• Nenhum resultado encontrado

Os partidos no Eleitorado: percepções públicas e laços partidários no Brasil. Maria D Alva Kinzo DCP/USP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os partidos no Eleitorado: percepções públicas e laços partidários no Brasil. Maria D Alva Kinzo DCP/USP"

Copied!
24
0
0

Texto

(1)

Os partidos no Eleitorado: percepções públicas e laços partidários no Brasil

Maria D’Alva Kinzo DCP/USP

GT09: Mídia e Política: Opinião Pública e Eleições

Coordenadores: Marcus Figueiredo (IUPERJ), Vera Chaia (PUC-SP) e Flavio Silveira(PUC-RS)

(2)

Introdução

Dado que os partidos políticos são instituições que emergiram como produto da ação dos atores políticos tanto nas arenas decisórias como na arena eleitoral, deve-se avaliar o sistema partidário brasileiro tanto em sua eficácia em manter a governabilidade democrática como também em sua capacidade de estruturar a competição eleitoral. No que tange ao segundo aspecto, vale destacar seu papel como agente que organiza o processo eleitoral (mesmo porque é do interesse dos atores políticos que deles se utilizam que assim o façam). Este paper aborda os partidos sob esta ótica. Mas a preocupação que nos move tem a ver menos com seu papel de instrumento das elites políticas para conquistar seus objetivos no mercado eleitoral (aspecto tão bem tratado por Aldrich (1995) para o caso americano), do que com seu impacto no eleitorado. Mais especificamente, voltamo-nos para o exame do impacto das estratégias eleitorais utilizadas pelas elites partidárias sobre o eleitor. Deste modo, a principal indagação que nos norteia é em que medida os partidos fazem alguma diferença do ponto de vista do eleitor. Em outras palavras, mesmo admitindo que os partidos e o sistema partidário no Brasil tenham tido um desempenho satisfatório no que tange, tanto à sua função governamental como à sua função de servir os objetivos eleitorais da elite política, permanece uma questão a ser examinada: quão efetivo eles são em seu papel de orientar os cidadãos na decisão do voto. Assumindo que em regimes democráticos os partidos são importantes também como estruturadores e facilitadores da escolha eleitoral, a condição básica para torná-los um instrumento orientador da decisão é que eles tenham visibilidade suficiente na competição eleitoral. É através de sua visibilidade, combinada com a contínua participação em eleições, que é possível o surgimento de lealdades partidárias, que pode crescer ao longo da experiência política democrática.

Portanto, focalizando os partidos na arena eleitoral trataremos de examinar a seguinte questão: em que medida os partidos brasileiros são entidades capazes de oferecer aos eleitores opções políticas distintas o

(3)

suficiente para construir suas identidades, criar lealdades e servir como atalho no ato de votar.

Para isso, procuramos primeiramente, examinar os índices de volatilidade eleitoral. Embora exaustivamente analisados por Nicolau,1998, Peres, 2002 e Braga, 2003, o argumento aqui defendido difere um pouco das conclusões dos dois últimos trabalhos que apontam uma tendência à estabilização das preferências partidárias. Tendo em conta as alterações significativas na correlação de forças dos partidos registradas nas ultimas eleições, consideramos ser prematura a definição de uma tendência à estabilização do sistema partidário. Em segundo lugar, tratamos de analisar – através de dados de survey1 - algumas evidências empíricas que sugerem que os partidos brasileiros, no seu conjunto, tem tido dificuldades de fixar sua marca junto ao eleitorado.

1. Competição partidária e Partidarismo

Um indicador importante de consolidação de um sistema partidário é a estabilização da competição partidária no sentido de haver alguma previsibilidade sobre os principais competidores e sobre os resultados associados a seus apoios anteriores. Se democracia implica incerteza política, sua consolidação implica a emergência de um padrão de disputa mais ou menos estável. Em novas democracias, quanto mais duradouro for o padrão de competição partidária, maiores as chances de que os eleitores construam imagens partidárias e criem lealdades. No Brasil, o restabelecimento do governo civil em 1985 foi acompanhado da emergência de um sistema multipartidário cujos componentes principais continuam os mesmos, exceto pela criação do PSDB em 1988. Depois de mais de uma década e meia, período em que ocorreram nada menos do que onze embates eleitorais, poder-se-ia esperar que os principais partidos tivessem construído sua imagem de modo a criar uma base de apoio nas eleições. Se isso

(4)

acontecesse, esperar-se-ia que altos níveis de volatilidade eleitoral, presentes nos primeiros anos de vigência do novo regime, tendessem a declinar significativamente na medida em que a competição se estabilizasse em torno dos principais competidores. Poder-se-ia também esperar um crescimento nos níveis de identificação partidária se admitirmos, como sugerido por Downs (1957), que os eleitores tendem a fazer uso dos partidos como um atalho para reduzir o custo da decisão eleitoral, o que se torna mais premente em contextos multipartidários como o brasileiro. É óbvio que este raciocínio depende de como as elites políticas definem suas estratégias para dar visibilidade e tornar os partidos entes distinguíveis. Parece-nos, no entanto, que, no Brasil, o tipo de estratégia utilizada pelas elites para lidar com o complexo conjunto de regras que regulam as eleições tem conduzido a um padrão diferente.

Dados agregados: Índice de Volatilidade Eleitoral

Uma primeira indicação da dificuldade de estabilização do sistema partidário é revelada pelo índice de volatilidade eleitoral que mede os diferenciais na distribuição do apoio eleitoral entre os partidos entre uma eleição e a seguinte (Pedersen, 1990; and Bartolini and Mair, 1990). Quanto mais baixa for a volatilidade eleitoral, maior a probabilidade de que os partidos estabelecidos tenham algum papel em determinar as preferências independentemente do apelo de um candidato particular do partido, de questões políticas específicas ou de qualquer outro evento inesperado. Em contraste, a persistência de altos níveis de volatilidade é um sinal de que os partidos não conseguiram se enraizar junto ao eleitorado a fim de assegurar um nível razoável de apoio popular. Isto seria uma indicação de falta de estabilidade do sistema partidário.

Como bem salientou Nicolau, (1998) a volatilidade eleitoral no Brasil, de uma perspectiva comparada, está entre as mais altas do mundo. Entre as democracias consolidadas, o nível de volatilidade, segundo o índice de 1

Resultantes de um survey realizado na região metropolitana de São Paulo bem como dados secundários sobre preferência partidária dos surveys nacionais do Data

(5)

Pedersen, varia de um país para outro, mas raramente atinge as altas taxas brasileiras. 2 Dados calculados por Nicolau (1998) indicam que no período de 1982-1998, em média, cerca de 30% do eleitorado mudaram seu voto de um partido para outro em eleições consecutivas. Uma análise mais detalhada da volatilidade eleitoral foi feita por Braga (2003) que calculou os índices para a Câmara Federal e Assembléias Estaduais usando os resultados eleitorais, por município, para o período de 1990 a 2002. Esses números são ainda mais surpreendentes: a média para o país, tomando-se os três pares de eleições, é 38,3 para a Câmara Federal e 36,7 para as Assembléias Estaduais. Mais recentemente, a volatilidade eleitoral parou de crescer (Braga, 2003), mas ela se estabilizou em um nível bastante elevado – acima de 30 por cento. Isto nos faz sugerir não haver ainda se estabelecido no Brasil um padrão definitivo de apoio partidário. Se no início dos anos 90, os altos índices de volatilidade podiam ser explicados pela emergência de um novo partido relevante – o PSDB – os ainda altos níveis atuais não se devem à entrada de um novo competidor partidário de peso.

A que se deve então a persistência de alta volatilidade? Não há dúvida que uma das causas tem a ver com as transformações no ambiente eleitoral, as quais ocorreram em todas as partes do mundo. Refiro-me ao impacto da era televisiva sobre a campanha eleitoral, o que resultou numa competição centrada muito mais em personalidades do que em partidos (Wattemberg, 1998 and 2000 and Dalton,2000). No caso brasileiro, além do fato de o jogo partidário e a própria democracia serem instituições jovens, a estrutura de incentivos sob as quais os atores políticos competem por votos contribui, a nosso ver, para dissipar as distinções entre os partidos, tornando difícil a emergência, junto ao eleitorado, de partidarismo. Mais especificamente, as estratégias utilizadas por candidatos e partidos param maximizar seus ganhos – em eleições para cargos executivos e legislativos, sob o sistema majoritário e o proporcional – criam uma situação que não apenas estimula a personalização da competição mas também torna nebulosa a disputa Folha entre 1989-2002.

2

A média do índice Pederson para os países da Europa, entre 1985 e 1996, foi 11,0 (Cf. Nicolau, 1998b). Sobre volatitlidade eleitoral ver em especial Bartolini e Mair (1990) e Mair (1997).

(6)

propriamente partidária. Como os partidos tem menos visibilidade do que os candidatos, eles não conseguem fixar suas imagens junto ao eleitorado, o que dificulta a criação de identidades e conexões com os eleitores. Trataremos de desenvolver este argumento através do exame da questão da identificação partidária a nível individual.

2. Vínculos Partidários no Brasil

Uma primeira condição para que os partidos políticos possam se constituir em balisadores da decisão de voto tem a ver com a capacidade de se conectar com os eleitores criando apoios mais ou menos estáveis. Se isto pode emergir com a experiência contínua de eleições, nas quais os principais competidores são os mesmos partidos, dever-se-ia esperar um crescimento, mesmo que pequeno nas lealdades partidárias. Esta no entanto não parece ser o que tem ocorrido na experiência brasileira atual. O Gráfico 1, com dados de surveys nacionais, apresenta a variação longitudinal da preferência partidária para o período entre 1989 e 2002.3 Não apenas a preferência partidária não tem crescido durante este período, como também apresenta uma tendência declinante. Para o período como um todo – que cobre os anos entre a primeira e da ultima eleição nacional – o percentual médio da preferência partidária atinge apenas 46 por cento.4 Este valor é baixo em comparação não apenas com o padrão internacional (Dalton, 2000) mas também com as taxas

3

Os dados utilizados no gráfico 1, bem como na próxima tabela originam-se de surveys nacionais realizados pelo Instituto DataFolha. Os valores apresentados são a média anual de vários surveys realizados durante cada ano. Uma análise mais detalhada sobre estes dados encontra-se em Carreirão & Kinzo (2002).

4

Usamos o termo preferência partidária ao invés de identificação partidária (que é o conceito usado na literatura) dado ao fato de que a formulação da pergunta utilizada nos surveys no Brazil (“que partido voce prefere?”) difere daquela utilizada nos surveys em países de democracia consolidada (“do you usually think yourself as a Democrat, a Republican, etc ou “as a Conservative, a Labour, etc) (Miller and Traugott, 1989).

(7)

observadas, no Brasil, no final do período do regime democrático de 1946. Como apontou Lavareda, dados de surveys realizados em 1964 evidenciaram uma taxa de 64 por cento de identificação partidária. (Lavareda, 1989 and 1991). É também digno de nota o fato de que nos anos em que ocorreram eleições nacionais - 1994, 1998 and 2002 – quando se supõe que os partidos estejam mais expostos e portanto mais perceptíveis para o eleitor, as taxas de preferência tenham decrescido ao invés de aumentar. Isto é uma clara indicação de que as campanhas eleitorais – tanto para os cargos executivos como para os legislativos – não se centram nos partidos enquanto atores distintos. Durante a campanha, os eleitores estão expostos a uma disputa não apenas entre candidaturas individuais como também entre pacotes de partidos – as alianças eleitorais - cujos componentes não são fixos, variando de tempo em tempo, de estado a estado e mesmo de cargo a cargo. Sob tais condições é improvável o desenvolvimento de laços fortes entre partidos e eleitores.

Preferência Partidária (1989-2002)

0

10

20

30

40

50

60

198

99

199

0

199

1

199

2

199

3

199

4

199

5

199

6

199

7

199

8

199

9

200

0

200

1

200

2

Desagregando os dados por partido e calculando a média para cada ano (Tabela 1) permite-nos observar a variação longitudinal da preferência

(8)

partidária para o período bem como salientar alguns aspectos.5 Primeiro, o fato de um partido estar no governo (especialmente na esfera nacional) – o que supostamente lhe garantiria maior exposição pública – não parece influir na construção de laços partidários: as taxas de preferência partidária são baixas para todos os partidos que tem estado no governo central. O PMDB, que havia construído sua reputação como um movimento de oposição ao regime militar e foi, juntamente com o PFL, responsável pelo primeiro governo civil (1985-90), ocupava, até recentemente, a liderança nas preferência do eleitorado. Mesmo assim, sua melhor taxa (em 1993) não atingiu 20 por cento, além de ter perdido a primeira posição para o PT, declinando sua taxa de preferência para 9 por cento. Também o PFL e o PSDB, que estiveram no governo federal por um longo período (o primeiro de 1985 a 2002 e o segundo de 1994 a 2002) tem apresentado taxas insignificantes de preferência partidária junto ao eleitorado. Segundo, estar na oposição não necessariamente é um fator que ajude na criação de lealdades partidárias. Partidos como o PPB e o PDT – de posições opostas no espectro ideológico – não conseguiram atrair uma porção significativa de simpatizantes. A única exceção tem sido o PT, cuja taxa de preferência tem crescido significativamente: de 10 por cento em 1989 a 18 em 2002.

5

A média anual resultou das taxas observadas em cerca de 4 surveys realizados em cada ano pelo DataFolha.

(9)

Tabela 1: Preferência Partidária no Brasil (1989/2002) (%) Year 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 PMDB 15 12 16 18 19 17 17 15 16 14 12 12 11 9 PT 10 10 11 14 14 15 13 12 13 12 14 15 17 18 PFL 5 4 5 5 5 4 4 6 7 5 5 6 5 6 PPB 5 5 5 6 5 2 3 2 2 2 1 1 si si PSDB 1 2 1 2 3 4 4 5 5 5 4 3 4 4 PDT 5 4 5 4 4 3 3 3 3 2 2 3 1 2 Outro 3 7 5 4 2 3 1 3 5 3 3 5 si si Nenhu m 56 56 52 47 48 52 55 54 49 57 59 55 57 58

Fonte: Instituto Datafolha e FSP 07/10/2002. si = sem informação

Se as taxas baixas de identificação partidária no Brasil tem a ver com uma estrutura de incentivos, na arena eleitoral, que leva ao obscurecimento dos partidos enquanto atores diferenciados, como se explicaria o fato de uma parcela do eleitorado ter criado laços partidários? Acima de tudo, como explicar o caso do PT, cujas taxas cresceram durante o período? Acreditamos que a resposta tem a ver com pelo menos dois fatores. Primeiro, o fator organizacional, que ajuda a entender a singularidade do PT no sistema partidário brasileiro: estamos nos referindo à emergência no início da década de 80 de um típico partido de massa que conseguiu criar um organização forte e uma imagem partidária de esquerda bastante nítida. E esta capacidade do PT de se distinguir dos outros partidos foi o resultado de uma estratégia política que tratou de salientar uma clara postura de oposição ao governo e que dava saliência aos princípios políticos do partido. Isto podia ser visto na recusa do PT, em seus primeiros anos de existência, de formar alianças com

(10)

outros partidos, postura que depois foi substituída por uma estratégia de participar de alianças apenas com partidos do mesmo espectro ideológico.6

O segundo fator que pode ajudar a explicar a presença de laços partidários em uma parcela do eleitorado tem a ver com o nível maior de informação que o eleitor consegue obter sobre os partidos. A obtenção de informação certamente depende do nível de educação, isto é, as pessoas com maior escolaridade são mais propensas a assimilar a informação disponível sobre o jogo partidário, um padrão amplamente discutido na literatura7. Mas para que isso ocorra é necessário que haja suficiente veiculação de informações sobre os partidos, ou seja, que os partidos e suas lideranças estejam suficientemente expostos aos olhos dos eleitores. Aquelas organizações que desenvolverem uma estratégia mais partidária para chegar ao eleitor, diferenciando-se como entidades políticas, como foi o caso do PT, foram capazes de se sobressair no processo político e de atrair mais simpatizantes.

Para sustentar tal argumento apresentamos os dados de um survey realizado na área metropolitana de São Paulo8. Embora se trate de um estudo de caso, esta área representa uma parte importante do Brasil, na medida em que é sua maior região metropolitana e que, até recentemente, se constituía

6 Ultimamente tal estratégia foi alterada consideravelmente. Na verdade, nas eleições de 2002, quando foi eleito Luis Ignácio Lula da Silva, a estratégia adotada foi a de se aliar mesmo com partidos de centro-direita, como foi o caso do PL e do PTB.

7

Ver especialmente o trabalho seminal de Converse (1964).

8

Este survey, realizado em maio de 2002, foi baseado em uma amostra probabilistica de 1500 casos. A seleção dos municípios obedeceu os seguintes procedimentos: a) a cidade de São Paulo foi incluída como município auto-representativo (61,1% do eleitorado); b) os restantes municípios da RMSP foram agrupados em 2 clusters de acordo com o tamanho do eleitorado; c) do cluster 1, que reune 28,5% do eleitorado, foram selecionados aleatoriamente 3 municípios (Moji das Cruzes, Guarulhos e Carapicuíba) e do cluster 2 (agregando 10,4% do eleitorado) foi selecionado 1 município (Cotia); d) o número de entrevistas a serem realizadas em cada um dos municípios foi distribuido proporcionalmente ao tamanho de seu eleitorado, sendo definidas quotas por escolaridade, sexo e idade proporcionalmente a distribuição destas variáveis sócio-demográficas em cada um dos municípios. Agradecemos Leandro Piquet Carneiro pelo assessoramento na definição do plano amostral.

(11)

em destinatária de migrantes vindos de todas as partes do país, tornando-a quase uma amostra nacional no que tange à composição demográfica. Além disso, é uma área onde os principais partidos tem conseguido eleger um significativo número de cargos para os diferentes níveis e ramos do governo. É também o local de nascimento do PT, cuja inserção na disputa política como uma organização de massa poderia ter tido conseqüências nas estratégias dos outros partidos no sentido do desenvolvimento, nesta área, de um padrão da disputa eleitoral de natureza mais propriamente partidária. A tabela 2 apresenta a distribuição da preferência partidária controlada pela escolaridade na região metropolitana de São Paulo (RMSP). As taxas são reveladoras.

Primeiro, cabe observar a posição do PT nesta área: nada menos de 31 % dos entrevistados manifestaram preferência por este partido. É uma taxa significativa se comparada com os 18 pontos percentuais registrados no país como um todo (tomando como comparação a taxa média de quatro surveys nacionais realizados em 2002). Isto certamente é uma clara indicação da capacidade do PT de se enraizar na área que lhe forneceu a base inicial de apoio eleitoral. Entretanto, a inserção do PT como um ator de peso no jogo eleitoral, não resultou na emergência de um padrão diferente de política partidária nesta área, isto é, um tipo de disputa em que partidos alternativos – em oposição ao PT – se fixassem na preferência do eleitorado. Na verdade, os percentuais para os outros partidos são bastante baixos, mesmo no caso do PMDB que já teve nesta área uma de suas mais importantes bases de apoio (Lamounier e Muzinsky, 1983, Sadek, 1984, Melhem, ). Tal discrepância em relação ao PT leva a que o total de 46% de preferência partidária seja bastante similar à taxa média observada nos surveys nacionais para o mesmo ano (42%)9.

9

Poder-se-ia objetar que a taxa de preferência partidária estaria subestimada dada a forma de se formular a pergunta aos entrevistados, uma vez que o eleitor poderia lembrar da sigla e definir sua preferência quando diante de um estímulo (a lista dos partidos). De fato, incluimos uma pergunta sobre

inclinação partidária, de forma a saber se o entrevistado indicaria alguma preferência diante da apresentação da lista dos principais partidos. Neste caso, a taxa d preferencia e/ou inclinação subiria para 60,4%, sendo 36,3% para o PT, 9,9 para o PMDB, 5,3 para o PSDB, 2,9 para o PFL, 1,9 para o

(12)

Tabela 2: Preferência Partidária , segundo a Escolaridade – RMSP – 2002 (%)

Preferência

Educação

Total

Baixa Média Alta

PT 22,3 31,8 39,8 30,6 PMDB 6,8 6,7 4,5 6,1 PSDB 2,6 2,8 6,4 3,7 PFL 1,3 1,5 2,4 1,7 PPB 1,3 1,9 1,4 1,5 PTB ,9 ,7 1,0 ,9 PDT ,2 ,4 ,2 Outros ,5 1,1 1,7 1,1 Total 35,9 47,0 57,1 45,8 Nenhum 64,1 53,0 42,9 54,2 Total (546) (534) (420) (1500) PPB, 1,8 pata o PTB, 0,7 para o PDT e 1,7 para os outros partidos. No

entanto, internacionalmente, identificação partidária é medida por um indicador ainda mais rigoroso, na medida em que se pergunta “qual é seu partido” e não “qual o partido de sua preferência”. Se preferencia partidária já se constitui uma forma menos rigorosa de medir a identificação partidária, ainda menos precisa é medí-la incluindo a manifestação de uma inclinação ou simpatia diante do estímulo apresentado para escolher um dos partido de uma lista.

(13)

Fonte: Survey DCP-USP, 2002

Segundo, os valores apresentados na tabela mostram também o impacto sobre a preferência partidária da variável escolaridade, confirmando um padrão já observado em outros trabalhos (Balbaschevsky,1992, Moisés,1992 and Carreirão e Kinzo,2002). Como se pode notar, a preferência partidária tende a ser maior entre os eleitores de nível mais alto de escolaridade10 , associação que é especialmente nítida no caso do PT: entre os de alta escolaridade, a preferência pelo PT chega a 40 por cento. Esta tendência não se verifica, no entanto, no caso do PMDB, cujos percentuais de preferência são mais altos entre os menos escolarizados.

A existência de uma correlação positiva entre escolaridade e preferência partidária – mesmo que não muito alta – faz-nos sugerir a hipótese de que, dada a complexidade e baixa inteligibilidade do jogo eleitoral no Brasil, o nível de informação sobre os partidos é, de um modo geral, muito baixo fazendo com que seja improvável que o eleitor crie laços com algum partido, a menos que ele tenha uma forte predisposição a obter informação política – o que sói ocorrer entre os eleitores de alta escolaridade. Dado que a maioria do eleitorado tem baixa escolaridade11 e que a maioria dos partidos não tem desenvolvido estratégias que os coloquem como atores salientes no jogo eleitoral (ao invés disso, são as candidaturas individuais e alianças partidárias que ganham destaque) é pouco provável o desenvolvimento de laços partidários mais estáveis.

Na tentativa de conhecer de forma mais aprofundada o nível de informação que os eleitores tem sobre os partidos, algumas questões foram incluídas no questionário do survey na RMSP. Os dados apresentados na tabela 3 – resultantes da pergunta aberta “quais os partidos que conhece ou ouviu falar “ - são bastante reveladores.

Com a exceção do PT e do PMDB, que foram citados, respectivamente, por 80 % e 59 % dos entrevistados, mais da metade dos eleitores da região

10

(14)

metropolitana de São Paulo não mencionou os outros partidos importantes (tais como PSDB, PFL, PTB e PDT) que formam o sistema partidário brasileiro.

Tabela 3: Porcentagem de Menções a Partidos que lembra, conhece ou ouviu falar

Partidos Conhece/ouviu falar (%) PT PMDB PSDB PFL PTB PDT PL PPB PSB PcdoB PPS Nomes de políticos* 80 59 40 36 21 17 15 11 10 8 6 6 * 3% mencionaram “partido do Maluf”

Ainda mais surpreendente é o fato de uma parcela considerável dos entrevistados não saberem a que partido eram filiados os principais líderes políticos do país, como mostra a tabela 4.

Tabela 4 – Porcentagem dos entrevistados que responderam corretamente qual o partido dos principais líderes partidários

Líder e Partido correto % Outros partidos citados (%)*

PT Lula Suplicy José Dirceu 78 51 24 PFL-1 PFL-1 PMDB-1 PSDB-1 PMDB-1 PSDB Fernando H.Cardoso José Serra José Anibal 29 24 3 PMDB-11 PFL-6 PTB-1 PMDB-6 PFL-4 PT-2 PT-4 PFL-1 PMDB-1 11

- Os níveis de escolaridade estão assim distribuídos em nossa amostra: 36% tem até 4 anos de escolaridade, 36 % tem escolaridade média (ou seja entre 5 e 8 anos de escolaridade) e 21% terminpu o colegial e apenas 7% atingiu o nível superior.

(15)

PMDB Itamar Franco José Sarney Michel Temer 19 15 11 PSDB-3 PFL-2 PT-1 PFL-10 PSDB-2 PT-1 PFL-1.5 PSDB-1 PT-1 PFL Roseane Sarney Ant. C . Magalhães Marco Maciel Jorge Borhausen 25 17 11 7 PMDB-4 PT-3 PSDB-2 PMDB-8 PSDB-2 PT-1 PSDB-3 PMDB-3 PT e PL-1 PMDB-1 PSDB-1 PDT Brizola 20 PFL-3 PTB-2 PMDB-2 PPB Paulo Maluf 15 PMDB-7 PFL-6 PSD-5 PPS Ciro Gomes 6 PSDB-2 PFL-2 PMDB -2 PSB Garotinho 6 PDT-4 PT-3 PMDB-3 * Três outros partidos citados, com pelo menos 1%

Novamente, como exceção do PT, cujo líder principal - Luís Inácio Lula da Silva – e sua principal figura política no Senado – Eduardo Suplicy – são identificados como pertencentes ao PT pela maioria dos entrevistados, os outros partidos não conseguiram se fazer conhecidos através de suas principais lideranças. A falta de informação sobre a filiação partidária de políticos conhecidos é impressionante, especialmente com relação àqueles que ocupam a presidência de seus partidos (como é o caso de Bornhausen, Michel Temer, José Anibal, Brizola e mesmo José Dirceu) ou são líderes destacados no Congresso (como Antônio Carlos Magalhães): entre 76 e 97 por cento dos entrevistados citaram a sigla errada quando perguntados sobre a filiação partidária desses políticos. Poder-se-ia argumentar que isto se deveria ao fato de – como membros do Congresso – serem menos expostos `aquela porção do eleitorado (na verdade a maioria) que não segue a política no seu dia a dia. Mas é também surpreendente a pequena proporção de entrevistados que sabia a que partido pertencia o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso: apenas 29 por cento dos eleitores responderam corretamente o partido de FHC.

Tais evidências dá-nos base para formular a hipótese, já mencionada anteriormente, de que o baixo índice de identificação partidária encontrado no

(16)

sistema partidário brasileiro, muito se deve aos níveis baixos de informação sobre os partidos, algo comum num contexto que combina baixo nível educacional e alta complexidade da competição eleitoral. Colocando de forma diferente, se um dos problemas que dificulta a emergência da identificação partidária é a baixa visibilidade dos partidos no eleitorado, esperar-se-ia que aqueles eleitores que tem mais acesso à informação política e, portanto, consegue obter mais informações sobre os principais partidos tendessem a criar alguma identificação com um dos partidos. Assim, poderia haver uma associação positiva entre nível de informação sobre os partidos e índice de preferência partidária.

A fim de examinar esta hipótese dois índices foram criados: 1) um índice de proximidade/conexão partidária, variável construída com três valores: dois atribuído àqueles entrevistados que declararam uma preferência partidária; um atribuído àqueles que, diante de uma lista de partidos, declararam alguma inclinação ou simpatia por um dos partidos, e zero para aqueles que declararam não ter nem preferência nem inclinação por qualquer dos partidos; 2) uma escala de conhecimento partidário, criada através de cinco indicadores: a) o número de partidos que os entrevistados conhecem 12, b) o grau de conhecimento sobre a filiação partidária dos principais líderes políticos 13, c) o grau de conhecimento sobre o posicionamento dos principais partidos no espaço ideológico esquerda-direita14, d) conhecimento da filiação partidário do governador do estado; e e) conhecimento da filiação partidária do prefeito de seu município15. A tabela abaixo apresenta a nota média na escala de conhecimento partidário para os entrevistados que tem preferência, tem inclinação e para os que não tem nem preferência nem inclinação; apresenta também a nota média de conhecimento para os partidários de cada partido.

12

Foi criada uma escala de reconghecimento partidário, atribuindo valor maior aos mais importantes partidos e menor valor aos menos importantes.

13

Foi criada uma escala com o número de respostas corretas a fim de dar conta da variação no grau de conhecimento dos diferentes líderes.

14

Foi criado uma escala com o número de respostas corretas com relação à classificação dos principais partidos na escala de esquerda-direita. Deve-se mencionar que o número de não respondentes a estas questões é bastante grande.

(17)

Tabela 5: Escala conhecimento partidário 0 a 10

Média N Desvio Padrão

PMDB Com preferência 2,90 92 1,32 Com inclinação 2,48 56 1,74 PT Com preferência 2,96 459 1,54 Com inclinação 2,45 86 1,59 PPB Com preferência 4,57 23 1,47 Com inclinação 3,67 6 2,16 PDT Com preferência 3,00 3 2,65 Com inclinação 1,14 7 ,69 PSDB Com preferência 4,14 56 1,71 Com inclinação 3,39 23 1,70 PFL Com preferência 3,04 25 1,51 Com inclinação 2,89 18 1,60 PTB Com preferência 2,77 13 1,42 Com inclinação 2,50 14 1,16

Outros Com preferência 3,06 16 1,84

Com inclinação 2,33 9 1,66

Total Com preferência 3,11 687 1,59

Com inclinação 2,58 219 1,65

Sem preferência 1,93 594 1,49

15

(18)

Total 2,56 1500 1,65

Os dados nos revelam-nos que o nível de conhecimento dos partidos é muito baixo para o total da amostra, isto é, verificou-se que a nota média é de apenas 2,56 numa escala de 0 a 10. O grau de conhecimento, de fato, é mais alto entre aqueles que declararam preferência por algum partido (3,11). Mas o decréscimo verificado nos outros dois grupos – o daqueles que declararam alguma inclinação (2,58) e dos sem preferência ou inclinação (1,93) – não é muito expressivo. Constata-se, além disso, que o nível de conhecimento dos partidos em geral, mesmo para os que se identificam com o PT e o PMDB (os dois partidos com maior taxa de preferência partidária) é também bastante baixo: as médias respectivas de 2,96 e 2,90 estão abaixo da média do conjunto de entrevistados com preferência partidária. Na verdade, aqueles que apresentam, comparativamente, notas mais altas de conhecimento dos partidos são os adeptos do PSDB e do PPB; trata-se no entanto de um número de casos muito baixo para disso retirar alguma conclusão.

A associação dos dois índices assim como com a variável escolaridade - medida pelas correlações de Kendall e de Spearman - são apresentadas na tabela 6.16 Elas não são altas mas são significativas. Tais resultados não são, portanto, robustos o suficiente para provar nossa hipótese,17 embora sugiram, de um modo geral, que haja uma associação entre níveis mais altos de conhecimento dos partidos que competem na arena eleitoral e a existência de laços partidários.

16

Dada a pequena parcela de população com nivel superior de escolaridade, somamos os dois ultimos grupos (colegial e superior) que, para os padrão brasilieor, pode ser classificado como nível alto de escolaridade. Trabalçhamos assim com tres níveis de escolaridade: baixo, médio e alto.

17

Será necessário a formulação de um mode estatístico para testar o impacto de outras variáveis, o que ainda deverá ser feito.

(19)

Tabela 6: Vínculo partidário, Conhecimento dos Partidos e Escolaridade – Correlações de Kendall (t) e de Spearman (s)

Escolaridade Escala de Conhecimento dos partidos Índice de vínculo partidário t= ,167** s= ,185** t= ,297** s= , 351** Escala de Conhecimento dos partidos t= ,327** s= ,385** ** Significante ao nível de ,01

No que tange ao caso do PT, pode-se afirmar que seus partidários também possuem baixa informação sobre o conjunto dos partidos brasileiros, mas certamente possuem maior informação sobre seu próprio partido. Como se nota na tabela abaixo, comparado ao restante da amostra, os entrevistados que declararam preferência pelo PT detém, relativamente, mais informação sobre este partido: 99 por cento mencionaram o PT entre os partidos que conhece, 92 por cento responderam corretamente a pergunta sobre o partido que Lula está filiado (percentual de 66 e 33 por cento no caso de Suplicy e José Dirceu, respectivamente), 91% (dentre os residentes em São Paulo) responderam corretamente qual o partido da prefeita de São Paulo (embora apenas 35 acertaram o partido do governador) e 46% posicionaram o PT nos valores entre 1 e 3 da escala esquerda direita.

(20)

Tabela 7: Preferência pelo PT e Conhecimento sobre o PT

Porcentagem que conhece: PT Outros

PT

Partido de Lula Partido de Supilicy Partido de José Dirceu Nome do Governador Partido do Governador

Nome da Prefeita da cidade de S.Paulo Partido da Prefeita 99,3 92,4 66,0 32,9 78,0 35,3 98,0 91,0 70,9 72,0 44,1 19,6 66,1 27,3 93,8 72,7

Não há dúvida de que o PT representa um exceção no sistema partidário brasileiro, excepcionalidade que tem a ver com a estratégia organizacional que este partido usou a fim de compensar a fluidez da estrutura de competição eleitoral na qual ele está inserido. Um partido que foi criado como partido socialista de massa, fora das esferas de governo, a fim de se afirmar na arena eleitoral como um competidor efetivo tratou de fortalecer sua organização e de se apresentar nas urnas como um claro partido de oposição de esquerda. Ao preservar esta estratégia e evitar se misturar com parceiros eleitorais do outro lado do espectro político-ideológico, o PT conseguiu fixar sua imagem e criar laços partidários junto a uma parcela significativa do eleitorado. Dado que os outros partidos não se utilizaram de estratégia semelhante, permaneceram, apesar de passarem pela mesma experiência de competição política por qual passou o PT, são pouco conhecidos pela massa dos eleitores, mesmo por aqueles que tem preferência pelo PT. A conseqüência é a existência de uma proporção muito pequena daqueles para quem os partidos são norteadores da escolha eleitoral. Como se observa na tabela abaixo, apenas no caso do PT temos percentuais significativos no que se refere à associação entre preferência partidária e intenção de voto.

(21)

Tabela 8: Decisão de voto por padrão de preferência (por partido ou por candidato )

Intenção de Voto partidário ou em candidato Candid ato PT P G Candid ato PMDB P G Candid ato PSDB P G Candid ato PPB P G Ciro Garo tinho Eneas

Preferencia por um partido/ sem preferencia por candidato

5 9 11 6 9 4 7 0 - - - Partidários que preferem o

candidato do partido

72 18 - 31 52 57 - 93 - - -

Apoiadores de um candidato que tem preferência pelo partido do candidato

70 83 - 21 15 15 - 6 - - -

Preferencia no candidato/ sem preferencia partidária

20 10 - 33 45 29 - 47 45 43 49

Preferencia inconsistente entre partido preferido e escolha do candidato:

23 27 - 73 39 39 - 7

Considerações finais

Depois de quase 20 anos de competição partidária democrática as lealdades tem se mostrado bastante instáveis e se desenvolvido de forma bastante lenta no Brasil. Como tratamos de mostrar, esta tendência tem a ver, pelo menos com dois fatores: de um lado, com a estrutura de incentivos que constrangem os políticos e partidos na arena eleitoral e, de outro, com os recursos organizacionais dos partidos. A adoção de um complexo conjunto de regras eleitorais – sistema majoritário, sistema de representação proporcional com lista aberta e permissão de alianças entre os partidos – que dê conta de uma estrutura de poder presidencialista e federativa e um sistema partidário altamente fragmentado, tem contribuído para obscurecer a inteligibilidade da competição partidária, desestimulando, portanto, o desenvolvimento de identidades partidárias. Embora as estratégias utilizadas pelos políticos e seus respectivos partidos para aumentar seus ganhos sob tal contexto de disputa tenham sido bem sucedidas, as conseqüências para o eleitorado estão longe de ser positivas. Pois os eleitores tem dificuldade de identificar os partidos

(22)

como distintos atores políticos, isto é, como entidades que estruturam a escolha eleitoral e criem identidades. Em outras palavras, em uma situação de alta fragmentação e falta de nitidez do sistema partidário como conseqüência da ampla prática de alianças eleitorais – para não mencionar a conseqüente prática de governo de coalizão – torna difícil para o eleitor mediano fixar a imagem dos partidos, distinguir seus líderes e propostas e criar lealdades partidárias.

Sob tais circunstâncias, a visibilidade dos partidos, que é essencial para o desenvolvimento da identificação partidária, pode ocorrer apenas se os partidos são fortemente organizados e tem uma clara estratégia visando construir um perfil distinto. Como única organização de massa no sistema partidário brasileiro, o PT pode se beneficiar de sua exposição singular construindo raízes no eleitorado. Isto pode explicar o crescimento dos partidários do PT , o qual destoa da tendência verificada nos outros partidos.

Referências

Aldrich, John, Why Parties? – The Origin and Transformation of Political

Parties in America, 1995, Chicago, The University of Chicago Press

Balbachevsky, Elizabeth. 1992. "Identidade Partidária e Instituições Políticas no Brasil". Lua Nova, n. 26.

Bartolini, Stefano and Mair, Peter,1990. Identity, Competition, and

Electoral Availability: The Stabilisation of European Electorates: Cambridge,

Cambridge University Press.

Braga, Maria do Socorro, 2003, “O processo partidário-eleitoral brasileiro: Padrões de Competição Política (1982-2002), PhD Thesis, Universidade de São Paulo

Carey, J. and Shugart M., 1995, “Incentives to Cultivate a Personal Vote: a Rank ordering of Electoral Formulas” Electoral Studies, Vol. 14, No. 4, pp. 417-39

Carreirão, Yan de Souza e Kinzo, Maria D’Alva, 2002, 3º Encontro da ABCP, UFF, Niterói, mimeo

Converse, Phillip. 1964. “The Nature of Belief Systems in Mass Publics”, in: APTER, David (ed.) Ideology and Discontent, New York, Free Press.

Dalton, R. J., McAllister, I. and Wattenberg, M (2000) ‘The Consequences of Partisan Dealignment’, in Dalton & Wattenberg, eds., Parties

Without Partisans: Political Change in Advanced Industrial Democracies

(Oxford: Oxford University Press)

Dalton, Russel J.,2000 “The Decline of Party Identifications”, in DALTON, R. J., MCALLISTER, I. and WATTENGERG, M (eds), Parties

(23)

Dalton, Russel J and Wattemberg, M (eds).2000, Parties Without

Partisans: Political Change in Advanced Industrial Democracies (Oxford:

Oxford University Press, 2000)

Downs,Anthony. 1957. An Economic Theory of Democracy. New York, Harper & Row Publishers.

Epstein, Leon D. Political Parties in Western Democracies (New Brunswick & London, Transaction Books, 2a.ed., 1982)

Figueiredo, Argelina e Limongi, Fernando (1999), Executivo e

Legislativo na nova Ordem Constitucional, Rio de Janeiro, Ed.FGV, Cap.3.

______________ ,2002 “Incentivos Eleitorais, Partidos e Política Orçamentária”, DADOS, Vol. 45, No.2, pp.303-343

Kinzo, Maria D’Alva G,1993a "Consolidation of Democracy: Governability and Political Parties", in M.D.G.Kinzo (ed.), Brazil: Challenges of the 1990s (London, I.B.Tauris/ILAS).

_____________, 1993b. Radiografia do Quadro Partidário Brasileiro: São Paulo, Fundação Konrad-Adenauer-Stiftung

_______________, Parties and Elections: Brazil’s Democratic Experience Since 1985”, In Kinzo, Maria D’Alva G. and Dunkerley, James (eds,) Brazil since 1985: Politics, Economy, Society and Democracy (London, ILAS), forthcoming

Laakso, Markku and Rein Taagepera. 1979. ‘Effective Number of Parties: A Measure with Applications to West Europe. Comparative Political

Studies 12: 3-27.Lamounier, B. & Meneguello, Rachel, 1986. Partidos Politicos e Consolidação Democrática (São Paulo, Brasiliense)

Lavareda, Antônio 1989. "Governos, Partidos e Eleições Segundo a Opinião Pública: o Brasil de 1989 Comparado ao de 1964". Dados, vol. 32, n.3.

__________, 1991. A Democracia nas Urnas: O Processo

Partidário-Eleitoral Brasileiro (Rio de Janeiro, IUPERJ/Rio Fundo Editora).

Mainwaring, Scott. 1991, “Politicians, Parties and Electoral Systems: Brazil in Comparative Perspective”, in : Comparative Politics, 24 No. 1, pp.21-43;

______________ , (1995). “Brazil: Weak Parties, Feckless Democracy”, in: Mainwaring and Scully (Eds.), “Building Democratic Institutions: Party Systems in Latin America”: Stanford, Stanford University Press.

______________ (1999). “Rethinking Party Systems in The Third Wave of Democratization: The Case of Brazil”: Stanford, Stanford University Press.

Mainwaring, Scott e Liñan, Anibal P., “Disciplina Partidária: O Caso da Constituinte”, Lua Nova, No. 44, 1998, pp. 107-136

Melo, Carlos Ranulfo F. 2000a ‘Por que mudam de partidos os deputados brasileiros?’ Teoria e Sociedade, No.6, pp.122- 177

________________, 2000b de “Partidos e Migração Partidária na Câmara dos Deputados” DADOS, Vol. 43, No.2, pp.207-239

Meneguello, Rachel (1998), Partidos e Governos no Brasil Contemporâneo (1985-1997), São Paulo, Paz e Terra

Nicolau, Jairo Marconi. (1996), Multipartidarismo e democracia: um

estudo sobre o sistema partidário brasileiro (1985-94). Rio de Janeiro, Editora

(24)

___________. 1998 ‘A Volatilidade Eleitoral nas Eleições para a Câmara dos Deputados Brasileira (1992-1994), unpublished paper, XXII Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, Outubro de 1998.

___________2000, “Disciplina Partidária e Base Parlamentar na Câmara dos Deputados no primeiro Governo FHC (1995-1998) DADOS, Vol.43, No.4, pp.709-735

Pedersen, Mogens (1990). “Electoral Volatility in Western Europe: 1948-1977” in: Mair, Peter (Ed.), The West European Party System: Oxford, Oxford University Press

Peres, Paulo S. (2000), ‘Sistema Partidário, Instabilidade Eleitoral e Consolidação Democrática no Brasil’, II Encontro Anual da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), mimeo.

Santos, André Marenco dos, 2001 “Sedimentação de Lealdades e Partidarismo no Brasil: Tendências e Descompassos” RBCS, Vol. 16, No. 45, pp. 69-84

Stepan, Alfred, 1999 “Para uma Nova Análise Comparativa do Federalismo e da Democracia: Federações que restringem ou ampliam o poder do Demos”, DADOS, Vol. 42, No. 2, , pp.197-252

Wattemberg, Martin 1991 The rise of the candidate centered politics, Cambridge, Cambridge University Press

______________ 1998. The Decline of American Political Parties,

Referências

Documentos relacionados

Com base na literatura revisada, conclui-se pela importância da implantação de um protocolo de atendimento e execução de exame de Ressonância Magnética em

De acordo com estes resultados, e dada a reduzida explicitação, e exploração, das relações que se estabelecem entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente, conclui-se

Disto pode-se observar que a autogestão se fragiliza ainda mais na dimensão do departamento e da oferta das atividades fins da universidade, uma vez que estas encontram-se

palmente pela alta resistência ao ca- lor e pela mais baixa absorção de umidade dentre as três classes de PA (PA 6, PA 6.6, PPA). Isso o torna particularmente adequado ao setor

Entrando para a segunda me- tade do encontro com outra di- nâmica, a equipa de Eugénio Bartolomeu mostrou-se mais consistente nas saídas para o contra-ataque, fazendo alguns golos

3 — Constituem objectivos prioritários das áreas de intervenção específica a realização de acções para a recu- peração dos habitats naturais e da paisagem, a manutenção

- ter um pico de eficiência espectral de sistema de 3 bps/Hz/célula no enlace de downstream e 2,25 bps/Hz/célula no enlace de upstream;.. Requerimentos

01205361 Electrical Measuremeuts and Instruments 3