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ESTUDO DO EFEITO DE ÉPOCA E ANO DE NASCIMENTO, SEXO E IDADE SOBRE O PESO VIVO, AS MEDIDAS E ÍNDICES MORFOMÉTRICOS DE CRIAS

DA RAÇA SANTA INÊS DO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

ALINE MINEIRO COSTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO - UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ

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ALINE MINEIRO COSTA

ESTUDO DO EFEITO DE ÉPOCA E ANO DE NASCIMENTO, SEXO E IDADE SOBRE O PESO VIVO, AS MEDIDAS E ÍNDICES MORFOMÉTRICOS DE CRIAS

DA RAÇA SANTA INÊS DO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Produção Animal, na Área de Concentração de Melhoramento Animal e Biotecnologia da Reprodução.

ORIENTADOR: Prof ª. Celia Raquel Quirino

Campos dos Goytacazes 2008

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ALINE MINEIRO COSTA

ESTUDO DO EFEITO DE ÉPOCA E ANO DE NASCIMENTO, SEXO E IDADE SOBRE O PESO VIVO, AS MEDIDAS E ÍNDICES MORFOMÉTRICOS DE CRIAS

DA RAÇA SANTA INÊS DO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Produção Animal, na Área de Concentração de Melhoramento Animal e Biotecnologia da Reprodução.

Aprovada em 15 de Maio de 2008.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________ Prof. Fabio da Costa Henry (Doutor, Medicina Veterinária) – UENF

______________________________________________________________ Prof. Luis Humberto Castillo Estrada (Doutor, Zootecnia) - UENF

_______________________________________________________________ Dr. Ricardo Lopes Dias da Costa (Doutor, Produção Animal) - APTA

_______________________________________________________________ Profª Celia Raquel Quirino (Doutor, Ciência Animal) - UENF

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À

minha querida mãe Joselia Reis Mineiro que abdicou de si mesma para eu ser o que sou hoje e ao meu pai Cristiano José da Silva Costa que apesar de longe está

sempre do meu lado;

Ao

meu irmão André Mineiro Costa pelo apoio e incentivos para que eu seguisse em frente e à minha amiga e irmã Edilene Pinheiro de Abreu sem a qual nada disso

seria possível;

À

minha vó Lamia Habib Costa (in memorian) e ao meu avô Manoel Francisco Mineiro (in memorian) que estão ausentes, porém sinto sua presença, que a minha saudade os traz de volta, e sei que estejam onde estiverem estão felizes e orgulhosos por este momento.

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AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, por estar sempre comigo me encorajando a prosseguir;

Aos meus pais, Cristiano José da Silva Costa e Joselia Reis Mineiro por tudo que fizeram por mim;

Ao meu irmão, André Mineiro Costa, pelo incentivo e apoio;

À minha amiga e irmã Edilene Pinheiro de Abreu pela compreensão de sempre;

À minha avó e a todos os meus tios e tias simplesmente por acreditarem em mim;

À professora Celia Raquel Quirino, que quando deveria ser simplesmente professora, foi mestra e amiga, e em sua amizade, compreendeu-me e incentivou-me a seguir o meu caminho;

Ao Antonio Carlos Aguiar Junior por ter permitido a realização deste estudo e por demonstrar sempre disposição em colaborar em tudo o que foi preciso;

Aos membros da banca examinadora pela atenção e colaboração;

Aos amigos do Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal pela convivência agradável e pelo apoio em todos os momentos;

A Jovana, secretária da Pós-graduação, pelo carinho, atenção e eficiência;

A todos os amigos os quais tive a oportunidade de conhecer e conviver na Universidade Estadual do Norte Fluminense por todas as horas de alegria proporcionadas;

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A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro -UENF e ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), pelo oferecimento desse curso;

Àqueles que, direta ou indiretamente, deram-me apoio, torceram e contribuíram para a realização desse trabalho.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos de época e ano de nascimento, sexo e idade sobre o peso vivo, medidas e índices morfométricos e calcular as correlações entre as diferentes medidas e índices em crias Santa Inês do nascimento aos 12 meses de idade no norte do Estado do Rio de Janeiro. As medidas foram obtidas de animais em regime extensivo durante três anos de estudo, totalizando 2.601 observações. As características estudadas foram: peso vivo (PV), as medidas de altura de cernelha (AC) e de garupa (AG), perímetro torácico (PT), comprimento corporal (CC), índice de capacidade corporal (CC1 e CC2), índice corporal (ICo), corporal lateral (ICoLat), de anamorfose (IAnam), de compacidade (ICom) e de proporcionalidade (IProp). A análise dos dados demonstrou diferença significativa (P<0,05) para o efeito de idade em todas as características e índices. O efeito de sexo não demonstrou diferença (P>0,05) para o índice corporal, o mesmo acontecendo com efeito de ano (P>0,05) para altura de garupa, sendo, no entanto, os machos superiores às fêmeas para todas as medidas e peso. As correlações entre o peso vivo e as medidas morfométricas e as correlações das medidas entre si foram altas e positivas. Os animais estudados possuem conformação longilínea, tendendo à brevilínea.

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ABSTRACT

The objective of this work was to study the effects of time and year of birth, sex and age on the lively weight, the morphometrics measures and rates and to calculate the correlations between the different measures and rates in baby animals Saint Inês of the birth to 12 months of age in the north part of Rio de Janeiro State. The measures were obtained of animals in extensive regime during three years of study, totalizing 2.601 observations. The studied characteristics were: lively weight (PV), the measures of height of cernelha (AC), of rump (AG), of thoracic perimeter (PT) and of physical length (CC) and the rates of physical capacity (CC1 and CC2), physical (ICo), physical side (ICoLat), of anamorphous (IAnam), of compactness (ICom) and of proportionateness (IProp). The analysis of the data demonstrated significant difference (P <0,05) for the effect of age in all the characteristics and rates.The effect of sex did not demonstrate difference (P> 0,05) for the physical rate, the same thing happened with effect of year (P> 0,05) for height of rump, being, however, the males superior to the females for all the measures and weight. The correlations between the lively weight and the morphometrics measures and the correlations of the measures in itself were high and positive. The studied animals have large resignation, when the short is tending towards.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Pesos de ovinos Santa Inês em diferentes idades

resultantes de trabalhos de pesquisa... 17

Tabela 2. Médias e respectivos erros padrão de medidas corporais

(AC - altura de cernelha; AG - altura de garupa; CC - comprimento corporal; PT - perímetro torácico), em cm, de acordo com a idade dos animais... 21

Tabela 3. Médias e respectivos erros padrão do peso vivo de ovinos

Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade... 44

Tabela 4. Médias e respectivos erros padrão de altura de cernelha

(AC), de garupa (AG), comprimento corporal (CC) e perímetro torácico (PT) de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade... 45

Tabela 5. Médias dos índices corporal, corporal lateral e de

capacidade corporal (CC1 e CC2) de ovinos Santa Inês em análise com os dados agrupados por ano, sexo e idade... 48

Tabela 6. Médias e respectivos erros padrão dos Índices de

Proporcionalidade, de Anamorfose e de Compacidade de ovinos Santa Inês do Norte do Estado do Rio de Janeiro de acordo com o ano de nascimento, sexo e idade... 51

Tabela 7. Correlações entre o peso vivo (PV), as alturas de cernelha

(AC) e de garupa (AG), o comprimento corporal (CC), o perímetro torácico (PT) e os índices corporal (ICo), corporal lateral (ICoLat), de Anamorfose (IAnam), de compacidade (IComp), de proporcionalidade (IProp) e os de capacidade corporal 1 (CC1) e 2 (CC2)... 53

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SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO... 10 2.REVISÃO DE LITERATURA... 12 2.1- Peso vivo... 13 2.2- Medidas morfométricas... 18 2.3- Índices morfométricos... 24

2.4- Efeitos não genéticos sobre as medidas e índices morfométricos e o peso vivo... 29

2.4.1- Época e ano de nascimento... 29

2.4.2 – Sexo... 31

2.4.3 – Idade... 34

3. MATERIAL E MÉTODOS... 36

3.1- Local de registro dos dados e manejo dos animais... 36

3.2- Registro dos dados e animais do experimento... 37

3.3- Análise estatística... 40

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 42

5. CONCLUSÃO... 54

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1. INTRODUÇÃO

A ovinocultura brasileira era considerada uma atividade de categoria inferior em função de questões socioculturais, porém esta visão preconceituosa está sendo modificada, segundo MORAIS (2000). Nas últimas décadas, a ovinocultura de corte brasileira está em ascensão com crescimento da atividade na região Norte e principalmente nas regiões Sudeste e Centro-oeste, totalizando, conforme dados do IBGE (2007), 15.588.041 milhões de cabeças no Brasil com 41.468 mil cabeças no Estado do Rio de Janeiro e 13.644 mil cabeças na região Norte Fluminense.

O Estado do Rio de Janeiro vem apresentando um grande potencial para a produção de ovinos e na Região Norte Fluminense estão situadas inúmeras propriedades que se voltaram para esta atividade. No entanto, este crescimento, se deve mais, ao aumento das áreas exploradas para esta atividade do que, propriamente, ao aumento da produção (QUIRINO et al, 2004).

Esta ascensão se deve ao fato de que a ovinocultura é uma alternativa ao pequeno, médio e grande produtor rural, por ser uma espécie que se adapta a tipos de sistemas de produção diversificados (SIQUEIRA, 1990).

Porém, a produção de carne ovina brasileira não consegue atender a demanda interna no país, devido à baixa produtividade dos rebanhos. Neste contexto, MORAIS (2000) afirma que pesquisas que auxiliem o melhoramento das características de produção dos ovinos, como ganho de peso diário, idade ao abate e o rendimento de carcaça contribuirão para o desenvolvimento da ovinocultura. Segundo este mesmo autor, nos últimos anos, houve um incremento do número de ovinos da raça Santa Inês criados no país.

Contudo, MORAIS (2000) e AZEVEDO et al (2008) relatam que o melhoramento praticado sobre esta raça ficou restrito à seleção dos animais baseada principalmente nas suas características morfológicas, ou seja, raciais, resultando em animais com pobre conformação para a produção da carne, havendo a necessidade do melhoramento genético desta raça visando a seleção de animais com base nas suas características produtivas.

O número de trabalhos com o intuito de caracterizar o crescimento de ovinos vem aumentando nos últimos anos em diversos estados brasileiros, principalmente no que se refere à raça Santa Inês, sendo, no entanto, ainda escassos no Estado do

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Rio de Janeiro. AFONSO et al (2007) estudaram o crescimento em fêmeas Santa Inês nesse Estado e concluíram que o conhecimento das características produtivas e reprodutivas dos animais são ferramentas importantes a serem utilizadas em programas de seleção visando a melhoria da produtividade.

Neste sentido, este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos de época e ano de nascimento, sexo e idade de crias da raça Santa Inês sobre as medidas e índices morfométricos e o peso vivo e calcular as correlações entre as diferentes medidas e índices.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Para ARAÚJO et al (1997), CORDEIRO et al (2004) e AZEVEDO et al (2008) a intensificação da produção da raça Santa Inês se deve ao seu alto valor adaptativo e reprodutivo, transpondo sua criação do Nordeste para os Estados do Sul e Sudeste. ARAÚJO et al (1996) acrescentam ainda que esta difusão também é devida ao seu grande potencial para produção de carne.

Esta raça é caracterizada por apresentar, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos Santa Inês – ABSI (2008), dentre outras características, a região lombar e o peito largos com boa massa muscular; tórax amplo, profundo e arqueado; ancas musculosas e arredondadas; garupa ampla, comprida e com inclinação suave; membros fortes, bem posicionados, proporcionais ao corpo e com boa cobertura muscular nos posteriores; pele escura; pelos curtos com o padrão de pelagem incluindo o vermelho, preto e branco, inclusive o chitado; e com aptidão para carne e pele. CORDEIRO et al. (2004) concluem que é um animal rústico que se destaca, entre as demais raças deslanadas, por apresentar maior velocidade de crescimento, elevada prolificidade, excelente habilidade materna e precocidade, devendo-se a isso a sua rápida disseminação nos últimos anos.

Para que se faça o melhoramento desta raça, SOUSA et al (2007) consideram que a caracterização fenotípica é extremamente importante, desde que sejam consideradas também as características produtivas como o desempenho, as medidas morfométricas e os índices zootécnicos de acordo com o sexo e a categoria. Dessa forma, tem-se a contribuição para o conhecimento da conformação dos indivíduos de cada grupo genético e o estabelecimento das relações entre conformação e funcionalidade do animal.

No entanto, a respeito da conformação, se desconhece qual seria o tamanho corporal adequado a um determinado tipo de ambiente no qual os animais serão criados, ou seja, um melhor nível de produtividade com o mínimo de alteração no sistema de produção em função da maior exigência nutricional para a mantença desses animais, conforme afirmado por COSTA JUNIOR et al (2006).

Existem situações em que são selecionados animais com elevada qualidade genética; porém esses necessitam de um melhor manejo para expressarem o seu potencial, e dentre estes alguns são mais sensíveis a diferenças no manejo com

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fatores ambientais desfavoráveis, afetando mais intensamente a função produtiva do que a conformação (CAMPELO et al, 2002).

Desta forma, COSTA JUNIOR et al (2006) ao caracterizarem morfométricamente ovinos Santa Inês no Piauí, concluíram que o desenvolvimento de raças deslanadas regionais, como a Santa Inês, com o objetivo de melhorar a eficiência da produção de carne ovina em sistemas de produção locais, ou seja, adaptados a estruturas produtivas locais, é importante para formar sistemas realmente sustentáveis através da determinação do tamanho ideal do animal.

Neste sentido, para determinar se o tamanho do animal é o ideal para a região, CAMPELO et al (2002) afirmam que com a caracterização genética dos animais, por meio de pesagens e medidas morfométricas, pode-se constatar a influência do ambiente sobre as medidas lineares dos animais.

Existem vários estudos sobre o crescimento e peso corporal dos ovinos Santa Inês de diferentes regiões do Brasil (ARAÚJO et al, 1996; ARAÚJO et al, 1997; MC MANUS e MIRANDA, 1997; SILVA e ARAÚJO, 2000; SANTANA et al, 2001; QUESADA et al, 2002; CAMPELO et al, 2002; CORDEIRO et al, 2004; SANTANA et al, 2004a,b,c; CARNEIRO et al, 2006; FERRAZ et al, 2004; COSTA JUNIOR et al, 2006; ALVES et al, 2006; MORAIS et al, 2006; SOUSA et al, 2006; SOUSA et al, 2007; SANTANA e ANDRADE, 2008).

2.1 – Peso vivo

O peso vivo é uma importante medida que pode ser utilizada para avaliar o desempenho dos animais em diferentes idades e compará-los com seus contemporâneos (SOUSA et al, 2006).

Para PEREIRA (2004), o crescimento é medido pelos pesos e ganhos de peso, que resultam das mudanças de forma, composição do organismo e do aumento da massa corporal, sendo determinado pelo genótipo e ambiente.

Desta forma, devido o peso vivo ter maiores influências temporais e de ambiente do que as medidas de comprimento corporal, altura de cernelha e de garupa e perímetro torácico, estas têm sido mais utilizadas para avaliar o

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desempenho dos animais, e para estabelecer biótipos ao definir a estrutura corporal (SOUSA et al, 2006).

ARAÚJO et al (1996) estudaram um rebanho de ovinos Santa Inês no Ceará, em regime semi-intensivo até a desmama aos 84 dias de idade e extensivo até os 11 meses de idade, e relataram os seguintes pesos dos cordeiros de 3-5 meses, 6-8 meses e 9-11 meses de idade de 16,30 ± 0,50, 19,61 ± 0,48, 21,26 ± 0,45 kg, respectivamente em fêmeas, e 17,80 ± 0,95, 22,86 ± 0,80, 35,07 ± 0,94 kg, respectivamente em machos.

Em outro estudo, as médias de peso ao nascer, aos 3, 6 e 12 meses de idade em ovinos Santa Inês criados extensivamente no Distrito Federal foram de, respectivamente, 3,55 ± 0,71; 13,95 ± 3,07; 17,34 ± 5,07 e 27,43 ± 6,88 kg (MCMANUS e MIRANDA, 1997).

LOBO et al (1997) analisando o peso vivo de ovinos machos da raça Morada Nova, criados extensivamente no Ceará, aos 112, 210 e 365 dias de idade observaram as respectivas médias de peso: 9,72 ± 0,77 kg, 13,17 ± 1,00 kg e 19,78 ± 0,84 kg.

Em ovinos Bergamácia em sistema extensivo e semi-intensivo de produção no Distrito Federal, MCMANUS e MIRANDA (2000) reportaram pesos médios de 3,88 ± 0,96 e 3,06 ± 0,89 kg; 17,02 ± 4,96 e 15,98 ± 4,59 kg; 24,25 ± 6,18 e 22,32 ± 5,30 kg; 35,65 ± 10,05 e 31,11 ± 6,00 kg, ao nascer, aos 3, 6 e 12 meses de idade para machos e fêmeas, respectivamente.

No Ceará, SANTANA et al. (2001) relatam média de peso vivo em ovinos machos da raça Santa Inês, criados extensivamente, aos 56, 84 e 112 dias de idade de 10,22 ± 2,20, 14,00 ± 2,69, 18,00 ± 3,27 kg, respectivamente.

Em outro estudo sobre os efeitos de ambiente nas características de crescimento de cordeiros da raça Morada Nova em sistema extensivo, também no Estado do Ceará, do nascimento a 1 ano de idade, FERNANDES et al. (2001) citam as seguintes médias para o peso vivo ao nascimento, ao desmame (112 dias), aos 6 meses e aos 12 meses de idade: 2,21 ± 0,01; 10,93 ± 0,09; 12,80 ± 0,11; e 18,60 ± 0,20 kg, respectivamente.

CAMPELO et al (2002) constataram, em ovinos Santa Inês criados intensivamente no Piauí, as médias de peso até os 7 meses e entre os 7 e 12 meses de idade, de 50,58 ± 5,49 kg e 63,33 ± 11,25 kg em machos e 40,06 ± 5,08 kg e 53,04 ± 8,47 kg em fêmeas, respectivamente.

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Na mesma raça, QUESADA et al. (2002) observaram no Distrito Federal em criação extensiva as médias de peso ao nascer, 30, 120 e 210 dias de idade, de 3,07 ± 0,02; 8,01 ± 0,14; 20,10 ± 0,35 e 29,84 ± 0,53 kg, respectivamente.

SOUSA (2002) também relata pesos para ovinos da raça Santa Inês criados extensivamente de 40 a 60 kg para fêmeas adultas e afirma que os machos podem atingir um peso de aproximadamente 130 kg. Nesse trabalho este autor cita um estudo realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Caprinos – EMBRAPA, em 1993, em que foram obtidos para ovinos da raça Santa Inês de pelagem preta as seguintes médias de 3,53 ± 0,10; 10,52 ± 0,45; 15,31 ± 0,70 e 19,20 ± 0,57 kg, para peso ao nascer, aos 56, 112, e 196 dias de idade, respectivamente. Nesta mesma raça, porém de pelagem vermelha, as médias encontradas foram de 3,33 ± 0,08; 11,64 ± 0,19; 16,93 ± 0,26 e 20,50 ± 0,44 kg para peso ao nascer, aos 56, 112, e 196 dias de idade. Este autor concluiu que estas medidas de peso foram muito baixas devido ao sistema de criação ser basicamente extensivo.

O tipo de manejo exerce grande influência sobre o peso vivo dos animais como constatado por FERRAZ et al. (2004) analisando ovinos Santa Inês em Sergipe e na Bahia, sendo observadas as médias de peso de 4,04 ± 0,87 kg ao nascer; 14,85± 3,73kg aos 60 dias; 32,22 ± 10,92kg aos 180 dias e 36,41 ± 11,61kg aos 270 dias de idade.

CORDEIRO et al (2004) citam as médias de 3,26 ± 0,07 kg para peso ao nascer com amplitude de 1,5 a 4,5 kg, em ovinos Santa Inês em sistema semi-intensivo em Alagoas. Estes autores observaram que ao estudarem o efeito de tipo de parto, aqueles que nasciam de parto simples eram mais pesados.

O mesmo foi constatado, anteriormente, por COSTA (2003) supondo este autor que isto se deve em parte à inexistência de competição nutricional entre as crias de parto simples. E as médias de peso ao nascer observadas foram de 4,40 ± 0,5, 3,47 ± 0,5 e 3,67 ± 0,6kg para animais nascidos de parto simples, duplo e triplo, respectivamente.

ATTA e EL KHIDIR (2004) relatam para ovinos Nilotic do Sudão, em sistema intensivo de produção, as médias para peso de 2,5 kg e 2,3 kg ao nascer; 8,9 kg e 8,6 kg aos 2 meses; 13,0 kg e 11,6 kg aos 3 meses; 17,4 kg e 13,9 kg aos 4 meses; e 27,4 kg e 18,8 kg aos 6 meses de idade, para machos e fêmeas, respectivamente. Para fêmeas de 8 meses de idade foi observada a média de 22,7 kg.

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Em um estudo realizado em ovinos Santa Inês na Bahia, em sistema extensivo de produção, CARNEIRO et al (2006) encontraram as médias de 4,2; 8,8; 11,2; 12,9; 14,2; 15,4 e 17,5 kg para peso ao nascer, peso aos 30, 60, 90, 120, 150 e aos 180 dias de idade, respectivamente. Estes autores concluíram que a taxa de crescimento no primeiro mês de idade foi satisfatória; porém seguida de redução no incremento de peso nos meses seguintes, o que provavelmente ocorreu devido à baixa qualidade nas pastagens durante o período do estudo.

O peso vivo e morfometria corporal em ovinos da raça Santa Inês no Piauí, foi estudado por COSTA JUNIOR et al (2006) em machos e fêmeas em diferentes idades. Observaram que o peso vivo mostrou-se mais influenciado pelos efeitos considerados nas análises (sexo, região e nível de tecnologia) do que as demais medidas morfométricas (altura na cernelha e na garupa, comprimento corporal e de garupa, perímetro torácico) e dois índices indicadores de capacidade corporal. Os autores concluíram que o peso vivo seria o menos recomendado para projetar o tamanho do animal na região avaliada. Estes autores obtiveram as médias de 41,7 ± 14,1 e 39,0 ± 12,7 kg para machos e fêmeas da classe de idade dente de leite (do nascimento a 1 ano de idade), respectivamente. Nesta idade a variação de pesos nos machos foi de 30,4 a 59,9 kg nos níveis de baixa e alta tecnologia de criação, respectivamente, enquanto que nas fêmeas esta variação foi menor, de 27,4 a 49,4 kg, evidenciando o efeito do manejo e do sexo sobre o peso dos animais.

A Tabela 1 foi adaptada do trabalho de MORAIS, LOBO e SOUZA (2006), a mesma apresenta uma revisão de trabalhos em relação a pesos a diferentes idades em ovinos Santa Inês. Pode-se observar que para uma mesma idade, os diferentes autores acharam diferentes pesos e isto se deveria possivelmente a que os animais provêm de experimentos realizados em diferentes regiões/estados, com condições ambientais diferentes, com manejos diversos e também por diferenças nas linhagens genéticas dos progenitores.

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Tabela 1 - Pesos de ovinos Santa Inês em diferentes idades resultantes de trabalhos de pesquisa.

Característica Média Fonte

Peso ao nascer (kg) 3,49 3,55 3,22 3,07 3,25 3,40 3,77 SILVA et al. (1995) MCMANUS e MIRANDA (1997) GIRÃO et al. (1999) QUESADA et al. (2002) SOUSA (2000) LÚCIO FILHO (2003) PEDREIRA (1987) Peso aos 30 dias (kg) 8,01

8,60

QUESADA et al. (2002) LÚCIO FILHO (2003)

Peso aos 84 dias (kg)

10,57 13,51 14,61 FIGUEIREDO et al. (1991) BARBIERI et al. (1991) SILVA et al. (1995) Peso aos 3 meses (kg) 13,95

17,70

MCMANUS e MIRANDA (1997) LÚCIO FILHO (2003)

Peso aos 112 dias (kg)

14,36 16,09 14,30 a 20,00 BARBIERI et al. (1991) SILVA et al. (1995) SILVA & ARAÚJO (2000)

Peso aos 4 meses (kg)

20,10 26,10 22,80 QUESADA et al. (2002) LÚCIO FILHO (2003) PEDREIRA 1987 Peso aos 6 meses (kg) 17,34

31,00

MCMANUS e MIRANDA (1997) LÚCIO FILHO (2003) Peso aos 196 dias (kg) 28,50 PEDREIRA 1987 Peso aos 7 meses (kg) 29,84 QUESADA et al. (2002) Peso aos 8 meses (kg) 34,40 LIMA et al. (1991)

Peso aos 12 meses(kg) 27,43 MCMANUS e MIRANDA (1997)

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SOUSA et al (2007) ao estudarem ovinos Santa Inês criados intensivamente na Paraíba observaram a média de 17,63 Kg de peso para os animais com 100 dias de idade.

Em ovinos mestiços Santa Inês em regime semi-intensivo no Ceará, SILVA e ARAÚJO (2000) observaram altas herdabilidades e correlações genéticas entre os pesos ao nascer, aos 56, aos 84 e 112 dias de idade, sugerindo que a seleção em qualquer uma destas características pode promover mudanças nas demais.

2.2 –Medidas morfométricas

O estudo do tamanho dos animais é um aspecto muito discutido (WINKLER, 1993), quando a sua avaliação se baseia no peso vivo dos animais, o qual sofre grandes influências do ambiente e variações periódicas conforme o nível nutricional, sendo, portanto, uma característica contraditória. Por este motivo WINKLER (1993) e FELIPE et al (2005) concluem que as mensurações de medidas corporais lineares como por exemplo, perímetro torácico, alturas de cernelha e de garupa e comprimento corporal, possuem maior precisão e confiabilidade para se determinar o tamanho dos animais.

CAMPELO et al (2002) e SANTANA et al (2008) afirmam ainda que, estas mensurações têm sido utilizadas amplamente como indicadoras do peso vivo e de rendimento de carcaça, podendo ser utilizadas como critérios de seleção a partir do conhecimento da correlação entre estas e o peso vivo, buscando-se respostas correlacionadas entre as características.

De modo semelhante, NOLASCO (2005) conclui que a avaliação morfométrica é indispensável para iniciar um processo de seleção e melhoramento genético em ovinos. As mensurações corporais, como a altura de cernelha, comprimento corporal e perímetro torácico possuem alta herdabilidade (PEIXOTO, 1989), o que permite, com eficiência, a utilização destas características no processo de seleção.

As medidas morfométricas auxiliam a seleção de animais com melhor mérito genético por apresentar uma determinação mais precisa das relações entre as

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diferentes partes do corpo, definindo a harmonia do conjunto fenotípico em termos de musculatura, profundidade, altura, longitude, aprumos, peso entre outros (FELIPE

et al, 2005), podendo, estas medidas, também serem utilizadas para a definição racial e de biotipos.

Por outro lado, SANTANA et al. (2004a) afirmam ainda que, as medidas morfométricas podem ser utilizadas para definir o porte e a aptidão de um determinado grupo genético. Desta forma, SANTANA e ANDRADE (2008) acrescentam que, estas medidas são importantes para o estabelecimento dos padrões raciais da Santa Inês, tanto para os animais de elite quanto para os animais de produção, que necessitam ter um bom rendimento de carcaça e cuja aptidão está relacionada às medidas corporais.

No entanto, NOLASCO (2005) relata que ao considerar as medidas realizadas nos animais a campo, estas deveriam compreender poucas características, serem de fácil obtenção e de baixo custo. Este autor comenta que têm sido utilizadas as medidas mais relacionadas com a conformação, como a altura de cernelha, a altura de garupa, o perímetro torácico, além da obtenção da idade e do peso vivo do animal.

Segundo FELIPE et al. (2005), no processo de crescimento, as diferentes partes do corpo crescem em velocidades diferentes. A ordem de amadurecimento dos componentes corporais é: nervos, esqueleto, músculo e gordura. Desta forma, as mudanças nas condições nutricionais e ambientais afetam principalmente a gordura e os músculos, nesta ordem. Portanto, em condições de escassez de alimentos, as medidas morfométricas são mais confiáveis para avaliar esse crescimento porque estão relacionadas ao desenvolvimento do esqueleto.

Neste sentido, SOUSA et al (2006) ressaltam que as medidas que dependem da ossatura como, por exemplo, as alturas, são menos sujeitas as variações da condição corporal dos indivíduos que é influenciada pelo estado nutricional, de saúde e das condições ambientais.

No estudo realizado por COSTA JUNIOR et al (2006), esta influência se tornou bem evidente quando foram avaliados o peso corporal e as medidas morfométricas de ovinos Santa Inês criados extensivamente e intensivamente no Piauí, sendo possível observar que o peso vivo apresentou maior coeficiente de variação (21,77%). As medidas morfométricas (altura de cernelha, altura de garupa, perímetro torácico e comprimento corporal) apresentaram valores do coeficiente de

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variação inferiores a 9%, concluindo então que, dentre as características avaliadas o peso vivo apresentou maior influência dos tipos de sistemas de produção avaliados. Estes autores observaram ainda que havia uma variação proporcional entre as características morfométricas, concluindo que realmente existe uma correlação entre essas medidas em ovinos.

Outro fator importante observado por COSTA JUNIOR et al (2006) foi que a partir de uma determinada idade o crescimento ósseo cessa em função da maturação esquelética e a medida de comprimento corporal tende a se estabilizar. Porém, o peso vivo e o perímetro torácico tendem a aumentar simultaneamente por mais tempo em função da deposição de gordura e músculo.

Conforme foi também constatado por CAMPELO et al (2002) em ovinos Santa Inês, criados intensivamente no Piauí, que a partir de um ano de idade o peso vivo e o perímetro torácico mostraram-se mais variáveis que as demais características avaliadas (comprimento corporal, altura de cernelha e de garupa), atribuindo ao efeito de manejo nutricional a que foram submetidos os animais, principalmente naqueles com elevada deposição de gordura.

SANTANA et al (2001) também evidenciaram alto coeficiente de variação para o peso vivo em ovinos jovens Santa Inês criados extensivamente no Ceará, mostrando ser a característica mais influenciada pelo ambiente quando comparada as medidas morfométricas que foram avaliadas (perímetro torácico, comprimento corporal, altura de cernelha e de garupa).

Ao analisarem o efeito do nível de energia da dieta sobre o escore corporal e as medidas morfométricas em ovinos Santa Inês na Paraíba, SOUSA et al (2007) verificaram que o nível de energia acarretou mudanças no escore corporal, mas não afetou as medidas de altura de cernelha e de garupa, comprimento corporal e perímetro torácico.

São poucos os trabalhos relatados na literatura nacional apresentando as médias das medidas morfométricas de ovinos.

ARAÚJO et al. (1996) estudaram as medidas corporais de borregos Santa Inês dos 84 dias, quando ocorreu o desmame, aos 11 meses de idade, em regime semi-intensivo somente até o desmame, que são apresentadas na Tabela 2.

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Tabela 2. Médias e respectivos erros padrão de medidas corporais (AC altura de cernelha; AG -altura de garupa; CC - comprimento corporal; PT - perímetro torácico), em cm, de acordo com a idade dos animais.

Fêmeas Machos

3-5 meses 6-8 meses 9-11

meses 3-5 meses 6-8 meses

9-11 meses AC 52,15±0,48 55,56±0,46 57,55±0,43 54,62±0,66 58,25±0,55 63,82±0,64 AG 52,97±0,46 55,71±0,45 58,96±0,42 55,23±0,70 58,43±0,59 64,73±0,69 CC 50,38±0,53 53,55±0,50 55,10±0,48 53,27±0,81 56,11±0,68 64,92±0,79 PT 60,70±0,63 66,34±0,61 67,44±0,57 61,13±0,89 69,28±0,57 77,74±0,87

Fonte: ARAÚJO et al. (1996).

Ao analisarem as características de crescimento de ovinos machos da raça Morada Nova criados extensivamente no Ceará aos 112, 210 e 365 dias de idade, LOBO et al (1997) encontraram as médias de 9,72 ± 0,77, 13,17 ± 1,00 e 19,78 ± 0,84 cm para perímetro torácico; 43,69 ± 1,65, 50,95 ± 0,99, 56,56 ± 0,65 cm para comprimento corporal e 46,98 ± 1,66, 53,80 ± 1,09, 59,93 ± 0,64 cm para altura de cernelha, respectivamente.

Em ovinos machos da raça Santa Inês, no Ceará, em regime extensivo SANTANA et al. (2001) observaram as médias de 48,92 ± 4,05, 53,37 ± 3,90 e 61,68 ± 3,29 cm para perímetro torácico; 48,32 ± 4,34, 53,48 ± 3,82 e 57,98 ± 3,46 cm para comprimento corporal e 47,53 ± 3,46, 52,22 ± 3,07 e 53,96 ±2,85 cm para altura de cernelha aos 56, 84 e 112 dias de idade, respectivamente. Para altura de garupa foram encontradas as médias de 52,61 ± 3,82 e 53,94 ± 2,81 cm aos 84 e 112 dias de idade.

Na raça Santa Inês em regime intensivo, CAMPELO et al (2002) relataram as médias, em machos, de 83,63 cm e 95,00 cm para perímetro torácico, 74,77 cm e 80,48 cm para comprimento do corpo, 67,58 cm e 72,48 cm para altura de cernelha e 68,27 cm e 73,28 cm para altura de garupa nas idades de até 7 meses e de 7 a 12 meses de idade, respectivamente. Nas fêmeas foram encontradas as médias de 81,09 cm e 91,80 cm para perímetro torácico, 68,66 cm e 74,75 cm para comprimento do corpo, 63,75 cm e 67,80 cm para altura de cernelha e 64,91 cm e

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69,35 cm para altura de garupa, nas idades de até 7 meses e de 7 a 12 meses de idade, respectivamente.

No Piauí, em ovinos Santa Inês criados intensivamente e extensivamente as médias de 70,4 ± 6,5 e 69,4 ± 6,1; 70,3 ± 6,7 e 69,7 ± 6,6; 69,4 ± 6,7 e 69,4 ± 6,3; 80,7 ± 9,12 e 79,4 ± 8,5cm para as medidas de altura de cernelha, altura de garupa, comprimento corporal e perímetro torácico em machos e fêmeas, respectivamente, para a classe de idade de dente de leite, foram observadas por COSTA JUNIOR et

al (2006). Quando estes autores analisaram estas medidas, considerando somente o nível baixo de tecnologia (extensivo), estas médias reduziram para 69,1 ± 4,8 e 65,8 ± 4,8; 68,1 ± 4,7 e 65,8 ± 6,1; 67,2 ± 6,0 e 65,3 ± 5,2; 74,5 ± 8,5 e 70,0 ± 8,9cm para machos e fêmeas, respectivamente.

SOUSA et al (2007) ao estudarem ovinos Santa Inês na Paraíba, a serem abatidos com peso em torno dos 30 Kg e criados intensivamente, observaram as médias de 58,83; 61,00; 55,38; e 69,92cm para altura de cernelha; altura de garupa, comprimento corporal; e perímetro torácico, respectivamente.

Vários trabalhos mencionam que o tamanho dos ovinos pode ser estudado através de mensurações corporais lineares e que estas medidas apresentam correlação entre si e com o peso vivo, possibilitando a utilização destas para estimar o peso dos animais.

Para SANTANA e ANDRADE (2008) o conhecimento da correlação entre as medidas zootécnicas e o peso vivo são muito importantes para o estabelecimento dos critérios de seleção e produção.

E segundo LUCHIARI FILHO (2000), as medidas mais utilizadas e que possuem maior correlação com o peso vivo são o perímetro torácico, comprimento corporal e altura de garupa.

Conforme observado por ARAÚJO et al (1997) em borregos Santa Inês, reportando altos coeficientes de correlação do peso vivo e a altura de cernelha, a altura de garupa, o comprimento corporal e o perímetro torácico de, respectivamente, 0,89; 0,88; 0,93 e 0,90. Estes pesquisadores verificaram que dentre as medidas estudadas, o comprimento corporal e o perímetro torácico foram responsáveis juntamente por 90 % da variação no peso e, quando isoladas, corresponderam a 87% desta variação. A altura de cernelha e a altura de garupa responderam a 80% da variação total no peso, isoladamente. Portanto, concluíram que as medidas morfométricas podem predizer o peso vivo em ovinos Santa Inês e

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que o comprimento corporal e o perímetro torácico foram as medidas corporais mais correlacionadas ao peso.

Da mesma forma, SANTANA et al (2001) encontraram para machos ovinos da raça Santa Inês no Ceará em regime extensivo, altas correlações do peso vivo com perímetro torácico, comprimento corporal e altura de cernelha, às diferentes idades, de 0,85, 0,75 e 0,70 aos 56 dias; 0,90, 0,85 e 0,66 aos 84 dias e 0,80, 0,87 e 0,79 aos 112 dias de idade, respectivamente. Para correlação entre peso vivo e altura de garupa observaram 0,70 e 0,72 aos 84 dias e 112 dias de idade, respectivamente. As correlações mais altas foram encontradas entre o peso vivo e as medidas de perímetro torácico e de comprimento corporal, concluindo que estão altamente correlacionadas.

CAMPELO et al (2002) também constataram, em ovinos Santa Inês criados intensivamente no Piauí, correlações positivas e significativas das características de peso vivo e o comprimento corporal, da altura de cernelha, a de garupa e do perímetro torácico e também entre estas medidas. A maior correlação observada foi entre a altura de cernelha e a de garupa (0,90), seguido pela do peso vivo e o perímetro torácico (0,86).

Em outras raças isto também foi evidenciado, como em ovinos machos Nilotic no Sul do Sudão por ATTA e EL KHIDIR (2004), que observaram uma correlação altamente significativa entre o peso vivo e o comprimento corporal (0,95). Para o mesmo foi observado em fêmeas, citando a correlação de 0,96 para o peso vivo e o comprimento corporal. Estes autores concluíram que o peso vivo poderia ser estimado em machos e fêmeas a partir da mensuração desta medida.

E também em ovinos Pelibuey maiores de um ano de idade, de ambos os sexos, no México, por ROMUALDO et al (2004) que verificaram maiores correlações em machos do que em fêmeas dentre as características estudadas, isto é, 0,83 entre o peso vivo e perímetro torácico em machos e 0,70 em fêmeas. O coeficiente de maior correlação encontrado foi entre a altura de cernelha e a altura de garupa, 0,92 em machos e 0,87 em fêmeas.

Assim como, FELIPE et al. (2005) estudando as medidas morfométricas em ovinos Blackbelly, de 1 a 4 anos de idade, encontraram correlações positivas e significativas entre as mesmas de 0,77 e 0,82 para a correlação entre peso vivo e perímetro torácico em machos e fêmeas, respectivamente. Para peso e altura de cernelha as correlações foram de 0,70 para macho e 0,60 para fêmea.

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Em ovinos Santa Inês, no Piauí, foram relatadas correlações positivas e elevadas entre o peso e as medidas morfométricas (altura de cernelha, altura de garupa, comprimento corporal, comprimento de garupa e perímetro torácico) e entre estas medidas, indicando a possibilidade de respostas correlacionadas se usadas em programa de seleção da raça (COSTA JUNIOR et al, 2006).

Correlações altas e significativas entre o peso vivo e perímetro torácico foram observadas em ovinos machos Santa Inês de 4 a 48 meses de idade, criados em rebanhos da região Nordeste em sistemas intensivo e semi-intensivo, principalmente em animais de 6 a 7 meses de idade (SOUSA et al, 2006). No caso das fêmeas, deste mesmo estudo, somente foi observado correlações significativas entre o peso vivo e altura de garupa naquelas de 4 a 36 meses de idade.

SANTANA e ANDRADE (2008) relatam para ovinos machos da raça Santa Inês no Ceará, criados em regime extensivo, uma alta correlação entre o peso vivo e o perímetro torácico, o comprimento corporal, a altura de cernelha e altura de garupa às idades de 56 dias (0,87; 0,78; 0,69, respectivamente), 84 dias (0,90; 0,81; 0,74; 0,70, respectivamente), 112 dias (0,80; 0,77; 0,79; 0,72, respectivamente), e 200 dias (0,90; 0,76; 0,58; 0,65, respectivamente). Estes autores concluem que até estas idades o ganho nas medidas corpóreas estava atrelado ao ganho de peso do animal e que, a partir desta idade houve uma redução desse coeficiente de correlação entre todas as medidas. As maiores correlações encontradas foram entre o peso vivo e o perímetro torácico e o comprimento corporal.

2.3 –Índices morfométricos

A relação entre as medidas morfométricas permite a estimativa de alguns índices, chamados de índices zoométricos, que são utilizados para avaliar o desenvolvimento e a aptidão dos animais, além de identificar as características morfométricas a serem melhoradas e os animais que são geneticamente superiores. (NOLASCO, 2005 e FELIPE et al, 2005).

A utilização de índices corporais em eqüinos para determinar a aptidão dos animais é comum, conforme relatado por CAMPELO et al (2002), devendo ser

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estudados também em ovinos a fim de serem utilizados em programas de melhoramento.

A capacidade corporal é uma medida que indica a habilidade de se acumular músculo na carcaça e é importante porque permite estimar ou classificar os animais quanto ao potencial de desenvolvimento corporal (SOUSA et al, 2007).

COSTA JUNIOR et al (2006) salientam que pelo fato de a conformação corporal ser definida pelas relações entre a altura e o comprimento e a profundidade do corpo, a caracterização da melhor conformação de animais da raça Santa Inês torna importante a identificação de um índice de capacidade corporal que pudesse ser utilizado como um critério de seleção.

Sendo assim, os animais longilíneos, conhecidos como “pernaltas”, seriam aqueles altos e compridos e os brevilíneos, ditos “compactos”, os baixos e curtos, conformação esta predominante e desejada nos animais com aptidão para corte.

Segundo estes mesmos autores e SOUSA et al (2007), a capacidade corporal pode ser avaliada através de dois indicadores: a capacidade corporal 1 (CC1), que corresponde ao quociente entre o peso (kg) e o comprimento corporal (cm) do animal; e a capacidade corporal 2 (CC2), correspondente ao quociente entre o peso (kg) e o perímetro torácico (cm) do animal. O CC1 avalia o desenvolvimento corporal, enquanto que o CC2 indica a habilidade de se acumular gordura na carcaça.

Portanto, COSTA JUNIOR et al (2006) afirmam que valores de CC1 superiores à unidade evidenciam acúmulo de gordura e valores próximos a 0,5 indicam conformação longilínea.

Segundo ALVAREZ et al (2000a,b), PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) e MERNIES et al (2007), os índices morfométricos podem ser classificados em índices etnológicos relacionados às características raciais e os índices funcionais relacionados à aptidão produtiva. Dentre os índices etnológicos está o índice corporal que corresponde à relação entre o comprimento corporal e o perímetro torácico multiplicado por 100, e dentre os índices produtivos está o índice corporal lateral que corresponde à relação entre a altura de cernelha e o comprimento corporal multiplicado por 100, este último índice indica a aptidão dos animais para corte.

MCMANUS et al (2001) e CAMPELO et al (2002) também estudaram os índices corporal e corporal lateral, no entanto com uma diferença no cálculo destes

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dois índices. Estes autores utilizaram a fórmula em que o numerador não é multiplicado por 100 e citaram a seguinte classificação para o índice corporal: quando superior a 0,90, indica animal longilíneo (longo); entre 0,85 e 0,90, animal mediolíneo (médio) e inferior a 0,85, animal brevilíneo (curto).

Com relação ao índice corporal lateral, CAMPELO et al (2002) consideram que ao seu menor valor, inferior a unidade, o animal se aproxima a um retângulo, ou seja, consiste na forma predominante dos animais com maior aptidão para corte e quando maiores que a unidade indicam que os animais apresentam membros longos (pernaltas).

PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) citam outros índices como: índice de anamorfose, de compacidade e de proporcionalidade corporal. O índice de anamorfose consiste na relação entre a medida do perímetro torácico ao quadrado sobre o perímetro torácico. O índice de compacidade (peso relativo) corresponde à relação entre o peso vivo e a altura de cernelha multiplicado por 100. O índice de proporcionalidade corporal consiste na relação entre os indices de compacidade e o corporal multiplicado por 100. Estes mesmos autores relatam que quando os valores dos índices apresentam diferenças significativas isto se deve a que existem também diferenças significativas de uma ou duas variáveis que intervém na sua obtenção.

O índice de compacidade e o de proporcionalidade corporal avaliam o quanto os animais são compactos e o de anamorfose a habilidade de se acumular gordura corpórea.

TORRES e JARDIM (1992) afirmam que os índices quando são utilizados isoladamente não são suficientes para avaliação de um animal, no entanto são considerados importantes como critérios de seleção.

São poucos os trabalhos na literatura que relatam sobre as médias dos índices morfométricos em ovinos Santa Inês e que fazem referências sobre a funcionalidade da classificação dos índices morfométricos estudados.

ALVAREZ et al (2000a) verificaram em ovinos adultos da raça Palmera, em sistema extensivo de criação nas Ilhas Canárias, as médias de 75,25 ± 75,38 para índice corporal e 91,86 e 92,63 para índice corporal lateral em machos e fêmeas, respectivamente. Estes autores concluem que segundo o valor do índice corporal lateral, o qual determina as proporções corporais, a raça se enquadra no grupo sublongilíneo.

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Em um segundo estudo, ALVAREZ et al (2000b) avaliaram ovinos adultos da raça Canaria, nas Ilhas Canarias criados extensivamente, e observaram as médias de 79,62 e 76,43 para índice corporal e 89,61 e 91,53 para índice corporal lateral em machos e fêmeas, respectivamente. Neste caso, os autores enquadraram a raça no grupo sublongilíneo a longilíneo e concluíram que esta raça por apresentar menor índice corporal lateral são mais compactos que a raça Palmera.

No cálculo destes índices é importante frisar que estes autores utilizaram a fórmula em que o numerador foi multiplicado por 100, o que não foi realizado por CAMPELO et al (2002), que observaram em ovinos Santa Inês criados intensivamente no Piauí, as médias em machos com menos de 7 meses e de 7 a 12 meses de 0,90 e 0,85 para índice corporal e de 1,11 e 1,12 para índice corporal lateral, respectivamente. Nas fêmeas as médias foram 0,85 e 0,82 para índice corporal e 1,08 e 1,11 para índice corporal lateral, respectivamente.

Neste último estudo os animais foram classificados como de tamanho médio, de acordo com o valor do índice corporal, tendendo para padrão longo quando mais jovens. Isto foi justificado pelo desenvolvimento mais acentuado do perímetro torácico dos animais em relação ao comprimento do corpo, com o aumento da idade. Pelo índice corporal lateral estes animais apresentam membros longos, principalmente nos animais adultos, colocando a raça como pernalta. No entanto, estes autores concluem que o alto potencial produtivo desta raça não é comprometido por apresentar pernas longas, devido à boa capacidade torácica destes animais.

Em ovinos Santa Inês no Piauí em regime extensivo e intensivo, COSTA JUNIOR et al (2006) observaram as médias de 0,50 ± 0,12 e 0,48 ± 0,09 para CC2 e 0,59 ± 0,12 e 0,55 ± 0,12 para CC1 em machos e fêmeas, respectivamente, em animais até 1 ano de idade. Ao estudarem o efeito de manejo verificaram que, para essa classe de idade, à medida que o nível de tecnologia aumentava, os valores médios de CC1 e CC2 também aumentavam; em nível baixo os valores foram de 0,44 ± 0,13 e 0,40 ± 0,11 para CC1 e CC2 em machos, e 0,42 ± 0,10 e 0,39 ± 0,05 para CC1 e CC2 em fêmeas, respectivamente. Segundo a classificação para CC1 por estes autores estes animais apresentaram uma conformação longilínea. No entanto, em nível alto de tecnologia estes valores aumentaram para 0,81 ± 0,15 e 0,64 ± 0,09 para CC1 e CC2 em machos, e 0,72 ± 0,14 e 0,39 ± 0,05 para CC1 e

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CC2 em fêmeas, respectivamente, caracterizando o maior acúmulo de gordura nestes animais.

MERNIES et al (2007) ao estudarem ovelhas Crioulas no Uruguai, criadas extensivamente, verificaram que os animais eram do tipo compacto, segundo a média de 81,64 ± 10,60 para o índice corporal. No entanto, a média de 90,86 ± 12,56 para o índice corporal lateral enquadrou no tipo sublongilíneo.

No estudo de cordeiros Santa Inês na Paraíba em regime intensivo, com dietas contendo dois tipos de nível de energia, SOUSA et al (2007) observaram os valores médios de 0,53 e 0,42 em animais submetidos a dieta com alto nível de energia e 0,52 e 0,41 ao grupo com dieta de baixo nível energético para CC1 e CC2, respectivamente. Ao analisarem as médias de cada grupo, verifica-se que os animais que receberam a dieta com maior nível energético na época do abate (média 30 kg de peso vivo), apresentaram maiores valores médios para CC1 e CC2. No entanto, esta diferença somente foi significativa para CC2 devido ao maior peso desses animais, uma vez que a medida de perímetro torácico foi semelhante entre os animais que receberam dieta de baixo e alto nível de energia. No entanto, ao analisarem as características relacionadas à morfometria da carcaça observaram que a medida de perímetro de tórax dos animais que receberam dieta com maior nível energético apresentaram médias superiores em relação aos demais, concluindo que houve maior deposição de tecidos neste grupo de animais.

PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) observaram para ovinos adultos, de ambos os sexos da raça Aranesa, em sistema extensivo, as médias de 89,5 e 87,2 para índice corporal; 92,7 e 94,9 para índice corporal lateral; 94,3 e 87,6 para índice anamorfose; 103,3 e 78,5 para índice compacidade; 130,9 e 87,4 para índice de proporcionalidade corporal em machos e fêmeas, respectivamente. De acordo com os índices corporal e corporal lateral estes autores enquadraram esta raça dentro da proporção longilínea.

As correlações encontradas entre os índices de capacidade corporal, por COSTA JUNIOR et al (2006) no estudo realizado em ovinos Santa Inês no Piauí criados em sistemas extensivo e intensivo, foi de 0,95, indicando a similaridade do peso dos animais longilíneos aos de maior profundidade corporal. Nesta análise foram encontradas correlações altas entre CC2 e CC1 com o peso, de 0,97 e 0,97, respectivamente. As correlações de CC2 foram de 0,73 com a altura de cernelha; de 0,78 com a altura de garupa; de 0,65 com o comprimento corporal e de 0,86 com o

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perímetro torácico; entre CC1 e a altura de cernelha foi de 0,65, com a altura de garupa de 0,72, com o comprimento corporal de 0,48 e com o perímetro torácico de 0,92.

2.4 - Efeitos não genéticos sobre as medidas e índices morfométricos e o peso vivo

Segundo PEREIRA (2004), a seleção dos indivíduos é realizada a partir da avaliação dos seus fenótipos, a qual resulta da constituição genética do indivíduo e da interação dos seus genes com vários efeitos não genéticos ou de ambiente, concluindo que é extremamente importante determinar o quanto desta variação fenotípica se deve ao genótipo dos indivíduos e quanto se deve as diferenças de ambiente.

Portanto, em programas de seleção e/ou cruzamentos para melhoria da eficiência na produção requerem o conhecimento do crescimento em ovinos, bem como a influência dos efeitos genéticos e ambientais que afetam os mesmos (FERNANDES et al, 2001).

2.4.1 – Época e ano de nascimento

PEREIRA (2004) afirma que os efeitos de ano de nascimento são atribuídos aos fatores ambientais, como a pluviosidade, temperatura e umidade do ar sobre os animais e sobre as pastagens, assim como as diferenças genéticas entre os animais do rebanho e as diferenças do manejo no qual são submetidos.

SILVA e ARAÚJO (2000) e FERNANDES et al. (2001) também consideram que a influência do ano se deve aos problemas sanitários, práticas de manejo e disponibilidade e qualidade de forragens em função da ocorrência de chuvas.

A época do nascimento atuando sobre o crescimento dos cordeiros, é outro fator importante a ser considerado no desenvolvimento dos animais devido a maior

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ou menor disponibilidade de oferta de matéria seca em função das estações do ano em sistemas de produção do tipo extensivo (QUESADA et al., 2002),

Na região sudeste do Brasil, estas estações se definem em seca e chuvosa, onde a seca corresponde aos meses de março a outubro e a chuvosa de novembro a fevereiro, para PEREIRA (2004). Os efeitos de época e/ou estação de nascimento, para animais criados em regime exclusivamente a pasto, estão fortemente relacionados com as condições climáticas, que afetam diretamente o organismo do animal ou indiretamente alterando a quantidade e a qualidade de alimentos ou aumentando a incidência de doenças.

Para ALVES et al. (2006), a época seca favorece a saúde dos animais ao nascimento, devido à ausência de umidade excessiva, diminuindo a incidência de doenças.

Ao estudarem o efeito de época de nascimento sobre o peso vivo, perímetro torácico, comprimento corporal e altura de cernelha em ovinos Morada Nova criados extensivamente no Ceará aos 112, 210 e 365 dias de idade, LOBO et al (1997) não observaram este efeito, devido a época da estação de monta ter sido concentrada em alguns meses em função de condições climáticas desfavoráveis.

No entanto, MCMANUS e MIRANDA (2000) relatam o efeito de época e ano de nascimento altamente significativo sobre o peso ao nascer, aos 3, 6 e 12 meses de idade em ovinos da raça Bergamácia em regime extensivo e semi- intensivo em Brasília, em que a influência do ano sobre os pesos ocorreu devido a uma mudança na prática de manejo na qual os animais passaram a ficar presos à noite, impossibilitando o pastejo noturno. Com relação ao efeito mês de nascimento, os pesos eram influenciados pela disponibilidade das pastagens em função da estação do ano.

O mesmo foi verificado por SILVA e ARAÚJO (2000) ao estudarem o peso de cordeiros mestiços Santa Inês, em regime semi-intensivo de pastagem nativa no Ceará, que o ano de nascimento da cria influenciou significativamente o peso e ganhos diários de peso dos animais. Estes autores alegaram que isto se deu em função das precipitações pluviais sofrerem variações ao longo dos anos, refletindo na disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade das pastagens.

Em outro estudo realizado sobre os efeitos de ambiente sobre as características de crescimento de cordeiros da raça Morada Nova, do nascimento a um ano de idade, em sistema extensivo no Ceará, FERNANDES et al. (2001)

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verificaram também a influência do efeito de ano de nascimento sobre o peso dos animais. Assim como, QUESADA et al. (2002) que observaram este efeito sobre o peso dos cordeiros deslanados criados extensivamente no Distrito Federal. Em ambos os trabalhos, os autores afirmam que isto se deve a variações de ambiente, manejo do rebanho e seleção dos animais durante os anos estudados.

Em Sergipe e na Bahia, FERRAZ et al (2004) verificaram o efeito de ano de nascimento sobre o peso ao nascer, aos 60, 180 e 270 dias de idade em ovinos da raça Santa Inês. Estes autores não observaram a influência da estação do ano (seca ou chuvosa) sobre estas medidas.

Ao estudarem o efeito da época de nascimento sobre a puberdade em cordeiros Santa Inês no Distrito Federal em regime extensivo com suplementação na época seca, ALVES et al (2006) verificaram que a variação da idade a puberdade pode resultar de fatores estacionais que proporcionam maior ou menor ganho de peso do nascimento a puberdade, mostrando que os animais que nasceram no fim da época seca apresentaram menor idade a puberdade. Segundo HAFEZ (1995), a puberdade está mais intimamente relacionada ao peso corporal que à raça ou idade. Desta forma, ALVES et al (2006) verificaram que os animais tiveram pequena variação nas médias de peso corporal à puberdade.

2.4.2 – Sexo

Segundo FERNANDES et al. (2001), QUESADA et al. (2002) e PEREIRA (2004), a superioridade no peso vivo de machos é devida ao dimorfismo sexual comum a todas as espécies mamíferas durante o desenvolvimento e fase adulta.

Conforme relatado em vários estudos como o de MCMANUS e MIRANDA (1997) em ovinos Santa Inês no Distrito Federal, criados extensivamente, em que os machos foram mais pesados do que as fêmeas da mesma idade, porém aos 3 e 6 meses a diferença observada não foi significativa.

No entanto, ARAÚJO et al (1997) não observaram a influência do sexo sobre o peso, comprimento corporal e perímetro torácico nos grupos de machos e fêmeas de 3 a 5 meses e de 6 a 8 meses de idade em ovinos Santa Inês no Ceará em

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regime semi-intensivo até o desmame (84 dias de idade), porém após esta idade constituiu-se fonte de variação sobre as características estudadas.

Em ovinos Bergamácia em Brasília criados extensivamente, MCMANUS e MIRANDA (2000) observaram os efeitos altamente significativos de sexo sobre o peso ao nascer, aos 3, 6 e aos 12 meses de idade, apresentando os machos um crescimento superior ao das fêmeas.

Em cordeiros Santa Inês no Ceará, criados em sistema semi-intensivo, o sexo da cria não teve efeito significativo sobre os pesos ao nascer, aos 56, 84 e 112 dias de idade e sobre os ganhos de peso do nascimento aos 56 dias de idade, dos 56 aos 84 dias de idade e do nascimento aos 112 dias de idade (SILVA e ARAÚJO, 2000). O mesmo resultado foi encontrado com relação ao peso ao nascer em ovinos da raça Santa Inês criados extensivamente com suplementação em Alagoas, por CORDEIRO et al. (2004), em que o sexo do cordeiro não teve efeito significativo sobre o peso ao nascer.

O efeito de sexo sobre o peso ao nascer, ao desmame, aos 6 e aos 12 meses de idade, também foi relatado por FERNANDES et al. (2001) em cordeiros da raça Morada Nova no Ceará em criação extensiva, encontrando maiores pesos para os machos. O peso ao nascer, ao desmame, aos 6 e 12 meses de idade para machos e fêmeas encontrados, respectivamente, foram: 2,26 ± 0,02 e 2,16 ± 0,02 kg; 11,09 ± 0,11 e 10,78 ± 0,11 kg; 13,00 ± 0,13 e 12,60 ± 0,13 kg; 18,95 ± 0,23 e 18,25 ± 0,23 kg.

PEDREIRA (1987) citado por SOUSA (2002) observou em Sergipe para cordeiros Santa Inês em que o peso ao nascer, aos 112, 196 e 365 dias de idade variou de 3,3 a 4,0; 20,5 a 26,1; 26,5 a 34,0; e 33,5 a 44,0 kg, respectivamente, entre sexo e regiões estudadas.

Resultados semelhantes foram encontrados por QUESADA et al (2002) em ovinos deslanados do Distrito Federal, criados extensivamente, em que os machos apresentaram os pesos maiores do que as fêmeas ao nascer: 3,12 ± 0,03 e 3,00 ± 0,04 kg ; aos 30 dias: 8,10 ± 0,01 e 7,97 ± 0,01 kg; aos 120 dias os pesos foram de 20,60 ± 0,02 e 19,61 ± 0,02 kg e aos 210 dias os pesos foram de 30,45 ± 0,02 e 29,17 ± 0,02 kg, para machos e fêmeas, respectivamente. No entanto, a diferença foi significativa para peso ao nascer e aos 120 dias de idade.

Em ovinos Santa Inês criados intensivamente no Piauí, CAMPELO et al (2002) verificaram o efeito de sexo, em que os machos foram superiores às fêmeas

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no peso vivo e nas medidas de altura de cernelha e de garupa, perímetro torácico e comprimento corporal, enquanto que, FERRAZ et al. (2004) observaram a influência do sexo sobre o peso ao nascer, aos 60, 180 e 270 dias de idade em ovinos dessa mesma raça, em Sergipe e na Bahia.

SANTANA et al. (2004a) analisaram as medidas morfométricas de machos da raça Santa Inês de 4 a 6 meses de idade em cinco exposições em Sergipe e na Bahia e encontraram as médias de 47,16 ± 7,1 kg para peso; 70,84 ± 5,66 cm para comprimento corporal; 71,86 ± 4,41 cm para altura de garupa; 71,58 ± 4,4 cm para altura de cernelha e 83,43 ± 5,2 cm para perímetro torácico.

Ao analisarem a categoria de fêmeas de 4 a 6 meses de idade, SANTANA et

al. (2004b) observaram as médias de 39,03 ± 6,19 kg para peso; 66,86 ± 5,82 cm para comprimento corporal; 67,36 ± 3,24 cm para altura de garupa; 67,54 ± 3,82 cm para altura de cernelha e 80,8 ± 5,71 cm para perímetro torácico.

FELIPE et al. (2005) relatam uma alta variabilidade na conformação e tamanho corporal entre sexos em ovinos Blackbelly, no México, de 1 a 4 anos de idade. Os autores encontraram as médias de 64.0 ±5.2 e 61,9 ± 4.6 cm para altura da cernelha; 65,5 ± 4,7 e 63,1 ± 4,1 cm para altura de garupa; 73,3 ± 7,9 e 71,1 ± 6,4 cm para perímetro torácico; e 30,1 ± 7,0 e 27,9 ± 6,3 kg para peso vivo, em machos e fêmeas, respectivamente, de 1 ano de idade. Estes mesmos autores também verificaram que as fêmeas atingiam o peso maduro mais precocemente do que os machos.

Ao estudarem o peso do nascimento aos 180 dias de idade de ovinos Santa Inês na Bahia criados extensivamente, CARNEIRO et al (2006) não verificaram diferença entre os pesos médios de machos e fêmeas.

COSTA JUNIOR et al (2006), ao caracterizarem fenotipicamente, em termos de peso e morfometria corporal (altura de cernelha e de garupa, comprimento corporal e perímetro torácico), a conformação zootécnica de ovinos da raça Santa Inês no Piauí, em machos e fêmeas de diferentes idades criados intensivamente e extensivamente, verificaram que o dimorfismo sexual foi ficando mais acentuado à medida que os animais foram envelhecendo; os machos apresentaram valores maiores do que as fêmeas, destacando-se a superioridade dos machos devido a atividade hormonal.

Neste mesmo estudo, estes autores verificaram também a influência do sexo na conformação corporal, havendo diferença nos valores de CC1 e CC2 entre os

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sexos. Os machos apresentaram as médias de 0,59 ± 0,12 e 0,50 ± 0,12, e as fêmeas 0,55 ± 0,12 e 0,48 ± 0,09 para CC1 e CC2, respectivamente.

ALVAREZ et al (2000a) verificaram em ovinos da raça Palmera adultos em regime extensivo que os machos apresentam médias de índice corporal e corporal lateral (75,25 e 91,86) inferiores às fêmeas (75,38 e 92,63).

Em outro estudo com a raça Canária adultos em regime extensivo, ALVAREZ

et al (2000b) verificaram que os machos apresentam médias de índice corporal superiores (79,62) às fêmeas (76,43) e para o índice corporal lateral médias inferiores (89,61) às fêmeas (91,53).

CAMPELO et al (2002) também encontraram em ovinos Santa Inês em sistema intensivo no Piauí médias superiores para índice corporal e corporal lateral em machos até 7 meses e de 7 a 12 meses de idade.

Em ovinos adultos da raça Aranesa criados extensivamente, PARÉS I CASANOVA E PERE-MIQUEL (2007) verificaram diferenças significativas entre os sexos sobre os índices de anamorfose e de proporcionalidade. Os machos apresentaram as médias de 94,3 e 130,9 e as fêmeas 87,6 e 87,4 para os índices de anamorfose e proporcionalidade, respectivamente.

2.4.3 – Idade

O efeito idade em ovinos Santa Inês no Ceará, em regime semi-intensivo até a desmama (84 dias de idade) e extensivo até os 11 meses, foi observado por ARAÚJO et al (1996) em que houve o aumento das médias das medidas morfométricas (altura de cernelha e de garupa, comprimento corporal e perímetro torácico) e do peso vivo com o avançar da idade.

O peso ao nascer teve influência positiva sobre o peso aos 3 e 6 meses de idade no estudo de MCMANUS e MIRANDA (2000) em ovinos Bergamácia em regime extensivo em Brasília.

De modo semelhante, QUESADA et al (2002) verificaram em ovinos deslanados do Distrito Federal criados extensivamente que o peso ao nascer afetou os pesos aos 30, 120 e 210 dias de idade. Neste trabalho os animais mais pesados tenderam a pesos maiores aos 210 dias de idade. Já FERRAZ et al. (2004)

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observaram em ovinos da raça Santa Inês em Sergipe e na Bahia que o peso dos animais aos 180 dias de idade foi influenciado pelo peso aos 60 dias.

SANTANA et al. (2004b) analisaram as medidas morfométricas de fêmeas da raça Santa Inês de 4 a 6 meses de idade em cinco exposições em Sergipe e na Bahia e encontraram as médias de 39,03 ± 6,19 kg para peso; 66,86 ± 5,82 cm para comprimento corporal; 67,36 ± 3,24 cm para altura de garupa; 67,54 ± 3,82 cm para altura de cernelha e 80,8 ± 5,71 cm para perímetro torácico.

Em um outro estudo de SANTANA et al. (2004c), em que foram avaliadas as mesmas medidas para a categoria de fêmeas de 6 a 8 meses de idade foram observadas as médias de 44,51 ± 4,55 kg para peso; 69,62 ± 4,94 cm para comprimento corporal; 70,60 ± 3,36 cm para altura de garupa; 70,49 ± 3,69 cm para altura de cernelha e 85,2 ± 5,94 cm para perímetro torácico.

Nestes dois estudos SANTANA et al (2004b,c) concluem que os animais que participam de exposições são provenientes de várias regiões e que recebem melhores condições de manejo, o que resulta na diversidade dos valores encontrados para as medidas de peso, comprimento corporal, altura de garupa, altura de cernelha e perímetro torácico entre animais da mesma idade e nos altos valores obtidos para estas medidas. Dessa forma, a idade não é um parâmetro ideal para classificar os animais por categoria devido à despadronização das medidas corporais encontradas.

Ao estudarem a conformação corporal de ovinos Blackbelly de 1 a 4 anos de idade, FELIPE et al. (2005) verificaram que existe uma alta variabilidade no tamanho e na conformação destes animais, inclusive dentro de animais da mesma idade, significando que a seleção de animais direcionada para o melhoramento genético poderia ser muito útil. Estes autores também observaram que houve um aumento considerável das medidas corporais como o perímetro torácico, altura de garupa, altura de cernelha e peso vivo, de machos e fêmeas depois de 1 ano de idade. Nos machos a altura de garupa foi a única região corporal em que a análise de variância não apresentou diferença significativa.

Em ovinos da raça Santa Inês no Piauí em regime intensivo e extensivo, COSTA JUNIOR et al (2006) observaram que a idade foi o fator individual de maior causa de variação sobre as características de comprimento corporal, altura de cernelha, altura de garupa, perímetro torácico e peso vivo. À medida que diminuía a velocidade de crescimento ósseo em função do aumento da idade, e

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conseqüentemente das medidas de comprimento corporal, altura de garupa, altura de cernelha, o peso vivo aumentava, desta forma concluíram que isto ocorreu devido ao acúmulo de gordura, principalmente no grupo submetido ao alto nível de tecnologia.

Em um outro trabalho sobre esta raça criada intensivamente no Piauí, CAMPELO et al (2002) constataram que as médias dos índices corporal, corporal lateral, do peso vivo e das medidas morfométricas (altura de cernelha e de garupa, perímetro torácico e comprimento corporal) indicaram linearidade das características com a idade. No entanto, o índice corporal tendeu a diminuir com a idade e o corporal lateral a aumentar. Desta forma, os animais passaram a apresentar o tamanho médio e os membros ficaram mais longos aos 12 meses de idade.

No estudo de COSTA JUNIOR et al (2006) também verificaram que o aumento nos valores de CC2, à medida que o animal envelhecia, independentemente do sexo, foi proporcionalmente inferior ao do CC1. Estes autores justificaram que a partir de uma determinada idade o crescimento ósseo do animal cessa, mas o perímetro torácico continua a aumentar simultaneamente com o peso vivo devido à deposição de gordura corpórea. Estes concluíram então que, quando o animal atinge a maturidade esquelética não ocorre variação considerável no comprimento corporal. Sendo assim, quando cessa o crescimento ósseo, o acréscimo no valor do CC1 se deve ao depósito de músculo e gordura, o que ocorre principalmente em animais adultos, tornando interessante determinar este valor para caracterizar a idade de abate ideal dos animais.

3. MATERIAL E MÉTODOS:

3.1- Local de registro dos dados e manejo dos animais

Foram registradas e analisadas observações de peso vivo e medidas morfométricas de crias de ovinos até um ano de idade, de ambos os sexos, da raça Santa Inês nascidos de parto simples pertencentes a uma propriedade localizada no

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