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XVI CONVENÇÃO DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL 13 a 15 de setembro de 2017 Gramado-RS

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XVI CONVENÇÃO DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL 13 a 15 de setembro de 2017 – Gramado-RS

ÁREA TEMÁTICA 1 – CONTABILIDADE HARMONIZADA ÀS NORMAS INTERNACIONAIS

DISCLOSURE DOS ATIVOS INTANGÍVEIS EM EMPRESAS LISTADAS NO

NOVO MERCADO DA BM&FBovespa

ROSELAINE FILIPIN – CRCRS nº 70.038

MARIA MARGARETE BACCIN BRIZOLLA – CRCRS nº 59.206 ANA CAROLINE MARQUES DE ANDRADES

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Disclosure dos Ativos Intangíveis em Empresas Listadas no Novo Mercado da

BM&FBovespa

O ativo intangível pode representar um diferencial no patrimônio das organizações, o que torna importante sua divulgação, com transparência e confiabilidade, de maneira que atenda os pressupostos estabelecidos pela NBC TG 04. Neste sentido, este estudo teve como objetivo identificar o comportamento das empresas listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa, quanto a evidenciação dos ativos intangíveis segundo a NBC TG 04 em suas demonstrações contábeis. A pesquisa caracterizou-se como aplicada, quantitativa, descritiva e documental, por meio de consulta ao Balanço Patrimonial e notas explicativas no ano de 2015 em empresas listadas no Novo Mercado disponíveis no site da BM&FBovepa. Para tal, foi utilizado um checklist, a partir da identificação dos critérios obrigatórios de divulgação para os ativos intangíveis prescritos pela NBC TG 04. A amostra compreendeu 55 empresas de dez setores econômicos do segmento novo mercado da BM&FBovespa. Contatou-se que a partir do checklist, que nenhum dos itens abrangidos pela referida norma, foi divulgado em sua totalidade pelas empresas analisadas. As informações sobre valor contábil bruto por classe de intangível no início e no final do período foi o item mais divulgado pelas empresas analisadas, sendo divulgado por 51 das 55, somente quatro empresas deixaram de divulgar.

Palavras-Chave: Ativos Intangíveis. Evidenciação. NBC TG 04.

Área Temática: Contabilidade Harmonizada às Normas Internacionais 1 INTRODUÇÃO

Os ativos intangíveis passam a ser um diferencial para as empresas, devido a sua complexidade de reconhecimento e o valor que geram, pois trata-se de bens relativos, as marcas, capital intelectual (SCHMIDT; SANTOS, 2003; 2009; MOURA; VARELLA, 2014). Sendo o intangível um diferencial do patrimônio da organização, torna-se importante sua divulgação, com transparência e confiabilidade, de maneira que atenda os pressupostos estabelecidos pela NBC TG 04.

Estudos realizados por Lopes, Alves, Silva Filho, Monteiro, Lagioia e Cordeiro (2014), constatou que no Brasil, a busca pela harmonização contábil foi iniciada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 1990 elaborando um anteprojeto de lei que visava alterações a Legislação Societária Brasileira em vigor, propondo conceitos utilizados e discutidos em mercados internacionais de países desenvolvidos.

Conforme Lima, Teles, Bornia e Frazzon (2014), verificou-se que com a adoção do Brasil às normas internacionais de contabilidade, a divulgação do CPC 04 cujo objetivo é definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis e, principalmente com a promulgação da Lei 11.638/07, que alterou a Lei das Sociedades por Ação (Lei 6.404/76) disciplinando a existência legal dos ativos intangíveis, estes bens ganham destaque no cenário nacional. O aumento da materialidade dos valores dos ativos intangíveis, na composição do patrimônio líquido das empresas, dado o processo de internacionalização das normas dificulta a mensuração de tais ativos (SCHMIDT; SANTOS, 2003).

A maioria dos ativos intangíveis pode ser de difícil identificação, o que se torna um problema, pois muitas empresas não o reconhecem como ativos, gerando assim preocupações com a confiabilidade das demonstrações financeiras. A dificuldade de mensuração desses

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ativos, visto que parte do pressuposto de avaliação do profissional, pois o mesmo não é tangível e a Lei restringe o seu uso.

A complexidade da identificação e mensuração dos ativos intangíveis culmina na necessidade de evidenciação de informações atinentes aos critérios utilizados, bem como nos prazos de amortização, quando existentes, dentre outros aspectos (MENESES; PONTE; MAPURANGA, 2011). Nesse contexto cabe a seguinte questão de pesquisa: Qual o comportamento das empresas listadas na BM&FBovespa, quanto a evidenciação dos ativos intangíveis segundo a NBC TG 04 em suas demonstrações contábeis? Para tanto, o estudo teve como objetivo identificar o comportamento das empresas listadas na BM&FBovespa, quanto a evidenciação dos ativos intangíveis segundo a NBC TG 04 em suas demonstrações contábeis.

No estudo realizado de Meneses et al. (2011) é apresentado a importância de identificação dos ativos intangíveis devido à complexidade da identificação e mensuração dos ativos intangíveis, assim, culmina na necessidade de evidenciação de informações atinentes aos critérios utilizados, bem como nos prazos de amortização, quando existentes, dentre outros aspectos.

Avelino, Pinheiro e Lamounier (2012) apresentaram um índice de evidenciação de informações compulsórias sobre ativos intangíveis de empresas listadas no Ibovespa, referente ao exercício de 2010, observando os critérios de reconhecimento, mensuração e registro destes ativos conforme especificações do CPC 04 (R3), verificaram a existência da relação entre o índice e o tamanho das empresas, o setor e a quantidade de anos de constituição das companhias, nenhuma das companhias analisadas cumpriu integralmente o que é determinado pelo CPC 04 (R3) em termos de evidenciação compulsória, constataram que existe relação entre os índices de evidenciação e a variável independente tamanho, relação esta não verificada quando se analisa os anos de constituição das empresas.

Para Moura e Varela (2014), ainda há necessidade de estudos que verifiquem se as empresas brasileiras estão evidenciando todas as informações determinadas pelo CPC 04, as quais envolvem critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação referentes aos intangíveis. Neste sentido este estudo se justifica, em razão de identificar o comportamento das empresas que compõe a amostra quanto a evidenciação dos ativos intangíveis segundo a NBC TG 04 em suas demonstrações contábeis.

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 TEORIA DA EVIDENCIAÇÃO

A evidenciação ou disclosure termo na língua inglesa são outras informações complementares adicionadas as demonstrações, no sentido de enriquecer os relatórios e evitar que os mesmos se tornem enganosos (IUDÍCIBUS, 2010). Nesse sentido Iudícibus (2010) destaca que as informações devem ser mencionadas com a intenção de auxiliar o usuário das informações contábeis a entendê-las melhor, visando a apresentar esclarecimentos necessários aos usuários.

Conforme Avelino, Pinheiro e Lamounier. (2012) a evidenciação pode ser entendida como um elemento de transparência para o gerenciamento das empresas, visto que a evidenciação de informações é imprescindível para que os usuários externos conheçam a real situação econômica e financeira, bem com informações relacionadas à transparência e demais ações realizadas pelas organizações que influenciam na situação econômica e financeira e se certifiquem de que tais organizações operam dentro dos limites considerados aceitáveis pela legislação, reduzindo, inclusive, a possibilidade de irregularidades e fraudes.

Segundo Iudícibus, Martins, Gelbcke e Santos (2013, p. 155), “para se atingir o objetivo de possibilitar aos usuários a avaliação da natureza e da extensão dos riscos oriundos

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dos instrumentos financeiros, a entidade deve realizar uma serie de evidenciações qualitativas e quantitativas”. O Pronunciamento Técnico CPC 40 Instrumentos Financeiros – Evidenciação, exige que as entidades divulguem informações suficientes para que os usuários possam avaliar: (i) a importância dos instrumentos financeiros na posição patrimonial e a performance da entidade; e (ii) a natureza e a extensão dos riscos oriundos das operações com instrumentos financeiros e a respeito da maneira pela qual a entidade administra estes riscos (IUDÍCIBUS et al. 2013).

Meneses et al. (2011) ressaltam que a preocupação com o disclosure dessas informações, por parte dos órgãos reguladores, cresceu a partir de 2005, no sentido de tornar evidentes os ativos intangíveis registrados pelas empresas, de maneira que, acatando o Pronunciamento NPC nº 27 do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) acerca da apresentação e divulgação das demonstrações contábeis, a CVM, por meio da Deliberação nº 488, passou a exigir que esse elemento patrimonial fosse evidenciado separadamente.

A determinação de natureza e extensão no processo de evidenciação de informações, conforme Aquino e Santana (1992, p. 10) “também estão relacionados com a forma em que são estabelecidos os princípios e práticas contábeis. Se decorrentes de exigências legais, se por consenso de organismos profissionais, pressões dos usuários, ou por um misto desses fatores”. Avelino, Pinheiro e Lamounier (2012) salientam que as informações das evidenciações devem ser úteis aos usuários das informações contábeis, de modo que influenciem na tomada de decisões.

2.2 ATIVO INTANGIVEL

A aprovação da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), e da Lei no 6.385/76, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Trouxe alterações e introdução de novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações, cujo principal objetivo é a alteração das regras contábeis, de modo a atender o processo de harmonização contábil, em que a contabilidade passa a ser internacionalizada. Alterações no processo de mensuração e reconhecimento de fatos e atos contábeis, e a criação de novos grupos de contas. Dentre as alterações, foi criado o grupo intangível, que passou a figurar como um ativo não circulante, assim como o realizável a longo prazo, os investimentos de longo prazo e o ativo imobilizado (IUDÍCIBUS et al. 2013).

Destaca-se que a inclusão do grupo de Intangível já era uma exigência para as companhias abertas, por força da Deliberação CVM nº 488/ 05 (IUDÍCIBUS et al. 2013). Os ativos intangíveis, não obstante desempenharem papel importante no desenvolvimento da maioria das organizações, normalmente não estão evidenciados nas demonstrações contábeis devido à dificuldade de sua mensuração (HOSS ET AL 2012, p. 4).

Conforme SCHMIDT e Santos (2009, p. 4) “O termo intangível vem do latim tanger ou do grego tango, cujo significado é tocar. Logo os bens intangíveis são os que não podem ser tocados, porque não possuem corpo físico”. O art. 179 da Lei n° 11.638/07, em seu inciso VI, determina que agora serão classificados no intangível, “os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido”.

Conforme Hoss et al. (2012, p.1), “ativos intangíveis são incorpóreos representados por bens e direitos associados a uma organização. Independentemente de estarem contabilizados, possuem valor e podem agregar vantagens competitivas, tal como é o caso de uma marca." Nesse sentido Iudícibus et al. (2013) menciona que os ativos intangíveis são um ativo como outro qualquer, que geram benefícios econômicos futuros sobre os quais uma dada entidade detém o controle e exclusividade na sua exploração. Ocorre que, diferentemente dos

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ativos tangíveis, que são visivelmente identificados, e contabilmente separados, os intangíveis por sua vez não são. Um exemplo de intangível não identificável é o ágil por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill), denominado pela lei n° 6.404/76 como fundo de comércio (art. 179, inciso VI).

A NBC TG 04 traz as definições e normas aplicáveis aos ativos intangíveis, na qual, para que seja reconhecido um ativo como intangível é necessário que atenda os pressupostos de identificação, geração de benefícios econômicos, ser controlado pela entidade. O objetivo da presente Norma é definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis que não são abrangidos especificamente em outra norma. Conforme a norma, ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física.

O item 12 da NBC TG 04 definiu que, um intangível atende ao critério de identificação quando:(a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela entidade; ou (b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Conforme a NBC TG 04, no seu item 13, “a entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefícios econômicos futuros gerados pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios.” Nesse sentido uma entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefício econômico futuros gerados pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios. Esse controle pode ter por base direitos legais. Apesar da ausência de direitos legais poder dificultar a comprovação do controle, não se tem esse ponto como determinante, pois uma entidade pode controlar um ativo de outra maneira que não pela via legal (IUDÍCIBUS et al. 2013).

Os benefícios econômicos futuros gerados por ativo intangível conforme a NBC TG 04 no item 17, podem incluir a receita da venda de produtos ou serviços, redução de custos ou outros benefícios resultantes do uso do ativo pela entidade. Por exemplo, o uso da propriedade intelectual em um processo de produção pode reduzir os custos de produção futuros em vez de aumentar as receitas futuras.

A NBC TG 04, em seu item 21, definiu que um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se: (a) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão gerados em favor da entidade; e (b) o custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade.

A probabilidade de geração de benefícios econômicos futuros de ser avaliada pela entidade conforme a NBC TG 04 no item 22, “utilizando premissas razoáveis e comprováveis que representem a melhor estimativa da administração em relação ao conjunto de condições econômicas que existirão durante a vida útil do ativo”. A NBC TG 04 em seu item 23 define que “a entidade deve utilizar seu julgamento para avaliar o grau de certeza relacionado ao fluxo de benefícios econômicos futuros atribuíveis ao uso do ativo, com base nas evidências disponíveis no momento do reconhecimento inicial, dando maior peso às evidências externas.”

O item 24 da NBC TG 04 determina que, um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente ao custo. No que se refere ao reconhecimento inicial, o ativo intangível deverá ser mensurado pelo custo. A norma define o custo como sendo o valor de caixa ou equivalentes de caixa pago ou o valor justo de qualquer outra retribuição dada (por exemplo, por meio de uma permuta de ativos) pela entidade para adquirir o ativo no momento de sua aquisição ou contrição (ERNST; YOUNG, 2010).

O custo desse intangível segundo Iudícibus et al. (2013) inclui o preço de compra e a totalidade dos gastos necessários para colocá-lo em condições de funcionamento, mas se um intangível for adquirido em uma combinação de negócio deve ser mensurado pelo valor justo

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no momento da aquisição.

Um ativo intangível pode ter vida útil definida ou indefinida. Quando o ativo tiver vida útil indefinida este não será ́ amortizado. Quando o ativo intangível tiver vida útil definida, a amortização será ́em função da vida útil estimada (PADOVEZE, 2014). O valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida está disposto, no item 97da NBC TG 04, o valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada. A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração.

A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda, de acordo com a NBC TG 31, que trata desse tema, ou, ainda, na data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro. O método de amortização utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse padrão com confiabilidade, deve ser utilizado o método linear. A despesa de amortização para cada período deve ser reconhecida no resultado, a não ser que outra norma contábil permita ou exija a sua inclusão no valor contábil de outro ativo.

Conforme Iudícibus (2013, p. 320), “em seu item 89, o CPC 04 (R3) deixa bem clara a postura a ser adotada. Se o intangível possui vida útil definida deve ser amortizado, se por outro lado, possui vida útil indefinida, deve ser objeto de teste de impairment periódicos”.

A mensuração após o reconhecimento inicial constará, de acordo com Padoveze (2014, p. 302) dos seguintes critérios “a) revisão da vida útil; b) identificação de eventual valor residual; c) amortização do ativo intangível em cima da vida útil considerada; d) provisão para desvalorização ao valor recuperável do ativo, se for o caso (impairment).” De acordo com Ernst e Young (2010), a empresa deve efetuar o teste de impairment periódicos, pelo menos anualmente para ativos intangíveis que ainda não estejam prontos para o uso ou para os de vida útil indefinida, como o goodwill.

Conforme Hoss et al (2012, p. 2) “Há inúmeros termos aplicáveis aos ativos típicos da era conhecimento, tais como ativos invisíveis, incorpóreos, capital intelectual, humano, estrutural, goodwill, super lucros.” O goodwill apresenta-se como sendo o resultado das pessoas em uma organização, que, com seus esforços direcionados para dentro da empresa, criam uma estrutura interna de conhecimento (HOSS et al, 2012). Para SCHMIDT e Santos (2009) a definição de goodwill, sua natureza, sua característica de não ser separável do negócio todo e seu tratamento contábil estão entre os temas de estudos mais difíceis e controversos da Teoria da Contabilidade.

Conforme SCHMIDT e Santos (2009) a natureza do goodwill, embora discutida a mais de um século por inúmeros estudiosos, é muito controvertida, pois o valor do goodwill está intimamente ligado a outros intangíveis não identificáveis. Alguns fatores e condições que podem contribuir para o seu surgimento são: know-how; propaganda eficiente, localização geográfica; habilidade administrativa fora dos padrões comuns; treinamento eficiente dos empregados; relações públicas favoráveis; legislação favorável; credito proeminente; condições monopolísticas; processos secretos de fabricação; fraqueza na administração dos concorrentes; clientela estabelecida, tradicional e continua; prestigio e renome no negócio; tecnologia de ponta; boas relações com empregados; e associação favorável com as outras companhias.

“No ambiente competitivo, os ativos intangíveis são a fonte de vantagens sustentáveis. A agregação de valor pode e deve ser medida propiciando condições de negociação com financiadores, além de atrair recursos de investidores” (Hoss et al. 2012, p.1). Para SCHMIDT e Santos (2009, p. 177) “À medida que se aceita o conhecimento como um novo

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fator de produção, torna-se necessário enfocar os impactos que as mudanças estão ocasionando nas organizações e a dificuldade de mensuração do capital intelectual na contabilidade”.

SCHMIDT e Santos (2009, p. 191) conceitua capital intelectual como sendo, “a diferença entre o valor de mercado das ações em circulação da entidade e o valor do ativo liquido, organizado a partir de ideias e informações coerentes, capazes de serem descritas, compartilhadas e exploradas e que tenham aplicação pratica”.

O capital intelectual e o goodwill são ativos intangíveis cuja natureza estão intimamente ligadas, e por vezes se confunde, pois dizem respeito a uma serie de ativos intangíveis não identificados, assim, grande parte dos itens que geram goodwill são os mesmos que originam o capital intelectual. A mensuração do goodwill subjetivo é obtida pela diferença entre o valor econômico total do ativo liquido e seu valor contábil, enquanto o capital intelectual é obtido pela diferença entre o valor de mercado das ações da entidade e seu valor contábil, sendo assim os valores do goodwill e do capital intelectual dificilmente serão os mesmos (SCHMIDT; SANTOS, 2009).

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

O estudo se classifica como pesquisa aplicada, de acordo com Vergara (2009, p.15), “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas mais imediatos ou não, portanto, finalidade prática”.

Dessa forma, o estudo assim classifica-se, por buscar descrever a evidenciação dos ativos intangíveis segundo a NBC TG 04.

Quanto à abordagem do problema, a tipologia utilizada nesta pesquisa foi a pesquisa quantitativa. Para Richardson (1999), a principal característica da abordagem quantitativa é a utilização da quantificação para a coleta e tratamento dos dados. Esta tipologia é sugerida para as investigações que utilizam as pesquisas descritivas (HAIR Jr. et al., 2005).

Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como descritiva. De acordo com Vergara (2009), a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza

A amostra é composta por 55 empresas, listadas no novo mercado no site da BM&Fbovespa, tendo como base a evidenciação do ativo intangível nas demonstrações contábeis do ano de 2015.

A utilização das empresas do novo mercado, foi considerado pois, segundo Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) “a listagem nesse segmento especial implica na adoção de um conjunto de regras societárias que ampliam os direitos dos acionistas, além da adoção de uma política de divulgação de informações mais transparente e abrangente.”

Conforme o quadro 1, as 55 empresas listadas no Novo Mercado foram separadas por setor, o setor de consumo cíclico é o que apresenta maior número de empresas 17, o setor de telecomunicações apenas 1 empresa.

Quadro 1: Total de empresas analisadas por setor da BM&FBovespa

SETORES N° de Empresas

Bens industriais 11

Consumo cíclico 17

Consumo não cíclico 6

Financeiro e outros 6

Materiais básicos 5

Petróleo. Gás e biocombustíveis 2

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Tecnologia da informação 2

Telecomunicações 1

Utilidade pública 2

Total 55

Fonte: elaborado pelas autoras

Para a realização deste trabalho, foi construído um checklist a partir da identificação dos critérios obrigatórios de divulgação para os ativos intangíveis prescritos pela NBC TG 04, semelhantemente aos modelos aplicados nas pesquisas de Moura e Varela (2014) e Lopes et al. (2014).

A análise e interpretação de dados consiste em explicitar de uma forma ordenada como foram buscados os dados e o que foi feito. Conforme Zamberlan, Rasia, Souza, Grison, Gagliardi, Teixeira, Drews, Paveglio, Brizolla e Allebrandt, (2014 p. 153): “as pesquisas de natureza tipicamente qualitativa geram um extenso volume de informações que precisam ser organizadas e compreendidas, requerendo assim um processo continuado em que se procura identificar dimensões, categorias, tendência, padrões, relações, desvendando-lhes o significado.”

4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados para a análise de evidenciação das informações divulgadas sobre ativos intangíveis foram retirados das demonstrações contábeis consolidadas das entidades selecionadas, tendo como base os relatórios referentes ao exercício de 2015 e respectivas notas explicativas, divulgados no site da BM&FBovespa, no segmento novo mercado. A análise das notas explicativas foi realizada por meio de leitura e busca por palavras-chave associadas aos itens do checklist, assim como Lopes et al. (2014) também fez em seus estudos. O checklist é composto por 14 quesitos, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1: CheckList Ativo Intangível das Empresas da BM&FBovespa

CheckList das Empresas

Item de Evidenciação Total Parcial divulgouNão Não se Aplica

1 - Divulgou informações sobre intangíveis separados em classes? 46 5 3 1 2 - Divulgou se os intangíveis são de vida útil definida ou indefinida? 36 13 5 1 3 - Divulgou informações sobre os prazos de vida útil ou as taxas de

amortização utilizadas? 48 3 2 2

4 - Divulgou o valor contábil bruto por classe de intangível no início e

no final do período? 51 0 3 1

5 - Divulgou o valor contábil da amortização acumulada no início e

no final do período? 49 0 4 2

6- Divulgou o valor contábil da amortização do período? 13 0 40 2 7- Divulgou os métodos de amortização utilizados para ativos

intangíveis com vida útil definida? 35 0 19 1

8- Informações sobre adições, baixas e transferências 46 2 6 1 9- Divulgou de forma separada o valor contábil das adições que foram

geradas por desenvolvimento interno e as adquiridas, bem como

as adquiridas por meio de uma combinação de negócios? 37 4 13 1 10-Divulgou o saldo da reavaliação, relacionada aos intangíveis, no

início e no final do período? 0 0 12 43

11-Divulgou informações sobre a realização ou não do teste de

impairment, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 –

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12- Divulgou o valor das provisões de perdas, reconhecidas no resultado do período, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC

01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos? 11 0 4 40 13-Divulgou o valor das reversões de perdas, reconhecidas no

resultado do período, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC

01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos? 8 0 7 40 14- Divulgou o total de gastos com pesquisa e desenvolvimento

reconhecidos como despesas no período? 13 0 41 1

Fonte: Adaptado NBC TG 04

As informações devem ser divulgadas conforme orientação da NBC TG 04. Para cada resposta a partir da evidenciação ou não em conformidade com a NBC TG 04, foi determinado que pudessem se enquadrar nos seguintes quesitos: Total, Parcial, Não divulgou e Não se Aplica. Sendo que “total” para aquelas informações das empresas que estavam em conformidade com as determinações da NBC TG 04 “parcial” para as informações que foram apresentadas parcialmente conforme as determinações da NBC TG 04, “não divulgou” para as empresas que não apresentou informações referentes ao ativo intangível e “não se aplica” quando a questão não era aplicável para determinada empresa.

No estudo realizado por Lopes et al. (2014), também foi usado a alternativa não aplicável, o qual explica que ao utilizar esta metodologia evita-se inferir que a empresa estudada apresenta uma não conformidade com os preceitos de divulgação do NBC TG 04 (R3), quando na verdade esta empresa apenas não divulgou determinado item por não ter a referida obrigação.

Na Tabela 1 apresenta-se as evidenciações de cada item da referida norma. Isto se dá conforme o checklist elaborado, considerando as informações de todas as empresas analisadas e detalhando-se a quantidade de empresas que divulgaram as informações referentes a cada um dos componentes do checklist; bem como a divulgação total, parcial, a não divulgação e os itens que não se aplicam.

Constata-se que nenhum dos itens foi divulgado em sua totalidade pelas empresas analisadas. As informações sobre valor contábil bruto por classe de intangível no início e no final do período (item 4), foram divulgadas por 51 das 55 empresas analisadas, esse item teve o maior índice de divulgação, visto que somente quatro empresas deixaram de divulgar. Os resultados apontam para o estudo de Meneses et al. (2011, p. 1) onde se constata que “as classes dos ativos intangíveis, o valor contábil e o valor amortizado, bem como os métodos e as vidas úteis são os elementos mais frequentemente divulgados pelas companhias”.

O segundo item mais divulgado foi “Divulgou informações sobre a realização ou não do teste de impairment, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01” (item 11), evidenciado nas notas explicativas de 50 das 55 empresas analisadas. As empresas informam em notas explicativas como utilizaram o teste de impairment, observando que mesmo não se apropriando das perdas, as empresas divulgam a constatação de que foi realizado e teste, mas de que o valor do ativo intangível não sofreu perdas no período.

Com relação aos itens do checklist que obtiveram menor percentual de evidenciação total, o item 10 “Divulgou o saldo da reavaliação, relacionada aos intangíveis, no início e no final do período”, não foi divulgado por nenhuma das empresas analisadas. Deve-se levar em consideração que as normas e pronunciamentos contábeis, não permitem a reavaliação de bens, condizente com os resultados apresentados.

O item 13” divulgou o valor das reversões de perdas, reconhecidas no resultado do período, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01”. Foi o segundo com menor divulgação, pois somente 8 de 55 empresas o evidenciaram. O que corrobora com o item 11, pois a maioria das empresas não evidencia as perdas, mas divulgou a informação. Não há o que se evidenciar de reversão de perdas.

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Outro com baixa divulgação foi o item 12 “Divulgou o valor das provisões de perdas, reconhecidas no resultado do período, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01” com apenas 11 divulgações. Conforme pesquisa realizada por Santos et al (2013, p. 10) “isso pode ser explicado pela não existência de ativos intangíveis com essas características no universo amostral pesquisado.”, ou em conformidade com o item 11 em que a maioria das empresas divulgou procedimentos do teste de impairment, mas não evidenciou perdas.

Quanto às informações parciais se destacou o item 2, “divulgou se os intangíveis são de vida útil definida ou indefinida”, sendo que 13 empresas divulgaram parcialmente esta informação, ou seja, divulgava o método de vida útil em apenas alguns intangíveis apresentados pela empresa.

No quesito “não divulgou” o item 14 (Divulgou o total de gastos com pesquisa e desenvolvimento reconhecidos como despesas no período?) foi o item menos evidenciado pelas empresas, sendo que 41 das 55 empresas não o divulgaram. De modo geral, nota-se que as empresas mencionaram gastos com pesquisa e desenvolvimento nos Relatórios da Administração, porém a maioria destas não disponibilizou em seus demonstrativos contábeis o montante efetivamente reconhecido como despesa.

O item 6 (Divulgou o valor contábil da amortização do período?), foi o segundo menos divulgado, sendo que 40 das 55 empresas analisadas não o divulgou, a maioria das empresas evidenciaram somente a amortização acumulada.

Percebe-se ainda na tabela 1, que os itens 10 (Divulgou o saldo da reavaliação, relacionada aos intangíveis, no início e no final do período?), 12 (Divulgou o valor das provisões de perdas, reconhecidas no resultado do período, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos?) e 13 (Divulgou o valor das reversões de perdas, reconhecidas no resultado do período, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos?), foram os que mais se destacaram no quesito “não se aplica” correspondendo a 43, 40 e 40 empresas que não aplicam estes itens. Considerando que as informações obtidas das 55 empresas, foram abertas por setor de atuação.

Nenhum item é divulgado por todas as empresas, Avelino, Pinheiro e Lamounier (2012), analisaram o índice de evidenciação compulsória dos ativos intangíveis nas empresas listadas na BM&FBovespa, e contataram que a empresa que mais divulgou as informações, teve índice de 88%, e que nenhuma empresa analisada cumpriu integralmente o que é determinado pelo CPC 04 (R3) em termos de evidenciação compulsória.

Quanto aos valores dos Ativos Intangíveis, nota-se que em cada uma das 55 empresas que possuíam Ativos Intangíveis (AI) foi verificado o percentual destes em relação ao Ativo Total (AT) e ao Ativo Não Circulante (ANC). Esse cálculo permitiu identificar também, os investimentos em ativos intangíveis reconhecidos nas demonstrações contábeis do período analisado, e a representatividade (em %) dos ativos intangíveis por setor de atividade da BM&FBovespa. A Tabela 2 apresenta estas informações.

Tabela 2: Representatividade do AI em relação ao AT e ao ANC

Ativo Total CirculanteAtivo Não IntangívelAtivo AI/AT AI/ANC

Setor

AT (R$) ANC (R$) AI (R$) (em%) (em%)

Utilidade Pública 49.007.287,00 41.113.849,00 28.756.949,00 58,68 69,94 Saúde 6.409.962,00 3.678.000,00 2.959.564,00 46,17 80,47 Financeiro E Outros 55.600.935,00 28.112.112,00 17.589.527,00 31,64 62,57 Petróleo, Gás e Biocombustíveis 31.196.222,00 25.794.664,00 9.568.273,00 30,67 37,09 Telecomunicações 35.403.652,00 23.370.379,00 9.959.193,00 28,13 42,61 Tecnologia Da Informação 4.581.115,00 1.872.831,00 1.168.753,00 25,51 62,41

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Bens Industriais 133.168.998,00 83.372.318,00 28.845.748,00 21,66 34,60

Consumo Cíclico 61.512.845,00 28.751.579,00 10.625.063,00 17,27 36,95

Consumo Não Cíclico 87.582.383,00 45.108.706,00 12.324.300,00 14,07 27,32

Materiais Básicos 53.592.621,00 37.532.985,00 7.333.750,00 13,68 19,54

Total 518.056.020,00 318.707.423,00 129.131.120,00 24,93 40,52

Fonte: elaborado pelas autoras.

Conforme pode ser observado na Tabela 2, o setor de utilidade pública é o setor que tem a maior representatividade de ativo intangível sobre o ativo total sendo 58,68%, o qual possui um ativo intangível total de R$ 28.756.949, e um ativo total de R$ 49.007.287, seguido pelo setor da saúde com 46,17%, com ativo intangível de R$ 2.959.564,00 e um ativo total de R$ 6.409.962,00. Na pesquisa de Moura e Varela (2014), o setor econômico de utilidade pública, que no ano de 2009 possuía 65 empresas com ativos intangíveis evidenciados no Balanço Patrimonial, destacou-se com o maior índice médio, ou seja, dentre o ativo total, as empresas desse setor possuíam, em média, o equivalente a 29% de ativos intangíveis.

Os setores com menores representatividades são os setores de materiais básicos com 13,68%, seguindo do setor consumo não cíclico com 14,07%. Vale destacar que o ativo intangível do setor de materiais básicos foi de R$ 7.333.750,00 e ativo total de R$ 53.592.621,00 e para o setor de consumo não cíclico o ativo intangível foi de R$ 12.324.300,00 e ativo total de R$ 87.582.383,00.

Quando aplicado o checklist por setores, no setor de Bens Industriais, foram analisadas 11 empresas, e os itens 1 e 4 do checklist - divulgação sobre os intangíveis separados por classe, vida útil definida e indefinida, prazos e taxas de amortizações e o valor contábil bruto por classe no início e final, foram totalmente evidenciados por todas as empresas analisadas, já os itens 3, 5 e 11 foram divulgados totalmente por 10 das 11 empresas analisadas. No resultado parcial duas empresas divulgaram parcialmente os resultados em relação ao item 2, e uma empresa divulgou o resultado parcial do item 9.

Referente ao resultado das empresas que não divulgaram informações, o item 6 se destacou, pois 10 das 11 empresas analisadas não divulgaram o valor contábil da amortização do período. Seguindo o item 14 também apresentou um alto nível de empresas que não apresentaram informações, sendo que 9 empresas não divulgou o total de gastos com pesquisa e desenvolvimento reconhecidos como despesas no período.

No quesito “não se aplica”, as 11 empresas pesquisadas não aplicam o saldo da reavaliação, relacionada aos intangíveis, no início e no final do período (item 10). Os itens 12 e 13 não se aplicam em 10 das 11 empresas dessa amostra. Estudo realizado por Moura e Varela (2014) ressalta que nenhuma empresa dos setores de bens industriais e materiais básicos divulgaram 100% das informações recomendadas pela NBC TG 04.Nos estudos de Lopes et al. (2014) índice de conformidade das informações divulgadas pelo setor de bens industriais foi de, em média, 61,94%.

No setor de consumo cíclico nenhum dos itens foi divulgado em sua totalidade pelas empresas analisadas. Isso ocorreu, pois a sociedade e suas controladas Even Construtora e Incorporadora S.A divulgou somente em suas notas explicativas que ainda não adotaram a IAS 38/CPC 04 (R1) - Ativo Intangível, divulgando somente o valor total do intangível no Balanço Patrimonial, por este motivo em todos os itens de evidenciação desta empresa foram classificado como não se aplica. Assim como no estudo realizado por Lopes et al. (2014), foi constatado ainda que, embora houvesse saldo na respectiva conta do Balanço Patrimonial e já houvesse a obrigatoriedade da evidenciação dos itens de divulgação estabelecidos pelo NBC TG 04, algumas empresas não contemplaram em suas notas explicativas nenhum deles.

No setor de Consumo Cíclico, foram analisadas 17 empresas, as informações foram divulgadas totalmente por 16 das 17 empresas, no que diz respeito ao valor contábil bruto por

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classe de intangível no início e no final do período (item 4). Os itens 3, 5, 8 e 11 foram o segundo mais evidenciados, sendo divulgado por 15 das 17 empresas analisadas do setor de consumo cíclico.

Nas informações parciais, 5 empresas divulgaram parcialmente se os ativos intangíveis são de vida útil definida ou indefinida (item 2), 3 empresas divulgaram informações parcial sobre intangíveis separados em classes (item 1). Das empresas analisadas nesse setor, o total de gastos com pesquisa e desenvolvimento reconhecidos como despesas no período (item 14), foi o que apresentou maior número de não divulgação, sendo 12 das 17 empresas analisadas que não o divulgaram.

Verifica-se também que os itens 10, 12 e 13, não foram aplicados por 13 das 17 empresas analisadas. Os itens 3, 5, e 6 não são aplicados por duas empresas sendo uma delas a Even Construtora e Incorporadora S.A, e a Springs Global Participações S.A. na qual os ativos intangíveis divulgados possuem vida útil indefinida, portanto não são amortizados, mas testados anualmente quanto ao seu valor recuperável.

No setor Não Cíclico, foi verificado que somente no item 11, as empresas divulgaram as informações em sua totalidade. Já os itens 1, 2, 3, 4, 5, e 8 foram divulgados totalmente por 5 das 6 empresas analisadas. Isso ocorreu, porque a empresa SLC Agrícola S.A apresentou somente a descrição dos seus ativos intangíveis em suas notas explicativas, não apresentando tabelas com os valores.

Somente uma das empresas analisadas deste setor divulgou informações parciais referente ao item 2 (Divulgou se os intangíveis são de vida útil definida ou indefinida?) e ao item 9 (Divulgou de forma separada o valor contábil das adições que foram geradas por desenvolvimento interno e as adquiridas, bem como as adquiridas por meio de uma combinação de negócios?). Dos itens que não foram divulgados, o item 6 (Divulgou o valor contábil da amortização do período?) Sobressai novamente, pois nenhuma das empresas analisadas neste setor o divulgou.

Nas 6 empresas analisadas não aplica a divulgação do saldo da reavaliação, relacionada aos intangíveis, no início e no final do período (item 10). Em 5 empresas deste setor não se aplica os itens 12 e 13, os quais são aplicados somente na empresa Natura Cosméticos S.A.

No que tange aos Setor Financeiro e outros, ao aplicar o checklist, dos itens analisados somente o item 3 foi evidenciado por todas as empresas deste setor. O item 2, 4, 5, 7, e 11 foram divulgados totalmente por 5 das 6 empresas analisadas.

A empresa Tarpon Investimentos S.A, divulgou somente que o ativo intangível, refere-se a aplicativo em derefere-senvolvimento no montante de R$ 129, cuja expectativa de vida útil definida será de cinco anos, não divulgando tabelas detalhando a movimentação deste ativo. Somente a empresa Iguatemi Empresas de Shopping Centers S.A, divulgou informações parciais referentes aos itens 1 e 8.

Referente à divulgação do total de gastos com pesquisa e desenvolvimento reconhecidos como despesas no período (item 14), é possível observar que conforme as evidenciações feitas na Tabela 1, na qual este item foi o que apresentou maior índice de não divulgação, neste setor de financeiro e outros. Esta análise é precisa pois, ele não é divulgado por nenhuma das 6 empresas analisadas. Das seis empresas analisadas neste setor, cinco não aplicam os itens 10, 12 e 13.

No setor de bens industriais nenhum dos itens foi divulgado em sua totalidade pelas empresas analisadas. Isso ocorreu, pois a empresa Fertilizantes Hering S.A não divulgou informações sobre o ativo intangível em suas notas explicativas, somente divulgou o valor total do intangível no Balanço Patrimonial.

As informações foram divulgadas totalmente por 4 das 5 empresas analisadas, nos itens 1, 2, 4, 5, 8 e 11. Os itens 3, 7 e 8 foram o segundo mais evidenciado, sendo divulgado

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por 3 das 5 empresas analisadas deste setor. Das cinco empresas analisadas somente uma divulgou informações parciais referente ao item 3 (Divulgou informações sobre os prazos de vida útil ou as taxas de amortização utilizadas?). Os itens 10, 12 e 13 não se aplicam em 2 das 5 empresas analisadas neste setor.

Das duas empresas analisadas do setor de Gás, Petróleo e Biocombustível, evidenciaram na totalidade os itens 1, 3, 4, 5, 8, 9 e 11. Dos itens em evidenciação o item 2 (Divulgou se os intangíveis são de vida útil definida ou indefinida?) foi divulgado parcialmente por uma das empresas da amostra. As duas empresas não divulgaram informações referentes aos métodos de amortização utilizados para ativos intangíveis com vida útil definida (item 7). Referente ao saldo da reavaliação, relacionada aos intangíveis, no início e no final do período (item 10), nas duas empresas analisadas deste setor não se aplica.

No setor que refere-se as empresas da Saúde, foram analisadas 3 empresas, e quanto aos itens 1, 3, 4, 5, 7, 8 e 11 foram totalmente evidenciados pelas empresas. Porém os itens 2 e 9 foram divulgados parcialmente por 1 empresa das 3 analisadas. O item 14 se destacou no que se refere a não divulgação, pois nenhuma das empresas o evidenciou, sendo que os itens 6 e 10, não foram divulgados por duas empresas analisadas. Os itens 10, 12 e 13 não se aplicam em 1 das 3 empresas analisadas neste setor de saúde.

Os itens 1, 3, 4, 5, 8, 9, 11 e 14 foram totalmente evidenciados pelas empresas 2 empresas do setor de tecnologia da informação, porém o item 2 foi divulgado parcialmente pelas 2 empresas analisadas. O item 7 se destacou no que se refere à não divulgação, pois nenhuma das empresas o evidenciou, sendo que os itens 10 e 13, não foram divulgados por uma das duas empresas analisadas. Os itens 10, 12 e 13 não se aplicam em 1 das 2 empresas analisadas neste setor de tecnologia e informação. Nos estudos de Santos at al (2014) as empresas de setores com maior intensidade tecnológica obtiveram os maiores níveis de evidenciação.

Foi analisada uma empresa do setor de telecomunicações, e essa teve 8 evidenciações totais referentes ao checlkist, referente aos itens 1, 3, 4, 5, 6, 8, 9, e 11. Os itens 2, 7 e 14 não foram divulgados. E os itens 10, 12 e 13 não se aplicam. O setor de utilidade pública, os itens 4, 5, 8, 9, e 11 foram totalmente evidenciados pelas 2 empresas analisadas. Os itens 1, 2 e 3 foram divulgados parcialmente. Os itens 6, 7 e 14 não foram divulgados por nenhuma das empresas, e os itens 10 e 13 não foram divulgados por 1 das 2 empresas analisadas. Os itens 10, 12 e 13 não se aplicam em 1 das 2 empresas analisadas neste setor de utilidade pública.

5 CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo descrever como as empresas listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa, no ano de 2015, evidenciaram os ativos intangíveis segundo a NBC TG 04 em suas demonstrações contábeis. Para tal, partiu-se dos dados estruturados na pesquisa de Moura e Varela (2014), baseados nas especificações da NBC TG 04, foi criado um constructo com os itens de evidenciação obrigatória de ativos intangíveis, realizando uma análise nos balanço patrimonial e notas explicativas de 55 empresas de dez setores diferentes do segmento novo mercado divulgados no site da BM&FBovespa no ano de 2015. O estudo permitiu o conhecimento da realidade das empresas, além de verificar as informações divulgadas referente a evidenciação obrigatória de ativos intangíveis apresentado pelas empresas analisadas.

Os resultados permitiram verificar uma boa representatividade dos ativos intangíveis nos setores analisados, sendo que, o ativo total do setor de utilidade pública possui o maior índice de representatividade de intangíveis correspondendo a 59%. A representatividade dos ativos intangíveis sobre o ativo não circulante se destacou no setor da saúde sendo 80% deste.

Contatou-se a partir do checklist construído, quanto a identificação dos critérios obrigatórios de divulgação para os ativos intangíveis prescritos pelo NBC TG 04, que nenhum

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dos itens foi divulgado em todas as empresas analisadas. As informações sobre valor contábil bruto por classe de intangível no início e no final do período foi o item mais divulgado pelas empresas analisadas, sendo que somente quatro empresas deixaram de divulgar. Constata-se a partir dos resultados que as informações divulgadas não está plenamente adequada às exigências legais, pois muitas empresas não divulgam os itens de evidenciação exigidos na NBC TG 04.

Porém, apesar dessa realidade, destaca-se que itens importantes de evidenciação já são frequentemente referenciados pelas empresas, relacionado aos processos de contabilização dos ativos intangíveis e ao atendimento a NBC TG 04, os itens como, divulgação do valor contábil bruto por classe de intangível no início e no final do período, divulgação de informações sobre a realização ou não do teste de impairment, além de divulgação sobre informações de intangíveis separados em classes, valor amortizado destes, prazos de vida útil ou taxas de amortização, e informações sobre adições, baixas e transferências dos ativos intangíveis, são os itens que demonstram melhor índice de divulgação e conformidade.

Por fim, sugere-se para futuras analises, ampliar a amostra e realizar um comparativo com outros anos, e ainda com a utilização de técnicas estatísticas. Aplicar o mesmo instrumento e adaptá-lo, com o objetivo de verificar a aderência de obrigatoriedades de divulgação estabelecidas para os ativos intangíveis exigidos na NBC TG 04, atribuindo outras variáveis capazes de indicar o nível de evidenciação das empresas listadas na BM&FBovespa.

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