UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE
CIÊNCIASDA
SAÚDEDEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃOEM
DENTiSTICARESTAURAÇÕES
DE
CERÂMICALIVRES DE METAL EM DENTES
ANTERIORESRENATA
SIMONI GARIBOTTI
Orientador: Prof. Dr. Guilherme Lopes. — —
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE
CIÊNCIASDA
SAÚDEDEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃOEM
DENTiSTICARESTAURAÇÕES
DE
CERÂMICALIVRES DE METAL EM DENTES
ANTERIORESRENATA SIMONI GARIBOTTI
Monografia apresentada como requisito
parcial para a
obtençãodo titulo de
Especialista em
Dentisticana Universidade
Federal de Santa Catarina
Orientador: professor Dr. Guilherme Lopes
RESTAURAÇÕES
DE
CERÂMICALIVRES DE METAL EM DENTES
ANTERIORESRENATA SIMONI GARIBOTT1
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do titulo de Especialista em Dentistica e aprovada em sua forma final pelo curso de especialização.
RENATA
SIMONI GARIBOTTI. Restaurações
cerâmicaslivres
de metal em dentes anteriores. Facetas de PorcelanaX
Coroas Livres de Metal.2005. 43 f. Monografia
-(Especialização
emDentistica)
- Universidade Federal de Santa Catarina,Florianópolis.
RESUMO
Restaurações
estéticas de dentes anteriores comalteração
de cor podem envolver materiais totalmente cerâmicos e aintrodução
das técnicas decimentação
adesiva possibilitaram preparos inovadores e estética excepcional no campo da odontologia restauradora. As coroas totalmente cerâmicas possuem um constanteaperfeiçoamento
das propriedadesópticas
emecânicas,
mas necessitam de um desgaste da estrutura dental remanescente. Os laminados de porcelana alteram o sorriso erequerem
um desgaste maisconservador
do remanescentedentário.
Tendo em vista a variedade sempre crescente de sistemas totalmente cerâmicos para dentes anteriores, este trabalho tem por objetivo revisar a literatura comrelação
a coroas totalmente cerâmicas e facetas de porcelana, incluindo aapresentação
de dois casos clínicos descrevendo cada técnica.RENATA
SIMONI GARIBOTTI. Restaurações
cerâmicaslivres
de metal em dentes anteriores. 2005. 43 f. Monografia (Especialização em Dentistica)- Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.ABSTRACT
Treatment for a discolored anterior teeth may involve all-ceramic materials and adhesive cementation techniques have enabled innovative preparation designs and outstanding esthetics in the restorative field of dentistry. The all-ceramic veneers have a constant improvements of optical and mechanical properties but needed destroy the teeth structure remaining. The porcelain laminate veneers change the smiles and required little destroy the estructure remaining. Given the continuing improvements and increasing variety of all-ceramic systems, this task will literature revision the all-caramic veneers and porcelain laminete veneers. Two clinicals cases including porcelain ceramic veneers and all-ceramic veneers are reported.
AGRADECIMENTOS
Agradeço
a Deus que me deu
saúde e forçapara chegar ao final deste curso.
Aos meus pais, Renato
e Adamaria,que me deram
educação eme proporcionaram
sempre poder
alcançarmeus
objetivos.Ao meu orientador, Professor Doutor Guilherme Lopes, que me mostrou
ocaminho
de uma Odontologia de
qualidade e prazerosa, eque me auxiliou durante
ocurso.
Ao meu companheiro presente em todos os momentos, Professor
MárcioAntonio
Battistella que
muito me faz crescer
eaprender a cada dia
quepassa, dando-me
força e felicidade.Aos meus amigos
Antônio e Áurea Battistellapela amizade
eincentivo.
"A maturidade tern mais a ver corn os tipos de
experiências que se teve e o que você aprendeu
com elas do que com quantos aniversários você
celebrou. E notamos que nossas dúvidas são
traidoras e nos fazem perder o bem que
poderíamos conquistar, se não fosse o medo de
prender...".
INTRODUÇÃO
O avanço de um mundo globalizado, valorização da imagem e bem estar, exigindo
padrões de estética, função e previsibilidade, levam ao desenvolvimento e busca de técnicas
para o alcance destes objetivos. Na odontologia observamos que este fenômeno, chamado
de modismo por alguns, mas que com certeza qualificamos por evolução, veio junto com a
odontologia adesiva.
A reposição de estruturas perdidas ou reconstrução devolvendo a estética, função e
harmonia, pode ser oferecida pela confecção de laminados ou coroas de porcelana livres de
metal, que aderidos h. estrutura dental oferecem todos os requisitos de uma odontologia
atual.
Laminados ou facetas possuem indicação de modificação primaria da cor, forma e
textura dos elementos dentais, redução ou fechamento diastemas, alinhamento dental,
modificação do comprimento dos dentes, restauração de dentes fraturados e dentes com
deformações ou anomalias congênitas. Já as coroas de porcelana livres de metal possuem
indicações semelhantes, constituindo-se a melhor opção quando os problemas de cor são
mais acentuados e em casos em que o dente está mais fragilizado por restaurações. Essa
técnica tem ainda como vantagem a inexistência da linha cervical ou do componente opaco
que com o passar do tempo com a recessão gengival se tornariam problemas visíveis.
Esse trabalho tem como objetivo a revisão de literatura que aborda restaurações
I.
REVISÃO
DE LITERATURA
Os pacientes têm cobrado dos dentistas um padrão estético cada vez mais apurado.
Além disso, muitos têm cobrado uma odontologia mais conservadora. Tendo em mente
esses conceitos temos a ressaltar que o objetivo primordial do tratamento, além da estética,
é a promoção de saúde bucal devolvendo a estética, fonética e função com o mínimo de
mutilação dos elementos dentais para tal propósito.
As facetas de porcelanas, também conhecidas como laminados cerâmicos, tem-se
mostrado uma alternativa conservadora em comparação com o tratamento convencional
mais utilizado, que é a confecção de coroas totais de porcelana, e, além disso, são mais
estáveis que as facetas de resina composta.
1.1 Considerações sobre materiais cerâmicos
A porcelana odontológica é uma cerâmica vítrea composta por materiais corno
feldspato, quartzo, alumina (óxido de alumínio) e caolin, em matriz vítrea.
Podem apresentar:
1- Alto ponto de fusão > 1300°C
2- Médio ponto de fusão 1101 - 1300°C
3- Baixo ponto de fusão 850 - 1100°C
De acordo com
Magne
eBelser (2003)
as cerâmicas também podem serclassificadas
como:Cerâmicas convencionais: consistem em um
pó,
formado basicamente por dois materiais: o feldspato e o quartzo.0
feldspatoé
fundido aóxidos metálicos
e forma a fasevitrea.
Oquartzo compõe
sua fase cristalina. A estepó
o técnico irá adicionarágua
ou outro veiculo para construir a massa e confeccionar arestauração
em camadas. Exemplos:Optec
HSP (Jeneric / Pentron), Duceram LFC (Degussa).
A
Optec HSP
é uma porcelanafeldspdtica reforçada
porleucita, condensada
e sintetizada como uma porcelanaaluminizada
efeldspdtica
tradicional. Apresenta um altoconteúdo
deleucita
tornando-a mais resistente do que as porcelanasfeldspdticas
convencionais. Suas vantagens
são:
ausência de subestruturametálica
ou opaca; boatranslucidez;
moderada resistênciaà
flexão e a capacidade de ser utilizada semequipamentos
especiais. Apresenta como desvantagem a falta de precisão marginal devidocontração
durante a queima.indicada para facetas laminadas, inlays,
onlays
e coroas submetidas à baixastensões.
Cerâmicas Fundidas: neste sistema
são
utilizadas pastilhas cerâmicas, asquais
irão mediante o processo de cera perdida e centrifuga parafundição,
construirrestaurações
indiretas. Ex:
Dicor (Dentsply).
Cerâmica Prensada:
são
pastilhaspré-ceramizadas
com altoconteúdo
deleucita, que
são fundidas em alta temperatura e prensadas dentro de um molde obtido pelo processo daadaptação marginal e translucidez. Exemplos: Optimal Pressable Ceramic (OPC); (Jeneric /
Pentron); Finesse All Ceramic (DentiplyCeramco); LPS Empress (Ivoclar / Vivadent);
Vitapress (Vita).
0 sistema Vitapress (Vita) utiliza o principio da cera perdida, sem necessidade do
uso de equipamentos especiais para obter as restaurações. Seu uso é restrito a restaurações
inlay, onlay e facetas laminadas.
Pascal e Belser (2003) ainda relatam que o IPS Empress 2 consiste de uma estrutura
cristalina, onde os cristais são embebidos por uma matriz vítrea. Possui 60% em volume de
cristais de disilicato de litio e uma segunda fase cristalina composta por ortofosfato de litio.
Essa estrutura proporciona ao material uma maior resistência flexural após o procedimento
de prensagem. Possibilita a realização de próteses parciais de três elementos, que em testes
experimentais suportam cargas de 800 a 1200N. Está indicado para coroas em geral e
próteses fixas de três elementos anteriores e posteriores, incluindo o primeiro molar como
pôntico. O pôntico não deve possuir uma largura superior a 7-8 mm e não está indicado
para extremos livres.
Cerâmica infiltrada (In Ceram - Vita): 0 In Ceram segundo Hollweg et al. (1998) é
apresentado em três formas: com Alumina, Spine11 (uma mistura de alumina e magnesia) ou
Zircônia, possibilitando a fabricação de estruturas de várias translucências pelo uso de
diferentes técnicas.
0 In Ceram Alumina é composto por dois componentes: um p6, com alto teor de
óxido de alumínio (alumina) ao qual se mistura um liquido especial para formar a base
(infra-estrutura), extremamente porosa, de aspecto branco-opaco e com baixa resistência e
um vidro fundido, que será infiltrado sobre essa base porosa, obtendo uma elevada
as massas de corpo de dentina e esmalte. Suas indicações são coroas unitárias anteriores e
posteriores e próteses fixas de três elementos.
0 In Ceram Spine11 utiliza uma mistura de alumina e magnésia, possuindo uma
translucidez duas vezes maior que o In Ceram Alumina. E indicado, portanto, onde se
deseja o máximo de translucidez da estrutura. Os valores da resistência flexural são 15 a
40% menores do que o In Ceram Alumina, podendo ser utilizado somente para coroas
unitárias anteriores, inlays e onlays.
0 In Ceram Zircônia consiste de uma mistura de óxido de zircônia e óxido de
alumínio para confecção da infra-estrutura, possibilitando o aumento da resistência flexural.
Está indicado para confecção de coroas unitárias posteriores, próteses fixas de três
elementos, incluindo áreas posteriores sobre dentes naturais ou implante.
Cerâmica Computadorizada: o sistema consiste de um computador dotado de
camera intra-oral, uma janela e uma máquina de usinagem com três eixos. Após o preparo,
obtém-se sua imagem através da camera e uma pastilha de cerâmica será inserida na janela
do computador para que a restauração seja processada pelo sistema CAD-CAM.
Hilgert (2005) relata que a vantagem desse sistema está na simplificação da técnica,
dispensando a necessidade de moldagem e confecção de restaurações provisórias, uma vez
que a inlay/onlay é fabricada na mesma sessão do atendimento, no próprio consultório. Ex:
Cerec (Siemens).
0 tipo de cerâmica mais recentemente introduzido no mercado é o Sistema Procera,
(Nobel Biocare) que adota o conceito de desenho e manufatura auxiliado por computador.
Nesse sistema, o técnico faz a leitura do modelo através de um scanner, que irá mapear a
imagem do modelo e apresentá-la de forma tridimensional na tela do computador. Essa
fabricará a infra-estrutura pelo sistema CAD-CAM. Essa infra-estrutura, fabricada com um
pó com alto teor de alumina, 6, então, devolvida ao laboratório inicial, o qual irá aplicar
sobre esta infra-estrutura a cerâmica de cobertura (AllCeram Procera, Ducera), para dar a
forma final da restauração. E utilizada apenas para a confecção de coroas unitárias.
1.2 Considerações gerais das
próteses cerâmicas
Devido à baixa tensão e a, resistência ao desgaste dos materiais cerâmicos
convencionais, a carga para a fratura das restaurações cerâmicas também depende do
material de cimentação e do método utilizado.
Restaurações totalmente cerâmicas falham devido à propagação de trincas, através
da matriz vitrea, levando à falha da restauração. 0 condicionamento com ácido fluoridrico
e cimentação adesiva podem limitar muito a propagação das microtrincas, provavelmente
através de um processo de unido das trincas pelo agente resinoso na interface de união da
porcelana.
Baseado no conhecimento a respeito da formação de microfraturas, as superfícies
internas de coroas totalmente cerâmicas deveriam ser condicionadas e recobertas por um
polímero, esta camada auxilia significantemente o aumento da resistência da restauração,
través do recobrimento das microfraturas e pequenos defeitos. A cimentação adesiva possui
efeito semelhante. As cerâmicas não reforçadas exibem uma baixa resistência à fratura,
sendo que o preparo da dentina e o uso de um sistema adesivo de cimentação,
resistência A. fratura e redução da tensão como no caso do IPS Empress, Optec HSP, OPC,
Finesse, AllCeramic e Vita Press.
O Procera, In Ceram e Empress 2 apresentam um aumento de resistência flexural,
permitindo o uso de cimentos convencionais.
Os cimentos convencionais para coroas e próteses parciais estão principalmente
indicados em restaurações com término cervical intra sulcular, dificuldade de controle da
umidade e em preparos levemente retentivos.
0 uso de cimentos resinosos está indicado para próteses retidas por inlays, preparos
sem retenção e em regiões onde o limite dente/restauração seja visível. Ambos os métodos
de cimentação possuem vantagens e desvantagens, dependendo do planejamento clinico
protético.
1.3
Facetas deporcelana
Em 1886 um dentista chamado Land produziu uma coroa de jaqueta totalmente
cerâmica sobre uma lamina de platina. Posteriormente foi desenvolvida a primeira
restauração cerâmica sem metal para os dentes posteriores (inlay/onlay). De acordo com
Touati (2000), em 1877, Chapple introduziu uma técnica de clareamento para dentes
descoloridos. Nos anos trinta, Charles Pincus usou um procedimento sem similar na época
para melhorar o sorriso de atores de Hollywood, sem ser invasivo, porém foi Rochete em
1975, na França, que primeiramente propôs o uso de restaurações adesivas de cerâmica na
dentição anterior (Magne, 2003). Pincus, anos mais tarde, foi capaz de melhorar ou
facetas de resina temporária. Posteriormente ele usou facetas de porcelana queimadas e
aplicadas nos dentes sem preparos. Embora esteticamente agradável essa técnica cosmética
tem muitas limitações começando pela falta de retenção permanente. Gradualmente essas
facetas caíram em desuso, assim como outras técnicas similares usadas nessa época.
Foi por meio de uma combinação dos achados durante a evolução da odontologia
que o conceito dos achados cerâmicos modernos evoluiram. Dentre estes avanços
tecnológicos podemos citar que Buonocore, em 1975, introduziu o procedimento de
condicionamento ácido da superfície do esmalte. Bowen, nos anos 60, desenvolveu as
resinas à base de bis GMA. Em 1973, Rochete demonstrou o tratamento e adesão de
superfícies de porcelana, propondo o uso de restaurações adesivas de cerâmica na regido
anterior (Magne, 2003).
Após estes marcos, os laminados de porcelana começaram a ser aplicados. A correta
indicação e uma previsibilidade para aplicação clinica requerem um bom planejamento.
Como protocolo para planejamento podemos usar o enceramento diagnóstico e a confecção
de uma simulação em resina acrílica. Estes procedimentos fornecem uma prévia da estética
do trabalho e mais importante é o grande auxilio no plano de tratamento e execução do
preparo dos elementos dentais para receber o laminado. Isto pode garantir uma
previsibilidade ao procedimento e permite uma visualização antecipada do trabalho pela
equipe e pelo paciente.
Para execução do planejamento de um tratamento com laminados cerâmicos o
diagnóstico tem importante papel, e um conhecimento das características dos dentes
naturais e dos materiais que podem ser utilizados para confecção condicionam o êxito no
Dunne et al.
(1993),descrevem a
previsibilidadeentendida como
prognósticopara
laminados de porcelanas
e estaintimamente relacionado com as
indicaçõesdeste
procedimento.
Indicação
das facetas:
1-Modificar
a cor, forma, textura de
superfície,comprimento
ealinhamento de um
ou
váriosdentes tanto na arcada superior como inferior;
2-Modificação
na textura de dentes afetados por
fluorose, tetraciclinaou defeitos
hipoplasicos;
3-Dentes que
nãorespondem ao
clareamento externoou
interno;4-Reduzir ou fechar
diastemas;5-Restaurara dentes fraturados.
6-Restaurar dentes com má
formaçãocongênita;
7-Recuperação estética
de coroas
protéticaspré-existentes cuja face vestibular esteja
gasta, macerada ou fraturada;
8-Em
casos especiais como faceta
laminadalingual para
criaçãoou
correçãoda
guiade
desoclusão;9-Em
casos especiais para restaurar dentes tratados
endodonticamente;10-Segundo
Kinaet al.
(2003),para restaurar dentes com pouca estrutura de esmalte
devido
A confiabilidadena adesão
dentaria;Contra indicações das facetas:
1-Para a maioria dos autores para casos onde
o
preparo não possibilita a preservação
de pelo menos 50% do esmalte
e
quando as margens não ficarem totalmente localizadas
dentro do esmalte;
2-Para vários autores, dentes isolados, tratados endodonticamente
e
que apresentam
alterações de cor (alegam que além destes serem frágeis, podem mudar de cor com
o
passar
do tempo);
3-Pacientes com
oclusão
inadequada (sobremordida muito pronunciada, bruxismo,
dentes que
estão
em erupção ativa);
4-Coroa clinica excessivamente curta, muito delgada na incisal (incisivos inferiores
são os mais freqüentes), coroas triangulares;
5-Pacientes com alta atividade de
cárie e
higiene precárias;
6-Presença de hábitos parafuncionais;
7-Restaurações múltiplas ou amplas;
8-Pacientes com menos de 16 ou 18 anos devido a alterações que ocorrem na
dentição;
9-Facetas laminadas
unitárias
(contra indicação relativa);
Determinado
o
diagnóstico
e decisão
da escolha de tratamento pelos laminados de
porcelana, uma etapa criteriosa
é o
preparo do elemento dental que
receberá
a estrutura.
Em
relaçãoao preparo do elemento dental para receber os laminados,
é verificadona literatura que a margem do preparo deve ser
subgengival eaté mesmo
justagengival,dependendo da
alteraçãode cor do remanescente
(Touati, 1998).Meyer et al.
(2005)comentam que
ochanfro
subgengivalpode ser realizado com instrumentos manuais
eestendendo
0,2mm subgengivalmente, oque vem de encontro com outros autores
(Baratieriet al.,
2001).Com
relaçãoao preparo
interproximal,este deve ser realizado de modo
quealcance a area de contato para se certificar que a margem entre
olaminado
e odente
nãoseja
visível (Dumfhart, 1999).Inicialmente a tendência comum era de
preservaçãoda crista
incisaisob
circunstancias
apropriadas no interesse de
conservação tecidual.A margem era localizada
na crista
incisal quandosuficientemente espessa. Este tipo de preparo era para dentes
superiores que começaram a apresentar um grande
númerode fraturas.
Fazer a cobertura completa da crista
incisal éum procedimento predominante na
opção
da maioria dos
cirurgiõesdentistas, uma vez que apresenta algumas vantagens,
podendo assim ser enumeradas
(Touati, 1998):1-Restringe
fraturas de
angulo;2-Melhora as propriedades estéticas;
3-Oferece latitude para poder alterar a forma dental;
4-Possibilitar
o ajusteda
oclusão;5-Facilita
omanuseio
eposicionamento da faceta em provas
eno momento da
cimentação;6-Possibilita a
colocaçãoda margem do laminado fora da area de impacto
oclusal;Para a
realização
da coberturaincisal,
aconfecção
de um preparo que varia de0,5
a2mm,
deve ser realizado.Dumfhart
et al.(1999)
recomendam apenas a inclusão daporção
incisal
no preparoquando
ocorrer uma exigência estética. Aredução
proposta para aporção
incisal
deve promover uma camada de pelo menos1 mm
de espessura. A camada mais espessa que1,5mm
a2mm
deve ser usada em caninos e incisivos inferiores.0
preparoinadequado
ocorre, na maioria dos casos, devido às margens indefinidas eà
falta de profundidade para obter uma faceta com espessuraadequada (Baratieri
et al.,2001).
A perda danoção
de profundidade e adireção
do desgastedentário
podem levar ao cortedesnecessário
das estruturas dentais.Inclinações inadequadas
podem levar à perda deretenção,
estabilidade ou falhas de assentamento.Para evitar falhas nos trabalhos uma
seqüência
deve serestabelecida.
Muitos são os protocolos encontrados na literatura.0
importante é utilizar um protocoloque
esteja ao alcance dos conhecimentos e habilidades do clinicoque
a executa.Protocolo de confecção de facetas
Segundo
Baratieri
et al.(2001):
1-Obtenção
de guias de silicone para facilitar amonitorização
do preparo; 2-Fioretrator
sem substancias químicas no sulco;3- Pontas
diamantadas
esféricas(1011
ou1012), são
recomendadas naconfecção
decanaletas
cervical e marginal;5- Com a mesma ponta diamantada tronco-cônica deve se proceder ao desgaste da
metade distal da superficie vestibular e em seguida da metade mesial;
6- 0 preparo da superficie proximal deverá considerar as áreas de contato e
subcontato de modo a não permitir que a estrutura dental com coloração alterada fique
visível após a cimentação da faceta. 0 contato deverá ser removido se existir lesões
cariosas ou restaurações nas áreas interproximais;
7- 0 preparo deverá ser estendido subgengivalmente a 0,2mm (em forma de
chanfrado) caso o elemento dental possua alteração de cor, com a mesma ponta diamantada
que fora utilizada para a realização da canaleta central;
8- Confecção de sulcos de um a 1,5mm de profundidade na região incisal. Penetrar
com a broca esférica 1011 em todo o seu diâmetro;
9- Os sulcos deverão ser unidos por meio de um desgaste inclinado para palatal;
10- A redução incisal poderá ficar restrita a este primeiro desgaste ou envolver
ainda a execução de um degrau palatal da ordem de lmm no sentido do cíngulo. A ponta a
ser utilizada é a mesma usada na confecção da canaleta central. 0 degrau deverá ser
estendido para as proximais (mesial e distal) e nesta superficie se encontrar com o desgaste
proximal o que implica em um desgaste proximal de lmm.
Preparo para fechamento ou redução de diastemas ou
triângulos
interdentais escuros.Segundo Magne e Belser (2003) é necessário um estudo meticuloso do eixo de
feitos nos modelos iniciais. No caso de um
periodonto
reduzido, uma via deinserção
horizontal
é necessária
para preservar a estrutura dentalcoronal,
apesar dodiâmetro
dental reduzido naárea cervical.A
margem deve ser colocada mais para a linguale
de acordo comBaratieri
et al.(2001)
asrestaurações proximais e lesões
decáries deverão
ser envolvidas no preparo.0
fechamento detriângulos interdentais
requero
mesmo principio abordado dosdiastemas.
Vantagens das facetas de porcelana sobre as coroas livres de metal
1-Velocidade e
simplicidade na técnica(Baratieri
et al.,2001);
2-Preparo da faceta de porcelana
é
minimamenteinvasivo e
na coroa tende-se a remover grandesquantidades
de estrutura dental sadia(Magne e Belser, 2003);
3-Na
coroa pode-se ter efeitos adversos sobre a polpa, gengivae biomecânica
(Magne e Belser, 2003);
4-Limitação
de custos financeiros(Baratieri
et al.,2001; Magne e Belser, 2003);
5
-Não
necessitampenetração
no sulcogengival (Magne e Belser, 2003);
6-Facetas de porcelana evitam procedimentos de aumento de coroa clinica, pois até
mesmo coroas curtas podem ser recuperadas
(Magne e Belser, 2003);
Segundo Dunne
e
Millar (1993),o
sucesso das facetas de porcelana nãodependerá
de fatores como sexo ou idade do paciente, não encontrando diferença em problemas com
restaurações nos incisivos superiores, caninos
e
pré-molares. Em contra partida, Shaini etal. (1997) relatam que as falhas são maiores em pessoas idosas, atribuindo isto ao esmalte
mais mineralizado
e
à alta tensão gerada nos dentes anteriores quando os dentes posterioresnão
estão
presentes. Shaini et al. (1997) acrescentaram que as falhas das facetas deporcelanas são maiores em dentes desvitalizados
e
descoloridos, atribuindo estes resultadosa uma perda de estruturas dos elementos dentais em virtude do tratamento endodõntico
e
anecessidade de uma
extensão
do preparo em dentes escurecidos.Um fato interessante foi relatado por Dunne
e
Millar (1993), em que as restauraçõesde porcelana para alterar a matiz dos dentes obtiveram maior sucesso em dentes higidos
comparadas quando usadas para mascarar restaurações já existentes ou perda de estrutura
do elemento dental.
Em um recente estudo Adreassen et al. (2004) observaram que os incisivos de
ovelhas facetados obtiveram valores de resistência a tração acima da força exercida sob um
dente intacto sendo que a combinação de
compósitos e cerâmica
parece ser uma ferramentaapropriada para reproduzir a rigidez natural de um elemento dental (Magne
e
Dougas,1999).
Contextualizando as falhas das facetas a grande maioria dos autores corrobora que
o
maior problema se reflete durante
o
procedimento de colagem,o
qual requer habilidadee
controle da umidade. 0 procedimento de colagem não deve servir apenas para estabilizar
o
laminado de porcelana mas deve proporcionar que a faceta haja como parte integral do
dente,
e
qualquer fator que interfere neste procedimento pode ser um fator de risco queTouati (1998),
descreve que os erros não
são atribuídosapenas ao procedimento de
cimentação
mas podem ter diferentes causas,
mecânicas, biológicas eestéticas, ocorrendo
em
qualquer estagiodo processo, dentre elas pode ser ressaltadas:
-Seleção
do caso: dentes muito escurecidos,
bruxismo;-Preparo,
posição eforma das margens, suporte inadequado
eespessura insuficiente;
-Temporização: restaurações temporárias
mal ajustadas, cimento
temporário inadequado,-Processo
laboratorial:escolha
inadequadada
cerâmica etécnica de
aplicação;-Prova
emanuseio: fraturas acidentais;
-Escolha do cimento: opacidades, espessura
e saturação;-Procedimento de colagem: manuseio inadequado, produtos
impróprios;-Comunicação:
ma
compreensãodas necessidades do paciente, ma
comunicaçãodos
dados para
o laboratóriode
prótese;0
autor adverte
quepodem ocorrer três tipos de falhas:
Falha
mecânica
Falha biológica
Algumas vezes ocorre sensibilidade pós-operatória, o que se tornou raro com o uso
de modernos adesivos e geralmente é passageira. A porcentagem dos casos de micro
infiltração marginal mostra uma tendência a diminuir devido à precisão das facetas
cerâmicas bem como o uso de cimentos adesivos mais resistentes.
Falha estética
Margens visíveis em caso de descoloração dental: a proporção das margens visíveis
aumenta alguns anos após a colocação da faceta e depende do grau de recessão gengival e
papila interproximal.
Cores muito escuras com grandes variações entre os dentes-suporte também
complicam o resultado estético.
Coroas livres de metal
1-1á muito tempo, pesquisadores, cirurgiões dentistas e protéticos se esforçam para
obter restaurações sem metal com efeito de profundidade que permita a passagem da luz
sem sombras. As coroas de jaqueta sempre tiveram sua importância. Não se pode negar a
esta técnica grande importância. Seu inconveniente era inicialmente atribuído a problemas
de resistência das coroas totais, popularização da técnica para dentistas e protéticos e custos
Para oferecer restaurações de cerâmica sem metal, somente poderia tratar-se de um
sistema com o qual se pudesse eliminar amplamente todos os inconvenientes enumerados
das coroas metalo- cerâmicas.
Nos últimos dez anos foram desenvolvidos sistemas de porcelana maciça fundida ou
prensada, trazendo melhorias na dureza e na estética do material cerâmico através da
incorporação de óxido de alumínio para substituir a estrutura metálica (In ceram). Surgiram
também vários sistemas como o Dicor, Cera Pearl, Dicor Plus e Empress, que são materiais
totalmente cerâmicos A. base de silica que com recentes técnicas de cimentação adesiva
possibilitaram preparos inovadores e estética excepcional no campo da odontologia
restauradora (Edelhoff et al., 2003).
Conforme Edelhoff et al. (2005) os materiais de cerâmica pura apropriados exibem
propriedades mecânicas e valores de dureza que estão na medida do esmalte natural e isso
também se aplica a seu coeficiente de expansão térmica que é praticamente idêntico ao da
estrutura dental natural. Como conseqüência as cerâmicas puras são o material escolhido
para a reconstrução do esmalte dental. As restaurações de cerâmica pura possuem uma
ótima biocompatibilidade confirmada por citologistas e dermatologistas.
0 sistema In Ceram Alumina possibilita a substituição do metal nas coroas
metalocerdmicas por uma infra-estrutura em óxido de alumínio com a infiltração de um
vidro na estrutura sinterizada a seco que resulta numa estrutura extremamente dura.
Segundo Hollweg et al. (1998) juntamente com o sistema In Ceram Alumina tem
sido desenvolvido duas modificações das cerâmicas infi ltradas: o sistema In Ceram Spinell,
que apresenta maior translucidez que o sistema In Ceram Alumina, é indicado para a
confecção de coroas anteriores e inlays, porém com resistência flexural baixa em relação ao
mecânicas
superiores sendo indicados em casos selecionados para a
confecçãode pontes
fixas anteriores
eposteriores até três elementos, porém com maior opacidade.
Protocolo de confecção de coroas
A técnica de preparo
éde maior
importânciapara
otratamento
clinico.Acapacidade
de impacto da
cerâmica édeterminada pelo desenho do preparo.
0preparo se destina a
apoiar a margem da
restauraçãocom uma
distribuiçãode impacto uniforme, sem
oclusãomaxima.
Características do preparo:
1-A
margem deve ser preparada na forma de ombro com um
ângulona linha
axiocervical
arredondado;
2-0
preparo de uma
câmara é possíveldesde que se garanta um apoio
mecânico; 3-Reduçãomarginal definida:
0,6 mma
1,2 mmdependendo da forma do dente,
características
individuais e, se
necessário,das
modificaçõesdo preparo;
4-Desgaste
oclusalou
incisal de1,5a
2,0mm;
5-Limite de preparo axial, sem
ondulação,uniforme
esem sulcos;
6-Ablação de camadas levando em
consideraçãoos
contornos anatômicos.claro que, além destas
instruções,a estabilidade
e retençãoda coroa no
remanescente
dentáriopreparado devem
ficargarantidas por uma altura axial suficiente
eA altura do limite do preparo, relativo a gengiva marginal, é definida como em
coroas convencionais.
0
ombro deverá ter umângulo
de linhaaxiocervical
arredondado, sendoque
o desgaste circular deverá ser uniforme.0
tipo de instrumento a ser utilizado nesse caso é a pontadiamantada,
cilíndrica com arestas arredondadas,0,8 mm.
0
preparo tipo chanfro (com menor apoio mecânico da coroa) é indicadoquando
se busca o menor desgaste da estruturadentária.
Na
execução
do trabalho existem certas falhasque são
comuns como um preparo insuficiente naporção
terminal, causada principalmente pornão
observar os princípiosbásicos
citados acima, como ainclinação
do elemento dental. Sendoque
em determinados casos paranão
ocorrer esse erro, devemos realizar umaregularização
do término, pois se apresenta muitas vezes irregular. Outra causa comum para ocasionar o preparoinsuficiente
é devido a erros no limite do término ou em um excesso no preparo
subgengival.
Outro erro comum é preparos com pobre controle na
redução
como o excesso deredução,
especialmente em dentes anteriores,porção
vestibular, e pré-molares,porção
proximal. Excesso deredução incisal,
reduzindo a estabilidade e aretenção.
Outra falha no preparo é a falta deredução
na palatal, principalmente nos dentes anteriores, ocasionando uma máfunção
no ponto de vistaoclusal.
Indicações das
coroas
livres de metal:2-Dentes severamente afetados por erosão (Magne, 2003);
3-Correção
oclusa!(Barros et al., 2005);
4-Quando há significativa perda de estrutura dental (Magne, 2003).
Contra
indicações
das coroas livres de metal:Segundo Barros et al. (2005):
1-Pacientes com menos de 16 ou 18 anos;
2-Margem subgengival;
3-Interferência oclusal intensa;
4-Hábitos parafuncionais como bruxismo;
5-Tecido dental remanescente insuficiente para a
adesão;6-Paciente com risco de
cárieelevada e/ou dificuldade de controle de placa.
Vantagens das coroas livres de metal em
relação às
facetas de porcelanas1-
Maior resistência;
2-
Maior retenção;
3-
Cimentação independe de procedimentos adesivos;
4-
Problemas de cor são mais fáceis de serem resolvidos;
Avaliações
clinicas das coroas
Edelhoff
et al.(2005),
em umarevisão
relatouque
para as coroas de cerâmica de vidro reforçadas porleucita (IPS
Empress,Ivoclar Vivident,
Liechtenstein), com protocolos decimentação
diferentes, demonstraram sucesso clinico estimado de98% após período
médio de
observação
de quatro anos. Outros estudos clínicos mostraram taxas de sucesso de92,5% após 3,6
anos e de95% após 11
anos.Coroas anteriores fabricadas com
infraestrutura
de cerâmica Spine11 infiltrada
(In Ceram Spine11,
VitaZahefabrik,
Alemanha), mostraram taxas de sucessoapós
cinco anos de uso clinico. Coroas feitas deóxido
de alumínio infiltrado (In Ceram Alumina VitaZahefabrik,
Alemanha)não
apresentaram defeitos relevantes após período deobservação
de seis anos a respeito do fato de as coroas terem sido cimentados com técnica decimentação
convencional.Similarmente coroas de cerâmicas puras feitas de óxido de alumínio de alta pureza
densamente
sinterizada (Procera
All Ceram, NobelBiocare,
Suécia), mostraram taxas de sucesso cumulativa de96,4% após 5
anos,93,5% após 10
anos.Cimentação
das
restaurações cerâmicasComo papel determinante no desempenho clinico das
restaurações
de porcelana, acimentação
adesiva nos dias atuais vem sendo amplamente utilizada. Além de acimentação
adesiva ser fundamental para o bom desempenho dasrestaurações,
este passo exercerá também efeito decisivo sobre o formato do preparo, a aparência estética e a longevidadecimentação
apenas ocupamespaço,
além de apresentar menor resistênciaà compressão
eà
tração quando
comparados com cimentos à base de resina composta. Os preparos feitos para serem cimentados com acimentação
adesivasão
menosinvasivos,
possuem maior retenção e integridade marginal e menorinfiltração
marginal (Meyer Filho e Souza,2005).
A adesão ocorre entre o cimento resinoso e o substrato dental e entre o cimento
resinoso e a
peça
de porcelana. A adesão que irá ocorrer entre o cimento e apeça
de porcelana vai depender daconstituição
da cerâmica.A divisão das porcelanas de acordo com sua
composição,
segundo Meyer Filho e Souza(2005),
se constitui em duas famílias: as cerâmicas ricas em silica e as cerâmicas ricas em alumina. As cerâmicas ricas em silicassão
também denominadas de cerâmicas condicionáveis e as cerâmicas ricas em aluminasão
denominadas denão
condicionáveis. importante salientar que a silica é a únicasubstância
condicionável nas cerâmicas. Dentre ascerâmicas que
possuem silica em suacomposição
está as porcelanasfeldspáticas
em geral e as cerâmicas vítreas (IPS Empress,IPS
Empress II,Optec, Cerec Vitablocs,
entre outras).Já
como representante das cerâmicas ricas em alumina quenão são
passíveis de serem condicionadas têm-se o In-Ceram Alumina, o In-CeramZircônia,
o In-CeramSpinell, Procera,
entreoutros.
As cerâmicas ricas em silica serão condicionadas com
Acido hidrofluoridrico
a9,5%,
cuidando para que oAcido não
escorra para asuperfície glazeada. 0
tempo de condicionamento varia de acordo com o tipo da porcelana (IPS Empress=1
min;IPS
Empressll = 20seg
efeldspdticas = 2
min). Em seguida deve ser enxaguado com água e secado.0 silano deverá
ser utilizado na cerâmica condicionada e tem comofinalidade
grupos metacrilatos da resina. Certos cuidados deverão ser tomados na utilização dos
silanos (Magne e Belser, 2003):
Os silanos devem ser comprados em estado inativo; portanto os silanos com
componentes duplos (sistemas com dois frascos são os preferidos a produtos de um frasco);
As soluções de silano contém alto volume de solvente; os recipientes
inadequadamente fechados ou abertos permitem uma rápida evaporação e afetam a
eficiência do silano. Nos produtos de dois frascos, um frasco contém o ácido e o outro
silano não hidrolizado para ser ativado. Tal produto poderá ser utilizado por quatro semanas
após a ativação.
0 tratamento com o calor aumenta o efeito promotor do silano através da
condensação de moléculas de ligação sobre a superficie cerâmica. Esse passo pode ser
obtido em um minuto através da colocação da restauração em um forno a seco a cem graus
ou em dois minutos com o uso do secador de cabelo. Acredita-se que elimine a água e
outros agentes de contaminação.
0 passo final para o tratamento da superficie da cerâmica condicionável é a
aplicação de uma camada de adesivo sobre a superficie interna, seguido do adelgaçamento
dessa camada com um suave jato de ar. Após todo procedimento de preparo da superfície é
aplicado o agente cimentante na superficie interna da peça.
Os sistemas cerâmicos ricos em óxido de alumínio e zircônia em que a sua
composição não é rica em silica, não são passíveis de condicionamento ácido. A
cimentação irá seguir um caminho diferente da cimentação dos sistemas cerâmicos ricos em
silica.
Meyer Filho e Nunes (2005) preconizam o uso de silanos multicomponentes que
Silane Kit (Kuraray Co.), que é composto por um ácido fosfórico 40%, um silano não
hidrolizado e um primer acidico que contém o monômero 10-MDP para catalizar a
hidrólise do silano. Neste caso, o agente silano não proverá ligações químicas e atua com
função de aumentar o molhamento das superficies cerâmicas. Como o condicionamento
ácido não será efetivo, tratamentos na superfície interna da peça terão de ser realizados. 0
jateamento com óxido de alumínio é considerado eficaz no tratamento da peça de porcelana
não condicionável. Segundo Sensi et al. (2005), a utilização de cimentos resinosos
modificados que contém monômeros adesivos fosfatados (Ex: Kuraray) é ideal para se
obter uma unido estável uma vez que a utilização dos cimentos resinosos convencionais
resulta em valores de adesão muito baixos a longo prazo. Os cimentos resinosos
modificados também possuem o monômerolOMDP que tem capacidade de se unir ao oxido
de alumínio e zirc6nia.
Outra alternativa que poderá ser utilizada é a silicatização da peça de porcelana rica
em óxido de alumínio e zircônia. Nesta técnica, partículas de óxido de alumínio
modificadas por silica são jateadas sobre a peça. Essas partículas incorporam-se na peça
criando microretenções na cerâmica, e a partir dessa etapa segue-se a cimentação com um
cimento resinoso. Segundo Meyer Filho e Nunes (2005), a aplicação de adesivo após a
silanização é um passo clinico que pode ser dispensado nessas cerâmicas. Esses mesmos
autores referem que as cerâmicas ricas em alumina devido 5. alta resistência à fratura
podem, às vezes, não necessitar da cimentação adesiva como é o caso, por exemplo, das
restaurações de cobertura total. Cimentos como fosfato de zinco ou ionômero de vidro
podem ser vantajosos devido ao custo reduzido, rapidez e facilidade do procedimento,
especialmente quando o controle da umidade não é o ideal. Edelhoff et al. (2005), sugerem
o paciente é alérgico a qualquer um dos componentes contidos nos agentes de cimentação
adesiva, se condições periodontais aquém das ideais estiverem presentes ou se a
visibilidade do campo de trabalho for insatisfatória. Porém a utilização da cimentação
adesiva é ideal para selar a dentina e prevenir microinfiltração. Além de ser efetiva quando
a retenção está comprometida pela expulsividade das paredes ou altura reduzida da coroa
2.
RELATO DE CASO
Casos
clínicosrealizados durante
ocurso de Especialização em Dentistica
Restauradora da Universidade Federal de Santa Catarina ( turma 2005/2006).
Caso I
-
Faceta de
Porcelana
Paciente do sexo feminino R.
B.jovem com 34 anos de idade apresentou-se com
queixa de escurecimento dos elementos dentais anteriores superiores. Ao exame clinico foi
observado que os elementos dentais 11, 12
e21 apresentavam-se escurecidos,
oelemento
dental 22
possuíauma
prótesemetalo-cerfimica cimentada sobre implante osseointegrado.
(figura 1).
Nos elementos dentais 12, 11, 21, foram constatados tratamentos endod6ntico
Inicialmente foi realizado uma moldagem de alginato dos arcos superiores e
inferiores para estudo e posterior confecção de placa de clareamento dental. Na sessão
subseqüente foi realizada profilaxia dos elementos dentais e iniciada a desobturação dos
elementos dentais tratados endodiinticamente para posterior colocação de pinos
pré-fabricados de fibra de vidro. Com os elementos desobturados os pinos foram cimentados
com cimento resinoso Relyx (3M ESPE) e restaurados na porção palatina com resina
composta. Com a pasta pesada de silicone de adição (Adsyl) um guia no sentido horizontal
e outro no vertical foi confeccionado para facilitar a reprodução da forma e contorno das
restaurações de porcelana.
0 plano de tratamento foi delineado com a utilização de material cerâmico sobre os
elementos dentais e confecção de laminado cerâmico sobre a prótese implantar. Um
registro de cor foi obtido pra confecção dos provisórios de resina acrílica sobre modelo de
gesso.
Com os provisórios confeccionados os elementos dentais foram preparados (Figura
2) e moldados com silicone de adição leve e pesada e envio ao laboratório para realização
dos laminados cerâmicos. Com auxilio de uma escala e os dentes limpos foi obtido o valor
da cor para as peças protéticas. 0 matiz foi determinado no 1/3 cervical e as nuances de
cromaticidade foram verificadas ao longo de toda a extensão da coroa. Os dentes adjacentes
foram analisados para a reprodução do grau de translucidez e opalescência do 1/3 incisal,
bem como para a reprodução dos detalhes anatômicos. Foi realizado um desenho dos dentes
e enviado ao protético para melhor entendimento.
Na sessão posterior foi cimentada a prótese sobre implante com cimento provisório
e após procedeu-se a cimentação das quatro facetas de porcelana com cimento resinoso
Figura 2-Eelementos dentais preparados e coroa sobre implante
Figura3- Caso final facetas cimentadas.
número
12
e discos de lixa. Um polimento eorientações
de higiene foram realizados. Aoclusão foi checada e ajustada em MTH,
protrusdo
e lateralidade direita e esquerda (FiguraFigura 4- Elementos dentais preparados
e
coroa sobre implanteCasoII-Coroa
livre de metal
Paciente de trinta anos de idade, sexo masculino, apresentava
queixade aparência
estética
do seu sorriso. No exame
clinicofoi visto que
opaciente
possuíaos dentes
11 e 21restaurados com resina composta.
0paciente relatou que os elementos dentais foram
fraturados durante uma queda com
14anos de idade, tratados
endodônticamente erestaurados com resina composta que foram muitas vezes trocados por queda ou
deficiênciaFigura 6- Preparo dos dentes para coroa livre de metal.
Uma moldagem de estudo foi realizada para planejamento do caso
e
confecçãode
moldeira
de
clareamento.Com
o
modelo de estudo foi solicitada ao
protéticoa
confecçãode dois
provisóriosde resina
acnlica.Na
sessãoseguinte foi realizado a
desobturaçãodos
condutos
radiculares.Foi observada a
permanência satisfatóriade remanescente dental para
a
colocaçãode pinos pré-fabricado de fibra de vidro. Com a
cimentaçãodos pinos com
cimento resinoso os elementos dentais receberam preparos para coroas livres de metal,
levando
o
preparo de forma sub
gengivalcom
o
fio
retrator 00posicionado
e
adaptaçãodos
provisórios. 0
preparo foi
refinadocom discos de lixa
e
borrachas
abrasivas(Figura
6).Uma moldagem dos preparos foi realizada com silicone de
adição,as
características
anatômicas
dos elementos dentais foram registradas
como
auxiliodo
técnicoem
prótesedentaria um desenho
esquemáticomontado. Com as coras In Ceram confeccionadas
(Figura7),
foi realizado os procedimentos de
cimentaçãocom
utilizaçãode cimento
resinoso.
Apósa
polimerizaçãodo cimento os excessos foram
removidoscom
lâminade
Figura 7- Coroas In Ceram confeccionada.
foram usadas para acabamento do
procedimento. A oclusão foi verificada em MIH,4-CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca pela satisfação envolvendo os fatores estéticos fonéticos e mecânicos para
reabilitação bucal é constante. A correta indicação do uso de restaurações estéticas em
dentes anteriores está intimamente relacionada a um diagnóstico correto e um plano de
tratamento orientado pelas limitações de cada técnica. A observação da indicação,
vantagem e estudo dos insucessos podem nortear qual a melhor ferramenta a ser usada para
atingir a satisfação.
Mais estudos clínicos longitudinais devem ser realizados para avaliação das
restaurações estéticas em dentes anteriores.
Por fim vale observar que a simplificação da técnica e a disseminação do
conhecimento são pontos importantes para o progresso da odontologia e sua universalidade,
garantindo que pacientes e profissionais se beneficiem destas novas modalidades de
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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