or mais estranho que isso lhe possa parecer, caso seja daqueles que acompanha o desporto hárelativamente pouco tempo, nem sempre onome de Adrian Neweyfoi tão louvado naFórmula 1
como hoje acontece. Houve momentos maus, como a morte de Ayrton Senna, em 1994, durante oGP deImola. Ouquando, dois anos após a compra daMarch pela Leyton House, em 1990, este defensor da aerodinâmica deefeito de solo foi despedido. Nessa altura, ogénio de Newey ainda não era desculpável. Por isso, aequipa não lhe perdoou o desenho de um CGB9Iede umGG9OI com péssimos resultados. Vinte edois anos depois, não há ninguém que não gostasse de oter nos seus quadros, falando-se até deuma mega proposta de Luca di-Montezemolo para convencê-lo adaravolta aos destinos da Ferrari.
OGÉNIDDENEWEY
De uma maneira oudeoutra, aFórmula 1tem,
invariavelmente, feito justiça àssuas grandes figuras. Poderíamos passar horas afalar do engenho deColin Chapman ede criações fantásticas como oLotus 25-Conventry Climax ou daimportância de Rory Byme nos
sete títulos deMichael Schumacher entre aBenetton e a Ferrari. Mas este, mais uma vez,é ogénio de Newey. Eeleé
capaz de tudo, até detornar possível oimpossível. Numa sociedade tão mediatizada, énatural que oarquiteto dos títulos deSebastian Vettel na Red Buli; de Nigel Mansell, AlamProst, Damon Hill eJacques Villeneuve na Williams edeMikka Hakkinen naMcLaren seja o centro das atenções poronde quer que passe. Equeosseus feitos evitórias (137!) combaseemmonolugares desonho sejam sobejamente enaltecidas. O inglês está tão habituado a ganhar que até houve quem sedesse ao trabalho de criar umaconta satírica no twitter ((gmeweyfacts) com supostas qualidades do projetista mais famoso daFórmula 1.Nela aceitam-se oscontributos de todos epodem ler-se coisas como "os carros de Adrian Newey não precisam de ser alinhados paraosnovos circuitos; oscircuitos obedecem às
suas leis" ou "Adrian Newey não obedece àsleis da física; as leis da física obedecem aAdrian Newey". Tudo aomelhor estilo de Chuck Norris.
ARRANQUE LENTO
Nascido cmStratford-upon-Avon, nocentro deInglaterra
-
curiosamente aapenas 90km da sede da Red Buli, emMilton Keynes, odiretor técnico da Red Buli nunca foi um aluno brilhante na escola. Desistiu aos16anos da Dcrbyshire, conhecida por serumadas melhores instituições públicas de Inglaterra, esóanos mais tarde revelou toda asua visão criativa, jáno Curso de Engenharia Aeronáutica da Universidade de Southampton. Foi aí que conheceu lan Reed, um engenheiro daMarch Enginecring, epublicou uma tese sobre oefeito de solo que lhe valeu uma Menção deHonra dauniversidade. O gosto pelosMELHOR QUE SCHUMACHER lAdrian Newey recusa-se autilizar ocomputador. Continua a desenhar ao pormenor todos osseus carros de régua e esquadro: "Souoúltimo dinossauro da indústria", afirmou 2Farto da tecnocracia da McLaren, encontrou noseio dotouro vermelho oespírito certo para explorar ao máximo as suas capacidades 3Oscarros desenhados por siconquistaram 137vitórias [59 pela Williams, <V\ pela McLaren e34
pela Red Buli] e18 títulos mundiais
VIDA
EOBRA
ADRIANNEWEY 26/12/1958
INGLATERRA
ESTREIADEADRIAN NEWEY COMO PRDJETISTA-CHEFE NAFÓRMULA 1,ESTEVENAEQUIPA MARCH ATÉ1990ONDE AS SUAS CRIAÇÕES COMEÇARAM ADAR NAS VISTAS.DOIS 2." LUGARES DE IVAN CAPELLI NDS GP DE PORTUGALE DEFRANÇA,EM1986E1990, FORAM OS MELHORES RESULTADOS
ÉCONTRATADO POR FRANKWILLIAMS EM1990,EM1992,CONSEGUEDSEUPRIMEIRO TÍTULDCDMUM CARRO CDM INOVAÇÕES
QUE NA ÉPOCAFAZIAMPARTE DEUM FILME DE FICÇÍO CIENTIFICA, COMOASUSPENSÃO ACTIVA,ACAIXA SEQUENCIALOUOCONTROLO DETRAÇÃO
DEPOISDEPERDEROTITULO OE PILDTOS PARA SCHUMACHER, EM1994E1995,AWILLIAMS VOLTA AS VITORIAS COM DAMON HILL
PÍRT-TIME Apaixonado por automóveis. Newey participa frequentemente em algumas corridas efestivais daespecialidade.
Como prémio pelo
primeiro titule deconstrutores, em 2009,a Red Buli ofereceu-lhe um exemplar verdadeiro da RBB, Noano seguinte,
correu com ele em
Gocdwood. Mais recentemente, teve aoportunidade de comparar o RBS comoMarch 881, num frente-a-frente organizado pela BBCepor DavidCoulthard automóveis (o FordGT4O éumdos seusfavoritos) nasceu
emmiúdo, primeiro com omodelismo, construindo epintando pequenos carros de corrida. Depois com o karting, embora odinheiro não abundasse nafamília. Foi porisso quecomeçou arecorrer ao engenho técnico para melhorar assuas prestações omais possível. Hoje percebe-seno que isso deu.
Logo após alicenciatura, NeweyesLreou-se naFórmula 1
com aFittipaidi Automotive. Tinha 22 anos eapassagem pela equipa do campeão brasileiro durou somente uma época. Em1981,entrava naMarch para ser o engenheiro decorrida de Johny Cecotto noCampeonato Europeu de Fórmula 2.Opiloto venezuelano terminou aépoca num excelente segundo lugar, mas aMarch fundada por Max
Mosley, AlanRees, Graham Cooker eRobin Heard tinha outros planos para Newey: pô-lo aganhar corridas deGT. Nesse Inverno, desenhou oGTPSporstcar que venceu dois campeonatos consecutivos daIMSAnorte-americana, seguindo-se aoportunidade de desenhar osMarch 84G, 85Ge86C que correram na CART ameio dadécada de
1980.Vitórias nas 500milhas deIndianápolis etítulos consecutivos em1985 e1986 seriam, tudo indicava, ofim perfeito deum ciclo que veria oseu regresso àFórmula 1, mas ascoisas com aFORCEnão saíram bem eoinglês ficou mesmo desempregado noano seguinte. Voltou àCART para serengenheiro decorrida deMário Andretti atéaMarch
pegar novamente nele, desta feita como engenheiro-chefe doMarch 881.
GRANDES BOMBAS
Oprimeiro carro deNewey na Fórmula 1estreou-se em
1988com linhas muito avançadas para aépoca. Dois
pódios, incluindo um segundo lugar no GP de Portugal (cortesia de Ivan Capelli) deixaram muita gente de boca aberta, sobretudo porque foram conseguidos aovolante deumcarro com motor naturalmente aspirado emplena era dos turbos. Newey tinha provado que, comsoluções inteligentes, atéaspequenas equipas com orçamentos reduzidos podiam brilhar nocompetitivo mundo da Fórmula 1.
Apesar do sucesso inicial, osdois anos seguintes foram parcos em resultados. Corçamento era cada vez mais curto e,mesmo com acompra daMarch pelaLeyton House, a equipa de Newey entrou numa espiral descendente que oconduziria novamente ao desemprego. A meio de 1990, Patrick Head apressa-se aconvidá-lo para aWilliams, nascendo desta forma uma das parcerias mais bem-sucedidas daFórmula 1.
A capacidade de gestão de Frank Williams, oconhecimento técnico de Patrick Head edeAdrian Newey e apotência dosmotores Renault traduziu-se numa era de sonho, com osfamosos FW-148, FW-15,FW-18eFW-19avencerem campeonatos deforma quase sucessiva entre 1992 e 1997. Aotodo, aequipa inglesa levou para casa quatro campeonatos depilotos ecinco de construtores, numa hegemonia clara que demorou algum tempo aesfumar-se. Jácomo diretor técnico daMcLaren, deuaMikka Hakkinen os únicos títulos mundiais da carreira e aprimeira alegria de Ron Dennis em cinco anos.
Arelação com aMcLaren durou de 1998a2006,altura em que omago inglês aceitou umnovo desafio: colocar aRed Buli (ex-Jaguar) notopo do desporto. Seis anos depois, ninguém duvida do seuenorme talento emtudo oque conseguiu. ES!