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TRABALHO E EDUCAÇÃO NO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA INTRODUÇÃO

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1 TRABALHO E EDUCAÇÃO NO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

Geni Villa Rios1 Gisele Kava2 Janaina Fatima Sabrina de Campos3 Cleonilda Sabaini Thomazini Dallago4

Política Social e Serviço Social

INTRODUÇÃO

O presente artigo se originou de primeiras aproximações em sala de aula respeito do tema no núcleo temático: Serviço Social e Educação: natureza e particularidades histórico-concretas, ministrada pela docente Cleonilda Dallago. E em seguida estudos um pouco mais aprofundados a respeito resultaram no trabalho a seguir.

Vamos tratar primeiramente da centralidade do trabalho na vida dos homens e em seguida como ele se efetiva dentro dos ditames do modo de produção capitalista: de forma alienada. Logo após faremos a relação da educação inserida neste contexto, quais as funções sociais que a mesma cumpre e seu papel para a perpetuação do domínio do capital. Para concluir esboçamos uma perspectiva plausível de construção de uma educação emancipatória.

1. TRABALHO E EDUCAÇÃO NO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

O trabalho é uma questão central na vida dos seres humanos. Segundo Engels ele “[...] é a condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem.” (1986, p. 04) Trabalho este, que o difere dos outros animais, pois o homem é o único capaz de planejar suas ações para

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Acadêmica do 3° ano do Curso de Serviço Social da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, e-mail, (45) 9902-6870.

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Acadêmica do 4° ano do Curso de Serviço Social da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, gk.gisele@gmail.com, (45) 9912- 0852.

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Acadêmica do 3° ano do Curso de Serviço Social da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, janainafscampos@gmail.com, (45) 8413-1169.

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Orientadora e Professora do núcleo temático: Serviço Social e Educação: natureza e particularidades histórico-concretas – UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, dallago@certto.com.br.

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2 determinado fim, ou seja, agir de forma teleológica. “[...] só o que podem fazer os animais é utilizar a natureza e modificá-la pelo mero fato de sua presença nela. O homem, ao contrário, modifica a natureza e a obriga a servir-lhe, domina-a. E ai está, em última análise, a diferença essencial entre o homem e os demais animais [...]” (ENGELS, 1986, p. 22). Dessa forma o homem age sobre o mundo, transformando-o intencionalmente. Para Marx o trabalho tem o mais alto valor potencial para a realização qualitativa das potencialidades humanas.

Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças a seu próprio domínio (MARX, 1996, p. 297).

Porém, na sociedade em que vivemos o trabalho é coercivo devido às condições históricas nas quais é realizado.

[...] o homem se faz a si mesmo pela ocupação, mas nas condições capitalistas de produção ele de destrói no processo. O objeto lhe é negado, e na medida em que o objeto materializa a sua subjetividade o capitalismo priva o sujeito de sua subjetividade e humanidade. Partes de seu ser são separados e sofrem uma transformação própria. Atingem uma vida independente, adquirem necessidades que o indivíduo é então forçado a satisfazer. O sujeito é reduzido ao nível de objeto, que deve, porém,

conservar certos aspectos mínimos de sujeito, para que possa continuar a produzir (SARUP, 1980, p. 124).

Os produtos do seu trabalho são deles tomados. “Ele é incapaz de ser dono do produto de seu trabalho, e se torna estranho à sua própria criação que o enfrenta como algo hostil e alheio. [...] O sujeito humano se torna objeto de seus próprios produtos.” (SARUP, 1980, p. 109). A sociedade capitalista, portanto transformou o trabalho em mais uma mercadoria como outra qualquer.

À este processo de estranhamento do homem com sua criação, Marx chamou de alienação, sua análise pode ser encontrada nos “Manuscritos Econômicos filosóficos”, no capítulo intitulado “Trabalho alienado”, o qual é a base para a maioria de seus escritos em relação a alienação. Ele analisa também, vários outros tipos de alienação, ou seja, o mesmo

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3 processo em outras instâncias da vida do homem: a religiosa, a filosófica, a política e a econômica. Em todas estas formas ocorre o processo de usurpação do resultado das ações humanas. “A alienação faz do homem um predicado de seus produtos.” (SARUP, 1980, p. 111).

Esse mesmo processo de alienação ocorre no conhecimento. “Nas condições de capitalismo, a educação é realizada em circunstâncias tão alienantes que se torna um processo de desumanização.” (SARUP, 1980, p. 119). Sarup (1980) afirma que a educação tornou-se um modo de produção envolvendo alunos e professores, e que o conhecimento é ao mesmo tempo propriedade privada e capital cultural, que às escolas se aplicou a mesma lógica do processo de produção capitalista, ele afirma que as escolas são fábricas, alunos e professores são vistos como trabalhadores.

A escola é também uma espécie de mediação com o processo produtivo, para Frigotto essa mediação se dá

[...] mediante o fornecimento de um saber geral que se articula ao saber específico e prático que se desenvolve no interior do processo produtivo, e mediante a dotação de traços ideológicos, necessários ao capital, para a grande massa de trabalhadores que constituem o corpo coletivo de trabalho. O conceito de alfabetização funcional [...] expressa, nas condições históricas atuais, o nível de educação requerido e aquilo que A. Smith quis dizer, ao aconselhar educação para as classes populares, porém, em doses

homeopáticas (1984, p. 223).

Para o mesmo autor existe também uma mediação com o processo de acumulação

capitalista como um todo, que nesse aspecto contribui sua ineficiência, sua desqualificação.

[...] sua improdutividade, dentro das relações capitalistas de produção, torna-se produtiva. Na medida que a escola é desqualificada para a clastorna-se dominada, para os filhos dos trabalhadores, ela cumpre, ao mesmo tempo uma dupla função na reprodução das relações capitalistas de produção: justifica a situação de explorados e, ao impedir o acesso ao saber elaborado, limita a classe trabalhadora na sua luta com o capital. A escola serve ao capital tanto por negar o acesso ao saber elaborado e historicamente acumulado, quanto por negar o saber social produzido coletivamente pela classe trabalhadora no trabalho e na vida (FRIGOTTO, 1984, p. 224).

A alienação do trabalhador se expressa em todas as suas outras esferas de atividade: Estado, classe, religião, família, ética, arte, ciência, literatura, educação. Vemos na “lógica geral de produção de mercadorias” elaborada por Marx no capítulo IV de “O Capital”, livro I,

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4 volume I, que os produtos resultantes do trabalho do homem se transformam primeiro em mercadorias, em seguida, consequentemente, em capital. Assim transforma-se em sujeito abstrato. “O capital funciona, portanto, como se fosse um sujeito, alienando o trabalhador e o capitalista.” (SARUP, 1980, p. 124). A educação também nesse contexto é tratada como coisa, como expressão da produção alienada.

A ciência também foi apropriada pelo capital, ao invés de “continuar como um meio passou a ser seu próprio critério. Tendo perdido de vista seu sujeito, a ciência tornou-se ciência burguesa.” (SARUP, 1980, p. 125) Com a incorporação da tecnologia na indústria ela se tornou um apêndice do capital, mais uma mercadoria.

A princípio, a utilização das ferramentas estava sempre nas mãos do trabalhador. Na fase seguinte, a ferramenta foi retirada de suas mãos e colocada num mecanismo, uma máquina com movimentos fixos. Depois, foram criadas máquinas que tinham um padrão prefixado, uma sequencia de movimentos predeterminados. Seguiram-se as máquinas que se autorregulavam e faziam ajustes permanentes. Em seguida, as máquinas de finalidades gerais foram substituídas pelas máquinas para um determinado produto ou operação. Agora, as máquinas podem ser controladas por fitas, e um sistema de máquinas interligadas, ou uma única máquina, pode realizar todo um processo de produção. As máquinas representam possibilidades técnicas, mas no momento servem apenas às necessidades daqueles que são seus proprietários, são usadas como instrumentos de controle do processo de trabalho. Isso porque as máquinas podem ser reguladas e controladas de acordo com as decisões tomadas pela administração. A produção é, dessa forma, controlada não pelos produtores, mas pelos donos e representantes do capital. Como as máquinas já podem ser numericamente controladas, não cabe ao trabalhador as decisões e julgamentos; ele precisa saber menos. A automação apressou esse processo, que significa que (para a maioria das pessoas) não há necessidade de conhecimento ou treinamento. [...] Como o objetivo de toda firma é a expansão do capital, há uma pressão no sentido de maior produtividade, mas cada avanço diminui o número de trabalhadores realmente produtivos. É um erro, porém, reificar ou fetichizar a máquina, ela é um problema de relações. É o capital que utiliza a máquina para separar o controle da execução (SARUP, 1980, p. 145-146).

Os produtos do capitalismo, portanto, controlam os seus produtores, os reduzindo à simples objetos passivos. Tanto a ciência, como os trabalhadores e os capitalistas são objetos de seus produtos, o sujeito nessa relação é o capital.

Sarup argumenta que a forma como as escolas funcionam acabou se tornando antieducacional, anti-social. Moderando o potencial subversivo da educação – assim como do trabalho - numa sociedade extremamente alienada. Elas possuem finalidades políticas e ideológicas: as doutrinam para a aceitação do sistema político, assim como levam a criança a

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5 aceitação pacifica que a mantém “democraticamente em seu lugar”. Illich, segundo Sarup resume as noções que estão sendo inculcadas pelas escolas em três: 1- Neutralizam a origem divina da estratificação social com muito mais vigor que as igrejas jamais o puderam fazer; 2- As crianças são instruídas no consumo disciplinado, o mito do consumo interminável e; 3- As escolas iniciam os jovens num mundo em que tudo é medido.

A educação também é um modo de produção submetido às relações sociais capitalistas, ou seja, a estrutura econômica segmentária e excludente, desta forma, também se efetiva de forma alienada.

[...] a alienação se originou da divisão do trabalho. Quanto mais esta se desenvolve, menor é a tarefa atribuída a cada indivíduo. (É essa uma maneira pela qual a crescente pressão para a especialização dos assuntos, pelo professor e aluno pode ser compreendida.) A divisão do trabalho surge na sociedade como parte de um complexo que inclui divisões de classes, troca e propriedade privada. A alienação aparece sempre que a divisão do trabalho é o princípio operacional da organização econômica (SARUP, 1980, p. 127).

Observando, portanto, a educação como um modo de produção há três entidades que o autor examina que estão expostas a essas determinações: os alunos, os professores e o conhecimento.

Os alunos podem ser considerados ao mesmo tempo “trabalhadores e mercadorias em produção”. Existe a troca de produtos de seu trabalho por objetos: “pontos, notas, diplomas, certificados, que são metáforas para salários.” Deixando a escola, o aluno troca esses produtos por ocupações. Assim os alunos são transformados em “mercadorias à serem vendidas no mercado”. (SARUP, 1980, p. 128).

O professor também é um “trabalhador, cujos produtos são, num sentido, seus alunos, mas na situação em que trabalha o que faz simplesmente afirma o caráter desses alunos como produtos capitalistas.” (SARUP, 1980, p. 128). Além de produtor ele é empregado dos que têm por finalidade reproduzir as relações sociais nas condições atuais, tal como se apresentam. Dessa forma ele foi “reduzido à situação de simples trabalhador, com pouco controle de seu currículo e suas atividades.” (SARUP, 1980, p. 150)

O conhecimento é abordado como algo externo ao sujeito, como coisas que estão dadas para serem “descobertas, dominadas e apreendidas”. O conhecimento é dessa forma estranho aos estudantes, “demasiado limitado, especializado, não relacionado, abstrato”. Ele é situado acima e além, tanto do professor como do aluno. Os alunos assim como os

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6 trabalhadores se tornam simples apêndices de seus produtos, e na mesma relação controlam os seus produtores. A estratificação de classes em nossa sociedade depende em grande parte do conhecimento, que está ligado a recompensas econômicas, ele é uma das principais pré-condições para a divisão social do trabalho – o fazer e o pensar - ele é considerado propriedade privada, é capital.

Sendo assim, a educação serve às necessidades do capital. Ela “[...] contribui para formar uma força de trabalho socialmente requerida inculcando uma mentalidade burocrática aos estudantes.” Ela produz a força de trabalho favorecendo “[...] as condições psicologicamente requeridas para formar a força de trabalho alienada que é desejada.” (GENTIS, 1971, citado por FRIGOTO, 1984, p. 47). “O sistema educacional reflete as contradições cada vez maiores em nossa sociedade. [...] Quanto às escolas, seu papel é hoje o de reproduzir o sistema de classe e ampliar o modo de produção capitalista.” (SARUP, 1980, p. 149).

Frigoto salienta que a estrutura escolar é organizada da mesma forma que a estrutura econômica: “A organização escola, em seus principais aspectos, é uma réplica das relações de dominação e submissão da esfera econômica.” (1984, p. 48) Resultando em mais um aspecto da dominação e reprodução das forças do capital. Surup, no mesmo aspecto afirma que ela é parte da produção e reprodução da estrutura de classes. A educação em si não é a fonte do problema. A alienação no sistema educacional tem uma origem mais ampla, na estrutura econômica. “A economia capitalista empresarial – com sua tendência para a hierarquia, o desperdício e a alienação na produção, e seu mandato de um sistema escolar destinado à reprodução e legitimação da divisão do trabalho – pode, então, ser considerada como uma fonte do problema.” (BOWLES E GINTIS, citado por SARUP, 1980, p. 153).

2. EDUCAÇÃO PARA A EMANCIPAÇÃO HUMANA

Com o surgimento da propriedade privada, da divisão social e técnica do trabalho e das relações capitalistas que se estabeleceram, consequentemente houve o desenvolvimento da luta de classes, burguesia e trabalhadores, a partir desse movimento histórico, a burguesia torna-se hegemônica, “[...] e os padrões de comportamento burgueses se estendem por toda a esfera da sociedade civil, não só as escolas, à família e ao local de trabalho, mas a todos os aspectos da vida política, cultural e social, e se interligam a totalidade estrutural e ideológica do capitalismo”. (SARUP, 1980, p. 163).

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7 Neste sentido, é possível constatar que as esferas da sociedade assim como a educação possuem uma relação intrínseca com o trabalho e o modo de produção capitalista, conforme afirma Tonet:

[...] examinamos o processo histórico, vemos que o surgimento da propriedade privada e das classes sociais produz uma profunda transformação na realidade social. Nela se instaura algo que não existia antes: a exploração e a dominação do homem pelo homem. A partir daí, todas as atividades foram, de algum modo, privatizadas, ou seja, estruturadas de modo a servirem à reprodução dos interesses das classes dominantes (TONET, 2007, p. 50).

Desta forma, a educação na sociedade capitalista passa a atender também os interesses da burguesia, como forma de reprodução das relações sociais e de trabalho, em virtude disso, é possível compreender que as desigualdades sociais que se expressam na sociedade capitalista por meio da exploração do trabalho, repercutem também na educação.

Com a educação não podia ser diferente. Tanto na educação informal como na formal, se impõe a hegemonia das classes dominantes. O que não significa que a educação seja uma mera reprodutora dos interesses dessas classes, pois numa sociedade de classes, a educação, assim como todas as outras dimensões sociais, é sempre o resultado da luta entre as classes. Significa, apenas, que ela estará sempre sob a hegemonia das classes dominantes (TONET, 2007, p. 50).

Considerando, portanto, que a educação está atrelada a luta de classes e ao modo de produção, ela também viabiliza um meio para o rompimento com a mesma, podendo possibilitar processualmente a emancipação humana.

Essa emancipação humana está relacionada com as condições objetivas dos homens, primordialmente pelo trabalho. A emancipação humana é:

[...] por estar fundada no ato de trabalho mais livre possível, que é o trabalho associado, representa o espaço onde os homens podem ser efetivamente livres, onde eles podem realizar amplamente as suas potencialidades e onde podem, de fato, ser senhores do seu destino. Daí porque entendemos que a emancipação humana deve ser colocada claramente como fim maior de uma atividade educativa da perspectiva do trabalho. É apenas no bojo da luta pela emancipação humana que as lutas pelos direitos e instituições democrático-cidadãs podem ganhar, como mediação, o seu melhor sentido (TONET, 2007, p. 70).

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8 Entretanto, uma educação integral do homem não é possível de se realizar na sociedade na qual ainda perpetua a exploração do trabalho humano, no entanto, a mesma é uma das formas de mediação com o rompimento com esse modo de produção. Contudo, para poder alcançar a emancipação humana, é necessário segundo Tonet (2007), que por meio da educação se construa uma sociabilidade coletiva, assim como uma consciência crítica, mas que não há uma receita pronta para a emancipação:

Orientar as atividades, para a construção de indivíduo efetivamente livres (ressalte-se que a luta, coletiva, por essa sociabilidade é um componente (essencial) ou para a formação de cidadãos, mesmo que críticos? Nesse momento, a criatividade pessoal tem uma enorme e decisiva importância. Porque não existem modelos, não existem receitas. É preciso, a partir daqueles parâmetros gerais, e analisando sempre a situação concreta, encontrar os meios práticos que articulem estes dois momentos (TONET, 2007, p. 68).

É necessário, portanto, que haja o rompimento com a exploração do homem, para que se efetive a formação do homem integral e a emancipação humana. No entanto, a educação ainda no modo de produção capitalista com uma característica diferenciada dos padrões de formação burgueses, pode servir de instrumentos para esse rompimento, conforme afirma Mészáros: “Apenas a mais ampla das concepções de educação nos pode ajudar a perseguir o objetivo de uma mudança verdadeiramente radical, proporcionando instrumentos de pressão que rompam a lógica mistificadora do capital.” (2008, p.48).

CONSIDERAÇÕES

A educação da forma como é efetivada nos limites do capital cumpre uma função ideológica e econômica. Romper com esses ditames pode ser um dos meios para se efetivar uma sociedade justa e igualitária, pois falar de uma educação emancipatória implica se distanciar do modo de produção vigente, das relações de classe expressas principalmente na divisão social do trabalho, pois ambos são incompatíveis. Apesar de ser impossível prever e afirmar com exatidão como se efetivaria este outro modelo de sociedade podemos afirmar que para ele ser justo e igualitário, ele teria que possuir um modelo de educação diferente, de forma emancipatória. Seja pela via primária da educação ou por outras vias o rompimento com esse modelo modificaria toda a forma como se estrutura a educação atualmente.

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9 REFERÊNCIAS

ENGELS, Friedrich. Sobre o papel da transformação do macaco em homem. São Paulo: Global, 1986.

FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva: um (re)exame das relações entre educação e estrutura econômico-social capitalista. São Paulo: Imprenta, 1984.

MARX, Karl. O capital: Crítica da Economia Política. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

MARX, Karl. Manuscritos econômicos filosóficos. São Paulo: Boitempo. 2008.

MÉSZÁROS, István. A Educação Para Além do Capital. São Paulo: Editora Boitempo, 2008.

SARUP, Madan. Marxismo e Educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

Referências

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