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QUALIDADE DE VIDA ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO BLOCO CIRÚRGICO a

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Academic year: 2021

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RESUMO

Estudo descritivo, transversal, cujo objetivo foi avaliar a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem atuantes no Bloco Cirúrgico, utilizando a Escala Adaptada de Qualidade de Vida de Flanagan. Participaram do es-tudo 103 trabalhadores, 82,5% do sexo feminino, com média de idade de 38 anos, 70,8% auxiliares de enfermagem e 11,6% enfermeiros. Quanto à avaliação da qualidade de vida, se obteve a média de 77,18± 10,51, intervalo possível de 16 a 112. O item Relacionamento com Amigos obteve a maior média e Participação em atividades Recreativas e esportivas, a menor.

Descritores: Qualidade de vida. Enfermagem perioperatória. Equipe de enfermagem.

RESUMEN

Estudio descriptivo, trasversal, cuyo objetivo fue evaluar la calidad de vida de los profesionales de enfer-mería que actúan en el sector quirúrgico, utilizando la Escala Adaptada de Calidad de Vida de Flanagan. Parti-ciparon del estudio 103 trabajadores, siendo 82,5% del sexo femenino, con un promedio de edad de 38 años, entre los cuales, un 70,8% eran ayudantes de enfermería y un 11,6%, enfermeros. En cuanto a la evaluación de la cali-dad de vida, obtuvimos un promedio de 77,18± 10,51, intervalo posible de 16 a 112. El factor de mayor satisfacción fue la Relación con Amigos y el de menor satisfacción, la Participación en Actividades de Recreación y Depor-tivas.

Descriptores: Calidad de vida. Enfermería perioperatoria. Grupo de enfermería. Titulo: Calidad de vida entre profesionales de enfermería del sector quirúrgico.

ABSTRACT

This transverse, descriptive study aimed at evaluating the quality of life of nursing professionals workin-g in the surworkin-gical ward, by usinworkin-g the Flanaworkin-gan Quality of Life Adapted Scale. 103 workers participated in the study, mainly women (82.5%), with an average age of 38. Among them, 70.8% were nursing assistants while 11.6% were nurses. Regarding the quality of life evaluation, it has been found out a mean of 77.18 ±10.51, a possible range from 16 to 112. The item with the highest rate of satisfaction was Relationship with Friends while Participation in Sports and Leisure Activities received the lowest satisfaction rate.

Descriptors: Quality of life. Perioperative nursing. Nursing, team.

Title: Quality of life among nursing professionals working in surgical wards.

QUALIDADE DE VIDA ENTRE PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM DO BLOCO CIRÚRGICO

a

Denise Rodrigues Costa SCHMIDTb

Rosana Aparecida Spadoti DANTASc

a Artigo baseado na dissertação de Mestrado: Qualidade de Vida e Qualidade de Vida no Trabalho de profissionais de enfermagem atuantes em

unidades do Bloco Cirúrgico, apresentada ao Programa de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) em 2004.

b Enfermeira do Centro Cirúrgico do Hospital Universitário de Londrina, PR. Mestre em Enfermagem Fundamental pela EERP/USP. c Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da EERP/USP.

Schmidt DRC, Dantas RAS. Calidad de vida entre profesionales de en-fermería del sector quirúrgico [resumen]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2006 mar;27(1):100.

Schmidt DRC, Dantas RAS. Quality of life among nursing professio-nals working in surgical wards [abstract]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2006 mar;27(1):100.

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1 INTRODUÇÃO

Por se tratar de um tema relevante e atual, cujo interesse ocorreu ao longo de nossa ex-periência profissional tanto na área da assis-tência como na área da docência, resolvemos investigar a Qualidade de Vida (QV) de traba-lhadores de enfermagem atuantes no Bloco Cirúrgico (BC).

Em relação à definição de QV ainda não há um consenso entre os pesquisadores, po-rém existe uma concordância razoável entre os mesmos acerca deste construto, cujas ca-racterísticas são: subjetividade, multidimensio-nalidade e bipolaridade. O grupo de estudos sobre Qualidade de Vida da Organização Mun-dial da Saúde adotou uma definição que está sendo aceita por muitos pesquisadores da área, na qual inclui a percepção do indivíduo quanto a sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O conceito de QV in-clui seis domínios principais: saúde física, estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social, características ambien-tais e padrão espiritual(1).

A mensuração de QV também é bastan-te complexa, sobretudo pelo fato de não se encontrar uma definição consensual sobre o que ela realmente significa. Por isso o pesqui-sador deverá definir o que está consideran-do como qualidade de vida em seu estuconsideran-do ou estabelecer em qual definição este conceito se operacionaliza em seu trabalho de inves-tigação(2).

Atualmente podemos mensurar a QV atra-vés de instrumentos genéricos e específicos. Os primeiros abordam o perfil de saúde ou não, porém procuram englobar todos os as-pectos importantes relacionados à saúde e re-fletem o impacto de uma doença sobre o divíduo, podem ser utilizados para estudar in-divíduos da população geral ou grupos espe-cíficos, como os portadores de doenças crô-nicas(3). Por outro lado, os instrumentos

espe-cíficos são aqueles que detectam particula-ridades da QV em determinadas situações de saúde ou do ciclo vital(3).

Dentre os instrumentos genéricos pode-mos citar os da Organização Mundial de Saú-de, WHOQOL 100(4), WHOQOL bref(5).

Ou-tros instrumentos usados são: o Medical

Out-comes Study 36-item Short-Form (MOS SF 36)(6), Índice de Qualidade de Vida de Ferrans

e Powers(7) e a Escala de Qualidade de Vida

de Flanagan(8). Como exemplos de

instrumen-tos específicos temos o WHOQOL OLD, para avaliar a QV de idosos, o Functional Living

Index Câncer (FLIC), para pacientes

porta-dores de câncer e o Seattle Obstructive Lung

Disease Questionnaire, Questionário de Vias

Aéreas para a avaliação da QV de pacientes portadores de distúrbios pulmonares, entre outros(3).

Os estudos e trabalhos atualmente rea-lizados sobre a temática qualidade de vi-da podem ser classificados como: análise ou discussão do conceito ou revisão de literatu-ra; investigação sobre a QV de indivíduos ou grupos submetidos a situações especiais; es-tudos relacionados ao trabalho e aos traba-lhadores ou à promoção de serviços de saú-de; proposição e validação de instrumentos para medir a QV(9).

Por considerarmos que o trabalho é um dos aspectos responsáveis na determinação da satisfação com a vida dos indivíduos e, con-seqüentemente, com a qualidade de vida, op-tamos por estudar a QV de trabalhadores de enfermagem que atuam em unidades de Cen-tro Cirúrgico e Central de Materiais Esterili-zados, utilizando um instrumento que mede a satisfação com a vida – Escala de Qualida-de Qualida-de Vida Qualida-de Flanagan (EQVF)(8) adaptada

através da inclusão do item independência(10).

Desta forma o instrumento denominado Es-cala Adaptada de Qualidade de Vida de Fla-nagan (EAQVF) ficou composto por 16 itens, cujos valores variam de 16 a 112, com alta pontuação indicando elevada satisfação com a QV percebida pelo indivíduo.

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No Brasil, a escala original, contendo 15 itens, foi traduzida, conforme referendado em outros estudos(11-16) e utilizada por enfermeiros

na avaliação de diferentes populações, como idosos(12-14), pacientes ostomizados(15),

profissio-nais(16), acadêmicos de enfermagem(9) e,

recen-temente, a sua versão adaptada foi utilizada em pacientes cardíacos(17).

Nesse estudo, QV foi considerada co-mo sendo a satisfação com: bem-estar físico e mental; relações com outras pessoas; envol-vimento em atividades sociais, comunitárias e cívicas; desenvolvimento e enriquecimento pessoal; recreação; e independência para rea-lização de atividades(8,10).

2 OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi: avaliar a QV entre profissionais de enfermagem atuan-tes em unidades do BC, utilizando a Escala Adaptada de Qualidade de Vida de

Flana-gan(8,10) em sua versão para o português(17).

3 METODOLOGIA

Estudo descritivo do tipo corte transver-sal, realizado em quatro hospitais da cidade de Londrina, Paraná, Brasil, sendo dois pú-blicos, que atendem somente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) (hospitais 1 e 4) e dois privados, mas que também prestam assistência aos pacientes do SUS (hospitais 2 e 3). Essa investigação foi aprovada pelos Comitês de Ética das instituições envolvidas na pesquisa.

Participaram da pesquisa 103 profissio-nais de enfermagem pertencentes aos qua-dros de funcionários do Bloco Cirúrgico dos referidos hospitais, que após terem recebido as orientações pertinentes ao estudo, assina-ram o termo de consentimento livre e esclare-cido.

A coleta de dados foi realizada por um dos autores, através de questionários, conten-do 20 questões relacionadas à

caracteriza-ção sócio demográfica dos trabalhadores e 16 itens da Escala Adaptada de Qualidade de Vida de Flanagan (EAQVF)(8,10), nos meses

de abril e maio de 2004.

A EAQVF trata-se de uma escala ordi-nal, tipo Likert de sete pontos, composta por 16 itens agrupados em cinco dimensões, a saber: bem estar físico e material; relaciona-mento com outras pessoas; atividades cívi-cas, sociais e comunitárias; desenvolvimento e enriquecimento pessoal; recreação e o dé-cimo sexto item, independência. Na versão adaptada para o português(17) as respostas da

escala de sete pontos passaram a variar en-tre: 1 = extremamente insatisfeito; 2 = bastan-te insatisfeito; 3 = insatisfeito; 4 = nem insa-tisfeito/nem satisfeito; 5 = satisfeito; 6 = bas-tante satisfeito e 7 = extremamente satisfeito. A soma do total dos itens passou a variar de 16 a 112, com alta pontuação indicando ele-vada satisfação com a qualidade de vida.

A análise dos dados foi realizada pe-lo programa Statistical Package for Social

Science (SPSS), versão 10.0. Os dados foram

analisados através da estatística descritiva e a consistência interna do instrumento foi constatada através do cálculo do alpha de Cronbach.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os participantes do estudo eram predo-minantemente do sexo feminino (82,5%), com idade compreendida entre 21 e 60 anos, mé-dia de 38 anos. Esses resultados se asseme-lham aos encontrados entre outros profissio-nais de enfermagem que participaram de um estudo que avaliou a qualidade de vida com a escala original de Flanagan(16).

Quanto ao estado civil dos profissionais, 65 (63,1%) eram casados, 25 (24,3%) soltei-ros, 10 (9,7%) estavam separados dos cônju-ges e 3 (2,9%) viúvos. O número de filhos va-riou entre zero e cinco. Em relação à escolari-dade dos profissionais, 66 (64,1%) possuíam o 2° grau completo, 16 (15,5%) superior

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comple-to, 12 (11,7%) superior incompleto e 9 (8,7%) ainda não haviam concluído o 2° grau.

No que se refere à vida profissional dos trabalhadores participantes do estudo, obti-vemos que 52 (50,4%) atuavam no hospital 1; 39 (37,9%) no hospital 2; nos hospitais 3 e 4 tivemos 6 trabalhadores em cada um de-les. Nessas instituições eles estavam contrata-dos como enfermeiros (n=12, 11,6%), técnicos (n=1), auxiliares (n=73, 70,8%) e atendentes (n=17, 16,5%) de enfermagem. Em todos os hospitais estudados, os auxiliares de enferma-gem eram os profissionais em maior núme-ro e os enfermeinúme-ros não ultrapassaram 20% do grupo. No hospital 1, encontramos o maior número de atendentes (13 do total de 17).

A distribuição das categorias profissio-nais entre a equipe de enfermagem difere no número de enfermeiros estudados em outro estudo sobre a qualidade de vida desses pro-fissionais(16) no qual houve uma participação

maior de enfermeiros e técnicos de enferma-gem. Podemos considerar que, em nossa rea-lidade, a categoria técnico de enfermagem ainda não está sendo contratada pelas insti-tuições em número superior à categoria au-xiliar de enfermagem. Com relação ao menor número de enfermeiros participantes (11,6% da amostra contra 21,6% no estudo cita-do(16)) acreditamos que essa diferença se

jus-tifica por nossa investigação ter sido reali-zada, exclusivamente nos BC, onde, na maio-ria das vezes, apenas um enfermeiro é respon-sável pelo (CC) e pelo Centro de Material Es-terilizado (CME).

Quanto ao tempo de serviço na institui-ção, 61,8% dos trabalhadores tinham mais de cinco anos de contrato de trabalho. Já o tempo de atuação no BC, variou entre 2 e 15 anos para 73,4% dos profissionais. No que se refere à atuação de enfermagem restrita ao BC, tivemos que 58 (55,2%) participantes traba-lhavam somente no CC, 35 (33,3%) no CME e os demais desempenhavam suas atividades nos dois setores. Dos 103 trabalhadores estu-dados, 93 (90,3%) possuíam horários fixos na

escala, sendo que 77 (74,7%) atuavam em tur-nos compreendidos entre as sete e dezenove horas.

Circular sala de operações (n=29, 28,1%), instrumentar cirurgias (n=15, 14,6%) e esteri-lizar materiais (n=11, 10,6%) foram as ativi-dades mais citadas entre os técnicos e auxi-liares de enfermagem, sendo que 15 (14,6%) profissionais referiram desenvolver mais de uma atividade. Entre os 12 enfermeiros a su-pervisão foi a atividade mais desenvolvida (83,3%). Apenas um enfermeiro citou prestar assistência de enfermagem aos pacientes na Sala de Recuperação Anestésica (SRA) e ou-tro referiu desenvolver ouou-tro tipo de ativida-de sem, contudo, explicitá-la.

Quanto ao salário dos participantes, obti-vemos uma média de 2,86 salários mínimos, reafirmando a enfermagem como uma profis-são mal remunerada em nosso país.

Os resultados relacionados à qualidade de vida destes profissionais, obtidos por meio da aplicação da Escala Adaptada de Quali-dade de Vida de Flanagan (EAQVF), são apre-sentados na Tabela 1.

A consistência interna da EAQVF foi avaliada por meio do cálculo do alfa de Cron-bach e obtivemos um valor igual a 0,81, o qual mostra a confiabilidade do instrumento para a amostra estudada.

Ao avaliarmos os itens separadamen-te, a menor média foi a do item relaciona-do a atividades recreacionais e esportivas (3,52). Este resultado sugere que os traba-lhadores do BC, assim como a maioria dos profissionais da enfermagem tem pouco tem-po para lazer, explicando a baixa média obti-da neste item. Podemos considerar que uma grande parte destes trabalhadores atuam em mais de um emprego, diminuindo a satisfa-ção com este aspecto da vida do indivíduo.

A maior média obtida foi a do item re-lacionamento com amigos, o que nos parece ser importante, pois por meio do bom rela-cionamento com as demais pessoas e colegas de trabalho podemos oportunizar aos

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traba-lhadores de enfermagem maiores possibili-dades de satisfação em sua vida pessoal e pro-fissional.

Em estudo realizado com alunos de gra-duação de enfermagem(9), a maioria dos

par-ticipantes considerou-se satisfeita com a QV, sendo que a dimensão com maior média foi a bem estar físico e material. Tanto neste estudo(9) quanto no estudo com profissionais

de enfermagem de UTI neonatal e unidade de DST/AIDS(16) as menores médias foram

re-lacionadas a participação em atividades so-ciais, comunitárias e cívicas o que não se assemelhou ao nosso estudo. Consideramos que cada grupo de indivíduos estudado apre-senta diferenças entre a satisfação com a QV. Isso se justifica uma vez que esse con-ceito abrange muitos significados, refletem

conhecimentos, experiências e valores de in-divíduos e coletividades que a ele se repor-tam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes(18).

A média de todos os 16 itens foi de 4,83+0,65, este resultado reflete a satisfa-ção com os aspectos abordados pelo instru-mento, embora os participantes estejam en-tre nem insatisfeitos/nem satisfeitos e satis-feitos com a qualidade de suas vidas.

Ao compararmos com os resultados obti-dos com o estudo envolvendo profissionais de enfermagem(16) que atuavam em unidades de

te-rapia intensiva neonatal e de DST/AIDS, uti-lizando como medida a escala original de Flanagan, com 15 itens, o valor médio obtido foi de 80,47, com intervalo possível de 15 a 105. Também nessa comparação,

constata-16 – 112 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 49 – 100 1 – 7 2 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 2 – 7 3 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 2 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 1 – 7 10,51 1,19 1,28 1,22 1,50 1,69 0,96 0,93 1,30 1,42 1,31 0,94 1,08 1,44 1,40 1,31 1,27 77,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,08 5,00 4,00 5,00 5,00 5,00 5,00 3,00 5,00 5,00 5,00 77,18 4,56 4,95 5,29 5,30 4,97 5,37 5,25 3,75 4,43 5,13 5,23 5,08 3,52 4,61 4,44 5,32 Total dos itens

Item 1 - Conforto material: moradia, alimentação, situação financeira

Item 2 - Saúde: sentir-se fisicamente bem e cheio de energia

Item 3 - Relacionamento com pais, irmãos e outros parentes

Item 4 - Ter e criar filhos

Item 5 - Relacionamento com esposo(a) ou parceiro(a) Item 6 - Relacionamento com amigos

Item 7 - Ajudar e apoiar outras pessoas

Item 8 - Participação em associações comunitárias e atividades de interesse público

Item 9 - Aprendizado: poder aumentar seus conheci-mentos

Item 10 - Auto conhecimento

Item 11 - Trabalho no emprego ou em casa Item 12 - Conseguir se comunicar

Item 13 - Participar de atividades recreacionais e es-portivas

Item 14 - Ouvir música, ler, assistir TV ou ir ao cinema Item 15 - Encontrar-se com outras pessoas e fazer coisas juntas

Item 16 - Independência: sentir-se capaz de fazer as coisas por si mesmo

EAQVF Intervalo Intervalo Possível Obtido Mediana Média DesvioPadrão Tabela 1 – Distribuição dos valores, total e dos itens, da Escala Adaptada de Qualidade de Vida

de Flanagan entre os profissionais de enfermagem. Londrina (PR), 2004.

Fonte: Pesquisa direta: próprios autores. Londrina (PR), 2004. Nota: n = 103.

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mos uma qualidade de vida menor entre os profissionais dos BC. O valor máximo e mínimo para os profissionais estudados fi-cou entre 49 e 100 em nosso estudo e entre 62 e 93 no grupo de trabalhadores da unidade de DST/AIDS(16) e entre 57 e 96 para os

pro-fissionais da UTI neonatal(16). Entre os

profis-sionais estudados em ambos os estudos

fo-ram encontrados valores semelhantes do pon-to de vista da caracterização sócio-demográ-fica e profissional.

Na Tabela 2 podemos observar como a qualidade de vida foi avaliada entre as dife-rentes categorias da enfermagem, ou seja, en-tre os profissionais enfermeiros e não enfer-meiros.

Tabela 2 – Distribuição dos valores totais da Escala Adaptada de Qualidade de Vida de Flanagan, segundo as categorias dos profissionais de enfermagem. Londrina (PR), 2004.

Categoria Profissional Intervalo DesvioPadrão

Obtido Média Enfermeiro (n=12) 54 – 92 75,66 78,00 10,81 Técnico (n=1) 83 – 83 83,00 83,00 -Auxiliar (n=73) 49 – 100 77,45 78,00 10,91 Atendente (n=17) 61 – 94 77,70 75,00 8,65 Mediana

Fonte: Pesquisa direta: próprios autores. Londrina (PR), 2004. Nota: n = 103.

Ao observarmos os valores encontrados para a qualidade de vida nas quatro cate-gorias, encontramos uma avaliação muito se-melhante entre os profissionais estudados, o que nos leva a considerar que os mesmos encontram-se, atualmente em situações si-milares quer seja em relação ao aspecto pro-fissional como pessoal, isto é, possuem bai-xos salários, longos períodos de trabalho em uma única unidade, dupla jornada, pouco tem-po livre para lazer, entre outros. A caracte-rização sócio-demográfica e profissional da amostra estudada reforça essa percepção.

Quando comparamos apenas enfermei-ros e não enfermeienfermei-ros, por meio da distribui-ção das medianas dos itens na Tabela 3, en-contramos alguns valores superiores com re-lação ao grupo de enfermeiros, o que pode significar que há uma tendência a melhor qua-lidade de vida para esse primeiro grupo de profissionais, embora a média obtida para os trabalhadores não enfermeiros (77,57) seja su-perior ao dos enfermeiros (75,66).

Na Tabela 3 observamos que no grupo de enfermeiros, os itens que obtiveram maio-res médias foram os de números 3 e 6, maio-

res-pectivamente, relacionamento com pais, ir-mãos e outros parentes e relacionamento com amigos, ambos com média 6. É impor-tante destacar que o grupo de enfermeiros, constitui-se de profissionais de faixa etária mais baixa que os demais participantes do es-tudo, sendo a metade dos mesmos (6) soltei-ros, o que nos leva a crer que a socialização, isto é, fazer amigos e o relacionamento com os pais e irmãos, reflete a alta satisfação des-te grupo com a dimensão estudada.

A menor média para ambos os grupos foi a do item 13, participar de atividades recreacionais e esportivas. Os valores para os grupos foram iguais a 3,08, para enfer-meiros e 3,58, para não enferenfer-meiros. A falta de tempo, devido ao excesso de trabalho e jornadas duplas, pode ser um dos fatores ex-plicativos para a baixa média do item em questão.

No estudo entre profissionais(16) e

acadê-micos de enfermagem(9), os valores mais

bai-xos apareceram no item participar em as-sociações e atividades de interesse públi-co. Em nosso estudo, os participantes relata-ram insatisfação em relação a este aspecto

(7)

(item 8), com média para este item de 3,75. Este resultado pode ser justificado pelo fato dos profissionais de enfermagem, mesmo os em formação, não serem suficientemente po-litizados, reflexivos, críticos e participativos em movimentos reivindicatórios de interesse da enfermagem ou mesmo públicos(9,19).

No grupo de não enfermeiros, as maio-res médias foram as dos itens 16 e 4, inde-pendência: sentir-se capaz de fazer as coi-sas por si mesmo e ter e criar filhos, com valores iguais a 5,43 e 5,38. Em relação ao item 4, a alta satisfação pode estar relacio-nada ao fato da maioria dos trabalhadores do grupo de não enfermeiros ser casada e ter filhos. Este item também obteve alta pontua-ção entre outros profissionais estudados(16).

Os resultados apresentados expressam a satisfação dos profissionais de enfermagem atuantes no BC em relação à QV. Para se obter uma avaliação mais abrangente com relação aos trabalhadores da enfermagem, outros estudos podem ser realizados, pois

todos os esforços são imprescindíveis tan-to para o crescimentan-to da profissão quantan-to pa-ra a ampliação de conhecimentos sobre a QV, uma vez que nossos resultados não apresen-taram diferenças estatisticamente significan-tes.

5 CONCLUSÕES

A partir dos resultados do presente estu-do podemos concluir que:

a) a EAQVF mostrou ser um instrumen-to confiável para avaliar a qualidade de vida na amostra estudada;

b) entre os profissionais de enfermagem estudados constatamos alto grau de satisfação com os 16 itens abordados pela EAQVF, estando entre satisfei-tos e bastante satisfeisatisfei-tos com a QV; c) os itens considerados como fontes de

maiores satisfação foram relaciona-mento com amigos, independência e ter e criar filhos;

Item 1 3 – 7 5,08 5,00 1,08 1 – 7 4,51 5,00 1,96 Item 2 2 – 7 4,92 5,00 1,50 2 – 7 4,96 5,00 1,27 Item 3 5 – 7 6,08 6,00 0,79 1 – 7 5,19 5,00 1,24 Item 4 1 – 7 4,58 4,00 1,73 1 – 7 5,38 5,00 1,45 Item 5 1 – 7 4,58 5,00 2,02 1 – 7 5,02 5,02 1,66 Item 6 5 – 7 6,00 6,00 0,85 2 – 7 5,29 5,29 0,95 Item 7 3 – 7 5,42 5,50 1,16 3 – 7 5,25 5,25 0,87 Item 8 1 – 5 3,75 4,00 1,13 1 – 7 3,75 3,75 1,33 Item 9 3 – 6 4,42 5,00 1,16 1 – 7 4,45 4,45 1,46 Item 10 4 – 7 5,33 5,00 0,88 1 – 7 5,12 5,00 1,34 Item 11 4 – 7 5,08 5,00 0,90 3 – 7 5,27 5,00 0,93 Item 12 2 – 7 4,92 5,00 1,37 2 – 7 5,12 5,00 1,03 Item 13 1 – 7 3,08 3,00 1,67 1 – 7 3,58 3,00 1,41 Item 14 2 – 6 3,75 3,50 1,28 1 – 7 4,73 5,00 1,39 Item 15 2 – 6 4,00 4,50 1,34 1 – 7 4,52 5,00 1,30 Item 16 3 – 6 4,67 5,00 1,07 1 – 7 5,43 5,00 1,26

Tabela 3 – Distribuição dos valores dos itens da Escala Adaptada de Qualidade de Vida de Flanagan (EAQVF), segundo as categorias enfermeiros e não enfermeiros. Londrina (PR), 2004.

EAQVF

Enfermeiros* Não enfermeiros**

Intervalo Média Mediana DesvioPadrão Intervalo Média Mediana Desvio Padrão

Fonte: Pesquisa direta: próprios autores. Londrina (PR), 2004.

* n = 12 ** n = 91

(8)

d) a menor média para ambos os gru-pos foi a do item 13, participar de atividades recreacionais e espor-tivas.

Enfatizamos que estudos sobre Qualida-de Qualida-de Vida são também importantes para sub-sidiar o planejamento e implantação de progra-mas institucionais de melhoria da Qualidade de Vida no ambiente de trabalho.

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 26/09/2005 Aprovado em: 14/12/2005

Endereço da autora/Author´s address:

Denise Rodrigues Costa Schmidt Avenida Bandeirantes, 3900 14.040-902, Ribeirão Preto, SP

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