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LETRAMENTO LITERÁRIO NA PRAÇA DO CRISTO REDENTOR CIDADE DE MORRINHOS GOIÁS

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Academic year: 2021

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LETRAMENTO LITERÁRIO NA PRAÇA DO CRISTO REDENTOR CIDADE DE MORRINHOS – GOIÁS

*Valdirene Vaz Clemente1(IC); José Henrique Rodrigues Machado2

1. Acadêmica- UEG Campus Morrinhos, valdireneclemente1@gmail.com; 2. Professor Orientador-UEG Campus Morrinhos.

Rua 14 n.º 625 – Jardim América – Morrinhos - GO CEP 75650-000 - Telefax (064) 3413-1097

Resumo:

Pesquisas mostram que a criança que lê desde cedo, com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende, pronuncia e se comunica melhor de forma geral. Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores.

A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita, essa proximidade por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.

A partir dessa premissa, desenvolvemos um projeto voltado para a área da leitura e do desenvolvimento do intelecto de crianças, adolescentes e seus respectivos familiares, um projeto nomeado “LETRAMENTO LITERÁRIO NA PRAÇA DO CRISTO REDENTOR”, o qual foi disseminado na cidade de Morrinhos, estado de Goiás.

Até porque, um ato de grande importância para a aprendizagem do ser humano, a leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos de crianças e adolescentes, ela aprimora a escrita. O contato com os livros ajuda ainda a formular e organizar uma linha de pensamento de crianças, jovens e adultos.

PALAVRAS-CHAVE: Livros. Leitura. Literatura.

Introdução

Hodiernamente, é de amplo conhecimento entre gestores, pesquisadores e até mesmo professores , outorgar à escola o compromisso de formar leitores. Uma grande parcela da sociedade acaba concordando, também, que um dos papeis da escola, é o de promover o gosto e o hábito pela leitura. A partir dessa premissa, e de toda compreensão do processo educativo, é de primordial importância que o trabalho com o texto literário seja inserido às práticas frequentes de sala de aula, justamente por se tratar de uma forma intrínseca de conhecimento.

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E por estarmos no Brasil, país o qual é considerado como democrático, o letramento literário não deveria ser privilégio de uma minoria, como bem nos lembra Jane Paiva (2007, p. 120) ao reportar-se que: “para as classes dominantes ler é sinônimo de literatura; enquanto que para as classes populares, as múltiplas leituras do cotidiano”. Portanto, não apenas o processo de alfabetização deve ser discutido como um direito de todo ser social, mas também, o processo de letramento, e a partir dele: o letramento literário, por se configurar em um saber estético elaborado; ou seja, todos, indistintamente, deveriam ter a possibilidade de apropriar-se da riqueza científica, cultural e artística produzida historicamente pela humanidade, incluindo-se a Literatura.

A partir do conhecimento sobre o letramento, podemos perceber que todo esse processo traz em sua estrutura uma visão essencialmente técnica do domínio da leitura e escrita. No passado, acreditava-se que o letramento seria capaz de modificar as práticas sociais e cognitivas. Contudo, a partir desse pensamento, pôde perceber que esse modelo “autônomo” de letramento esconde, por trás de uma aparente neutralidade e universalidade, suposições culturais e ideológicas, pois esta interpelação, quando aplicada, não se caracteriza senão por imposição: a da ideologia dos grupos dominantes. Em suma, o modelo “ideológico” de letramento proposto por Street (1984), por meio de uma sensibilidade cultural, acaba demonstrando que o letramento é uma prática de cunho social e não meramente uma habilidade técnica neutra. Contudo, o letramento nunca se dará de forma pura porque a concepção de leitura e escrita que as pessoas têm são fundamentadas numa visão particular e local. A medida que a sociedade evoluí e os métodos de educação também, surgem pesquisas, as quais denominamos antropológicas, e por seu desenvolvimento, acaba evidenciando que o letramento acaba sendo levado a culturas globalizadas ou não, em todo o mundo, o que acaba não gerando o resultado esperado por aqueles que o promoveram, pois cada comunidade tende a assumir o controle desse novo letramento à sua maneira, ou seja, acaba sendo um letramento heterogêneo.

A partir dessa premissa de letramento e suas práticas, surgiram publicações de estudos, como os de Heath (1983) e Street (1984), os quais perceberam-se que a partir do momento que um indivíduo pode ser letrado, ele poderá também realizar

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práticas competentes; contudo, em outras situações, pode não ter atingir o ápice do conhecimento, ou até mesmo a performance intelectual desejada.

Ao confirmar e negar, propor e denunciar, apoiar e combater, a literatura possibilita ao homem viver seus problemas de forma dialética, tornando-se um "bem incompressível”, pois confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente. (CÂNDIDO, 1995, p. 243)

Entretanto, podemos dizer com toda certeza, que o “letramento literário” pode ser considerado como um tipo de uso social da língua escrita, porém, o que o difere, é que ele acaba tendo um relacionamento diferente com a escrita/leitura, pois, a literatura acaba preenchendo um lugar único no que diz respeito à linguagem, já que “a literatura tem o poder de se metamorfosear em todas as formas discursivas [possíveis]. E isso se dá porque a literatura é uma experiência a ser realizada” (COSSON, 2012, p. 17), desta forma, harmoniza a partir dos textos literários, um modo privilegiado de inserção no mundo da leitura e da escrita por meio de uma metalinguagem, ou seja, ela é usada quando se deseja falar da própria linguagem usada na comunicação, ou seja, quando a preocupação do emissor está voltada para o próprio código ou linguagem.

É com vista na relação singular do “letramento literário” com a linguagem, que Paulino e Cosson (2009) definem aquele como “o processo de apropriação da literatura enquanto construção literária de sentidos” (PAULINO & COSSON, 2009, p. 67 apud SOUZA & COSSON, 2011, p. 103), ou seja, são as experiências de dar sentido ao mundo por meio do texto e ao texto por meio do mundo, em uma relação dialética e, assim, procurando saber do texto quem diz, o que diz, como diz, para que diz, para quem diz e porque diz. No que diz respeito ao processo de apropriação da literatura por meio do “letramento literário”, Silva e Silveira (2013) nos designa que:

O letramento literário seria visto, (...) como estado ou condição de quem não apenas é capaz de ler o texto em verso e prosa, mas dele se apropriar efetivamente por meio da experiência estética; saindo da condição de mero expectador para a de leitor literário (SILVA; SILVEIRA, 2013, p. 96).

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Contudo, acreditamos que isso ocorra pelo fato da atual conjuntura das sociedades letradas não admitir estritamente o “saber ler e escrever”, mas se encampa a necessidade dos sujeitos dominarem amplamente estas habilidades e fazer usos delas de maneira a incorporá-las em suas vivências, transformando assim seu “estado” ou “condição” em consequência do domínio dessas competências (cf. SOARES, 2013).

Segundo Cosson (2012), a linguagem vinculada pelos textos literários permite três tipos de aprendizagem: (1) a aprendizagem da literatura que se dá pela experiência estética do mundo por meio da palavra; (2) a aprendizagem sobre a literatura que está relacionada a conhecimentos históricos, teoria e crítica literária e (3) a aprendizagem por meio da literatura que envolve os saberes e as habilidades/competências proporcionadas ao alunado por meio da leitura literária. O trabalho está sendo realizada no município de Morrinhos, cidade essa, a qual é um município brasileiro que está localizado na região sul do estado de Goiás. Sua população estimada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 42.135 habitantes. A cidade possui uma biblioteca Municipal e nenhuma livraria.

Material e Métodos

A metodologia no ensino do letramento literário leva em consideração não apenas o texto escrito, potencial em significância e sugestões musicais, plásticas e outras, todavia, o texto concretizado pela voz e pelo corpo do leitor, a partir da interação desse sujeito com a materialidade do poema e com as próprias experiências de mundo do leitor, sobretudo aquelas relacionadas à cultura lúdica da infância. O projeto de Letramento Literário na Praça do Cristo Redentor é um instrumento no processo de formação da cidadania de todas as pessoas, as quais frequentam a Praça do Cristo. Esse projeto funcionou na cidade de Morrinhos Goiás, no dia 19 de Junho de 2016, com uma estante contendo livros de vários autores, alguns cartazes para chamar a atenção dos visitantes, mesinhas para maior conforto para quem irá ler um livro. Assim, incentivando a leitura para aqueles que não têm tempo devido a

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correria do dia a dia, sendo assim, uma oportunidade de recinto e ambientação, para o indivíduo tirar um tempo para ler um livro.

Resultados e Discussão

Estritamente o “letramento literário” é um dos usos sociais da língua escrita, porém tem um relacionamento diferente com a escrita/leitura, pois a literatura preenche um lugar único no que diz respeito à linguagem. Neste projeto pretendeu trabalhar sob a perspectiva do “letramento literário”, a partir dos usos que fazemos da língua escrita em nossa sociedade, que evidentemente é fundamental para inserção dos indivíduos em comunidades letradas tal qual aquela alvo de nossas ações. Acreditamos que esta necessidade de inserção faz parte de demandas que surgem das atividades cotidianas dos sujeitos e assim, “designa as práticas sociais da escrita que envolve a capacidade e os conhecimentos, os processos de interação e as relações de poder relativas ao uso da escrita em contextos e meios determinados”.

Considerações Finais

Apesar das interpretações de um texto literário ser incontroláveis é função da escola, enquanto principal agência de letramento e meio fomentador de leitores literários, atuar como mediador no processo de leitura. A escola deve fornecer as ferramentas com as quais os estudantes possam desenvolver domínio sobre as normas de estilo da escrita literária. Domínio sobre as formas com as quais a literatura canônica ou não se organiza, como os gêneros literários e os estilos de época que moldam o texto. Se a escola considerar o repertório de leitura de um aluno e o seu contato com outras formas ficcionais que estão além dos muros da escola, as aulas de literatura finalmente terão sentido e deixaram de ser uma prática elitista e desmotivadora.

Agradecimentos

Agradeço, de forma especial, a todos os sujeitos sociais que aceitaram a fazer parte desta pesquisa de campo, bem como os professores do colégio campo e José Henrique Rodrigues Machado, este último, meu orientador.

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Referências

CÂNDIDO, Antônio. Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação. In: PEREIRA, Luiz; FORACCHI, Marialice (Org.). Educação e sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987. p. 7-18.

COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Tradução de Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2007.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2012.

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