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42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

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Academic year: 2021

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ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DA MIELOENCEFALITE PROTOZOARIA EQUINA NO CERRADO

SUL MATOGROSSENSE

CLINICAL AND EPIDEMIOLOGICAL PROTOZOAL MYELOENCEPHALITIS OF EQUINE CLOSED IN SOUTH

MATOGROSSENSE

JOÃO BOSCO VILELA CAMPOS1; JOÃO VITOR ALMEIDA ALVES1; TIAGO CAETANO PUERTA1; BEATRIZ RAMOS BERTOZZO2; LARISSA ADONO DE ALMEIDA2; HEITOR MIRAGLIA HERRERA1;. 1 Universidade Católica Dom Bosco

2 Hospital Veterinário Pronto Equus

Resumo

O presente trabalho objetiva evidenciar a ocorrência de casos de Mieloencefalite Protozoária Equina (MPE) diagnosticados em um hospital e propriedades próximas a Campo Grande-MS. A literatura mostra que a soroprevalência da MPE na América do Sul encontra-se em 35%, com ausência de sinais clínicos em alguns animais. O desenvolvimento e expansão de setores da agropecuária requerem uma grande extensão territorial, resultando cada vez mais na aproximação entre os animais silvestres e os animais de produção. Em se tratando de animais sinantrópicos, aqueles cuja presença humana facilita a proliferação, o risco de transmissão de agentes parasitários para os animais domésticos e para os seres humanos é elevado. Evidenciar estas relações se torna essencial para controle e profilaxia da MPE, já que o desenvolvimento promove cada vez mais a aproximação entre animais domésticos e selvagens.

Palavras-chave: Ambiente; Equinos; Sarcocystis neurona.

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This work aims at identifying the occurrence of equine protozoal myeloencephalitis (MPE) diagnosed at the Veterinary Hospital Ready Equus and properties near the Campo Grande-MS. The literature shows that the seroprevalence of MPE in South America is 35%, with the absence of clinical signs in some animals. The development and expansion of agricultural sectors require a large territory, increasingly resulting in approach between the wild animals and farm animals. In the case of synanthropic animals, those whose human presence facilitates proliferation, the risk of transmission of parasitic agents to domestic animals and humans is high. Show these relation ships becomes essential for the control and prophylaxis of MPE, since development increasingly promotes rapprochement between domestic and wild animals.

Key-words: Environment; horses; Sarcocystis neurona.

Introdução

Na equideocultura a mieloencefalite protozoária equina (MPE), por sua gravidade clínica, ocupa uma posição relevante dentre as enfermidades neurológicas. Sua ocorrência se deve pela presença do hospedeiro definitivo Didelphis albiventris, espécie silvestre responsável por disseminar as formas infectantes (oocistos) do protozoário

Sarcocystis neurona no ambiente. Os equinos adquirem a infecção

ingerindo acidentalmente os oocistos junto aos alimentos e água contaminados (Mullaney, 2005).

A enfermidade caracteriza-se por uma inflamação não purulenta no Sistema Nervoso Central (SNC) com a presença sintomatológica de fraqueza, atrofia muscular e déficits proprioceptivos. No Brasil, enfermidade apresenta um elevado número de equinos soropositivos, mas apenas alguns animais desenvolvem os sinais clínicos. Essa

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situação varia de acordo com a região geográfica de criação (Dubey, 2001). Atualmente, o número de casos diagnosticados por hospitais e veterinários autônomos tem aumentado, o que leva adoção de medidas de controle e profiláticas para a doença.

Relato de caso

Nos últimos dois anos, foram acompanhados 11 cavalos, de diversas raças e idades diferentes, em um Centro de Suporte Diagnóstico e Terapia Veterinária – Pronto Equus e em propriedades localizadas as margens da cidade de Campo Grande – MS, que apresentaram manifestações neurológicas caracterizadas por claudicação, incoordenação motora dos membros posteriores e ataxia no qual sugere-se sinais compatíveis com MPE.

Os animais foram tratados com anti-coccídeos Ponazuril, 5mg/Kg a cada 24 horas por quatro semanas e como terapia complementar anti-inflamatório Flunixina Meglumina 1,1mg/Kg, DMSO (dimetilsulfóxido) na dose de 1g/Kg diluído em solução a 10 % e aplicado de forma endovenosa na tentativa de controlar as inflamações provocadas (Thomassian, 1990). Com a terapia instituída os animais obtiveram melhoras.

O diagnóstico final foi baseado no histórico clínico a que os animais apresentaram e a resposta terapêutica que foram submetidos. Vale ressaltar que ambientes degradados, como o caso de algumas propriedades encontradas na região, favorecia a migração dos agentes carreadores dos parasitas para as propriedades próximas.

Discussão

De acordo com os resultados obtidos, o diagnóstico baseia-se no histórico clínico apresentado pelos animais. Dados comprovados por Fenger (1997), ressaltando também que se devem excluir outras possíveis mielopatias que acometem os equinos.

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O diagnóstico definitivo pode ser confirmado através da reação contra S. neurona pela técnica de Western Blot com a coleta de líquido cefalorraquidiano (LCR) de animais que possam estar infectados, no entanto este teste deve ser interpretado com cautela, pois apenas um número menor de equinos soropositivos pode desenvolver a doença (Scarratt & Wallace, 1998).

Segundo Fenger et al. (1997), Dubey et al. (2001), Mackay et al. (2000), o tratamento de eleição normalmente baseia-se no uso de inibidores da diidrofolato redutase, como a combinação de pirimetamina com sulfadiazina por um período de quatro a seis meses. Diferentemente da conduta terapêutica eleita nos casos, foi utilizado o anti-coccídeo Ponazuril, 5mg/Kg a cada 24 horas por quatro semanas.

Mackay (2001) ressalta que como forma de prevenção, deve-se impedir a circulação dos gambás nos ambientes próximos as cocheiras, estábulos e piquetes, pois estes animais têm o hábito alimentar diversificados como rações, grãos, frutas e até mesmo lixos que estiverem próximos.

Essa situação gera uma problemática tanto na produção como para os animais nativos, pois com o compartilhamento de ambiente entre ambos, os animais silvestres buscam recursos para sobrevivência em locais peridomiciliares, ocasionando a transmissão dos agentes, através do conteúdo fecal deixado pelo vetor nas pastagens.

Conclusão

A região de Campo Grande – MS e localidades próximas, cujo bioma é o Cerrado, têm se observado cada vez mais a ocorrência de casos de Mieloencefalite Protozoária Equina, devido à presença mais abundante dos gambás, por consequência da fragmentação das matas nativas, geradas pela expansão agropecuária.

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DUBEY, J. P.; LINDSAY, D. S.; KERBER, C. E.; KASAI, N.; PENA, H. P. J.; GENNARI, S. M.; KWOK, O. C. H.; SHEN, S. K.; ROSENTHAL, B. M. First isolation of Sarcocystis neurona from the South American opossum, Didelphis albiventris, from Brazil. Veterinary Parasitology, v.95,p.295-304, 2001b.

FENGER, C. K.; GRANSTROM, D. E.; GAJADHAR, A. A.; WILLIAMS, N. M.; MCCRILLIS, S. A.; STAMPER, S. et al. Experimental induction of equine protozoal myeloencephalitis in horses using Sarcocystis sp. sporocysts from the opossum (Didelphis virginiana). Vet Parasitol. 1997; 68: 199–213.

MACKAY, R. J.; GRANSTROM, D. E.; SAVILLE, W. J. A.; REED, S. M. Equine Protozoal Myeloencephalitis. Vet Clin North Am Equine Pract. 2000; 16: 405-25.

MACKAY, R. J. Mieloencefalite protozoária eqüina. In: ALLEN, D. G. et al. Manual Merck de Veterinária. 8. ed. São Paulo: Editora Roca, 2001, 1861p.

MULLANEY, T.; MURPHY, A.J.; KIUPEL, M.; BELL, J.A.; ROSSANO, M.G.; MANSFIELD, L.S. Evidence tosupport horses a natural

intermediate host for Sarcocystis neurona. Vet Parasitol. 2005;133:

27-36.

RADOSTITS O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W.

Clínica Veterinária. Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos,

Suínos, Caprinos e Eqüinos. Nona edição. Guanabara Koogan, Rio de

Janeiro. 2002. 1737p.

SCARRATT, K. W.; WALLACE, A. M. Diagnosis and management of equine protozoal myeloencephalitis and concurrent infectious disease in two horses. Equine Pract, v.20, p.23-25, 1998.

Referências

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