A ARTE AFRICANA 02
ESCULTURA EM MADEIRA
A escultura em madeira é a fabricação de múltiplas figuras que servem de atributo às divindades, podendo ser cabeças de animais, figuras alusivas a acontecimentos, fatos circunstanciais pessoais que o homem coloca frente às forças. Existem também objetos que denotam poder, como insígnias, espadas e lanças com ricas esculturas em madeira recoberta por lâminas de ouro sempre denotando um motivo alusivo à figura dos dignitários. Os utensílios de uso cotidiano, portas e portais para suas casas, cadeiras e utensílios diversos sempre repetindo os mesmo desenhos estilísticos. Contendo também esculturas de mulheres com seus filhos representando a fertilidade.
ESCULTURA EM OUTROS MATERIAIS
Além das esculturas em madeira existem os objetos confeccionados com fragmentos de vidro (apesar de estes serem raros) das mais variadas cores, colocados em gorros, possuindo uma gama de figuras humanas e de animais, feitas com fio de algodão que passam por todo o tecido, colocados sempre em combinação vertical. As pedras podem ser alternadas por Cowrys, canudilhos metálicos ou de seda e algodão.
Os tecidos são lisos ou estampados, os bordados são rebordados com linhas e com pedras de vidro. Confeccionam roupas longas e gorros. A inventividade do bordado com pedras de vidro está muito espalhada nas populações da República da Nigéria. Os suportes para abanos, crinas e rabos de animais, também decoram com pedras de vidro, canudilhos e cauris. Os tecidos e o vestuário chegaram a um desenvolvimento plástico considerável em zona de cultura urbana, assimilando muitos elementos da indumentária islâmica e outros introduzidos pelos europeus colonialistas.
ESCULTURA EM OUTROS MATERIAIS
O tear horizontal, permitiu a confecção variada de tiras que posteriormente se juntam longitudinalmente para formar tecidos maiores. Deste tipo de confecção o mais característico é o chamado Kente, entre os Ashanti. Ainda entre estes tecidos está o estampado chamado Denkira, com figuras diferentes que se combinam para estruturar um desenho ou determinar um motivo fundamental. Os desenhos são imersos em uma tintura vegetal e impressos em tecido branco estendido em uma almofada. O Alaká africano, conhecido como pano da costa no Brasil é produzido por tecelãs do terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador, no espaço chamado de Casa do Alaká.
ALAKÁ KENTE
O USO DO FERRO
O ferro é utilizado a partir de uma prancha fundida mediante pressão e calor. São confeccionados muitos atributos em várias formas pelos Abomei, de quem é a imagem da entidade Gu, dono do ferro representado por uma figura antropomorfa. Com a mesma técnica são encontrados vários atributos a variadas entidades e também vários instrumentos musicais. Nestas, os detalhes da figura humana estão um pouco resumidos, destacando algumas marcas regionais, e nisto, assim como nas proporções gerais, diferem das de Ifé, nas que se percebe a procura dos modelos anatômicos, como se fossem retratos, dentro de um tamanho menor.
ARTISTAS MODERNOS E A ARTE AFRICANA
Além de Pablo Picasso (1881-1973), diversos outros artistas ocidentais do século XX também assimilaram criativamente a influência da arte africana, permitindo que ela renovasse seus próprios meios de expressão. Um desses artistas foi Henri Matisse. Conforme registra José D'Assunção Barros em um artigo sobre As influências da Arte Africana na Arte Moderna, o diálogo com as variadas formas africanas de expressar e representar o mundo e as expectativas sobrenaturaisaparece bastante em uma parte relevante da produção matissiana, que se desenvolve paralelamente àquela pintura que o celebrizou, e que se caracteriza essencialmente pelas cores fortes e puras. O autor se refere, neste caso, à escultura de Matisse, que nem sempre é tão lembrada como sua arte pictórica, mas que ocupa certamente um lugar singular na história da arte ocidental. A escultura matissiana é especialmente inspirada na estatuária africana – particularmente a partir de algumas peças que o artista francês adquirira em 1906 – e revela-se aí um dos gêneros através dos quais as diversas formas de expressão africanas puderam penetrar mais decisivamente na arte moderna, além daquele outro gênero que incidiu mais diretamente sobre a pintura cubista de Pablo Picasso, e que foi a arte das máscaras ritualísticas.
Arte afro- brasileira
A história da arte brasileira registra grande contribuição dos africanos escravizados. Trazidos à força da África para o Brasil pelos europeus, para trabalhar em canaviais, engenhos cidades, diferentes povos africanos trouxeram sua cultura, sua religião, sua música, suas cores, seu folclore, enfim, sua arte. Muitos desses povos já dominavam técnicas de trabalhar metais como ferro, cobre e bronze. Aqui produziram também objetos utilizando mármore, pedra, madeira, couro e cerâmica. Diversas tradições e manifestações culturais, bem como usos e costumes, foram trazidos para o Brasil por diferentes povos do mundo que fizeram e fazem parte da formação da nossa terra e da nossa gente. Em diversos momentos históricos das manifestações artísticas brasileira podemos evidenciar as influências dos africanos.
A capoeira dança-luta era praticada em terreiros, em locais próximos às senzalas, mantém
a tradição e origens africanas nela podem encontrar inicialmente um ritmo musical lento, os golpes são mais baixos e cheios de malícia. Posteriormente surgiram outros estilos, praticados ao som do berimbau, com golpes mais rápidos e curtos. Hoje a capoeira mais praticada combina em seus movimentos características de diferentes estilos
O Samba é outra manifestação artística que teve fortes influências
africanas. Esse surgi no século XIX no Recôncavo baiano com o nome samba de roda e posteriormente foi levadopara o Rio de Janeiro. Ele possui forte ligação com o candomblé, a capoeira e o maculelê, praticado como forma de diversão e relembrar a terra natal, misturando influências africanas com as europeias
Material para consulta
A ARTE AFRICANA
TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BOZZANO, Hugo [et.al]. Arte em interação. Volume Único. São Paulo: IBEP, 2013.
CHIPP, H.B. Teorias da Arte Moderna. Volume Único. São Paulo: Martins Fontes, 1993
GOMBRICH, E.H. A história da Arte. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1978.