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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO NPG CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL- TURMA K

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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO – NPG

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL- TURMA K

JANAINA MACEDO NICANDIDO

REFLEXÕES SOBRE AS CONCEPÇÕES

TEÓRICO/METODOLÓGICAS DO PROCESSO DE

INCLUSÃO DO ESTUDANTE COM TEA

Maceió – Alagoas 2019

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JANAINA MACEDO NICANDIDO

REFLEXÕES SOBRE AS CONCEPÇÕES

TEÓRICO/METODOLÓGICAS DO PROCESSO DE

INCLUSÃO DO ESTUDANTE COM TEA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional do Centro CESMAC. Sob a orientação da Profª. Drª: Valéria Cavalcante, como requisito para a obtenção da nota final do curso.

Maceió - Alagoas 2019

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JANAINA MACEDO NICANDIDO

REFLEXÕES SOBRE AS CONCEPÇÕES TEÓRICO/METODOLÓGICAS DO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ESTUDANTE COM TEA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional do Centro CESMAC. Sob a orientação da Profª. Drª: Valéria Cavalcante, como requisito para a obtenção da nota final do curso.

APROVADO EM: ___/____/_____

______________________________________________ Prof.ª. Drª. Valéria Campos Cavalcante

Orientadora BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Examinador 1 _______________________________________________ Examinador 2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL TURMA K COORDENAÇÃO DE CURSO

TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para os devidos fins de direito e que se fizerem necessários, que assumo absoluta responsabilidade pelo conteúdo apresentado neste Trabalho, isentando a Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional do Centro Universitário Cesmac, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer representação contra o trabalho.

Estou informado(a) de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso de plágio confirmado do trabalho apresentado para correção.

Maceió, ____ de

_______________________________________ Nome do Aluno(a)

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ... 07 2.INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS... 08 2.1- A INCLUSÃO NO BRASIL-CAMINHOS POSSÍVEIS... 11 3. A RELAÇÃO FAMÍLIA x ESCOLA NO PROCESSO PEDAGÓGICO DOTEA. 13

4. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIAIZADO (TEA) 17

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 22 REFERÊNCIAS... 23

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REFLEXÕES SOBRE AS CONCEPÇÕES TEÓRICO/METODOLÓGICAS DO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ESTUDANTE COM TEA

Janaina Macedo Nicandido Graduada em Pedagogia do Centro Universitário CESMAC Profª. Drª. Valéria Campos Cavalcante Orientadora

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o processo de inclusão dos estudantes com Transtorno do espectro autista (TEA) nas escolas brasileiras. A partir desse intuito buscamos trazer a trajetória da Educação Inclusiva no Brasil, e a legislação específica da área. Autismo aqui entendido como um distúrbio central que se apresenta em alguns indivíduos como dificuldade em estabelecer relações consideradas “padrões” às situações do cotidiano, desde o início de sua vida, Kanner (1934). Diante das dificuldades de se incluir esses indivíduos na escola, porque há uma falta de informação sobre o que deve ser feito ou não quando se tem em sala de aula estudantes com autismo. Dentro das possibilidades de inclusão ressalta-se a relevância do AEE como espaço formador para esses sujeitos. Neste trabalho, busca-se ainda apontar conceitos, características e tratamentos que devem busca-ser dispensados a estes alunos. Entendendo que a Escola e família devem trabalhar juntos nesse processo, pois ambos são responsáveis pela educação da criança, e essa parceria contribui diretamente no desenvolvimento do individuo.

Palavras-chaves: Inclusão escolar; Autismo, Família

ABSTRACT: The present work aims to reflect on the process of inclusion of students with Autism spectrum disorder (ASD) in Brazilian schools. From this aim we seek to bring the trajectory of inclusive education in Brazil, and the specific legislation of the area. Autism here understood as a central disorder that presents itself in some individuals as difficulty in establishing relationships considered "patterns" to everyday situations, from the beginning of his life, Kanner (1934). Faced with the difficulties of including these individuals in school, because there is a lack of information about what should be done or not when students with autism are in the classroom. Within the possibilities of inclusion, the relevance of the ESA as an educational space for these subjects is emphasized. In this work, we also seek to point out concepts, characteristics and treatments that should be dispensed to these students. Understanding that the school and family must work together in this process, since they are...

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REFLEXÕES SOBRE AS CONCEPÇÕES TEÓRICO/METODOLÓGICAS DO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ESTUDANTE COM TEA

1. Introdução

Este artigo traz como objetivo, refletir e verificar como ocorre o processo de inclusão e ensino-aprendizagem de alunos com Transtorno do espectro autista (TEA) nas escolas. A escolha do tema foi para entender melhor, como ocorre o processo de desenvolvimento e aprendizagem do estudante com TEA, e através desse estudo e pesquisa buscar estratégias para a alfabetização dessas crianças, pois se faz necessário fornecer ao autista uma educação favorável e de qualidade.

O autismo é visto por alguns pesquisadores como Kanner (1934) como organização em torno do distúrbio central que é a inaptidão dos indivíduos em estabelecer relações consideradas “padrões” às situações do cotidiano, desde o início de sua vida. Dentro deste contexto, esses sujeitos que não se enquadram no padrão da sociedade, são classificados como autistas.

Assim, o autismo é classificado como um dos transtornos globais do desenvolvimento e é caracterizado por um comportamento dependendo do grau de comprometimento, em diversas áreas do desenvolvimento, ressaltando as dificuldades nas habilidades de interação social, habilidades de comunicação, e sobretudo a presença de estereotipias de comunicação comportamental, interesses e atividades.

Diante de estas questões me inquieta compreender: o que fazer para educar estudantes com autismo, como trabalhar aspectos da aprendizagem dos estudantes com TEA, como pode-se trabalhar a relação escola e família?

É importante salientar que não há respostas prontas para todas as dificuldades encontradas na educação. Mas sabemos que existem experiências, trabalho e trocas de saberes na construção de um longo caminho.

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 3 anos de idade e se prolonga por toda a vida. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são acometidas por esse transtorno. Quando buscamos e pesquisamos sobre esse transtorno, compreendemos que o mesmo pode ser relativamente simples quando

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estamos dispostos a nos colocar no lugar do outro, com aquele olhar humano é possível resgatar a nobreza de realmente conviver com as diferenças e que talvez seja esse, o maior dos nossos desafios aceitar o diferente e ter a chance de conviver e aprender com ele. Acredita-se, portanto que a escola pode proporcionar aos estudantes com TEA oportunidades tanto de socialização quanto de aprendizagem.

Conforme Camargo e Bosa (2009, p. 65),” o autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuado atípico na interação social e comunicação, assim como pelo repertório marcadamente restrito de atividades e interesses”.

A escola atua no processo de ultrapassar os tais déficits sociais dessas crianças, que são consideradas como indivíduos que possuem um desenvolvimento social de risco, possibilitando a elas, experiências socializadas, permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos. A inclusão do estudante com TEA na escola oportuniza os contatos sociais e favorece não só em seu desenvolvimento, mas o das outras crianças, pois convivendo juntas aprenderão com as diferenças.

2. INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

O Século XX trouxe avanços importantes para as pessoas com deficiência, sobretudo em relação às ajudas técnicas, e ou tecnologias assistidas. Os instrumentos que já vinham sendo utilizados - cadeira de rodas, bengalas, sistema de ensino para surdos e cegos, dentre outros foram se aperfeiçoando. Por volta dos anos de 1902 até 1912, cresceu na Europa a formação e organização de instituições voltadas para preparar a pessoa com deficiência. Levantaram-se fundos para a manutenção dessas instituições, sendo que havia uma preocupação crescente com as condições dos locais aonde as pessoas com deficiência se abrigavam. Já começavam a perceber que as pessoas com deficiência precisavam participar ativamente do cotidiano e integrarem-se na sociedade.

Na Alemanha, nos anos seguintes, fez-se o primeiro censo demográfico de pessoas com deficiência, com o objetivo de organizar o Estado para melhor atender as pessoas com deficiência.

Nos Estados Unidos, realizou-se a Primeira Conferência da Casa Branca sobre os Cuidados de Crianças Deficientes e, na cidade de Boston, em 1907, a

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Goodwill Industries organizou as primeiras turmas de trabalho protegido de pessoas com deficiência nas empresas.

Em 1914 o Império Alemão declara guerra. O período da Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, em que os Impérios Alemão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano batiam-se contra o Império Britânico, França, Rússia e ao final os Estados Unidos, foram anos de muitas guerras no mundo. As mulheres puseram-se a trabalhar para sustentar a família enquanto os maridos estavam na guerra. As crianças com e sem deficiência ficavam em abrigos. Mesmo com o fim da Primeira Grande Guerra os conflitos políticos continuaram e os países estavam em crise financeira. No entanto, era necessário que os governos se preocupassem com o desenvolvimento de procedimentos reabilitação dos ex-combatentes, melhorando a reabilitação dos jovens veteranos.

Somente em 1919, com o Tratado de Versailles, é consolidada a paz, embora não tenha sido duradoura, e é criado um importante organismo internacional para tratar da reabilitação das pessoas para trabalho no mundo, inclusive das pessoas com deficiência: a Organização Internacional do Trabalho. OIT - Organização Internacional do Trabalho. Logo após a guerra, a sociedade civil atenta e preocupada com os problemas sociais em curso, organizou-se para buscar soluções de melhorar os mecanismos de reabilitação. A primeira organização a se constituir foi a Sociedade Escandinava de Ajuda a Deficientes, atualmente conhecida como Rehabilitation Internacional.

Em 1948, a comunidade internacional se reúne na nova sede da ONU, em Nova York, jurando solenemente nunca mais produzir as atrocidades como aquelas cometidas durante a Segunda Guerra Mundial. Os dirigentes mundiais decidem então reforçar a Carta das Nações Unidas, declarando em um só documento todos os direitos de cada pessoa, em todo lugar e tempo. Nasce a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Declaração Universal dos Direitos do Homem Artigo 1º: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

No artigo 25 há menção expressa à pessoa com deficiência, designada de “inválida”, principalmente o artigo 25 quando define que:

1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.

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2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Diante dessa legislação o processo de inclusão se ampliou para alunos com alguns tipos de deficiência nos sistemas de ensino, nesse aspecto tem sido tema de um série de debates desde que em, 1994, a Declaração de Salamanca foi assinada, divulgando uma serie de diretrizes básicas para a formulação e reforma de politicas e sistemas educacionais, a partir do conceito ampliado de necessidades educacionais especiais (NEE) e da necessidade da educação especial aplicar-se ao principio “ educação para todos”, iniciado a partir dos anos 90 ( UNESCO, 1994). A partir da Declaração de Salamanca, o conceito NEE passou a incluir, além das pessoas com deficiências, aquelas com dificuldades temporárias ou permanentes oriundas de situações como exclusão e abusos sofridos. Ser incluído em uma escola é estar presente, estar no diário de classe, saber que você tem um lugar, saber que você tem uma carteira para sentar.

Grande parte do argumento sobre inclusão, particularmente em países mais ricos, tem sido sobre movimentar crianças. É quase como: “se se conseguir colocar as crianças dentro da escola, isso é inclusão.” Entretanto o aluno pode estar em uma escola, pode estar sentado em uma sala de aula e não estar incluído. Pode estar, simplesmente, perdendo seu tempo. É preciso ir além da presença, é preciso ver o que realmente está acontecendo, é preciso observar a participação de todas as crianças da sala.

A inclusão educacional é um direito do aluno e requer mudanças na concepção e nas práticas de gestão, sala de aula e de formação de professores, para que se efetive o direito de todos à escolarização. Está fundamentado na Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva. Ao incluir as pessoas com deficiência, a escola se converte em ambiente mais propício à aprendizagem. Cada um é único e não existe uma fórmula geral que funcione para todos. O ritmo de aprendizagem é individual, seja da criança com deficiência, ou não. Quanto mais recursos à escola oferecer, menos limitações às crianças terão.

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No Brasil o atendimento a pessoas com deficiência teve inicio na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant (IBC), e o Instituto dos Surdos Mudo, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES), ambos no Rio de Janeiro. No século XX é fundado o Instituto Pestalozzi em 1926, instituição especializada no atendimento ás pessoas com deficiência mental, em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e em 1945 é criado o primeiro atendimento educacional especializado ás pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. Em 1961, o atendimento educacional a pessoas com deficiência passa a ser fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN, Lei n°4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. A LDBEN de 1961 sofre uma alteração pela Lei de n°5.692/71 que define “tratamento especial” para estudantes com “ deficiências físicas, mentais, aos que se encontram em atraso considerável quanto á idade regular de matriculas e os superdotados”. Mas esse documento não promoveu a organização de um sistema eficaz e capaz de atender aos estudantes com algum tipo de deficiência, encaminhando assim, os estudantes para as classes e escolas especiais. O MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) em 1973 esse centro tornou responsável pela gerência da educação especial no Brasil, impulsionando ações educacionais voltadas ás pessoas com deficiências e ás pessoas com superdotação. O artigo 7° da Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência estabeleceu o compromisso com a adoção de medidas necessárias para assegurar às crianças com deficiência, o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais em igualdade de oportunidade com as demais. O documento internacional também resolveu a polêmica da coexistência entre um sistema segregado de educação, que se baseia na condição de deficiência, e um sistema comum, que reconhece e valoriza a diversidade humana presente na escola, ao explicitar que o direito das pessoas com deficiência à educação somente se efetiva em sistemas educacionais inclusivos, em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino.

O Artigo 5º da Constituição Federal (CF) de 1988 conta com 78 incisos que determinam quais são nossos direitos fundamentais, como a Igualdade de Gênero, a

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Liberdade de Manifestação do Pensamento e a Liberdade de Locomoção, que têm como objetivo assegurar uma vida digna, livre e igualitária a todos os cidadãos de nosso País. Um de seus objetivos fundamentais, é ” promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outras formas de discriminação” (art.3°, inciso IV). Já o artigo 20° define a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.

A inclusão como processo social amplo, vem acontecendo em todo o mundo, desde a década de 50. É a modificação da sociedade como pré-requisito para que uma pessoa com necessidades especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (SASSAKI, 1997). Segundo o autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais.

Kupfer (2001) explica: “garantir que uma criança ‘diferente’ viva é garantir que ninguém terá o poder de decidir sobre a vida ou a morte de quem quer que seja; portanto, garantir que uma criança com problemas viva é garantir que os demais vivam também”. Promover uma sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais, aprenda a conviver dentro da diversidade humana, através da compreensão e cooperação (CIDADE & FREITAS, 1997), torna cada um melhor e mais ativo.

Pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente” (EDLER CARVALHO, 1998)

Entende-se que, em uma Escola Inclusiva, o processo educativo deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade escolar. O objetivo principal é fazer com que a escola atue em todos os seus escalões, possibilitando a integração e o aprendizado de todas as crianças que dela fazem parte.

De acordo com Bordenave e Pereira (2007), as estratégias estão relacionadas com a forma de oferecer ao aluno oportunidades para viver as experiências desejadas, além, também, das maneiras de estruturar as atividades, isto

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é, estabelecer situações de ensino-aprendizagem, em que haja uma alta probabilidade de que as ditas experiências realmente aconteçam.

A Lei de Diretrizes e Base da Educação, Lei 9.394/96 em seu artigo 59-A, diz que o poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação, matriculados na educação básica e na educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades dos alunos.

2. A RELAÇÃO FAMILIAR X ESCOLA NO PROCESSO PEDAGÓGICO DOS ESTUDANTES COM TEA

Diante de algumas mudanças que vem ocorrendo ao longo dos anos, a criança passa a assumir um lugar de importância no seio da família e consequentemente na sociedade, dada a percepção que a classe média começa a ter com os seus filhos. No entanto, a criança desejada é a criança “perfeita”, ou seja, que tenha nascido com o desenvolvimento físico e intelectual dentro dos parâmetros clínicos que são estabelecidos na sociedade.

Nesse sentido, as famílias se preparam ansiosamente para esse momento de significados marcantes para suas histórias e não incluem as possibilidades do diferente, de uma criança que ao nascer não esteja na simetria desejável pelos pais e a sociedade. Compreendemos, portanto, que a aceitação vai de confronto a todos os planos idealizados para o filho, assim, surge a dor da desconstrução dos possíveis sonhos e a preocupação com o futuro da criança.

A chegada de um filho autista rompe com as expectativas idealizadas. Segundo Serra (2010) os membros familiares se manifestam de modos diversos ao receber a notícia do diagnóstico, além disso, existe uma sobrecarga emocional que recai sobre as mães. A partir do levantamento bibliográfico observamos em muitos casos que as mães abdicam da vida profissional e acadêmica para dedicar-se exclusivamente ao filho, enquanto que os pais assumem a responsabilidade financeira na família.

A família é onde se estabelece a principal e mais importante relação social que existe, porque é a família que tem as funções mais importantes para um bom desenvolvimento de uma criança, como por exemplo: criar, educar, proteger e estimular a autonomia da criança. É importante que a mesma, mostre interesse nas

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atividades realizadas pela escola, participando e auxiliando nesse processo, pois juntas escola e família, irão agregar conhecimentos e valores que ajudará no crescimento e desenvolvimento da criança com TEA.

A inclusão do aluno com transtorno do espectro autista constitui-se numa questão bastante delicada, a qual requer todo o cuidado e dedicação não só de nós professores, mas de todos os envolvidos no processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno (pais, professores, demais funcionários da escola, amigos etc.) e a sociedade como um todo. Para que a inclusão ocorra de fato, faz-se necessário que ocorram mudanças dentro do sistema de ensino juntamente com o envolvimento de toda a sociedade. A colaboração, a liderança compartilhada e o apoio curricular são alguns dos elementos essenciais para a implementação deste processo, mas é preciso que haja a participação de todos: professores, alunos, família e comunidade escolar.

Segundo Sassaki (2005), a inclusão é um processo que vai além da inserção das pessoas com necessidades educacionais especiais em salas de aula comum do ensino regular e para que ela ocorra de fato é necessário uma mudança na própria sociedade, no sentido de se organizar de forma a atender às necessidades de todos, indistintamente, sejam deficientes ou não:

Portanto, a inclusão consiste em adequar os sistemas sociais gerais da sociedade de tal modo que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu seio e mantinham afastadas aquelas que foram excluídas. A eliminação de tais fatores deve ser um processo contínuo e concomitante com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas, independentemente de suas diferenças individuais e da suas origens na diversidade humana. Pois, para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. (SASSAKI, 2005, p. 21)

Seguindo essa perspectiva, Dessen e Polonia (2007, p. 01) afirmam que: “Escola e família constituem dois contextos de desenvolvimento fundamentais para a trajetória de vida das pessoas.” e que “A integração entre esses dois contextos é destacada como desafio para a prática profissional e pesquisa empírica.” Isso confirma que os dois precisam andar juntos, concatenados, seguindo um mesmo objetivo, em prol do desenvolvimento cognitivo do ser humano.

Neste sentido, é imprescindível que família e escola estabeleçam uma parceria para a promoção do desenvolvimento dos alunos, em especial dos alunos com TEA. No entanto, a escola precisa dispor de todos os recursos necessários para que a inclusão de fato ocorra, é preciso que a escola esteja preparada para receber

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esses alunos, porque não basta apenas que haja a inserção dos alunos com deficiência no ensino regular. É necessário e de suma importância, que a escola se empenhe em promover essa participação ativa da família nas atividades escolares de seu filho, de modo a entender que trata-se de uma ação conjunta, de um trabalho colaborativo, que não é somente de responsabilidade da instituição escolar, mas sim de toda a sociedade.

Através dos estudos acima, foi possível observar que há uma consensual necessidade de aproximação entre família e escola, porém as relações entre estes sistemas são vistos de diferentes maneiras. Por exemplo, enquanto a abordagem psicossociológica de Oliveira (2002) entende que cabe primordialmente a escola prestar apoio educacional e informativo ás famílias, Polonia e Desser (2005;2007) enfatizam que o papel da escola é oferecer apoio social á família, o que influenciará indiretamente sobre o desenvolvimento do filho.

Vale considerar que a comunicação entre a família de pessoas com autismo e a escola, merece uma atenção maior nos modelos de envolvimento parental. É necessário que haja conhecimentos específicos sobre o autismo e devem estar presente entre professores e membros da escola, já que estes são objeto de interesse dos pais de criança com NEE. Quando falamos em pais de pessoas com autismo, deve-se destacar uma característica peculiar como o estresse parental (SCHMIDT, BOSA, 2003; 2006; 2007; SCHMIDT, 2004; BOSA, 2006; FÁVERO, 2005). Portanto o autismo pode afetar a família, e causar um possível estresse familiar, interferindo negativamente nas relações entre família e escola, consequentemente, na escolarização do estudante.

Laluvein (2001) ainda destaca que os pais são agentes fundamentais na educação dos filhos e os mesmos possuem acesso a conhecimento e informações oriundos de uma variedade de fontes. Isto poderia resultar em situações problemáticas quando os pais utilizam essas informações para desafiar e entrar em conflito com os professores ou autoridade escolar.

As características associadas ao transtorno afetam as condições físicas ementais do sujeito, aumentando a demanda por cuidados. Assim tem se demonstrado que as mães de crianças com TEA tendem a apresentar maior risco de crise e estresse parental do que os pais, ou mesmo em comparação a mães de crianças com outros transtornos (SIFUENTES e BOSA, 2010, p. 478).

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modos diversos ao receber a notícia do diagnóstico, e que a sobrecarga emocional e das tarefas ficam sobre a mãe do indivíduo. Estudiosos apontam que mulheres costumam paralisar inclusive a vida profissional e/ou acadêmica e passam a viver em função do filho com o TEA. A família costuma ter sua renda reduzida em razão da permanência da mulher em casa e as despesas aumentadas, já que os gastos com terapias e tratamentos específicos duram por quase toda a vida da criança.

De acordo com Bosa (2006, p. 51), uma das questões mais importantes ao desenvolver grupos de apoio para pais é ter em mente que as famílias variam quanto ao tipo de suporte e informação de que necessitam, ou seja, mesmo dentro de uma mesma família, cada membro pode ter diferentes visões e expectativas, tanto sobre a criança como sobre suas próprias necessidades. Não é suficiente dizer aos pais o que eles devem fazer sem ensiná-los como. Assim, é importante auxiliar os familiares a reconhecerem a frustração, a raiva e a ambivalência de seus sentimentos como um processo normal de adaptação. Ensinar técnicas de manejo com a criança e prover informações sobre o espectro do autismo em si é tão fundamental quanto focar-se em aspectos emocionais. Deve-se também aconselhar aos pais sobre as vantagens e desvantagens relativas a diferentes tratamentos.

Ainda de acordo com Bosa (2006, p. 51), o suporte social é um importante recurso para a família e tem sido visto como um dos fatores-chave para o amortecimento do estresse em família. A troca de informações no nível interpessoal fornece suporte emocional e um senso de pertencer a uma rede social onde operam a comunicação e compreensão mútua. Os profissionais que trabalham com essas famílias podem auxiliá-las a avaliar tanto os fatores de estresse quanto os recursos para solucionar problemas.

A convivência compartilhada da criança com autismo na escola, a partir da sua inclusão no ensino comum, pode oportunizar os contatos sociais e favorecer não só o seu desenvolvimento, mas o das outras crianças, na medida em que estas últimas convivam e aprendam com as diferenças (CAMARGO e BOSA, 2012, p.316).

A inclusão do aluno com TEA, considerando a participação plena nas atividades escolares e aprendizagem, ainda não é para a maioria uma realidade. O trabalho com esses alunos, sobretudo, na sala comum, constitui um grande desafio para os educadores. A tomada de decisão sobre a inclusão da criança com autismo na sala comum deve-se considerar além das singularidades do sujeito, o ambiente escolar onde este aluno está inserido, e o contexto familiar do mesmo. Estes cenários

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devem ser investigados para que seja possível a elaboração de um programa educacional de qualidade (MENEZES, 2012, p. 51).

3. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE). IMPORTÂNCIA E FINALIDADES NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE PESSOAS COM AUTISMO Inicialmente gostaríamos de nos remeter a 1994, quando acontece em Salamanca, na Espanha, uma Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, cujo princípio norteador mostra que as escolas devem acolher a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras.

Sendo assim, compreende-se que o movimento pró-inclusão ganhou força em Salamanca e posteriormente, ainda em 1994, na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais. Essa Conferência influenciou a legislação de vários países, inclusive o Brasil, tendo em destaque o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva de educação inclusiva.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394/96 recomendou que os sistemas de ensino devam:

1. Assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades;

2. Assegurar a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental em devido suas deficiências;

3. Aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar.

Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a integração da pessoa com deficiência, define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular.

Na Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, é determinado que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).

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Quando paramos para refletir sobre a importância da escola nesse processo de inclusão, concluímos que nenhum outro espaço seria capaz de substituir seu caráter social e de ensino, pois é na escola que constitui-se um espaço privilegiado para a construção do saber historicamente constituído, ou seja, este lugar é fundamental para o desenvolvimento integral dos alunos, os quais participam deste contexto e para a pessoa com deficiência não poderia ser diferente. Portanto, a educação inclusiva fomenta o repensar das práticas na escola comum, por meio de ações que atendam as diferenças considerando também os distintos contextos, que este sujeito faz parte. Assim, para Mittler (2003):

A Inclusão implica uma reforma radical nas reformas em termos de currículo, avaliação, pedagogia e formas de agrupamentos dos alunos em sala de aula. Ela é baseada em um sistema de valores que todos se sintam bem vindos e celebra a diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de origem, o background social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência. (MITTLER,2003, p34)

Dentro deste contexto, entende-se que o AEE complementa a formação do aluno, visando a sua total autonomia tanto na escola como fora dela, construindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É realizado de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais. Portanto, é parte integrante do projeto político pedagógico da escola. Nessas salas

de recursos multifuncionais são atendidos alunos da educação especial, conforme

estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto N.6.571/2008.

 Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (ONU,2006).

 Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndrome do espectro autismo e psicose infantil. (MEC/SEESP,2008).

 Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (MEC/SEESP, 2008).

Assim, constata-se que a educação especial é uma modalidade de ensino que atende a todos os níveis e etapas e todas as modalidades da educação básica e

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superior, que disponibiliza o Atendimento Educacional Especializado (AEE), os recursos próprios desse atendimento e orienta alunos e professores quanto à utilização desses recursos nas turmas comuns do ensino regular, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva de educação inclusiva (2008).

A RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 diz que os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), e este deve ser ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

O AEE é um serviço da educação especial, realizado no período oposto ao frequentado pelo aluno no ensino regular, e sua oferta é obrigatória a todos os alunos públicos-alvo da educação especial (BRASIL, 2008).

A partir do processo de democratização dos sistemas de ensino, diversos movimentos e leis passaram a fazer parte do processo de escolarização de alunos com necessidades especiais. Sánchez (2005) destaca que o reconhecimento da educação como um direito, e a consideração da diversidade como um valor educativo essencial para a transformação das escolas, são pontos essenciais para as mudanças nesse contexto.

Nessa perspectiva, os sistemas de ensino devem favorecer a aprendizagem e a valorização das diferenças, atendendo as necessidades educacionais de seus alunos, organizando e promovendo condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação, o AEE aparece como possibilidade de concretude neste sentido.

O profissional habilitado para atuar neste atendimento é o professor de educação especial, que deverá ter uma formação específica na área de atuação. No atendimento realizado no turno oposto, as necessidades e potencialidades são trabalhadas, com a finalidade de oferecer novos caminhos para aprender, para que o aluno da educação especial possa de fato ter suas diferenças atendidas e respeitadas. A partir do atendimento, o professor de educação especial pode contribuir com observações e sugestões quanto ao trabalho realizado em sala de aula, para juntamente com o professor do ensino comum pensem em possibilidades de intervenção. Este atendimento é definido pela Política de

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Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, tendo como função: [...] identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. (BRASIL, 2008, p. 10) Através da citação acima, é possível observar claramente que o AEE é um atendimento com caráter complementar ao ensino regular, sendo importante para a formação do aluno que o frequenta, pois é, neste espaço, que será abordado os campos conceituais, os quais possibilitarão maior compreensão dos temas trabalhados em sala de aula, focando em suas maiores necessidades. Sabemos que o sistema de ensino tem a obrigação e o compromisso de oferecer este atendimento aos alunos público alvo da Educação Especial, como indicado na Resolução nº 04 de 2009 do Conselho Nacional de Educação, em seu parágrafo único mostra que:

[...] os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. (BRASIL, 2009, p. 1)

Anteriormente, as escolas delimitavam a escolarização como privilégio de um grupo especifico, excluindo os alunos considerados fora dos padrões “normais”, padrões estes que eram impostos erroneamente pela sociedade. Porém com democratização dos sistemas de ensino, os documentos favorecendo a inclusão escolar foram surgindo, leis começaram a ser criadas, convenções foram realizadas e o processo de escolarização de alunos com necessidades especiais começou a ser contemplado com mudanças positivas.

Hoje existem várias leis, normativas e outros documentos que tratam da inclusão de estudantes com deficiência e alguns serão citados neste trabalho. A Constituição Federal de 1988 traz como um de seus principais objetivos “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de discriminação” e estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino garantindo como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.

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Assim, a matrícula do AEE é condicionada à matrícula no ensino regular. Esse atendimento pode ser oferecido em Centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou privado, sem fins lucrativos. Esses centros devem estar de acordo com as orientações da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e com as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica ( MEC/SEESP, 2009).

O motivo principal de o AEE ser realizado na própria escola do aluno está na possibilidade de que suas necessidades educacionais específicas possam ser atendidas e discutidas no dia a dia escolar e com todos que atuam no ensino regular e/ ou na educação especial, aproximando esses alunos dos ambientes de formação comum a todos. Para os pais, quando o AEE ocorre nessas circunstâncias, propicia-lhes viver uma experiência inclusiva de desenvolvimento e de escolarização de seus filhos, sem ter de recorrer a atendimentos exteriores à escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo trouxe como objetivo refletir sobre o processo de inclusão e ensino-aprendizagem de alunos com Transtorno do espectro autista (TEA) nas escolas brasileiras. Neste trabalho, destaca-se a necessidade de compreender a importância de se incluir o estudante autista, apenas através da paciência, compreensão e muito amor, conhecendo e respeitando suas especificidades, estimulando suas habilidades, compreendendo e valorizando o seu saber e o ser humano que ali se encontra, com inúmeras sensações e que essas devem ser conhecidas e respeitadas.

Através dessa pesquisa, também pode-se perceber que para a inclusão do aluno com transtorno espectro autista no Brasil, há toda uma legislação especifica. A Constituição Federal de 1988 traz como um de seus objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso lV). No entanto, no Brasil mesmo com essa legislação, a inclusão ainda tem um longo caminho a seguir, acreditando que não se

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adequa de modo que garanta uma educação de qualidade, e que o que dificulta o ensino e aprendizagem de qualidade são as barreiras encontradas pelos educadores nas escolas, pois muitos ainda não se encontram preparados para lidar com o diferente, e o âmbito escolar é fundamental para que aconteçam avanços significativos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo desse aluno.

Dentro deste contexto ressaltamos a relevância do AEE (Atendimento Educacional Especializado) que é um serviço da educação especial que identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. O ensino oferecido no atendimento educacional especializado é necessariamente diferente do ensino escolar e não pode caracterizar-se como um espaço de reforço escolar ou complementação das atividades escolares.

Por isso é muito importante que haja um trabalho coletivo entre escola e família. Não devemos pensar no autismo como algo distante e condenado ao isolamento em escolas especializadas. Existem muitas possibilidades que podem ser feitas pelo próprio autista, começando a acreditar que ele tem potencial para aprender e essas crianças necessitam de instruções claras e precisas.

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