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ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM E MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DE CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

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ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM E MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DE CAMPO

GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

Larissa Rocha de Rezende 1; Elaine Cristina Fernandes Baez Sarti 2 1

Curso de Enfermagem. Universidade Anhanguera-Uniderp. larissa_r3@hotmail.com 2

Curso de Enfermagem. Universidade Anhanguera-Uniderp. elaine.sarti@uniderp.edu.br

RESUMO

Exposições biológicas envolvendo o manuseio de instrumentos perfurocortantes por estudantes da área da saúde são freqüentes na atividade acadêmica. O estudo descreve a ocorrência e características das exposições a material biológico entre estudantes dos cursos de enfermagem e medicina da Universidade Anhanguera Uniderp, Campo Grande MS. Para coleta de dados, foi usado um formulário do Sistema de Vigilância PSBIO. Houve a participação de 140 acadêmicos do curso de enfermagem do sétimo e oitavo semestre e 64 acadêmicos do curso de medicina do nono e décimo semestre. Foram relatados acidentes com 3,6% dos alunos de enfermagem e 6,25% dos alunos de medicina. Destes respectivamente, 60% e 75% estavam com esquema vacinal completo para hepatite B; 80% e 100% das exposições foram percutâneas; 75% e 100% associados às agulhas; 60% e 100% sendo sangue fluído envolvido. Para os alunos de enfermagem os locais de exposições variaram substancialmente, entretanto para os alunos de medicina o serviço de emergência foi o local de maior freqüência. Conclui-se que a ocorrência de acidentes foi baixa, porém ainda há necessidade de investir em informação sobre riscos de acidentes biológicos, vacinação e biossegurança.

Palavras-chave: Acidentes de trabalho; Estudantes de enfermagem; Estudantes de medicina.

INTRODUÇÃO

Exposições biológicas e acidentes envolvendo o manuseio de instrumentos perfurocortantes por estudantes da área da saúde são freqüente na atividade acadêmica e expõem essa população ao risco de adquirir infecção.

Os estudantes de graduação da área da saúde desenvolvem parte de suas atividades acadêmicas semelhantes à prática profissional. Assim, desenvolvem habilidades necessárias para o cuidado de pacientes, lidam com objetos perfurocortantes e fluídos corporais, o que também os coloca em risco de acidente com material biológico (CANALLI et al., 2011).

Dados do SINABIO apontam que, dos acidentes com material biológico registrados no período de janeiro de 1999 a setembro de 2006, 1.067 (7,6%) ocorreram entre estudantes (SINABIO, 2007; GIR et al., 2008).

Estudo realizado por Gir et al. (2008) descreveu 170 acidentes com material biológico, sendo 83 (48,8%) com alunos do curso de odontologia, 69 (40,6%) em graduandos de medicina, 11 (6,5%) do curso de enfermagem e em 6 (3,5%) fichas de atendimento não havia a informação sobre a formação. Os autores descrevem também a ocorrência de a maioria dos acidentes (106-62,4%) ocorreu com alunos de escolas privadas e 55(32,3%) de escolas públicas.

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Um estudo realizado por Toledo et al. (1999) demonstrou que os estudantes de Medicina da UFMG apresentaram alto risco de exposição a sangue, o que implica em risco potencial de exposição ao HIV, Hepatite B e Hepatite C. A maioria da população, 108 (81,2%), participa de procedimentos cirúrgicos ou já sofreu algum tipo de exposição a sangue em acidente perfurocortante ou exposição de mucosas.

Embora os acadêmicos de enfermagem e medicina não sejam ainda considerados profissionais, em seu processo de ensino aprendizagem realizam atividades práticas em instituições de saúde e se expõem aos mesmos riscos daqueles profissionais que atuam nessas unidades (CANALLI, et al., 2011).

Estudo realizado por SHIMIZU E RIBEIRO (2002) mostra que a adesão de estudantes da saúde às medidas de precauções padrão em hospitais é baixa. O estudo mostra que, mesmo após diversos treinamentos sobre o uso das precauções padrão, os estudantes não adotavam a lavagem das mãos antes e após a realização de procedimentos, bem como continuavam reencapando as agulhas utilizadas.

O Center for Disease Control (CDC) criou, em 1988, um conjunto de recomendações destinadas aos profissionais de saúde com o propósito de diminuir o risco de contaminação por HIV e o vírus hepatite B (HBV) no caso de contato com sangue e fluídos corporais. No Brasil, essas recomendações foram inicialmente traduzidas como precauções universais e, atualmente, são denominadas de precauções padrão. Em 2007, foi publicado um novo manual para reforçar as precauções já existentes e acrescentar outras. Estas medidas devem ser aplicadas durante cuidado de todos os pacientes, independentemente de sua condição infecciosa, presença ou não de doenças transmissíveis. As recomendações consistem em lavagem das mãos; uso de equipamento de proteção individual (EPI) como luvas, óculos, máscara, protetor facial e avental; descontaminação de superfícies, artigos, equipamentos e rouparia; prevenção de acidentes com perfurocortantes; cuidados durante a reanimação de paciente, com o quarto do paciente e medidas de higiene respiratória; práticas seguras durante a aplicação de injeções e controle de infecção durante procedimentos de punção lombar (CDC, 2007; CANALLI et al., 2011).

Os alunos de graduação ingressam nos cursos escolhidos sem o conhecimento prévio sobre exposição a material biológico e imunização, cabendo às instituições fornecer informações detalhadas tão logo o estudante ingressa nos cursos de graduação (GIR et al. 2008).

Os estudantes desenvolvem as habilidades necessárias para o cuidado de pacientes lidando com objetos perfurocortantes, bem como fluídos corporais. Além disso, desenvolvem grande variedade de atividades de ensino aprendizagem, em diferentes períodos de tempo e ambientes. Falta de experiência, ansiedade e estresse, estar constantemente em situações de aprendizado, supervisão e avaliação podem contribuir para a ocorrência de acidentes (REIS et al., 2004).

Os riscos biológicos representam a possibilidade de contato com material biológico como o sangue e outros fluídos orgânicos e que podem veicular agentes biológicos patogênicos causadores de danos à saúde. Os estudantes da área da saúde, por manterem contato direto com paciente, estão freqüentemente expostos a este risco (CANALLI et al., 2011).

Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B, denominadas profilaxias pós exposição (PEP), necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente (BRASIL, 2010).

O panorama mundial dos casos ocupacionais de infecção pelo HIV entre trabalhadores da área da saúde, conforme dados disponíveis até setembro de 1997, era de 264 casos. Nos Estados Unidos, estudo recente evidenciou que já existem 57 casos

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documentados de aquisição ocupacional do HIV, sendo que 24 (42%) casos envolvendo enfermeiros (GIR et al. 2008).

No Brasil, o primeiro caso de HIV adquirido de maneira ocupacional só foi reconhecido pelo ministério do trabalho em 1999, acometendo uma auxiliar de enfermagem que colaborava no procedimento de punção venosa (GIR et al. 2008).

Os riscos de exposição ao HIV, HBV e HCV são proporcionais ao manuseio de materiais perfurocortantes e fluidos orgânicos, sendo que o risco médio de infecção pelo HCV após acidente ocupacional percutâneo é de (3:100) 1,8%, no caso do HBV o risco está estimado entre 6 a 40% (3:10) e do HIV (3:1000) 0,3% (RAPPARINI, 2010).

A Sociedade Brasileira de Infectologia e o CDC têm se mostrado preocupados com os acidentes causados por agulhas, sobretudo no que se refere à notificação dos acidentes e monitorização dos infectados, bem como à adoção de medidas de precauções padrão pelos trabalhadores da saúde, visando a prevenção da transmissão do vírus HIV quanto das Hepatites B e C (CDC, 1988; SBI, 1995).

O objetivo deste trabalho é descrever a ocorrência e as características dos acidentes com material biológico entre os graduandos do curso de enfermagem e medicina da Universidade Anhanguera Uniderp de Campo Grande MS.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo descritivo, de caráter retrospectivo, com análise quantitativa dos acidentes ocupacionais em graduandos dos cursos de enfermagem e medicina, da Universidade Anhanguera Uniderp, Campo Grande MS.

Foi utilizado para coleta de dados o formulário (ANEXO A) do Sistema de Vigilância PSBIO do Projeto Risco Biológico, disponível no site www.riscobiologico.org., do período de abril a maio de 2011, sendo identificados as características dos acidentes com graduandos dos cursos de enfermagem e medicina. O acadêmico entrevistado foi submetido ao termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO B).

Os dados foram armazenados no banco de dados Excel para posterior análise estatística. Foram realizadas distribuições e análise de freqüência das variáveis.

Foram excluídos da pesquisa, os graduandos que não estavam no sétimo e oitavo semestre de enfermagem; nono e décimo semestre de medicina e os que não sofreram acidente com material biológico.

O trabalho está aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sob o nº 871 e em apreciação no Comitê de Ética da Universidade Anhanguera Uniderp sob protocolo nº 022/2011. Este estudo busca considerar todas as exigências contidas na resolução 196/96, que normatiza as pesquisas envolvendo seres humanos em nosso país.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve a participação de 140 acadêmicos do curso de enfermagem do sétimo e oitavo semestre e 64 acadêmicos do curso de medicina do nono e décimo semestre, resultando em uma amostragem de 204 alunos, sendo 69% alunos de enfermagem e 31% de medicina.

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Destes alunos, observa-se que foram relatados acidentes com 3,6% dos alunos de enfermagem e com 6,25% dos alunos de medicina. Tais dados evidenciam que comparado a outros estudos, o índice de acidentes com material biológico entre os graduandos foi baixo, observando se maior atenção e cuidado nos procedimentos realizados.

Tal achado difere de outros estudos, em que 45% dos alunos de medicina e 61,9% dos alunos de enfermagem sofreram exposição a material biológico. Possivelmente, a falta de habilidade e a insegurança na realização de procedimentos são fatores que contribuem para ocorrência de acidentes (SHIAO et al., 2002; SHIMIZU; RIBEIRO, 2002; OLIVEIRA; PONTES, 2010).

Estudantes de enfermagem de uma universidade particular brasileira destacaram que o ambiente hospitalar e as características dos procedimentos de enfermagem favorecem a ocorrência de acidentes (SCOTTI et al., 2002).

Em estudo de Gir et al., (2008) encontrou - se que 40,6% dos alunos de medicina e 6,5% de enfermagem sofreram acidentes com material biológico. Shimizu e Ribeiro, (2002), descreveram 117 pessoas notificadas como acidentes de trabalho com material biológico, sendo que 28 ocorreram com estudantes de medicina e 7 com estudantes de enfermagem. O maior número de acidentes com material biológico em estudantes de medicina pode ocorrer em decorrência da complexidade dos procedimentos realizados, o que aumenta a chance dos estudantes se acidentarem.

Estudantes de enfermagem de uma universidade particular brasileira destacaram que a presença de fluídos corporais, materiais perfurocortantes, salas apertadas, estrutura física inadequada, caixa para descarte de perfurocortantes ausente ou lotada, pressão do professor (ficar perguntando muito durante o procedimento), medo do professor, ansiedade, nervosismo, insegurança, presença de expectadores e mudança de atribuição são fatores que favorecem a ocorrência de acidentes (SCOTTI et al., 2002).

Alunos de graduação de enfermagem passam diferentes períodos de tempo em ambientes em que eles desenvolvem as atividades práticas de ensino aprendizagem. A falta de experiência e a ansiedade podem contribuir para a ocorrência de acidentes, além disso, são submetidos à aprendizagem, supervisão e avaliação das situações, o que pode aumentar o estresse e ansiedade (REIS et al., 2004).

Quanto ao gênero, constatou se que a porcentagem de acidentes com homens (20%) é inferior a porcentagem de mulheres (80%) em estudantes de enfermagem, podendo ocorrer devido ao fato da enfermagem ainda ser uma profissão com predominância feminina e em medicina, 25% homens e 75% mulheres. Outros estudos com graduandos de enfermagem foram compatíveis com esses dados, onde o sexo feminino foi predominante em 92,7% (GIR et al., 2008) e em outro estudo envolvendo estudantes de graduação da área da saúde, as mulheres foram envolvidas em 58,8%, enquanto que os homens em 47,5% (REIS et al., 2004; CANALLI et al., 2011).

Quanto a situação vacinal da população estudada, 75% dos alunos de medicina e 60% dos alunos de enfermagem apresentam esquema completo de vacinação contra hepatite B (Figura 1).

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Figura 1. Distribuição em porcentagem dos estudantes de enfermagem e medicina, segundo imunização contra Hepatite B. Campo Grande-MS, 2011.

Em vários estudos a situação vacinal completa contra hepatite B dos alunos de graduação do curso de enfermagem e medicina variou entre 51% a 97,8% (TOLEDO JUNIOR et al., 1999; SHIAO et al., 2002; SHIAO et al., 2002; SHIMIZU E RIBEIRO, 2002; SCHMID et al., 2004; REIS et al., 2004; GIR et al., 2008; KHAN et al., 2010; OLIVEIRA E PONTES, 2010; CANALLI et al., 2011).

A vacinação é a principal medida de prevenção contra a hepatite B entre profissionais da saúde. Deve ser realizada antes da admissão do estudante ou estagiário nas instituições de saúde e está indicada para todos aqueles que podem estar expostos aos materiais biológicos durante suas atividades. A vacina contra hepatite B é extremamente eficaz e segura (90 a 95% de resposta vacinal em adultos imunocompetentes). O esquema vacinal é composto por uma série de três doses, por via intramuscular, na região deltóide. As doses são com intervalos de zero, um e seis meses, sendo realizada gratuitamente nas unidades de saúde. A imunidade é prolongada não sendo recomendadas doses de reforço após o esquema vacinal completo (BRASIL, 2010).

É importante que as instituições orientem os alunos sobre a importância da vacinação para a hepatite B. Em um estudo com estudantes de enfermagem turcos, eles sugeriram a implantação de políticas pelas instituições de ensino para que os alunos sejam completamente imunizados antes do início das atividades práticas junto ao cliente (TALAS, 2009).

Avaliando o tipo de exposição, destaca se que 100% das exposições em medicina e 80% das exposições em enfermagem foram percutâneas (Figura 2).

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Figura 2. Distribuição em porcentagem dos estudantes de enfermagem e medicina, segundo o tipo de exposição nos acidentes. Campo Grande-MS, 2011.

A exposição percutânea predominou entre os acidentes registrados em diversos estudos (SCHAFFER, 1997; TOLEDO JUNIOR et al., 1999; BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002; SHIAO et al., 2002; SHIAO et al., 2002; SHIMIZU; RIBEIRO, 2002; PATTERSON et al., 2003; SCHMID et al., 2004; REIS et al., 2004; REIS et al., 2004; CERVINI; BELL, 2005; MUROFUSE et al., 2005; SMITH; LEGGAT, 2005; CICOLINI et al., 2008; GIR et al., 2008; PETRUCCI et al., 2009; KHAN et al., 2010). Entretanto, difere de outros dois estudos encontrados, onde a exposição em mucosa (57,7%) foi mais freqüente que a exposição percutânea (42,3%) (OLIVEIRA; PONTES, 2010).

Os estudantes da área da saúde executam cuidados diretos aos pacientes, principalmente aqueles que utilizam objetos perfurocortantes na execução de procedimentos, estando mais expostos a acidentes de trabalho com materiais perfurocortantes e fluídos biológicos. Verifica se a necessidade da realização de treinamentos sistematizados e contínuos sobre a prevenção desses acidentes para estudantes a serem ministrados tanto nos cursos de formação como na instituição hospitalar (SHIMIZU; RIBEIRO, 2002).

Constatou se que a maioria dos acidentes é causado por agulhas (75%) e lâmina de bisturi (25%) em alunos de enfermagem, sendo em alunos de medicina a agulha (100%) responsável pelos acidentes. Tais dados são coerentes com outros estudos, que afirmam ser a manipulação de agulha o maior causador e risco de acidentes entre aqueles que atuam em ambiente hospitalar (SCHAFFER, 1997; TOLEDO JUNIOR et al., 1999; BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002; SHIAO et al., 2002; SHIAO et al., 2002; SHIMIZU; RIBEIRO, 2002; PATTERSON et al., 2003; SCHMID et al., 2004; REIS et al., 2004; REIS et al., 2004; ROBAZZI; MARZIALE, 2004; CERVINI; BELL, 2005; MUROFUSE et al., 2005; SMITH; LEGGAT, 2005; CICOLINI et al., 2008; GIR et al., 2008; KHAN et al., 2010; OLIVEIRA; PONTES, 2010).

São dados significativos, pois os acidentes causados por perfuração com agulhas são responsáveis por 80% a 90% das transmissões de doenças infecciosas como a hepatite B e C e o vírus do HIV. O risco de adoecer por infecções transmitidas por material biológico contaminado é de três para dez para hepatite B, três para cem para hepatite C e três para mil para HIV (MUROFUSE et al., 2005; RAPPARINI, 2010).

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Estudo conduzido com estudantes da área da saúde de uma universidade particular constatou que mesmo apresentando risco de exposição à hepatite B, uma parcela dos futuros profissionais não conhece todas as vias de transmissão da doença e outro estudo realizado com estudantes de medicina do Paquistão mostra que somente 57,1% dos estudantes mostraram um excelente conhecimento sobre as vias de transmissão da hepatite B e C (KHAN et al., 2010; ROSSI et al.,2010).

É prioritária, portanto, a discussão a respeito da prevenção e controle dos riscos ocupacionais relativos aos acidentes com agulhas, que se inicia com a análise das fontes de risco, distinguindo as situações de ocorrência e os padrões de tendências (BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002).

O CDC e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) têm se mostrado preocupados com os acidentes causados por agulhas, sobretudo no que se refere à notificação e adoção de medidas de precauções padrão, visando a prevenção tanto da transmissão do vírus HIV quanto das hepatites B e C (CDC, 2007; SBI, 1995).

Uma estratégia importante seria o uso de dispositivos de segurança nas instituições de saúde, que podem reduzir os riscos de exposições entre os estudantes e trabalhadores da saúde.

Os ambientes onde ocorreram os acidentes com os alunos de enfermagem foram: 20% centro cirúrgico, 20% serviço de emergência, 20% enfermaria cirúrgica, 20% CTI e 20% sala de vacina. Enquanto que com os alunos de medicina foram 75% serviço de emergência e 25% centro cirúrgico. Os procedimentos realizados durante o acidente com alunos de enfermagem foram 40% envolvendo injeção, 20% acesso intravascular, 20% punção venosa e 20% desbridamento. Com os alunos de medicina foram 75% sutura e 25% punção arterial. A ocorrência dos acidentes com os alunos de enfermagem se deu através de 40% na retirada da agulha do paciente, 20% durante inserção da agulha no paciente, 20% manipulação em objetos na bandeja e 20% manipulando bisturi. Enquanto que nos alunos de medicina ocorreram 75% durante sutura e 25% durante inserção da agulha no paciente.

Observamos que os acidentes com os estudantes de enfermagem ocorreu em uma variedade de ambientes. Isso se deve a grande variedade de atividades que os estudantes realizam, em diferentes períodos de tempo e locais.

Em estudo realizado por Cicolini et al. (2008) a clínica médica foi o ambiente onde ocorreu o maior número (63,7%) de acidentes entre estudantes de enfermagem. Enquanto em outro estudo, 37% dos acidentes ocorreram no hospital de ensino, 42,5% na enfermaria cirúrgica e 45% no laboratório de enfermagem (SCHAFFER, 1997; SMITH; LEGGAT, 2005). Entre os acadêmicos de enfermagem de Taiwan os acidentes ocorreram 70,1% no quarto do paciente (SHIAO et al., 2002).

Em alunos de medicina, observa se uma freqüência de acidentes no centro cirúrgico. Patterson et al. (2003) mostra que 67% dos acidentes ocorreram no centro cirúrgico. Outro estudo mostrou que as maiores taxas de acidentes foram na emergência, centro cirúrgico, ginecologia e obstetrícia (KOENIG; CHU, 1995).

Shimizu e Ribeiro, (2002), em seu estudo com estudantes e trabalhadores destacaram os seguintes serviços como locais de acidentes, 26 na clínica médica, 16 na clínica cirúrgica,10 no serviço de pronto atendimento, 10 na odontologia, 9 na pediatria e 5 no centro cirúrgico.

Fica evidente que as características peculiares desses serviços, bem como as atividades desenvolvidas nessas unidades, expõem os estudantes a acidentes de trabalho com materiais perfurocortantes e fluídos biológicos.

As circunstâncias dos acidentes com os estudantes de enfermagem também variam bastante, destacando - se 14,8% reencapando agulha; 9,7% na retirada de medicação; 9,4% abrindo a tampa da agulha e 3,1% desconectando a agulha da seringa após o uso (SHIAO et al., 2002). Em outros estudos as ocorrências dos acidentes se deram através da inserção de agulha de injeção no paciente, retirada da agulha do paciente, manuseio do lixo, manuseio de roupas na rouparia, material deixado em bancada ou bandeja, sutura

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(BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002; REIS et al., 2004; MUROFUSE et al., 2005; SHARIATI et al., 2007).

Estudo feito por Brevidelli e Cianciarullo, (2002) examinou as caixas de materiais perfurocortantes e constatou que 53,4% das agulhas estavam reencapadas e 46,6% não estavam.

O registro de acidentes relacionados ao transporte e à manipulação de agulhas desprotegidas é preocupante, pois esse tipo de acidentes está relacionado ao fato dos recipientes para descarte estarem distantes do leito do paciente. Daí a importância do suprimento adequado e da proximidade dos recipientes de descarte em relação ao leito do paciente (BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002).

As sugestões fornecidas por alunos de enfermagem de uma instituição de ensino brasileira para prevenir a ocorrência de acidentes e minimizar fatores de risco englobavam a orientação prévia para atividades práticas, realização de campanhas, cursos, treinamentos e palestras para alunos e profissionais, incentivar uso de EPI, cobrar da instituição um compromisso responsável, propaganda, abrir espaços de discussões entre profissionais, manter profissionais atualizados, sensibilizar administração sobre riscos, conscientizar profissionais que acreditam não correr riscos e exigir material adequado da instituição (BARROSO et al., 1996; CANALLI, 2011).

O material biológico exposto durante os acidentes foram 60% sangue e 40% tecidos corporais em estudantes de enfermagem e 100% sangue em estudantes de medicina. As áreas atingidas foram 80% dedos das mãos nos estudantes de enfermagem e 100% nos estudantes de medicina (Figura 3).

Figura 3. Distribuição em porcentagem das áreas atingidas entre os estudantes de enfermagem e medicina, Campo Grande-MS, 2011.

Durante os acidentes com material biológico 80% dos estudantes de enfermagem faziam uso de equipamentos de proteção individual (EPI), enquanto que 20% não faziam uso e 100% dos estudantes de medicina faziam uso.

Vários estudos sobre acidentes com material biológico têm mostrado que a região do corpo mais afetada são os dedos das mãos, assim sendo compatíveis com dados da pesquisa (SHIAO et al., 2002; REIS et al., 2004; MUROFUSE et al., 2005; GIR et al., 2008).

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A ocorrência de exposição ocupacional com presença de sangue ou fluídos corpóreos implicam na necessidade de se avaliar os riscos de transmissão do vírus do HIV e hepatites B e C, sendo que o risco médio de infecção pelo HCV após exposição é de (3:100) 1,8%, no caso do HBV o risco está estimado entre 6 a 40% (3:10) e do HIV (3:1000) 0,3% (RAPPARINI, 2010).

É preocupante o impacto emocional forte e duradouro causado aos estudantes. Mesmo quando não ocorre contaminação, o tempo de espera pelos resultados dos exames sorológicos é fator de preocupação e ansiedade que pode desencadear alterações comportamentais (MUROFUSE et al., 2005).

Os riscos de exposição ao HIV, HBV e HCV são proporcionais ao manuseio de materiais perfurocortantes e fluidos orgânicos, sendo que o uso de luvas em vários estudos têm se mostrado alto, mostram que o aumento da utilização de EPIs deve principalmente a educação e supervisão. A utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) como luvas, máscara, avental, óculos protetores tem sua importância nos acidentes envolvendo material biológico, uma vez que se torna uma barreira de proteção que pode diminuir o contato com o sangue, fluídos corpóreos e contribuem para a redução significativa da exposição aos riscos existentes no ambiente de trabalho (GAMESTER et al., 1999; TOLEDO et al., 1999; MUROFUSE et al., 2005; GIR et al., 2008).

CONCLUSÃO

A ocorrência de acidentes biológicos entre graduandos do curso de medicina e enfermagem foi 6,25% e 3,6%, respectivamente, principalmente por via percutânea e envolvendo sangue.

O esquema completo de vacinação para hepatite B foi de 75% em graduandos de medicina e 60% em graduandos de enfermagem.

Os resultados sugerem a importância de exigir a apresentação de carteira vacinal completa, bem como investir em formação para os acadêmicos sobre biossegurança e sobre como evitar os acidentes com material biológico. Essas medidas poderiam colaborar para a redução dos acidentes com materiais biológicos durante a graduação e formar profissionais mais conscientes e com comportamentos seguros diante das atividades que desenvolverão.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Universidade Anhanguera Uniderp e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico) pela oportunidade de ser contemplada com a bolsa do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica) e por todo apoio financeiro, e cientifico que recebi dessas Instituições. Essa oportunidade teve um grande valor para mim e para minha graduação, trouxe grande aprendizado, experiência e enriquecimento ao meu currículo. Agradeço também a minha irmã que foi minha companheira nesse projeto, aos meus pais, meu marido e familiares por todo apoio e incentivo durante essa caminhada, pois foram de suma importância para minhas realizações.

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