Relatório Geral de Observação K5 Tarde – 1º semestre/ 2012 Prezados pais,
Chegamos ao final do primeiro bimestre e é hora de contar para vocês um pouco das atividades realizadas pelo K5 da tarde.
IDENTIDADE E AUTONOMIA
A turma do K5 da tarde tem 4 alunos novos na escola, além das duas turmas de K4 do ano passado. Fiquei impressionada com a rapidez com que começaram a interagir e solicitar a companhia dos novos amigos. Este processo foi rápido e gostoso de acompanhar. Vimos novas relações começarem e a ampliação do leque de amizades das crianças, algo muito bacana nesta faixa etária. Alguns conflitos acontecem e eles fazem parte da vida escolar. No K5, os alunos se relacionam mais através de conversas e não tão corporalmente. Por isso, as agressões físicas tendem a diminuir e passam a acontecer discussões verbais, que muitas vezes ocorrem em momentos de brincadeira livre. Nossa expectativa é que estes pequenos impasses já sejam resolvidos entre as próprias crianças com autonomia. No entanto, quando uma discussão mais importante acontece, lidamos de diferentes maneiras. Ora levamos o assunto para o grupo, problematizando e pedindo a opinião deles para resolver o problema, ora chamamos os envolvidos e procuramos dar ferramentas e modelos para ajudá-los a se relacionar melhor.
PROJETO TOP FIVE
Começamos o projeto sobre os „TOP‟ da natureza estudando sobre Cheetah e Giraffe, o mais rápido e o mais alto. Através de leitura de imagens e pequenos textos vindos tanto de livros quanto de sites da internet, as crianças começaram a perceber as diferenças entre os dois animais. Puderam comparar, por exemplo, a agilidade de um ao correr e subir em árvores e a falta de agilidade do outro que para beber água tem que se abaixar e esticar inteiro. Na hora da roda, quando discutíamos o assunto as crianças rapidamente começavam a imitar a girafa bebendo água dando muita risada.
Após as atividades de pesquisa, as informações que descobrimos são registradas através de listas e desenhos. Estes registros são extremamente importantes, pois nos ajudam a retomar aquilo que estudamos e ensinam para as crianças uma das funções da escrita e do desenho, que é a representação daquilo que aprenderam. Ao longo das nossas atividades vejo o quanto os alunos do K5 estão sabidos e caprichosos nas suas produções.
As crianças aproveitaram muito o passeio ao Zôo Safári. Desde o ônibus, até a visita aos animais. Muitos se aventuraram a dar comida na boca dos bichos e outros, embora com muita vontade, preferiam jogar o alimento pela janela do carro com medo de levar uma bicada ou mesmo uma mordidinha.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E ESCRITA DE NÚMEROS
As crianças têm se empenhado bastante nas atividades de traçado de números. No início do ano, percebi que uma parte da turma já veio do K4 escrevendo de 1 a 10 próximos à escrita convencional, de forma que conseguíamos reconhecer os números. Durante nossas aulas, trabalhamos para ensinar o traçado correto e corrigir os números espelhados. Elas vêm respondendo bem às atividades e se mostram bastante orgulhosas quando conseguem escrever os números corretamente.
Além disso, temos discutido em nossas aulas o valor dos números. As crianças tendem a confundir os números como o 12 e o 21, por exemplo. Portanto, em nossas atividades propus discussões sobre eles nas quais deveriam apontar qual o maior número e dizer por que acreditavam nisso. Nessas discussões os alunos tiveram a oportunidade de pensar sobre o assunto e levantar hipóteses. Quando a solução de um problema como este parte de uma criança da turma, o aprendizado é extremamente significativo para o
resto do grupo que se sente capaz e confiante para expressar as próprias opiniões e vencer desafios também. Embora alguns ainda façam confusão com o posicionamento dos números, isso é algo em que eles já avançaram bastante.
O próximo desafio é o reconhecimento de números maiores, acima de 20. Uma dica para vocês em casa é chamar a atenção das crianças para o mundo dos números. Por exemplo, falar o número dos apartamentos e das casas, contar quantas bolachas vem no pacote, chamar a atenção das crianças para os canais da televisão e para as páginas dos livros. Se pensarmos bem, os números estão em todos os lugares!
INGLÊS
A turma do K5 da tarde se destaca em relação ao uso do inglês. A grande maioria das crianças já consegue se comunicar, não apenas para realizar pedidos básicos da rotina, mas para contar histórias e relatar ocorridos de forma bastante elaborada. Além disso, em nossas rodas de história acompanham a leitura com muita atenção e interesse.
As alunas novas, por sua vez, que vieram de escolas brasileiras, já conseguem acompanhar os comandos básicos da rotina e, com o auxílio dos colegas e dos professores, vão se desenvolver na segunda língua. Algumas já estão se arriscando a falar pequenas frases, o que mostra o seu enorme interesse em aprender e se comunicar como os colegas!
A nossa expectativa para a faixa etária é que as crianças ampliem o repertório através de músicas, histórias e conversas, que cada vez mais consigam se comunicar em inglês e que, no Ensino Fundamental com a aquisição da linguagem escrita, este conhecimento se consolide.
ARTES
Em nossas aulas de Artes temos usado como referência obras do artista Cândido Portinari e este trabalho tem sido gratificante. As crianças apreciaram diversas obras e ouviram histórias sobre o artista. Nas aulas de artes temos usado muito a técnica do desenho, sempre acompanhada de outras como a pintura, o recorte e a colagem. Eles já sabem, por exemplo, que a figura humana não pode ser feita de „palitinhos‟, que o corpo tem volume, que precisam organizar um fundo e elaborar os detalhes. Além disso, tenho insistido muito para que preencham os suportes de seus desenhos colorindo ou pintando o fundo, e elas têm se empenhado bastante em suas produções.
Estamos nos divertindo e aprendendo bastante durante este semestre! Esperamos que tenham gostado das novidades e aproveito para me colocar a disposição para esclarecer eventuais dúvidas.
Um grande abraço, Ana Luiza Azevedo (professora)
Uyara Nascimento (assistente)
Cultura Brasileira: Prezados pais,
Os objetivos de Cultura Brasileira para o K5 nesse primeiro semestre são os seguintes: promover o acesso das crianças à linguagem escrita; levá-las a entrar em contato com a escrita de forma mais sistematizada, reconhecendo e escrevendo o próprio nome, identificando, nomeando e escrevendo letras do alfabeto e, principalmente, mobilizando seu interesse por atividades de escrita. Para promover o acesso à linguagem escrita, as crianças ouvem histórias com interesse e atenção, conversam sobre as mesmas em nossas rodas de conversa. Outro objetivo é de que fiquem mais competentes no discurso oral, sendo capazes de, cada vez mais, se expressarem com clareza e autonomia.
Em relação à aquisição da escrita respeitamos a trajetória que as crianças seguem, estimulando a avançarem em suas hipóteses sobre a escrita. Assim, as primeiras tentativas da criança de escrever, lá pelos três ou quatro anos, mostram-se através de representação das letras que se diferenciam dos desenhos, mas não são letras convencionais. São grafias como rabiscos garatujas que revelam que a criança começou a ter intencionalidade em sua escrita e que percebem que a escrita é diferente do desenho,
Aos poucos, nota que existem letras e números e usa-os de forma indiscriminada. Em um processo que acompanhamos atentamente, subsidiamos com informação e apresentamos desafios às crianças, elas vão aprendendo a diferenciar os sinais com que escrevemos e começam a usar somente as letras na escrita da palavra. Esse estágio é denominado de Pré Silábico. Pode, por exemplo, escrever elefante da seguinte forma: JXADTRED (utilizando todas as letras que conhece) ou MARRIIAMAIA (utilizando as letras do próprio nome – Maria – dispostas de outra forma) ou ainda FKKKSERTITYJSDLSZ (utilizando muitas letras, por tratar-se de animal grande) Nessa fase a criança ainda não adquiriu o valor sonoro das letras e usa-as a partir de critérios variados, como os citados acima, para escrever.
A maioria das crianças já chega ao K5 com esse conhecimento. Através de atividades de escrita que estimulam a reflexão, como o trabalho sobre o livro Porcolino e Mamãe, oferecemos oportunidade para que reflitam sobre os conhecimentos trazidos do K4 e ampliem-nos. Um exemplo do que fazemos com o livro é a leitura compartilhada em roda, pedindo que as crianças acompanhem com o dedinho, interrompendo a cada página para conversar sobre as palavras que estão escritas, fazendo perguntas e levantando hipóteses. Além disso, propomos sempre uma atividade de escrita relacionada à leitura, como pedir para que montem com as letras móveis em duplas palavras que apareceram na
história e depois escrevam no papel. Aos poucos estão começando a perceber que existe uma relação entre os aspectos sonoros da fala e o que se escreve. Nessa fase as crianças desenvolvem uma hipótese silábica admitindo que cada letra representa uma sílaba. Nessa fase a criança pode utilizar, para escrever elefante, letras
TJE, EMT (cada letra representando uma sílaba, chamada de fase silábica sem valor sonoro), ou escrever, por exemplo, ELFE; EEE, EAE, utilizando elementos contidos no som da palavra, (chamada de fase silábica com valor sonoro). Nosso objetivo ao final do K5 é que os alunos atinjam essa fase silábica com valor sonoro, para que no 1º ano estejam preparados para o próximo passo, que é a escrita convencional, alfabética.
Esse processo ocorre com todas as crianças. No entanto, cada um tem o seu ritmo e nós trabalhamos muito em grupo e individualmente, para que todos se desenvolvam e tenham estímulos e atenção necessária. É muito importante que se sintam sempre capazes e estimulados a escrever da maneira que pensam, pois é assim, acertando e errando, que construirão seu conhecimento. A forma que os alunos escrevem não é considerada errada, mas sim uma hipótese de escrita. É através de tentativas, de acertos e erros que descobrirão a forma convencional.
As atividades de escrita são muito esperadas pelas crianças no K5. Todos gostam de escrever, de ajudar os colegas. Quando peço para escreverem alguma palavra, logo perguntam: “com qual letra é?” e imediatamente os amigos dão dicas e uns ajudam os outros a construir a palavra correta.
Trabalhamos também com a escrita dos nomes próprios, que é uma boa situação para iniciar a aprendizagem de escrita e leitura de palavras. O nome próprio dá informação à criança sobre as letras, sua quantidade, variedade, posição e ordem, além de ser muito significativo por se tratarem de seus próprios nomes. Esse é um trabalho que permeia todo o ciclo da Educação Infantil. Estamos fazendo diferentes atividades e exercícios sobre nomes, que irão servir de ponto de referência para as crianças confrontarem suas hipóteses com a realidade da escrita convencional.
Quanto mais lerem e escreverem, mesmo à sua maneira terão mais confiança, mais irão se apropriar do ato de ler e escrever, mais criativas e autônomas se tornarão.
Vamos ficando por aqui, pois ainda temos muito trabalho pela frente. Aquele abraço,
