Agora vamos assistir a uma Apresentação
Narrada sobre
NATUREZA E DINÂMICA DAS
CULTURAS
. Ao final desta, espera-se que você
aprenda sobre os processos formativos e
difusores de cultura, ou seja, como se formam e
como se transformam distintas visões de
mundo, tipos de comportamento e formas de
interação social.
Com isso, espera-se que você possa
relacionar
os processos de formação e transformação das
culturas, com uma mais profunda compreensão
sobre os aspectos culturais da nossa vida
NATUREZA E DINÂMICA DAS CULTURAS
Curso:
Psicologia
Disciplina:
Antropologia
Unidade de Conteúdo:
Unidade 3
CONTEXTUALIZAÇÃO
Unidade de ambientação
Unidade 1 – O desenvolvimento da Antropologia e das ciências
sociais no Ocidente
Unidade 2 – Questões de Antropologia Clássica
Unidade 3 – Natureza e dinâmica das culturas
Unidade 4 – Teorias da cultura
Unidade 5 – Família e parentesco
Unidade 6 – Religião, religiosidade e magia
Unidade de revisão
Esquema
A cultura como ação transformadora do meio e do Homem O problema da cultura O conceito antropológico de cultura Aculturação Etnocentrismo e apatia As mudanças culturais Contracultura e subcultura Endoculturação O conceito antropológico de culturaA CULTURA COMO AÇÃO TRANSFORMADORA DO
MEIO E DO HOMEM
Oswald Spengler afirmou que o Homem não é tal qual
aquele das pinturas chinesas, ou seja, solto no espaço, como se estivesse caindo no nada: o Homem existe no meio geográfico.
Mais do que isso, retira desse meio o necessário a sua sobrevivência.
É possível então pensar a dimensão cultural humana a partir das relações entre Homem e meio-ambiente.
O Homem, que é dotado de necessidades materiais, obedecendo a programações biológicas (comer,
evacuar, beber, dormir, procriar etc.), realiza-as essencialmente no meio-ambiente.
Educator Oswald Spengler in Serious Pose
Título original: Head and shoulder portrait of Oswald Spengler, (1880-1936), German historian, author of the Decline of the West.
IMAGEM: © Bettmann/CORBIS DATA DA FOTOGRAFIA 1932 COLEÇÃO Bettmann
Thomas Malthus identificou que haveria um
descompasso nessa relação.
As necessidades humanas seriam maiores, em relação àquilo que o meio ambiente pode ofertar naturalmente.
Malthus demonstrou que as necessidades
humanas seriam maiores que aquilo que o meio ambiente poderia prover, sem que o Homem interferisse nele.
Desse descompasso resultaria um grave
problema à sobrevivência humana, que depende
vitalmente de alimento e água. Engraving of Economist Thomas Robert Malthus by John Linnell
Título original: Thomas Robert Malthus (1766-1834) English economist. Photo shows Malthus in a formal head and shoulder portrait. Undated engraving by J. Linnell.
IMAGEM: © Bettmann/CORBIS NOME DO CRIADOR John Linnell DATA DE CRIAÇÃO 19th century COLEÇÃO Bettmann
Já dissera o filósofo grego Platão, no séc. IV a.C., que
“a necessidade é a mãe de todas
as invenções”
e; portanto, para esse problema de sobrevivência a solução encontrada pelo Homem foi interferir no meio-ambiente.
A primeira forma encontrada pelo Homem para
empreender essa ação transformadora do meio foi a agricultura.
PLATÃO. A República. São Paulo, Atena, 1962.
Artigo: “A dor nos ensina”; disponível no link:
http://www.eduardodias.com.br/downloads/A_dor_e nsina_a_gemer.pdf
Platão de Atenas 429 x 600 - 43k - jpg cafehistoria.ning.com
Para que o Homem pudesse interferir na
natureza, para atender as suas necessidades de sobrevivência, foi preciso o desenvolvimento de materiais e técnicas: o desenvolvimento dos
materiais necessários à atividade do plantio bem como das técnicas adequadas para sua
utilização.
Os materiais constituem, segundo Karl Marx, os “meios de produção da vida social”, junto do mais importante meio: a terra; as formas ou as
técnicas para utilizá-los consistem na tecnologia desenvolvida, ambos, para o trabalho.
Segundo a definição marxista, o
trabalho é a ação transformadora do
meio ambiente que tem a finalidade de
garantir a sobrevivência humana.
Portrait of Karl Marx
An engraving by Charles Baude after Gaston Vuillier.
IMAGEM: © Stefano Bianchetti/Corbis NOME DO CRIADOR Gaston Vuillier DATA DE CRIAÇÃO ca. 1883 FOTÓGRAFO
Stefano Bianchetti
É por isso que não existem sociedades estacionadas, todas estão fadadas à transformação.
Mudam constantemente porque, segundo Malthus demonstrou, o descompasso entre o que o Homem necessita e o que a Natureza oferece nunca deixaria de existir.
Para defender essa tese, Malthus demonstrou que os homens crescem em progressão geométrica (multiplicando-se entre si), enquanto os meios de subsistência cresceriam em progressão aritmética (por somatória, não por multiplicação).
Feature: Syria at the Crossroads
The family of Jamil Hemedoush picks olives in their fields in the Alawite Mountains.
IMAGEM: © Ed Kashi/Corbis
DATA DA FOTOGRAFIA 6 de outubro de 2008 LOCAL Damascus, Syria, Syria
FOTÓGRAFO Ed Kashi
COLEÇÃO Corbis New
MALTHUS, Thomas Robert. Princípios de economia política: e considerações sobre sua
aplicação prática; Ensaio sobre a população. São Paulo: Abril
o trabalho é a ação transformadora humana do meio ambiente,
geradora de cultura (que também pode ser definida como trabalho).
Para Marx, a infraestrutura econômica das sociedades, ou seja, sua base econômica, determinaria a
superestrutura política e ideológica, sendo a cultura a somatória dessas relações, pois estaria inscrita no
modus vivendi das sociedades.
A infraestrutura seria o modo de produção da vida social, ou como aquela sociedade produz o suficiente a sua
existência material, produzindo os sentidos, significados, valores, morais e identidades.
O modo de produção da vida social seria determinado pelo modo de produção de bens de consumo, composto por sua vez pelos meios de produção (instrumentos,
terra – incluindo seu regime de propriedade -, etc.), força de trabalho (se é assalariada, escrava etc.), tecnologia (forma com que a força de trabalho opera os meios de produção), determinando os aspectos políticos,
ideológicos e culturais dessa sociedade.
Liberia - Fisherman detangles fishing net
A man untangles his fishing net on the beach in Robertsport, Liberia.
IMAGEM: © Jane Hahn/Corbis DATA DA FOTOGRAFIA 22 de março de 2009 LOCAL Robertsport, Liberia
FOTÓGRAFOJane Hahn
O mais importante questionamento já feito pelo Homem em torno dos
fenômenos da cultura foi,
indubitavelmente, aquele que se referia às diferenças culturais.
Este questionamento se torna mais grave nos períodos em que o contato entre distintos grupos humanos se intensifica.
Com o advento das primeiras cidades que se desenvolveram, contemporaneamente, na região do Oriente Próximo (Egito e
Mesopotâmia), Índia e China - provenientes dos primeiros grandes
aglomerados humanos em torno de atividades que requeriam o trabalho organizado (primordialmente as obras hidráulicas) -, as atividades
comerciais, os deslocamentos populacionais e até mesmo as guerras colocaram em contato não apenas povos distintos, senão culturalmente diferentes, movendo a reflexão humana a questionar as origens das desigualdades.
O PROBLEMA
DA CULTURA
The Great Pyramids IMAGEM: © Andy Sotiriou/moodb oard/Corbis COLEÇÃO moodboardQuando, no séc. XIX desenvolveu-se a Antropologia como ciência humana e social, gozando de rigor metodológico e primeiros referenciais teóricos, o darwinismo social tendia a fornecer explicações científicas (pautadas na teoria da evolução das espécies) para uma compreensão então já muito antiga: a da determinação biológica e geográfica das culturas.
O debate teórico em torno dessas questões
desmontou, paulatinamente, as convicções rácicas que determinavam as diferenças culturais, impondo não apenas outra ordem de compreensão, mas modificando de forma irreversível os objetos, objetivos, métodos e natureza desta nascente ciência.
Ainda que liberta das amarras explicativas do evolucionismo, a cultura não carecia apenas de explicações sobre a questão das diferenças, mas primordialmente sobre sua natureza, origens e dinâmicas de transformação. 480 x 508 50k jpg -www.iped.com .br/sie/uploads /9362.jpg Veja abaixo a imagem em:www.coleg ioweb.com.br/.. ./evolucao-das-especies O difusionismo e o funcionalismo determinaram o fracasso do evolucionismo darwinista na Antropologia.
A questão das diferenças culturais ganhou também, com o advento dessas percepções
pós-evolucionistas, outro âmbito de ocorrência, uma vez que diferenças culturais se verificavam não
somente externamente aos grupos sociais, mas também internamente.
Se as explicações evolucionistas não davam conta de esclarecer as diferenças entre povos distintos, também falhou em atribuir as diferenças entre homens e mulheres por meio da hereditariedade. Obviamente homens e mulheres mantêm relevantes diferenças biológicas, contudo, o papel que
desempenham em distintas sociedades, segundo essas novas percepções, foram sendo definidos por essas mesmas sociedades, ou seja, os papéis de gênero, e também geracionais, religiosos, laborais etc., são construídos socialmente, não
determinados bologicamente.
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Veja abaixo a imagem em:imho.com.br/2008/11/24/diferenca
Inicialmente, o termo CULTURA apareceu em documentos escritos que se referiam ao âmbito da agricultura e, de sua
designação como tipo de prática agrícola (cultura da cana-de-açúcar, cultura do café etc.), passou a ser utilizado para se referir ao modo de vida dos camponeses. Com o passar do tempo, do modo de vida de sociedades simples, o termo passou a ser utilizado para designar a área de
estudo que tentavam compreender esses modos de vida. Slaves Picking Cotton in Field Título original: As a slave. IMAGEM: © Bettmann/COR BIS COLEÇÃO Bettmann
A perspectiva antropológica define a cultura a partir de 5 de suas características principais:
1) Transmitir caracteres de forma extra-somática; 2) ser particular ao Homem; 3) desenvolver-se pela adaptação; 4) difundir-se pela padronização; 5) ter a sociedade como seu veículo.
Em termos antropológicos, pode-se entender a cultura como o sistema humano de hábitos ou
costumes adquiridos por processos extra-somáticos, difundidos na sociedade por símbolos ou convenções criados nas dinâmicas de adaptação do indivíduo ao meio ambiente.
Essa definição ganhou corpo teórico na década de 1930, a partir da obra de Franz Boas e Bronislaw
Malinowski, que romperam com o evolucionismo
linear assumido pela Antropologia por meio das teses de Spencer, representante máximo do darwinismo social e que postulava que o Homem evoluiria do estágio de barbárie ao estágio de civilização.
American Anthropologist Franz J. Boas with Ashton Talbott
IMAGEM: © Bettmann/CORBIS DATA DA FOTOGRAFIA ca. 1940s COLEÇÃO Bettmann
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1977.
Artigo: PALTRINIERI, Anna Casella;
“Imigração, raça e cultura: o ensinamento de Franz Boas”; Revista Outros Tempos
-UFMA. ISSN 1808-8031; vol.6, no.7, São Luís, Jul. 2009 (disponível no sítio:
http://www.outrostempos.uema.br/vol.6.7.pdf/Anna %20Casella%20Paltrinieri.pdf).
A resposta da Antropologia para a questão da diversidade cultural é o
aprendizado, que se dá por sua vez por meio de relações culturais especificas. Por meio da educação o indivíduo é introduzido ao mundo ou, se quisermos ser mais profundos, é humanizado.
Por meio da educação transmitem-se saberes que explicam (cada qual a sua forma) o mundo e o Homem, bem como o papel do Homem no mundo.
Diferentes povos desenvolvem diferentes formas de transmitir seus saberes ou
diferentes formas de educar, processo no qual são transmitidos repertórios culturais inteiros. Family Eating Cookies IMAGEM: © Ken Seet/Corbis COLEÇÃO Flame
Não é nem a genética e nem o meio geográfico que determinam o
comportamento dos povos e suas
diferenças; mas a cultura, por sua vez
distinguida por conta da diversidade de
experiências de
aprendizado verificáveis em diferentes povos.
A diferença entre o Homem e os demais seres na natureza consiste no poder que guarda a cultura, o que faz com que o Homem não limite a sua
existência e suas possibilidades de sobrevivência única e exclusivamente ao seu potencial biológico; mas também aos instrumentos que cria para
facilitar sua sobrevivência.
Por exemplo, ainda que o Homem seja mais frágil que um urso em relação a regiões de clima frio, ele é capaz de desenvolver instrumentos e técnicas que lhe permitam caçar o urso, extrair sua pele, secá-la e usá-la como vestimenta, para escapar ao frio e viabilizar com isso sua existência.
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A imagem pode ter direitos autorais. Veja abaixo a imagem em:xamanismolegadodenossosa
ncestrais.blogspot.com
O conhecimento humano se distingue por seu caráter
cumulativo. Ou seja, por meio da educação são transmitidos saberes culturais já erigidos, permitindo ao Homem que os recebe pensar para além dessas culturas, propondo e
ETNOCENTRISMO E APATIA
O etnocentrismo consiste no fenômeno de o
indivíduo, ou um grupo de indivíduos, considerar a sua forma de interpretar o mundo como a única possível ou a melhor dentre as demais.
Com isso, outros sistemas culturais passariam a ser alvo de discriminação por serem consideradas “tortos”, “distorcidos” ou “equivocados”.
O etnocentrismo, absorvido pela cultura que é dada como inferior, absurda ou desviada, leva ao
fenômeno oposto: o da apatia.
Consiste na absorção dos valores de uma cultura etnocêntrica por parte daquela valorada
negativamente, resultando na depreciação dos indivíduos pertencentes àquela cultura por seu próprio sistema cultural.
ROCHA,
Everaldo. O que é etnocentrismo. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense. 1988.
AS MUDANÇAS CULTURAIS
Culturas mudam constantemente, mesmo porque a natureza, sua base material, também muda por conta da interferência humana, primordialmente cultural.
Ao alterar a natureza (que provem o Homem da base material de sua existência) para atender as suas necessidades, o Homem, por meio do
trabalho (que envolve o desenvolvimento de meios, ferramentas e técnicas) altera não só a natureza, mas a si mesmo.
Ao alterar o meio, altera suas formas de interação social, sendo assim, ainda que suas necessidades biológicas sigam sendo as mesmas, suas
necessidades sociais, ou culturais, mudam; mudando junto com o meio, novas formas de
interferência à natureza que, como dissemos, não é mais a mesma, tende a produzir sempre um novo homem, junto de novas formas de trabalho.
KUPER,
Adam. Cultura: a visão dos
antropólogos. Bauru, Edusc, 2002.
wind turbines and smoke stacks IMAGEM: © Images.com/Corbis NOME DO CRIADOR ImageZoo COLEÇÃO Images.com (RF)
ENDOCULTURAÇÃO
O conceito de “endoculturação”, conforme empregou Roger Martin Keesing refere-se ao permanente processo de aprendizagem de uma cultura que se inicia já desde o nascimento do indivíduo, quando passam a ser-lhe ensinados os valores e experiências que constituem,
paulatinamente, seu repertório cultural.
Trata-se de um processo contínuo, cujo término só se dá com a morte do indivíduo.
Keesing, Adamson Hoebel e Frost Herskovits, referem-se à função da endoculturação em
constituir o suporte de transmissão dos códigos de conduta sociais, por meio dos padrões de
comportamento social que difunde, o que tem um papel importantíssimo para a estabilidade do corpo social e do próprio sistema cultural.
MELLO, L. G. Antropologia Cultural: Iniciacao, Teoria e Temas. 11. ed.
Petropolis: Vozes, 2004. 1536 x 2048 -906k - jpg -www.prin ceton.edu /.../g-k/hoebel/ hoebel.jp g Veja abaixo a imagem em:www. princeton. edu/pr/pic tures/g-k/hoebel/
CONTRACULTURA E SUBCULTURA
Comportamentos desviantes da norma geram outros sistemas
culturais, chamados de subculturas, para o caso de sistemas à margem da cultura dominante; ou
contraculturas, para o caso de sistemas que se defrontam com a cultura dominante.
A “contracultura” se caracteriza pelo espírito crítico, questionador e
desobediente em relação a um
determinado contexto sócio-histórico.
PEREIRA, Carlos Alberto
Messeder. O que é contracultura. São Paulo : Nova Cultural /
Brasiliense, 1986. Hippie Couple, Cat, and Payphone A hippie couple hangs out on Sunset Boulevard in Los Angeles. Absent a bowl, their cat is served spilt milk in a payphone. "Hanging Out" was a full time occupation while waiting for a party. IMAGEM: © William James Warren/Scienc e Faction/Corbis LOCAL Los Angeles, California, USA FOTÓGRAFO William James Warren COLEÇÃO Encyclopedia
John Lennon e Yoko Ono,
deitados na cama de sua casa ofereceram uma das mais graves resistências à Guerra do Vietnã, defendendo que se fizesse amor, não a guerra.
ROSZAK,
Theodore. A contracultur a: reflexões sobre a sociedade tecnocrática e a oposição juvenil. Petrópolis : Vozes, 1972. Closeup J.Lennon W/Bride Y. Ono In Bed
Título original: 3/25/69-Amsterdam, Holland: Beatle John Lennon and his bride of five days, Yoko Ono, pose in the Presidential Suite of the Amsterdam Hilton Hotel, March 25th. Lennon declared they would "conceive a baby in Amsterdam" during press conference. Yoko nodded in agreement. They said they intend to stay in bed for seven days.
IMAGEM: © Bettmann/CORBIS
DATA DA FOTOGRAFIA 25 de março de
1969
LOCAL Amsterdam, Holland
COLEÇÃO Bettmann
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Decorrente do contato entre duas culturas distintas que, fundidas, dão origem a uma terceira cultura.
Refere-se também a relações assimétricas em que uma cultura passa a exercer sobre outra um papel de dominação, culminando na absorção da cultura dominada.
Uma questão a se pensar é se no processo, ainda que assimétrico, a cultura dominante não assumiria traços da cultura dominada.
Em verdade, as correntes mais recentes da Antropologia e das Ciências
Humanas e Sociais (como no caso da corrente crítica pós-colonial), verificam que contatos culturais, ainda que assimétricos e vetorizados por relações de força e poder, não se restringem a meras relações de assédio e resistência; mas resultam em trocas, negociações e mútuas transformações.
Fusão de doutrinas de diversas origens, tanto religiosas quanto filosóficas.
O termo é utilizado com maior fluência para se referir ao fenômeno da absorção de traços de uma religião por outra, culminando então numa forma sincrética. Sendo assim, o conceito é dotado de significados conciliadores entre distintos repertórios culturais, que passam a complementar-se e a serem
compreendidos por meio de correspondências simbólicas.
SINCRETISMO
Candomblé Beads and Catholic Symbols, originally uploaded bySabrina Gledhill.
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Veja abaixo a imagem
em:mrquerino.blogspot.com/2008/07/smbolos-religi..
PEREIRA, José Carlos. Sincretismo religioso & ritos sacrificiais: influências das religiões afro no catolicismo popular brasileiro . São Paulo: Zouk, 2004.