• Nenhum resultado encontrado

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CHÁ E GELEIA DE Hibiscus sabdariffa L. malvaceae DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CAMPO MOURÃO PR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CHÁ E GELEIA DE Hibiscus sabdariffa L. malvaceae DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CAMPO MOURÃO PR"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

82

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CHÁ E GELEIA DE Hibiscus sabdariffa L. malvaceae DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CAMPO MOURÃO – PR

Mariane do Carmo Cavalcante Bezerra (1), Josiane Morais (1), Maresa C. Molinari Ferreira(2), Faculdade Integrado de Campo Mourão-Pr.

(1)Acadêmicas do curso de Nutrição da Faculdade Integrado de Campo Mourão-Pr, (2)Docente do Curso de Nutrição da Faculdade Integrado de Campo Mourão-Pr. E-mail:

maresa.molinari@grupointegrado.br.

RESUMO

O Hibiscus sabdariffa L. malvaceae vem sendo consumido pela maior parte da população, pois é uma importante planta medicinal. É conhecida popularmente por azedinha ou vinagreira, entre outros nomes. Os cálices da flor utilizados para elaborar os chás e a geleias de hibisco são ricos em vitaminas do complexo B, minerais, ácidos e apresentam quantidade significativa de fibras alimentares. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antioxidante de infusões dos chás e geleias de hibisco comercializado em Campo Mourão. Foram utilizadas folhas secas e polpa fresca para as devidas preparações, sendo analisadas quatro amostras de chás e quatro amostras de geleia de hibisco. Para o preparo do chá de hibisco, foi utilizado hibisco proveniente de quatro diferentes comércios varejistas de Campo Mourão – PR escolhidos ao acaso. A atividade antioxidante dos chás e geleias foi determinada pelo método DPPH, baseado na captura do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil). Os resultados demonstraram a perda da atividade antioxidante de ambos os chás e geleias, ficando com o seu índice de atividade antioxidante menor que 0,05, o que se enquadra com sua capacidade antioxidante fraca. Essa diferença entre os valores de perda podem ser explicadas pela forma de processamento, armazenamento dos cálices, tempo de infusão, temperatura empregada, entre outros fatores que deram interferência nos resultados analisados. Também é oportuno ressaltar que deveria haver mais pesquisas voltadas para atividade antioxidante de geleias de forma a aumentar o consumo de geleias nas mesas da população em geral.

PALAVRAS CHAVE: saúde; infusão; plantas medicinais; radicais livres

ANTIOXIDANT ACTIVITY OF Hibiscus sabdariffa L. malvaceae TEA AND JELLY FROM CAMPO MOURÃO – PR RETAIL STORES

ABSTRACT

Hibiscus sabdariffa L. malvaceae has been consumed by most of the population, as it is an important medicinal plant. It is popularly known in Brazil as azedinha or vinagreira, among other names. The flower cups used to make tea and hibiscus jellies are rich in B vitamins, minerals, acids and a present significant amount of dietary fiber. The objective of this study was to evaluate the antioxidant activity of tea infusions and hibiscus jellies marketed in Campo Mourão. Dry leaves and fresh pulp were used for the proper preparations, and four samples of teas and four samples of hibiscus jelly were analyzed. For the preparation of the hibiscus tea, hibiscus coming from four different retail stores of Campo Mourão - PR chosen at random was used. The antioxidant activity of teas and jellies was determined by the DPPH method, based on DPPH (2,2-diphenyl-1-picryl-hydrazyl) radical capture. The results demonstrated the loss of the antioxidant activity of both teas and jellies, with its antioxidant activity index being lower than 0.05, where it fits with its weak antioxidant capacity. This difference between the loss values can be explained by the form of processing, storage of the cups, time of infusion, temperature used, among other factors that interfered in the analyzed results. It is also worth noting that there should be more research on the antioxidant activity of jellies in order to increase the consumption of jellies at the tables of the general population.

KEYWORDS: health; infusion; medicinal plants; free radicals.

(2)

83

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade, as plantas vêm sendo utilizadas para fins comestíveis e medicinais. Hibiscus sabdariffa L. (Malvaceae) é uma importante planta medicinal, de origem asiática, que foi inicialmente levada para a África e América central. É conhecida popularmente por azedinha ou vinagreira, entre outros nomes. É um arbusto duradouro, que pode atingir aproximadamente 2 a 3 m de altura, sendo muito utilizado devido ao interesse em suas folhas, cálices, sementes e fibras, que são utilizados para preparar bebidas com objetivos culinários, medicinais, as quais também são introduzidas na alimentação animal e são fontes de fibras para a indústria de tecido e papel (1).

Há uma grande variedade de cruzamento genético, por isso as flores do hibisco podem ser de uma infinidade de cores, como de cor vermelha, rosa-pálida, amarela, laranja, lilás ou quase branca (2). Suas pétalas possuem um leve sabor cítrico e por isso são utilizadas na decoração de pratos culinários e em saladas (3).

O cálice da flor, utilizado para elaborar o chá de hibisco, é rico em vitaminas do complexo B, (B1 e B2), minerais como o cálcio, magnésio e ferro, ácidos como o tartárico, succínico, málico, oxálico e cítrico, além de quantidade significativa de fibras alimentares. As vitaminas pertencentes ao complexo B ajudam na captação de energia nas células, principalmente ao auxiliar no metabolismo do oxigênio e da glicose (4).

O hibisco é rico em vitamina C, antocianinas, flavonoides, ácidos fenólicos, betacaroteno, e outros antioxidantes. Estudos mostram grande interesse em substancias antioxidantes, devido às descobertas sobre os efeitos de seus radicais livres no organismo (5). As moléculas radicais livres produzidas em nosso organismo em excesso podem danificar nossas células, causando envelhecimento precoce e surgimento de doenças crônicas. Portanto, os antioxidantes contidos no hibisco tem papel de neutralizar o efeito desses radicais livres, evitando assim danos as células e surgimento de doenças (6).

Os compostos fenólicos são substâncias encontradas principalmente nas plantas, como é o caso do hibisco, porem também pode ser proveniente do catabolismo dos aminoácidos. Sua importância deve-se ao fato de muitos possuírem propriedades benéficas para a saúde humana (7).

(3)

84

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

De modo geral, ocorre nas plantas o catabolismo de aminoácidos, o qual é destinado à produção de metabolitos para as vias biossintéticas (8). Os compostos fenólicos nas plantas são de suma importância em seu crescimento e reprodução, além de agirem como agentes antipatogênicos e contribuírem na sua pigmentação. Nos alimentos, eles são responsáveis pela cor, aroma, adstringência e estabilidade oxidativa. (9).

As atividades antioxidantes das preparações foram determinadas pelo método DPPH (radicais 2,2-difenil-1-picrilhidrazil), no qual é avaliada a eficiência do sequestro dos radicais livres, sendo um método largamente utilizado para determinação de atividade antioxidante (10).

O DPPH, devido a sua concentração alta, sensibilidade e facilidade de aplicação, é utilizado em diversas análises como, por exemplo, em chás, vegetais, frutas, leguminosas, temperos e demais cereais e ervas aromáticas. Destaca-se entre as análises antioxidantes por utilizar apenas um radical livre, pois é necessário apenas dissolver o composto em metanol ou etanol para formar o radical DPPH (11). Na literatura, encontram-se poucos estudos sobre a geleia de hibisco. As geleias, de modo geral, podem ser consideradas como o segundo produto em importância comercial para a indústria de conservas de frutas brasileiras, pois o processo industrial abstrai grande parte da colheita favorecendo o consumo durante o ano todo, diminuindo o desperdício (12).

As Normas Técnicas Relativas a Alimentos e Bebidas, constantes na resolução nº 12 de 24 de julho de 1978, especificam a geleia como um produto obtido pela cocção, podendo ser produzida inteira, em pedaços, polpa ou suco liquidificado com açúcar e água até obter a concentração de consistência gelatinosa, podendo sofrer a adição de glicose, adoçantes ou açúcar invertido. A geleia deve possuir sabores e cores originais sem o uso de aromatizante, lembrando a planta de origem, e sua consistência deve se encontrar no estado semissólido (13).

Os chás são umas das bebidas mais degustadas no mundo, sendo analisados na literatura como uma importante fonte de compostos fenólicos (14). Essas substâncias vêm sendo alvo de atenção nos últimos anos por provarem atividades antioxidantes (15) e sua procura nas dietas em todo o mundo encontra-se em uma crescente. Os chás em formas de infusão trazem diversos benefícios à saúde (16).

(4)

85

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

A procura por produtos naturais para a cura de algumas patologias surgiu por volta de 3.000 a.C. A busca por medicamentos fitoterápicos vem crescendo cada vez mais, por ser de baixo custo e fácil acessibilidade. As pessoas procuram na fitoterapia um método de cura e prevenção mais acessível do que outros medicamentos (17).

De acordo com a ANVISA, todos os medicamentos que envolvem vegetais ou qualquer outro medicamento podem causar reações desagradáveis e até mesmo graves problemas de saúde. A utilização de fitoterápicos com outros medicamentos também pode acarretar problemas de saúde (18). Os fitoterápicos podem ajudar em um tratamento eficaz para quem os consome, pois é necessário conhecer suas propriedades farmacológicas e se há algumas reações adversas quando o mesmo é administrado juntamente com outros medicamentos (19).

O chá de hibisco é muito consumido pela população em geral, por ser um fitoterápico e possuir propriedades terapêuticas (20). E a geleia dessa planta tem sido consumida devido à crença na possibilidade de possuir as mesmas propriedades, pois estudos comprovam os benefícios de saúde associados ao consumo de produtos derivados do hibisco (21).

Fatores ambientais, sazonalidades, temperaturas, umidade e armazenamentos podem influenciar no metabolismo das plantas e alterar sua atividade antioxidante (22). Outro fator importante é o estresse das plantas, o qual afeta o metabolismo vegetal, causando a não produção de sustâncias de defesa (23).

A procura pelo hibisco vem crescendo cada vez mais, pois, juntamente com uma reeducação alimentar, ele trás vários benefícios para quem o consome diariamente pelo fato de ter propriedades com ser termogênico, antioxidante, diurético, laxante, anti-hipertensor, adstringente, e por ajudar no tratamento para obesidade e diminuição de lipídeos totais, colesterol e triglicerídeos, entre outras (24).

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antioxidante de infusões e geleias de hibisco comercializado em Campo Mourão. Será observado se a forma de armazenagem, temperaturas ou outros métodos interferem em seus índices de atividades antioxidantes.

(5)

86

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

MATERIAIS E MÉTODOS Delineamento e Caracterização

O estudo foi caracterizado por possuir natureza experimental exploratória. O experimento foi realizado nos Laboratórios de Técnica Dietética e Gastronomia e Laboratório de Análises Químicas da Faculdade Integrado de Campo Mourão, localizada em Campo Mourão - PR, no período de 25 de julho de 2016 a 20 de setembro de 2016.

Materiais

Foram analisadas quatro amostras de chás e quatro amostras de geleia de hibisco. Para o preparo do chá de hibisco, foram utilizados hibisco provenientes de quatro estabelecimentos comerciais diferentes de Campo Mourão – PR escolhidos ao acaso. Utilizou-se como ingredientes água, polpa de hibisco in natura e cálices de hibisco secos de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1. Descrição de ingredientes e medidas caseiras de diferentes estabelecimentos para o

preparo das diversas amostras de chás.

Ingredientes Medida caseira Quantidade em g ou mL

Água 1 copo 200 ml

Folhas desidratadas 1 colher de sopa 4 g

Polpa in natura 1 colher de sopa 10 g

Para o preparo das geleias foram utilizados os cálices desidratadas de hibisco a partir das infusões dos chás. Utilizaram-se os seguintes ingredientes e materiais para o preparo das geleias: cálices desidratados, água e açúcar de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2. Descrição de ingredientes e medidas caseiras de diferentes estabelecimentos para o

preparo das diversas amostras de geleias.

Ingredientes Medida caseira Quantidade em g ou mL

Água 4 colheres de sopa 50 g

Folhas desidratadas 1 colher de sopa 4 mL

Polpa in natura 1 colher de sopa 10 g

(6)

87

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

A Atividade Antioxidante foi determinada segundo o método do sequestro do radical livre DPPH·. Para tanto, foi utilizado o radical livre 2,2-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH·) Sigma-Aldrich® e metanol PA.

Os equipamentos utilizados foram espectrofotômetro UV-VIS marca Femto modelo 600 Plus ajustado para absorbância em 517 nm, chapa aquecedora, refratômetro de Abbé, micropipetas, além de vidrarias em geral.

Ingredientes e Modo de Preparo do chá

Para o preparo do chá de hibisco utilizou-se cálices de hibisco desidratados de diferentes casas de produtos naturais da cidade de Campo Mourão, os quais após serem adquiridos foram armazenados em temperatura ambiente. Para a elaboração do chá obteve-se uma proporção de 1 colher de sopa de hibisco para 1 litro de água, após a água entrar em ebulição foram adicionados os cálices de hibisco, sendo que esses ficaram tampados em infusão por 5 minutos. Depois disso o chá foi coado e as análises das diferentes amostras foram realizadas.

Os chás de hibisco foram preparados de acordo com o fluxograma apresentado na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma do Chá de Hibisco

Ingredientes e Modo de Preparo da Geleia

Para o preparo das geleias, utilizou-se cálices de hibisco desidratados. Os cálices foram liquidificados com um pouco de água por aproximadamente 2 minutos, e logo em seguida levados ao fogo, quando receberam adição de açúcar, inicialmente

Matéria – prima (Chá de hibisco a granel e polpa in

natura)

Seleção Pesagem do Hibisco

Adicionar água fervente (100°C) Deixar em infusão por 5 min. Separação de sólidos (coagem) Preparo da amostra

(7)

88

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

em fogo alto até a mesma obter fervura logo em seguida ela permaneceu em cocção em fogo baixo.

As geleias de hibisco foram preparadas de acordo com o fluxograma apresentado na Figura 2.

Figura 2. Fluxograma do Chá de Hibisco

Sólidos Solúveis Totais

O teor de Sólidos Solúveis Totais das amostras de chá e geleia foi determinado por refratometria, de acordo com o descrito pela metodologia 315/IV do Instituto Adolfo Lutz (2008). O refratômetro foi inicialmente calibrado com água destilada e, posteriormente, o teor de sólidos solúveis das amostras foi medido.

Atividade Antioxidante

A atividade antioxidante dos chás e geleias de hibisco foi determinada pelo método DPPH, baseado na captura do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil), (15,16) com alterações propostas como descrito a seguir.

Primeiramente, foi preparado o extrato metanólico das amostras a partir da dissolução de 2,0 mg de amostra em 10 mL de metanol, em uma concentração de 2,0 mg mL-1. Uma solução de DPPH· 0,1192 mmol L-1 foi preparada e, a partir da solução e do extrato metanólico das amostras, pipetou-se volumes de 25, 50, 75 e 100 µL nas cubetas, adicionou-se 2 mL da solução de DPPH· e procedeu-se a leitura das amostras no espectrofotômetro em comprimento de onda 517nm.

Os resultados das análises foram interpretados de acordo com Boroski et al. (2015).

Pesagem da matéria-prima

Adição de água e

liquidificar por 2 min Adicionar açúcar

(8)

89

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a metodologia de Boroski et al (2015) e as análises realizadas em triplicata dos chás e das geleias de hibisco dos diferentes pontos comerciais de Campo Mourão, pode-se obter os valores de atividade antioxidante que estão expressos nas tabelas 3 e 4.

Tabela 3. Índices de Atividade Antioxidante dos chás de Hibisco de diferentes pontos

comerciais de Campo Mourão - PR.

Amostras IAA

Amostra 1 : Polpa in natura Amostra 2 : Cálices 1 Amostra 3 : Cálices 2 Amostra 4: Cálices 3 0,13 0,04 0,04 0,02

Fonte: O Autor, 2016. Laboratório de Análises Químicas, Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR. IAA: Índice de Atividade Antioxidante.

Nas atividades antioxidantes pelo método DPPH, pode-se verificar que mesmo estando com o seu valor de capacidade antioxidante baixo, a amostra que apresentou a melhor atividade foi o chá da polpa in natura (25).

Tabela 4. Índices de Atividade Antioxidante das geleias de hibisco de diferentes estabelecimentos comerciais de Campo Mourão - PR.

Amostras IAA

Amostra 1: Polpa in natura

Amostra 2: Cálices 1 Amostra 3: Cálices 2 Amostra 4:Cálices 3 0,05 0,01 0,04 0,04

Fonte: O Autor, 2016. Laboratório de Análises Químicas, Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 3, o índice de atividade antioxidante na polpa in natura tem moderada atividade em relação às outras amostras que possuem atividade antioxidante fraca.

As Tabelas 3 e 4, dos respectivos chás e das geleias, nos mostram a oxidação do reagente DPPH pelos antioxidantes presentes nas amostras analisadas.

(9)

90

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

Esse método é baseado na transferência de elétrons das amostras para um radical livre: o DPPH. Com os tempos de leitura, algumas amostras perdem a sua coloração púrpura (26).

Esses resultados foram comparados com parâmetros estabelecidos por Boroski et.al (2011), segundo os quais os valores de Índice de Atividade Antioxidante (IAA) < 0,5 tem capacidade antioxidante fraca, entre 0,5 a 1,0 são considerados moderados, entre 1,0 a 2,0 são considerados fortes e > 2,0 são considerados como muito forte.

Tabela 5. Descrição do potencial antioxidante de acordo com o índice da atividade antioxidante (IAA).

IAA Capacidade antioxidante

< 0,5 0,5 a 1,0 1,0 a 2,0 > 2,0 Fraco Moderado Forte Muito forte

Fonte: Scherer e Godoy, 2009.

Para que as amostras tenham um valor significativo de atividade antioxidante, os chás devem ser preparados com água em ebulição em torno de 88°C com um tempo de infusão de aproximadamente 3 a 4 minutos para não perder as suas propriedades antioxidantes (27). Já para o preparo das geleias, essas devem atingir uma temperatura de 102 a 105°C com uma concentração de açúcar que atinja entre 60 e 70° Brix para que a mesma não tenha perda das suas propriedades antioxidantes (28).

Além das temperaturas e variados tempos de infusão e cocção, há diversas variáveis que podem causar interferências nos resultados e na atividade antioxidante. Desse modo, são utilizadas duas ou mais técnicas de ensaio porque nenhum ensaio utilizado isoladamente irá refletir exatamente a capacidade antioxidante total das amostras (29).

Para a medição da capacidade antioxidante não existe um método padrão, pois existem os que determinam as habilidades dos antioxidantes em permitir a sua peroxidarão lipídica. Existem também alguns fatores que determinam suas habilidades de sequestrar radicais livres gerados, outros tem a capacidade de avaliar a eficiência dos antioxidantes em inibir a sua peroxidação lipídica através de sua quantificação dos produtos de reação ou verificar sua inibição de oxidação. Porém,

(10)

91

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

outros métodos que são mais utilizados são os que medem a habilidade de um antioxidante em reduzir um radical livre por sua doação de hidrogênio ou elétron (30).

Atualmente, os antioxidantes naturais vêm se tornando destaque entre os meios científicos, sobretudo para os compostos naturais encontrados nas plantas (31). O interesse nos antioxidantes naturais está crescendo cada vez mais em relação aos artificiais, ou que trabalhe em conjunto com ele limitando a sua porção nos alimentos (32).

Os antioxidantes naturais não são obtidos em laboratórios e sim adquiridos de fontes naturais. Além de manter suas propriedades químicas e organolépticas, pois evitam o processo oxidativo, promovem a manutenção da saúde e prevenção de varias doenças (33). Dentre eles, destacam-se as vitaminas, enzimas e os compostos fenólicos, pois a vitamina C presente possui alto poder redutor, o que lhes confere a sua atividade antioxidante, pois atua regenerando a vitamina E, evitando assim a oxidação dos lipídeos. Ela também é convertida em um radical livre até que a vitamina C a devolva ao seu estado normal, quebrando a sua cadeia. A vitamina C também pode reagir com os radicais livres, trabalhando como bloqueador. Após reagir com o radical livre, a vitamina se modifica em um radical tocoferoxila inativo como antioxidante e a vitamina C age justamente convertendo esse radical em vitamina E, antioxidante ativo (34).

O chá de hibisco, além de ser um fitoterápico, contém altos níveis de antioxidantes, como os flavonoides, que são substâncias importantes para nosso organismo, pois ajudam o mesmo a lutar contra os radicais livres os quais causam danos às células do corpo como, por exemplo, doenças crônicas, cardiovasculares e até mesmo o câncer. A relação entre os flavonoides e os antioxidantes geralmente estão relacionados com presença de ligações duplas de carbono entre o C2-C3 (11). De acordo com a elevada atividade antioxidante que possuem, existe uma variedade de compostos fenólicos que possuem grande importância nos processos de inibição de riscos de diversas doenças que podem atuar sobre estresse oxidativo, pois é relacionada com diversas patologias e processos inflamatórios. O efeito da ação antioxidante dos componentes bioativos geralmente depende da estrutura química e da sua concentração no alimento (35).

(11)

92

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que as analises tiveram a sua atividade antioxidante fraca, pois de acordo com a sua forma de processamento e armazenamento houve interferência nos resultados analisados. Também é oportuno ressaltar que deveria haver mais pesquisas voltadas para atividade antioxidante de geleias de forma a aumentar o consumo de geleias nas mesas da população em geral. Mesmo com um valor de moderado a baixa capacidade de atividade antioxidante dos chás e geleias in natura e das folhas desidratadas, é importante incentivar o consumo do hibisco, pois além de ter varias opções de preparações ele trás inúmeros benefícios à saúde juntamente com uma reeducação alimentar para quem o consome diariamente na dose certa.

REFERÊNCIAS

(1) MUKHTAR, M.A. The effect of feeding rosella (Hibiscus sabdariffa) seed on broiler chicks performance. Research Journal Animal and Veterinary Science, v.2, p.21-23, 2007. Disponível em: . Acesso em: 02/10/ 2016.

(2) Lorenzi, H; Souza, H. M; Torres, M. A; Bacher, L. B. Arvores exóticas no Brasil: madeiras, ornamentais e aromáticas. São Paulo: Instituto Plantarun, 2008.

(3) Felippe, G. M; Tomasi, M. C. Entre o jardim e a horta: as flores que vão para a mesa. 2. ed. São Paulo: senac, 2004, 286p.

(4) Embrapa clima temperado: Hibisco do uso ornamental ao medicinal disponível em: Acesso em 04/10/16.

(5) Ramos, D. D. et al. Atividade antioxidante de Hibiscus sabdariffa L. em função do espaçamento entre plantas. Ciência Rural, v.41, n.8, (ago de 2011): 1331-1336.

(6) ETUBBAL, chá de hibisco deve ser consumido com moderação disponível em

<http://www.personare.com.br/cha-de-hibisco-deve-ser-consumido-com-moderaçao-m5347>. Acesso em: 16/11/2016

(7) MARQUES, C.; DUTHOIT, M.; ALVARENGA, B.; ROSEIRO, L. B. Implementação e validação do método de Folin-Ciocalteu para a determinação do teor em compostos fenólicos totais – aplicação a extratos de flor de cardo e queijo. Tese de Licenciatura, Instituto Politécnico de Beja. Beja, 2004.

(12)

93

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

(8) MENEGHINE, A. K. Catabolismo de Proteínas Oxidação dos aminoácidos, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Câmpus de Jaboticabal, 2013.

(9) ANGELO, P.M.; Jorge, N. Compostos fenólicos em alimentos. Uma breve revisão, 2006.

(10) CHAN, E. W. C.; LIM, Y. Y.; CHEW, Y. L. Antioxidant activity of Camellia sinensis leaves and tea from a lowland plantation in Malaysia. Food Chemistry, v. 102, n. 4, p. 1214-1222, 2007.

(11) BOROSKI, M; AGUIAR, A. C; BOEING, J. S; ROTTA, E.M; WIBBY, C. L; BONAFE, E. G; DE SOUZA, N.E; VISENTAINER, J.V enhancement of past antioxidante activity whith orégano and carrot leaf. Food chemistry, v. 125, n. 2, p. 696-700, 2011

(12) SILVA, P.T. Efeitos de diferentes processamentos sobre teor de ácido ascórbico em suco de laranja utilizado na elaboração de bolo, pudim, geleias. Cienc.

Tecnol. Alimente. Campinas, 2006.

(13) Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº12 de 1978. Aprova Normas Técnicas Especiais, do Estado de São Paulo, revistas pela CNNPA, relativas a alimentos (e bebidas), para efeito em todo território brasileiro. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 24 de julho de 1978. Disponível em: < http://elegis.bvs.br/leisref/public/showAct.php>. Acesso em: 03/10/16.

(14) WEISBURGER, J. H Tea and healt: a historical perspective. Cancer Letters, Amsterdam, v.114, p.315-317, Mar, 1997.

(15) DREOSTI, I.E. Antioxidant poyphenois in tea, cocoa, and wine. Nutrition Research, v.16, n.7⁄8, p.692-694,2000.

(16) SANTOS, A,; PADUAN, R.H.; GAZIN, Z.C.; JACOMASSI, E.D.; OLIVEIRA,P.S.;CORTEZ, L. Determinação do rendimento e atividade antimicrobiana do óleo essencial de Cymbopogon citratus (DC). Stapf em função da sazonalidade e consorciamento. Rev. Bras. Farmacog.19:436-431.2009.

(17) ARNOUS, Amir Hussein; SANTOS, Antonio Sousa e BEINNER, Rosana Passos Cambraia. Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e

(13)

94

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, jun. 2005.

(18) ANVISA. O que são fitoterápicos? Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/poster_fitoterapicos.pdf. Acesso em outubro de 2016.

(19) VEIGA JUNIOR, Valdir Florêncio da. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Rev. bras. Farmacognosia 2008, vol.18, n.2, pp. 308.

(20) ANDREATINI. Roberto. Uso de fitoterápicos em psiquiatria. Rev. Bras. Psiquiatria. 2000, vol.22, n.3, pp. 104-105.

(21) BRAND- WILLIAMS, W.; CUVELIER, M.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel- wissens-chaft-und-Tecnologie, v.28, p.25-30, 1995.

(22) MERCADO, M, G; BLANCAS, B, F.J.; VELDERRAIN, R. G.R.; MONTALVO, G, E.; GONZALEGUILAR, G. A ALVAREZ, P, E.; SAYAGO, A, S.G. Bioaccessibility of polyphenols released and associated to dietary fiber in calyces and decotion residues of Roselle (Hibiscus sabdariffa L.), Elsevier. Journal of Functional Foods, USA.v.18,Part A ,p. 171-181,2015.

(23) DUARTE- ALMEIDA, J.M.; SANTOS, R.J.; GENOVESE, F.M & LAJOLO, F.M. Avaliação da atividade antioxidante utilizando sistema ß- Caroteno / Ácido linoleico e método de sequestro de radicais DPPH. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 26 446-452, abr.- jun.2006.

(24) KIRIGAYA, N.; KATO, H.; FUJIMAKI, M. Studies on Antioxidant Activiy of Nonenzymic Browning Reaction Products. Part 3. Fractionation of Browning Reactiion Solution between Ammonia and D-Glucose and Antioxidant Activity of the Resulting Fractions. Nippon Nogeikagaku Kaishi, v.45,p.292-298,1971.

(25) ABREU, L. - Estudos do poder antioxidante em infusões de ervas utilizadas como chás. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. 2013.

(14)

95

Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 82-95, jan. /jun. 2017.

(26) LIN, T. et al. Hibiscus sabdariffa extract reduces serum cholesterol in men and women. Nutrition Research, v. 27, n.3, p. 140-145, 2007.

(27) Chá vermelho benefícios do chá vermelho que serve para emagrecer, disponível em http://chavermelho.com.br/.

(28) GALVÃO, J. Os segredos para a geleia perfeita, disponível em http://essenciastudio.com.br/os-segredos-para-a-geleia-perfeita-um-dossie/

(29) AKINDAHUNSI, A. A., OLALEYE, M. T. Toxicological investigation of aqueousmethanolic extract of the calyces of Hibiscus sabdariffa L. Journal of Ethnopharmacology 89, 161–164p. 2003.

(30) CAMPOS, F.M.; MARTINO, D.S.H.; SABARENSE, M.C.; SANT`ANA, P.M.H. Alim. Nutr. ISSN 0103-4235 , Araraquara v.19, n.4, p. 481-490, out./dez. 2008 ESTABILIDADE DE COMPOSTOS ANTIOXIDANTES EM HORTALIÇAS PROCESSADAS: UMA REVISÃO.

(31) HUANG, D.; PRIOR, R. L. The Chemistry behind Antioxidant Capacity Assays., Journal of Agricultural and Food Chemistry v. 53, n. 6, p. 1841-1856, 2005.

(32) SINGH, R.P.; MURTHY, C.; JAYAPRAKASHA, G.K. Studies on the antioxidant activity of pomegranate (Punica granatum) peel and seed extracts using in vitro models. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.50, p.81-86, 2002.

(33) SOARES, S. E. Ácidos fenólicos como antioxidantes. Revista de Nutrição. v. 15, n.1, p. 71-81, 2002.

(34) Vitamina C, vitamina E, selênio, carotenoides e atividade antioxidante, disponível em http://docplayer.com.br/18953759-Vitamina-c-vitamina-e-selenio-e-carotenoides-e-atividade-antioxidante.html.

(35) IMEH. U.; KHOKHAR. S. Distribution of Conjugated and Free Phenols in Fruits: Antioxidant Activity and Cultivar Variations. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v. 50, p. 6.301-6.306, 2002.

Enviado: 23/01/2017 Aceito: 15/02/2017 Publicado: 06/2017

Referências

Documentos relacionados

Quando comecei a explicar melhor a verdade que acabara de expor diante deles, respondendo à pergunta: &#34;Como posso saber se Deus me escolheu para a vida eterna?&#34;,

Objetivos: O objetivo primário do estudo é investigar se existem diferenças em relação ao gênero quanto a empatia, burnout, tolerância, abertura a espiritualidade, bem-estar e

Essas duas espécies foram encontradas com flores e frutos em janeiro e são facilmente distinguidas pela cor e forma da corola (em R. weddelliana, vinácea e com lobos bem mais curtos

Para chaminés ou dutos de seção circular a amostragem ou tomada de velocidade deve ser realizada, sempre que possível, na seção transversal situada a pelo menos 8

senta uma revisão sumária da Teoria do Tráfego Telef6nico, onde são mostrados os conceitos b~sicos e que sao fundamentais na construção e compreensão dos

QUADRO III - Desemprego Registado por Concelho segundo os Níveis de Escolaridade (situação no fim do mês) Ano Mês: 202002.. Região Concelho

Tendo como base teórica a abordagem atuacionista da cognição – proposta por Francisco Varela, Evan Thompson e Eleanor Rosch – e como premissa uma nova postura do pesquisador, a

7.1 A prova escrita preliminar objetiva será constituída de 200 itens para julgamento, agrupados por comandos que deverão ser respeitados. Haverá, na folha