tempo de contribuição
Proposta foi acordada em reunião com Mantega, Garibaldi Alves e líderes da baseBRASÍLIA – Ao negociar com o Congresso para acabar com o fator previdenciário — mecanismo criado no início dos anos 2000 para inibir aposentadorias precoces no setor privado (INSS) —, o governo federal propôs nesta quarta-feira, em contrapartida, mudanças substanciais para os trabalhadores que ainda vão ingressar no mercado de trabalho: acabar com a possibilidade de o segurado requisitar aposentadoria ao completar 30 anos de contribuição (mulheres) e 35 anos (homens), independentemente da idade; e estabelecer a idade mínima para aposentadoria, sendo 60 anos para mulheres e 65 anos para homens. Hoje, a idade média de quem se aposenta por tempo de contribuição é de 55 anos (homens) e 52 anos (mulheres). Além da aposentadoria por tempo de contribuição, o INSS paga o piso previdenciário (salário mínimo) a quem atinge 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens), e tenha um tempo mínimo de contribuição — benefício normalmente pago a donas de casas, por exemplo.
Para os trabalhadores atuais, a regra do fator previdenciário (que considera idade, tempo de contribuição e expectativa de vida para calcular o benefício) seria substituído pela chamada “Fórmula 85/95”. Ela consiste na soma do tempo de contribuição com a idade: assim, mulheres poderiam se aposentar quando o total chegar a 85 e os homens, 95. Hoje, o valor máximo de aposentadoria pago pelo INSS é R$ 3,9 mil. Regra de transição para novos trabalhadores
Para não prejudicar quem está prestes a se aposentar, seria criada uma regra de transição de cinco anos para que o segurado possa optar entre o fator e a nova fórmula. Quem entrou no mercado recentemente terá que ir além da soma de 85/95 anos. O governo quer aumentar essa conta gradativamente até chegar ao teto de 100 (homens) e de 90 (mulheres). Pretende, ainda, igualar aos poucos as regras entre homens e mulheres.
As medidas em estudo preveem também que, para evitar esqueletos, frutos de ações judiciais, o Executivo deixe claro que o fim do fator não será retroativo. Ou seja, quem já se aposentou, utilizando a atual fórmula de cálculo não terá direito à revisão no valor do benefício.
Segundo fontes do governo, há uma grande preocupação da equipe econômica com o fim do fator, que gerou entre 2000 e 2011, uma economia de R$ 31 bilhões para os cofres públicos. Para este ano a projeção é de R$ 9 bilhões.
Por isso, a ordem é negociar com o Congresso um acordo que permita acabar com a forma de cálculo atual, mas, ao mesmo tempo, assegure novas receitas para não comprometer a sustentabilidade do regime de aposentadoria dos trabalhadores do setor privado.
O assunto foi discutido nesta quarta-feira entre os ministros Guido Mantega (Fazenda), Garibaldi Alves (Previdência) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) com os líderes aliados na Câmara. Foi incluída na pauta de votação do plenário da Câmara, semana que vem, a proposta alternativa ao fator previdenciário, de autoria do deputado licenciado e atual ministro Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário).
— Sai da reunião confiante num acordo — afirmou Garibaldi Alves, que é favorável à exigência de idade mínima no INSS.
Intenção é votar em, no máximo, dois meses
Após a reunião no Ministério da Fazenda, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que haverá novas reuniões e que as medidas serão votadas em, no máximo, dois meses:
— Faremos uma nova reunião no dia 10, depois de o governo levantar o número e as implicações, mas com o compromisso que em até dois meses votemos. É claro que é mais fácil falar do que fazer, mas era meu papel e dos líderes mostrar para o governo que este é um tema que está pautado e vai ser votado. Então é preciso ter os elementos disponíveis para negociar.
Chinaglia confirmou que a chamada “Fórmula 85/95”, de Pepe Vargas, começa a ser aceita até pelas centrais sindicais, mas que ainda são necessários estudos para manter a Previdência equilbrada. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que pautou a votação para semana que vem, afirmou:
— As centrais estão a favor. Não acaba com o fator, melhora. É um projeto importantíssimo para o trabalhador, corrige uma injustiça.
O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), reafirmou a pressão pelo fim do fator previdenciário: — O anseio é votar o texto do hoje ministro Pepe Vargas, todos querem votar.
(FONTE: Ilimar Franco, Geralda Doca, Vivian Oswald, Isabel Braga – O GLOBO - URL:http://glo.bo/NDfUY6)
Mensalão prejudicará causas bilionárias da Previdência
O julgamento do mensalão, previsto para começar em 2 de agosto, vai congelar o andamento de causas bilionárias do Ministério da Previdência no STF (Supremo Tribunal Federal), segundo afirmou o procurador-geral federal, Marcelo Siqueira.
"Esses processos não vão voltar antes do julgamento do mensalão, e são causas relevantíssimas para o INSS, todas elas com impactos bilionários para o sistema", disse Siqueira em evento de comemoração dos dez anos da Procuradoria-Geral Federal.
O procurador informou que o julgamento sobre a tentativa de aposentados elevarem seu benefício ao continuarem trabalhando e contribuindo para a Previdência, a chamada desaposentadoria, já começou no STF. Mas foi adiado após um pedido de vista e só deverá voltar depois que o caso do mensalão dor julgado.
Outro caso importante e que já teve o julgamento iniciado no STF é o do direito adquirido ao melhor benefício, que também trata da possibilidade de aumento da aposentadoria para quem trabalhou acima do tempo mínimo exigido para a concessão do benefício.
"Seria útil que fossem julgados, porque além do impacto econômico, há milhões de ações discutindo esses problemas na primeira e na segunda instâncias. Ações essas que seriam resolvidas com um
posicionamento definitivo do STF, mas o fato é que vai ter que se aguardar", disse.
O procurador, no entanto, disse acreditar que o STF deve encontrar uma forma de dar atenção aos casos mais urgentes mesmo durante a análise do inquérito do mensalão. (FONTE: VALOR ECONÔMICO)
EDIÇÃO ESPECIAL DE GREVE - 04 DE JULHO/2012
QUADRO DE GREVE - SEGURIDADE SOCIAL
CIDADE INICIO DA GREVE SITUAÇÃO
LONDRINA 20/06 90% dos servidores lotados na secretaria de saúde em greve. 80% dos servidores lotados na regional de saúde, em greve.
CURITIBA Paralização com ato público na Boca Maldita, e Assembleia para definir a greve.
MARINGÁ 28/06 50% dos servidores da SCALI, em greve. FOZ DO IGUAÇU
80% - 40 servidores do MS/FUNASA paralisados. 08 servidores do ex-INAMPS.
CASCAVEL 95% dos servidores da FUNASA, Município e Regional de Saúde, em greve. 03 servidores do ex-INAMPS, 02 Médicos da Regional de Saúde, 01 Servidor no Hospital Universitário.
UMUARAMA 08 servidores do Ex-INAMPS, lotados no consorcio regional, regional de saúde e município, em greve.
TOLEDO
05 servidores do Ex-INAMPS lotados na regional de saúde e programa de saúde do trabalhador, em greve.
PATO BRANCO 02 servidores lotados no Ex-INAMPS, em greve.
FRANCISCO BELTRÃO 03 servidores da MS/FUNASA lotados na regional de saúde, em greve.
GUARAPUAVA 06 servidores do Ex-INAMPS, regional de saúde e consorcio, em greve.
JACAREZINHO 50% dos servidores do MS/FUNASA em greve. PONTA GROSSA
03 servidores do Ex-INAMPS, lotados na regional de saúde em greve.
UNIÃO DA VITÓRIA 02 servidores do Ex-INAMPS, lotados na regional de saúde em greve.
CAMBÉ 20/06 100% dos servidores lotados na MS/FUNASA em greve. IBIPORA 20/06 01 servidor lotado no MS/FUNASA em greve.
JATAIZINHO 100% dos servidores lotados na MS/FUNASA em greve. CORNELIO PROCÓPIO 01 servidor do MS/FUNASA lotado na 18ª regional de saúde em greve, no dia 02/07 haver a adesão de mais 02 servidores.
APUCARANA
Assembleia no dia 27/06, para definir adesão a greve.
IBEMA 01 servidor lotado na MS/FUNASA em greve. CATANDUVAS 01 servidor lotado na MS/FUNASA em greve. NOVA LARANJEIRAS 01 servidor lotado na MS/FUNASA em greve. BOA VISTA APARECIDA 01 servidor lotado na MS/FUNASA em greve. LARANJEIRAS DO SUL 01 servidor lotado na MS/FUNASA em greve. IRATI