Autoimunidade e Doenças Auto-imunes:
Bases Moleculares, Imunológicas e
Diagnóstico
Prof. Vanessa Carregaro
Departamento de Bioquímica e Imunologia
FMRP-USP
“.. HORROR AUTOTOXICUS ..”
PAUL EHRLICH
(*14/03/1854 - † 20/08/1915)
1908 - PRÊMIO NOBEL EM FISIOLOGIA OU
MEDICINA
“
in recognition of their work on immunity
”
Doenças
Autoimunes
Base Genética da Autoimunidade
Doença Celíaca
• Doença crônica da parte superior do intestino
delgado
• Causada pela ingestão de glúten (complexo proteico
presente no trigo, aveia e cevada)
• Fatores genéticos:
Alelo HLA-DQ2 do MHC de classe II 95% do
pacientes
Caractarísticas Clínicas da DC
•
Atrofia vilosa,
•
Hiperplasia de
cripta,
•
Má absorção de
alimentos,
•
Diarréia crônica,
•
Distensão
abdominal,
•
Perda de peso,
•
Déficit de
crescimento
Normal
Doença
Celíaca
Fatores genéticos DC: HLA
Células TCD4 específicas para Glúten
Base Genética da Autoimunidade
Base Genética da Autoimunidade
Papel das Infecções no Desenvolvimento da
Autoimunidade
Mediada por Anticorpos
CÉLULAS OU TECIDOS
Doença de Graves
Antígeno alvo: receptor para
TSH
Mecanismo
da
doença:
Anticorpos ligam-se ao R-TSH e
estimulam
sinalização
intracelular
Manifestações
clínicas:
Hipertireoidismo
Diagnóstico da Doença de Graves
•Visível aumento da tireóide;
•TSH, T3 e T4 livre;
• Ingestão de iodo radioativo;
• Imunoglobulina estimulante da tireoide (TSI)
• Anticorpos antiperoxidase tireoidiana (TPO)
• Anticorpos antirreceptores de TSH
Miastenia Grave
Antígeno alvo: cadeia
do receptor da
nicotínico de acetilcolina que é expresso nas
células musculares em junções esqueléticas
neuromusculares
Mecanismo da doença:
Anticorpos bloqueiam o receptor de
acetilcolina, impedindo a ligação do
neurotransmissor e a transmissão
neuromuscular
Anticorpos direcionam a internalização e
degradação intracelualr dos receptores
Manifestações clínicas: Fraqueza muscular
progressiva e paralisia. Pode levar à morte
Diagnóstico da Miastenia Grave
•
Aspectos clínicos;
•Eletromiografia;
•anticorpos anti-RACh
Lupus Eritematoso Sistêmico
•Sistêmica, mediada por anticorpos •1 em cada 700 mulheres (20-60 anos) •Anticorpos Anti-DNA e nucleoproteínas 10:1 (M/H)
• Defeito no clearance de células apoptóticas e imunocomplexos; • Ativação policlonal de linfócitos B;
• Produção de auto- anticorpos.
GLOMERULONEFRITE
ERUPÇÕES NA PELE (ASA DE BORBOLETA)
Manifestações clínicas do Lupus
Voltarelli JC. Imunologia Clínica na Prática Médica. Ed Atheneu, 2008
• Comprometimento cutâneo: lesão em asa de Borboleta ou vespertílio, com localização em regiões malares e dorso do nariz.
• Lesões crônicas discóides: iniciam como pápulas eritematosas que evoluem para tornando-se espessas e aderidas.
• Artrite: .É frequente e pode levar a deformidades
articulares, como desvio ulnar dos dedos e os dedos em pescoço de cisne.
• Comprometimento hematológico: A leucopenia e a linfopenia são
referidas em mais de 50% dos casos. Em alguns casos há ocorrência de plaquetopenia.
• Comprometimento renal: cerca de 10% dos pacientes com nefrite lúpica evoluem para insuficiência renal terminal.
• Comprometimento pulmonar: Febre, dispnéia e tosse, com ou sem cianose ou escarro hemoptóico podem ocorrer na pneumonite aguda lúpica.
• Vasculites: costume comprometer artérias de pequeno calibre ou de médio calibre ocasionando úlceras isquêmicas profundas ou necroses de polpas digitais.
• Hepatomegalia e esplenomegalia é descrita em 10-30% e 20% dos casos, respectivamente.
• Comprometimento do SNC e periférico: estado confusional agudo, psicose, cefaléia, mielopatia, convulsões e
polirradiculo-neuropatia aguda inflamatória desmielinizante (Síndrome de Giullain-Barré) .
Imunopatogenia da AR
Terapia
Anti CD-20,
CTLA-4, IL-6
Quebra de tolerância:
Deficiência de células CD4
+
CD39
+
em pacientes
Artríticos não responsivos ao MTX (UR-MTX)
Comprometimento da atividade ATPase de
células CD4
+
CD39
+
de pacientes UR-MTX
Psoríase
Sabat R, Philipp S, Höflich C, Kreutzer S, Wallace E, Asadullah K, Volk HD, Sterry W, Wolk K. Exp Dermatol. 2007 Oct;16(10):779-98.
CD3
CD8
Terapia: Imunobiológicos
Frank O. Nestle, M.D., Daniel H. Kaplan, M.D., Ph.D., and Jonathan Barker, M.D.
Imunobiológicos para doenças não
reumáticas
Diabetes Mellitus do tipo 1
Órgão específica, células Th1 e CD8
+
•
Insulina •
Mais prevalente em Crianças •
C
EGUEIRA
,
NEFROPATIA
,
VASCULOPATIA
Imunopatogenia na Diabetes do tipo I
1)
Órgão Alvo:
Pâncreas
endócrino
2)
Linfonodos
pancreáticos
3)
“Homing” para
as ilhotas
Diagnóstico da Diabetes do tipo I
•verificação das alterações da glicose no sangue em
jejum e após ingestão de grandes doses de açúcar
em dois dias diferentes (curva glicêmica)
Esclerose Múltipla
Sistema Nervoso Central
Doença inflamatória crônica
Imunopatogênese da Esclerose Múltipla
Diagnóstico da EM
1. A observação dos sinais clinicos
3. O exame do LCR (Líquido cefalorraquidiano)
por punção lombar
Manifestações clínicas da autoimunidade