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CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESGOTOS

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Academic year: 2021

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(1)

CARACTERIZAÇÃO DA

QUALIDADE DOS ESGOTOS

Prof. Robson Alves de Oliveira

robson.aoliveira@gmail.com.br robson.oliveira@unir.br

(2)

ÁGUAS RESIDUÁRIAS

Definição:

- águas que contenham resíduos.

- águas residuais x águas residuárias.

1. VARIÁVEIS QUANTITATIVAS

 vazão  águas residuárias.

** obtenção indireta  consumo de água. ** padrão de descarga e suas variabilidades.

(3)

2. VARIÁVEIS QUALITATIVAS

Principais parâmetros de qualidade das águas residuárias:

2.1 Sólidos nos esgotos: todos os contaminantes da água, com exceção dos

gases dissolvidos, contribuem para a carga de sólidos.  Sólidos;

 Indicadores de matéria orgânica;  Nitrogênio;

 Fósforo;

(4)
(5)

a) Classificação por tamanho e estado (mais simples): é baseada na filtração.

• Sólidos em suspensão – particulados (SS ou SST)  sólidos orgânicos e inorgânicos retidos no papel filtro com porosidade entre 0,45 e 1,2 µm.

• Sólidos dissolvidos – solúveis (SD ou SDT)  sólidos orgânicos e inorgânicos não retidos por filtragem  sólidos que passam no papel filtro.

O material remanescente após a evaporação parcial da amostra passa por secagem em estufa à entre 103 e 105°C até massa constante.

Por meio da pesagem do papel de filtro (antes e depois, excluindo-se a água do filtro por evaporação), tem-se a massa de sólidos em suspensão, que, dividida pelo volume da amostra, dá a concentração (mg/L).

Os sólidos dissolvidos são determinados por meio da evaporação do líquido filtrado (inclui a maioria das partículas coloidais).

(6)
(7)

b) Classificação pelas características químicas (mais complexa): submete-se

os sólidos a uma temperatura elevada (550oC).

• Sólidos voláteis (resíduo volátil) é a porção do resíduo total, filtrável ou não filtrável, que se perde na calcinação da amostra a (550 ± 50)°C . * A fração orgânica é oxidada (volatizada).

* Representa uma estimativa da matéria orgânica nos sólidos.

• Sólidos fixos ou sólidos não voláteis (resíduo fixo ou inerte) porção do resíduo total, filtrável ou não filtrável, que resta após a calcinação da amostra.

* Representam a matéria inorgânica ou mineral.

(8)

2.1 Sólidos nos esgotos

Em suspensão (SS)

(9)

c) Classificação pela sedimentabilidade:

• Sólidos sedimentáveis – SS (parcela suspensão): são aqueles capazes de sedimentar no período de 1 hora → cone Imhoff.

• Sólidos não sedimentáveis: a fração que não sedimenta. Não é expressa na análise.

NBR 10664 Águas Determinação de resíduos (sólidos)

-Método gravimétrico.

(10)
(11)

2.1 Sólidos nos esgotos

(12)
(13)

Relações importantes:

→ Relações SFT/SVT, SSF/SSV, SDF/SDV elevadas → indicam a predominância absoluta de material inerte na água residuária → necessidade de separação prévia.

→ A concentração de SSF → indicação da necessidade de desarenador.

→ Concentrações elevadas de sólidos dissolvidos fixos(SDF) em comparação com sólidos dissolvidos voláteis (SDV) → indicação de alta salinidade → tratamento físico-químico.

→ Maneira quantificar a degradabilidade → SVT/ST. 2.1 Sólidos nos esgotos

(14)
(15)

2.2

– Matéria orgânica carbonácea nos esgotos (MO)

Divide-se nas seguintes frações:

Qual é o principal problema de poluição para os corpos

d’água?

 Material orgânico

poluição das águas

oxigênio dissolvido

• Constituição: proteínas, carboidratos, gordura e óleos, uréia,

surfactantes, fenóis, pesticidas etc.

(16)

2.2

– Matéria orgânica nos esgotos

 Normalmente não se caracterizara a MO em termos de

proteínas, gorduras carboidratos, etc.

 Há uma grande dificuldade na determinação laboratorial

dos diversos componentes da MO nas águas residuárias

multiplicidade de formas e compostos em que pode se

apresentar.

 A oxidação da MO corresponde ao principal fator de

consumo de oxigênio.

(17)

2.2

– Matéria orgânica nos esgotos

 O consumo de OD se deve à respiração dos microrganismos

decompositores,

principalmente

as

bactérias

heterotróficas

aeróbias.

 No tratamento de esgotos por processos aeróbios é

fundamental

o

fornecimento

de

oxigênio

para

que

os

microrganismos possam realizar os processos metabólicos e

assim estabilizar a MO.

 Com isso surgiu a ideia de se medir o potencial de poluição de

um determinado despejo pelo consumo de OD (quantificação

indireta) da potencialidade de geração de impacto.

(18)

2.2

– Matéria orgânica nos esgotos

 A equação simplificada da estabilização da matéria orgânica é:

MO + O

2

+ bactérias

→ CO

2

+ H

2

O + bactérias + energia

 As bactérias, na presença de oxigênio, convertem a matéria

orgânica a composto simples e inertes, como água e gás

carbônico.

 Com isso elas tendem a crescer e reproduzir, gerando mais

bactérias, enquanto houver disponibilidade de alimento (matéria

orgânica) e oxigênio no meio.

(19)

2.2.1. Carbono Orgânico Total (COT)

O carbono se apresenta na forma de:

• Carbono inorgânico (IC): se apresenta nas formas do dióxido de

carbono, ácido carbônico e suas formas dissociadas.

• Carbono orgânico (OC): matéria orgânica presente nas águas

residuárias.

(20)

2.2.1. Carbono Orgânico Total (COT)

A ideia é converter todas as diferentes formas de carbono na forma simples de dióxido de carbono detectando e quantificando o gás resultante dessa conversão.

Para garantir que o carbono sendo medido seja realmente o carbono orgânico, a remoção e medida do carbono inorgânico é uma etapa prévia.

O carbono inorgânico (IC) deve ser removido por meio de um tratamento ácido, (com HCl, H3PO4, H2SO3 ou H2SO4), assumindo-se que todo IC está na forma de carbonatos e que esses reagem rápida e completamente com o meio ácido produzindo CO2.

O gás produzido é arrastado com um gás inerte sendo quantificado depois de captado em detectores.

O teste de COT tem seu uso restrito devido aos custos elevados do equipamento.

(21)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

A DBO retrata a quantidade de oxigênio requerida para estabilizar, através

de processos bioquímicos, a matéria orgânica carbonácea

(microrganismos).

Período de 5 dias: 60% ≈ 70% de oxidação.

Período de 20 dias (esgotos domésticos): 95% ≈ 99% de oxidação.

Possibilita as seguintes determinações: ** fração biodegradável do despejo; ** taxa de degradação do resíduo;

** taxa de consumo de oxigênio em função do tempo;

** quantidade de oxigênio requerido para a estabilização biológica.

NBR 12614 – Águas. Determinação da Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) – Método de incubação (20ºC, cinco dias)

(22)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Convencionou-se proceder à analise no 5º dia à temperatura de 20ºC (temperaturas diferentes interferem na velocidade do metabolismo, alterando as relações entre DBO de 5 dias e a DBO última).

Assim, tem-se a DBO padrão (DBO520)

Simplificadamente: no dia da coleta, determina-se a concentração de oxigênio

dissolvido (OD) da amostra.

Cinco dias após, com a amostra mantida em um frasco fechado e incubada a 20ºC, determina-se a nova concentração, já reduzida, devido ao consumo durante o período.

A diferença entre o teor de OD no dia zero e no dia 5 representa o oxigênio consumido para a oxidação da matéria orgânica, sendo, portanto, a DBO520.

(23)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Considerações:

 Para os esgotos com grande concentração de matéria orgânica

é

necessário

efetuar-se

diluições

para

se

reduzir

a

concentração de matéria orgânica.

 Pode ser necessária a introdução de um inóculo (semeadura),

contendo microrganismos, para que seja dado início mais

rapidamente ao processo de degradação.

 Inibidor de nitrificação para

impedir a interferência da

demanda nitrogenada associada à oxidação da amônia a

nitrato.

(24)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

As principais vantagens do teste da DBO:

 indicação aproximada da fração biodegradável do despejo;

 indicação da taxa de degradação do despejo;

 indicação da taxa de consumo de oxigênio em função do

tempo;

 determinação aproximada da quantidade de oxigênio requerido

para a estabilização biológica da matéria orgânica presente.

(25)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Principais limitações da DBO

5

são:

 pode-se

encontrar

baixos

valores

de

DBO

caso

os

microrganismos responsáveis pela decomposição não estejam

adaptados ao despejo;

 metais ou outras substâncias tóxicas podem matar ou inibir os

microrganismos; ,

o teste demora 5 dias, não sendo útil para efeito de controle

operacional de uma ETE;

(26)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Principais limitações da DBO

5

são:

 há a necessidade da inibição dos organismos responsáveis

pela oxidação da amônia, para evitar o consumo de oxigênio para

a nitrificação (demanda nitrogenada);

 a relação DBO

u

/DBO

5

varia em função do despejo, e para um

mesmo despejo, ao longo da linha de tratamento de uma ETE.

 condições ambientais de laboratórios não reproduzem aquelas

encontradas nos corpos

d’água (temperatura, luz solar, população

biológica e movimentos da água).

(27)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Apesar das limitações, o teste da DBO continua a ter extensiva

utilização, porque para vários processos de tratamento de

esgotos, os critérios de dimensionamento são expressos em

termos da DBO.

E, principalmente, porque a legislação para lançamento de

efluentes

e

a

consequente

avaliação

aos

padrões

de

lançamento, é baseada na DBO.

É a Resolução CONAMA 430, que dispõe sobre as condições e

padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a

Resolução CONAMA 357.

(28)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Segundo a Resolução CONAMA 430, os efluentes

de qualquer fonte poluidora somente poderão ser

lançados diretamente no corpo receptor desde que

obedeçam, entre outras condições, a exigência de

remoção mínima de 60% de DBO

520

(este limite

só poderá ser reduzido no caso de existência de

estudo de autodepuração do corpo hídrico que

comprove

atendimento

às

metas

do

(29)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Das condições e padrões para efluentes de sistemas de

Tratamento de Esgotos Sanitários, é estipulado o valor

máximo de DBO

520

de 120 mg/L, sendo que este limite somente

poderá ser ultrapassado:

 no caso de efluente de sistema de tratamento com eficiência de

remoção mínima de 60% de DBO;

 mediante estudo de autodepuração do corpo hídrico que

comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo

receptor.

(30)

2.2.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

A Resolução CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação

dos

corpos

de

água

e

diretrizes

ambientais

para

o

seu

enquadramento, estipula para as águas doces de classe 1 o

valor limite de DBO

520

em até 3 mg/L O

2

(aplicam-se às águas

doces de classe 2 as condições e padrões da classe 1).

Paras as águas doces de classe 3 o valor limite de DBO

520

até 10

(31)

2.2.4. Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Vários autores adotam a relação DBOu/DBO5 de 1,46. Isto quer dizer que, caso se tenha uma DBO5 de 300 mg/L, a DBOu será igual a 1,46 x 300 = 438 mg/L

Enquanto a DBO relaciona-se a uma oxidação bioquímica da matéria orgânica, a DQO

corresponde a uma oxidação química da matéria orgânica, obtida através de um forte

oxidante (dicromato de potássio) em meio ácido.

Determinação segundo a NBR 10357 - Águas - Determinação da demanda química e oxigênio (DQO) - Métodos de refluxo aberto, refluxo fechado titulométrico e refluxo fechado colorimétrico - Método de ensaio.

As principais vantagens do teste da DQO são que o teste gasta apenas de 2 a 3 horas para ser realizado e o seu resultado da uma indicação do oxigênio dissolvido para

2.2.3. Demanda Última de Oxigênio (DBOu): corresponde ao consumo de

oxigênio exercido a partir do qual não há mais consumo representativo (95% ≈ 99% de oxidação).

(32)

2.2.4. Demanda Química de Oxigênio (DQO)

As principais limitações do teste da DQO são:

 no teste da DQO são oxidadas, tanto a fração biodegradável, quanto a fração inerte da matéria orgânica, o que superestima o oxigênio a ser consumido no tratamento biológico dos despejos;

 o teste não fornece informações sobre a taxa de consumo de matéria orgânica ao longo do tempo;

 certos constituintes inorgânicos reduzidos podem ser oxidados e interferir no resultado.

O teste de DQO não é contemplado pela legislação de lançamento de efluentes (Resolução 430 do CONAMA).

Relação DQO/DBO5: para esgotos domésticos brutos essa relação varia em torno de 1,7 a 2,4.

(33)

2.2.5. Relação DQO/DBO5

Dependendo da magnitude desta relação, pode-se tirar conclusões sobre a biodegradabilidade dos despejos e do método de tratamento a ser empregado:

 Relação DQO/DBO5 baixa (< cerca de 2,5) -- a fração biodegradável é elevada;

-- indicação para tratamento biológico.

 Relação DQO/DBO5 intermediária (entre cerca de 2,5 e 3,5) -- a fração biodegradável não é elevada;

-- estudos de tratabilidade para verificar viabilidade do tratamento biológico.

 Relação DQO/DBO5 elevada (> cerca de 3,5 ou 4,0) -- a fração inerte (não biodegradável) é elevada;

(34)

2.2.5. Relação DQO/DBO5

A relação DQO/DBO

5

varia também à medida que o esgoto passa

pelas diversas unidades da estação de tratamento.

A tendência para a relação è de aumentar, devido à redução

paulatina da fração biodegradável, ao passo que a fração inerte

permanece aproximadamente inalterada.

Assim, o efluente final do tratamento biológico possui valores da

relação DQO/DBO

5

usualmente superiores a 2,5.

,

Quanto maior eficiência do tratamento na remoção de

matéria orgânica biodegradável, maior esta relação, que pode

(35)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

 Como já foi dito, o principal efeito ecológico da poluição orgânica em um curso d’água é o decréscimo dos teores de oxigênio dissolvido.

 Este decréscimo está associado à DBO.

 O consumo de oxigênio na amostra varia ao longo do tempo.

 Analisar matematicamente o consumo de oxigênio progride ao longo

do tempo.

O conceito da DBO, representando tanto a MO quanto o consumo de OD, pode ser entendido por estes dois ângulos distintos:

 DBO remanescente: concentração de matéria orgânica remanescente na massa líquida em um dado instante

 DBO exercida: oxigênio consumido para estabilizar a matéria orgânica até este instante.

(36)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

(37)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

 As duas curvas são simétricas.

• No tempo igual a zero, a matéria orgânica se apresenta em sua concentração total, enquanto o oxigênio consumido é zero.

• Com o passar do tempo, a matéria orgânica remanescente vai se reduzindo, implicando no aumento do consumo acumulado de oxigênio.

• Após um período de vários dias, a matéria orgânica está praticamente toda estabilizada (DBO remanescente igual a zero), ao passo que o consumo de oxigênio está praticamente todo exercido (DBO totalmente exercida).

• É importante a compreensão deste fenômeno, pois ambas as curvas são parte integrante do modelo de oxigênio dissolvido.

 A cinética da reação da matéria orgânica remanescente (DBO remanescente) se processa segundo uma reação de primeira ordem.

(38)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

 Uma reação de primeira ordem é aquela na qual a taxa de mudança da concentração de uma substância é proporcional à primeira potência da concentração.

 As reações de primeira ordem são de fundamental importância dentro da engenharia ambiental, já que várias reações são modeladas segundo esta cinética.

 A equação da progressão da DBO remanescente pode ser expressa de acordo com a seguinte equação diferencial:

(39)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

 A interpretação desta equação: a taxa de oxidação da matéria orgânica

dL/

dt é proporcional à matéria orgânica ainda remanescente (L), em um

tempo t qualquer.

Assim, quanto maior a concentração de DBO, mais rapidamente se

processará a desoxigenação.

Após um certo tempo, em que a DBO estiver reduzida pela estabilização, a taxa de reação será menor, em virtude da menor concentração da MO.

 O coeficiente de desoxigenação K1 é um parâmetro de grande importância na modelagem do oxigênio dissolvido (não confundir).

A integração da equação de primeira ordem da DBO remanescente entre os limites de L = L0 e L = Lt, e t = 0 e t = t, conduz a:

(40)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

 O coeficiente K1 depende das características da matéria orgânica, além da temperatura e da presença de substâncias inibidoras.

 Efluentes tratados possuem uma taxa de degradação mais lenta, pelo fato da maior parte da matéria orgânica mais facilmente assimilável já ter sido removida, restando apenas a parcela de estabilização mais vagarosa.

(41)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

 Existem processos matemáticos e estatísticos que podem ser utilizados para a determinação do coeficiente de desoxigenação, caso se disponha de amostras da água a ser analisada.

 Os dados de entrada para tais métodos são os valores da DBO exercida a vários dias, tipicamente dias 1,2,3,4 e 5, ou 1,3,5,7, e 9. Desta forma, os testes de laboratório devem incluir, não apenas a DBO a 5 dias, mas também a DBO em outros dias, para que se possa estimar a taxa de desoxigenação (métodos mais conhecidos para a determinação de K1 são):  Método dos mínimos quadrados, de Reed-Theriault

 Método da inclinação, de Thomas

 Método dos momentos, de Moore, thomas e Snow  Método de Thomas

(42)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

A influência da temperatura:

 A temperatura tem uma grande influência no metabolismo microbiano (afeta as taxas de estabilização da matéria orgânica).

 A relação empírica entre a temperatura e a taxa de desoxigenação pode ser expressa da seguinte forma:

(43)

2.2.6. Cinética da desoxigenação

(44)

Exemplo 01 – A interpretação de análises de laboratório da água de um rio a jusante de um lançamento de efluentes de uma granja, conduziu aos seguintes valores. Temperatura média equivalente a 21 oC.

K120 = 0,25 d-1 e L

o = 100 mg.L-1

Calcular a DBO520 remanescente para 1, 5 e 20 dias. Adotar θ = 1,047.

(45)

Exemplo 03

– Uma determina agroindústria deseja instalar

um sistema de tratamento de seus efluentes .

a) Com base na tabela 1, você deve auxiliar o produtor a

escolher uma forma de tratamento (biológico ou

físico-químico) com base na degradabilidade do efluente

gerado?

b) Por que o parâmetro DQO sempre apresenta um valor

maior que a DBO?

(46)

2.3. Nitrogênio

Importância ambiental (poluição das águas):

 O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de

algas, podendo conduzir a fenômenos de eutrofização de lagos e

represas;

 O nitrogênio, nos processos de conversão da amônia nitrito e

deste a nitrato (nitrificação), implica no consumo de oxigênio

dissolvido no corpo

d’água receptor;

 O nitrogênio na forma de amônia livre é diretamente tóxico aos

peixes;

O nitrogênio na forma de nitrato está associado a doenças como

metahemoglobinemia.

(47)

2.3. Nitrogênio

Importância ambiental (Tratamento de esgotos):

 O nitrogênio é um elemento indispensável para o

crescimento de microrganismos responsáveis pelo

tratamento;

 O nitrogênio, nos processos de conversão de

amônia a nitrito e este a nitrato (nitrificação), que

eventualmente possa ocorrer numa estação de

tratamento de esgoto, implica no consumo de

oxigênio e alcalinidade;

(48)

2.3. Nitrogênio

Importância ambiental (Tratamento de esgotos):

 O nitrogênio, no processo de conversão de nitrato a

nitrogênio gasoso (desnitrificação), que eventualmente

possa ocorrer numa estação de tratamento de esgoto,

implica em:

(a) economia

de

oxigênio

e

alcalinidade

(quando

realizado de forma controlada);

(b) deterioração da sedimentabilidade do lodo (quando

não controlado), devido a aderência das bolhas de

N

2

aos flocos em sedimentação.

(49)

2.3. Nitrogênio

O reservatório natural de nitrogênio é o ar atmosférico (78,08% de

N

2

).

A remoção do nitrogênio da atmosfera é feita basicamente por:

 Descargas elétricas atmosféricas;

 Microrganismos fixadores de nitrogênio (rizóbios);

 As plantas (dentre os chamados nutrientes essenciais, o nitrogênio

é o mais importante, pois é absorvido em maior quantidade pelas

plantas);

 Os animais (absorvem as proteínas vegetais ou animais, onde o

nitrogênio já esta na forma orgânica).

(50)

2.3. Nitrogênio

Formas de nitrogênio ocorrentes na água:

 Nitrogênio orgânico: faz parte das moléculas de

proteínas (vegetais ou animais). A sua presença nas

águas é característico de poluição recente por

esgoto bruto.

 Nitrogênio amoniacal: é aquele que já sofreu

decomposição pelos microrganismos heterotróficos. O

nitrogênio amoniacal total é a soma do gás amônia

(NH

3

)

e

do

íon

amônia

(NH

4

).

Também

é

característico de poluição relativamente recente.

(51)

2.3. Nitrogênio

Nitrito: forma intermediária (NO2

), de curtíssima

duração após a oxidação da amônia NH

3

pelas

bactérias nitrosomonas.

 Nitrato: forma oxidada (NO3

-

) a partir dos nitritos

pelas

bactérias

nitrobacter.

É

característico

de

poluição mais antiga.

A Resolução CONAMA 357 fixa para as águas classes

1, 2, e 3 o valor máximo de 10,0 mg/L Nitrato e mg/L

para Nitrito.

(52)

Esgotos domésticos brutos: as formas predominante

são nitrogênio orgânico e amônia.

Estes dois, conjuntamente, são determinados em

laboratório pelo método Kjeldahl, constituindo o

assim denominado Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK).

* desnitrificação

nitrato é reduzido a nitrogênio

gasoso.

2.3. Nitrogênio

* nitrificação

amônio é oxidado a nitrito e este a

nitrato.

(53)

A maior parte do NTK nos esgotos domésticos tem

origem fisiológica. As demais formas de nitrogênio são

usualmente de menor importância nos esgotos afluentes

a uma estação de tratamento. Em resumo, tem-se:

NTK = amônia + nitrogênio orgânico (nitrogênio Kjeldahl,

forma predominante nos esgotos doméstico)

NT = NTK + NO

2-

+ NO

3-

(nitrogênio total)

2.3. Nitrogênio

O NTK pode ser ainda dividido em uma fração solúvel

(dominada pela amônia) e uma fração particulada (associada

aos sólidos em suspensão orgânicos)

(54)

 A amônia existe em solução tanto na forma de íon amônio (NH4+) como na forma

livre, não ionizada (NH3), segundo o equilíbrio dinâmico:

 Distribuição entre as formas do nitrogênio amoniacal

pH < 8  na forma de NH4+

pH = 9,5  50% NH3 e 50% NH4+

pH > 11  na forma de NH

(55)

2.4. Fósforo

 No esgotos domésticos apresenta-se na formas de

fosfatos:

 Inorgânica: origem principalmente nos detergentes

e outros produtos químicos domésticos:

*ortofosfatos

(PO

43-

, HPO

42-

, H

2

PO

4-

, H

3

PO

4

)

prontamente disponíveis;

*polifosfatos

moléculas mais complexas

disponibilizados lentamente por hidrólise;

 Orgânico (ligado a compostos orgânicos) : origem

fisiológica.

(56)

2.4. Fósforo

 Outra forma de dividir o fósforo nos esgotos é quanto a

sua forma como sólidos:

Fósforo

solúvel

(predominantemente

inorgânico):

principalmente polifosfatos e ortofosfatos;

Fósforo particulado (todos na forma orgânica): ligado à

matéria orgânica particulada dos esgotos.

Importância do fósforo:

 nutriente essencial para microrganismos

decompositores;

 essencial para o crescimento de algas

eutrofização.

(57)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

Grande relevância da qualidade biológica da água é à

possibilidade de transmissão de doenças (os principais

grupos de organismos de interesse do ponto de vista de

saúde pública, com associação com a água ou com

fezes, são as bactérias, os vírus, os protozoários e os

helmintos).

 A

origem

deste

agentes

patogênicos

é

predominantemente humana (reflexo do nível de saúde

da população e das condições de saneamento básico de

cada região).

(58)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 Pode ser também de procedência animal (fezes de

cães e gatos), ou então pela presença de animais na

rede de esgoto (roedores).

 A quantidade de patógenos presentes no esgoto de

uma determinada localidade depende: das condições

sócio-econômicas

da

população;

das

condições

sanitárias; da região geográfica; da presença de

indústrias agroalimentares; do tipo de tratamento a que

o esgoto e o lodo foram submetidos (no caso de esgotos

tratados).

(59)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 A detecção de agentes patogênicos é extremamente difícil,

pois a concentração final de patogénos por unidade de

volume em um corpo

d’água é bastante reduzida (sua

detecção através de exames laboratoriais torna-se difícil e

onerosa).

 Este obstáculo é superado através do estudo dos

organismos indicadores de contaminação fecal: tais

organismos são predominantemente não patogênicos,

mas dão uma satisfatória indicação de quando uma água

apresenta contaminação por fezes humanas ou de animais e

da sua potencialidade para transmitir doenças.

(60)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

Os organismos mais comumente utilizados com

tal

finalidade

são

as

bactérias

do

grupo

coliforme, pelas seguintes razões:

* Os coliformes apresentam-se em grande

quantidade nas fezes humanas, com isto, a

probabilidade de que sejam detectados após o

lançamento é incomparavelmente superior à dos

organismos patogênicos;

(61)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

* Os coliformes apresentam resistência superior à

maioria das bactérias intestinais.

Essa característica é importante, pois não seriam bons

indicadores de contaminação fecal se morressem mais

rapidamente que o agente patogênico;

* Os mecanismos de remoção de coliformes nas

ETAs e nas ETEs são os mesmos mecanismos de

remoção das bactérias patogênicas, assim, a remoção

das bactérias patogênicas esta associada à remoção

dos coliformes;

(62)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

* As técnicas bacteriológicas para a detecção dos

coliformes são rápidas e econômicas.

Os principais indicadores de contaminação

fecal

comumente

utilizados

são

os

coliformes

totais

(CT);

os

coliformes

termotolerantes e a Escherichia coli (E.

coli).

(63)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 Coliformes totais (CT): as bactérias do grupo

coliforme estão presentes no intestino humano e de

animais de sangue quente.

O

grupo

dos

coliformes

inclui

bactérias

não

exclusivamente

de

origem

fecal,

podendo

ocorrer

naturalmente no solo, água e plantas (principalmente em

climas tropicais, os coliformes apresentam a capacidade

de multiplicarem-se na água).

(64)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

No caso de abastecimento de água potável, a água

tratada não deve conter coliformes totais, os quais,

casos

encontrados,

sugerem

tratamento

inadequado, contaminação posterior ou nutrientes

em excesso na água tratada.

Segundo a Portaria 2914/2011 os coliformes totais

podem ser usados como indicadores da eficiência

do tratamento da água e da integridade do sistema

de distribuição.

(65)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 Coliformes termotolerantes: até recentemente

eram referenciados na literatura como coliformes

fecais, entretanto o grupo inclui bactérias de origem

não exclusivamente fecal, embora em proporção

bem menor que a encontrada no grupo dos

coliformes totais.

Os coliformes termotolerantes são bactérias que

resistem

à

elevada

temperatura

do

teste

de

(66)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 Escherichia coli (E. coli): é a principal bactéria do

grupo dos coliformes termotolerantes.

A sua detecção laboratorial é bastante simples e

diferentemente dos coliformes totais e termotolerantes, e

segundo a Portaria 2914/2011 a E coli é a única que dá

garantia de contaminação exclusivamente fecal.

Entretanto, a sua detecção não dá garantia de que a

contaminação seja humana, já que a E coli pode ser

encontrada também nas fezes de outros animais.

(67)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 O método Colilert para detecção da E. coli • Facilidade de uso simplifica o treinamento;

• Embalagem de dose unitária elimina a necessidade de preparação;

• Aprovado pelas organizações norte-americanas EPA, AOAC, IBWA, EBWA, por outras organizações internacionais e aceito pelos Métodos Padrão para Exames

de Água e Esgoto (Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater);

• Aprovado nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Malásia, Nova Zelândia, Taiwan (Formosa), Irlanda, Islândia, África do Sul e aceito devido à sua adequabilidade aos regulamentos de testes em vários outros países;

• Mais de 90% dos laboratórios nos Estados Unidos utilizam o Colilert; :• Rápido (tempo de manuseio inferior a um minuto);

• Detecta coliformes totais e E. coli, simultaneamente, em 24 horas ou menos; • Não há necessidade de limpeza de utensílios nem de contagem de colônia.

(68)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

 O método Colilert para detecção da E. coli

O meio Colilert contém os nutrientes ONPG (o-nitrofenil- Beta

-D-galactopiranosídeo) e MUG (4-metil-umbeliferil- Beta -D-glucoronídeo).

As enzimas específicas características dos coliformes totais (Beta-Galactosidade) e da E. coli (Beta-Glucoronidase) ao metabolizarem os nutrientes, causam a liberação do radical orgânico cromogênico, e como conseqüência, a amostra passa a apresentar uma coloração específica amarela para coliformes totais e fluorescência (na presença de luz ultravioleta a 365 nm) para E. coli.

(69)

2.5. Organismos patogênicos e indicadores de contaminação fecal

Referências

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