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Uma proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia.

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Academic year: 2021

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CADERNO

10 LER E ESCREVER

PARA APRENDER

na Trajetória Convivência

trajetórias criativas

JOVENS DE 15 A 17 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Uma proposta metodológica que promove

autoria, criação, protagonismo e autonomia.

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Pró-Reitoria de Extensão

Colégio de Aplicação Organizadores

Liége Deolinda Westermann; Henry Daniel Lorencena Souza; Rosália Procasko Lacerda; Lígia Beatriz Goulart; Rosane Nunes Garcia e Simone Rocha da Conceição.

Autores

Westermann, Liége Deolinda; Souza, Henry Daniel Lorencena; Conceição, Simone Rocha; Goulart, Lígia Beatriz; Farias, Stela Maris Vaucher; Garcia, Rosane Nunes; Hermes, Mara M. Chiaramonte; Lacerda, Rosália Procasko; Mattos, Eduar-do Britto Velho de; Mizusaki, Lucas Eishi Pimentel; Saenger, Liane.

Participantes do Trajetórias Criativas

Equipe Cap/UFRGS (2014-2018): Lacerda, Rosália Procasko (coordenadora); Conceição, Simone Rocha; Goulart,

Lígia Beatriz; Farias, Stela Maris Vaucher; Garcia, Rosane Nunes; Hermes, Mara M. Chiaramonte; Mattos, Eduardo Britto Velho de; Mizusaki, Lucas Eishi Pimentel; Saenger, Liane; Souza, Henry Daniel Lorencena; Westermann, Liége Deolinda; Lameira, Vivian Meurer (bolsista).

Escolas parceiras (2014-2018): EEEM Afonso Machado Coelho (Triunfo/RS); EEEB Almirante Bacelar (Porto

Ale-gre/RS); EEEF Álvaro Moreyra (Canoas/RS); EEEF Antão de Faria (Porto Alegre); EEEM Antonio Augusto Borges de Medeiros (Novo Hamburgo/RS); EEEF Antonio Francisco Lisboa (Canoas/RS); EEEF Augusto Severo (Canoas/RS); EEEM Baltazar de Oliveira Garcia (Porto Alegre/RS); EEEF Bela Vista (Sapucaia do Sul/RS); EEEF Brigadeiro Antônio Sampaio (Alvorada); EEEM Campos Verdes (Alvorada); EEEM Cônego José Leão Hartmann (Canoas/RS); EEEF Eva Carminatti (Porto Alegre); EEEB Prof. Gentil Viegas Cardoso (Alvorada); EEEF Guanabara (Canoas/RS); EEEF Guilher-me Balduino Baum (São Leopoldo/RS); EEEF Pres. João Belchior Marques Goulart (Alvorada); EEEF Júlio Brunelli (Porto Alegre); CE Jussara Maria Polidoro (Canoas/RS); EEEM Maurício Sirotsky Sobrinho (Alvorada); EEEF Nossa Senhora da Conceição (Porto Alegre); EEEF Olaria Daudt (Sapucaia do Sul/RS); EEEM Prof. Oscar Pereira (Porto Alegre); IEE Paulo da Gama (Porto Alegre/RS); EEEM Rafaela Remião (Porto Alegre); EEEF Santa Rita de Cássia (Porto Alegre); EEEF Profa. Thereza Noronha Carvalho (Porto Alegre/RS).

Equipe SEDUC-RS (2014-2018): Adriana Kapp Cunha; Adriana Schneider; Andrea Bandarra Westphalen; Carmen

França; Claudia Rocha; Lea Corrêa Marques; Maria Luiza Balbinot; Naia M. La-Bella; Sandra Kelm; Tania Freinberger de Mello

Projeto gráfico

Simone Rocha da Conceição

Diagramação

Dario Claros Mercado

Centro de Informação e Biblioteca em Educação (CIBEC) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

L614 Ler e escrever para aprender : na trajetória convivência / Organizadores Liége Deolinda Westermann ... [et al.]. – Porto Alegre : UFRGS, 2020. – (Coleção Trajetórias criativas : jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental : uma proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia ; caderno 10)

ISBN 978-65-86232-18-9 (on-line)

1. Distorção idade-série. 2. Currículo. 3. Ensino fundamental. 4. Educação básica. 5. Práticas pedagógicas. I. Westermann, Liége Deolinda. II. Série.

CDU 373.3 Sheila Irribarem de Mello Bott – CRB 10/2438

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1ª EDIÇÃO

Uma proposta metodológica que promove

autoria, criação, protagonismo e autonomia.

CADERNO

10 LER E ESCREVER

PARA APRENDER

na Trajetória Convivência

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Pró-Reitoria de Extensão

Colégio de Aplicação

ORGANIZADORES

Liége Deolinda Westermann; Henry Daniel Lorencena Souza; Rosália Procasko Lacerda; Lígia Beatriz Goulart; Rosane Nunes Garcia e Simone Rocha da Conceição.

Porto Alegre, 2020

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Introdução

Caro professor,

Este é um dos cadernos que compõe a série LER E ESCREVER PARA APRENDER NA ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA TRAJETÓRIAS CRIATIVAS. Nele você vai encontrar sugestões de atividades para trabalhar os três diferentes níveis de letramento indicados no caderno de apresentação da proposta2. Cada conjunto de atividades apresentadas aqui, recebe o mesmo título que está no caderno do qual derivaram, o que facilita a busca de mais informações, caso julgue necessário.

Não esqueça que as atividades podem contemplar um nível de desenvolvimento da leitura e da escrita, ou podem abarcar mais de um nível simultaneamente. Não é necessário utilizar os cadernos na sequência numérica apresentada. Você pode usá-los de acordo com o seu planejamento e no tempo que julgar adequado para os seus estudantes.

Bom trabalho!

1 O Caderno 3: Trajetória Convivências está disponível no site: www.ufrgs.br/ trajetoriascriativas/publicacoes ou no site do MEC, disponível em: https://goo.gl/v7G6Qz

2 O Caderno 8: Ler e Escrever para Aprender no Trajetórias Criativas – apresentação da proposta – está disponível no site: www.ufrgs.br/trajetoriascriativas/publicacoes.

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trajetórias criativas | 1

Pensando sobre a

convivência...

Conviver é interagir, é trocar, é colaborar, reconhecer o outro e definir limites. Por muito tempo, nossa principal forma de interação foi a oral, por meio da fala estabelecíamos a maioria de nossas relações. Hoje, a comunicação escrita e imagética está se tornando tão importante quanto a fala. No trajeto de casa até a escola é possível observar uma infinidade de mensagens, por exemplo: Quantas informações há em cartazes, placas e outdoors? E quantas são realmente lidas e compreendidas? Quantas são realmente importantes e necessárias? Em cada um dos diferentes locais que frequentamos, estabelecemos diferentes relações de convivência. Os locais públicos, como um mercado ou uma feira, são, por excelência, locais de convivência para a população da cidade. Nesses espaços, uma série de habilidades entram em jogo quando se efetivam ações tais como: promoções, negociações, pechinchas, entre outras. Essas variadas estratégias exigem domínio de diferentes linguagens, de argumentação e de clareza de ideias.

A Trajetória Convivência apresenta um conjunto de propostas que considera o uso das linguagens em diferentes espaços públicos (feiras, mercados), frequentados pelos estudantes. Isso produz interação e reflexão sobre variados temas, como a alimentação, o mundo do trabalho e as relações de consumo, as diferentes experiências culturais dos indivíduos, problematizados no processo de convivência.

As possibilidades que a convivência oferece requerem variadas manifestações orais e escritas. Isto favorece explorar diferentes ações de letramento, em que a leitura e a escrita são fundamentais para a compreensão de contextos distintos. Nesta Trajetória, os estudantes podem identificar muitos espaços de comunicação. Uma feira ou um mercado podem proporcionar ricas experiências para manifestações orais e escritas. Que tal abordar com os estudantes a adequação da língua em seus diferentes contextos? Será que uma expressão classificada como “errada” está realmente “errada”? Quais são as diferentes formas de expressão que os estudantes utilizam? Há algumas que lhes sejam únicas?

vamos pensar...

Estes contextos diversos podem ser, inclusive, relacionados a diferentes idiomas. Que tal utilizar os cartazes abaixo para explorar os falsos cognatos da língua espanhola?

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trajetórias criativas | 2

A língua tem sua diversidade e todo falante é plurilíngue na sua própria língua: o tratamento formal, o uso literário, a linguagem informal, a língua das redes sociais, etc. Nem sempre falamos ou escrevemos do mesmo jeito. Tudo dependerá de quem é nosso interlocutor: um amigo, um desconhecido, um familiar próximo, um vizinho, uma autoridade, etc. Da mesma forma, nesta trajetória, é possível lidar com múltiplos registros, explorando os meios usados pelos falantes para identificar esses diferentes aspectos.

Então...mãos à obra!

Atividade desencadeadora

Hoje é dia de feira!

Na atividade desencadeadora3 da Trajetória Convivência, “Hoje

é dia de feira!”4, propomos, previamente, que se explore com os estudantes o que entendem pela palavra “feira”. Posteriormente, em uma saída a campo, a um mercado ou feira, solicite que os estudantes coletem palavras desconhecidas e construam uma lista contendo os respectivos significados. Estipule uma meta de dez palavras que deverão ser registradas por escrito. Esta atividade deve ser individual, pois tem o objetivo de avaliar aspectos particulares dos estudantes quanto à percepção, à atenção e ao conhecimento prévio.

Outra ação pedagógica a partir dessa saída a campo, pode concentrar-se nas promoções ou ofertas. Os estudantes podem concentrar-selecionar e registrar as promoções disponíveis na feira. Para tornar a atividade mais complexa, solicite que narrem suas experiências relacionadas a momentos como esses, registrando as diferentes formas como cada banca da feira promove seus produtos. As promoções são espaços que oportunizam muitas reflexões. Em matemática, por exemplo, é possível trabalhar com os estudantes operações matemáticas a partir da comparação de preços: existem promoções diferentes para os mesmos produtos? Como decidir qual a melhor oferta? Como essas ofertas estão registradas no espaço da feira?

3 Atividades Desencadeadoras são estratégias de ação que dão início a diferentes possi-bilidades de trabalho integrado entre áreas de conhecimento ou componentes curricu-lares de Educação Básica.

4 Ver caderno Trajetória Convivência

sujestão de

imagens

Pesquise imagens de diferentes interlocutores:

• Ambiente de lazer • Crianças brincando • Ambiente de trabalho • Em casa

Para auxiliar na realização da atividade, o professor pode propor uma série de questionamentos que facilitem as produções textuais solicitadas:

Você já foi a uma feira? Quais produtos são encontrados nas feiras? Qual o valor de cada produto em promoção? Qual é o preço do quilograma dos produtos? Para que serve uma promoção? É realmente boa essa promoção? Qual a diferença nos preços das feiras em relação aos de outros estabelecimentos? Que diferenças há entre ir à feira e ir ao supermercado? Por quê? Quais estratégias são usadas na feira para anunciar os produtos? Há produtos e objetos que podem ter mais de um nome na feira? Quais itens vendidos

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Posteriormente, em duplas, você pode orientar os estudantes a realizarem uma simulação. Um deles assumirá o papel de vendedor e o outro de freguês. O cliente deverá pechinchar o preço de um produto, argumentando com a intenção de fazer um bom negócio. O registro do diálogo deverá ser feito, primeiramente, por escrito, e depois cada dupla terá que representar a cena para a turma. Antes da apresentação oral, o professor acompanha o trabalho dos estudantes, verificando as dificuldades encontradas e a argumentação criada em cada contexto simulado, sempre fazendo intervenções.

Atividade derivada

Cestas básicas

Na atividade interdisciplinar5 “Cestas básicas”, solicite aos estudantes que façam um levantamento dos alimentos mais consumidos em suas casas. Os estudantes devem elaborar uma lista com a relação desses produtos. A partir dessa lista, é possível verificar os tipos de comidas que podem ser preparados e montar o cardápio da semana.

Utilizando-se dos alimentos da lista, cada estudante deverá apresentar uma receita, indicando a quantidade de ingredientes necessários para o preparo, bem como as orientações para sua elaboração. Posteriormente, selecione receitas de outras regiões brasileiras, de preferência de pratos típicos, e verifique se os estudantes conhecem os ingredientes que ali são mencionados. É possível explorar, além do léxico, as unidades de medida dos diferentes alimentos: dúzia, quilograma, litros, xícaras, colheres, etc.

Levando-se em consideração o desenvolvimento da capacidade de ler e escrever com a linguagem matemática, nesta atividade poderiam ser explorados, também, os significados dessas unidades de medidas em diferentes contextos, com base na visita à feira ou ao supermercado. Os estudantes poderiam, em um primeiro momento, trabalhar com objetos, líquidos, ingredientes que possam ser medidos, pesados, quantificados, utilizando as diferentes unidades de medidas. Também

5 Atividades Interdisciplinares são as que possibilitam abordar um ou vários assuntos a partir do olhar de duas ou mais disciplinas, para examinar possíveis interconexões, as-pectos complementares e convergências, ou ainda, estudá-los a partir do método de uma das disciplinas aplicada à outra.

uma dica

Para Bichibichi (s/a, p.02 ) “A argumentação é o desenvolvimento de um raciocínio com o fim de defender ou repudiar uma tese ou ponto de vista, para convencer um oponente, um interlocutor circunstancial ou a nós próprios”. BICHIBICHI, Maria Amélia Santana. A

argumentação em textos orais e escritos. Disponível em: https://goo.gl/FS5aWa

saiba

Léxico: conjunto de palavras que existem em uma língua.

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seria possível trabalhar com estimativas, proporções e até mesmo frações envolvendo os alimentos.

Numa segunda etapa, a partir da construção da cesta básica ideal, peça aos estudantes que calculem a relação entre o salário mínimo e o valor dos mantimentos necessários para a alimentação de uma família. Por exemplo, qual é a quantidade de arroz e feijão necessários para alimentar quatro pessoas? Quantos quilosgramas por mês desses itens seriam necessários comprar? Quanto dinheiro será necessário para garantir essa compra? A mesma relação pode ser solicitada a partir do preço do quilograma da carne, do café, do açúcar, etc. Como última etapa, e considerando que já há uma ideia sobre o que é uma refeição ideal, é possível solicitar aos estudantes que elaborem uma lista de alimentos que gostariam ou deveriam consumir.

O que você acha?

Atividade derivada

História, memória e narrativa

Uma atividade interdisciplinar que a Trajetória Convivência sugere chama-se “História, memória e narrativa”. Nesta proposta, os estudantes podem fazer o levantamento das profissões encontradas em um mercado ou feira. Eles podem fazer a lista de profissões e pesquisar sobre a formação necessária para atuar nesses campos: cursos existentes, ferramentas de trabalho, remuneração, etc.

Depois de analisar esses dados, os estudantes podem fazer o levantamento dos produtos que passam por processos industriais, analisando também quais profissionais foram necessários para que esses produtos chegassem até o consumidor. É possível verificar, em rótulos de diferentes produtos, a procedência de origem e onde foram industrializados. A proposta é que os estudantes percebam as etapas do processo produtivo e conheçam atividades profissionais de cada segmento.

Finalmente, mãos à obra!

vamos pensar...

O que é uma cesta básica ideal? Seria interessante discutir com os estudantes sobre os hábitos alimentares e as necessidades diárias de nutrientes. Que tal pensar com os estudantes:

O que é necessário para que suas refeições sejam mais saudáveis? Quanto precisamos ganhar por mês para garantir essa alimentação? Existem alternativas para encontrar alimentos saudáveis e mais baratos? Que alimentos poderiam ser substituídos no cardápio? Em nossas famílias, existe a preocu-pação com a qualidade da alimentação que é consumida?

Uma outra sugestão de trabalho poderia ser utilizar o guia alimentar disponível no site do Ministério da Saúde. No início do documento existe um teste que auxilia pessoas de 20 a 60 anos de identidade a verificarem se o tipo de alimentação que consomem é saudável ou não. Este material poderia servir para os estudantes entrevistarem seus familiares ou também utilizar o guia na íntegra como fonte de pesquisa para diferentes informações que possam surgir ao se trabalhar com a temática alimentação e nutrição.

Disponível em: https://goo.gl/ho2Bjz

O professor tem a oportunidade de, por exemplo, propor (nível 1) que os estudantes representam graficamente a frequência de pessoas em cada profissão encontrada (gráfico de colunas). Após, (nível 2) com base nas remunerações pesquisadas, pode-se propor aos estudantes que estabeleçam relações entre a quantidade de profissionais e as remunerações investigadas.

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Em uma última etapa e em grupos de até quatro pessoas, os estudantes elaboram o projeto de criação de uma pequena fábrica de alimentos. Cada grupo define qual é o seu produto. A partir daí referem: quais são as matérias primas para a fabricação do produto, onde será vendido esse alimento, qual a produção mensal esperada, quais quantidades dos produtos serão necessárias para a produção, quais equipamentos são necessários para efetivar a produção, quais os cuidados de higiene requeridos na fábrica. É possível pensar, também, se esse produto poderia ser um sucesso de vendas ou não.

Ao simularem diferentes situações relacionadas à fabricação do produto, os estudantes podem verificar os custos mensais ou anuais para a compra da matéria-prima e fazer estimativas dos preços de venda para que possam obter lucro.

Não esqueça, professor: É importante que todas essas etapas estejam registradas no projeto, incluindo o nome da marca e um layout da embalagem.

Atividade derivada

Corpo em ação

Na atividade disciplinar6 intitulada “Corpo em ação”, os professores de Educação Física podem solicitar que os estudantes escrevam as regras de um jogo. Eles devem criar as regras, certificando-se de que seu texto seja compreensível para os colegas. A partir dessa interação, os estudantes fazem ajustes em seu texto até alcançarem a redação ideal, ou seja, aquela que vai ser compreendida por seus interlocutores, os quais serão os participantes do jogo.

O professor pode ajudar o estudante a escolher a forma de escrita para descrever as regras do jogo criado. Para tanto, seria interessante exemplificar essa escrita com manuais de instrução sobre recomendações de uso de algum equipamento ou de guias de orientação para uma vida saudável, etc. É importante ter presente os objetivos e o público a que se destina o texto a ser elaborado.

6 Atividades Disciplinares são as que possibilitam abordar um ou vários assuntos a partir do escopo teórico e prático de uma área de conhecimento ou de um componente cur-ricular.

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Você, professor, pode tornar a atividade ainda mais complexa. Faça um levantamento, entre os estudantes, dos jogos que eles conhecem (podem ser jogos de mesa, brincadeiras ou esportes). Peça que escrevam as regras, explicando-as de acordo com a forma que jogam. Em um segundo momento, solicite que criem novas regras para esses mesmos jogos. Inclua, por exemplo, novas regras para torná-lo mais interessante, ou estabeleça outros níveis de dificuldade.

Ah! E não esqueça de reservar um tempo para que possam colocar em prática esses jogos e as novas regras elaboradas!

Atividade derivada

A festa de Babette

A atividade “Festa de Babette” é uma excelente sugestão que a trajetória Convivência apresenta para explorar projetos de investigação7. É possível aproveitar as experiências prévias dos estudantes, bem como suas vivências familiares. Uma forma de explorar tais experimentações anteriores é pedir aos estudantes que tragam receitas caseiras de bolos, biscoitos ou outros alimentos produzidos por integrantes de sua família. É importante que sejam enumerados os ingredientes, bem como as quantidades necessárias.

Veja, professor, que momento divertido e saboroso resultará desse compartilhamento!

Outra possibilidade é a distribuição de diferentes receitas. Para isso, certifique-se que sejam pratos típicos de diferentes regiões do Brasil. Discuta com os estudantes o componente cultural que os alimentos carregam e sua relação com a economia local.

Pode ser interessante também elaborar um mapa culinário identificando os estados através de sua culinária. Posteriormente, os estudantes podem fazer o levantamento dos alimentos produzidos em cada estado/região, destacando os mais significativos. Esta seria

7 Nos cadernos anteriormente produzidos por nossa equipe, utilizamos o termo Inicia-ção Científica para denominar a concepInicia-ção de aprendizagem, na qual os estudantes realizam sua pesquisa a partir de questões por eles mesmos elaboradas a partir de sua curiosidade e/ou interesse. Neste caderno, utilizaremos o termo projeto de investiga-ção para designar essa ainvestiga-ção pedagógica.

Alguns questionamentos também podem ajudar nas reflexões: a informação sobre a produção de alimentos da região tem alguma relação com os pratos típicos do local? Seria mais difícil preparar um prato típico fora de sua região de origem?

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uma possibilidade de trabalho que permite estabelecer relações entre a geografia e questões culturais da alimentação e nutrição.

Para finalizar esta proposta, explore com os estudantes as sensações que os alimentos podem despertar nas pessoas. Alguns cheiros, por exemplo, podem nos trazer lembranças: o molho da vovó, o café feito pela tia, o tempero da mãe. Pensando nisso, ofereça, professor, diversas imagens de alimentos, incluindo os fast foods tradicionais e pratos exóticos de outros países. Cada estudante poderá escolher duas imagens, descrevendo como seria seu sabor. Há possibilidade de escolherem alimentos conhecidos, por exemplo: como você descreveria o sabor da laranja? E o sabor de um hambúrguer com mostarda? Os textos devem ter argumentos suficientes para justificar a escolha do alimento e convencer o interlocutor sobre sua qualidade. Será uma atividade bem animada para seus estudantes!

Ação integradora

Mundos do trabalho

A partir da ação integradora8 “Mundos do trabalho”, é possível fazer um levantamento entre os estudantes sobre as profissões que eles conhecem. Você poderá se surpreender com as ideias dos adolescentes, pois há muitas atividades profissionais no mundo contemporâneo. Posteriormente, peça que façam uma relação de ferramentas que cada profissão necessita ao ser exercida.

Depois de feita essa relação, complexifique um pouco mais a proposta, perguntando quantas ferramentas podem ser usadas por mais de uma profissão. Veja, professor, que esta atividade objetiva trabalhar a noção de conjuntos, agrupando diferentes categorias de objetos e sua relação com diversos tipos de profissões.

Em um segundo momento, pode-se lançar aos estudantes a seguinte pergunta: quais profissões você acredita que desaparecerão no futuro? Explore as justificativas dos estudantes e as razões de seus argumentos: motivos tecnológicos, motivos sociais, motivos econômicos, motivos práticos, etc. Eles conhecem profissões que não existem mais? Peça

8 As ações integradoras são as que possibilitam realizar diferentes abordagens de um mesmo assunto sob diversos pontos de vista, sejam esses de uma mesma área de co-nhecimento ou de várias

vamos pensar...

As comidas também podem comunicar. Um bom cheiro indica o quê? E se o cheiro não é bom? Tudo o que se come tem cheiro? Como a aparência dos alimentos pode despertar nosso apetite?

uma dica

Essa é uma atividade de nível 1.

uma dica

Por exemplo: um marceneiro precisa de serrote, martelo e pregos; um cozinheiro precisa de um fogão, panelas e utensílios.

importante!

Pensando em ler e escrever para aprender em matemática, considere a proposta de agrupamentos por categorias e os conjuntos possíveis de serem compostos. Proponha que os estudantes representem graficamente os conjuntos, as intersecções, etc. Esses podem ser exemplos de atividades pedagógicas relacionadas à matemática do nível 2.

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que investiguem que atividades profissionais deixaram de existir com o tempo. Esse momento, caro professor, será muito importante para que os jovens antecipem ideias, fazendo projeções e imaginando possibilidades a partir do que já conhecem.

Para ir mais a fundo na temática, bem como ampliar as possibilidades de pensar, considere a questão: existem profissões invisíveis? Essa pergunta pode gerar dúvidas. Então, seria interessante promover um debate sobre invisibilidade de pessoas que realizam alguns tipos de serviços. Por exemplo: quem limpa as ruas? Quem recolhe o lixo? Quem coloca os outdoors? Quem são as pessoas que exercem essas atividades? Como essas profissões poderiam ser mais valorizadas? Como você se sentiria realizando uma dessas atividades? Solicite aos estudantes que façam uma investigação sobre o tema. Nesse momento, é possível que os jovens coletem opiniões informalmente na turma ou, ainda, que realizem entrevistas com profissionais.

Atividade derivada

Você tem fome de quê?

Na outra ação integradora “Você tem fome de quê?”, você pode trabalhar com os estudantes a importância das refeições diárias. Na sequência, peça que eles relacionem quais alimentos fazem parte do café da manhã, do almoço, do café da tarde e da merenda. O que pode acontecer se misturarmos esses alimentos ou se trocarmos a ordem dessas refeições? Para registrar essa discussão, elabore um grande painel para os estudantes escreverem os alimentos mais comuns da sua dieta diária. Estabeleça um paralelo entre o que eles consomem e o que eles gostariam de consumir. Depois aborde temas relacionados à alimentação saudável e práticas para viver melhor. Não esqueça: vários componentes curriculares podem participar dessa proposta já que se trata de uma ação integradora.

Em função do processo de investigação realizado sobre alimentação, os estudantes já são quase especialistas no assunto. Dessa forma, aproveite para solicitar um levantamento sobre os hábitos alimentares dos colegas, propondo aos adolescentes que elaborem um questionário, o qual sirva de instrumento para a coleta das informações.

uma dica

Essa proposta exemplifica uma atividade pedagógica do nível 2 ou 3, dependendo da forma como é feita a mediação do professor.

É possível, também, pesquisar sobre como era a dieta diária das pessoas no passado e quais eram os horários das refeições, estabelecendo relações com as atuais e com os estilos de vida e as exigências alimentares conforme os tipos de trabalho. Essa pode ser uma proposta de nível 2 ou 3 dependendo do planejamento do professor.

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É importante, professor, não deixar de fazer o planejamento junto com os estudantes para executar a atividade: quantas entrevistas

serão feitas e quais estudantes responderão às questões. Oriente a turma sobre a equivalência entre homens e mulheres e como os dados podem ser apresentados: relatório, registrando os resultados

expressos em percentuais, analisando e sugerindo alternativas para melhorar a qualidade das refeições.

Vamos brincar com a música “Comida”, dos Titãs? Para realizar a atividade será necessário trabalhar com os estudantes o que é uma paráfrase e o que é uma paródia. Após a exploração do tema, os adolescentes já terão condições de realizar uma paródia. A partir da letra da música, os estudantes vão criar novas opções, podendo variar as estruturas linguísticas ou o vocabulário.

você sabia

A entrevista é uma técnica de coleta de informações onde o pesquisador faz as perguntas oralmente e registra as respostas do entrevistado através , de diferentes recursos (filmagem, gravação de voz, escrita). Conforme Laville (1999, p. 187), uma das van-tagens de aplicar entrevistas, ao invés de questionários, é que “oferece maior amplitude quanto à sua organização: esta não estando mais irremediavelmente presa a um documento entregue a cada um dos interrogados, os entrevistadores permitem-se, muitas vezes, explicitar algumas questões no curso das

entre-vistas, reformulá-las para atender às necessidades do entrevistado”. LAVILLE, Christian. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em Ciências Humanas. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

importante!

Em termos acadêmicos, o relatório se constitui em um documento que normalmente é composto pelas seguintes seções: folha de rosto; sumário; resumo; corpo do documento; referências; apêndices (SAMPIERI et al., 2013). Pensando em um contexto de jovens de 15 a 17 anos que ainda estão no ensino Continua na página 10 >>

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fundamental e apresentam, muitas vezes, dificuldade escrita, é importante considerar como se dará a construção de documentos mais estruturados, que não necessariamente sejam similares a modelos preestabelecidos. Algumas combinações gerais podem ser feitas com a turma, em acordo com a realidade dos estudantes, permitindo que os documentos a serem produzidos tenham significado no contexto do qual as atividades sejam desenvolvidas. SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, María del Pilar Baptista. Metodologia de Pesquisa. 5 eds. Porto Alegre: Penso, 2013.

Em relação à apresentação dos resultados das entrevistas, além de destacar os percentuais, podem ser sugeridos conceitos estatísticos, tais como moda e média, e a construção de gráficos de colunas ou setores (“pizza”).

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Referências

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