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FERNANDA PELÓGIA CAMARGO ADAPTAÇÃO MARGINAL DE COPINGS DE OURO SINTERIZADO PARA RESTAURAÇÕES METALO-CERÂMICA COM DIFERENTES TÉRMINOS

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Academic year: 2021

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ADAPTAÇÃO MARGINAL DE COPINGS DE OURO SINTERIZADO PARA RESTAURAÇÕES METALO-CERÂMICA COM DIFERENTES TÉRMINOS

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de MESTRE, pelo programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Especialidade Prótese Dentária.

Orientador: Prof. Dr. Lafayette Nogueira Júnior Co-orientador: Prof. Dr. Álvaro Della Bona

São José dos Campos 2005

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A maravilhosa disposição e harmonia

do universo só pode ter tido origem segundo

o plano de um Ser que tudo sabe e tudo

pode. Isto fica sendo a minha última e mais

elevada descoberta.

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À Deus,

que me deu a glória da vida, a força para conquistar meus objetivos e o privilégio da saúde e do amor.

Aos meus pais Marcos e Regina,

exemplos de carinho e amor. Agradeço pelas palavras de ensino e apoio nos momentos de alegria e de tristeza. Muito obrigada por me dar não apenas uma família mas sim um verdadeiro lar.

Aos meus irmãos Fabrício, Fabiana e Juliana, pela amizade e companhia constante.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Lafayette Nogueira Júnior, que sempre me dedicou muito respeito, liberdade e confiança em todos os momentos.

Ao Prof. Dr. Marco Antonio Bottino, pela admirável capacidade de conduzir com seriedade e dedicação o curso de Pós-Graduação. Sua inteligência e devotamento profissional são dignas de muito apresso. Por seus valiosos ensinamentos a serem guardados por toda a vida, minha eterna gratidão.

Ao amigo e Profº. Dr. Maximiliano Piero Neisser, faltam-me palavras para expressar tamanha admiração. Sua dedicação ao ensino e seriedade em pesquisa são veneráveis. Meu muito obrigada por seu cuidado e preocupação em promover meu crescimento pessoal e profissional. Espero devolver à altura tudo o que a mim confiou.

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AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP, na pessoa do Diretor Profº. Dr. Paulo Villela Santos Júnior, pela oportunidade concedida.

Ao Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Odontologia Restauradora Profº Dr. Clovis Pagani, por sua luta e vontade de fazer um curso cada vez melhor.

Aos Professores desta Universidade que contribuíram para o meu crescimento desde a graduação.

Às professoras Maria Auxiliadora Junho de Araújo, minha primeira orientadora e Regina Célia Santos Pinto Silva, patronesse da minha turma de graduação, pessoas admiráveis em quem procuro me espelhar.

Às secretárias do Programa de Pós-Graduação Erena, Rose e Cidinha pelos constantes esclarecimentos prestados.

Às secretárias do departamento de Materiais Odontológicos e Prótese Eliane e Suzana pela convivência agradável durante todo o curso.

À secretária da Revista Ciência Odontológica Brasileira Nilza Maria pela amizade, disponibilidade e apoio a mim concedida.

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Ao engenheiro Fernando Claro, pela realização da analise estatística desse trabalho e pela clareza de suas informações, sempre atendendo-me com disponibilidade e de maneira solícita.

Às colegas de graduação e de mestrado Graziela e Renata Melo, amigas que quero manter para sempre.

À Renata Faria, primeiro colega de curso e hoje uma grande amiga de palavras sábias e bom coração.

Aos colegas Alfredo, Gilberto e Nori, por todos os momentos agradáveis.

À amiga Silvia, pessoa sincera, dedicada e sempre disposta a ajudar. Espero poder retribuir sua amizade.

Ao amigo Leonardo Buso, por sua inestimável ajuda em todas as fases desse trabalho e sua namorada e minha amiga Giovana, por suas palavras sempre acolhedoras.

Aos colegas de pós-graduação Fabíola, Felipe, Diego, Daniel, Renato, Silvia, Leonardo, Vanessa, Edson, Elza, Rander, Denise, Guilherme, Karine e Alexandre, grupo seleto de alunos de qual tenho orgulho de fazer parte.

Ao amigo e Profº Titular Walter Nicolli Filho e a amiga Aline Cantarelli Morosolli, pelos momentos de convivência extremamente agradáveis.

Aos amigos Wagner, Priscila e Glaucia, que mesmo com distância estão sempre presentes.

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À Labordental, na pessoa da Sra. Elisa pela doação de todo o material utilizado nessa pesquisa.

Aos técnicos de Prótese Roberto Devólio e Carlos Eduardo Souza pela confecção dos corpos-de-prova. Obrigada pela atenção e pelos conhecimentos gentilmente transmitidos.

À Conexão Sistema de Prótese, na pessoa do engenheiro Wagner Tadashi Akamine, pela concessão do microscópio para efetuar as medições da parte experimental desse trabalho.

À Ângela de Brito Bellini, pela revisão bibliográfica e normalização deste trabalho e às funcionárias do Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos.

À CAPES, pelo apoio ao Programa de Pós-Graduação e pelo auxílio a mim concedido.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... 9

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS ... 10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... 11

RESUMO ... 12

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 17

3 PROPOSIÇÃO ... 54

4 MATERIAL E MÉTODO ... 55

4.1 Confecção dos padrões metálicos ... 55

4.2 Reprodução do padrão metálico... 57

4.3 Obtenção do troquel de gesso... 60

4.4 Aplicação do espaçador... 60

4.5 Aplicação lâmina de Sintercast Gold ... 61

4.6 Revestimento e sinterização... 63

4.7 Análise da justeza de adaptação dos copings ... 65

4.8 Aplicação da cerâmica... 67

4.9 Análise da justeza de adaptação das coroas... 68

5 RESULTADOS... 69

6 DISCUSSÃO... 74

6.1 Motivo da pesquisa ... 74

6.2 Seleção do padrão ... 75

6.3 Geometria do preparo ... 76

6.4 Material e técnica de duplicação ... 78

6.5 Material do modelo... 79

6.6 Aplicação do espaçador ... 79

6.7 Comparação dos passos laboratoriais convencionais em relação à técnica empregada... 80

6.8 Infra-estrutura... 81

6.9 Material de recobrimento estético ... 82

6.10 Método de mensuração... 83

6.11 Discussão dos resultados frente à literatura ... 87

7CONCLUSÃO ... 90

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 91

APÊNDICE... 101

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Desenho esquemático do modelo padrão de aço inoxidável; detalhe do término cervical em ombro arredondado e

chanfro largo (medidas em mm)... 56

FIGURA 2 - Troqueis metálicos: chanfro largo biselado e ombro arredondado biselado... 57

FIGURA 3 - Representação esquemática do delineador preparado para a padronização da moldagem... 59

FIGURA 4 - Aplicação da lâmina: a) Lâmina de Sintercast; b) porção recortada a partir do molde em papel alumínio... 61

FIGURA 5 - Adaptação da lâmina ao troquel... 62

FIGURA 6 - Coping esculpido... 62

FIGURA 7 - Inclusão do coping no revestimento... 63

FIGURA 8 - Coping após a sinterização... 64

FIGURA 9 - Base, padrão metálico e coping... 66

FIGURA 10 - Dispositivo de fixação do coping posicionado na base de madeira... 66

FIGURA 11 - Coroa metalo-cerâmica... 68

FIGURA 12 - Coroa adaptada ao troquel para realização da mensuração. 68 FIGURA 13 - Box plot das diferenças no teste t entre os grupos OAB-A e CLB-A... 73

FIGURA 14 - Box plot das diferenças no teste t entre os grupos OAB-D e CLB-D... 73

FIGURA 15 - Desenho esquemático da interface coping/dente... 85

FIGURA 16- Imagens obtidas no microscópio durante a mensuração da fenda... 86

(11)

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

TABELA 1 - Médias finais de discrepância marginal vertical referente

às condições experimentais em cada troquel (em µm)... 69

TABELA 2 - Razão padrão em função do número de amostras... 70

TABELA 3 - Valores de Ymax e Ymin... 71

TABELA 4 - Valores de Ymax e Ymin... 71

TABELA 5 - Parâmetros de centralização e dispersão... 71

TABELA 6 - Resultados obtidos no teste de Anderson Darling... 72

TABELA 7 - Teste t... 72

TABELA 8 - Dados das medições (em µm) dos copings com término cervical em ombro arredondado biselado antes da aplicação da cerâmica... 100

TABELA 9- Dados das medições (em µm) dos copings com término cervical em chanfro largo biselado antes da aplicação da cerâmica... 101

TABELA 10- Dados das medições (em µm) dos copings com término cervical em ombro arredondado biselado após a aplicação da cerâmica... 102

TABELA 11- Dados das medições (em µm) dos copings com término cervical em chanfro largo biselado após a aplicação da cerâmica... 103

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µm= micrometros CuAl= Cobre Alumínio h= hora

Kg= quilogramas Kgf= quilogramas força

MEV= microscopia eletrônica de varredura ml= mililitro

min= minuto mm= milímetros N= Newton

NiCr= Níquel Crômio nº= número

PdCu= Paládio Cobre

PdCuGa= Paládio Cobre Gálio rpm: rotações por minuto s= segundo

sen= seno x= vezes %= por cento °= graus

°C/min= graus Celsius por minuto °C= graus Celsius

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CAMARGO, F.P. Adaptação marginal de copings de ouro sinterizado para restaurações metalo-cerâmica com diferentes términos. São José dos Campos, 2005. 105f. Dissertação (Mestrado em Odontologia Restauradora, Especialidade Prótese Dentária) – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2005.

RESUMO

O objetivo desse trabalho foi avaliar a discrepância marginal vertical de copings de ouro sinterizado (Sintercast Gold), antes e após a aplicação de porcelana, variando o término cervical. Foram usinados 2 modelos padrão em aço com preparo para coroa total, um com término cervical em ombro arredondado biselado (OAB) e outro em chanfro largo biselado (CLB). As moldagens foram realizadas com silicona de adição pela técnica da dupla moldagem, obtendo-se 10 moldes para cada preparo. Os moldes foram preenchidos com gesso tipo IV e sobre os modelos foi aplicado espaçador de troquel 1mm aquém da margem. A lâmina de Sintercast foi recortada e adaptada sobre cada troquel de gesso, para a confecção dos copings. Após a sinterização e ajustes, os copings foram posicionados sobre o modelo padrão e acoplados ao dispositivo de leitura para mensuração da desadaptação marginal em 24 pontos da margem, padronizados com marcações a laser no troquel metálico, utilizando um microscópio óptico com magnificação de 230x. Em seguida os

copings receberam a aplicação de uma camada de opaco e duas camadas de cerâmica.

Após a cocção da cerâmica os mesmos procedimentos de observação e medição foram realizados. Os dados obtidos foram submetidos ao teste “t” com nível de significância de 5%. Os valores médios de OAB e de CLB, antes e depois da aplicação da cerâmica, foram, respectivamente, 61,8µm, 57,0µm, 6,4µm e 6,2µm. Concluiu-se que as medidas de adaptação feitas antes ou após a aplicação da cerâmica, não apresentaram diferenças estatisticamente significativas; entretanto a adaptação obtida pelo término em ombro arredondado biselado foi estatisticamente maior que a obtida para o término em chanfro largo biselado, porém, ambas estão bem abaixo dos valores de desadaptação clinicamente aceitáveis.

PALAVRAS-CHAVE: Ouro, Ouro sinterizado; coroas metalo-cerâmicas, adaptação marginal (Odontologia); término cervical; porcelana dentária.

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1

INTRODUÇÃO

A substituição da estrutura dental perdida por materiais que imitem a cor do dente foi introduzida por Land em 1887 (DELLA BONA23, 2004). Desde então vários materiais e técnicas vêm sendo empregados e aprimorados com o intuito de tornar a restauração o mais natural possível a ponto de não se diferenciá-la do dente natural.

Essa busca se dá também no sentido de obterem-se materiais que sejam altamente estáveis e resistentes para que as restaurações mantenham suas características por um extenso período, uma vez que esse tipo de tratamento normalmente é dispendioso e longo (GREY et al. 36, 1993).

Nos últimos anos, foram lançados no mercado diversos materiais e técnicas, que procuram copiar as características dos dentes naturais, na tentativa de tornar a restauração imperceptível e com características biológicas compatíveis com os tecidos adjacentes (CHO et al. 20, 2004; QUINTAS et al.60, 2004). O sucesso clínico dos procedimentos restauradores está intimamente ligado ao sucesso funcional e estético dos materiais empregados.

No que diz respeito ao sucesso estético, o material restaurador deve possuir alta estabilidade de cor para que não sejam necessárias sucessivas substituições da restauração.

Segundo Bottino12 (1998) a margem cervical dos preparos é um dos componentes das restaurações mais susceptíveis à falha. As coroas metalo-cerâmicas são produzidas com uma variedade de términos cervicais com o intuito de se conseguir a melhor adaptação e estética possível. Algumas restaurações com infra-estrutura metálica apresentam término cervical

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biselado, uma vez que, do ponto de vista geométrico, o bisel permite uma melhor adaptação entre a coroa e o dente (KASHANI et al.48 1981) .

Para a obtenção do sucesso funcional é de suma importância observar a qualidade da adaptação marginal do material escolhido. A existência de fendas marginais promove uma junção descontínua, formando um meio propício para a retenção de biofilme (ABBATE et al.1, 1989), causando inflamação dos tecidos adjacentes (SHAFAGH66, 1986), degradação do agente cimentante, permitindo a passagem de fluidos gengivais e bactérias para a interface dente-restauração (HARRIS & WICKENS38, 1994), gerando o aparecimento de cárie (GROTEN et al.37, 1997) e lesões pulpares inflamatórias irreversíveis (KYDD et al.51, 1996). Assim, o menor espaço existente entre o dente preparado e a restauração final propicia a mínima película do agente cimentante, fator essencial e indispensável para se obter adequada propriedade física, estética e biológica.

As coroas metalo-cerâmicas ainda são o tipo de restauração mais utilizado para a confecção de coroas totais e próteses parciais fixas (BAGBY et al.8, 1990; CASTELANI et al.16, 1994; GEMALMAZ & ALKUMRU32, 1995). A infra-estrutura metálica pode ser confeccionada com diversos metais ou ligas metálicas. Os metais utilizados para a confecção das infra-estruturas podem ser classificados em nobres e básicos. Dentre as ligas nobres encontram-se aquelas com alto teor de ouro, paládio ou platina (ANUSAVICE3, 2005). Como exemplo de ligas metálicas básicas, utilizadas em odontologia, temos: níquel-crômio, cobalto-crômio (USHIWATA et al.76, 2000; ANUSAVICE3, 2005). As ligas básicas, apesar de apresentarem menor custo em relação às outras, apresentam algumas desvantagens como alta reatividade no meio bucal podendo levar a reações alérgicas aos componentes da liga. (ANUSAVICE3, 2005). Essas situações podem, também, levar ao insucesso do trabalho final (WEAVER et al.78, 1991;

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PETTENÓ et al.58, 2000), como processos de corrosão e escurecimento das margens cervicais influenciando negativamente tanto no sucesso funcional quanto estético.

Por séculos o ouro foi utilizado para a confecção de próteses fixas devido a sua alta qualidade, desempenho e padrões de segurança (AYAD7, 2002).

As infra-estruturas metálicas são comumente confeccionadas pela técnica da cera perdida difundida por Taggart em 1907 (ANUSAVICE3, 2005). Dentre a série de passos laboratoriais presentes nessa técnica (EAMES25, 1981) temos: o enceramento, a inclusão, eliminação da cera, a fundição e a usinagem, passos esses que podem causar distorções e degradações das margens, necessitando de cuidados especiais (HUNTER & HUNTER45, 1990) para minimizar as interferências no resultado final da adaptação marginal das restaurações (HARRIS & WICKENS38, 1994). Somados a esses fatores temos os ciclos de queima do opaco e da cerâmica.

Durante os ciclos de queima da cerâmica algumas alterações podem ocorrer e, segundo Castellani et al.16 (1994) e Campbell et al.15 (1995) estas alterações podem estar associadas ao tipo de liga e sua oxidação, contração da cerâmica, diferença de coeficiente de expansão térmica entre liga e cerâmica, desenho da infra-estrutura metálica e tipo de término cervical.

Problemas estéticos com as restaurações metalo-cerâmicas podem, também, ser relacionados ao coping metálico, o que afeta a translucência da coroa por restringir a transmissão de luz e aumentar sua refletividade. Para contornar esse problema, vários sistemas de coroas cerâmicas reforçadas foram introduzidos no mercado como a eletrodeposição e ligas compostas (Captek), os quais reduzem a infra-estrutura a uma fina lâmina. Copings metálicos extremamente delgados permitem uma maior espessura da

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porcelana de cobertura, melhorando a estética e mantendo propriedades de resistência (PETTENÓ58, 2000).

A possibilidade de se eliminar algumas das inúmeras fases laboratoriais utilizadas no processo de fundição, foi possível através da técnica de eletrodeposição um material cito e biocompatível como o ouro. Essa técnica confecciona a infra-estrutura metálica diretamente sobre o troquel. A eficiência deste processo com o intuito de se conseguir menores fendas marginais foi observado por Setz et al.64 (1989) que utilizaram dentes extraídos e preparados com término cervical em ombro arredondado, que obtiveram, após a aplicação da cerâmica sobre os copings eletroformados valores de fendas marginais bem abaixo do limite clinicamente aceitável.

Recentemente foi apresentada à classe odontológica uma nova tecnologia que visa eliminar fases laboratoriais utilizando ouro puro disperso em uma lâmina de cera que será posteriormente sinterizado, resultando num

coping de aproximadamente 0,3mm de espessura.

Numa busca na literatura, pudemos observar que não há nenhum relato sobre a utilização desse sistema, bem como estudos que objetivaram analisar a adaptação de coroas assim confeccionadas.

Sendo assim, houvemos por bem avaliar, sob mesmas condições, o desajuste marginal vertical de copings sinterizados (Sintercast Gold), antes e após a aplicação da cerâmica, comparando dois tipos de término cervical.

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2

REVISÃO DA LITERATURA

Estudando a influência da carga de cimentação, convergência e altura dos preparos e alívios internos da coroa, Fusayama et al.29 (1964) observaram a adaptação cervical de restaurações fabricadas com ligas de ouro a partir de molares extraídos e preparados para coroa total, com término em ombro na face vestibular e lâmina de faca na face lingual. Sobre os troquéis de gesso foram feitos tratamentos para criar diferentes tipos de alívio, sendo o primeiro grupo com uma folha de estanho e o segundo com esmalte de unha. Após inclusão e fundição as peças foram cimentadas com fosfato de zinco sob carga de 15Kg ou 50Kg e seccionadas no sentido vestíbulo-lingual, com a espessura de cimento medida em microscopia óptica. Os autores observaram que a excessiva força de assentamento não melhora a adaptação da peça e que o aumento da convergência e a diminuição da altura do preparo melhoram a adaptação, embora percam em outros requisitos, sendo que a espessura média de cimento encontrada na parece oclusal foi de 90µm sem alívio e 46µm quando alívios internos eram realizados.

A adaptação marginal de coroas totais metálicas foi avaliada antes e após cimentação com fosfato de zinco por Bassett9 (1966) quando utilizados diferentes alívios internos, perfuração oclusal e sobre-enceramento das margens gengivais. A partir de um modelo padrão com 10mm de altura, 13mm de diâmetro e término cervical em chanfro, duas coroas foram confeccionadas sendo uma com alívio interno produzido por ataque eletrolítico (C1) e outra por ataque com água-régia (C2), as quais retornaram ao modelo para medidas de desajustes previamente à cimentação. O correto posicionamento das coroas foi possibilitado graças à confecção de uma

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ranhura na superfície vestibular, servindo como gabarito para o assentamento das peças. Após cimentação, os seguintes testes foram realizados para ambas as coroas: a) teste 1: cimentação com pressão de 45Kgf, remoção do cimento extravasado, leitura, remoção da peça, limpeza e repetição do procedimento por cinco vezes; b) teste 2: perfuração de 0,75mm de diâmetro na superfície oclusal, cimentação com pressão de 45Kgf, remoção do cimento extravasado, leitura, remoção da peça, limpeza e repetição do procedimento por cinco vezes. Os resultados mostraram que a média da discrepância marginal para C1 e C2 no teste 1 foi, respectivamente 170µm e 150µm; enquanto que no teste 2 a média foi de 20µm para C1 e 10µm para C2.

Christensen21 (1966) comparou pelos métodos microscópico, radiográfico e sonda exploradora a adaptação marginal de restaurações do tipo inlay de ouro cimentadas em dez pré-molares preparados e montados em uma base de resina acrílica, simulando as condições clínicas. Após enceramento, fundição e cimentação, as peças foram analisadas por dez cirurgiões-dentistas utilizando radiografia e sonda exploradora. Num terceiro estágio, os dentes já seccionados foram examinados em microscopia. Os valores aceitáveis pelos examinadores foram de 119µm na margem subgengival, enquanto que na proximal ou oclusal desajustes próximos de 26µm foram rejeitados. O autor concluiu que em áreas acessíveis o desajuste clinicamente aceitável foi de 39µm, observando grande variabilidade entre os observadores.

Teteruck & Munford74 (1966) investigando a adaptação de três ligas metálicas, utilizaram diferentes revestimentos e técnicas de inclusão na tentativa de se determinar qual combinação resultaria em melhores resultados para que pudessem ser empregados no uso diário em laboratórios. Os autores observaram que todas as ligas falharam no total assentamento das peças, independente do revestimento e técnica utilizada;

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no entanto concluíram que todas estão dentro das médias aceitáveis clinicamente, sendo que as ligas de ouro obtiveram melhores resultados.

Mc Lean & von Fraunhofer54, em 1971, realizaram in vivo, pela primeira vez, a mensuração da linha de cimentação de restaurações indiretas (restauração metálica fundida, coroa metalo-cerâmica, coroa total metálica, e coroa oca de porcelana) com a utilização de elastômero simulando a película de cimentação. Após a confecção da restauração, essa era provada e radiografada, em seguida o material de moldagem era preparado e inserido no interior da restauração. A restauração era posicionada novamente no dente e pressionada com instrumento de ponta romba. Após a polimerização do material, a restauração era cuidadosamente removida e a película de material de moldagem embutida em resina e seccionados no sentido vestíbulo lingual. As restaurações consideradas clinicamente aceitáveis por meio de radiografias e testes clínicos com o explorador apresentaram discrepâncias de 10 a 160µm na margem cervical. Segundo os autores, restaurações com espessura de cimento menor que 120µm podem ser consideradas bem sucedidas clinicamente.

Shillingburg et al.67 (1973) avaliaram a relação de quatro diferentes términos cervicais vestibulares e a estabilidade marginal de restaurações metalo-cerâmicas durante os seguintes estágios de confecção da coroa: fundição dos copings, aplicação do opaco, aplicação da primeira camada de porcelana, aplicação da segunda camada de porcelana e aplicação do glaze. Foram analisados os términos em chanfro e ombro, ambos com e sem bisel. Obtiveram cinco copings para cada tipo de término, todos apresentando colar metálico lingual de 3mm e espessura marginal vestibular de 0,35 a 0,5mm. Os términos em ombro, com ou sem bisel, apresentaram distorção significantemente menor na margem vestibular que os términos em chanfro, com ou sem bisel.

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Palomo & Peden55 (1976) teceram algumas considerações sobre os procedimentos restauradores do ponto de vista periodontal. Os autores relataram que o erro mais comum na confecção de coroas é a ocorrência de sobrecontorno nas faces proximais, região onde o fio dental pode enroscar ou se dilacerar, causando incômodos para o paciente que freqüentemente abandona o seu uso, facilitando o acúmulo de placa nesse local. Os autores proferiram também que idealmente o tecido dental deveria ser substituído por uma material que seja bem tolerado pelos tecidos gengivais, e que restaurações subgengivais com superfície rugosa são fortemente relacionadas a inflamações gengivais.

Duncan24 (1982) comparou a adaptação marginal de copings de quatro ligas de níquel-crômio e uma liga com alto teor de ouro (grupo controle). Foram confeccionados dez copings de cada liga a partir de um troquel metálico de um preparo para coroa total de um incisivo central com espessura de término entre 0,3 e 0,6mm. Após a fundição foi realizado o acabamento nas estruturas sendo removidas bolhas e irregularidades com broca carbide nº 2. A partir dos resultados obtidos o autor verificou que o grupo controle apresentou a menor média de fenda marginal.

Faucher & Nicholls27, em 1980, introduziram uma técnica para monitorizar mudanças marginais ocorridas durante os diferentes ciclos de queima durante a confecção de uma coroa metalo-cerâmica. Era traçado o perfil externo da margem da coroas de incisivos centrais superiores com término em chanfro, ombro e ombro biselado. Os copings metálicos eram totalmente recobertos com cerâmica, com exceção da cinta metálica lingual, e em cada fase da aplicação da cerâmica era obtido um novo perfil na margem externa. Em todas as coroas houve um aumento nas dimensões mésio-distal e uma diminuição no sentido vestíbulo-lingual. Embora as maiores distorções tenham ocorrido durante o ciclo de oxidação, mudanças adicionais nas dimensões ocorreram durante as etapas subseqüentes. As

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amostras com término em chanfro apresentaram distorção significantemente maior que as com término em ombro e ombro-biselado, não havendo diferenças estatisticamente significante entre os últimos.

Gilboe & Thayler33 (1980) ao realizar uma análise crítica sobre coroas totais em ouro com ombro biselado asseguraram que a forma de retenção e resistência da coroa é dada pela redução das paredes axiais e que quando essa é realizada tendo profundidades inadequadas são confeccionadas restaurações com sobrecontorno com prejuízos à saúde do periodonto. Afirmaram também que o preparo deve garantir um término cervical em esmalte com capacidade de resistir à fratura e a desintegração. Relataram ainda, que o bisel cervical elimina a possibilidade de restarem porções de esmalte frágil ou sem suporte, estabiliza a estrutura dental formando um ângulo obtuso e resulta em uma restauração com término em ângulo agudo facilitando o brunimento do metal.

Em 1980, Rogers62 publicou um trabalho sobre a possibilidade de interpor, entre a cerâmica e ligas metálicas básicas, uma camada de ouro para melhorar a adesão na interface metal-cerâmica, destacando que os metais nobres apresentam superior adesão e melhoram a adaptação marginal.

Esse autor, em 1980, escreveu um trabalho sobre a obtenção de inlays em porcelana com substrato de ouro puro eletrodepositado. Destacou a possibilidade de conseguir infra-estruturas de outras ligas metálicas com margem em ouro igualmente eletrodepositado sobre elas, relevando a importância deste procedimento para melhorar a adaptação marginal e a integridade do tecido gengival (ROGERS63, 1980).

Anusavice et al.6 (1981) empregaram um teste de choque térmico para determinar a resistência à trinca de 55 sistemas metalo-cerâmicos. Foram utilizadas ligas metálicas de onze marcas comerciais diferentes, sendo seis ligas não nobres e cinco ligas nobres combinadas com cinco

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diferentes marcas comerciais de porcelana. Após a confecção das amostras, essas eram levadas a uma máquina de ensaio que possibilitava o aquecimento a uma temperatura pré-estabelecida e o resfriamento brusco com a imersão em água gelada. A temperatura de aquecimento utilizada no primeiro ensaio foi de 90°C. Após o resfriamento, as amostras eram observadas com o auxílio de um microscópio com 10x de aumento e uma fibra óptica de transiluminação. No caso da amostra não apresentar falhas, elas retornavam à máquina de ensaio e então a temperatura era elevada a 100°C. Esse processo era repetido com aumento incremental de 10°C até que fosse observada a trinca na amostra. Após a obtenção e análise dos resultados os autores concluíram que o efeito da porcelana utilizada foi mais significante para a determinação da resistência à trinca que o tipo de liga, e que, nas condições empregadas, o teste de resistência ao choque térmico é capaz de diferenciar sensivelmente a resistência à trinca dos sistemas metalo-cerâmicos.

Eames25 (1981) faz uma análise sobre os materiais utilizados na confecção de restaurações indiretas, relata alguns fatores que afetam na adaptação marginal e sugere que esses podem ser minimizados com a escolha adequada dos materiais. Dentre os fatores citados encontra-se os materiais de moldagem, tipo de gesso dos modelos, técnicas de alívio e tipo de cimentos.

Gavelis et al.30, em 1981, verificaram a influência de vários tipos de términos cervicais no selamento marginal e assentamento oclusal de coroas totais metálicas fundidas. Foram confeccionados oito troquéis em aço inoxidável simulando um preparo para coroa total em molar. A altura dos preparos era de 6mm e ângulo de 10º de convergência das paredes axiais. Os tipos de término estudados foram: ombro de 90º, ombro de 45º, ombro de 90º com bisel paralelo, ombro de 90º com bisel de 45º, ombro de 90º com bisel de 30º, chanfro com bisel paralelo e lamina de faca, sendo que para

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esse tipo de término foram confeccionados dois troquéis, um com 10mm de diâmetro e um com 8mm de diâmetro. Para cada padrão metálico foram confeccionadas cinco coroas em liga áurica tipo III. Dentro de cada coroa fundida foi vertida resina Duralay, para a confecção de um troquel. Sobre estes troquéis de resina acrílica as coroas foram cimentadas, incluídas, seccionadas e polidas para a avaliação em microscopia. A linha de cimentação foi medida na margem, ombro, parede axial e superfície oclusal. Os resultados mostraram que o melhor selamento marginal foi obtido com os términos em lâmina de faca (3µm e 34µm) e os com bisel paralelo à parede axial (41µm para ombro e 44µm para chanfro), sendo que o pior selamento marginal ocorreu para os términos: ombro de 45º (95µm), ombro com bisel de 30º (99µm) e ombro com bisel de 45º (105µm). O melhor assentamento oclusal foi encontrado nas coroas com ombro puro de 90º.

Kashani et al.48 (1981) descreveram geometricamente os efeitos da angulação do bisel na adaptação marginal de coroas totais. Os autores demonstraram através da trigonometria do triângulo retângulo que quando o ângulo do bisel diminui em relação ao ombro, reduz também a espessura de cimento. Em casos de ombro reto a discrepância marginal é idêntica à espessura de cimento. A extremidade apical do coping (ponto F), extremidade externa do preparo (ponto G) e a ou projeção perpendicular da extremidade apical do coping na superfície do bisel (ponto H) formam o triângulo retângulo FGH, sendo que a medida GH é igual a GF.sen α (α é igual a angulação do bisel). Quanto mais íngreme for a inclinação do bisel tanto menor será o α e o sem α (espessura de cimento). Entretanto, uma margem muito fina poderia criar dificuldades durante a confecção da restauração. Portanto, o bisel deve ter ângulo entre 30 e 45°.

Koth49 (1982) verificou a qualidade do tecido gengival ao redor de dentes restaurados com coroas totais em 26 pacientes. Os pacientes foram selecionados em uma clínica particular e haviam recebido as restaurações

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em um período entre um a nove anos, com média de três anos e meio. A saúde gengival dos dentes restaurados foi avaliada pela verificação do volume do fluido crevicular gengival e comparada com o fluido do dente colateral hígido. O autor se preocupou também em relacionar o volume de fluido crevicular e a localização da margem cervical: subgengival, ao nível gengival e supragengival. Não houve diferença entre os dentes hígidos e os dentes restaurados, bem como não foi encontrada diferença em relação à margem. O autor atribuiu esses resultados ao rígido programa de controle da saúde periodontal a que esses pacientes foram submetidos.

Pascoe56 (1983) avaliou o desajuste cervical vertical em coroas totais metálicas com término em ombro puro e em ombro biselado, antes e após a cimentação. As coroas com término biselado apresentaram menor média de abertura marginal.

DeHoff & Anusavice22 (1984) fizeram uma análise através de elementos finitos para avaliar a influência do desenho do término cervical na distorção marginal de coroas metalo-cerâmicas causadas por diferenças de contração térmica entre o metal e a porcelana. O stress residual e as distorções marginais foram calculados usando análise de elemento finito bidimensional. Foram modeladas coroas totais metalo-cerâmicas para pré-molares com término em chanfro fino, chanfro com colar, ombro com colar e ombro-biselado com colar. Foi confeccionado também um modelo de incisivo central superior com término em chanfro fino. Os cálculos foram feitos combinando duas ligas: níquel-crômio e ouro-paládio com três cerâmicas com coeficiente de contração térmica diferentes. Concluíram que as distorções marginais dependem principalmente da combinação entre o metal e a porcelana e não do desenho do coping.

Em 1985, Anusavice2 realizou uma análise comparativa das características positivas e negativas das ligas metálicas nobres. Dentre os metais nobres inclui-se o ouro, platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio.

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Simplificadamente, todas as ligas odontológicas nobres possuem em sua composição ou ouro ou paládio como principal metal. Em odontologia, um metal é considerado nobre por não oxidar facilmente e por sua resistência à corrosão e ao manchamento intrabucal, sendo assim, a prata não é considerada um metal nobre. Segundo o autor, a presença de prata nas ligas odontológicas para coroas metalo-cerâmicas em concentrações maiores que 5% torna a restauração susceptível à descoloração da porcelana. Entretanto, maiores concentrações desse metal nas ligas as tornam mais baratas. O autor pondera que a seleção da liga deve estar baseada em resultados clínicos de longo prazo, propriedades físicas, potencial estético e dados laboratoriais de resistência adesiva e compatibilidade térmica entre a liga metálica e a porcelana dental.

Comparando clinicamente a adaptação marginal de três tipos de coroas totais metalo-cerâmicas, Belser et al.10 (1985) selecionaram 36 dentes com necessidade de restaurações, sendo que em todos era possível que a margem vestibular estivesse localizada supragengivalmente para a viabilidade da leitura da adaptação. Os dentes foram separados em três grupos segundo o tipo de término cervical vestibular: a) ombro biselado terminado em metal; b) ombro terminando em metal; c) ombro cerâmico. Na face lingual todos os dentes receberam preparo com término em chanfro. Após a confecção e ajuste, as coroas foram adaptadas aos preparos e moldagens das faces vestibulares foram realizadas. Em seguida as mesmas foram cimentadas e após a remoção dos excessos de cimento, foi realizada nova impressão. Foram obtidos modelos em resina epóxica da região marginal antes e após a cimentação das coroas e esses foram preparados para análise em microscópio eletrônico de varredura, com 170 vezes de aumento. A leitura da fenda marginal antes e após a cimentação mostrou que em todas as coroas a fenda aumentou depois da cimentação.

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Anusavice et al.4 (1986) calcularam pela análise de elementos finitos bidimensional a distribuição de estresse induzido em coroas metalo-cerâmicas de incisivos centrais anteriores confeccionadas em liga de ouro ou liga de níquel com espessura convencional de 0,3mm e com espessura reduzida a 0,1mm. As análises foram feitas em três desenhos de coroas submetidas a cargas verticais. A hipótese dos autores era de que a indução de estresse seria fortemente influenciada pela espessura do coping e, em menor extensão, pelo modulo de elasticidade da liga metálica. O modelo da coroa utilizado para análise possuía término em chanfro. Uma força 200N simulando uma mordida foi realizada verticalmente na porcelana da face lingual próxima à união metalo-cerâmica. Os autores relataram que o maior achado do trabalho foi que a redução da espessura do coping é insignificante nos níveis de stress ocorridos na porcelana.

Shafagh66 (1986) comparou, in vivo, o acúmulo de placa em coroas totais em função do polimento: convencional e experimental (realizada sob microscópio com aumento de 40 a 70 vezes). Foram selecionados dez pacientes que necessitavam coroas nos primeiro e segundo molares. Esses dentes foram preparados com término em chanfro, as coroas foram confeccionadas em liga de ouro tipo III, variando apenas o tipo de polimento final. Após a cimentação provisória das coroas os pacientes receberam a orientação abster a escovação por 72h. A verificação da quantidade de placa foi observada a cada 24h, revelando que houve diferença estatisticamente significante entre as duas técnicas de polimento, sendo a técnica experimental acumulou menor quantidade de placa.

Anusavice & Carroll4 (1987) avaliaram a hipótese de que a tensão gerada devido à incompatibilidade de contração térmica entre metal e porcelana não é o principal fator responsável pela distorção marginal ou generalizada de coroas metalo-cerâmicas. Para tanto, foram confeccionados trinta copings em liga de PdCuGa, divididos em dois grupos de acordo com a

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espessura do coping (0,1 e 0,2mm). Cada grupo foi subdividido em três, de acordo com o tipo de porcelana: grupo controle (sem aplicação de porcelana); porcelana de baixa expansão; e porcelana compatível com a liga. A mensuração da desadaptação foi realizada nas diferentes etapas da confecção das coroas em quatro pontos previamente marcados para que elas sempre ocorressem no mesmo local. A máxima alteração de desadaptação entre os estágios de oxidação e glazeamento foi de +17µm e +1µm para os copings de 0,1 e 0,2mm respectivamente quando sinterizado 1,3mm de porcelana compatível. Para a porcelana incompatível a máxima alteração encontrada entre o mesmo intervalo foi de –2µm e + 7µm para os

copings de 0,1 e 0,2mm, respectivamente, sendo que essas diferenças não

são consideradas clinicamente significantes.

Abbate et al.1 (1989) compararam a adaptação marginal de quatro tipos de sistemas cerâmicos em coroas totais: metalo-cerâmicas com margem metálica, metalo-cerâmicas com ombro cerâmico vestibular, coroas do sistema Cerestore e coroas cerâmicas Dicor. Dois tipos de preparos foram realizados: um para coroas metalo-cerâmicas e outro para coroas cerâmicas. As coroas metalo-cerâmicas tinham término em plano inclinado de 120° e chanfro lingual e as de sistemas totalmente cerâmicos tinham término em ombro puro de 120° com ângulos arredondados e largura de 1,3mm. Os preparos foram realizados em dentes de resina e duplicados em gesso especial para os grupos de coroas metalo-cerâmicas e para o grupo de cerâmica Dicor. Para as coroas em Cerestore, os troquéis foram feitos em resina epóxica. Em todos os grupos foi aplicado espaçador de troquel e as coroas metalo-cerâmicas foram fundidas em ouro cerâmico. As coroas totalmente cerâmicas foram elaboradas de acordo com as especificações dos fabricantes. As coroas obtidas foram cimentadas nos respectivos dentes preparados com cimento de fosfato de zinco. Os conjuntos coroa-dente foram incluídos em resina epóxica e seccionados no sentido

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vestíbulo-lingual. Assim, mediu-se a espessura do cimento de fosfato de zinco com um micrômetro digital nas faces vestibular e lingual 100, 200 e 300µm internamente à margem, resultando em seis pontos de mensuração por coroa. Os resultados obtidos mostraram não haver diferenças estatisticamente significantes nos quatro sistemas.

Chan et al.18 (1989) utilizaram 18 dentes humanos extraídos e preparados para coroa total com término em ombro arredondado para comparar a adaptação marginal de três tipos de coroas estéticas por meio de microscopia eletrônica de varredura. Os sistemas avaliados foram: coroas

metal-free em Cerestone, coroas cerâmicas e coroas

metalo-cerâmicas com ombro cerâmico vestibular. As coroas foram cimentadas aos respectivos dentes e levadas ao microscópio eletrônico de varredura para a mensuração da desadaptação ao redor de todo o término. A média de fenda marginal para as coroas de Cerestone, metalo-cerâmicas e metalo-cerâmicas com ombro vestibular cerâmico foi de 75µm, 65µm e 95µm, respectivamente.

Gegauff & Rosenstiel31 (1989) verificaram os possíveis efeitos da aplicação de diferentes quantidades de camadas de espaçadores associada à aplicação de forças dinâmicas no assentamento de coroas totais metálicas. Três molares extraídos foram incluídos em resina acrílica e reparados para coroas totais metálicas com um sulco na superfície oclusal. Esses dentes foram moldados com silicona de adição e foram obtidos sete modelos em gesso tipo IV para cada dente preparado. Os modelos receberam de zero a seis camadas de espaçador ficando esse 1mm aquém do término cervical. Seguindo um protocolo pré-estabelecido para minimizar distorções, foram enceradas e fundidas as coroas em liga nobre. As mensurações de desajustes foram realizadas em quatro pares de pontos padronizados, antes e após a cimentação. Para a leitura inicial, as coroas foram mantidas em posição com o auxílio de dois elásticos ortodônticos. As coroas foram preenchidas com cimento de fosfato de zinco, assentando-as inicialmente

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com pressão digital e em seguida foi exercida uma carga de 49N tendo um bastão de madeira interposto entre a coroa o dispositivo de aplicação de carga. Esse bastão foi movimentado para cima e para baixo, durante 30s; a partir daí, a carga permaneceu estática por 9,5min. Após a remoção dos excessos, foram realizadas novas mensurações de desajustes e posteriormente foi realizada a remoção da coroa. Os valores de desajuste cervical vertical obtidos todos negativos em relação às medidas iniciais, não havendo diferença estatisticamente significante entre as diferentes quantidades de camadas de espaçadores.

Setz et al.64 (1989) avaliaram a fenda marginal de coroas metalo-cerâmicas com copings obtidos por eletrodeposição após a cimentação. Cinco dentes humanos extraídos foram preparados com término em ombro de 1mm e moldados com silicona de adição para a obtenção de modelos-mestres em gesso tipo IV. Esses foram duplicados e obtidos troquéis em gesso tipo III, sobre os quais foram realizados os copings eletroformados. Após sua confecção, os copings foram posicionados no modelo-mestre para a aplicação de porcelana e cocção. Em seguida, as coroas foram cimentadas nos respectivos dentes. As margens das coroas foram avaliadas de duas formas: teste circunferencial e pela secção das amostras. No teste circunferencial, foram obtidas fotomicrografias com 33x de aumento em toda a circunferência da coroa, obtendo-se uma imagem a cada mm, gerando um total de 1057 mensurações para os cinco corpos-de-prova, com uma média de 18µm de fenda. Após o teste circunferencial, as amostras foram embutidas em resina e cortadas longitudinalmente ao centro. As faces expostas foram polidas e suas margens observadas em um microscópio com 125x de aumento, obtendo um total de vinte mensurações para os cinco corpos-de-prova, com média de 19µm de fenda. Os autores relataram as vantagens e desvantagens de cada teste, sendo a menor magnificação do teste circunferencial considerada a sua pior desvantagem.

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Em 1989, Sorensen69 publicou uma revisão sobre a iniciação, formação, desenvolvimento e maturação da placa dental na qual relatou haver uma forte relação entre rugosidade, desadaptação marginal e sobre-extensão de coroas totais metalo-cerâmicas e as doenças do periodonto.

Para avaliar quantitativa e qualitativamente a adaptação cervical de coroas metálica, Stephano et al.71 (1989), utilizaram um troquel-padrão metálico em NiCr obtido a partir da moldagem de um dente humano preparado para coroa total com término cervical em ombro. O troquel metálico foi reproduzido para a obtenção de oito troquéis em gesso pedra melhorado. Cada troquel de gesso foi encerado oito vezes, quatro sem espaçador e quatro com espaçador 0,5mm aquém da margem. Após a inclusão a fundição foi realizada em liga de ouro, NiCr e CuAl. A mensuração da desadaptação foi realizada utilizando microscópio de mensuração linear em dois locais previamente demarcados no troquel, com três leituras em cassa ponto. Os autores concluíram que os valores obtidos de desadaptação marginal para as coroas confeccionadas sem a aplicação do espaçador excederam consideravelmente os valores aceitáveis clinicamente, enquanto que as coroas obtidas após a aplicação do espaçador apresentaram menores desajustes, mas somente as médias das coroas em liga de ouro (18,56µm) estavam dentro dos valores clinicamente aceitáveis.

As restaurações metalo-cerâmicas são amplamente utilizadas na prática odontologia. Segundo Bagby et al.8 (1990), embora os mecanismos de adesão sejam entendidos, definir compatibilidade entre liga metálica e porcelana é algo ilusório. Em uma revisão de literatura sobre compatibilidade entre metal e porcelana os autores abordaram os tipos de adesão entre esses materiais, sendo eles a retenção mecânica, força de van der Walls e adesão química. Para a ocorrência de adesão química é necessária uma camada de óxido intermediando a interface metal-porcelana. Existem algumas controvérsias sobre a eficiência da retenção mecânica na adesão

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entre o metal e a porcelana, porque, embora ela possa auxiliar na retenção, podem se formar lacunas na interface, podendo diminuir a adesão. As forças de van der Walls parecerem contribuir na adesão entre metal e a porcelana, e parece ser intensificada na presença da camada de óxido. Os autores ponderaram também sobre os ensaios mecânicos realizados para avaliar a compatibilidade entre os materiais, ressaltando que raramente ocorre concordância entre os resultados esperados e os obtidos nesses ensaios, dada a complexidade da interação metal-cerâmica.

Hung et al.43 (1990) avaliaram a adaptação marginal de dois tipos de coroas totalmente cerâmicas (Dicor e Cerestore) e coroas metalo-cerâmicas cimentadas. Utilizaram trinta pré-molares humanos extraídos que foram preparados, sendo os dentes que receberam coroas totalmente cerâmicas preparados com término em ombro e os dentes preparados para coroas metalo-cerâmicas com término em ombro biselado. As fendas marginais foram mensuradas, antes e após a cimentação e após 1500 ciclos térmicos (5°C e 60°C). Segundo os resultados obtidos as coroas não apresentaram diferenças estatísticas antes da cimentação, porém, após a cimentação, as coroas metalo-cerâmicas apresentaram fendas marginais significantemente menores.

Hunter & Hunter44 (1990) realizaram uma revisão de literatura sobre a configuração marginal de coroas. A primeira parte do trabalho focou as terminologias empregadas para definir os términos cervicais e as espessuras preconizadas. Segundo os autores, a decisão sobre o preparo dental a ser realizado para a colocação de próteses fixas deve ser baseada na configuração da margem. O desenho do preparo determina a forma e o volume da estrutura protética e influencia na adaptação final. Entretanto, segundo os autores não existe um consenso na literatura sobre qual é a geometria e a espessura ideal de um preparo. No levantamento sobre os termos utilizados para definir o tipo do término cervical os autores

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encontraram algumas divergências. Os autores concluíram que embora tradicionalmente a literatura indique preparos com desgaste mínimo, o risco de serem confeccionadas restaurações com sobrecontorno e com perfil de emergência alterado é muito grande e que as vantagens em aumentar o desgaste axial são mais importantes que conservar tecido dental.

Na segunda parte da revisão publicada por Hunter & Hunter45, em 1990, os autores discutiram sobre a significância clínica das fendas marginais evidenciando a predisposição a ocorrência de cáries, problemas periodontais e oclusais, sugerindo que os términos biselados ou em lâmina de faca podem minimizar esses problemas.

Mantovani et al.53 (1990) estudaram quantitativamente se a utilização de espaçadores de troquel melhora a adaptação marginal de coroas de ligas de ouro. As coroas foram obtidas a partir de três condições: a) enceramento direto sobre o troquel padrão de aço; b) enceramento direto sobre um espaçador de cobre com 30µm de espessura, assentado sobre o troquel padrão de aço; c) pelo enceramento direto sobre um espaçador de cobre com 40µm, assentado sobre o troquel padrão de aço, sendo que os espaçadores foram obtidos por eletrodeposição. O troquel padrão foi moldado com quatro tipos de elastômeros, num total de 11 diferentes materiais, obtendo-se 99 corpos-de-prova em gesso pedra. As coroas foram fundidas pelo processo de expansão térmica do revestimento e as medidas dos desajustes realizadas em três pontos demarcados no troquel padrão com auxílio de um microscópio de mensuração linear com aproximação de leitura de 1µm. Para cada ponto foram realizadas três medidas, somando-se nove medições por troquel. Os resultados obtidos mostraram que o espaçador de 40µm apresentou melhor resultado (desajuste médio de 9µm), seguido pelo espaçador de 30µm (desajuste médio de 18µm) e sem espaçador (desajuste médio de 284µm).

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Sorensen70 (1989) introduziu um método padronizado para a determinação da fidelidade das margens de coroas. Nesse método um incisivo central foi preparado com redução axial de 1,5mm e incisal de 2mm; a linha de término tinha forma de ombro de 90°. Dez modelos-padrão foram criados a partir de dentes de ivorine metalizados com prata, numerados e moldados para a confecção de coroas. Essas foram cimentadas nos troquéis mestres, incluídas em resina e seccionadas na direção mésio-distal e vestíbulo-lingual. Para determinar a discrepância marginal vertical foram obtidas fotografias com 120x de magnificação. Uma retícula padronizada com uma escala dividida em incrementos de 5µm é colocada sobre a foto fornecendo imagens com a escala sobreposta nas impressões para a padronização e os cálculos. A determinação das fendas das coroas foi feita por três observadores independentes. Foi obtida uma variação inter-observador de 10µm na horizontal e 9µm na discrepância marginal vertical.

Wilson et al.81 (1990) verificaram a influência de algumas variáveis na deformação de coroas totais metálicas no ato da cimentação. Um modelo-padrão foi confeccionado em aço inoxidável simulando um preparo para coroa total. Sobre ele, criaram duas espessuras de padrões em resina acrílica de polimerização rápida, contendo uma perfuração oclusal. As coroas foram fundidas em liga de ouro e as margens brunidas até que nenhuma abertura marginal fosse visualizada com o auxílio de lupas. Para obstruir a perfuração oclusal foram usados parafusos. Líquidos com diferentes viscosidades foram empregados para simular várias consistências de misturas de cimento de fosfato de zinco. Ao final do experimento, a cimentação foi feita com cimento de fosfato de zinco para a comparação. Os modelos-padrão metálicos tiveram sua espessura diminuída com condicionamento em água-régia, a fim de simular alívio interno das coroas. Através de um dispositivo especial, a deformação das coroas foi medida, Os resultados mostraram que houve maior deformação nas coroas com menor

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espessura de metal e com cimento mais espesso, porém o alívio interno não exerceu influência estatisticamente significante. O intervalo de tempo requerido para o assentamento total das coroas foi maior para coroas não aliviadas e para cimentos mais viscosos.

Chaffee et al.17 (1991) avaliaram a adaptação marginal de coroas metalo-cerâmicas em ouro-paládio com ombro cerâmico na face vestibular com coroas metalo-cerâmicas com cinta metálica vestibular. Após a mensuração da adaptação em microscópio eletrônico de varredura com magnificação de 100x, os autores observaram que as coroas com ombro cerâmico apresentaram valores médio de desadaptação na face vestibular 43µm maiores que as coroas metalo-cerâmicas com cinta metálica vestibular. Não houve diferença significante na adaptação marginal na face lingual de ambos os grupos, sendo que essas possuíam espessura de 0,4mm.

Wang et al.77 (1992) avaliaram o desajuste cervical vertical de coroas totais metálicas antes e após a cimentação empregando as seguintes variáveis: configuração marginal, presença ou não de espaçador de troquéis, tipos de cimento (fosfato de zinco e ionômero de vidro), dispositivos para assentamento (madeira ou um dispositivo denominado E-Z Bite) e forças empregadas durante o assentamento (5 e 30 libras). Dois modelos-padrão foram confeccionados em aço inoxidável (6mm de altura de preparo, 10° de convergência das paredes axiais) com términos em forma de ombro e ombro biselado. Após a duplicação dos modelos e obtenção dos troquéis, foram aplicadas quatro camadas de espaçador em metade das amostras para assegurar 24µm de espessura. Após a fundição, foram realizados os ajustes internos com broca esférica e limpeza com ultra-som. Para a mensuração inicial realizada com um micrômetro digital, foram utilizadas cargas de assentamento de 5 e 30 libras. As amostras foram cimentadas e assentadas com a mesma carga utilizada na mensuração inicial. Da interação dos

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resultados os autores obtiveram que a presença do espaçador foi responsável por um desajuste cervical vertical menor comparando com os grupos sem espaçador. Em relação à carga de assentamento aplicada, as amostras cimentadas com carga de 5 libras apresentaram maior desajuste cervical vertical. A melhor adaptação foi observada nas coroas com término em ombro biselado cimentadas com carga de 30 libras.

Grey et al.36 (1993) compararam a fenda de adaptação de três tipos de coroas totais: puras de porcelana feldspática, metal-free com infra-estrutura em In-Ceram e metalo-cerâmicas. Após a confecção e ajustes, as coroas foram assentadas no troquel metálico e pesadas em uma balança eletrônica. Em seguida, uma silicona de moldagem foi manipulada, aplicada uma camada internamente à coroa e essa foi adaptada ao troquel metálico. Os excessos de matérias de moldagem foram removidos e após a polimerização o conjunto foi novamente pesado. A espessura de silicona, que simulou a espessura de cimento, foi calculada a partir da área de superfície do troquel, da densidade do material e da massa da película de silicona. As coroas metalo-cerâmicas apresentaram valores de adaptação significantemente menores que as coroas de In-Ceram e as puras de porcelana (95 µm, 123µm e 154µm, respectivamente).

Syu et al.73 (1993) verificaram a influência da geometria do término cervical na adaptação axial e marginal de copings metálicos com alto teor de paládio. Foram utilizados três incisivos centrais superiores artificiais preparados para coroa metalo-cerâmica com as seguintes configurações de término cervical vestibular: a ombro com ângulo cavosuperficial de 110°; b) ombro biselado com o bisel formando um ângulo de 45° com o longo eixo do dente e c) chanfro. Os dentes foram preparados foram moldados e obtidos dez modelos em gesso extra-duro para cada grupo. Os copings foram encerados de forma padronizada, fundidos e as imperfeições foram removidas. Os copings metálicos foram posicionados nos respectivos

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troquéis de gesso, incluídos em resina epóxica e seccionados no sentido vestíbulo-lingual. Após o polimento, a mensuração da fenda marginal foi realizada a 100µm do ângulo cavo superficial em direção à polpa e a mensuração da fenda axial foi realizada 1mm acima da linha do ângulo marginal. Os resultados indicaram que as diferenças na geometria do término cervical não influenciaram na precisão de adaptação dos copings.

White & Kipnis79 (1993) avaliaram o efeito do ajuste e da cimentação no assentamento tridimensional de coroas. Foram empregados 35 dentes recém-extraídos, armazenados em água a 37°C. Os preparos coronários convencionais, feitos com o auxílio de um paralelômetro foram moldados e os troquéis em gesso receberam três camadas de espaçador. No enceramento foram executadas marcas de referências em quatro pontos de cada coroa. Após a fundição, acabamento e polimento, as coroas foram assentadas sobre o dente preparado sob uma carga de 49N e a abertura marginal foi medida nos quatro pontos de referência por três operadores diferentes em microscópio com aumento de 500x. O ajuste final das coroas foi realizado com silicone aplicado internamente: cada ponto de metal que apareceu sob o silicone foi ajustado com broca esférica e foi realizada nova mensuração de desadaptação. Os corpos-de-prova então, foram divididos em cinco grupos de acordo com o agente de fixação utilizado: ionômero de vidro, policarboxilato de zinco, fosfato de zinco, cimento resinoso com adesivo dentinário e cimento resinoso. Uma ponta achatada exerceu carga vertical de 49N sobre a superfície oclusal durante a cimentação. Passadas 24h da cimentação, foram obtidas novas medidas de desajuste nos pontos de referência. Para avaliar a possível inclinação das coroas, subtraiu-se cada nova medida de desajuste da média inicial de cada corpo-de-prova, resultando em quatro desvios; com essas medidas da inclinação das coroas foi tirada a raiz quadrada da somatória dos desvios-padrão dividida pelo grau de liberdade. A análise estatística foi feita intra-grupo e

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inter-resultados demonstraram a acuidade entre os três observadores com relação à técnica. Não houve diferença estatística entre os estados inicial e ajustado quanto à inclinação da coroa. Após a cimentação, entretanto, houve diferença estatística para os grupos cimentados com cimentos resinosos, sendo esse o mais desadaptado.

Castellani et al.16 (1994) compararam a distorção térmica de coroas totalmente cerâmicas com coroas metalo-cerâmicas. Para tanto, foi comparada a adaptação marginal de quatro sistemas, a saber: a) metalo-cerâmica com infra-estrutura em liga de ouro-paládio; b) cerâmo-metalo-cerâmica com estrutura em Willi Glas Dicor; c) cerâmo-cerâmica com infra-estrutura em Hi-Ceram; d) cerâmo-cerâmica com infra-infra-estrutura em In-Ceram. As infra-estruturas foram confeccionadas sobre réplicas de um troquel metálico que simulava um preparo para coroa total com término em ombro. Após a realização dos ajustes internos, as coroas eram encaixadas no troquel metálico, observadas em um estereomicroscópio e pressionadas até o momento em que o aumento da pressão não alterasse a qualidade da adaptação marginal. Nesse momento era obtido um molde de precisão com silicona de adição, incluído em resina epóxica e o conjunto formado seccionado em cinco fatias verticais com 0,8mm de espessura. A discrepância vertical foi mensurada após a confecção da infra-estrutura e após cada um dos três ciclos de queima da porcelana de cobertura, realizada nas extremidades das fatias, num total de dez medições por amostra. A partir dos resultados obtidos, os autores concluíram que as coroas metalo-cerâmicas foram mais resistentes às distorções térmicas.

Harris & Wickens38 (1994) compararam a adaptação de copings de titânio usinados com copings de liga de ouro fundidos. Para a análise da adaptação foram confeccionados dez copings de cada técnica. Foi simulada a cimentação dos copings sobre os respectivos modelos metálicos utilizando material de moldagem como análogo do cimento. O filme de material de

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moldagem obtido foi incluído em um bloco de outro material de moldagem de cor diferente e contrastante. Foram obtidos dois blocos para cada coping, um seccionado no sentido vestíbulo-lingual e outro mésio-distal. A espessura de cimento foi observada em sete regiões diferentes em um microscópio óptico com 55x de magnificação. Os autores concluíram que ambos os materiais apresentaram linha de cimentação não-uniforme e que todos os copings de titânio apresentaram maior linha de cimento na região das margens.

Leong et al.52 (1994) compararam a adaptação marginal de coroas com copings de titânio usinado, fundido e de ligas de ouro fundido. Foram confeccionados seis copings de cada grupo e a adaptação foi mensurada em quatro pontos cardeais em cinco diferentes estágios da confecção das coroas: a) após fundição/usinagem; b) depois da degaseificação; c) após o ciclo de queima do opaco; d) após a queima da porcelana de corpo e incisal; e) após a aplicação do glaze. As medidas foram feitas em microscópio óptico com 100x de aumento e precisão de 2,5µm. Durante a mensuração, os corpos-de-prova um dispositivo para manter a mesma pressão de assentamento (aproximadamente 1,36kg). Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre a fenda marginal das coroas de titânio usinado (54µm) e fundido (60µm) sendo ambas significantemente maior que as coroas com infra-estrutura em liga nobre (25µm). Os autores observaram que as discrepâncias marginais foram resultantes principalmente da etapa de confecção dos copings e que a adição da porcelana não causou mudanças significativas na integridade das margens.

Campbell et al.15 (1995) avaliaram a influência do acabamento do metal e dos sucessivos ciclos de cocção da porcelana na adaptação marginal de coroas metalo-cerâmicas. O padrão metálico simulando um dente preparado foi moldado com silicona de adição e os modelos foram obtidos em gesso. Sobre os troquéis de gesso foram confeccionados os

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padrões em cera que foram incluídos e fundidos em liga de ouro-paládio. Nessa etapa foi realizada a primeira mensuração da desadaptação em todos os copings. Três pontos na face vestibular e dois pontos na lingual foram escolhidos para padronizar as mensurações. Em seguida os copings foram divididos em três grupos de acordo com o tipo de acabamento: a) a superfície externa dos copings foi tratada com pedras abrasivas, a adaptação foi novamente verificada, os copings foram jateados com óxido de alumínio e o primeiro ciclo térmico (oxidação) foi realizado, seguido de mais uma mensuração; b) após a primeira mensuração os copings foram levados diretamente para o primeiro ciclo térmico (oxidação) para depois ser realizado o acabamento seguindo as mesmas etapas do primeiro grupo; c) após a fundição as amostras foram reincluídas para tratamento térmico a 1038°C durante 20min, e passado esse período as amostras foram tratadas igualmente às do primeiro grupo. Os autores concluíram que todos os ciclos térmicos aumentaram a fenda marginal e que as maiores alterações ocorrem durante o primeiro ciclo térmico da liga.

Gemalmaz & Alkumuru32 (1995) avaliaram, por meio de microscopia eletrônica de varredura, as alterações ocorridas na adaptação marginal durante os ciclos de queima da porcelana em copings de paládio-cobre e níquel-crômio em função do término cervical: chanfro e ombro. Foram confeccionados dois troquéis metálicos simulando um incisivo central superior preparado para coroa total com redução de 1,3mm e redução lingual, mesial e distal de 1mm, altura de 7mm e 6° de convergência das paredes axiais. Os troquéis foram inseridos num dispositivo que padronizava o enceramento para fundição em 0,5mm de espessura. A adaptação marginal foi verificada em um microscópio eletrônico de varredura com 350x de magnificação em pontos pré-determinados após os seguintes estágios: fundição, oxidação, aplicação do opaco, cerâmica de corpo e glaze. Para padronizar a espessura da cerâmica foi utilizado um jig que possibilitava a

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