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HIDROPONIA: UMA ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE PARA REGIÃO DO SEMIÁRIDO

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Academic year: 2021

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HIDROPONIA: UMA ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE PARA REGIÃO DO SEMIÁRIDO

Antonio Marcos Rabelo da Cruz¹; Núria Mariana Campos²

¹Graduando no curso de Engenharia Agronômica UNIAGES/Paripiranga-BA/Brasil. E-mail: antoniorabelo2@hotmail.com; ²Coordenadora do Centro Universitário AGES/Paripiranga-BA/Brasil.

Resumo - Esse trabalho teve como principal objetivo, mostrar a importância da utilização da

hidroponia como uma alternativa de sustentabilidade para a região do semiárido já que é muito conhecida pelo seu clima seco e irregularidades nas chuvas, onde compromete diretamente a agricultura familiar dessa região. Em períodos de longa estiagem, o agricultor familiar fica o ano todo sem conseguir lucro, já que não pode contar com o solo para poder colher, devido a falta d’água. Uma grande alternativa é a utilização da hidroponia, fornecendo renda e alimentos de maneira sustentável aos agricultores durante o ano, podendo também fornecer empregos a familiares no que diz respeito ao manejo e a venda do produto.

Palavras-chave: hidroponia, cultivo sem solo, semiárido, sustentabilidade.

Abstract - This work had as main objective, to show the importance of the use of

hydroponics as an alternative of sustainability for the semi-arid region, since it is very well known for its dry climate and irregularities in rainfall, which directly undermines the family farm in this region. In periods of prolonged drought, the family farmer gets the whole year without being able to profit, since it can not rely on the ground to be able to reap due to lack of water. A great alternative is the use of hydroponics, in order to generate income and food in a sustainable way for these farmers during the year and may also provide jobs to family members with regard to the management and sale of the product.

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INTRODUÇÃO

No Brasil, segundo dados do INSA (2012), a extensão territorial considerada semiárido abrange 980.133,079 km², onde residem 22.598.318 habitantes, contabilizando 1.135 municípios e nove estados da federação Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. Essa região é caracterizada pela escassez e irregularidade das chuvas, que causam danos à economia regional com custos sociais elevados. Segundo dados do Ministério da Integração Nacional (2015), foram construídas mais de 823 mil cisternas voltadas para o consumo. O número corresponde a 13,1 bilhões de litros de água em capacidade de armazenamento, amenizando menos o sofrimento dos indivíduos em relação à procura e locomoção de água. Porém, em longos períodos de estiagem, os agricultores familiares ficam incapazes de produzir alimentos para o próprio consumo, resultando em sofrimento e prejuízo econômico, já que não teve produção e terá que comprar alimentos para consumo.

Dados do Ministério da Integração Nacional (2015) mostram que, dos nove estados que formam a região do semiárido foram calculados 1.387 situações de emergência. A grande maioria dos agricultores familiares depende do que produzem no campo para sobreviver e proporcionar uma boa educação aos seus filhos. Porém, para o desenvolvimento de qualquer cultura necessita-se de água e muita das vezes o agricultor planta em solos secos com esperança de chuva, o que acaba não acontecendo em grande parte. Pensando nisto, é necessária a criação de algo para gerar alimentos a esses agricultores mesmo em períodos de secas e, além do mais, proporcionar renda para a realização dos seus sonhos.

A hidroponia é uma grande alternativa para esse problema, devido o fato de não utilizar o solo para produzir determinadas culturas e fornecer a elas a quantidade de nutrientes ideais sem perca de água por evaporação ou lixiviação. Segundo a Embrapa (2014), o processo de hidroponia apresenta várias vantagens em relação às formas de cultivo tradicionais, como o crescimento mais rápido, maior produtividade, aumento à proteção da planta contra o ataque de pragas e doenças, possibilidade de plantio fora de época e rápido retorno econômico e menores riscos ante as diversidades climáticas. Além disso, outra grande vantagem é que as atividades absorvem muito bem a mão-de-obra familiar. Idosos, jovens, crianças, homens, mulheres e deficientes podem participar e contribuir nesse processo de cultivo hidropônico, onde segundo a Embrapa (2014), as maiores produções são as de alface e tomate, seguidos de pimentão, pepino, morango, melão, plantas ornamentais, medicinais e aromáticas.

Estudos de Martins (2014) apontam que, é crescente o número de agricultores que vêm preferindo utilizar sistemas hidropônicos de cultivo e nos últimos anos, o aumento do mercado, tem ajudado o desenvolvimento de novas técnicas de cultivo, assim como, novos recursos e tecnologias sobre o assunto. Segundo Santos et al.(2008), os equipamentos utilizados no cultivo hidropônico são mais precisos que os do cultivo convencional, resultando em custos iniciais um pouco maiores na aquisição, instalação e manutenção, devido o fato de necessitar a construção de estufas, de sistemas hidráulicos e elétricos, de bancadas e de mesas. Esse trabalho tem como principal objetivo utilizar a hidroponia como uma alternativa de sustentabilidade para a região do semiárido.

CONSTRUÇÃO DA CASA DE VEGETAÇÃO

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A casa de vegetação: A infraestrutura da parte estrutural da casa de vegetação deve conter

tela sombrite UV de 80% de cor preferencialmente cinza para a parte superior, propiciando um microclima adequado ou próximo ao ideal para o desenvolvimento das culturas, tela sombrite de 80% de cor preta para as laterais, para a proteção contra os insetos, ferro galvanizado para a coluna e madeira para as vigas e construção das bancadas onde ficaram os canos.

A altura da parte central da casa de vegetação deve conter de 6 a 8 metros de altura, para fornecer uma boa temperatura na parte interior, diminuindo a incidência de calor à planta. A bancada onde ficaram os canos devem conter uma inclinação de 7 a 10% para melhor movimentação da água nas raízes.

A localização do terreno onde está instalada a hidroponicultura é um fator muito importante para o negócio, no que diz respeito a declividade e a localidade em relação ao mercado.

Canalização: é necessário primeiramente de uma mesa de germinação para o

desenvolvimento das sementes, em seguida essa planta vai para um berçário onde essa tubulação pode ser canos de 40 a 50 mm de preferência de cores não brancas para não penetrar raios solares e não criar limo, o espaçamento dos furos entre os canos pode chegar até 10 cm e no cano deve ser de 10 cm devido a planta ainda está pequena.

O comprimento desses canos pode variar de acordo com o agricultor, porém para melhor movimentação e aproveitamento de área, 6 metros seria ideal. Depois da fase do berçário, partindo para a fase final, a planta vai para outra tubulação com canos de 75 mm onde o espaçamento entre eles é de 20 cm com espaçamento entre os furos de 25 cm.

Para cultura como o tomate, é necessário na fase final um cano de 100 mm, devido o tipo de crescimento de sua raiz. Para cada duas bancadas é necessário uma caixa de 250 a 500 litros onde canos maiores cortados na horizontal receberão essa água que cairá na caixa d’água e retornará para as plantas novamente por meio de uma mangueira bombeada por um motor de 1400rpm.

PLANTAS

O valor das sementes varia de acordo com o mercado, atualmente as sementes estão custando em média dois centavos. A espuma fenólica, local onde as sementes irão germinar custa em média 90 reais no total de 10.300 cédulas. Podemos classificar a planta de acordo com as fases de evolução:

Período de germinação: a semente passa dois dias em uma sala escura. Em seguida dez dias em uma mesa de germinação onde o gasto de água diário nessa fase é em média de 40 a 50 litros de água por dia devido a evaporação e o consumo feito pelas plantas.

Fase inicial ou berçário: Nessa etapa a semente irá passar quinze dias no berçário para se desenvolver em um cano de 50 mm, o gastando em média de 60 a 80 litros de água por dia.

Fase final: É caracterizado pelo desenvolvimento da planta onde ela terá que passar vinte dias nessa fase até sua colheita, consumindo em média 80 a 120 litros/dia.

A água é um fator de extrema importância nesse sistema, inclusive deve-se preocupar com o nível de água no reservatório, o ideal é que ele esteja no mínimo a uns 50 cm acima do solo, para que a solução não esquente e acabe prejudicando a cultura, esse nível é feito a olho nu e a cada dia é necessário repor a água consumida.

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Os nutrientes necessários são o potássio, cálcio, MAP, magnésio e os micronutrientes. As dosagens de nutrientes irão variar de acordo com o estágio de cada planta e com sua necessidade.

MERCADO

O controle das atividades administrativas da hidroponicultura é geralmente exercido pelo proprietário, no qual desempenha atividades de vendas e relacionamento com clientes, vistas como fundamentais para o sucesso do negócio. Outro ponto importante é o conhecimento na demanda do mercado, pois, isso vai ajudar o agricultor no momento da escolha da cultura e no valor que irá agregar ao seu produto, que diferentemente do convencional, esse é mais valorizado pelo fato de não usar agrotóxicos, graças ao ambiente em que a cultura se encontra, protegido de telas no qual evita o contato com pragas e insetos.

A hidroponicultura pode gerar diversos empregos tanto para quem está trabalhando na casa de vegetação, quanto para quem está transportando a mercadoria para outros lugares, para donos de mercados que revendem esses produtos, para aqueles que estão fazendo propaganda, para os fornecedores de nutrientes, para os fornecedores de toda infraestrutura da construção da casa de vegetação e várias outros que participam indiretamente favorecendo o mercado local.

COCLUSÃO

A hidroponicultura mostrou ser uma grande alternativa para os agricultores que habitam a região do semiárido, já que eles não podem contar com o solo em períodos de longa estiagem para produzir alimentos. Essa forma de se produzir alimentos só tem a beneficiar tanto o dono quanto também a todas as pessoas que participam de forma direta ou indireta, no que diz respeito ao manejo da cultura ou venda do produto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção de hortaliças em

cultivo hidropônico é tema de curso. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Brasília, DF: 2014. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2161082/producao-de-hortalicas-em-cultivo-hidroponico-e-tema-de-curso. Acesso em: 02/11/2015.

INSA, Instituto Nacional do Semiárido. Sinopse do censo demográfico para o semiárido

brasileiro. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: 2012. Disponível em:

http://www.insa.gov.br/censosab/. Acesso em: 29/10/2015.

MARTINS, L.T.C. Como montar uma hidroponia. Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas: São Paulo; 2014.

-MI, Ministério da Integração Nacional. Situação de emergência ou estado de calamidade

pública: Reconhecimentos realizados em 2015. Governo Federal do Brasil. 2015. Disponível

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SANTOS, A.O. RIBEIRO NETO, B.L. ZWIRTES, D.S. SILVA, R.B. YONENAGA, W.H. Produção de alface hidropônica: uma abordagem pela dinâmica de sistemas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SITEMAS, 4, 2008. Centro Universitário de Franca, São Paulo. UNI-FACET, 2008.

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