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Academic year: 2021

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Órgão julgador: 3ª Vara Federal Cível da SJDF Última distribuição : 30/06/2021

Valor da causa: R$ 0,00 Assuntos: COVID-19 Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO

Partes Procurador/Terceiro vinculado

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO DISTRITO FEDERAL (AUTOR)

UNIÃO FEDERAL (REU) DISTRITO FEDERAL (REU)

Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)

Documentos Id. Data da Assinatura Documento Tipo 60853 4873

30/06/2021 11:27 Petição inicial Petição inicial

60853 4892

30/06/2021 11:27 Inicial ACP_Agendamento_Plano_Vacinaco Inicial

60855 4848

30/06/2021 11:27 Ata de Posse Triênio oab - Cópia_compressed Documento Comprobatório 60855

4852

30/06/2021 11:27 Procuração - ACP - UNIÃO E DF Procuração

60855 4855

30/06/2021 11:27 CERTIDÃO DE JULGAMENTO Documento Comprobatório

60855 4859

30/06/2021 11:27 RELATÓRIO FINAL SOBRE A INSPEÇÕES NO DF-DESKTOP-EFRILTB

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL CONSELHO SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL

ADVOCACIA-GERAL

1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUIZA FEDERAL DA 3ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Distribuição por prevenção ao D. Juízo da 3ª Vara Federal do DF. (processo eletrônico nº 1025277-20.2020.4.01.3400)

(processo eletrônico nº 1012643-55.2021.4.01.3400)

A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SEÇÃO DO DISTRITO FEDERAL, entidade ‘sui generis’, prestadora de serviço público, dotada de personalidade jurídica e inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o CNPJ/MF nº. 00.368.019/0001-95, com sede no endereço SEPN 516, bloco “B”, lote 7 – Edifício Maurício Corrêa – Brasília/DF, CEP: 70.770-522, endereço eletrônico: juridico@oabdf.com, na pessoa de seu presidente Dr. Délio Lins e Silva Júnior, sob a inscrição de n.º 16.649 OAB/DF, pela qual essa subscreve, vem, perante à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 44, inciso I da Lei n.º 8.906/94 e art. 129, III, da Constituição Federal, na Lei Complementar nº 75/93, na Lei Complementar nº 80/94, na Lei nº 7.347/85 e na Lei nº. 8.429/92, propor

AÇÃO CIVIL PÚBLICA com pedido liminar

em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, CNPJ nº 26.994.558/0001-23, a ser citada na pessoa de um de seus Advogados da União na unidade da AGU, com sede no Setor de Autarquias Sul, Quadra n° 3, Lote 5/6, Edifício Multi Brasil Corporate, em Brasília, DF, CEP 70.070-030, inscrita no CNPJ sob o n° 26.994.558/0001-23, e do DISTRITO FEDERAL – GDF, pessoa jurídica de direito público, legalmente inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o CNPJ/MF nº. 00.394.601/0001-26, sediada nessa Capital Federal sob o endereço, Palácio do Buriti – Praça do Buriti – Brasília/DF, CEP: 70.075-900, e representada pela Procuradoria Geral do Distrito Federal, pelos substratos fáticos e jurídicos que se passa a aduzir e ao final requerer.

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ADVOCACIA-GERAL

2 I – PRELIMINAR - LEGITIMIDADE DO CONSELHO SECCIONAL DA OAB/DF

1. Preliminarmente, cabe frisar o cumprimento fiel do papel institucional e social do Conselho Seccional do Distrito Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil, na adoção de posicionamento firme em defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, da boa aplicação das leis, conforme dispõe o art. 44, inciso I da Lei n.º 8.906/94:

Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;

II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. (sem destaques no original)

2. O Colendo Supremo Tribunal Federal decidiu pela natureza jurídica especial da OAB, no sentido de tratar-se de entidade prestadora de serviço público independente, diverso das demais associações, conforme devidamente exposto na ADI 3.026/DF1.

3. O Estatuto da OAB, no artigo 54, inciso XIV2, outorgou a

competência para propositura de várias ações especiais ao Conselho Federal da OAB, entre as quais as ações civis públicas.

4. Equivalentes atribuições possuem as Seccionais, conforme expressamente previsto no artigo 59, do Estatuto da Advocacia:

1 Relator Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 8.6.2006, publicado no DJ de 29.9.2006, p. 31, no

Ementário vol. 2249-03, p. 478 e na RTJ vol. 201-01, p. 93.

2 Art. 54. Compete ao Conselho Federal: [...] XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de

normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei [...]

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3 Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equivalentes às do Conselho Federal, na forma do regimento interno daquele (original sem destaques). 5. Tem-se, portanto, paralelismo de atribuições entre o Conselho Federal e as Seccionais. Mais ainda, o art. 105 do Regulamento Geral do Estatuto estabelece:

Art. 105. Compete ao Conselho Seccional, além do previsto nos arts. 57 e 58 do Estatuto:

(...) V – ajuizar, após deliberação:

(...) b) ação civil pública, para defesa de interesses difusos de caráter geral e coletivos e individuais homogêneos (...)

6. Nesse mesmo sentido, no julgamento dos REsp nº 1.351.760/PE e RESP 1.423.825/CE, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu ser a OAB, seja por intermédio do Conselho Federal, seja por qualquer de um de seus Conselhos Seccionais, legitimada a propor Ação Civil Pública, quando a demanda for atinente à sua esfera local, na forma do artigo 45, § 2º, da Lei nº 8.906/84, inclusive em causas com objeto diverso da defesa da classe profissional por ela representada. Veja-se os julgados citados:

a) PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. CONSELHO SECCIONAL. PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO URBANÍSTICO, CULTURAL E HISTÓRICO. LIMITAÇÃO POR PERTINÊNCIA TEMÁTICA. INCABÍVEL. LEITURA SISTEMÁTICA DO ART. 54, XIV, COM O ART. 44, I, DA LEI 8.906/94. DEFESA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DO ESTADO DE DIREITO E DA JUSTIÇA SOCIAL. 1. Cuida-se de recurso especial interposto contra acórdão que manteve a sentença que extinguiu, sem apreciação do mérito, uma ação civil pública ajuizada pelo conselho seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em prol da proteção do patrimônio urbanístico, cultural e histórico local; a recorrente alega violação dos arts. 44, 45, § 2º, 54, XIV, e 59, todos da Lei n. 8.906/94. 2. Os conselhos seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil podem ajuizar as ações previstas – inclusive as ações civis públicas – no art. 54, XIV, em relação aos temas que afetem a sua esfera local, restringidos territorialmente pelo art. 45, § 2º, da Lei n. 8.906/84. 3. A legitimidade ativa – fixada no

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4 art. 54, XIV, da Lei n. 8.906/94 – para propositura de ações civis públicas por parte da Ordem dos Advogados do Brasil, seja pelo Conselho Federal, seja pelos conselhos seccionais, deve ser lida de forma abrangente, em razão das finalidades outorgadas pelo legislador à entidade – que possui caráter peculiar no mundo jurídico – por meio do art. 44, I, da mesma norma; não é possível limitar a atuação da OAB em razão de pertinência temática, uma vez que a ela corresponde a defesa, inclusive judicial, da Constituição Federal, do Estado de Direito e da justiça social, o que, inexoravelmente, inclui todos os direitos coletivos e difusos. Recurso especial provido. (REsp nº 1.351.760/PE. Rel. Min. Humberto Martins. Segunda Turma. Julgado em 26/11/2013. DJe: 09/12/2013).

b) RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. TEORIA DA ASSERÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DA OAB PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DEFESA DOS CONSUMIDORES A TÍTULO COLETIVO. POSSIBILIDADE. [...] 4. A Ordem dos Advogados do Brasil, seja pelo Conselho Federal, seja pelos conselhos seccionais, possui legitimidade ativa para ajuizar Ação Civil Pública para a defesa dos consumidores a título coletivo. 5. Em razão de sua finalidade constitucional específica, da relevância dos bens jurídicos tutelados e do manifesto viés protetivo de interesse social, a legitimidade ativa da OAB não está sujeita à exigência da pertinência temática no tocante à jurisdição coletiva, devendo lhe ser reconhecida aptidão genérica para atuar em prol desses interesses supraindividuais. 6. No entanto, "os conselhos seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil podem ajuizar as ações previstas - inclusive as ações civis públicas - no art. 54, XIV, em relação aos temas que afetem a sua esfera local, restringidos territorialmente pelo art. 45, § 2º, da Lei n.8.906/84" (REsp 1351760/PE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 26/11/2013, DJe 9/12/2013). 7. No presente caso, como o recurso de apelação da OAB não foi conhecido, os autos devem retornar ao Tribunal de origem para a reapreciação da causa, dando-se por superada a tese da ilegitimidade do autor. 8. Recurso especial parcialmente provido. (REsp nº 1.423.825/CE. Rel. Min. Luis Felipe Salomão. Quarta Turma. Julgado em 07.11.2017).

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5 7. Destaque-se, ainda, a expressa autorização do Conselho Pleno da OAB/DF para propositura desta demanda, conforma consta na Ata da Sessão Ordinário realizada no dia 18/03/2021.

8. Dessa forma, o Conselho Seccional da OAB no Distrito Federal tem inquestionável legitimidade para figurar no polo ativo da ação, não havendo se falar em comprovação de pertinência temática.

II - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DO DF

9. Seja porque a OAB/DF figura no polo ativo desta demanda, ou pela legitimidade passiva e competência concorrente da União Federal e do Governo local para cumprimento do Plano Nacional de Imunização – PNI, mostra-se indubitável a competência deste D. Juízo para processar e julgar o presente feito.

10. Outrossim, justifica-se a distribuição por prevenção ao D. Juízo da 3ª Vara Federal do DF em face da correlação dos temas aqui tratados com os Processos 1025277-20.2020.4.01.3400 e 1012643-55.2021.4.01.3400, os quais discutem o Programa Nacional de Imunização – PNI no combate à pandemia da COVID-19.

III – BREVE SÍNTESE

11. A pandemia mundial enfrentada desde 2019 gerou a mais grave crise de saúde da história recente mundial. A pandemia do coronavírus já provocou, só no Brasil, mais de 500 mil mortes e contaminou mais de 10 milhões de pessoas.

12. Nunca se fez tão necessária a atuação coordenada e articulada dos Poderes da República em prol de um objetivo claro e central: proteger, com prioridade e eficiência absolutas e com o máximo dos recursos disponíveis, a vida e a saúde dos milhões de brasileiros contra a doença.

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6 Trata-se de direitos fundamentais, o direito à vida e à saúde, bem ainda de Direitos Humanos indisponíveis (art. 196 da Constituição Federal).

13. Ademais, a sociedade tem direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse, ou de interesse coletivo ou geral, as quais serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, como expresso no art. 5º, XXXIII e XXXIV.

14. Medidas de suporte devem ser implementadas, pois “até o momento não há medicamento específico para o tratamento da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV)’’ 3. A Pandemia pública foi

reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020 e no Brasil, desde a edição do Decreto Legislativo nº 06/20204. Mesmo

passados tantos meses, permanece a insegurança e a ineficiência generalizadas, diante de tantos descalabros noticiados diuturnamente. 15. A Anvisa, em 17 de janeiro de 2021, autorizou o uso emergencial dos imunizantes CoronaVac e Astrazeneca e, em 23 de fevereiro de 2021, concedeu registro definitivo à vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-195.

O processo da vacinação se arrastar há meses no Brasil com problemas diversos, mas especialmente no DF: são precárias as informações acerca do cronograma, dos procedimentos de vacinação e do quantitativo para se alcançar a massa populacional necessária ao controle da doença.

16. A situação vem se agravando com a alta ocupação dos leitos de hospital e de UTI, fato público e notório, além da ausência de medicamentos básicos, conforme documentado em relatórios elaborados pela Comissão

3 Plano de Contingência para Epidemia da Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) do Distrito

Federal. https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/03/17/plano-de-contingencia-do-coronavirus-e-atualizado/; https://agenciabrasilia.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/03/Plano-de-Continge%CC%82ncia-Coronavirus-16.03.2020.pdf.pdf.pdf.pdf

4 Reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência

do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhada por meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020.

5 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/paf/noticias-anvisa/2021/informe-a-populacao-brasileira.

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7 de Direito à Saúde da OAB/DF (ora anexado), Sindicato dos Enfermeiros do DF, Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal – Coren-DF6 e

Comissão de Defesa dos Direitos Humanos – CDDH CLDF.

17. Enquanto isso, menos de 25% (vinte e cinco por cento) da população do DF foi vacinada com a primeira dose e, infelizmente, segue-se aqui com taxas altíssimas de ocupação de UTI.

18. A OAB/DF, como legítima representante da sociedade civil organizada, encaminhou dezenas de ofícios e medidas aos Demandados na tentativa de obter informações relacionadas ao enfrentamento da crise sanitária, tendo obtido o mero silêncio ou respostas evasivas e insatisfatórias, razão pela qual, por decisão unânime de seu Conselho Pleno, em Sessão ocorrida no dia 18 de março de 2021, decidiu por adotar medidas judiciais e administrativas, entre as quais se insere a presente ACP.

19. É certo que a crise sanitária iniciada em março de 2020 assume contornos inéditos e catastróficos. Neste instante, o Brasil e o DF passam por um dos momentos mais graves desde o início da pandemia e na contramão 6 https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2021/03/31/apos-denuncias-acao-conjunta-covid-19-vai-ao-hrt-averiguar-situacao-da-unidade/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2021/03/30/hran-vira-alvo-do-ministerio-publico-de-contas-apos-denuncias-da-acao-conjunta-covid-19/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2021/03/17/acao-conjunta-covid-19-visita-hrbz-para-averiguar-condicoes-de-trabalho-dos-servidores-e-de-atendimento-aos-pacientes/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2021/03/16/acao-conjunta-covid-19-vai-ao-hrsm-averiguar-denuncias-e-as-condicoes-de-trabalho-dos-servidores/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2021/03/11/acao-conjunta-covid-19-visita-hrc-para-fiscalizar-condicoes-de-trabalho-e-de-atendimento-aos-pacientes/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2021/03/09/acao-conjunta-covid-19-vai-ao-hran-fiscalizar-condicoes-de-trabalho-e-de-atendimento-aos-pacientes/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2020/10/05/acao-conjunta-covid-19-vai-a-farmacia-central-averiguar-denuncias-sobre-falta-de-medicacoes/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2020/09/01/acao-conjunta-covid-19-visita-icdf-para-apurar-denuncias-sobre-falta-de-insumos-e-descumprimento-do-act/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2020/06/29/acao-conjunta-covid-19-averigua-condicoes-de-trabalho-no-hrbz/; https://sindenfermeiro.com.br/index.php/2020/06/26/acao-conjunta-covid-19-vai-ate-o-parque-de-apoio-da-ses-averiguar-situacao-de-insumos/; https://www.coren- df.gov.br/site/covid-19-mata-5-profissionais-e-2-estudantes-de-enfermagem-em-26-dias-e-deixa-criancas-orfas-no-df/; https://www.coren-df.gov.br/site/numero-de-profissionais-de-enfermagem-mortos-por-covid-19-volta-a-crescer/; https://www.coren-df.gov.br/site/hran-fecha-atendimento-por-falta-de-pontos-de-o2/

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8 da tendência mundial, tudo isso sem qualquer perspectiva de medidas concretas para melhorar o cenário e a situação da nossa população.

20. Constata-se, de todo esse quadro, a ausência de clareza nas medidas a serem tomadas para imunização da população local em grande escala e, especialmente, acerca da garantia de manutenção dos insumos necessários ao tratamento da doença, tampouco da estrutura necessária ao tratamento médico digno e esperado.

21. A única saída em vista da atual situação passa pela cura trazida pelas vacinas disponíveis e com eficácia comprovada. Sem a plena possibilidade de vacinação em massa para a população brasileira, o cenário não sofrerá alteração: vidas serão perdidas e não haverá alteração na capacidade de reação no âmbito da economia, condenando milhares de brasileiros ao desemprego, fome e miséria.

22. O DF encontra-se vacinando apenas a faixa etária para pessoas com comorbidades, grupos prioritários e aqueles acima de 48 (quarenta e cinco) anos, permanecem os demais aguardando disponibilidade de doses7.

E outra questão salta aos olhos: a obrigatoriedade de cadastramento em sistema próprio da Secretaria de Saúde para viabilizar a efetiva imunização. 23. Especialistas apontam a ineficiência do sistema de agendamento e problemas de gestão como fatores para lentidão no avanço da imunização na capital do País. Até a data de 12/06/2021, a cobertura com uma dose da vacina era de 23%. Já no Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul, o índice ultrapassa os 30%. Por sua vez, municípios circunvizinhos ao DF tem realizado a vacinação de pessoas na faixa dos 40 anos, sem qualquer exigência de cadastro prévio ou comprovante de endereço. 24. Assim, mesmo a Capital do país possuindo área e população menor em relação a maioria das outras unidades da federação, ainda permanece a ineficiência do aumento da cobertura vacinal. Claramente a

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9 mora do Poder Executivo Distrital, não somente em estabelecer um plano definitivo de vacinação em âmbito local, bem ainda em garantir o efetivo acesso da população do brasiliense à vacina, ao impor cadastro em sistemas ineficazes e a causar segregação àqueles desfavorecidos de acesso tecnológico, tem abreviado vidas.

25. A OAB, por tais razões, em cumprimento de seu papel institucional, na defesa dos interesses da população do Brasília, vem buscar judicialmente, dada a inércia administrativa do poder local, a ordem ao Governo do Distrito Federal para: (i) apresentar efetivo cronograma de vacinação e (ii) abster-se de obrigar a população à cadastros para ter acesso ao imunizante.

26. A vacinação promove não apenas a proteção individual, mas garante a proteção coletiva, porquanto evita pessoas adoecerem e transmitirem o vírus, igualmente alivia a sobrecarga do sistema de saúde. Portanto, observadas as proporções continentais do território brasileiro e o número da população a qual, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), totaliza cerca de 210 milhões de pessoas, deve ser garantida a efetividade do plano de vacinação, de competência concorrente dos Requeridos.

27. Nessa quadra, é necessário assegurar, de maneira célere e equânime, a imunização em massa da população. Obrigar os brasilenses a cadastros prévios ou realizar alteração constante de grupos prioritários não atente esse objetivo. Mais grave ainda, aumenta a demora e causa segregação na efetiva cura.

28. Os Requeridos devem realizar ações concretas no sentido de alcançar a imunidade coletiva suficiente à evitar a circulação do vírus, sua mutação e assim contribuir verdadeiramente para salvar mais pessoas. III.1 – DAS IRREGULARIDADES

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10 29. Como fartamente noticiado pela imprensa e documentado em diversas fontes oficiais, tornando-se fato notório, cuja prova fica dispensada nos termos do art. 334, inc. I, do Código de Processo Civil, o caos na saúde pública do Distrito Federal, com quantidade de leitos em UTI inferiores à quantidade necessária para atendimento à população, falta de materiais médicos (como EPIs), carência de medicamentos (sedativos, analgésicos e relaxantes musculares para intubação), necessitando muitas vezes realizar procedimento com o paciente acordado, o que chega a ser ato violador da dignidade da pessoa humana.

30. Apesar de notório o quadro do DF, anexado à presente ACP vai relatórios e dados8 a comprovar as irregularidades e as falhas na gestão da

Saúde local. Informações atualizadas, dão notícias de 85 (oitenta e cinco) pacientes aguardando leitos de UTI9:

31. A desmobilização extemporânea de hospitais de campanha e a redução do número de leitos de UTI, aliada à falha de planejamento para aquisições de insumos médicos, ou de medidas de distanciamento social,

8 http://info.saude.df.gov.br/covid-19-lista-de-espera-por-leitos-de-uti/. Acesso em 29/06/2021. 9 http://info.sude.df.gov.br/covid-19-lista-de-espera-por-leitos-de-uti/. Acesso em 29/06/2021.

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11 demandam manifestação do poder judiciário, face à inércia dos Requeridos. E de nada adiantou a retomada tardia de hospitais de campanha desaparelhados e sem condições de oferecer à população o atendimento devido.

32. Dessa forma, o Governo (federal e distrital) não pode se quedar inerte e deixar de tomar medidas de contenção da pandemia e de cuidados da população, entre as quais: condições de trabalho para os profissionais de saúde; condições de atendimento da população em UCI (Unidades de Cuidado Intensivo), em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e, principalmente, a organização e a devida implementação do Plano Nacional de Imunização de forma organizada e eficaz.

IV – RAZÕES DE MÉRITO

IV.1 – Saúde enquanto direito de todos e dever do Estado

33. Assegura a Constituição Federal, no art. 196, ser a saúde:

direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

34. Todos os entes da República, assim, devem agir em coordenação para garantir o pleno cumprimento do dispositivo constitucional. De igual forma, caso qualquer deles falte com seu dever, é responsabilidade dos demais prosseguir com suas obrigações. Nessa quadra, o Egrégio Supremo Tribunal Federal afirmou a capacidade de cada unidade da federação de tomar as medidas adequadas ao combate à pandemia da COVID-19, mesmo em aparente descompasso com os demais. Nesse sentido, o entendimento do MM. Ministro Alexandre de Moraes:

O direito à vida e à saúde aparecem como consequência imediata da consagração da dignidade da pessoa humana

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12 como fundamento da República Federativa do Brasil. Nesse sentido, a Constituição Federal consagrou, nos artigos 196 e 197, a saúde como direito de todos e dever do Estado, garantindo sua universalidade e igualdade no acesso às ações e serviços de saúde.

No presente momento, existe uma ameaça séria, iminente e incontestável ao funcionamento de todas as políticas públicas que visam a proteger a vida, saúde e bem estar da população.

A gravidade da emergência causada pela pandemia do coronavírus (COVID-19) exige das autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a adoção de todas as medidas possíveis e tecnicamente sustentáveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde. Nas últimas semanas, várias questões relacionadas ao enfrentamento da pandemia chegaram, em sede de Jurisdição Constitucional, ao conhecimento da CORTE, tendo sido proferidas inúmeras decisões, nas quais se reconhece a grandeza dos efeitos que podem se originar da pandemia e a extrema necessidade de coordenação na destinação prioritária de recursos e esforços para a saúde pública, no sentido de minimizar seus reflexos nefastos. (Decisão Liminar na ADPF 672, fls. 6/7, Rel. Min. Alexandre de Moraes)

35. O trecho compõe a decisão liminar na ADPF 672, posteriormente ratificada pelo Pleno do Pretório Excelso. Com base no entendimento destacado, é competência dos Requeridos tomar medidas efetivas de combate à pandemia, sendo a mais notória de todas: vacinação em massa, com velocidade.

IV.2 – A vacinação enquanto saída da crise. A relação intrínseca entre a baixa imunização e a obrigatoriedade de agendamento para imunização 36. A vacinação é, de consenso, a forma de prevenir a COVID-19 e reduzir o risco causado por essa doença. No entanto, desde a liberação dos agendamentos para as faixas etárias abaixo de 60 anos, há relatos de instabilidade do endereço eletrônico de cadastro, invariavelmente se encontra fora do ar, com queda de conexão, ou ainda, na hipótese de

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13 efetivo acesso, as opções de locais para a imunização aparecem todas preenchidas.

37. Claramente o sistema adotado de registro na internet não atende todos os públicos, há diversos analfabetos tecnológicos, pessoas sem acesso digital, ou suporte para auxiliar no envio dos dados, pouco intuitivo.

38. O Governo do Distrito Federal alega ser a prévia habilitação importante, pois na campanha de imunização destinada ao público idoso, de 80 a 60 anos, sem marcação, ocorreram aglomerações:

Por este motivo, e visando o conforto da população, além de evitar as aglomerações, é que o GDF considera a decisão de dar continuidade ao agendamento a mais acertada no momento. Somente no dia 10 de junho, foram administradas 14 mil doses por meio de agendamento.10

39. Ora, claramente a obrigatoriedade de horário não tem um respaldo factível e vem limitando e esvaziando os postos de saúde de Brasília, e impedindo o acesso de diversas pessoas menos favorecidas. Tampouco há fundamento jurídico para tal medida.

40. Assim, resta demonstrada a necessidade urgente da Administração Pública se abster de exigir cadastro para vacinação, permitindo-se, pois, a caminhada em direção à real proteção da população, e por sua vez, a possibilidade de liberação de grande quantidade de leitos hospitalares. E, consequentemente, a perspectiva futura de restrições mais brandas à atividade econômica ao longo do enfrentamento dessa pandemia.

V – TUTELA DE URGÊNCIA

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14 41. A concessão de uma tutela de urgência encontra previsão no art. 30011, do CPC, e, especificamente em ações civis públicas, o legislador

ainda previu que:

Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei,

objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

(...)

Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.

42. No caso dos autos, faz-se necessária a imediata concessão, inaudita altera parte (art. 9º, parágrafo único, I, do CPC), porque estão presentes todos os pressupostos autorizadores, quais sejam, (i) probabilidade do direito; (ii) risco de dano grave ou de difícil reparação; e (iii) reversibilidade da decisão.

43. A probabilidade do direito é patente, pois a causa de pedir encontra fundamento especialmente no artigo 3°, inciso VIII, alínea 'a', e artigo 7°-A, da Lei 13.979/2020 e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a possibilidade de ente federado adquirir vacinas contra o COVID-19, viabiliza a legitimação das medidas necessárias para implementação de políticas públicas essenciais à manutenção da vida. Isso significa dizer que o pedido em questão merece acolhimento no sentido de obrigar o GDF a se abster de exigir cadastro para vacinação por idade e de implementar o Plano de Imunização da população brasiliense, com urgência, objetivando impedir o colapso do sistema de saúde.

44. Os números crescentes de contaminação, internação e mortes, indicam terceira onda de infecções no País, igualmente os números de pacientes à espera de UTIs, a falta de medicamentos, de insumos médicos, a ausência de estrutura para atendimento de contaminados e para o trabalho

11 Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a

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15 dos profissionais de saúde, justificam a urgência na concessão de decisão liminar para que:

(i) Se abstenha de exigir cadastro prévio para vacinação por faixa etária;

(ii) Se estabeleça estratégia concreta para imunização da população, mesmo sendo por iniciativa dos demais entes federados, ante a persistente inércia da União e do Governo do Distrito Federal.

45. Da mesma forma, com relação ao risco de dano grave ou de difícil reparação, mantida a inércia da gestão pública, notório será a piora da situação da ausência de disponibilidade de leitos de UTI para a população do DF, de medicamentos e insumos necessários ao tratamento de casos graves e gravíssimos de doentes com o vírus SARS-COV-2, causando o aumento da morte de cidadãos. Destarte, a ausência de planejamento, de ação coordenada pela ciência e de responsabilidade com a vida e a saúde, deve ser obstada pelo Poder Judiciário, como medida de Justiça. 46. Deveras, na hipótese de não ser concedida a tutela de urgência ora requerida os danos à população serão irreparáveis, pois será privada de meios necessários para garantia do direito à saúde assegurado na Constituição. Por tais razões, restam demonstrados os graves riscos de impossível reparação se não concedida a liminar.

47. Por fim, não há risco de irreversibilidade ou dano reverso pela concessão da medida de urgência postulada, haja vista ser o pedido de reconhecimento da competência constitucional para promoção de medidas para salvaguarda da vida, por meio da prevenção pela vacinação e, ainda, grandezas em beneficio de todos, sem ocorrência de qualquer prejuízo econômico. Busca-se dos Requeridos o exercício do seu papel na execução do Plano de Imunização de seus cidadãos e no efetivo direito constitucional à saúde, de forma real, viabilizado pelo atendimento médico

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ADVOCACIA-GERAL

16 à todos. Não há, sob nenhum aspecto, perigo de irreversibilidade ou dano reverso da medida.

48. Pelo evidenciado, demonstrada a presença dos pressupostos para concessão medida, requer seja concedida a tutela de urgência para obrigar os Requeridos a: (i) se absterem de exigir cadastro prévio para vacinação por faixa etária; (ii) apresentarem cronograma de vacinação da população, com Plano de Imunização definitivo;

VI – CONCLUSÃO E PEDIDOS

49. À luz do exposto, a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL requer:

a) Seja recebida a presente ação cível pública, distribuída por prevenção à Dra Katia Balbino de Carvalho Ferreira, da 3ª Vara Federal Cível do Distrito Federal;

b) o deferimento, inaudita altera pars, de TUTELA DE URGÊNCIA, para o fim de obrigar os Requeridos a: (i) se absterem de exigir cadastro prévio para vacinação por faixa etária; (ii) apresentarem cronograma de vacinação da população, com Plano de Imunização definitivo;

c) seja garantido o cumprimento das obrigações deferidas em sede de tutela de urgência, fixando-se multa diária, sem prejuízo da adoção de outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial;

d) a citação dos Requeridos, nos endereços constantes da qualificação, para responder à presente ação;

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17 e) seja, ao final, confirmada a ordem liminar, com o julgamento pela PROCEDÊNCIA dos pedidos autorais; para obrigar os Requeridos a: (i) se absterem de exigir cadastro prévio para vacinação por faixa etária; e (ii) apresentarem cronograma de vacinação da população, com Plano de Imunização definitivo;

f) a condenação dos Requeridos ao pagamento das despesas processuais e dos honorários de sucumbência, a serem fixados nos termos da legislação processual pertinente.

50. Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pela juntada dos documentos que acompanham a inicial.

51. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para meros efeitos fiscais.

Termos em que pede deferimento. Brasília, 29 de junho de 2021.

DÉLIO LINS E SILVA JÚNIOR Presidente da OAB/DF

OAB/DF 16.649 PAULO MAURÍCIO SIQUEIRA Diretor Tesoureiro da OAB/DF e

Coordenador do Comitê de Gestão Emergencial do COVID-19 OAB/DF 18.114

ALEXANDRA TATIANA MORESCHI DE ALBUQUERQUE Presidente da Comissão de Direito à Saúde –OAB/DF

RODRIGO FREIRTAS RODRIGUES ALVES Advogado-Geral da OAB/DF

OAB/DF 11.134 DAYANE ANDRADE RICARDO

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL CONSELHO SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL

ADVOCACIA-GERAL

P R O C U R A Ç Ã O

OUTORGANTE: ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – CONSELHO SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL, pessoa jurídica equiparada a serviço público, com sede na SEPN 516, Bloco “B”, Brasília-DF, CEP 70770-525, neste ato representado por seu Presidente Dr. DÉLIO FORTES LINS E SILVA JÚNIOR, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/DF sob o nº 16.649, e no CPF/MF sob nº 690.335.871-49, residente e domiciliado nesta Capital.

OUTORGADOS: RODRIGO FREITAS RODRIGUES ALVES (OAB/DF 11.134), DAYANE ANDRADE RICARDO (OAB/DF 30.444), CHARLESTON TENNENSEE DOS ANJOS MAGALHAES (OAB/DF 38.900) eDOUGLAS WALLISON DOS SANTOS (OAB/DF 55.068), todos com endereço comercial situado em SEPN 516, Bloco “B”, Brasília-DF, CEP 70770-525 e endereço eletrônico juridico@oabdf.com.

FINALIDADE: Representar a OAB/DF na propositura de Ação Civil Pública em face da União Federal e do Distrito Federal – GDF perante a Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.

PODERES: Os da cláusula ad judicia e extra judicia, para praticar todos os atos judiciais e extrajudiciais em qualquer foro ou instância judicial ou administrativa, podendo praticar todos os atos em quaisquer dessas esferas, inclusive apresentar defesas, contestar, impugnar, mover ações, reconvir, recorrer, acordar, intervir, conciliar, receber, dar carta de quitação, desistir, transigir, tomar ciência de decisões e documentos, ainda que protegidos por sigilo fiscal, obter cópias, substabelecer todos os poderes, por mais amplos que os sejam, desde que necessários ao cumprimento do mandato.

Brasília-DF, 29 de junho de 2021.

DÉLIO FORTES LINS E SILVA JÚNIOR Presidente da OAB/DF

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ORDEMDOSADVOGADOSDOBRASIL CONSELHOSECCIONALDODISTRITOFEDERAL

SECRETARYDOCONSELHOPLENO

CERTIDAO

DE

JULGAMENTO

Certifico que na Sessao Ordinaria do Conselho Pleno realizada em 18 de margo de 2021, o senhor Presidente chamou o primeiro item da extrapauta, que trata das agoes e medidas da OAB/DF em relagao a COVID - 19. O senhor Presidente esclareceu as providencias tomadas, os quais sejam: oficiar o GDF, realizar reunioes, apoiara proposta dos Conselheiros Federais de criar urn fundo no Conselho Federal para comprar vacina para advocacia e registrou ainda, que foi realizado reuniao com o Secretario de Saude do GDF. Em seguida, o senhor Presidente passou a palavra ao Diretor Tesoureiro, representante do Comite de Gestao Emergencial Covid-19. O senhor Diretor Tesoureiro registrou que foi enviado diversos oficios ao GDF e demais autoridades e obtiveram poucas respostas e, exemplificou, que a mais recente encaminhada, questionando ao GDF sobreopianodevacinagao, eque nadata de hoje, responderam queo piano foi atualizado em 9 de fevereiro. E registrou que hoje temos urn colapso, o que demonstra que ate o momento, o GDF nao tomou as devidas medidas necessarias e urgentes. Foi decidido pelo Comite, buscar os orgaos de Controle para atuarem e apurarem as responsabilidades do que vem ocorrendo. Diante disso, sugeriu a representagao na esfera administrative perante os orgaos de Controle (TCDF, TCU, Ministerio Publico de Contas do DF e da Uniao, MP e MPF), CPI na Camara Legislativa e a propositura de Agao Civil Publica (administrativa ejudicial) para apurar a aquisigao e distribuigao da vacina, a falta de UTI, falta de materiais em geral, especial os EPIs, insumos e de higiene e o servigo medico e hospitalaretc. Em seguida, a senhora Conselheira e Presidente

SecretariadoConselhoPleno—SEPN516BlocoBLote07—Ed.MauricioCorrea—(61)3035-7247/7248 conselhopleno@oabdf.com

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faltando gas de oxigenio, em outros lugares estao faltando insumos, medicamentos para entubar e o indice de contaminagao informados pelo GDF e da CODHAB divergem e que ha falta de testagem. Em seguida o senhor Conselheiro Silviode Jesus, sugeriu que oComite se empenhe nascobrangasde insumos e o retorno dos hospitais de campanha. Osenhor Presidente esclareceu, que esse e urn dos pleitos que serao solicitados. O senhor Diretor Tesoureiro esclareceu ainda, que a resposta do GDF sobre o hospital de campanha do estadio Mane Garrinha, todos os insumos, equipamentos etc, foram distribuidos aos hospitais, porem, nao informaram a quantidade que era disponibilizado no hospital de campanha, bem como a quantidade do que cada hospital recebeu E todos esses materiais nao foram patrimoniados. O senhor Conselheiro Gerson Wilder registrou que as pessoas com deficiencias, em especial os de sindromes de downs, tern a probabilidade de dez vezes mais de ter complicagoes com a covid, podendo inclusive, vim a obito. Diante disso, solicitou o apoiodo Consefho para assistir este grupo como prioridade, quando solicitar as vacinas. O senhor Conselheiro Ricardo sugeriu a quebra de patente das vacinas, por meio de proposta ao Conselho Federal, pois no pais tern precedentes. O senhor Presidente acolheu a proposta e solicitou ao Conselheiros que emita urn parecer sobreo assunto. Os senhores Conselheiros Luiz Flenriquee Bernardo registraram que ja foi debatido mundialmente sobre a quebra de patente, mais se o Brasil fosse aderir, estaria quebrando varies acordos, alem de que duas vacinas (coronavac e astrazeneca) sao permitidas fabricar no pais, porem falta insumos

SecretariadoConselhoPleno-SEEN516BlocoBLote07-Ed.MauricioCorrea-(61)3035-7247/7243 conselhopleno@oabdf.com

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Brasilia/DF, 29 dejunhode 2021.

Was

Rayana MoniqiieCampos

Coordenadorada SecretariadoConselho Pleno

SecretariadoConselhoPleno-SEPN516BlocoBLote07-Ed.MauricioCorrea-(61)3035-7247/7248 conselhopleno@oabdf.com

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RELATÓRIO FINAL DO LEVANTAMENTO SITUACIONAL DE RISCOS RELACIONADOS AO COVID-19 NO DISTRITO FEDERAL

O Presente relatório é uma compilação dos relatórios referentes às VISTORIAS realizadas nas Unidades de Saúde do Distrito Federal no período de 06/04/2020 à 25/09/2020.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1. Trata-se de fiscalizações realizadas pela Ação Conjunta – Covid 19, no período de 06/04/2020 à 25/09/2020, a fim de verificar as condições no que tange à assistência aos pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), em todo o Distrito Federal, como parte das políticas públicas de enfrentamento à pandemia.

1.2. A Ação Conjunta – Covid 19, composta pela Comissão de Direito à Saúde da OAB/DF, pelo Conselho de Saúde do Distrito Federal – CSDF, pelo Conselho Regional de Saúde de Brasília – CRSB RA I, pelo Conselho Regional de Medicina – CRMDF, pela Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal – CDDHCEDP, pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal – SindEnfermeiro, pelo Conselho Regional de Enfermagem – COREN-DF, pela Associação Brasileira de Enfermagem, seção DF – ABEn – DF, pelo Conselho Regional de Psicologia – CRP, Conselho Regional de Serviço Social 8ª Região – CRP/DF, Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Distrito Federal – SINDATE, e foi criada para monitorar a situação da saúde no DF, após diversas informações divulgadas na mídia (canais da imprensa) acerca da Covid-19.

1.3. Faz-se necessário avaliar, a partir desse cenário, os motivos que possibilitaram essa elevada taxa de profissionais contaminados, assim como sua repercussão para o atendimento da população adstrita.

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2.2. Visita ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) – DIA 06/04/2020;

Figura 1 – Visita HRAN – 06/04/2020;

2.3. Visita Hospital de Base – DIA 15/04/2020;

Figura 2 – Visita Hospital de Base – 15/04/2020;

2.4. Visita Hospital Regional da Ceilândia (HRC) – DIA 22/04/2020;

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Figura 4 – Visita HRGu – 24/04/2020;

2.6. Visita Hospital Regional de Taguatinga (HRT) – DIA 30/04/2020;

Figura 5 – Visita HRT – 30/04/2020;

2.7. Visita Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) – DIA 06/05/2020;

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Figura 7 – Visita HRSam – 08/05/2020;

2.9. Visita UPA Núcleo Bandeirante – DIA 13/05/2020;

Figura 8 – UPA Núcleo Bandeirante – 13/05/2020;

2.10. Visita UPA Samambaia – DIA 15/05/2020;

Figura 9 – UPA Samambaia – 15/05/2020;

2.11. Visita IGES/DF – DIA 19/05/2020;

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Figura 11 – HRAN – 21/05/2020;

2.13. Visita Hospital de Campanha Mané Garrincha – DIA 26/05/2020;

Figura 12 – Hospital de Campanha Mané Garrincha – 26/05/2020;

2.14. Visita UPA Ceilândia – DIA 28/05/2020;

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Figura 14 – HRC – 02/06/2020;

2.16. Visita Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) – DIA 12/06/2020;

Figura 15 – Visita HRSM – 12/06/2020;

2.17. Visita UPA Núcleo Bandeirante – DIA 17/06/2020;

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Figura 17 – HRC – 19/06/2020;

2.19. Visita Hospital Regional do Guará (HRGu) – DIA 24/06/2020;

Figura 18 – HRGu – 24/06/2020;

2.20. Visita Parque de Apoio – DIA 26/06/2020;

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Figura 20 – UBS Lúcio Costa – 26/06/2020;

2.22. Visita Hospital De Brazlândia (HRBz)– DIA 29/06/2020;

Figura 21 – HRBz – 29/06/2020;

2.23. Visita PAPUDA – DIA 01/07/2020;

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Figura 23 – HRC – 23/07/2020;

2.25. Visita UPA Sobradinho – DIA 29/07/2020;

Figura 24 – UPA Sobradinho – 29/07/2020;

2.26. Visita Hospital de Campanha Mané Garrincha – DIA 07/08/2020;

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Figura 26 – Hospital de Campanha da PM – 25/08/2020;

2.28. Visita Instituto de Saúde Mental (ISM) – DIA 28/08/2020;

Figura 27 – ISM – 28/08/2020;

2.29. Visita Instituto do Coração do DF – DIA 01/09/2020;

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eventuais denúncias recebidas pela Ação Conjunta COVID-19.

3.2. No início da fiscalização, verificamos uma grande dificuldade na definição de fluxos diferenciados nas unidades para pacientes suspeitos e/ou confirmado de COVID-19.

3.3. Após os 6 meses de vistas, algumas unidades se adequaram ao fluxo diferenciado, contudo, a grande maioria ainda tem dificuldades na adequação do fluxo, a exceção dos Hospitais de Campanha.

3.4. Em quase todas as Unidades de Saúde não havia Procedimento Operacional Padrão - POPs para maioria dos procedimentos e não foi observado nenhum treinamento presencial, instrumento de ensino ou plano de treinamento gerencial.

RECEPÇÃO E ACOLHIMENTO

3.5. Na entrada das Unidades de Saúde verificou-se, em sua grande maioria, a preocupação em manter na parte interna da unidade, marcação para o distanciamento mínima de 1 metro entre os pacientes, contudo dentro da realidade local de cada unidade.

3.6. Em quase todas as unidades, a triagem de pacientes e sua classificação de risco acontecia 24 horas por dia, todos os dias da semana, para pacientes com sintomas respiratórios, Clínica Médica e encaminhadas pelo SAMU/Bombeiros.

3.7. Apenas os pacientes que apresentem síndrome gripal, recebem máscara na entrada do acolhimento, não sendo ofertado este EPI para acompanhante ou pacientes com outros sintomas.

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classificação de risco do paciente, em algumas unidades, em especial as UPA’S essa triagem vem sendo feita em tenda externa.

3.9. Na triagem, os profissionais de enfermagem deveriam utilizar os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI): gorro, máscara cirúrgica descartável, avental descartável e luvas de procedimento. Contudo na grande maioria das unidades foi constatada a falta desses materiais ou ainda a baixa qualidade dos mesmos.

3.10. Houve diversos relatos de que pacientes com sintomas respiratórios, são atendidos em alas para paciente não COVID-19, haja visto que o paciente não relatou na recepção. Portanto, observa-se a necessidade de melhorias na triagem inicial na recepção, pois o fluxo não está sendo respeitado corretamente, gerando exposição indevida do profissional escalado, assim como para os pacientes que são atendidos na mesma sala.

3.11. A preocupação aumenta porque depois da troca da empresa de limpeza, há pouquíssimos funcionários nas unidades, sendo praticamente impossível garantir a higienização entre cada atendimento em todas os consultórios da unidade.

DADOS DE ATENDIMENTO – COVID-19 - GERAL

3.12. Os pacientes são encaminhados para setor específico, em regra segue-se três listas de cores diferentes, cada cor está ligada a um estágio de gravidade.

3.13. Há poucos leitos para casos graves em todas as unidades.

3.14. Verificou-se em diversas unidades que a sala amarela encontrava-se FECHADA, por falta de pessoal (Recursos Humanos);

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3.16. Observou-se que após vários casos de contaminação em massa de profissionais de saúde começaram a distribuir de forma mais ostensiva os EPI corretos.

TENDAS EXTERNAS

3.17. Em algumas unidades havia tendas externas com aproximadamente para atendimentos.

3.18. Na tenda externa é realizada a avaliação médica e coleta da amostra respiratória para o exame RT-PCR Covid-19, em regra o mesmo enfermeiro escalado na Classificação de Risco Covid (triagem1), é também responsável pela coleta do exame na tenda externa e ainda presta assistência ao paciente em isolamento respiratório, contribuindo para infecção cruzada.

3.19. A limpeza entre um paciente e outro, é responsabilidade do enfermeiro escalado, sendo este responsável pela desinfecção dos equipamentos e a equipe da limpeza realiza a higiene do piso, mas não foi possível comprovar que esta rotina realmente ocorre em todas as unidades da forma relatada.

ALAS DE ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO

3.20. Na sala de isolamento respiratório, verificou-se que frequentemente não há uma antessala para a paramentação e desparamentação. Em muitas unidades encontramos EPI’S expostos em mesas, e corredores das diversas unidades.

Nº TOTAL DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM ATUAÇÃO NA INSTITUIÇÃO

3.21. Em 100% das unidades foi verificado déficit de Recursos Humanos de profissionais de Saúde, em algumas unidades inclusive foi verificada contaminação de mais de 80% dos profissionais daquela unidade, a exemplo da UPA da Ceilândia e UPA

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devido absenteísmo dinâmico e afastamentos por grupo de risco, teletrabalho, etc. 3.23. Necessidade de revisão de dimensionamento de pessoal para rotina de cuidado de paciente com COVID-19, devido aumento significativo de cuidados e procedimento dispensados aos pacientes, além da necessidade de paramentação e desparamentação continua na assistência.

3.24. Claramente não há quantidade suficiente de Enfermeiros para atendimento seguro dos pacientes suspeitos/confirmados da Covid, pois na maioria das vezes o mesmo Enfermeiro que atende na Classificação de Risco Covid (sintomático respiratório), realiza a coleta de amostra para exame do RT-PCR e presta assistência aos pacientes do isolamento respiratório, ou seja, está designado para cumprir atividade em três áreas diferentes.

3.25. Além disso, os técnicos de enfermagem escalados na tenda externa em muitos casos atuam sem supervisão do Enfermeiro, em desconformidade à Lei 7.498/1986 e Decreto 94.406/1987.

EQUIPE DE SAÚDE – ABSENTEÍSMO

3.26. Segundo informações, o número de absenteísmo e afastamento de servidores tem crescido no hospital, diante do medo de adoecimento pelo novo coronavírus e de suas implicações. Servidores acima de 60 anos e pertencentes ao grupo de risco, não são afastados imediatamente da assistência ficando à critério das chefias diretas a medida de afastamento, tele trabalho ou outras tarefas direcionada para cada colaborador.

3.27. Conforme relato, há reposição paulatina os profissionais, contudo, os profissionais que chegam são treinados pelos próprios servidores da unidade que não necessariamente possuem preparo adequado para atuar contra a Covid-19 e não

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monitorados pela SES. Os dados são institucionais, sem meio divulgação externa. 3.29. As gestantes incluídas no grupo de risco, foram realocadas de forma que o trabalho exercido não as coloque em contato direto com pacientes com suspeita ou confirmação de infecção causada pelo novo Coronavírus;

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

3.30. Apesar dos constantes relatos de falta de EPI, a distribuição permaneceu controlada, há escassez e necessidade crescente de seu racionamento. Alguns EPI´s, como máscara PFF2 e aventais impermeáveis são repostos por doação. A cautela de EPI é pequena.

3.31. Recomendação de uso de N95 no setor por 15 dias, mas EPI não chega a este tempo de vida útil;

3.32. Há disponibilidade de EPI, todavia a reposição não está em dia, gerando insegurança e possível falta de material.

3.33. Em algumas unidades no início da pandemia os EPI’S, estavam sendo distribuída somente para profissionais de enfermagem e médicos, depois de contaminações em massa a rotina foi alterada, sendo dispensada para todos os servidores, mediante solicitação. O prazo de uso para troca é de 15 dias, porém pode ser antecipada diante de não conformidades.

3.34. Não há protetor facial para todos os colaboradores, então todos os dias, cada um retira um no início do plantão e devolve no final.

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3.36. Devido ao número reduzido de testes disponíveis (RT-PCR) para SARS-CoV 2, e a demora na entrega dos resultados, bem como o percentual de falsos positivos ou negativos, a equipe médica tem conduzido os casos, assumindo-se como positivo (ou seja, indicado o isolamento) os pacientes com quadro clínico altamente suspeito de SRAG, acompanhado por tomografia computadorizada que apresente os achados típicos (alterações alveolares, como opacidades em vidro fosco, consolidações focais e opacidades mistas – incluindo opacidades com halo invertido – geralmente com acometimento bilateral e multifocal, distribuição periférica e predomínio nos campos pulmonares médios, inferiores e posteriores).

3.37. Devido ao número ainda reduzido de testes disponíveis (RT-PCR) para SARS-CoV 2, não há ainda fluxo formalizado para os servidores.

SUPORTE PSICOLÓGICO AOS SERVIDORES

3.38. A Instituição vem ofertando apoio psicológico aos colaboradores em assistência direta à população por meio da Gerência de Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho disponibilizando atendimento com profissional capacitado. O agendamento é feito por telefone no número (61) 3550-9079.

SUPORTE PSICOLÓGICO ÀS FAMÍLIAS

3.39. As equipes médicas têm percebido falha na assistência psicológica aos familiares de pacientes internados com suspeita ou confirmação de SARS-CoV2, principalmente no período noturno e final de semana.

ACOMPANHANTES E VISITAS A PACIENTES INTERNADOS 3.40. Para casos internados suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus, não é permitida a permanência de acompanhantes ou visitações. Existe equipe de apoio responsável diariamente pelo contato com familiares e repasse do boletim médico.

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atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados de COVID-19 em cuidados paliativos. Devido à necessidade de isolamento familiar e sem expectativa de sobrevida (ou seja, sem indicação de medidas invasivas para suporte de vida ou reanimação cardiopulmonar), esses pacientes têm grande probabilidade de morte desacompanhada da família. A dramática necessidade de que os familiares se despeçam dos doentes na porta do hospital gera uma pressão sobre a equipe de saúde.

3.42. Não há e nem tem sido recomendado criar enfermaria ou leito de isolamento para pacientes em cuidados paliativos acompanhados de familiares pelo risco de progressão da doença. Não existe nas enfermarias equipe e tecnologia para transmissão remota de imagens dos pacientes para seus familiares.

RISCO DE INFECÇÃO

3.43. Recomenda-se que seja construída em cada setor do hospital, salas de paramentação e desparamentação, com dispensadores de preparação alcoólica a 70% e/ou pias com água corrente, sabão líquido e toalhas de papel. Essas salas devem possuir hamper para descarte e lixeiras com acionamento por pedal.

3.44. A situação ideal seria de que os servidores utilizem roupas privativas em cada Unidade, as quais sejam dispensadas para a lavanderia e que antes de retornarem às suas casas, cada servidor pudesse banhar-se em vestiário da unidade. Entretanto, as unidades não parecem possuir tal estrutura física.

3.45. As unidades possuem grande déficit de roupas privativas, sobrecarregando a lavanderia na lavagem e desinfecção desse enxoval que se encontra em número insuficiente para utilização por todos os setores do hospital (urgência, UTI, enfermarias de internação e centros cirúrgicos).

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS SUGESTÕES E ENCAMINHAMENTOS:

4.1. Divulgar para os Chefes/Supervisores de equipe, bem como profissionais de enfermagem o link disposto no site do Coren-DF para notificar casos de profissionais de enfermagem com suspeita/confirmados de infecção pela Covid-19, disponível em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd_UTZBDglkMU4H7r0jErSSWo6o3YS Z4O4AT_5RHD5Xa1vTdw/viewform?vc=0&c=0&w=1;

4.2. Divulgar e orientar os profissionais de enfermagem quanto a cartilha de colocação e retirada de EPI, disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/cartilha_epi.pdf;

4.3. Divulgar aos profissionais de enfermagem a plataforma online criada pelo Cofen, com especialistas em saúde mental para prestar apoio via chat, 24 horas por dia, aos profissionais de enfermagem que estão na linha de frente da Covid-19;

4.4. Recomenda-se que se institua como padrão de tempo de uso para a máscara N95, é necessário verificar a possibilidade de utilizar como critério as horas/turnos de trabalho e não somente dias para realizar a substituição das máscaras N95, pois em 15 dias um profissional pode trabalhar mais de 15 vezes, gerando incompatibilidade com o critério ora estabelecido, assim como disponibilizar acesso fácil desburocratizado para troca da máscara se necessário, antes do tempo indicado.

4.5. Recomenda-se que se mantenha a disponibilização de Equipamentos de proteção Individual (EPI) para os profissionais de saúde, para as medidas preventivas e protetivas indicadas por normatizações técnicas.

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4.7. Recomenda-se que se intensifique a frequência com que as salas, enfermarias e corredores têm as suas superfícies e maquinário limpos e desinfectados (isso pode demandar disponibilização de mais servidores da limpeza e controle da atividade);

4.8. Instituir e/ou divulgar Plano de Contingência para enfrentamento da Covid-19.

4.9. Recomenda-se que se amplie a disponibilidade de suporte psicossocial aos servidores e prestadores de serviço;

4.10. Recomenda-se que seja garantido suporte psicossocial aos pacientes internados e familiares, inclusive após a alta;

4.11. Recomenda-se que a direção avalie e operacionalize a possibilidade de ampliar o fornecimento de roupas privativas para todos servidores do PS, diminuindo o risco de infecção e transmissão indireta do vírus para ambientes extra-hospitalares;

4.12. Recomenda-se que o se realiza continuamente treinamentos para os profissionais de enfermagem sobre as temáticas relacionadas ao COVID-19 (identificação de sinais e sintomas, práticas corretas de controle de infecção e uso de equipamentos, higienização adequada das mãos, padronização de procedimentos, fluxograma de atendimento aos casos suspeitos, registro da assistência de enfermagem prestada, alocação e isolamento dos casos suspeitos, coleta de amostras diagnósticas, dentre outros) integrando as ações CCIH, NEPS o Núcleo de Segurança do Paciente.

4.13. Recomenda-se que se adote gerenciamento, atendimento e acompanhamento de servidores que apresentem sintomas e agravamento do quadro clínico, com fluxo de atendimento específico e amplamente divulgado;

(53)

4.15. Disponibilizar dados de monitoramento e vigilância em relação COVID-19, como atendimentos, testagens, notificações de usuários e servidores em plataforma para consulta pública.

ALEXANDRA TATIANA MORESCHI DE ALBUQUERQUE Presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB/DF

DAYSE AMARILIO DONETTS DINIZ Sindicato dos Enfermeiros do DF

MARCOS WESLEY DE SOUSA FEITOSA Coren-DF

RODRIGO DE ARAÚJO DA SILVA

Presidente do Conselho Regional de Saúde de Brasília – CRSB RA I

THESSA GUIMARÃES

(54)

Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social 8ª Região

JOÃO CARDOSO Presidente SINDATE/DF

Referências

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