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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE AVEIRO ESCOLA BÁSICA DO 2º E 3º CICLOS JOÃO AFONSO DE AVEIRO CIÊNCIAS NATURAIS 7º ANO DE ESCOLARIDADE

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE AVEIRO

ESCOLA BÁSICA DO 2º E 3º CICLOS JOÃO AFONSO DE AVEIRO CIÊNCIAS NATURAIS – 7º ANO DE ESCOLARIDADE

SAÍDA DE CAMPO AO BAIXO MONDEGO: CABO MONDEGO / MONTEMOR-O-VELHO

Amonóide em falésia Calcária do Jurássico Médio, no Cabo Mondego (Figueira da Foz).

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1. FINALIDADES DA SAÍDA DE CAMPO

Compreender a história geológica do Baixo Mondego, com base na interpretação dos registos deixados nas formações rochosas, quais documentos escritos, por fósseis, minerais e estruturas geológicas (por exemplo dobras e falhas).

2. LOCAIS A ESTUDAR

A saída de campo ao Baixo Mondego será repartida por dois locais – Cabo Mondego e Montemor-o-Velho – que em termos geológicos se enquadram na intitulada Orla Mesocenozóica Ocidental, formada na Era Mesozóica e Cenozóica, por formações rochosas predominantemente sedimentares.

O mapa da figura 1 mostra o percurso a realizar entre Aveiro e os locais a estudar – Cabo Mondego e Montemor-o-Velho –, onde se prevê efectuar quatro paragens para observar os afloramentos, as paisagens, as estruturas geológicas e o património natural e edificado, para depois ser possível contar um pouco da história geológica da região do Baixo Mondego.

Figura 1. Percurso entre Aveiro-Figueira da

Foz- Montemor-o-Velho-Aveiro (adaptado do Mapa das Estradas de Portugal, Edição Guia Turístico do Norte).

Nota: Escala 1:400 000.

1ª Paragem 2ª Paragem 3ª Paragem

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3. OBJECTIVOS DA SAÍDA DE CAMPO

Identificar rochas sedimentares e fósseis;

Reconhecer a importância dos fósseis para a reconstituição da história geológica do Baixo Mondego;

Observar e interpretar a paisagem sedimentar;

Reconhecer a importância do Homem como agente modificador da paisagem; Sensibilizar para os problemas que perturbam o equilíbrio natural;

Desenvolver atitudes e valores associados ao trabalho de grupo em ambiente natural.

4. MATERIAL A UTILIZAR NA SAÍDA DE CAMPO

Figura 2. Material necessário na saída de campo (imagem adaptada de Dias da Silva et al., 2002).

5. TIPO DE TRABALHO NA SAÍDA DE CAMPO

1. Trabalho de grupo com resposta às actividades propostas neste guião (em caso de dúvida deves pedir ajuda ao professor);

2. Síntese/discussão das actividades realizadas em trabalho cooperativo com o auxílio do professor.

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6. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DA SAÍDA DE CAMPO

O Cabo Mondego localiza-se na margem litoral da serra da Boa Viagem (fig. 3), entre as praias da Murtinheira e da Figueira da Foz, a cerca de 56 km a SSW de Aveiro. Montemor-o-Velho, por sua vez, situa-se, aproximadamente, a 54 km a sul de Aveiro e a 16 km a oeste de Coimbra, na margem direita do rio Mondego.

Figura 3. Perspectiva aérea da serra da Boa Viagem e do Cabo Mondego, esventrado para a produção de cal (in Bettencourt et al., 2003).

7. ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO DA SAÍDA DE CAMPO

A serra da Boa Viagem atinge a altitude máxima de 257 metros na Bandeira e constitui uma espécie de fronteira entre as denominadas “Areias de Cantanhede”, depósitos arenosos eólicos do Quaternário – Era Cenozóica –, para norte, e as formações rochosas de natureza sedimentar que lhe moldam as formas e constituem as arribas do Cabo Mondego, de idade Jurássica – Era Mesozóica –, formadas em meio ambiente marinho, lacustre, lagunar e fluvial.

As rochas formadas nestes ambientes deposicionais são fundamentalmente do tipo carbonatado – calcários e margas –, no flanco norte do Cabo Mondego, e siliciclástico –

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arenitos, conglomerados e argilas – no flanco sul, com génese, respectivamente, no Jurássico Inferior e Médio (entre os 208 e os 160 M.a.), e Superior (160 aos 145 M.a.). Nestas formações sedimentares são abundantes os fósseis de amonites (fig. 4), belemnites e bivalves, reconhecendo-se, ainda, icnofósseis de dinossáurios.

Figura 4. Amonite do género Macrocephalites, do Jurássico Médio (in

http://www.cienciaviva.pt/veraocv/geologia/geo2002/ materiais/geo3.PDF#search=%22cabo%20mondego

%22).

Montemor-o-Velho, por seu turno, localiza-se em terrenos formados por depósitos aluvionares do rio Mondego, nos quais se evidenciam pequenas elevações formadas por rochas sedimentares carbonatadas – principalmente calcários e margas – do período Jurássico e Cretácico, da Era Mesozóica.

Nota: A região do Baixo Mondego a visitar, é abrangida pelas folhas 238A, 239 e 240 da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000, publicadas pelo Instituto Geográfico do Exército e pela folha 19-C da Carta Geológica de Portugal, na escala 1:50 000, publicada pelo Instituto Geológico e Mineiro.

8. PARAGENS GEOLÓGICAS A REALIZAR

Foram seleccionadas quatro paragens neste percurso geológico por terras do Baixo Mondego – três na serra da Boa Viagem/Cabo Mondego e uma em Montemor-o-Velho, no Castelo que domina a urbe.

A primeira, subdivide-se em três locais de observação ao longo de um percurso pedestre no sopé das falésias jurássicas do Cabo Mondego, em plena praia, com a finalidade de observar in loco (no local) testemunhos de avanços e recuos do oceano Atlântico, “escritos” nas rochas e fósseis, e consequências de tais transgressões e regressões em termos de paisagens geológicas. A segunda, nesta região terminal do Mondego, junto ao Farol Novo, pretende sensibilizar para os inconvenientes e desequilíbrios da interferência humana na paisagem natural, e a terceira, por seu lado,

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no ponto mais elevado da serra da Boa Viagem, tem por objectivos a sistematização de conhecimentos adquiridos e o vislumbre de aspectos paisagísticos das regiões circundantes.

A derradeira paragem, em Montemor-o-Velho, onde o Mondego se espreguiça languidamente, tentará transmitir a ideia que os recursos naturais, desde que explorados com conta peso e medida, podem ser aliados fundamentais do Homem, por exemplo na edificação de monumentos com intuitos dissuasivos/defensivos, como o ex libris local: o Castelo.

1ª PARAGEM: CABO MONDEGO

Nesta primeira paragem faremos um percurso pedestre ao longo da praia (só possível em baixa-mar), desde a “Laje das Amonites” (situada a norte da fábrica de cal) até à “Laje das Neríneas” (localizada nas proximidades do restaurante Teimoso, em Buarcos), com pequenas paragens em locais geologicamente seleccionados, para observar as formações rochosas e os fósseis, que nos contarão um bocadinho da história geológica do Cabo Mondego.

1º LOCAL DE OBSERVAÇÃO: LAJE DAS AMONITES

1. ORIENTAÇÃO

Figura 5. Extracto da folha 238A da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000.

1.1. Orienta o mapa da tua ficha de trabalho com o auxílio da bússola.

1.2. Assinala no mapa (com uma cruz num dos círculos), o local onde te encontras.

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1.3. Observa a paisagem circundante, com o teu grupo de trabalho, e localiza no mapa (rodeando-a) a Pedra da Nau (fig. 6) – assim designada por se assemelhar à antiga embarcação utilizada na época dos Descobrimentos para “dar novos mundos ao mundo”.

Figura 6. Pedra da Nau.

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

Nota: O património paleontológico que vais observar é único a nível nacional (e mesmo mundial!), uma vez destruído não se renova, por isso, só os fósseis que estejam soltos devem ser recolhidos, para que outros colegas, no futuro, possam usufruir deste legado do passado.

2.1. Como sabes a história da Terra pode ser dividida em Eras, estas em Períodos, estes em Épocas e estas em Idades.

2.1.1. As amonites, as belemnites, os braquiópodes e os lamelibrânquios que fossilizaram neste local, viveram na Era Mesozóica, Período Jurássico, Época Jurássico Médio e Idade Batoniano-Caloviano.

2.1.1.1. Com o auxílio da escala dos tempos geológicos, anexada à ficha de trabalho (página 28), indica a idade relativa destes estratos.

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2.2. Observa as amonites fossilizadas nestas rochas calcárias e margosas (rochas formadas por calcário e argila) –, que são cefalópodes pertencentes ao grupo dos Moluscos (que integra a lula, o choco e o polvo), e identifica o paleoambiente onde viviam.

2.3. Indica uma característica das amonites facilitadora da sua fossilização.

2.4. As amonites destas camadas sedimentares são, como sabes, bons fósseis de idade e evoluíram a partir de outras que podem ser observadas algumas centenas de metros para norte, nas escarpas da Murtinheira.

2.4.1. Analisa o quadro 1 que identifica algumas das espécies fossilizadas na Murtinheira, antepassadas destas, que viveram no início do Jurássico Médio, mais concretamente no Aaleniano-Bajociano.

ESPÉCIES DE AMONITES

AALENIANO BAJOCIANO JURÁSSICO MÉDIO

Quadro 1. Amonites do início do Jurássico Médio (imagem adaptada a partir de http://www.stratigraphy.org/logbajoc.htm).

2.4.1.1. Indica as duas espécies correspondentes aos melhores fósseis de idade.

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2.5. Apesar de alguma inclinação dos estratos assinala, por intermédio de um desenho, o mais antigo e o mais recente.

2.5.1. Em que princípio da Estratigrafia te baseaste para responderes à alínea anterior?

2.6. Com base na análise do quadro 2, identifica nos estratos as belemnites.

FÓSSEIS CARACTERÍSTICAS

Belemnite

Molusco cefalópode marinho que apresenta um corpo de natureza calcária em forma de bala.

Lamelibrânquio

Molusco bivalve marinho que apresenta duas valvas (conchas) semelhantes, normalmente dispostas lado a lado (com excepção das ostras e dos rudistas).

Braquiópode

Animal marinho com duas conchas calcárias diferentes (assimétricas). Uma das conchas (valva braquial) apresenta um orifício por onde sai o pedúnculo.

Quadro 2. Alguns fósseis do Cabo Mondego (imagens retiradas de http://fossil.uc.pt/pags/grups.dwt).

Nota: As pequenas cavidades rochosas que observas em determinados estratos, neste local, chamam-se geodes e os cristais que vês no seu interior constituem um mineral chamado celestite, pertencente ao grupo dos Sulfatos (sulfato de estrôncio), com a seguinte fórmula química: SrSO4 (Sr – Estrôncio; S – Enxofre; O

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3. ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM

3.1. Após discussão com os teus colegas de grupo, que outras questões gostarias de saber para melhor compreenderes a história geológica deste local?

Dirige-te para sul até encontrares uma escadaria de acesso à Fábrica de Cal. Antes de acederes, com muito cuidado, ao patamar intermédio da arriba, caminha um pouco para sul observando a base da escarpa, em busca de vestígios de uma rocha de cor escura – o carvão – que é utilizada na produção de energia.

2º LOCAL DE OBSERVAÇÃO: PEDRA DA NAU

1. ORIENTAÇÃO

Figura 7. Extracto da folha 238A da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000.

1.1. Orienta o mapa da figura 7 com o auxílio da bússola (o círculo na imagem representa a tua posição actual).

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

2.1. O ambiente de formação das rochas deste segundo local de estudo modificou-se significativamente, como o comprova a existência de carvão (uma rocha sedimentar

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formada por acumulação de restos vegetais) na base da escarpa e o desaparecimento de fósseis de amonites.

2.1.1. Sabendo que o carvão se forma em zonas pantanosas, onde abunda a vegetação, assinala (com um X) a frase, das que se seguem, que melhor traduz o paleoambiente deste local:

a) Ocorreu uma transgressão marinha com recuo da linha costeira____

b) Ocorreu uma regressão marinha com avanço da linha costeira e formação de um ambiente lacustre e lagunar____

c) Manteve-se um ambiente marinho com acumulação de restos vegetais____

d) Manteve-se um ambiente marinho com acumulação de restos vegetais e extinção das amonites____

Sobe agora, com imensa cautela, até à base da escadaria até encontrares um afloramento semelhante ao da figura 8, onde coexistem fragmentos de corais (possivelmente do género Cryptocoenia) e bivalves.

Figura 8. Tempestito no Cabo Mondego.

2.2. O que observaste chama-se, em “linguagem de geólogo”, um “tempestito”, na medida em que os corais fósseis, misturados com fragmentos de conchas de bivalves, foram para aqui arrastados por uma tempestade que ocorreu há milhões de anos.

Coral

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2.2.1. Por que razão se pode afirmar que os fósseis coralíferos não se encontram no seu ambiente original de formação, tendo sido para aqui impelidos por uma paleotempestade?

2.3. A figura 9 evidencia o actual ambiente de formação dos corais (imagem da direita) e um coral esquematicamente (imagem da esquerda).

Figura 9. Recife de coral na actualidade e esquema de um coral

(in http://fossil.uc.pt/pags/fbm_cnidaria.dwt#).

2.3.1. Com base na figura e nos conhecimentos adquiridos, e também de acordo com o Princípio do Actualismo (o presente é a chave para entender o passado), como era o paleoambiente destes seres vivos?

2.4. Com o auxílio da bússola indica a possível direcção de arrastamento destes seres, durante o tal fenómeno tempestítico.

2.5. Como classificas este tipo de fósseis, atendendo ao facto de serem bons indicadores ambientais?

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2.6. Como sabes os continentes vão mudando de posição ao longo do tempo geológico. 2.6.1. Justifica esta afirmação, tendo em conta a posição actual do Cabo Mondego (cerca de 45º N de latitude) e a existência, nas proximidades deste local, de antigos recifes coralígenos.

3. ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM

3.1. Após discussão com os teus colegas de grupo, que outras questões gostarias de saber para melhor compreenderes a história geológica deste local?

Regressa à praia com precauções redobradas, para a força da gravidade, que nos mantém junto ao solo, não “fazer das suas”, e dirige-te novamente para sul, parando alguns metros depois para observar o topo da arriba, formada por uma rocha sedimentar denominada arenito (que, como o próprio nome indica, resulta da transformação de areia solta em areia consolidada, num processo demorado que vais aprender no terceiro período). Se fores perspicaz já deves ter descoberto uma imagem semelhante à da figura 10, o contra-molde da pegada de um dinossáurio da espécie Megalosaurus pombali (Lapparent & Zbyszewski, 1957, in Rebelo & Bernardes, 2006), que por aqui deambulou no Jurássico Superior. Figura 10. Contra-molde de pegada de dinossáurio da espécie Megalosaurus pombali, em arenito. Depois de memorizares a forma desta pegada continua para sul parando na “Laje do Costado”.

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3º LOCAL DE OBSERVAÇÃO: LAJE DO COSTADO

1. ORIENTAÇÃO

Figura 11. Extracto da folha 238A da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000.

1.1. No mapa está assinalado, por um círculo, a paragem no 2º local de observação: a Pedra da Nau. 1.1.1. Assinala com um X o local onde te encontras presentemente, depois de orientares o mapa.

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

2.1. A “Laje do Costado” é caracterizada pela presença de pegadas de dinossáurio da espécie Megalosaurus insignis (Lapparent & Zbyszewski, 1957, in Rebelo & Bernardes, 2006) (fig. 12) e pela existência de fendas de dessecação, indício de exposição subárea deste afloramento, no passado geológico, antes da sua preservação.

Figura 12. Pegada de Megalosaurus insignis na

“Laje do Costado”.

2.1.1. Estas pegadas e as anteriores foram feitas, como referido, por dinossáurios do género Megalosaurus. Tendo em N

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conta o seu formato, a que grupo de grandes répteis – Terópodes (carnívoros) ou Saurópodes (herbívoros) – pertenceram os seus autores?

2.1.1.1. Justifica.

2.1.2. Quando o Megalosaurus insignis deixou estas pegadas, no Jurássico Superior, o ambiente deste local devia ser (assinala com um X a opção correcta):

Marinho Montanhoso Lagunar/Lacustre

2.1.3. Indica o tipo de fossilização que se encontra evidenciado na “Laje do Costado”.

2.1.4. Por que razão as pegadas estão bastante desgastadas?

2.1.5. Se as pegadas estivessem em bom estado de conservação era possível entender o comportamento destes sáurios.

2.1.5.1. Menciona duas informações que os paleontólogos podem obter, sobre a vida destes animais, após o estudo deste tipo de vestígios fósseis.

3. ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM

3.1. Após discussão com os teus colegas de grupo, que outras questões gostarias de saber para melhor compreenderes a história geológica deste local?

Continua em direcção a Buarcos, uma vez mais para sul, até encontrares a derradeira paragem que vamos efectuar no Cabo Mondego – a “Laje das Neríneas”.

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Quando chegares ao miradouro junto ao portão da fábrica, estarás numa espécie de fronteira entre ambientes de sedimentação diferentes. Assim, parando um pouco e fazendo uma retrospectiva geológica sobre o percurso efectuado, começámos por observar rochas formadas em ambientes marinhos, com amonóides; seguidamente, entrámos em ambientes de transição – lacustres e lagunares –, devido ao recuo da água do mar; pouco depois da “Laje do Costado” ocorreu nova transgressão marinha (certamente que deste conta…), formando-se calcários com bivalves; a partir do miradouro e até ao término do trajecto, vislumbraremos rochas formadas em ambiente do tipo fluvial-deltaico (correspondente à foz de um rio), como o arenito, o conglomerado e a argila, associado a nova regressão marinha.

4º LOCAL DE OBSERVAÇÃO: LAJE DAS NERÍNEAS

1. ORIENTAÇÃO

Figura 13. Extracto da folha 238A da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000.

1.1. Orienta o mapa com o auxílio da bússola e assinala (com uma cruz num dos círculos), o local onde te encontras.

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

2.1. A aglomeração de conchas de fósseis do género Nerínea (fig. 14) e a maneira como estão dispostas deve-se à actuação de correntes litorais e/ou de maré e ondulação, tendo

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estas conchas sido transportadas e posteriormente orientadas (Callapez, informação oral, 2006).

2.1.1. Observa com atenção a “Laje das Neríneas”, parcialmente reproduzida na figura 14, numa formação rochosa arenítica.

Figura 14. Fósseis de gastrópodes do género

Nerínea.

2.1.1.1. Indica uma característica do animal que permitiu a sua fossilização.

2.1.1.2. Indica a idade relativa da formação rochosa que contém os fósseis.

2.2. Rodeia este afloramento até encontrares estruturas semelhantes às da figura 15 – icnofósseis (perfurações e pistas) eventualmente associados a crustáceos e anelídeos poliquetas (Callapez, informação oral, 2006). Estas estruturas fósseis são um testemunho de “bioturvação”, palavra geológica que diz respeito à alteração das condições iniciais de sedimentação, por acção de seres vivos, seja na locomoção, alimentação ou habitação. O estudo destes aspectos auxilia os paleontólogos no conhecimento sobre a vida noutros tempos geológicos.

Figura 15. Icnofósseis (pistas e perfurações) de organismos marinhos na

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2.2.1. Tendo em conta o tipo de paleoambiente deste local – delta de um rio –, os seres responsáveis pela bioturvação deviam preferir (assinala com um X a opção correcta): a) Água doce____

b) Água salgada____ c) Água salobra____ d) Água termal____

2.3. Compara os grãos da rocha – arenito – que forma a “Laje das Neríneas” com a areia da praia, que também é uma rocha sedimentar, e indica, na tabela que se segue, as semelhanças e diferenças encontradas.

DIFERENÇAS SEMELHANÇAS

2.4. Os sedimentos que formam os dois tipos de rochas tiveram a mesma origem – desgaste de antigas rochas de regiões interiores do país.

2.4.1. Como vieram aqui parar os sedimentos de ambas as rochas?

2.4.2. Quais são os sedimentos mais antigos (a areia da praia ou os grãos do arenito)?

2.4.2.1. Justifica.

3. ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM

3.1. Após discussão com os teus colegas de grupo, que outras questões gostarias de saber para melhor compreenderes a história geológica deste local?

Está na altura de se fazer uma pausa nestas emoções geológicas, para almoçar e retemperar forças pois outras actividades nos esperam.

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2ª PARAGEM: FAROL NOVO

1. ORIENTAÇÃO

Figura 16. Extracto da folha 238A da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000.

1.1. Orienta o mapa com o auxílio da bússola e assinala (com uma cruz) o local onde te encontras. 1.2. Assinala, agora (com um círculo), a pedreira actualmente em exploração.

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

2.1. Esta segunda paragem – no Farol Novo (porque outrora existiu um Farol Velho, localizado a sul deste) – pretende chamar a tua atenção para o impacto negativo da acção antrópica (do Homem) na Natureza, em sentido lato, e num património geológico ímpar e insubstituível a nível mundial, em sentido estrito (fig. 17).

Figura 17. Exploração das falésias carbonatadas do Cabo Mondego para a

indústria cimenteira.

2.1.1. O calcário, que está a ser explorado intensamente nestas falésias, é um componente essencial do cimento, matéria-N

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prima indispensável para a construção civil.

2.1.1.1. Apesar da reconhecida importância do cimento, justifica-se a exploração das rochas carbonatadas neste local? (Discute com os teus colegas de grupo e responde, tendo em atenção, por exemplo, todos os aspectos científicos até agora observados)

2.1.2. Indica alguns impactos negativos para o ambiente da exploração destes recursos geológicos.

2.1.3. “O que a Natureza edificou em milhões de anos o Homem está a destruir a um ritmo acelerado.”

2.1.3.1. Justifica a afirmação da alínea anterior.

2.1.4. Quando este “atentado ambiental” cessar como podemos reduzir o impacto negativo na paisagem causado pelo mesmo?

2.1.5. Consideras importante a preservação do património geológico do Cabo Mondego? Justifica.

3. ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM

3.1. Após discussão com os teus colegas de grupo, que outras questões gostarias de saber para melhor compreenderes a história geológica deste local?

A terceira e penúltima paragem ocorre no local mais elevado da serra da Boa Viagem – o vértice geodésico da Bandeira, a 257 metros de altitude – permitindo

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vislumbrar a planura do litoral entre o Cabo Mondego e Aveiro e a cobertura arenosa – “Areias de Cantanhede” – que recentemente (tempo geológico, não te esqueças…) atapetou o solo, servindo de substrato para as peculiares espécies da fauna e flora, que fazem da região habitat natural.

3ª PARAGEM: MIRADOURO DA BANDEIRA

1. ORIENTAÇÃO

Figura 18. Extracto da folha 239 da Carta Militar de Portugal, na escala 1:25 000.

1.1. Orienta o mapa com o auxílio da bússola e determina a direcção da Praia de Quiaios.

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

2.1. As rochas calcárias do ponto mais alto da serra da Boa Viagem, a partir do qual observas a paisagem representada na figura 19, formaram-se em meio marinho, no Jurássico Médio. Figura 19. Perspectiva da Praia de Quiaios do miradouro da Bandeira. N

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2.1.1. Como demonstrarias que as formações rochosas onde te encontras se formaram em meio marinho?

2.1.2. Descreve sucintamente a paisagem que observas.

3. ENRIQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM

3.1. Após discussão com os teus colegas de grupo, que outras questões gostarias de saber para melhor compreenderes a história geológica deste local?

A derradeira paragem desta aventura geológica, que ocorre num ambiente ligeiramente diferente dos anteriores, possibilita uma perspectiva diferenciada da utilização dos recursos geológicos.

4ª PARAGEM: CASTELO DE MONTEMOR-O-VELHO

1. ORIENTAÇÃO

Figura 20. Mapa com a localização da 4ª paragem, na

escala 1:35 000

(in www.mapquest.com/maps/).

1.1. Orienta o mapa com o auxílio da bússola.

1.2. Assinala com um X, no mapa, o rio Mondego.

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1.2.1. Em que direcção se encontra a maior linha de água com nascente em território português?

2. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

2.1. Observa a amonite (fig. 21) na rampa de acesso ao Castelo, pertencente a uma das espécies que estudaste no Cabo Mondego, na “Laje das Amonites”.

Figura 21. Amonite na rampa de acesso ao Castelo de

Montemor-o-Velho.

2.1.1. Completa o quadro que se segue relativo ao momento da História da Terra (consulta a página 7 se tiveres dúvidas) em que este “cartão-de-visita” do monumento viveu.

Era Período Idade Época

2.1.2. O estrato onde jaz a amonite tem a mesma idade relativa que um dos estratos da “Laje das Amonites”.

2.1.2.1. Qual é o princípio da estratigrafia estudado na aula de Ciências Naturais que permite justificar a afirmação?

2.1.3. Como era o ambiente neste local nos tempos áureos da amonite?

A resposta da alínea anterior permite compreender a amplitude do avanço do mar, naquele período geológico (a linha de costa estaria, então, mais ou menos, nas

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de informações sobre as alterações eustáticas (do nível do mar) ao longo do tempo geológico.

Entra agora no Castelo e segue as indicações deste roteiro para cumprires as três derradeiras tarefas do dia.

2.2. Junto à porta da fortificação observas um tipo de fósseis semelhantes aos da “Laje das Neríneas”, no Cabo Mondego, o que reforça a ideia da submersão, noutros tempos, destas formações rochosas.

2.2.1. Que tipo de fossilização estás a observar?

Dirige-te, agora, para as ameias, viradas para a margem direita do rio Mondego e observa o mapa da figura 22.

Figura 22. Mapa do Baixo Mondego, na escala 1:400 000

(in

www.mapquest.com/maps/).

2.3. Depois de orientares o mapa indica a direcção das paragens anteriores, no Cabo Mondego.

2.4. Assinala com um círculo, no mapa, a foz do rio Mondego.

Em jeito de encerramento do trabalho geológico no Baixo Mondego, sugere-se uma visita à Igreja castrense – baptizada de Santa Maria da Alcáçova (fig. 23) – para vislumbrar uma utilização mais racional dos recursos geológicos regionais, do que a perspectivada na pedreira do Cabo Mondego. De facto, neste pequeno monumento de grande valor histórico e patrimonial, o calcário é utilizado não só como material de construção, mas também como tela de pintura onde o Homem deu “asas” a uma veia artística e cultural, que sempre o distinguiu de todos os outros seres vivos.

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NOTA HISTÓRICA: As origens do Castelo de Montemor-o-Velho estão associadas à Reconquista Cristã e aos anos derradeiros do monarca astur-leonês, Ramiro I, que conquistou Montemor-o-Velho aos muçulmanos, no ano 848. Posteriormente, foi mudando de posse, até se fixar, finalmente, em 1064, em mãos cristãs, graças ao esforço de Fernando Magno. Esta praça-forte foi sucessivamente reconstruída ao longo do tempo, sendo o actual estado de preservação obra de António Rodrigues Campos, um insigne filho da terra, que em 1929 levou a cabo uma importante obra de restauro.

Figura 23. Igreja de Santa Maria da Alcáçova, no

interior do Castelo de Montemor-o-Velho.

9. BIBLIOGRAFIA

BETTENCOURT, P.; ALCOBIA, S.; TEIXEIRA, E.; MONTEIRO, M. & COSTA, A. (2003) – Carta Verde do Litoral Centro. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Lisboa, 58 p.

COELHO, C. B. & FERREIRA, N. A. (s. d.) – 365 Dias: Faróis e Castelos. Edição do Diário de Notícias, Lisboa, p. 18-19.

FÉLIX, J. M.; SENGO, I. C. & CHAVES, R. B. (2006) – Geologia 12: Guia de Campo. Porto Editora, Porto, p. 21-40.

REBELO, D. & BERNARDES, C. (2006) – A Sedimentação Mesozóica do Cabo Mondego. Livro Guia de Campo do Simpósio Ibérico do Ensino da geologia, Universidade de Aveiro, Aveiro, p. 165-184.

SILVA, A. D.; SANTOS, M. E.; MESQUITA, A. F.; BALDAIA, L. & FÉLIX, J. M. (2002) – Planeta Vivo. Porto Editora, Porto, 256 p.

(26)

ANEXOS

A – ESCALA CRONOESTRATIGRÁFICA DA HISTÓRIA DA TERRA B – ESCALA CRONOESTRATIGRÁFICA DO JURÁSSICO

(27)

A – ESCALA CRONOESTRATIGRÁFICA DA HISTÓRIA DA TERRA

NOTA: Escala Cronoestratigráfica adaptada a partir de GEOPOR – Ciências da Terra na Internet: http://www.geopor.pt/imagens/Hterra.JPG

(28)

B – ESCALA CRONOESTRATIGRÁFICA DO JURÁSSICO

ERA PERÍODO ÉPOCA IDADE M. a.

TITONIANO 145 152 KIMERIDGIANO 152 156 JURÁSSICO SUPERIOR OXFORDIANO 156 163 CALOVIANO 163 169 BATONIANO 169 176 BAJOCIANO 176 183 MESOZÓICA JURÁSSICO JURÁSSICO MÉDIO AALENIANO 183 187

NOTA: Idade absoluta baseada em Geologic Time Scale. Edição da Geological Society of America.

Referências

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