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A CONSTRUÇÃO DO INDIVÍDUO NO EXISTENCIALISMO SARTRIANO

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Academic year: 2021

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SARTRIANO

José Allan da Silva Pereira Evandro da Fonseca Costa** RESUMO:

No presente artigo, trataremos sobre a concepção de homem que Sartre desenvolveu em sua filosofia e de alguns pressupostos éticos para a construção do indivíduo tal qual o existencialismo sartriano propõe. Abordaremos o homem enquanto projeto aberto, subjetividade e liberdade, e como alguém profundamente responsável por sua própria construção, analisando as condições estabelecidas por Sartre para isso, no desenvolvimento do seu pensamento, procurando evidenciar a relação entre existência e essência, elucidando que aquela precede a esta. Que primeiro vem a existência, em seguida, a construção e, só depois, uma essência.

Palavras-chave: subjetividade, indivíduo, existência, ética, construção.

ABSTTRACT:

In this article, we on the design of man that Sartre developed in their philosophy and ethics of some assumptions for the construction of the individual as such the proposed sartriano existentialism. We man while open design, subjectivity and freedom, and as someone deeply responsible for its own building, analyzing the conditions set by Sartre for that, in the development of his thought, seeks to show the relationship between existence and essence, illustrative that, that, prior to this, you first come to existence, then the building, and only then, a changeable nature.

Key words: subjectivity, individual, being, ethics, construction.

1 INTRODUÇÃO

Em 1945 Jean-Paul Sartre proferiu uma conferência intitulada O Existencialismo é um

Humanismo, com o intuito de defender o existencialismo de uma série de críticas desferidas

por comunistas, marxistas e católicos. Nessa conferência, que depois se transformou em uma

Aluno do 4° período do Curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru – FAFICA. joseallansdb@hotmail.com

** Professor-orientador, mestre em filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. santiagocosta@uol.com.br

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pequena obra, Sartre enuncia os fundamentos teóricos e filosóficos, ainda que resumidos, sobre o que chamamos de existencialismo sartriano.

É a partir dessa pequena obra que abordaremos alguns problemas referentes à construção do indivíduo no existencialismo, partindo da análise da quase axiomática fórmula “a existência precede a essência” 1

. Sendo, portanto, o fio condutor desse pequeno artigo esta máxima, a partir da qual aprofundaremos a relação entre existência e essência na construção do homem enquanto indivíduo.

É, também, a partir disso que compreenderemos por que o existencialismo, proposto por Sartre, estrutura-se sobre essa máxima. Desse modo, serão nossos objetivos: aprofundar a relação entre existência e essência, articulando essas categorias filosóficas com alguns conceitos, tais como liberdade, responsabilidade e escolha; investigar o modo como o homem se constrói a partir de sua existência e o modo como assume sua liberdade que, por sua vez, implica em responsabilidade e escolha; e, partindo disso, discutir um pouco sobre um modo de ver o homem como projeto aberto, ser em construção, obra a ser empreendida e nunca determinada.

Tendo em vista os objetivos acima, o texto que segue estrutura-se da seguinte forma: inicialmente, trataremos sobre a subjetividade humana como o momento da descoberta da existência do indivíduo; em seguida, abordaremos a construção que o homem empreende a partir de sua subjetividade e que o torna um ser responsável por aquilo que fizer de si e, por fim, analisaremos três categorias filosóficas como pressupostos indispensáveis da construção do indivíduo no existencialismo: a liberdade, a responsabilidade e a escolha.

2 PARTINDO DA SUBJETIVIDADE

Desde o filósofo dinamarquês Kierkegaard, considerado o fundador da filosofia da existência, os demais filósofos existencialistas têm enfatizado a ação do indivíduo no que diz respeito às decisões morais. Isto é, a experiência individual, a experiência da própria subjetividade e do agir segundo suas próprias convicções, tornam-se princípios essenciais para se chegar à verdade e, como consequência, para a construção humana.

No existencialismo sartriano não seria diferente. A primeira defesa de Sartre é justamente afirmar que todo existencialismo deve partir da subjetividade. Mas, o que significa essa afirmação? Sua consequência mais direta é um rompimento com a história da filosofia,

1 SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Trad. Rita Correia Guedes. 3. ed. São Paulo: Nova

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como até então estava construída. Sartre critica a postura dos filósofos, desde Platão, chegando inclusive à crítica de Kant e a de alguns filósofos do século XVIII. Essa crítica contrapõe-se, especialmente, à tese defendida por estes de que a essência é anterior à existência.

Mesmo com os avanços filosóficos, Sartre diz que o problema de alguns pensadores como, por exemplo, Leibniz, Diderot, Voltaire, era a defesa da existência de uma natureza humana. Para Sartre, esses filósofos (ateus e não-ateus) não foram capazes de enxergar que, mesmo suprimindo a ideia de Deus, a base angular do seu pensamento era a de que o homem possui uma natureza pré-determinada, fosse por Deus (como para Descartes), ou por uma substância superior e, desse modo, a existência estaria fadada ao jugo da essência 2 Isso quer dizer que, até o existencialismo, a essência precedia a existência, o que prejudica a compreensão da subjetividade que, no existencialismo – seja o religioso, seja o ateu –, manifesta-se na existência. Negar a existência de Deus (ou de uma essência apriorística) é como afirmar que ao menos deve existir um ser em quem a existência preceda a essência, e que este ser não seja determinado, pronto, acabado e concluído.

O que podemos perceber de imediato é que a subjetividade inaugurada por Descartes, na modernidade, fica prejudicada pela afirmação de uma essência a priori. Não haverá nenhuma possibilidade de liberdade, de escolha para o homem, já que Deus o cria em condições determinantes, da mesma forma que um operário projeta a criação de um objeto qualquer. Essa idéia de uma essência apriorística, ao final das contas, acaba por tolher a subjetividade do indivíduo, visto que ele, segundo essa concepção, não é livre para criar-se, fazer-se, construir-se. Entramos desse modo, na ideia do pressuposto de uma destinação, ou determinação. De um destino trágico, no sentido de que não há nada a fazer, pois tudo já está feito: seremos sempre o que fomos, nunca mudaremos, pois desde sempre tudo estava escrito e destinado na consciência divina, etc. Desde sempre e para sempre o homem seria criado com um fim específico, fixado anteriormente por Deus e, portanto, fadado ao não-projeto ou ao não-projetar-se, a não-criação. Ou seja, o homem seria um ser sem novidade alguma, um enfado completo, monotonia existencial, porquanto sua vida estaria pronta, esperando apenas que ele (o indivíduo) a descobrisse ao longo de sua existência. Essa ideia além de negar a subjetividade, do ponto de vista existencial, estaria negando a responsabilidade e a liberdade do homem.

O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Afirma que se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a

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essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito: este ser é o homem, ou, como diz Heidegger, a realidade humana3

Anterior ao existencialismo havia uma concepção que imaginava Deus como um artífice superior, que já tinha em mente o conceito do Homem. Desse modo, o homem poderia ser considerado como um exemplar particular de um conceito universal.

Partir da subjetividade, portanto, é negar essa possibilidade. Partir da subjetividade é afirmar que, antes de qualquer coisa, o ser humano, o homem individualmente, é um ente em quem sempre haverá novidade, possibilidade, visto ser este portador, não de uma natureza humana, já que esse conceito implica em determinismo, mas de uma condição humana, que, a cada instante, pode ser reinventada pela sua própria subjetividade. Portanto, não há definição para o homem existencialista. Tudo o que ele vier a ser, será criado na temporalidade, isto é, durante sua existência, ao modo de não ser o que é e ser o que não é.

Em determinado momento da conferência, Sartre defende que a única verdade que existe é o cogito cartesiano, “penso, logo existo”, que afirma a subjetividade como um momento em que a consciência apreende a si mesma. Mas Sartre defenderá a tese do cogito pré-reflexivo, na introdução da sua obra filosófica mais importante, O ser e o nada, na qual investiga, a partir desse cogito pré-reflexivo, a consciência e o ser enquanto conscientes de si próprios. Ele acaba por dar um sentido mais amplo para o cogito cartesiano, pois, na análise sartriana do cogito, a descoberta do pensamento é aquilo que pode ser levado em consideração desde que se possa romper com certa estrutura proposta pelo cogito, por exemplo, a de que a essência do homem (rex cogitans), como tal, vem antes da existência.

É a subjetividade que confere dignidade a pessoa, e a filosofia sartriana tem como exigência o encontro do sujeito com o seu ser, a partir do encontro com seu próprio pensamento. Isso significa que o sujeito deve conhecer imediatamente a si mesmo, visto ser ele a sua própria consciência, o ser-para-si.

Tentemos compreender melhor essa dimensão do ser. Dizíamos que a consciência é o ser cognoscente enquanto é e não enquanto é conhecido. Significa que convém abandonar a primazia do conhecimento, se quisermos fundamentá-lo. E, sem dúvida, a consciência pode conhecer e conhecer-se. Mas, em si mesma, ela é mais do que só conhecimento voltado para si4.

A consciência é também posicionamento, tanto em relação a si mesma, quanto ao que ela conhece. Mas, primeiramente, esta consciência deve ser esvaziada de todo conteúdo e

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conceito, pois só assim, enquanto subjetividade, um sujeito pode dar significado às coisas que se manifestam à sua consciência. É tão evidente a força da significação do mundo pela subjetividade na teoria sartriana que ele mesmo afirma que “É uma condição suficiente: basta que eu tenha consciência de ter consciência desta mesa para que efetivamente tenha consciência dela” 3

.

Quando da elaboração desse tópico, a principal finalidade era aprofundar simultaneamente a questão da subjetividade, a manifestação da consciência para a própria consciência. Isto é, a própria consciência aparecendo a si mesma, de tal forma que o sujeito, ao qual essa consciência pertence, lance-se para fora de si mesmo, procurando construir-se a partir das condições de espaço e temporalidade. Isto quer dizer que

A consciência não é uma totalidade fechada. Seu passado, por exemplo, não é algo que determina seu presente; no contrário, ele retira seu sentido de passado da consciência. Do mesmo modo, o futuro não é apenas o tempo que está por vir, mas é para onde a consciência se projeta. E o presente? Este não é apenas o instante atual, mas o momento decisivo 4.

Em sua obra, O ser e o nada, Sartre explica, apesar de um grau maior de dificuldade para seus leitores em relação ao texto da conferência em questão, os motivos pelos quais, para a construção do indivíduo existencialista, devemos partir da subjetividade. Quer dizer, o Ser é contemporâneo à consciência e vice-versa, isto é, em primeiro lugar, o indivíduo existe; simultaneamente, sua consciência também, e isto implica que a consciência crie e sustente a essência, que, em Sartre, significará “a ordenação sintética de suas possibilidades” 5, isto é, o projeto que ela deverá construir.

Significa também que o tipo de ser da consciência é o reverso do que nos revela a prova ontológica: como a consciência não é passível antes de ser, posto que seu ser é fonte e condição de toda possibilidade, é sua existência que implica em sua essência 6.

Um dos objetivos desse artigo é aprofundar a relação existência e essência. Evidentemente, partimos do pressuposto de que a anterioridade da existência é o axioma e o norte que devemos seguir para entender o modo como o homem se constrói. Neste

3 Ibid., p. 23.

4MOUTINHO, Luiz Damon Santos. Mestre em debate. Revista Discutindo Filosofia. São Paulo, v. 26, n° 2,

26-29. Mensal. ISNN 7-898345-001768. p. 6.

5 Cf. SARTRE, 1997, p. 26. 6 Ibid., p. 26.

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existencialismo, o sartriano, a categoria filosófica da subjetividade é o ponto e o centro a partir do qual todo ser existente deve apoiar-se.

A partir de uma análise fenomenológica da consciência, Sartre mostra bem a dinâmica do existencialismo criado por ele. Neste momento, passaremos a abordar a questão do indivíduo enquanto projeto da subjetividade. Reitere-se que a subjetividade é o próprio sujeito, é a própria consciência no ato de apreender a si mesma, enquanto existência.

2.1 O homem: projeto da subjetividade

O que significa, aqui, dizer que a existência precede a essência? Significa que, em primeira instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo 7.

Como vimos no tópico anterior, podemos afirmar que o existencialismo sartriano parte da subjetividade. É esta a primeira verdade: primeiro, existe o homem, e este, precisamente, é a sua subjetividade. Mas o homem não é apenas aquilo que pensa, mas aquilo que, a partir de sua subjetividade, propõe como projeto de vida, e melhor ainda, como projeto de existência, como meta para si mesmo. É nesse sentido que falamos do homem como projeto da subjetividade. Em outras palavras, o homem é uma construção de sua consciência mediada pela sua vontade e pelos possíveis8.

Em seu diário, escrito durante a segunda grande guerra mundial, Sartre descreve dois grandes momentos nos quais percebemos o quanto ele era afeito, e até orgulhava-se da ideia de que é a subjetividade o ponto de partida da construção do ser humano, e não só, a subjetividade é aquilo que faz com que uma pessoa esteja completamente isolada no mundo, como solidão, como indivíduo único e, portanto, único responsável por sua construção e tudo o que vier a ser:

...de fato, o que me dá orgulho é, por um lado, aquilo pelo qual, da forma mais segura possível, sou único (embora cada homem em seu gênero seja, também, único) e, por outro, o que escapa, antes de tudo, ao julgamento de outrem já que é a consciência que, para mim, torna possível a existência de

7

Cf. SARTRE, 1987, p. 6.

8 Os possíveis é um conceito filosófico utilizado por Sartre para referir-se a qualquer situação que tenha

probabilidade de acontecer, e que servem, por assim dizer, para fundamentar sua doutrina sobre a liberdade, a escolha e a responsabilidade. Como o próprio Sartre diz, os possíveis é o reino das possibilidades, daquilo que pode ocorrer ou não. Segundo ele, a vida humana deve contar com os possíveis o tempo todo. Cf. SARTRE, 1997, p. 12.

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outrem. (...) No entanto, nunca me submeto, nem me desespero porque não tenho orgulho de mim, mas sou orgulhoso de minha consciência – exatamente no nível do Cogito cartesiano. Um orgulho inseparável do ser, da confiança absoluta de ser 9.

Poderíamos nos perguntar, então, para que existimos? Ora, outra razão não há para fundamentar a resposta para esse questionamento a não ser que existimos para nos fazermos. Visto que, aquilo que somos é unicamente o que fazemos de nós, e este ser (estar sendo), significa fazer-se, construir-se. O homem é projeto aberto, continuidade de uma existência que inicia com sua subjetividade, com sua consciência de ser. Desse modo, o primeiro passo a ser dado, depois da tomada de consciência de sua própria subjetividade (enquanto apreensão fenomenológica), é estabelecer para si mesmo um projeto a ser construído. E este projeto a ser elaborado e construído é um projeto ético e moral, tipicamente humanista, visto que coloca todo homem na posse de sua própria vida.

Voltando um pouco para uma outra discussão, a partir da subjetividade, percebemos algo muito interessante: o homem, para existir de fato, deve fazer-se. Antes do projeto, nada somos. Na verdade, uma grande obra precisa ser empreendida até o fim dos dias. Não tem sentido algum uma subjetividade inerte, morta, imóvel, que não busca fazer-se de acordo com decisões e escolhas, e pela responsabilidade advinda da liberdade de construir-se. A subjetividade como mera existência, isto é, apenas pelo fato de assumir, por exemplo, que

penso, logo existo, não vale de nada, se eu, que existo, não lhe atribuo um sentido que, em

Sartre, nada mais será do que o engajamento. Ou seja, toda subjetividade precisa engajar-se. E este engajamento confere sentido à vida daquele que se engaja, ao mesmo tempo que engaja a humanidade inteira. É nessa direção e perspectiva que Sartre fala de uma consciência que precisa assumir-se (engajar-se) para não se perder no exterior 10. Isto é, naquilo que não é construído pelo indivíduo e dado universalmente.

É a partir dessas considerações que podemos dizer que a antropologia existencialista parte do seguinte referencial: o homem é projeto aberto. É um ser responsável por sua própria vida. Tudo o que realmente um indivíduo possui (no sentido de ser) é apenas essa liberdade de projetar-se, de desejar-se, a partir de uma meta alcançável:

O homem é tão-somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se quer após esse impulso para a existência. O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: esse é o primeiro princípio do existencialismo.

9

SARTRE. Jean-Paul. Diário de uma Guerra Estranha: Setembro de 1939 – Março de 1940. Trad. Aulyde Soares Rodrigues e Guilherme João de Freitas Teixeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. p. 138.

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(...) Pois queremos dizer que o homem, antes de mais nada, existe, ou seja, o homem é, antes de mais nada, aquilo que se projeta num futuro, e que tem consciência de estar se projetando no futuro. De início, o homem é um projeto que se vive a si mesmo subjetivamente (...) nada existe antes desse projeto11.

Partindo da subjetividade o indivíduo se depara com uma situação absolutamente nova: o homem é condenado a inventar o próprio homem, mas essa invenção é mediada pelo meio (enquanto limites a priori, as coisas que já encontramos no mundo, como a cultura, a sexualidade, etc. coisas que não escolhemos) e por sua própria subjetividade. Esse meio pode significar o próprio tempo, a dimensão epocal na qual estamos inseridos, os possíveis e os limites a priori (a mortalidade, o ser humano enquanto gênero). E, ainda mais, essa construção mediada pela subjetividade, precisa de uma outra subjetividade para se afirmar como individualidade. Quando eu escolho o que quero ser, existe uma imagem que está sendo inventada, e que, ao mesmo tempo, é confirmada por uma outra subjetividade. Isto é, sou aquilo que quero ser e afirmo aquilo que eu quero que os outros sejam para mim. É o que chamamos de intersubjetividade, “e é nesse mundo que o homem decide o que ele é e o que são os outros” 12

. Isto é, um outro indivíduo que confirma aquilo que eu sou, enquanto escolhi

ser, mas que, ao mesmo tempo, é afirmado como aquilo que quero que ele seja.

O homem é, então, uma individualidade construída a partir de sua subjetividade, mas confirmada por outra(s) subjetividade(s). Desse modo, todo homem tem apenas um futuro completamente novo, como diria Sartre, “um futuro virgem que o espera” 13 para ser construído pela sua existência, a partir das escolhas que faz e da confirmação de outros indivíduos.

Essa construção da existência, pela subjetividade, é ação. A subjetividade não é um momento de contemplação, de passividade, mas de ação, ação esta que engaja, não só aquele que escolhe, mas a humanidade inteira, na escolha feita.

Como estamos tratando de ética, na perspectiva existencialista, passemos à análise de alguns conceitos que nos ajudarão a compreender a construção do indivíduo no existencialismo. 11 SARTRE, 1987, p. 6. 12 Ibid., p. 16. 13 Cf. SARTRE, 1987, p. 6.

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3 PRESSUPOSTOS ÉTICOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INDIVÍDUO NO EXISTENCIALISMO DE SARTRE

Como dissemos anteriormente, o grande projeto aberto, chamado homem, constrói-se a partir de alguns pressupostos éticos. Aqui, pretendemos analisar os três mais importantes para a construção do indivíduo tal como o existencialista o concebe.

O existencialismo, de acordo com Sartre, é uma doutrina prática porque estabelece algumas categorias filosófico-existenciais, como, por exemplo, a angústia, a escolha ou a liberdade. Ele está querendo dizer que uma escolha, tomada como exemplo, aí se constitui como escolha por causa de um ato praticado.

Temos visto até então que o existencialismo é uma filosofia que deixa ao homem a possibilidade de construir-se e fazer-se. Desse modo, nada há na vida humana, do ponto de vista existencialista, que possa ser apenas pensado e, desse modo, efetivado. Toda construção humana implica em uma ação. E esta ação é indispensável, pois é ela que vai definir o modo como alguém decide construir-se. Afirma Sartre:

Por outras palavras: o sentimento constrói-se através dos atos praticados; não posso, portanto, pedir-lhe que me guie. O que significa que não posso nem procurar em mim mesmo a autenticidade que me impele a agir, nem buscar numa moral os conceitos que me autorizam a agir 14.

Uma realidade que se destaca na ética existencialista é o fato do homem ser um indivíduo solitário, completamente desamparado por Deus e pelos homens. O ser humano é intrinsecamente sozinho, e isto abre margem para entendermos por que Sartre aplica o conceito de desespero em sua filosofia, isto é, toda decisão realmente importante, toda mudança significativa, nada e nem ninguém poderá indicá-la ao homem, mas é este que, sozinho, deverá inventar o seu caminho, visto que não existe nenhum tipo de sinal ou moral pré-estabelecido. No momento mais importante para um indivíduo, compreendido a partir da ótica existencialista, ele sempre estará completamente só, abandonado diante de si mesmo para escolher alguma coisa. Mas, esta escolha assume um caráter de princípio construtor mediante o qual o homem tecerá sua própria existência. Sartre nos dá um maravilhoso exemplo da solidão do homem em sua palestra O existencialismo é um Humanismo:

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Quando estive preso, conheci um rapaz assaz notável, que era jesuíta; (...) tinha experimentado uma série de dolorosos fracassos; ainda criança, seu pai morrera deixando-o pobre; entrou como bolsista numa instituição religiosa onde faziam questão de lembrar-lhe a todo instante que ele era aceito por caridade; (...) por volta dos dezoito anos, fracassou numa aventura sentimental; finalmente, aos vinte e dois anos falhou em sua preparação militar (...) Esse jovem podia portanto considerar que fracassara em tudo; era um sinal, mas um sinal de quê? Poderia refugiar-se na amargura ou no desespero. Porém, muito habilmente para si próprio, considerou que seus insucessos eram um sinal de que ele não nascera para os triunfos seculares, e que só os triunfos da religião, da santidade, da fé, estavam ao seu alcance. Viu, portanto, nesse sinal, a vontade de Deus e ingressou na Ordem. Quem poderia deixar de perceber que a decisão sobre o significado do sinal foi tomada por ele e só por ele? 15

Este desamparo talvez possa ser interpretado como um agente-motivador da construção do indivíduo. Isto porque, diante da própria vida, é o indivíduo que se torna responsável por decifrar e dar o significado que a sua vida deva ter e nenhum amigo, por mais fiel e íntimo que seja, pode construir a vida do outro; no máximo, poderá ajudá-lo a guiar-se para uma escolha, para uma decisão, contudo, em um determinado momento, este alguém deverá encontrar-se totalmente a sós consigo mesmo, e é neste momento que ele poderá tomar uma decisão e dar um passo prático em sua construção.

Este estar só no mundo, desamparado por tudo, não significa que não existam alguns elementos importantes que ajudem na construção do indivíduo no existencialismo, como, por exemplo, os possíveis, os limites a priori e as influências do meio. Porém, mesmo reconhecendo essas estruturas, o homem deve ser livre para tomar uma decisão, para fazer uma escolha. No final das contas a decisão é apenas do homem.

Ele carrega, portanto, a total responsabilidade da decifração. O desamparo implica que somos nós que escolhemos o nosso ser. Desamparo e angústia caminham juntos. Quanto ao desespero, trata-se de um conceito extremamente simples. Ele significa que só podemos contar com o que depende da nossa vontade ou com o conjunto de probabilidades que tornam a nossa ação possível 16.

Ao explicar a aplicação dos possíveis em sua filosofia, Sartre deixa claro que só pode contar com as possibilidades, na medida em que elas se mostram, para o indivíduo, como algo que guarda a ação que é própria do sujeito. Não são os possíveis que levam alguém a agir, mas é o homem que interpreta e confere significado a este reino de possibilidades aplicando à

15 Cf. SARTRE, 1987, p. 11-12. 16 Cf. SARTRE, 1987, p. 12.

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sua vida a ação que lhe for mais conveniente, de acordo com sua decifração. É o homem quem decide exatamente como as coisas devem ser.

Talvez possamos encerrar este tópico com um momento crucial em que Sartre diz: “a realidade não existe a não ser na ação” 17

, isto é, ou o homem faz-se na ação, ou não será nada. Não terá cumprido seu papel no mundo. Daí a importância do engajamento. E é este engajamento que ajuda o indivíduo a construir-se eticamente. Mas, não é nosso objetivo tratar sobre o engajamento neste artigo e, sim, tratarmos sobre alguns princípios éticos importantíssimos para a construção ética do indivíduo existencialista.

3.1 A liberdade

Na sequência do que se propõe neste texto, o primeiro pressuposto ético que analisaremos é a liberdade. Quando falamos de ética em Sartre, estamos tratando ao mesmo tempo de sua concepção antropológica, pois o homem, antes de mais nada, “é um ser condenado à liberdade” 18. Vimos discutindo, até aqui, que o homem é um projeto aberto, um ser em construção. Portanto, é partindo dessa ideia que podemos defender o pensamento de que o homem se constrói eticamente, baseando-se em alguns princípios. Aqui serão analisados apenas três: a liberdade, a responsabilidade e a escolha. Destes, o mais importante pressuposto ético será a liberdade; contudo, esses três termos encontrar-se-ão imbricados uns aos outros, de tal sorte que não há como falar de um sem que se tenha, necessariamente, que falar dos outros.

Sartre defende a liberdade absoluta, que se opõe a toda forma de condicionamento. Fique claro, no entanto, que essa liberdade absoluta não está no fato de renunciar a realidade e ao fato concreto de que existimos dentro de uma situação (como a cultura, por exemplo), que é anterior à nossa existência, e que causa seus influxos sobre nós. Defender a liberdade absoluta significa que, diante dos possíveis, das probabilidades, ou mesmo diante dos limites

a priori (a morte, a identidade sexual, etc.), restará para o homem uma possibilidade de

escolha. Isto é, o homem só é condenado a ser livre porque é condenado a escolher. E, ao praticar essa ação de escolher, o homem a faz inteiramente só. É o momento do homem encontrar-se consigo e exercer a sua liberdade. “É o que penso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si mesmo, e como, no

17 Ibid., p. 12.

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entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo que faz” 19

. Essa afirmação leva-nos à compreensão de que o homem é lançado no mundo a partir do nada. Sendo assim, ele deve construir-se e essa construção é uma afirmação de que o homem é livre. De início, dirá Sartre, o homem não é nada, mas será tudo aquilo que fizer de si mesmo. Em todos os casos possíveis de se viver, o homem, pelo exercício de sua liberdade, está a construir-se.

A liberdade seria, então, uma espécie de ação, não tanto moral, mas ética. Uma conduta que o homem deve adotar para ser aquilo que deve ser. Por isso, o próprio Sartre dirá que o existencialismo defendido por ele é, antes de mais nada, uma filosofia prática. Entretanto, a primeira condição da ação é a liberdade. Decorre daí o fato de compreendermos porque o homem está condenado a ser livre. Vejamos; o existencialismo é uma filosofia ética, cujo fundamento é a liberdade: o homem é um projeto aberto! Ora, tudo isso nos leva a perceber que o indivíduo, em todos os momentos, consciente ou não de sua liberdade, está se fazendo. Não entrará em discussão a qualidade dessa construção. O fato é que, não tenho escolha: sou condenado a ser livre. Tudo leva o indivíduo para o encontro de sua trágica e absurda liberdade.

Para Sartre, ou o indivíduo é livre ou não é. Não existe a possibilidade de alguém ser livre algumas vezes e outras não. Ou somos totalmente livres ou não somos. Essa discussão, na realidade, é proveniente do velho embate entre aqueles que aderiram à doutrina do livre-arbítrio e entre os que defendem o determinismo. Sartre colocar-se-á veementemente contra qualquer tipo de determinismo, daí sua sentença categórica: “o homem está condenado a ser livre” 20

.

Ao tratar sobre o ser-para-si, que é o existente, o homem tomado individualmente e enquanto subjetividade, Sartre deixará claro que a primeira condição para a construção deste indivíduo é a liberdade, de tal forma, que só existimos à medida que exercemos essa liberdade. Não há, inclusive, possibilidade alguma de não exercermos essa liberdade. O que acontece, no mínimo, é o mascaramento da liberdade, que Sartre chamará de má-fé. Esconder de si mesmo (como se isso fosse possível) a própria liberdade, desculpar-se diante da imposição da responsabilidade, é agir de má-fé. Por causa dessa liberdade absoluta imposta ao homem, este ser-para-si difere completamente da coisa-em-si, isto é, um objeto qualquer, que não possui liberdade. Por isso, Sartre afirmará que o homem possui uma dignidade, e que por isso, ele é maior do que qualquer objeto, por causa de sua liberdade absoluta.

19 SATRE, 1987, p. 9. 20 SARTRE, 1987, p. 9.

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A categoria filosófica da liberdade é muito ampla e a entenderemos melhor se a trabalharmos em união com outras categorias filosóficas como, por exemplo, a responsabilidade e a escolha.

3.2 Responsabilidade e escolha

A responsabilidade é um dos conceitos que podemos identificar como principio construtor do indivíduo. Ela está intimamente ligada à liberdade. Só posso afirmar minha liberdade a partir do momento que me percebo como alguém totalmente responsável por aquilo que faço. E isto não significa que posso fazer o que quiser, de modo arbitrário, como acreditam os anarquistas, entendidos vulgarmente. Agir de qualquer jeito, sem o mínimo de reflexão que seja sobre a própria ação é incorrer em erro. Sartre deixará claro, em sua filosofia, que o homem é totalmente responsável por sua construção, por aquilo que ele é e faz de si mesmo.

É interessante notarmos que, no caminho ético delineado por Sartre, tudo aquilo que fizermos de nós será unicamente responsabilidade nossa. Não podemos culpar nada e ninguém, nem mesmo afirmar, por exemplo, que o motivo para justificar uma ação qualquer, são as forças interiores provenientes do inconsciente. Tudo o que nos ocorre, acontece por causa de uma escolha, de um projeto que fazemos de nós mesmos e que nos dirá exatamente aquilo que somos, porque nos fizemos. Por isso, um “existencialista (...) quando descreve um covarde, afirma que esse covarde é responsável por sua covardia” 21

. Não podemos culpar os outros, ou as coisas, por sermos do jeito que somos. Está em nossas mãos mudarmos ou não, sermos covardes, ou não. É preciso, no entanto, reconhecer que o preço da responsabilidade não pode ser buscado em nenhum outro lugar a não ser na liberdade de escolher que o homem possui. Sartre define muito bem isso quando escreve:

Ele não é assim por ter um coração, um pulmão ou um cérebro covardes; ele não é assim devido a uma qualquer organização fisiológica; mas é assim porque se construiu como covarde mediante seus atos. Não existe temperamento covarde mediante seus atos. (...) pois o que cria a covardia é o ato de renunciar ou de ceder: um temperamento não é um ato e o covarde se define pelos atos que pratica. O que as pessoas, obscuramente sentem, e que as atemoriza, é que o covarde que nós lhe apresentamos é culpado por sua covardia 22.

21 SARTRE, 1987, p. 14. 22 Idem. p. 14.

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Sartre passou para a história da filosofia como alguém que personificou a figura do filósofo engajado nas lutas do seu tempo. A escolha também implica em engajamento, esses dois conceitos caminham juntos.

A escolha humana não é um ato gratuito, pois, ao escolher, o indivíduo torna-se completamente responsável por sua escolha. Ele se engaja, visto que escolher é sempre engajar-se. Ao tratar sobre esses três princípios (liberdade, responsabilidade, escolha), não podemos, em absoluto, tratá-los isoladamente, pois são conceitos interdependentes. Vejamos, por exemplo, que o homem está condenado a ser livre e isto quer dizer, em outras palavras, que o estar condenado à liberdade é estar condenado à escolha. E escolher é sempre um ato angustiante, porque implica em responsabilidade.

Na verdade, segundo a concepção do homem no existencialismo, o indivíduo vai se construindo a partir das escolhas que faz; mas estas escolhas são profundamente influentes na construção do homem e supõe a angústia da responsabilidade. Não estamos falando de uma escolha, por exemplo, entre uma lasanha e uma macarronada. Estamos falando de uma escolha que atinge a existência, o engajamento, que suscita a responsabilidade.

A angústia que sentimos diante das escolhas que fazemos se dá pelo fato de nos percebermos como seres solitários, isto é, ninguém pode escolher em nosso lugar. Escolher é uma condição terminantemente individual. Vejamos o que Sartre diz a respeito:

Para nós, ao contrário, o homem encontra-se numa situação organizada, com a qual está engajado; pela sua escolha, ele engaja toda a humanidade e não pode evitar essa escolha: ou permanece casto, ou se casa e não tem filhos, ou se casa e tem filhos; de qualquer modo, e seja o que for que ele faça, é impossível que ele não tenha uma total responsabilidade em relação a esse problema 23.

A escolha do homem engaja-o ao mesmo tempo em que engaja a humanidade inteira, numa intensa e profunda responsabilidade. Ao expor a tese de defesa sobre o existencialismo, Sartre afirma que ela é uma doutrina muito austera. Isso, devido ao fato da responsabilidade trazer consigo uma profunda angústia e um mal-estar. Saber-se responsável por sua construção talvez seja um golpe profundamente duro para o ser humano. Afinal, por tudo o que ele fizer, terá que dar uma resposta. Isso significa, em outras palavras, que cada escolha que um indivíduo faz, acaba tornando-o um referencial, visto que ele aponta para a escolha feita como algo positivo, ao qual dá um valor.

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De outra feita, a escolha engaja a humanidade inteira porque ao escolher, por exemplo, entrar para o mundo das drogas, alguém está comprometendo-se com a humanidade inteira pelo sofrimento dessa escolha que, aparentemente, parecia ser boa, visto que ninguém escolhe o mal, mas sempre aquilo que acha melhor para si. Este engajamento da humanidade acontece cada vez que alguém escolhe a si mesmo, através das escolhas que faz durante sua existência.

CONCLUSÃO

Foram estas as questões éticas – liberdade, responsabilidade e escolha – levantadas por Sartre que merecem ser destacadas e contextualizadas. O existencialismo tem-se configurado como uma filosofia séria, apesar da confusão que lhe atribuíram nos inícios de seu desenvolvimento. Pensar uma ética do indivíduo a partir de princípios existenciais, discutidos ao longo deste texto, é imprescindível. Nesse pequeno texto pudemos analisar um pouco das principais contribuições de Sartre, não só no campo ético, mas também no âmbito da antropologia, partindo da compreensão de que toda ética está articulada à construção do ser humano, já que trata de sua conduta.

O entendimento de que o indivíduo, de acordo com o existencialismo, é projeto aberto, ser em construção, dá-nos bases para uma nova leitura da ética contemporânea, bem como da concepção antropológica, em permanente evolução. Não é mais possível pensar o homem, como um ser determinado, seja por instintos internos ou por forças externas, visto que ele é o único ser livre e, portanto, responsável por sua vida. Como afirma Sartre, o homem “só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida” 24

, isto é, o homem é aquilo que ele quer ser.

Ao terminar estas páginas, resta um sentimento de que muito mais poderia ser feito, visto ser o pensamento de Sartre bastante denso e complexo. Não era, nem poderia ser nossa pretensão esgotar o conhecimento acerca do que foi discutido ao longo deste trabalho, mas tão somente despertar nossa curiosidade para pesquisar, ainda mais, aquilo que o texto nos aponta como questões para futuras investigações.

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REFERÊNCIAS

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MOUTINHO, Luiz Damon Santos. Mestre em debate. Revista Discutindo Filosofia. São Paulo, v. 26, n° 2, 26-29. Mensal. ISNN 7-898345-001768.

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: de Nietzsche à escola de Frankfurt. Trad. Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2006.

SARTRE, Jean-Paul. Diário de uma guerra estranha: Setembro de 1939 – Março de 1940. Tradução de Aulyde Soares Rodrigues e Guilherme João de Freitas Teixeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

_____. O Existencialismo é um humanismo. Trad. Rita Correia Guedes. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

_____. O Ser e o Nada. Trad. Paulo Perdigão. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.

SILVA, Franklin Leopoldo e. Ética e literatura em Sartre: ensaios introdutórios. São Paulo: UNESP, 2004 (Coleção Biblioteca de Filosofia).

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