Pró-forma adverbial
Advérbios: Chegamos à nossa casa. Seremos felizes aqui.
Pró-forma verbal
Neste caso, os verbos fazer e ser são empregados em referência a todo o predicado e não apenas ao verbo:
Lúcia se exercita muito e Patrícia faz o mesmo. (Neste caso o verbo fazer vem acompanhado por o, o mesmo, isto etc.)
Não trouxe a bolsa de ferramentas, mas é porque estava pesada.
Pró-forma numeral
Ana Clara e Manuela são crianças adoráveis. As duas quase não choram.
Fiz duas boas ações hoje. A primeira foi ajudar um idoso a atravessar a rua.
Elipse
Carlos escreveu um ótimo artigo, mas * ainda não conseguiu publicá-lo.
COESÃO REFERENCIAL POR REITERAÇÃO
A reiteração é a repetição de termos ou expressões no texto (a reiteração ocorre quando os elementos repetidos têm a mesma referência).
As repetições do mesmo termo
de forma idêntica: Testamos a nova bola do campeonato, mas a bola apresentou um defeito.
com um novo determinante: Testamos a nova bola do campeonato e essa bola não agradou.
de forma abreviada: Thiago Neves é o novo atacante do
Flamengo. A torcida ficou desconfiada, pois TN teve grande sucesso no Fluminense.
de forma ampliada: O JN é ainda um grande telejornal brasileiro, mas o Jornal Nacional deixou de ser unanimidade no país há
muito tempo.
Os sinônimos ou quase-sinônimos
hipônimos: Comprou guloseimas para a viagem, mas os
chocolates não duraram muito
hiperônimos: O marceneiro fez uma linda estante de
madeira nobre, mas o móvel não coube na sala de Laís.
nomes genéricos: Trouxe cadernos, livros e borrachas.
Depois levou as coisas embora.
termos simbólicos: A monarquia precisava arrecadar
muito, por isso os impostos cobrados pela coroa eram
exorbitantes.
Expressões nominais definidas
ANTONOMÁSIA – É a substituição do nome de uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória:
Ex.: Xuxa foi a Paris. Lá a Rainha dos baixinhos gravou um especial para o Natal.
PERÍFRASE - É a substituição do nome de um ser qualquer por alguma de suas características, atributos ou fato que o tornou conhecido:
Ex.: O Rio tem muitos problemas, mas a cidade maravilhosa ainda preserva alguns encantos.
OBS.: Tanto a antonomásia como a perífrase são
Outras expressões nominais
Há situações em que, ao usar uma expressão nominal, o enunciador manifesta sua posição, um juízo de valor, o que pode determinar ou expor a orientação argumentativa do texto. Observe estes exemplos:
Lula governou o Brasil durante oito anos e conseguiu índices importantes de aprovação junto ao povo. Atualmente, o
ex-presidente passa por sessões de radioterapia para o
tratamento de um câncer na laringe.
Lula governou o Brasil durante oito anos e conseguiu índices importantes de aprovação junto ao povo. Atualmente, o
sindicalista das palestras milionárias passa por sessões de
radioterapia para o tratamento de um câncer na laringe.
A COESÃO RECORRENCIAL
É basicamente repetição de algum tipo de elemento anterior que não funciona como uma referência a um termo anterior, mas como uma espécie de "recordação" de um mesmo
padrão. Assim, a recorrência pretende indicar que a informação progride, diferentemente da reiteração, já estudada, que indica que a informação é conhecida e mantida.
A coesão recorrencial pode aparecer de várias formas:
a recorrência de termos (ênfase, intensificação ou fluência de texto):
“Irene preta Irene boa
Irene sempre de bom humor (...)” – Manuel Bandeira
o paralelismo, que consiste na recorrência da mesma estrutura sintática:
“E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu,
a paráfrase, que é uma atividade de reformulação de um texto-fonte. Comumente vem marcada por expressões introdutórias como isto é, ou seja, quer dizer, digo, ou
melhor, em outras palavras:
Ele tomou emprestado sem meu consentimento, ou seja,
roubou.
recursos fonológicos. Normalmente os casos mais estudados são os relacionados com a rima, mas o ritmo de uma estrofe também pode ser considerado como coesão recorrencial:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento (...)” – Vinícius de
Moraes
A COESÃO SEQUENCIAL
Os mecanismos de coesão sequencial fazem progredir o texto. Diferem dos de recorrência porque não são usadas repetições de padrões.
Essa progressão textual ocorre principalmente por meio de conexões. Grosso modo, essas conexões podem ser
entendidas como conjunções.
Vejamos algumas dessas relações:
Disjunção:
Nós ficaremos em casa ou iremos ao cinema.
Condicionalidade:
Causalidade (inclui as construções que a gramática chama de causais, conclusivas, consecutivas e finais):
Falou baixo porque o bebê estava dormindo.
O céu está escuro, portanto levarei um guarda-chuva. Ele correu tanto que se cansou.
Correu para que não perdesse o ônibus.
Restrição ou delimitação (realizada por meio de um pronome relativo):
Nós socorremos a menina que se acidentou.
Conjunção (relação de adição):
Contrajunção (compreende as construções adversativas
e concessivas):
Não estudou, mas fez boa prova.
Cantaremos ainda que não queiram.
Explicação ou justificação:
COESÃO TEXTUAL INDIRETA (ANÁFORA INDIRETA/ANÁFORA ASSOCIATIVA)
Às vezes, a coesão textual é feita de maneira indireta,
apelando para o conhecimento que o leitor tem do mundo. Assim, pode ser usada a coesão textual indireta, que consiste no uso de expressões anafóricas definidas sem um
antecedente explícito. A relação entre o termo anafórico e o elemento chamado de âncora ocorre por inferência.
Vejamos o exemplo:
Ontem fui a uma festa de casamento. O bolo estava delicioso.
DÊIXIS
A raiz etimológica do vocábulo dêixis remete à noção de
indicação. Dêixis significa, na tradição greco-latina, “apontar”, “indicar”, “demonstrar”; mas, na Linguística contemporânea, faz referência à função dos pronomes pessoais e
demonstrativos, tempos verbais e outras categorias
gramaticais que relacionam enunciados aos aspectos de tempo, espaço e pessoa na enunciação, isto é, dêixis é a localização e identificação de pessoas, objetos, eventos, processos e atividades sobre as quais falamos ou a que nos referimos no momento da interação verbal.