GERMINAÇÃO DE SEMENTES
JULIO MARCOS FILHOTECNOLOGIA DE SEMENTES DEPTO. PRODUÇÃO VEGETAL
USP/ESALQ
ESTUDO DA GERMINAÇÃO
FISIOLOGIA VEGETAL
ESTUDOS BÁSICOS E MAIS APROFUNDADOS, INDEPEN-DENTES DA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA ESPÉCIE OBJETIVO PRINCIPAL: CONHECIMENTO DO PROCESSO
AGRONOMIA
TENTATIVA DE AMPLIAR CONHECIMENTOS SOBRE ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
OBJETIVO PRINCIPAL É A OBTENÇÃO DE SUBSÍDIOS PARA USO CORRETO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Dure III (1975)
Dias após o início do florescimento
Matéria seca do embrião DIVISÃO E EXPANSÃO CELULAR (FASES I e II) DEPOSIÇÃO DE RESERVAS (FASE III) DESSECAÇÃO (FASE IV) HISTODIFERENCIAÇÃO FORMAÇÃO / MATURAÇÃO REPOUSO FISIOLÓGICO
ZIGOTO
CRESCIMENTO DIFERENCIAÇÃOEMBRIÃO
MADURO
CRIPTOBIOSE REPOUSO FISIOLÓGICO EMBRIÃO MADURO QUIESCÊNCIA DORMÊNCIA GERMINAÇÃO DEFIC. HÍDRICA BAIXO CONSUMO O2 “INIBIDORES” MENOR ATIVIDADE ENZIMÁTICAREPOUSO FISIOLÓGICO
RepousoAmbiente desfavorável à germinação (temperatura e água)
Mecanismos de bloqueio do metabolismo, localizados em tecidos da planta
“Sinal” do ambiente para a planta
Condições específicas Ambiente não totalmente
favorável
BLOQUEIO
DORMÊNCIA = MECANISMO DE RESISTÊNCIA
REPOUSO FISIOLÓGICO
AMBIENTE FAVORÁVEL RETOMADA DO CRESCIMENTO EMBRIONÁRIO REATIVAÇÃO DO METABOLISMOÉ MECANISMO DE DEFESA CONTRA VARIAÇÕES
DO AMBIENTE QUE DIFICULTAM OU IMPEDEM AS
ATIVIDADES METABÓLICAS RUMO À GERMINAÇÃO
REPOUSO FISIOLÓGICO
MECANISMOS BLOQUEADORES SE DESENVOLVEM
E PASSAM A AGIR DURANTE A MATURAÇÃO
QUANDO A SEMENTE ENTRA EM REPOUSO, O TIPO DELATÊNCIA (REPOUSO) JÁ ESTÁ ESTABELECIDO,
COM BASE EM INFORMAÇÃO GENÉTICA
REPOUSO FISIOLÓGICO
HORMÔNIOS SÃO OS “SENSORES” E OS
MENSAGEIROS DOS ESTÍMULOS AMBIENTAIS
- ATINGEM CONCENTRAÇÕES PRÉ-DETERMINADAS PARA QUE SEJA ATIVADO OU NÃO O PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO DA MENSAGEM GENÉTICA
- SÍNTESE DE SUBSTÂNCIAS ESPECÍFICAS
- GERENCIAMENTO DE PROCESSOS FISIOLÓGICOS: ativação de genes
Ações
REPOUSO FISIOLÓGICO
SINAL “INVERSO” DO AMBIENTE HORMÔNIOS
ATIVAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO CESSA BLOQUEIO
METABOLISMO PARA A GERMINAÇÃO
Conteúdo de ABA aumenta durante a fase intermediária do período de desenvolvimento da semente de tomate
Dias após a polinização
G er m inação (%) ABA Germ. Henk Hilhorst
DORMÊNCIA: ATUAÇÃO DE MECANISMOS
PROGRAMADOS GENETICAMENTE, COMO
RESULTADO DE INDUÇÃO IMPOSTA POR
COMBINAÇÃO DE CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
DO AMBIENTE
..
ENTRADA E SAÍDA DA DORMÊNCIA
REINÍCIO DAS ATIVIDADES PODE OCORRER EM CÉLULAS LOCALIZADAS EM DIFERENTES PARTES DO EIXO EMBRIONÁRIO
CONCEITUAÇÃO
Dormência é o estado de repouso fisiológico em que
a semente, em função de sua estrutura ou
composição
química,
possui
um
ou
mais
mecanismos bloqueadores da germinação
(Villiers, 1972)
Dormência é um fenômeno em que as sementes não
germinam quando expostas a condições favoráveis
de ambiente, devido à atuação de fatores internos
(Diversos autores)
CONCEITUAÇÃO
Egley (1995): Dormência consiste na incapacidade
do
embrião reassumir nível suficiente de
crescimento para a protrusão da raiz primária,
mesmo quando os fatores de inibição foram
removidos e as condições de ambiente são
favoráveis à germinação
?????????
Baskin e Baskin (2004):
Dormência: fenômeno caracterizado pela incapacidade
da semente germinar, durante determinado período de
tempo, sob combinações de condições ambientais que
seriam favoráveis à germinação a partir do momento
em que as sementes superam a dormência.
1. Água
Seca na maturação de sorgo Menor acúmulo de ABA
Seca na maturação de aveia Maior atividade de giberelinas
Seca na maturação de leguminosas
INDUÇÃO DA DORMÊNCIA
Incidência de sementes com tegumentos impermeáveis a água, quando plantas de soja se desenvolveram em condições de deficiência hídrica ou com suprimento adequado de água (Hill et al., 1986)
Sementes impermeáveis
(%)
Embebição (horas)
2. Temperatura: baixa ou elevada
Elevada na maturação: dificuldade de acesso ao O2
Membranas: “sensores” das variações da temperatura
A síntese de inibidores ou a deficiente de promotores
pode ser a causa
INDUÇÃO DA DORMÊNCIA
Efeito da temperatura sobre a manifestação da dormência em sementes de cevada e de alface. (BEWLEY & BLACK,1985)
INDUÇÃO DA DORMÊNCIA
3. Fotoperíodo / luminosidade
Maturação sob vegetação densa:
maior concentração de P
V(forma inativa)
R-treatment
FR-treatment
Porcentagens de germinação sob diferentes temperaturas, no escuro, de sementes de alface produzidas sob a influência de radiações vermelhas (“R-treatment” ) e infra-vermelhas (“FR-treatment”). Samuel Contreras.
Qualidade da luz 20 40 60 80 100 G er m inação (%) 20 40 60 80 100
Período pós-colheita (dias) luz fluorescente
luz incandescente
Efeitos da qualidade da luz durante a maturação sobre a dormência de sementes de Arabidopsis thaliana (Hayes & Klein, 1974).
4. Posição da semente na planta
Exemplos: variações em função da posição na panícula, no interior da vagem e da posição da vagem na planta
5. Nutrição mineral
Exemplo: em trigo, baixos níveis de K
→
> ABA→
> dormênciaSIGNIFICADO DA DORMÊNCIA
PLANTA / SEMENTE
Germinação apenas em ambiente favorável Maior longevidade da semente
Resistência a condições adversas de ambiente Distribuição da germinação no tempo
Recursos de alta eficácia para a preservação da espécie
AGRICULTURA
Impede a viviparidade
Conservação da semente durante longo período
Resistência ao ambiente em campo e no armazém
SIGNIFICADO DA DORMÊNCIA
Viviparidade em sementes de milho e de trigo Holdsworth et al. (1999)
SIGNIFICADO DA DORMÊNCIA
AGRICULTURA
Redução da emergência de plântulas em campo
Germinação distribuída no tempo
desuniformidade
SIGNIFICADO DA DORMÊNCIA
AGRICULTURA
Longevidade de sementes de plantas silvestres
Necessidade de tratamento
Problemas no melhoramento genético
Plantas voluntárias ou espontâneas
Zea parviglumis Zea maysA domesticação e o melhoramento genético provocaram profundas transformações tanto na aparência como no deempenho das sementes
Programas atuais de melhoramento têm incluído formas selvagens de espécies hoje cultivadas para incorporar características de resistência. Com isso, pode haver introdução de fatores indesejáveis, como a dormência
TIPOS DE DORMÊNCIA
1. PRIMÁRIA
Característica da espécie ou cultivar
Ocorre sistematicamente, com intensidade variável,
mas não dependente da região e ano
Programada geneticamente, se instala durante a
maturação
2. SECUNDÁRIA
TIPOS DE DORMÊNCIA
Ocorre esporadicamente, pós-maturidade, em resposta ao ambiente
Sementes que não eram dormentes
Sementes que haviam superado a dormência
Em recesso, o aparato para desencadear a
manifes-tação do mecanismo que determina a dormência
Secagem de sementes de sorgo
Secagem de sementes de arroz
Alface x termodormência ou termoinibição
Dormência Primária Dormência Superada Germinação
Ciclos de Dormência
Dormência SecundáriaRepresentação esquemática das transições entre dormência e germinação (ciclos de dormência na mesma semente) Hilhorst, 1998 A contínua reversão dormência / não dormência caracteriza o ciclo
CAUSAS DA DORMÊNCIA
CLÁSSICAS
- IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” À ÁGUA
- IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” A TROCAS
GASOSAS COM O AMBIENTE
- RESISTÊNCIA MECÂNICA DA “COBERTURA”
- EMBRIÃO IMATURO OU IMATURIDADE FISIOLÓGICA- SUBSTÂNCIAS INIBIDORAS
CAUSAS DA DORMÊNCIA
CARVALHO & NAKAGAWA (1983)
- Sistema de controle da entrada de água no interior da semente - Sistema de controle do desenvolvimento do eixo embrionário - Sistema de controle do equilíbrio entre promotores e inibidores
Subsistemas sensíveis a: luz, temperatura, O2e/ou CO2,
umidade (armazenamento, lavagem) , etileno, substâncias receptoras de Hidrogênio ou eletrons (nitratos)
AMEN (1968)
- IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” À ÁGUA
- EQUILÍBRIO ENTRE PROMOTORES E INIBIDORES
CAUSAS DA DORMÊNCIA
IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” À ÁGUA
Exemplos: soja perene, alfafa, calopogônio, trevos, leucena, centrosema, mucuna preta, quiabo, flamboyant, corda de viola, cuscutaCausas
a) Porosidade do tegumento: Monalisa Poros cutícula parênquima epiderme hipoderme SEMENTES DURASausência ou baixa densidade
IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” À ÁGUA
Causas
c) Fechamento da fenda hilar
d) Deposição de restos do endocarpo material ceroso e) Deposição de lipídios na base da camada paliçádica
(epiderme)
b) Suberina e/ou lignina na superfície do tegumento (cutícula e epiderme)
5 dias após s semeadura
Testemunha Tratada
Espécie: Acacia caven Tratamento: ácido sulfúrico (90 min)
Samuel Contreras
IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” À ÁGUA
(Seed Technologist Training Manual (Society Commercial Seed Technologists) Sementes duras Sementes embebidas, não germinadas Sementes mortas
Um pedreiro deixou areia amontoada debaixo de uma planta de Leucena e, evidentemente, não peneirou a respectiva, antes de preparar a argamassa. Depois de 9 anos ...
TAMANHO DA SEMENTE GERMINAÇÃO (%)
Pequena (0,76-1,0 cm3) 57 Média/Pequena(1,01-1,25) 62 Média/Grande (1,26-1,5) 67 Grande (1,51- 1,75 cm3) 78
Influência do tamanho da semente e sobre a intensidade de dormência em mucuna preta (Nimer et al., 1983)
RESISTÊNCIA MECÂNICA DA “COBERTURA”
Há absorção de água e entrada de O
2, mas a
expansão do embrião é limitada pela resistência
da “cobertura”
Exemplos: pêssego, manga, castanha do Brasil,
Paspalum, alface (endosperma)
Causa rara e menos aceita
Resistência mecânica ou resistência à saída de inibidores? Enfraquecimento de paredes celulares: endo-β-mananase
Aspectos do crescimento do eixo embrionário (Ee) no interior do endosperma (En), sem que ocorra protrusão da raiz primária, em sementes sem pericarpo.
(Nascimento, 2002)
9 days 9 days 25 days After germination During germination
6 days 3 days
Café: restrição mecânica ao crescimento do embrião
Amaral da Silva
IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA”
A TROCAS GASOSAS
Exemplos: alface (endosperma), abóbora, arroz, aveia,
beterraba, cevada, maçã, trigo, Xanthium, gramíneas forrageiras
- Estrutura e/ou composição química da “cobertura”: barreira física ?
- Presença de inibidores
- Beterraba (parede do ovário), arroz, cevada e forrageiras (glumelas), alface (membrana endosperma) - Retenção de inibidores (glumelas)
- Mucilagem: semente ou fruto
Épocas (meses) Câmara Fria e Seca Armazém Convencional 1 Armazém Convencional 2 0 13,3 13,3 13,3 3 13,5 12,5 10,1 6 10,2 10,0 7,7 9 5,0 8,6 5,8 12 7,8 9,8 6,8
Valores da atividade da polifenoloxidase (unidades/min/g) em extratos de sementes de arroz, quantificadas durante o armazenamento em diferentes locais em ambientes (Vieira et al, 2008)
Épocas (meses) Câmara Fria e Seca Armazém Convencional 1 Armazém Convencional 2 0 76,8 76,8 76,8 3 251,2 420,2 703,7 6 256,8 465,0 701,2 9 293,6 490,7 877,4 12 297,0 491,2 902,0
Valores da atividade da α-amilase (mU) em extratos de sementes de arroz, quantificadas durante o armazenamento em diferentes locais em ambientes (Vieira et al, 2008)
IMATURIDADE DO EMBRIÃO
Exemplos:
alface (endosperma), abóbora, arroz, aveia, cenoura, beterraba, cevada, maçã, trigo, Xanthium, gramíneas forrageiras (Panicum, Brachiaria,Paspalum), pêssego, manga,castanha do Brasil
Possíveis causas
Desuniformidade de maturação Exigências específicas de ambiente Equilíbrio promotores x inibidores
Efeitos do ambiente sobre as membranas (Gel)
AÇÃO DE INIBIDORES
Exemplos:
alface (endosperma), abóbora, arroz, aveia, cenoura, beterraba, cevada, maçã, trigo, Xanthium, gramíneas forrageiras (Panicum, Brachiaria,Paspalum) pêssego, manga,castanha do Brasil, citros, pera, tomate, uva, girassol, algodão, amendoim
Localização de inibidores: tegumento (“cobertura”),
embrião, brácteas, polpa do fruto
Tipos de inibidores
Ácidos aromáticos: transcinâmico, cafeico, ferúlico, sinápico Lactonas: cumarina, anemonina, ácido parascórbico Terpenóides: ABA
Taninos, compostos fenólicos, aldeídos (citral), alcalóides, (cafeína)
60 40 20 20 40 60 Germinaç ão (% ) Período a 20oC (dias)
Variações na germinação de sementes de maçã, associadas à remoção progressiva do tecido cotiledonar (Bewley & Black, 1985).
G C I I C G
Germinação
Dormência
Fisiologicamente não efetivo Fisiologicamente efetivo
Modelo de dormência e germinação, com funções seletivas de hormônios (Khan, 1980) G G G G G G C C C C C C I I I I I I
Cultivar
Armazenamento (meses)
2
8
12
1
00
46
89
2
02
45
92
3
95
94
96
Germinação de sementes de berinjela armazenadas sob condições normais de ambiente. (Yogeesha et al.)
Níveis de ABA (ng/g peso úmido) em sementes de berinjela armazenadas durante diferentes períodos em condições normais de ambiente (Yogeesha et al., 2006)
TRATAMENTOS PARA SUPERAR A DORMÊNCIA
- Profundidade da dormência é inversamente proporcional à idade da semente
- Dormência pode persistir por períodos curtos ou prolongados - Há carência de métodos práticos para superar a dormência - Dificuldade: identificar a(s) causa(s) do bloqueio
Tratamento Procedimento Superada(s)Causa (s) Armazenamento Condições normais Todas Escarificação mecânica Uso de material abrasivo ITA, ITG Luz Germinadores ou semeadura superficial ITG, IF, SPI Baixas temperaturas 5 a 10oC, em ambiente úmido ITG, IF, SPI Água quente Imersão em água, a 60oC (1 a 2 minutos) ITA Nitrato de potássio Em laboratório, a 0,2% (umedecer substrato) ITG, IF Lavagem em água corrente Durante 10 minutos IF, SPI Ácido sulfúrico conc. Em laboratório, 5 a 10 minutos ITA, ITG, SPI Temperatura elevada Secagem a 40oC ITG, IF, SPI Éter, álcool, acetona Imersão durante 30 minutos ITA
ITA: impermeabilidade do tegumento à água ITG: impermeabilidade do tegumento a gases SPI: balanço entre promotores e inibidores IF: imaturidade fisiológica do embrião
Grau de
Umidade (%) 3 MESES 12 MESES Não esc. Escarificada Não esc. Escarificada
8,1 91 90 95 91
8,9 93 87 82 75
11,0 92 63 79 37
13,0 87 43 75 32
Efeitos da escarificação mecânica sobre a germinação de sementes de lespedeza, armazenadas com diferentes graus de umidade
(Ward, citado por Carvalho e Nakagawa, 1980)
POR QUE UM MESMO
TRATAMENTO PODE SER CAPAZ
DE SUPERAR MAIS DE UMA
AMEN (1968)
CAUSAS DE DORMÊNCIA
- IMPERMEABILIDADE DA “COBERTURA” À ÁGUA
- EQUILÍBRIO ENTRE PROMOTORES E INIBIDORES
GERMINAÇÃO
GERMINAÇÃO
RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO, ORIGINANDO UMA PLÂNTULA
COMPREENDE UMA SEQUÊNCIA ORDENADA DE ATIVIDADES METABÓLICAS INICIADAS COM A EMBEBIÇÃO ENCERRAMENTO DO PROCESSO:
BOTÂNICA PROTRUSÃO DA RAIZ PRIMÁRIA
Germinação e início do desenvolvimento da plântula Tomate
germinação
sensu stricto
crescimento inicial da plântula
Embebição (h)
36 48 60 72
NG G
Henk Hilhorst
CONCEITOS DE GERMINAÇÃO
Germinação compreende uma sequência ordenada de eventos metabólicos que resulta no reinício do desenvolvimento do embrião, originando uma plântula (Marcos Filho, 1986)
Germinação de uma semente é a retomada de crescimento do embrião, que resulta na ruptura da cobertura da semente e na emergência da plântula (Copeland & Mc Donald, 1995) Germinação pode ser encarada como uma sucessão de etapas que
determina, em uma semente quiescente e com baixo teor de água, a retomada das atividades metabólicas e o início da formação de uma plântula, a partir do embrião (Mayer & Poljakoff-Mayber, 1975)
Te or de Água (%) Período de Embebição I II III
PADRÃO TRIFÁSICO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA PELAS SEMENTES DURANTE A GERMINAÇÃO (Bewley & Black, 1978)
O PROCESSO DE GERMINAÇÃO
A) FASE I: EMBEBIÇÃO REATIVAÇÃO DO METABOLISMO
B) FASE II: PROCESSO BIOQUÍMICO PREPARATÓRIO OU INDUÇÃO DO CRESCIMENTO
C) FASE III: CRESCIMENTO
Entrada de água Início Respiração
Início Digestão das Reservas Digestão
Respiração Translocação Assimilação Formação da plântula
Padrão de captação de água
Padrão trifásico de
embebição
repouso crescim. Germinação completada Henk HilhorstTe
or de Águ
a (%)
Período de Embebição
I II III 0 MPa - 0,5 MPa - 1,0 MPa - 2,0 MPaEmbebição sob menores potenciais prolonga a duração da Fase II e retarda ou impede o início da Fase III
- 50 MPa - 0,05 MPa
- 0,1 MPa
Potencial de Água: ψm + ψπ + ψp
À medida que o material se hidrata, as moléculas de água passam a ocupar posições mais distantes da matriz (força de retenção diminui)
Transferência de água ocorre através de gradiente de energia, com movimentação da região de maior para a de menor potencial, até que seja alcançado o equilíbrio. A partir daí, entra em ação a
condutividade hidráulica -150 MPa
O PROCESSO DE GERMINAÇÃO
A) FASE I: EMBEBIÇÃO REATIVAÇÃO DO METABOLISMO - RÁPIDA CAPTAÇÃO DE ÁGUA : GRADIENTE DE POTENCIAL - DURAÇÃO: 8 A 16 HORAS
- GRAUS DE UMIDADE (mínimos)
COTILEDONARES: + 50% DE ÁGUA
ENDOSPERMÁTICAS: 30 A 35% DE ÁGUA
- REINÍCIO DO METABOLISMO: atividade respiratória, síntese e atividade de enzimas, início da digestão das reservas
- Embebição ocorre gradativamente, com o umedecimento inicial dos
tecidos mais próximos à superfície
É estabelecida uma “frente de hidratação”, à medida que a água caminha para o interior da semente
O PROCESSO DE EMBEBIÇÃO
- Identifica-se fronteira nítida, deslocando-se para as partes mais secas e o aumento contínuo da quantidade de água nas partes umedecidas
O umedecimento não é uniforme e sofre influência da região da semente em que há penetração de maior quantidade de água e das características e funções dos tecidos internos
Embebição geralmente se inicia na extremidade oposta ao hilo, onde o tegumento é menos espesso (McDonald)
0 h 6 h 12 h
McDonald, et al.
A água se move rapidamente através da radícula devido à menor resistência oferecida pelos tecidos da região da
comada negra McDonald, et al.
6 h 0 h
24 h 48 h
A água se move lentamente quando penetra pela superfície do pericarpo (resistência do amido)
2
EMBEBIÇÃO (horas)
Captação de água por diferentes partes da semente de aveia durante a germinação (Burch e Delouche)
CAPTAÇÃO DE ÁGUA POR DIFERENTES PARTES DA SEMENTE
EMBEBIÇÃO (horas)
Velocidade de absorção de água por diferentes espécies (BURCH & DELOUCHE)
B) FASE II: PROCESSO BIOQUÍMICO PREPARATÓRIO OU INDUÇÃO DO CRESCIMENTO
O PROCESSO DE GERMINAÇÃO
- Drástica redução da velocidade de embebição e respiração
- Digestão reservassubstâncias solúveis e difusíveis
AMILASES: AMIDO Glucídios
Sacarose ATP LIPASES: TRIGLICERÍDIOS Glicerol Ácidos graxos ATP Glucídios Sacarose ATP PROTEASES: PROTEÍNAS Aminoácidos
Peptídios Peptidases Aminoácidos
Síntese de novas proteínas
Energia radícula epicótilo escutelo Gib DNA RNA α amilase amido açúcar pericarpo endosperma camada de aleurona ÁGUA
TRANSLOCAÇÃO DAS RESERVAS DIGERIDAS
Difusão das reservas digeridas para o eixo embrionário Fundamentalmente sacarose, aminoácidos e compostos fosfatadosASSIMILAÇÃO DOS PRODUTOS MOBILIZADOS
Transformação das reservas digeridas em paredes celulares e protoplasma; formação de novos tecidos1 2 3 4 5 10 20 30 Massa do ei xo em bri onári o (m g) Ma ssa dos cotilédones (mg)
Dias após a semeadura
cotilédones hipocótilo epicótilo radícula folhas primárias 50 100
PROCESSO BIOQUÍMICO PREPARATÓRIO
RESPIRAÇÃO
Respiração é processo de liberação de energia química acumulada em moléculas de diversas substâncias orgânicas.
Processos respiratórios: oxidação (aeróbica ou anaeróbica) de compostos orgânicos de alto valor energético e formação de substâncias mais simples (CO2 e H2O).
Normalidade da germinação e do desenvolvimento de plântulas: Respiração, Atividade de Enzimas, Síntese de Proteínas
RESPIRAÇÃO
C
6H
12O
6CO
2+ H
2O
A molécula de glucose é “desmontada” para originar substâncias mais simples; isto ocorre em fases distintas:
Glicólise: transformação de glicose em ácido
pirúvico
Ciclo de Krebs: transformação de ácido pirúvico em
ácido cítrico, nos mitocôndrios
Cadeia Respiratória: síntese de ATP
Mitocôndrios centros respiratórios da célula
RESPIRAÇÃO
RESPIRAÇÃO
O ATP atua como elemento fundamental na cadeia de liberação de energia: armazena energia química para depois distribuí-la de acordo com as necessidades da célula
A energia é utilizada para as atividades metabólicas da célula
Para que ocorra o desenvolvimento normal do embrião, as reações do processo liberador de energia devem ser conjugadas às dos processos consumidores de energia
RESERVAS HIDRATAÇÃO ATIVIDADE ENZIMÁTICA DIGESTÃO TRANSLOCAÇÃO ASSIMILAÇÃO SÍNTESE RESPIRAÇÃO ENERGIA COMPOSTOS INTERMEDIÁRIOS SÍNTESE DE DNA OUTROS COMPOSTOS
RELAÇÕES METABOLISMO / ENERGIA
Fase I Fase II Fase III
Crescimento da plântula
Emergência da raiz Mobilização de reservas
Embebição das sementes e alterações associadas à germinação (Bewley et al., 2013)
Transcrição e tradução de “novo” RNA-m Degradação RNA-m
armazenado Divisão celular Síntese DNA
Reparo DNA
Respiração, reparo e multiplicação mitocôndrios Embebição radícula epicótilo escutelo Gib DNA RNA α amilase amido açúcar pericarpo endosperma camada de aleurona ÁGUA
O PROCESSO DE GERMINAÇÃO
C) FASE III: CRESCIMENTO- Protrusão da raiz primária (ruptura do tegumento)
- Novo impulso à embebição e atividade respiratória: sementes atingem > 65% de água
- Divisão e/ou expansão celular
O PROCESSO DE GERMINAÇÃO
C) FASE III: CRESCIMENTO- Formação de plântula
Epígea: mamona, cebola, feijão, pepino, abóbora, amendoim, soja, alface, café, algodão
Hipógea: trigo, milho, cevada, arroz, fava seringueira, ervilha,
Importância do tipo de germinação
endosperma
raiz primária
coleoptilo
folhas primárias
r. seminais FASES DA GERMINAÇÃO DO MILHO
24-48 h 2 - 4 dias 5 – 6 dias
7 – 8 dias raiz primária tegumento hipocótilo folhas primárias cotilédones epicótilo 24 h 1 - 2 d 3 d 6 d 8 d FASES DA GERMINAÇÃO DA SOJA
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
INTRÍNSECOS
Vitalidade x Viabilidade
Situação da semente dormente
Dormência
Sanidade
Grau de maturidade
Dias após o início da frutificação
Germinação (%)
Alterações na germinação de sementes de soja ‘Bragg’ durante a maturação (MARCOS FILHO)
Período de armazenamento (semanas) H - 55
Longevidade de sementes de duas linhagens de milho e de seu híbrido, quando armazenadas a 30 oC e 75% de umidade relativa (CHANG)
Germinação (%)
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
FATORES DO AMBIENTE
Água
Amolecer o tegumento (cobertura) Aumento volume embrião e endosperma
Favorecer digestão, mobilização, assimilação de reservas Crescimento da plântula
Síntese de enzimas Respiração
Permeabilidade do tegumento (cobertura) a trocas gasosas
Estrutura das membranas Édila (UFLA)
Em ambiente úmido os fosfolipídios se arranjam em camada dupla, na qual as “caudas hidrofóbicas” ficam orientadas para o centro e os grupos polares hidrofílicos se orientam para o exterior
Cristalino líquido Hexagonal
LIBERAÇÃO EXSUDADOS DURANTE A EMBEBIÇÃO - Sementes são sensíveis à hidratação rápida, especialmente
sob temperaturas mais baixas e quando apresentam baixo grau de umidade e contato com substrato de potencial hídrico elevado
CONSEQUÊNCIA: liberação de solutos até o restabelecimento da organização das membranas (grau de umidade: + 25%) Problema é menos grave quando as sementes passam por
desidratação lenta durante a maturação
Problema se acentua em sementes
mais danificadas e deterioradas
LIBERAÇÃO DE AÇÚCARES, ÁCIDOS ORGÂNICOS, AMINOÁCIDOS, ÍONS
REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE MEMBRANAS CELULARES
QUANTIDADE
TEMPO
LIBERAÇÃO EXSUDADOS DURANTE A EMBEBIÇÃO
POTENCIAIS (MPa) PERÍODO (h) Teor de Água (%) 9,0 11,0 13,0 - 0,04 2 (*) 6 12 11,5 9,2 7,2 8,4 6,5 4,9 5,1 5,9 4,0 - 0,2 2 6 12 10,9 7,0 5,0 7,0 4,9 4,5 4,4 4,4 2,8
Influência do teor de água de sementes de soja e do potencial hídrico sobre a liberação de exsudados (Rossetto et al.)
(*) Liberação de íons em µmho/cm/g
Tratamentos
PEG (MPa)
Germinação
10
oC
Germinação
25
oC
0,0
- 0,1
- 0,3
- 0,5
68
71
83
58
75
82
92
67
Efeitos da temperatura e da disponibilidade de água do substrato
sobre a germinação de sementes de milho doce ‘sh-2’. (Chern e Sung)
Plântulas originadas de sementes de
soja expostas a embebição rápida
TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO
Capacidade adquirida durante a segunda metade do período de acúmulo de matéria seca (etapa final do processo de desenvolvimento), quando as membranas se tornam organizadas
No início da germinação, as células do embrião mantém
a capacidade de tolerar a dessecação.
Qual é o estádio crítico ?
Até que ponto a redução do suprimento de água ou a sua paralisação provocam prejuízos ainda recuperáveis ?
Te or de Água (%) Período de Embebição
I
II
III
1 2 3 4PADRÃO TRIFÁSICO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA PELAS SEMENTES DURANTE A GERMINAÇÃO (Bewley & Black, 1978)
TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO
A protrusão da raiz primária, indicando a
proximidade da etapa de divisões celulares,
representa a fronteira entre a tolerância e a
sensibilidade à dessecação, para a maioria
das espécies cultivadas
Período de Embebição (horas) Grau de Umidade (%) Protrusão da Raiz Primária (%) Germinação Pós- Secagem (%) 0 11,0 00 88 6 25,0 00 87 12 28,7 00 91 18 32,5 00 92 24 33,4 00 87 28 34,2 20 86 30 34,8 30 82 32 35,7 36 77
Grau de umidade de sementes de milho hidratadas durante diferentes períodos e germinação após a secagem (Custódio et al., 1993)
TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO
Mecanismos de tolerância à dessecação:
- Presença de proteínas tipo LEA
- Oligossacarídeos
Ação:
- Manutenção da capacidade de reparo do DNA
- Prevenção da cristalização das membranas
- Manutenção da estrutura das membranas
SEMEADURA EM SOLO SECO
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
Fatores que afetam a velocidade e a intensidade de embebição- Espécie
Permeabilidade do tegumento (cobertura) Composição química (reservas acumuladas) Volume do eixo embrionário x tecido de reserva
8 12 16 8 12 16 8 12 16 40 60 80 17oC 20oC 23,7oC Emergência de plântulas (%)
Grau de umidade das sementes (%) escuro
claro
Relação entre o grau de umidade (%) e a emergência de plântulas (%) de dois cultivares de feijão com tegumento de coloração diferente. (Adaptado de Demir et al.)
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
Fatores que afetam a velocidade e a intensidade de embebição- Potencial fisiológico - Temperatura
Colheita
(dias após R8) Períodos de embebição
6 24 R8 99,97 134,64 6 100,65 136,53 12 100,80 134,66 18 103,31 134,13 24 104,44 132,56 30 103,40 130,23 36 107,05 127,26 42 107,87 126,29
Resultados de testes de embebição conduzidos com sementes de soja ‘UFV-1’, colhidas em diferentes épocas (Vieira et al.)
Fatores que afetam a velocidade e a intensidade de embebição Tamanho da semente
Disponibilidade de água
Afeta velocidade, percentagem e uniformidade
ALGODÃO
< -0,2 MPamenor velocidade
< -0,4 MPamenor percentagem
< -1,2 MPanão há emergência
MILHO
< -1,3 MPanão há emergência
Disponibilidade de água
TRIGO
< -0,8 MPamenor velocidade
< -1,6 MPanão há emergência
Disponibilidade de água
SOJA (Sá)
< -0,2 MPa< velocidade
< -0,4 MPa< percentagem
< -0,8 MPanão há emergência
Fatores que afetam a velocidade e a intensidade de embebição Fatores que afetam a velocidade e a intensidade de embebição
Disponibilidade de água
Afeta velocidade, percentagem e uniformidade
Relações com aeração
Capacidade de campo: - 0,01 a -0,05 MPa Ponto de murcha permanente: -1,5 MPa
Emergência de plântulas de soja, em dois tipos de solo com diferentes teores de água (PESKE)
A) Barro areno-argiloso 14% -4,4; 16%-1,9; 20% -0,4; 22% -0,17 atm B) Barro arenoso 9% -1,1; 11% -0,48; 13% -0,21 atm Espécie Germinação (%)
Grau de umidade do solo (%) 7 8 9 11 14 16 18 Repolho 93 0 80 94 92 93 91 86 Girassol 92 0 73 89 90 92 82 90 Milho doce 95 2 35 90 93 89 93 95 Melancia 86 1 39 82 83 87 85 85 Cebola 96 0 0 75 91 91 91 91 Feijão vagem 82 0 0 57 86 89 88 89 Alface 93 0 0 29 81 91 90 88 Ervilha 91 0 3 19 86 89 86 90 Aipo 80 0 0 0 29 62 73 82
Emergência de plântulas em solo argilo-arenoso com diferentes graus de umidade. Fonte: Popinigis (1977).
Fatores que afetam a velocidade e a intensidade de embebição Disponibilidade de água
Afeta velocidade, percentagem e uniformidade Relações com aeração
Capacidade de campo: - 0,01 a -0,05 MPa Ponto de murcha permanente: -1,5 MPa
Potencial fisiológico Teor de água da semente
LOTES POTENCIAIS (MPa) Teor de Água (%) 9,0 11,0 13,0 1 - 0,04 - 0,1 - 0,2 - 0,4 80 84 74 52 88 86 88 60 96 90 92 72 2 - 0,04 - 0,1 - 0,2 - 0,4 64 50 58 46 64 64 64 52 86 80 88 60
Influência do teor de água das sementes e do potencial hídrico sobre a emergência de plântulas de soja, cv. IAC-15 (Rossetto et al., 1997)
Cultivar
Teor de água (%)
Testem.
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
BR 232
84
79
85
88
90
92
Embrapa 48
50
58
70
79
73
74
Influência do teor de água de sementes de soja, no momento da semeadura, sobre a germinação
(Toledo et al., 2010)
Testemunha: grau de umidade + 7,2%
POTENCIAL HÍDRICO
(MPa)
Germinação
(%) Velocidade de Germinação Hipocótilo (cm)Comprimento Emergência(%)
T NT T NT T NT T NT
- 0,03 86 78 10,3 9,2 4,6 4,4 87 67
- 0,2 80 69 9,6 8,1 3,9 3,5 79 61
- 0,4 70 59 6,0 4,7 3,3 3,0 19 10
Efeitos da disponibilidade hídrica e tratamento fungicida sobre o desempenho de sementes de dois cultivares de soja
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
FATORES DO AMBIENTE
Temperatura
Germinação seqüência ordenada de reações químicas
Temperatura x atividade enzimática
Temperaturas cardeais e variações Sementes dormentes e deterioradas Temperaturas alternadas
Afeta percentagem, velocidade e uniformidade
Temperatura e velocidade de germinação de sementes de couve-flor (GULLIVER & HEYDECKER, 1973)
ESPÉCIE ÓTIMA MÍNIMA MÁXIMA
Milho
32-35
9
44
Quiabo
30
15
40
Repolho
30
5
35
Soja
32
8
40
Tomate
25
10
40
Trigo
15-31
4
43
Temperaturas cardeais (oC) para a germinação de
sementes de algumas espécies cultivadas
ESPÉCIE ÓTIMA MÍNIMA MÁXIMA
Abóbora 30 15 38 Alface 20 2 30 Arroz 33 11 41 Aveia 19-27 4 40 Beterraba 30 5 35 Café 32 10 41 Cebola 20 10 35 Cenoura 25 5 35 Cevada 19-27 4 40 Ervilha 25 5 30
Temperaturas cardeais (oC) para a germinação de sementes de algumas espécies cultivadas
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
FATORES DO AMBIENTE
Oxigênio
Composição do ar
→
20% O2, 0,03% CO2, 80% NConcentração de 10% O2 é suficiente Concentração > 0,03 % CO2 geralmente inibe
Problemas
Preparo e manejo do solo Encharcamento 5% 3% 10% 15% 21% Tempo (dias) G e r m i n a ç ã o (%)
Período de germinação de sementes de tomate, a 25oC, em atmosfera contendo diferentes níveis de oxigênio (%).
(Corbineau e Come) 100 75 50 25 0 1 2 3 4 5 6 7
FATORES DO AMBIENTE
Oxigênio
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
FATORES DO AMBIENTE
Luz
Sementes pequenas e recém-colhidas: hortaliças, forrageiras; silvestres
Não é fator imprescindível para as não dormentes Classificação
Fotoblásticas positivas Fotoblásticas negativas Neutras ou não fotoblásticas
Radiações promotoras: 660 a 700nm Radiações inibidoras: >700nm; < 440nm
Mecanismo da ação da luz: pigmento responsável é o fitocromo, cromoproteína localizada no eixo embrionário
Presente em duas formas:
ativa (Fvd, Pvd ou P730)pico na região de 720-760 nm
inativa (Fv, Pv ou P660)pico na região de 600-700 nm
Última exposição determina a forma do fitocromo que permanecerá em maior concentração
FV
inativa ativaFvd
Vermelha
100
50
0 440 480 530 700 800
Promoção
Inibição
Relações entre radiações de comprimentos de onda específicos (nm) e a germinação de sementes de alface sensíveis à luz (Flint e McAllister, 1937
FATORES DO AMBIENTE
Luz
Fotoblásticas positivas exigem concentração de Fvd
superior a determinado limite
“Disparo” do processo de germinação
Síntese de hormônios Reinício da transcrição da mensagem genética
Ação apenas em sementes embebidas
AÇÕES DA LUZ
Promover controle respiratório
Permeabilidade da cobertura ao oxigênio Ativação de enzimas
Síntese de hormônios Metabolismo de lipídios Permeabilidade de membranas
SUBSTITUTOS DA LUZ
Remoção ou incisão nos tegumentos Baixas temperaturas (estratificação) Armazenamento em locais secos Aumento na tensão de oxigênio Giberelinas
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
AGENTES QUÍMICOS
Tiouréia
Nitrato de potássio
Água oxigenada
Ácido sulfúrico
Bioestimulantes
Tratam. Germin. Veloc. Compr. Raiz P. Aérea Envelhec.Compr. Frio Test 93 a 11,10 a 11,27 a 5,48 a 90 a 75 a 5 ml 88 a 11,02 ab 10,84 a 5,85 a 69 bcd 65 abc 10 ml 89 a 10,11 abc 11,18 a 6,48 a 75 bc 50 cde 15 ml 86 a 10,38 abc 10,72 a 5,19 a 74 bcd 56 bcd 20 ml 87 a 9,42 c 10,48 a 5,94 a 61 d 39 e
Efeitos de tratamentos com diferentes doses de Stimulate® sobre o desempenho de sementes de milho híbrido AG-405 (Marcos Filho, 2004).
Tratamentos
Germin. (%) Compr. Raiz (cm) Emerg. Pl. (%) L1 L2 L3 L1 L2 L3 L1 L2 L3
Test 98 91 87 14,1 13,4 11,6 90 86 86 2 m/kgl 94 88 87 15,1 13,5 12,9 85 87 85 4 ml/kg 91 88 90 15,9 13,9 11,3 87 85 84 10 ml/kg 85 82 81 14,6 13,3 12,3 85 85 85
Efeitos de tratamentos com diferentes doses de Stimulate® sobre o desempenho de três lotes de sementes de soja (Marcos Filho)
FUNÇÕES DOS FITOHORMÔNIOS
TRADUÇÃO DA MENSAGEM GENÉTICA
EFEITO SINERGÍSTICO COM A LUZ
CONTRABALANÇAR EFEITOS DE INIBIDORES (Cumarina e ABA)
SUPERAR DORMÊNCIA SECUNDÁRIA (temperatura alta e ausência de luz)
ALTERAÇÃO DA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS
ESTÍMULO À DIVISÃO E ALONGAMENTO CELULAR
PROMOÇÃO, INIBIÇÃO OU ALTERAÇÃO QUALITATIVA DO DESENVOLVIMENTO
Auxinas
PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS
CRESCIMENTO RAIZ PRIMÁRIA E CAULE
EFEITOS ESTIMULANTES OU INIBITÓRIOS (dependendo da concentração)
Citocininas
FUNÇÕES DOS FITOHORMÔNIOS
DIGESTÃO ESTÍMULO À SINTESE E ATIVIDADE DE ENZIMAS
SUPERAR EXIGÊNCIAS DE LUZ OU DE BAIXAS TEMPERATURAS
CRESCIMENTO DA PLÚMULA
ALONGAMENTO CELULAR
TRANSCRIÇÃO DO GENOMA
REVERSÃO DE EFEITOS PROVOCADOS POR TEMPERATURAS E PRESSÕES OSMÓTICAS ELEVADAS
ESTÍMULO À VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO
AMPLIAÇÃO DOS LIMITES DE TEMPERATURA ÓTIMA
ATUAÇÃO NA SÍNTESE DE COMPONENTES ESSENCIAIS E NA FLEXIBILIDADE DAS MEMBRANAS
FUNÇÕES DOS FITOHORMÔNIOS
Etileno
AUMENTAR LIBERAÇÃO E MOVIMENTO DE ENZIMAS
PERMEABILIDADE DA “COBERTURA” A GASES
FORMAÇÃO DA ALÇA HIPOCOTILEDONAR
ATENUAR A EXIGÊNCIA DE TEMPERATURA ESPECÍFICA
INFLUÊNCIA NO EQUILÍBRIO PROMOTORES / INIBIDORES
DA GERMINAÇÃO Cult. Época Emerg (%) Germinação (%) Envelhecimento (%) Tetrazólio 6-8* (%) C V E1C E2C E1V E2V E1C E2C E1V E2V E1C E2C E1V E2V 1 S1 88 96 61 95 91 96 87 93 92 97 68 95 88 94 84 96 62 93 26 95 02 01 05 03 11 00 28 01 S2 2 S1 87 93 57 93 93 95 80 94 84 96 56 95 95 95 91 97 56 90 19 91 04 00 14 01 11 00 31 01 S2 ÉPOCA DE SEMEADURA
Valores médios referentes ao potencial fisiológico de sementes de quatro cultivares precoces de soja, em função de épocas e locais de semeadura (Medina et al. )
S1: novembro; S2: março/abril
E1: maio (semeadura S1) e agosto (semeadura S2); E2: novembro, após armazenamento em ambiente normal
OUTROS FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
o ÉPOCA DE SEMEADURA
o CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE A PRODUÇÃO o FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
o MOMENTO DE COLHEITA o MÉTODO DE COLHEITA
OUTROS FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
o ÉPOCA DE SEMEADURA
o CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE A PRODUÇÃO o FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
o MOMENTO DE COLHEITA o MÉTODO DE COLHEITA o INJÚRIAS MECÂNICAS
HORA DA
COLHEITA UMIDADE(%)GRAU DE DANOS (%)
GERMIN.(%) Intactos Danif.
MANHÃ 14,6 1,87 96 87
TARDE 13,5 13,50 54 56
Influência do momento de colheita sobre a ocorrência de injúrias mecânicas em sementes de soja
Fonte: Sedyiama et al.
OUTROS FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
o ÉPOCA DE SEMEADURA
o CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE A PRODUÇÃO o FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
o MOMENTO DE COLHEITA o MÉTODO DE COLHEITA o INJÚRIAS MECÂNICAS o SECAGEM
OUTROS FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
o ÉPOCA DE SEMEADURA
o CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE A PRODUÇÃO o FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
o MOMENTO DE COLHEITA o MÉTODO DE COLHEITA o INJÚRIAS MECÂNICAS o SECAGEM
o BENEFICIAMENTO
OUTROS FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
o ÉPOCA DE SEMEADURA
o CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE A PRODUÇÃO o FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
o MOMENTO DE COLHEITA o MÉTODO DE COLHEITA o INJÚRIAS MECÂNICAS o SECAGEM o BENEFICIAMENTO o CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO o MICRORGANISMOS o INSETOS o TRATAMENTO QUÍMICO
INT
ENSIDADE DE
RESPOST
A
1. ALTO POT. FISIOL : SEMENTES PRATICAMENTE NÃO RESPONDEM AO TRATAMENTO 2. POT. FISIOL. MÉDIO / ALTO: RESPOSTA É TANTO MAIOR QUANTO MENOR FOR O POT. FISIOL. DAS
SEMENTES
3. POT. FISIOL MÉDIO / BAIXO: RESPOSTA DIMINUI À MEDIDA QUE DECRESCE O POT. FISIOL DAS SEMENTES 4. BAIXO POT. FISIOL: NÃO HÁ REAÇÃO AO TRATAMENTO
NÍVEIS DE VIGOR
1 2 3 4
ADAPTADO DE CARVALHO E NAKAGAWA
OUTROS FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO
o ÉPOCA DE SEMEADURA
o CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE A PRODUÇÃO o FERTILIDADE DO SOLO E ADUBAÇÃO
o MOMENTO DE COLHEITA o MÉTODO DE COLHEITA o INJÚRIAS MECÂNICAS o SECAGEM o BENEFICIAMENTO o CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO o MICRORGANISMOS o INSETOS o TRATAMENTO QUÍMICO o HERBICIDAS E DESSECANTES o EMBALAGEM
Embalagem Parâmetro Armazenamento (meses) 0 2 4 8 16 18 Polietileno Germinação (%) 99 98 99 99 96 81 Teor de água (%) 8,5 8,6 9,1 9,8 12,0 11,2 Papel Germinação (%) 99 30 01 Teor de água (%) 8,5 16,7 15,1 Pano Germinação (%) 99 46 02 Teor de água (%) 8,5 16,0 17,6
Germinação e grau de umidade de sementes de milho armazenadas em diferentes tipos de embalagem a 30oC e 85% de umidade relativa do ar (Baskin)