Carta do Presidente da ABINEE
apresentando o jornalista Helvio Falleiros e solicitando
atenderem para serem entrevistados. Total 36 pessoas:
Aluizio Bretas Byrro -Nokia Siemens; Alvaro Dias Junior-Landis+Gyr; Antonio Hugo Valerio Junior-HP; Arthur João Catto-UNICAMP; Carlos Américo Pacheco,
ITA; Claudio Vita Filho-Itautec; Delson Siffert; Eduardo Paoliello-Nansen;
Ethevaldo Siqueira; Hélio Marcos Machado Graciosa-Cpqd; Henrique Oliveira Miguel-MCTI; Jorge Salomão Pereira-Padtec; José Ellis Ripper Filho-Asga; Julio Semeghini-Secretário Desenvolvimento; Luiz Antonio Rodrigues Elias-MCTI; Luiz Claudio Farias Carneiro –Motorola; Marcelo Zuffo, Professor-EPUSP; Marco
Aurelio Almeida Rodrigues; Mauro Borges Lemos-ABDI; Nelson Luis De
Carvalho Freire-Ecil Informática; Paulo Gomes Castelo Branco-NEC; Raul Antonio Del Fiol-Tropico; Renato Cruz-Fapesp; Ricardo Menna Barreto Felizzola-Altus; Rivaldo Caram-Semikron; Roberto Isnard; Roberto Pinto Martins-Anatel;
Robson Braga De Andrade-CNI; Rogerio Duair Jacomini Nunes-Smart; Sérgio Bampi –UFRGS; Sérgio Machado Rezende-UFPE; Silvio Romero De Lemos
Meira-Centro De Informática (Cin) da UFPE; Umberto Gobbato-WEG; Victor Pellegrini
9 Pessoas já entrevistadas:
Hugo Valerio, Irineu Govêa, Umberto Gobbato, Roberto
Isnard, Silvio Meira, Henrique Miguel, Raul Antonio Del
Fiol, Delson Siffert, Claudio Vita Filho
4 pessoas já agendadas:
Virgilio Almeida; Mauro Borges Lemos; Roberto Pinto
Martins; Luis Elias.
23 pessoas por agendar.
LEI DE INFORMÁTICA
ROTEIRO BÁSICO DE PERGUNTAS
TRABALHO REALIZADO PELA ABINEE
1. Quais foram, a seu ver, os principais efeitos da Lei de Informática (Lei 8248/91 e suas alterações) para a indústria eletroeletrônica instalada no País? Quem ganhou com a Lei?
2. O mercado cinza chegou a responder por 70% do mercado contra 30% para os computadores produzidos localmente, dentro das regras legais. Qual foi a contribuição da Lei de Informática para a reversão desse quadro?
3. Quais foram os problemas da aplicação da Lei? Aponte os principais. 4. Como contrapartida à isenção fiscal para os produtos que seguem o PPB
(Processo Produtivo Básico) a Lei de Informática prevê investimentos em
P&D e Inovação. Isso foi positivo? Foi cumprido? Trouxe melhorias? Estimulou o desenvolvimento das empresas, de novos produtos e dos processos
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5. Estudo de 2010, encomendado pelo MCTI e realizado pela Unicamp, mostra que a LEI DE INFORMÁTICA estimulou a produção local de TICs, mas não teve efeito expressivo no aumento de exportações. Isso revela que o Brasil, mesmo com a LEI DE INFORMÁTICA, continua não sendo um país competitivo nessa área?
6. O mesmo estudo mostra que houve redução dos investimentos em P&D de 2003 a 2008 em relação ao período de 1998 a 2001 – quando esses recursos somaram R$ 1 bilhão/ano. Em 2008, o investimento em P&D das empresas beneficiárias foi de R$ 880 milhões. O Brasil investe pouco em P&D? O que é preciso para aumentar os recursos para essa atividade, especialmente nas TICs?
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7. A Lei de Informática também não serviu para reduzir o déficit comercial do setor eletroeletrônico, que ultrapassa hoje os US$ 41 bilhões. As importações de componentes respondem por mais de US$ 23 bilhões deste montante. Os bens finais importados já responderam em 2012 por 21,6% do mercado
interno – um aumento expressivo em relação a 2006, quando os importados ocupavam 16,4% do mercado. Por que isso acontece? O Brasil nunca será capaz de reduzir essas importações?
8. P&D. Mais de 60% dos investimentos em P&D são direcionados ao
desenvolvimento de produtos e sistemas – e não para pesquisa. Houve
também uma ampliação de 33% para 67% da participação dos laboratórios de empresas multinacionais no total de laboratórios existentes. O que isso
revela?
9. Segundo o estudo da Unicamp, as empresas beneficiárias da Lei não
apresentaram uma expansão relevante na contratação de recursos humanos de nível superior. Isso confere com a sua observação? Por que isso aconteceu?
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10. Outra conclusão importante do estudo da Unicamp é que a Lei de Informática estimula mais a produção local de bens finais, mas tem efeitos limitados na agregação de valor. A importação de componentes para telecomunicações, por exemplo, representou 55% do faturamento das indústrias do setor em 2008. Como o Sr. vê esse quadro?
11. O mesmo estudo mostrou que as médias empresas estão acompanhando os esforços de P&D das grandes beneficiárias – e às vezes apresentam resultados mais significativos. Houve também um aumento no número de médias
empresas, demonstrando que a Lei de Informática passou a ser um
instrumento efetivo para a sua competitividade. Tais informações batem com as suas observações? O que Sr. acha desse quadro?
12. Quem mais investiu em P&D, além do que define a lei, foram os setores de Telecom e de Automação industrial. Telecom: inovação para o país (38%) e inovações para o mundo (17%) do total de inovações geradas. Automação industrial: inovações para o país (39%) e inovações para o mundo (29%) do total de inovações geradas. O que isso revela? 7
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13. Há cadastradas 263 Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) – das quais apenas 92 têm algum tipo de convênio com empresas beneficiárias da Lei de Informática. Dessas 92, 20 delas concentram 84% dos valores destinados pelas empresas – o que demonstra forte concentração em algumas
instituições. Das 15 ICTs com maiores valores de convênios, 47% são da região SE, 40% das regiões NE/CO e 13% da região Sul. Quando ao volume de
dinheiro, o SE concentrou 52% do total, enquanto o NE/CO concentrou 40% do total. Como o Sr. vê esse processo? É positivo? É negativo? Por quê?
14. Mudanças na Legislação em 2001 definiram um percentual obrigatório de investimentos nas regiões NE/CO. O resultado é que os investimentos em P&D no NE/CO aumentaram quase três vezes entre 1998 e 2008, passando de R$ 28 milhões para R$ 77 milhões. Em 2008, os investimentos em P&D no NE/CO, decorrentes dos convênios da Lei, corresponderam a 70% do que foi investido na região SE no mesmo ano. Como o Sr. vê este processo. É um avanço? O que é positivo? O que é negativo?
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15. Do volume total investimento em P&D, em decorrência da lei, 83% foram investidos em ICTs privadas. As ICTs privadas cresceram muito por conta dos investimentos de multinacionais que criaram os seus próprios institutos de pesquisa para otimizar a aplicação dos recursos em P&D. Em 2008, as ICTs privadas contabilizaram 20 vezes mais recursos que as ICTs públicas. Como o Sr. vê esse quadro?
16. Mesmo assim os resultados desses investimentos foram baixos – em relação ao número de trabalhos publicados, aos resultados tecnológicos (39 no total, dos quais 23 foram considerados novos para o país e 9 foram considerados novos para a instituição). Foram registradas quatro marcas e sete patentes. Por que esses resultados foram tão pouco expressivos?
17. A atividade de P&D decorrente da Lei esteve mais voltada para software e produto. 36% dos resultados tecnológicos geraram desenvolvimento de
software e 25% desenvolvimento de produto. As ICTs públicas investem 47% dos recursos em pesquisa aplicada. Nas ICTs privadas esse número sobre para 80% (dados de 2008). Como o Sr. vê esses números? 9
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18. Há necessidade de novos instrumentos, complementares aos atuais, para realmente estimular o adensamento tecnológico, a capacidade de inovação e a força competitiva em âmbito global?
19. A indústria local poderia, p.ex., focar em atender à demanda de setores em que o país é competitivo – como o petroquímico, mineração, aeronáutico, agronegócio, serviços de telecomunicações, bancos?
20. O Brasil deveria selecionar os setores e produtos específicos nos quais o país pode ser competitivo em escala global? Quais seriam esses setores e/ou tipos de produtos e serviços dentro do universo das TICs (Tecnologias da
Informação e Comunicação)?
21. O mercado local é pequeno demais. É preciso escala de produção. Como o país pode ganhar escala e ser competitivo?
22. A Lei de Informática exige que as empresas invistam 4% do faturamento em P&D e cumpram o PPB, mas não avalia os resultados alcançados por elas. Não haveria um caminho para medir isso e premiar aquelas empresas mais
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23. Peço que o Sr. avalie, em linhas gerais, os critérios propostos para identificar o dinamismo das empresas do setor das TICs, segundo o estudo MCTI/Unicamp. São eles:
• Estratégia tecnológica coerente e arrojada • Ênfase na inserção global
• Participação no mercado internacional • Cultura da inovação
• Agregação de valor nas cadeias locais • Qualificação da MDO
• Densidade nas atividades de P&D • Resultados passados
24. Quais são as suas recomendações quanto à continuidade da Lei de
Informática, que vai expirar em 2019. Ela deve ser estendida? Por quanto tempo?
25. Que mudanças a Sr. propõe no texto da atual Lei de Informática?
