• Nenhum resultado encontrado

Ensino superior em Artes Cênicas: Dança e Teatro no Brasil. Degree in Performing Arts: Dance and Drama in Brazil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ensino superior em Artes Cênicas: Dança e Teatro no Brasil. Degree in Performing Arts: Dance and Drama in Brazil"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Ensino superior em Artes Cênicas: Dança e Teatro no Brasil Degree in Performing Arts: Dance and Drama in Brazil

Rosana Aparecida Pimenta (UNESP) Resumo: Este artigo foi retirado da pesquisa de doutorado: “Concepções de currículo e a formação inicial do professor em Artes Cênicas, Dança e Teatro” desenvolvido no Instituto de Artes na Unesp. Apresenta aspectos mais gerais da inserção dos cursos de formação em Artes Cênicas no Brasil, assinalando a criação cursos superiores na área. Traça um breve panorama que vai da primeira legislação para o ensino superior na área teatral, passa pela inserção da Educação Artística no currículo da educação básica, por meio da Lei Federal 5.692/1971, até chegar na inclusão da linguagem da Dança nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte.

Palavras-chave: Artes Cênicas. Dança. Ensino Superior. Teatro.

Abstract: This article is part of the doctoral research in progress: “Conceptions of curriculum and initial teacher training in Performing Arts, Dance & Theatre UNESP”, developing the “Institute of Arts of UNESP”. It presents broader aspects of the introduction of training courses in Performing Arts in Brazil, highlighting the creation of undergraduate courses in the area. It presents a brief overview of the first legislation that goes to higher education in theater, passes by the insertion of Arts Education in basic education curriculum, through Federal Law 5.692/1971, until the inclusion of the language of Dance in the National Curriculum Art.

Keywords: Perfoming Arts. Dance. Degree Education. Theatre.

Introdução

O objetivo deste painel é apresentar aspectos mais gerais da inserção dos cursos de formação de professores em Artes Cênicas no Ensino Superior no Brasil a partir do projeto de pesquisa: “Concepções de currículo e a formação inicial do professor em Artes Cênicas, Dança e Teatro”, em desenvolvimento no Instituto de Artes da Unesp.

O projeto de pesquisa em questão tem como campo de estudo cursos de licenciatura em Artes Cênicas criados mais recentemente e que tenham passado reformulação curricular nos últimos anos. Pertencem à três universidades que integram a Rede de Cooperação Acadêmica, Artística e Cultural em Dança – CooperacDANÇA. São eles: A licenciatura em Dança da Universidade Federal de Viçosa (UFV); as licenciaturas

(2)

em Dança e Teatro da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE); e a graduação em Arte - Teatro, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (IA/Unesp).

Ademais, este trabalho tem como pressuposto a relação arte e educação numa perspectiva crítica. Nossa premissa maior é de que a função estética e social da arte opera no sentido de formação de um sujeito autônomo e consciente.

Da criação de cursos de nível superior em Artes Cênicas no Brasil

A primeira legislação para o ensino superior na área teatral foi o Parecer nº 608/65 da Câmara do Ensino Superior – CFE, que fixou currículos para os cursos de Direção, Cenografia e Professorado em Arte Dramática, com base em modelo que já vinha sendo adotado pelo Conservatório Nacional de Teatro.

Com a progressão da industrialização no Brasil, no início do Século XX, aconteceu a primeira expansão do sistema de ensino. Assim, surgiu também a necessidade de se formar professores para ministrarem aulas no ensino secundário. Era a primeira vez que se fazia distinção entre o professor polivalente das séries iniciais e o professor especialista para os demais anos da formação escolar.

Para Gatti & Barreto (2009), a maneira adotada para formar o profissional licenciado foi aproveitar a estrutura para a formação de bacharéis nas diversas áreas do conhecimento acrescentando-lhe um ano com disciplinas da área de educação, cuja denominação ficaria conhecida por “3 + 1”.

A Licenciatura em Educação Artística, com habilitação Plena em Artes Cênicas foi criada a partir da obrigatoriedade da Educação Artística no currículo da educação básica, estabelecida pela Lei Federal 5.692/1971. Ao lado da criação do Bacharelado em Artes Cênicas, com habilitação em Direção Teatral, Cenografia, Interpretação e Teoria do Teatro se dá a partir da regulamentação da Licenciatura em Educação Artística por meio da mesma lei.

Mais tarde, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional sancionada em 1996, em vigor, determinou novos procedimentos para o ensino de graduação por meio dos quais o Ministério da Educação - MEC descentralizou as decisões e delegou competências às Instituições de Ensino Superior (IES) como a elaboração de seus

(3)

currículos. A partir de então, as instituições de ensino superior passam a estruturar e executar seus projetos pedagógicos.

De acordo com a Lei 5.692/71, o profissional de nível superior na área de Teatro e Dança é formado em cursos de graduação, na modalidade de Bacharelado ou Licenciatura. Por sua vez a Educação Artística passou a integrar o currículo escolar, criando-se assim uma demanda pelos profissionais egressos dos cursos universitários, o que foi importante para o ensino da arte.

Na década de 1970, com a aprovação dessa lei surgia uma demanda por professores no mercado e seria necessário formá-los rapidamente:

A implantação das licenciaturas curtas (polivalentes), para formar docentes para o ensino fundamental, gerou polêmicas e contraposições de acadêmicos e de entidades corporativas, o que levou o então Conselho Federal de Educação (CFE), alguns anos depois, a emitir orientações normativas para tornar progressivamente plenas essas licenciaturas curtas, como habilitações específicas, no intuito de que esta modalidade viesse a ser substituída no tempo pelas habilitações plenas. Com o objetivo do aperfeiçoamento da formação de docentes do ensino básico, o CFE aprovou a Indicação nº 8/86, em meados dos anos 1980, que propunha a extinção dos cursos de licenciatura curta apenas nas grandes capitais do país, tendo em conta as melhores condições de oferta de cursos superiores nessas localidades e o caráter de transitoriedade atribuído pela lei a esses cursos. Eles só virão a ser extintos completamente pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) em meados para o final dos anos 1990 (GATTI & BARRETO, 2009, p. 40).

De acordo com Gatti & Barreto (2009) com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9.394/96 dá-se a modificação da estrutura curricular dos cursos de formação de professores no Brasil. Dentre as mudanças no contexto educacional brasileiro, destaca-se a exigência de nível superior para todos os professores da educação básica. Até então, os professores das iniciais adquiriam formação por meio do curso de magistério no ensino médio.

Com um prazo de 10 anos para que o sistema de ensino se adequasse à nova norma, as primeiras modificações aconteceriam, de fato, a partir do ano de 2002 com a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores. Na

(4)

sequência, as diretrizes curriculares, para cada curso de licenciatura, passaram a ser aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação.

Os cursos de formação de professores seriam organizados pelas instituições de ensino superior na modalidade de licenciatura plena em nível de graduação. Outra possibilidade seria o oferecimento, pelos Institutos Superiores de Educação (ISEs), de programas de formação pedagógica para profissionais graduados na educação superior que desejassem atuar no magistério na educação básica. Ademais, estava regulamentada a criação de programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis.

Para a compreensão mais ampla da formação do professor de Artes Cênicas em nosso país, vale retomar alguns dos aspectos do desenvolvimento desses cursos ao longo da história da educação no Brasil.

A utilização do teatro no processo educativo data da chegada da Companhia de Jesus em meados do século XVI. Naquela época, os jesuítas adotaram o teatro como prática pedagógica para a catequese dos indígenas.

Vale ressaltar que a experiência dos jesuítas é datada e apresenta objetivos específicos os quais não cabe questionar aqui, mas que merece ser pontuado por tratar-se da primeira experiência educacional por meio do teatro em terras brasileiras.

Em 1816, com a vinda da missão artística francesa para o Brasil, é fundada no Rio de Janeiro, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Mais de quarenta anos depois, na década de 1860, é criada a primeira escola laica de teatro pelo ator e encenador brasileiro João Caetano, no Rio de Janeiro. Depois disso, é criado o Conservatório Dramático do Rio de Janeiro com a finalidade de incentivar a dramaturgia.

Na escola de João Caetano e no Conservatório Dramático do Rio de Janeiro o teatro era cultivado como linguagem e a expectativa era a de se aperfeiçoar a arte do ator. Isso quer dizer que, neste momento, destaca-se o interesse pelo aperfeiçoamento das técnicas de interpretação.

As escolas brasileiras modernas de teatro foram criadas a partir do século XX. Em 1948, Alfredo Mesquita fundou na cidade de São Paulo a Escola de Arte Dramática. Anos depois, instituiu o Departamento de Teatro (atual Departamento de Artes Cênicas) da

(5)

Universidade de São Paulo. Também foi criado o Curso de Arte Dramática ligado a Faculdade de Filosofia, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, que posteriormente tornou-se um Centro de Arte Dramática, desligou-se da Faculdade de Filosofia para integrar o Instituto de Artes, constituindo então o Departamento de Arte Dramática - DAD.

Já a trajetória da licenciatura em Dança no país é, de modo geral, mais recente do que a de Teatro. Visto que tem seu reconhecimento como linguagem artística a ser trabalhada na escola, quando a Dança foi incluída nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (PCN de Arte, 1998).

A partir de então, a linguagem da dança passa a figurar nos documentos oficiais. Sua presença nos volumes dos PCNs, no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e nas Orientações Curriculares da cidade de São Paulo favorece o surgimento da demanda por professores licenciados e capacitados o que estimula o comprometimento de universidades com a formação e pesquisa em Dança (MARQUES, 2005).

De acordo com Strazzacappa & Morandi (2011) o primeiro curso superior brasileiro em Dança foi criado em 1956, pela Faculdade de Dança da Universidade Federal da Bahia. No ano de 1980 eram quatro cursos, dentre os quais está a graduação em Dança da Unicamp, instalada no Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da Unicamp (SP), em 1987. A graduação em Dança da UNIVERCIDADE (Rio de Janeiro) foi criada em 1985. E a Faculdade de Dança da PUC/Curitiba, em 1985, que hoje pertence à UNESPAR/FAP, uma instituição estadual. Havia ainda no litoral paulista, o extinto curso de Dança da Faculdade Santa Cecília dos Bandeirantes.

Em 2009, aproximadamente dez anos após a publicação dos PCNs, este número havia crescido para quinze graduações e mais 30 pós-graduações entre especializações, mestrados e doutorados, que possuem em suas linhas pesquisa a dança como objeto de estudos.

Hoje, estão cadastradas no sistema e-mec (www.emec.mec.gov.br), do Ministério da Educação 31 graduações por todo o país, sem contar os inúmeros congressos, simpósios, fóruns e grupos de pesquisas que surgiram.

(6)

Resultados esperados

A pesquisa almeja contribuir para as discussões sobre teoria do currículo em Artes aprofundando a discussão sobre a relação entre estruturação social e reprodução das desigualdades sociais que acabam por relegar a arte a um papel cognitivo menor reduzindo-a a mero entretenimento em sala de aula na educação básica. Também pretendemos fornecer instrumentos teóricos e analíticos do currículo para a formação continuada de professores em Artes no âmbito dos cursos de pós-graduação e extensão.

Referências

______. O Poder Simbólico. 11ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CP 9/2001. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior, 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Subsídios para a elaboração de proposta de Diretrizes Curriculares Gerais para as Licenciaturas. Março/1999.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 2ed. Rio de janeiro: Expressão e Cultura, 2002.

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional: (Lei 9.394/96) / apresentação Carlos Roberto Jamil Cury. 4ª ed.- Rio de Janeiro: DP & A, 2001.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Brasília. Presidência da República. 2003.

BRASIL. Plano Nacional de Educação. Brasília. Senado Federal, UNESCO, 2001.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília. Conselho Nacional de Educação. 2001.

(7)

Unesco, 2009

MARQUES, I. A. Dançando na Escola. Cortez: São Paulo, 2003.

STRAZZACAPPA, Márcia; MORANDI, Carla. Entre a arte e a docência: a formação do artista da dança. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 2011.

Minicurrículo

Rosana Pimenta e atriz, diretora teatral e mestre em Artes (2008), é graduada em Artes Cênicas (2001) pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista - Unesp. Atualmente é coordenadora pedagógica e professora do curso de dança da Universidade Federal de Viçosa - UFV.

Referências

Documentos relacionados

O objetivo consiste em sistematizar ferramentas para melhorar a noção empresarial das empresas construtoras na área de gerenciamento de riscos, composta por

O participante somente poderá levar o caderno de prova nos últimos 15 (quinze) minutos de prova. O participante deverá preencher a folha de respostas, com caneta esferográfica de

PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE ELIMINAÇÃO DO MEDICAMENTO NÃO UTILIZADO OU DOS SEUS DESPERDÍCIOS, SE FOR CASO DISSO Eliminação dos restos não utilizados: ler o folheto

Os encontros de formação e trabalho, que seriam periódicos e presenciais, migraram para as reuniões virtuais e documentos compartilhados, aqui expostos em etapas

Nosso ponto de partida, as produções escritas dos alunos em LE para análise dos problemas de concordância entre algumas formas pronominais com verbos, pronomes

O presente estudo permitiu uma caracterização geral da ocorrência e distribuição das amebas testáceas, na área da Baía de Iguape e Baixo Curso do Rio Paraguaçu (região

(1994) para medir atitudes, objetivou-se utilizar tais itens para aferir atitudes em relação à Polícia, propondo-se assim uma escala de atitudes frente à Polícia.. Além de

colaboradores é a caracterização destas, vistas como criativas. Nas *quais a estrutura é descentralizada e as novas idéias podem vir da base para o topo, além