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Trabalho realizado por: Tânia Carneiro Nº20 12ºS

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Academic year: 2021

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Trabalho realizado por: Tânia Carneiro Nº20 12ºS

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Defesa da sociedade

Estruturas de comercialização internacional das

cooperativas

As cooperativas e o desenvolvimento socioeconómico

A. O impacto das cooperativas no desenvolvimento

ü As cooperativas, organizadas como empresas em benefício dos seus membros, oferecem um modelo empresarial que é particularmente relevante em épocas economicamente difíceis e em casos de colapso dos mercados. Enquanto grupo autónomo, uma cooperativa é amplamente acessível, especialmente aos mais carenciados e marginalizados. Onde a empresa privada ou o governo é mais débil, particularmente em áreas rurais remotas, as cooperativas conferem capacidade às populações locais para se organizarem e melhorarem as suas condições de vida. As Cooperativas promovem e apoiam o desenvolvimento empresarial, criando emprego produtivo, originando receitas e ajudando a reduzir a pobreza, ao mesmo tempo que reforçam a inclusão social, a protecção social e a estruturação da comunidade. Assim, enquanto beneficiam directamente os seus membros, oferecem igualmente externalidades positivas ao resto da sociedade e têm um impacto transformacional sobre a economia.

ü As cooperativas são importantes actores económicos. As Cooperativas Financeiras, incluindo as Caixas de Crédito, servem milhões de membros, enquanto alguns dos maiores retalhistas do mundo são Cooperativas de Consumidores. Entretanto, as Cooperativas Agrícolas contam com uma parte significativa da 2. O presente Relatório responde à Resolução 62/128 da Assembleia Geral, na qual o Secretário-Geral foi solicitado a apresentar um Relatório sobre o Impacto Socioeconómico das

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Cooperativas e a conveniência de proclamar um Ano Internacional das Cooperativas e os progressos feitos na promoção das Cooperativas. O Relatório destaca a importância das Cooperativas no desenvolvimento socioeconómico e como as Cooperativas Agrícolas e Financeiras contribuem para as soluções de longo prazo para a segurança alimentar e um sistema financeiro mais resistente e inclusivo, à luz das crises alimentar e financeiras mundiais. Sugere a proclamação de um Ano Internacional das Cooperativas que constitui como um momento oportuno para sublinhar a importância das Cooperativas no Desenvolvimento produção agrícola. Na tentativa de avaliar a escala do Movimento Cooperativo Global e do seu contributo para a economia global, a ACI compilou a lista GLOBAL 300, que classifica as 300 organizações cooperativas e mutualistas globais de topo. A lista de 2008 revela que as 300 cooperativas de topo são responsáveis por um volume de negócios global de 1,1 biliões (1.000.000.000.000) de dólares.

ü As Cooperativas proporcionam também oportunidades de inclusão social. Na economia informal, os trabalhadores têm criado cooperativas de serviços e associações para apoiar o seu auto-emprego. Nas áreas rurais, as Caixas de Crédito proporcionam acesso aos serviços bancários, que faltam em muitas comunidades. As Cooperativas de Crédito, ao financiarem a criação de pequenas e micro empresas, promovem o financiamento inclusivo, que as Nações Unidas visam fazer chegar aos pobres de uma forma sustentável.

ü Em muitos países, as cooperativas e as mutualidades constituem fornecedores importantes de serviços de protecção social, especialmente na área da saúde, e actuam na qualidade de esquemas voluntários de base comunitária. Nalguns países, participam igualmente na gestão de seguros obrigatórios de saúde ou fornecem serviços através das suas redes de

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saúde e serviços sociais. As cooperativas e as mutualidades abrangem mais de 69 milhões de pessoas na Ásia, 13 milhões na América Latina, 25 milhões em África e 5 milhões no Médio Oriente. Os Governos têm estabelecido parcerias com as cooperativas com vista a alargar a protecção social. Por exemplo, a Cooperativa de Prestação de Serviços de Saúde aos Agricultores YESHSVINI, da Índia, que serve 2 milhões de pessoas, é financiada em parte por subsídios governamentais.

ü As Cooperativas têm igualmente sido determinantes na consolidação da paz e na criação de pontes de comunicação em áreas de conflito ou de divisões étnicas. No Sri Lanka e no Nepal, as cooperativas têm sido as únicas organizações independentes autorizadas por todas as partes a actuar em zonas de conflito. Nas zonas pós-conflito, as cooperativas desempenham também um papel crucial na reconstrução tanto da economia como da sociedade civil.

ü Tal como outras empresas, as cooperativas têm limitações. O êxito das cooperativas é o resultado de uma gestão e uma administração eficazes e da capacidade de se adaptarem às condições empresariais prevalecentes. As Cooperativas têm sido igualmente encaradas como instrumentos estatais ou paraestatais, e como estando menos preocupadas acerca das necessidades genuínas dos seus membros. Alguns encaram também os princípios e as estruturas cooperativos como limitativos da capacidade de resposta rápida às mudanças de mercado. As Cartas Cooperativas também incluem, frequentemente, restrições à sua capacidade de gerar capital.

ü Surge também uma questão de bem-estar social quando os grandes produtores cooperativos actuam como monopólios no mercado. Embora tal atitude beneficie os membros das cooperativas, ela impõe um custo em termos de bem-estar social aos consumidores. Este argumento, no entanto,

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não se aplica tanto às cooperativas de consumidores, onde os membros são os consumidores.

ü Um desafio para a estrutura cooperativa, com base no conflito de interesses entre os membros e a gestão, é a sua vulnerabilidade face ao oportunismo em termos de gestão. Tal surge quando a componente associativa da cooperativa é muito ampla, de forma que o interesse individual se torna difuso relativamente aos interesses e incentivos da componente da gestão. Alguns fracassos de cooperativas têm sido, frequentemente, atribuídos a esta vulnerabilidade particular. Os exemplos incluem casos em que os membros eleitos para cargos oficiais concedem a si próprios grandes empréstimos, em violação das regras, ou tomam decisões arbitrárias sobre a contratação e demissão dos quadros, ou tomam decisões estratégicas tendo em mente interesses privados. Para tratar esta questão, é essencial fazer cumprir os regulamentos, através da supervisão, da formação dos membros e de linhas de orientação ética eficazes.

ü As Cooperativas têm enfrentado também a ameaça da desmoralização, que converte a organização em propriedade dos investidores. A pressão competitiva no sentido da expansão, que exige a obtenção de grandes montantes de capital mais rapidamente no mercado de capitais, está entre os factores de desmoralização.

ü As Nações Unidas reconhecem o Movimento Cooperativo como um importante parceiro na implementação da Agenda de Desenvolvimento elaborada pelas conferências e cimeiras das Nações Unidas a partir dos anos 90'. A Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social realizada em 1995 em Copenhaga, realçou a importância das cooperativas numa abordagem ao Desenvolvimento centrada nas pessoas. Os governos adoptaram as Linhas Orientadoras das Nações Unidas de 2001 sobre as

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Cooperativas, que servem para orientar a criação de cooperativas, assim como para limitar o papel dos Governos, ao fornecer um ambiente favorável e uma igualdade de condições para que as cooperativas possam operar numa base sustentável lado a lado com outros tipos de empresa. A Recomendação nº. 193 da OIT, de 2002, sublinha a necessidade de promover o potencial das cooperativas, para que estas possam contribuir para o desenvolvimento sustentável e o emprego digno.

As cooperativas financeiras em desenvolvimento

ü As Cooperativas Financeiras permitem que os membros satisfaçam as suas necessidades de serviços financeiros a baixo custo e com acesso fácil através da junção de capital limitado. A aquisição obrigatória pelos membros de títulos na cooperativa e as suas contas servem de base de financiamento para permitir que a cooperativa alargue o crédito aos membros.

ü As Cooperativas Financeiras são, muitas vezes, conhecidas como Caixas de Crédito, Cooperativas de Crédito e Poupanças ou Bancos Cooperativos. A componente associativa assenta típicamente num vínculo comum, que ajuda a estabelecer a confiança entre os aforradores e os contraentes de empréstimos. As Cooperativas Financeiras actuam enquadradas por um conjunto de valores e objectivos distintos dos dos bancos privados, e assentam num modelo orientado não apenas por motivos lucrativos, mas igualmente com objectivos sociais centrados no serviço e na receptividade às necessidades dos membros. As Cooperativas Financeiras operam, geralmente, ao nível retalhista, e são de dimensão mais pequena que os grandes bancos privados tendo, por isso, uma necessidade limitada de obter capital nos mercados grossistas.

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ü As Cooperativas Financeiras tornam-se uma parte de uma rede de Cooperativas Financeiras para tirar partido das economias de escala e obter serviços comuns, tais como o financiamento externo, funções de controlo interno e ligação ao Governo. O estabelecimento em rede permite também que as cooperativas sejam mais flexíveis e receptivas às necessidades dos clientes, já que alarga o seu âmbito geográfico e expande a oferta de produtos.

ü Globalmente, as Cooperativas Financeiras de todos os tipos servem cerca de 857 milhões de pessoas, ou seja 13% da população mundial. As Cooperativas financeiras globais líderes incluem: na França, o Crédito Cooperativo, que está altamente envolvido no apoio às iniciativas da Economia Social, enquanto o Grupo dos Bancos Populares é líder no financiamento de PME's; o RABOBANK é um parceiro líder da actividade agrícola na Holanda e no estrangeiro; O Grupo OP-POHJOLA, da Finlândia, e o Grupo DESJARDINS, do Canadá, são líderes nos mercados agrícola, da habitação e das PME's dos seus respectivos países.

ü Nos países em desenvolvimento, o acesso aos serviços financeiros em muitas cidades de pequena dimensão ou aldeias é, frequentemente, disponibilizado apenas por Cooperativas Financeiras, como é o caso no Burkina Faso, no Mali, no Senegal, etc. No México, a Caja Popular Mexicana mantém uma extensa presença em todo o país.

ü As Cooperativas Financeiras são os maiores fornecedores de micro-crédito aos pobres. Calcula-se que na globalidade, as Cooperativas Financeiras cheguem a 78 milhões de clientes que vivem abaixo da linha de pobreza, ou seja, que auferem menos de 2 dólares/dia. Na Ásia, por exemplo, 54,5% dos que contraem empréstimos e que auferem menos de 2 dólares/dia são servidos por cooperativas, em comparação com 19% servidos por outros fornecedores de micro-crédito.

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As Cooperativas Financeiras e a actual crise financeira e

económica

ü

A actual crise tem levado a uma maior consideração pelo papel das instituições financeiras alternativas e ao reconhecimento da vulnerabilidade de se confiar num único modelo empresarial económico/financeiro. Durante a crise, o sector cooperativo do crédito cooperativo registou um afluxo de depósitos por parte dos membros, que procuravam um local seguro para colocar as suas poupanças. Além disso, este sector conseguiu continuar a emprestar prudentemente, quando os bancos privados, com o capital debilitado, tiveram de cortar nos empréstimos As Cooperativas Financeiras revelaram a sua resistência e, actualmente exibem um crescimento nas poupanças e nos volumes dos empréstimos. Na Holanda, por exemplo, um Banco Cooperativo viu as suas poupanças e empréstimos crescer 30 a 40%, em 2008. Nos Estados Unidos, os Bancos de Crédito aumentaram 35 mil milhões de dólares, os seus empréstimos, enquanto os empréstimos concedidos pelos bancos convencionais se ficaram em 31 mil milhões. Estes resultados evidenciam a importância da diversidade institucional, para reforço da resistência do sistema financeiro e destacam igualmente o papel desempenhado por uma alternativa empresarial forte no sector da economia, tal como o Modelo Cooperativo.

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As Cooperativas Financeiras e a Redução da Pobreza

ü As Cooperativas Financeiras contribuem para a redução da pobreza através de várias formas. Por meio do fornecimento de produtos de poupanças, ajudam a reduzir as vulnerabilidades a choques tais como as emergências médicas. Elas incentivam as poupanças para investimentos futuros, incluindo na educação e em pequenas empresas. Proporcionam ainda aos seus membros o acesso ao crédito para financiamento de micro, pequenas e médias empresas, que geram emprego e rendimentos adicionais, e fornecem crédito agrícola que ajuda os pequenos agricultores a aumentar a produção e melhorar os rendimentos. Algumas Cooperativas Financeiras, como o Sistema de Crédito Cooperativo do Brasil, oferecem ainda seguros de saúde, reduzindo a vulnerabilidade dos membros aos catastróficos custos da saúde.

ü O produto primário oferecido pelas Cooperativas Financeiras são as facilidades de poupança a baixo custo para os pobres e os pequenos depositantes. Uma investigação empírica da última década revelou que a procura de serviços de poupanças existe mesmo entre os mais pobres. Para as pessoas que vivem em situação de pobreza, as poupanças são essenciais para contrabalançar a ciclicidade dos rendimentos. Por exemplo, os produtores de café do Ruanda aderem às Cooperativas Financeiras para economizar dinheiro para o período anterior à próxima colheita e para constituir uma reserva de dinheiro para os anos em que se verificam produções mais baixas. Para os sete países membros da União Monetária da África Ocidental, por exemplo, as cooperativas acumularam 96% das poupanças mobilizadas e 64% dos empréstimos concedidos do sector do micro-crédito, chegando a 2% da população, ou seja 1.440.000 pessoas.

ü As Cooperativas Financeiras proporcionam acesso ao crédito aos membros que podem não ter acesso aos grandes bancos comerciais. Isto é

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significativo em mercados onde os fornecedores financeiros estão ausentes, devido a perspectivas de lucro pouco atractivas, riscos elevados, ou altos custos de transacção. Dada a sua estrutura de baixos custos e baixos objectivos lucrativos, as Cooperativas Financeiras têm capacidade para oferecer crédito a taxas atractivas, fornecendo, assim, alternativas ao sistema de crédito “predatório” e reduzindo a vulnerabilidade dos pobres face à exploração.

ü As Cooperativas Financeiras são ainda importantes fornecedoras de crédito às PME's, que constituem um significativo sector gerador de emprego nas economias locais.

Propostas para a proclamação um ano internacional das

cooperativas

ü As Nações Unidas, paralelamente a outras agências internacionais, reconhecem a importância das COOPERATIVAS e dos seus contributos para a redução da pobreza, a geração de emprego e a inclusão social. O Banco Mundial reconhece o papel das cooperativas na revitalização do sector agrícola e da economia rural. Um Estudo de 2007 revelou que “Os Bancos Cooperativos tornaram-se partes importantes de muitos sistemas financeiros”.

ü Um ano internacional das cooperativas surge numa altura oportuna, quando fazemos face à pior crise financeira e económica desde a Grande Depressão, que ameaça o desenvolvimento socioeconómico de milhões de pessoas. A promoção das cooperativas, enquanto organizações autónomas, pode contribuir para combater questões como a pobreza, o desemprego e a perda de rendimentos, a insegurança alimentar e as carências, de acesso dos pobres ao crédito e aos serviços financeiros, à luz da actual crise.

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ü Um Ano Internacional das Cooperativas sublinharia o significado das cooperativas em muitas sociedades, e reforçaria o compromisso internacional de apoiar as Cooperativas. O Ano podia servir como impulso para a adopção de políticas, programas, projectos e regulamentações que promovam as cooperativas e reforcem a consciencialização quanto às cooperativas e seus contributos para o Desenvolvimento Socioeconómico. O Ano podia ainda constituir um Fórum para o diálogo sobre questões como a legislação aplicável às cooperativas, o enquadramento regulador, e a autonomia cooperativa.

Para concluir

ü As cooperativas dão um importante contributo para o desenvolvimento socioeconómico. A capacidade das cooperativas de criarem empresas viáveis e sustentáveis, assegura o emprego produtivo e a geração de rendimento, contribuindo, assim, para a redução da pobreza. Além disso, as cooperativas, orientadas pelos seus valores e princípios, e centradas nas suas comunidades locais, reforçam as economias rurais e proporcionam externalidades positivas ao resto da sociedade.

ü O impulsionamento do contributo das cooperativas para o desenvolvimento exige a promoção, a criação e o crescimento das cooperativas de uma forma sustentável e respeitadora da sua autonomia. A proclamação de um ano internacional das cooperativas pode desempenhar um papel primordial a este respeito.

Referências

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