• Nenhum resultado encontrado

LEVANTAMENTO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA EM PLAN TA S FORRAGEIRAS ORIUNDAS DE ÁREAS DELIM ITADAS DO ESTADO DE SÃO PAULO *

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "LEVANTAMENTO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA EM PLAN TA S FORRAGEIRAS ORIUNDAS DE ÁREAS DELIM ITADAS DO ESTADO DE SÃO PAULO *"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

D E P A R T A M E N T O DE Z O O T E C N IA D iretor substituto: P ro f. Dr. Fernand o A ndreas!

LE VAN TAM EN TO D A COMPOSIÇÃO QUÍMICA EM P L A N T A S FORRAGEIRAS ORIUNDAS DE ÁR E AS D E LIM ITAD AS DO

ESTADO DE SÃO PAU LO *

(S U R V E Y O N T H E C H E M IC A L C O M P O S IT IO N I N P A S T U R E P L A N T S P R O D U C E D IN R E S T R IC T E D A R E A S O F S Ã O P A U L O , B R A Z IL )

O conhecimento da composição química constitue etapa inicial imprescindível ao estabelecimento do valor nutritivo dos alimentos.

A escassez de informações a respeito, representa a maior la­ cuna no setor de criação, ávido de dados tendentes à elaboração de tabelas que contenham a composição de alimentos produzidos em nosso meio, a fim de orientar os técnicos e criadores à formu­ larem, com mais acurada precisão, as rações destinadas aos ani­ mais e obter informações sôbre práticas de manejo para melhor aproveitamento das pastagens.

Os primeiros informes a respeito, devemos a At iianasso f (5) que, em 1941, apresentou a composição bruta de algumas plantas forrageiras e de concentrados; Kok et alii (12), estudaram o va­ lor nutritivo do capim de Rhodes; Ko k et alii (13), encetaram in­ vestigações no mesmo sentido, em quatro leguminosas e três gra- míneas; Ko k e Meikelles (15), determinaram a composição quí­ mica e nutrientes digestíveis no feno de alfafa, gramíneas e al­ guns cereais; Ko k et alii (14) seguindo a mesma linha, empreen­ deram ensaios sôbre o valor nutritivo de duas leguminosas e onze gramíneas; Jardim et alii (7), estudaram três gramíneas entre as quais o Jaraguá antes da floração; Jardim et alii (8 ), determina­

ram o valor nutritivo do Jaraguá em diferentes estágios de cresci­ mento; Peixoto et alii (18), verificaram a composição química e

* P a rte do trab alh o foi re a liz a d a com a u x ílio da Fundação de A m p a ro à Pesquisa do Estado de São P a u lo e da Fundação R o c k e fe lle r.

T ra b a lh o ap resentado no X I I Congresso B ra sile iro de M ed icin a V e te rin á ria re a ­ liza d o em P ô rto A le g re (U .G .S .), em 1970. Fe r n a n d o An d r e a s i P rof. Associado Fl á v io Pr a d a I n strutor CÁssio Xa v ie r de Me n d o n ç a Jr. in stru tor Jo ã o Si l v a Ma r c o n d e s Ve ig a I nstrutor

(2)

160 Rev. Fac. Med. Vet. S. Paulo — Vol. 8 fase. 1, 1969

digestibilidade do feno de soja perene; Jard im et alii (11), conden­ saram dados obtidos anteriormente (9, 10), relativos à composição de pastagens na região do Brasil Central e acrescentaram novos dados ligados ã composição química de 27 amostras de cinco dife­ rentes gramíneas; Ne m e (16), trabalhando com leguminosas para adubos verdes e forragens, forneceu informes a respeito da com­ posição centesimal bruta de várias espécies dessa família, ao lado de valiosa orientação atinente à programa de produção de forra­ gens verdes. Mais recentemente Vo n e s c ii e Riverós (20), deter­ minaram a composição química de 233 amostras de plantas forra­ geiras de Buenos Aires, dentre as quais 86 gramíneas colhidas em diferentes épocas e estágios de desenvolvimento.

O presente trabalho tem por objetivo, fornecer subsídios ao conhecimento da composição química de três plantas forrageiras — Colonião, Jaraguá e Gordura — mais encontradiças em alguns mu­ nicípios do interior do Estado de São Paulo, relacionando ainda, teores dos vários nutrientes estudados, com a época da colheita e tipos de solo.

m a t e r i a l e m é t o d o s

As plantas forrageiras escolhidas, objetos dêste trabalho, fo­ ram colhidas, em sua grande parte, nas regiões sudeste e centro do Estado de São Paulo, onde a pecuária leiteira alcançou grande estágio de desenvolvimento. Representam três das mais impor­ tantes gramíneas perenes adaptadas aos mais diferentes tipos de solo e revestindo extensas áreas dos municípios escolhidos.

O capim Gordura — Melinis minutiflora — o mais difundido das três gramíneas estudadas, apresenta acentuada capacidade de produzir sementes, altamente viáveis, facilitanto sua propagação mesmo em solos pobres, porém de umidade elevada.

Da mesma forma, o Jaraguá — Hyparrhenici rufa (Nees) Stapf — dissemina-se com facilidade e a produção de massa verde é considerável em solos úmidos e férteis. A rotação de pastagens é preconizada para conservar o vigor e a produtividade da gramínea que ao atingir 20 a 30 cm de altura, além de concentrar grandes quantidades de nutrientes é bastante apreciada pelos animais man­ tidos em regime de pastejo.

Das inúmeras variedades existentes, o capim Colonião — Pa- nicum maximum — destaca-se pela sua rusticidade, alta produção de verde, grande resistência às queimadas e pouco exigente para propagar-se. Segundo Gro ssm an et alii (6), os pastos de Colonião podem suportar até 3 ou mais cabeças por hectare sem prejuizo da qualidade da forragem.

As amostras de que trata o presente trabalho, referem-se ao mesmo material utilizado para o levantamento do cálcio, fósforo e magnésio (1 ), sódio e potássio (2 ), ferro e manganês (3).

(3)

Rev. Fac. Med. Vet. S. Pau lo — Vol. 8 fase. 1, 1969 161

O plano de amostragem levando em conta a época do ano, ca­ racterização dos tipos de solo e municípios percorridos no interior do Estado, assim como detalhes sôbre o preparo das amostras, es­ tão contidos em trabalho anterior (1 ). As amostras foram colhi­ das em julho, época em que as gramíneas, em sua maioria, apre­ sentavam diferentes estágios de formação de sementes e, em ja­ neiro, período de chuvas abundantes e fase em que as plantas se encontravam em pleno estado de crescimento.

As determinações químicas foram executadas segundo méto­ dos oficiais da A.O.A.C. (4) para a matéria sêca, proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e cinzas. Os extrativos não introgena- dos, foram obtidos por diferença, enquanto o método químico de

0 ’Shea & Maguire (17), serviu para o conhecimento do valor ca-

lórico bruto.

As amostras analisadas, perfazendo o número total de 96, foram distribuídas em classes de 4 exemplares para cada espécie forrageira, tipos de solo e estações. A interpretação estatística seguiu orientação de Pi m e n t e l Go m e s (19).

R E S U L T A D O S E D IS C U S S Ã O

Os níveis médios de proteína bruta, extrato etéreo, fibra bru­ ta, extrativos não nitrogenados e, cinzas, são expressos em porcen­ tagem sôbre a matéria sêca, bem como o valor calórico — em qui- localorias por grama de matéria sêca (kcal/g) — obtidos em plan­ tas de diferentes solos, estão contidos nas figuras de 1 a 6, enquan­ to as tabelas I, II e III exibem as médias relativas aos diferentes municípios.

Na tabela IV, figuram os dados essenciais resultantes da aná­ lise de variância aplicada aos nutrientes em estudo.

A interpretação estatística dos resultados, mostra que houve diferenças significantes, entre forragens, no que concerne à pro­ teína, extrato etéreo, fibra bruta, matéria mineral e extrativos não nitrogenados.

O capim Colonião apresentou o mais elevado teor de proteína, diferindo, significantemente, do Gordura e Jaraguá, embora hou­ vesse variação uniforme entre as espécies forrageiras (Fig. 1).

Acompanhando a maior riqueza verificada nos teores de fós­ foro (1), os níveis de proteína apresentaram-se relativamente ele­ vados, na estação das águas, parecendo existir capacidade ineren­ te a cada espécie para armazenar nitrogênio na parte aérea da planta. De fato, com uma exceção, enquanto os teores de proteí­ na consignados nas gramíneas oriundas dos solos SL. e SJ( duplica­ ram seu valor, com o advento das chuvas, tal não ocorreu nos solos S, e S..

(4)

F l» NiVe iS PESCFNTUAIS »C '.U TR IFN TE SÔSPF A M ATÉRIA SECA. M < Ji to ÿO < 0> p H O a < o <-*■ o> 0 1 < 0 00 >-»> 05 W p M

1

CP

(5)

F IS 2 - Nfveis PERCENTU AIS 00 NUTRIENTE SOBRE * MATERlA SÊCA, P a u lo — Vol. 8 fase . 1, 19 69 1 6 3

(6)

FIBRA BRUTA

s Ic A ■

ÄGUAS II

S O LO S S

(7)

M 05 » O< Oî p 2 P* < O Ç/J *0 P c Õ ï < 00 *-•* OJ n o M M S <2

(8)
(9)

5d o 05 p O ÇL < 0 c+ UI V 05 õ 1 < 00 »■*> p If l p M M æ <£> M Oi UI

(10)

F ia. 5 - NÍVEIS PERCENTUAIS 00 NUTRIENTE S Í8 R E A MATÉRIA SÊCA M 05 05 »O < 0) O 2 o CL <

yi

*v 03 £ 0 1 < 00 05 (/> p M M £ w

(11)

FIS. 6 - VALOR CALORICO £M OUILOCALGRIA POR GRAMA DE MATÉRIA SÊCA »o< p p s 0)a < ÍD w ►d c 0 1 < o 00 t-h p U i p »-* ►—1 æ CD M 0 5 -1

(12)

TABELA I — Composição qutmtca do capim Colonião ( P a ni cu m m a x i m u m ) , colhido em diferentes municípios.

M a té ria sêca

N u trien tes brutos, em percentagem sôbre a m a té ria sêca * V a lo r

caló-Solo M unicípios P ro te ín a bruta E xtra to etéreo Fib ra bruta E x tra tlv o s não nltro- genados M atéria m ineral rico k ca l/g de m a téria sêca Águas Sêca Aguas Sêca Águas Sêca Águas Sêca Águ as Sêca Águas Sêca Águas Pirassununga 35,4 4,2 8,8 1,5 1,8 43,2 36,9 43,9 43,2 7,2 9,3 3,98 3,92 St P iracica ba 39,2 5,7 S,9 1,3 1,2 37,4 34,5 44,7 43,6 13,1 11,8 3,83 3,73 S-. São Pedro 37,5 3,5 6,9 0,8 1,6 39,4 38,5 48,2 44,7 8,0 8,3 3,83 4,41 Botueatu 38,3 4,6 11,2 1,6 1,5 42,6 33,3 42,6 44,8 8,5 9,1 4,04 3,73 s» A rara s 34,2 5,6 10,5 0,7 2,0 38,1 35,3 45,9 42,3 9.7 9,9 3,07 3,82 I>imeira 40,9 3,0 6,8 0,9 2,0 41.7 41,1 45,9 39,3 8,5 10,8 4,03 3,67 Itu 28,7 3,4 14.0 0,8 2,4 41,5 34,6 44,8 40,9 9,5 10,5 4,15 3,75 T ietê 36,5 4,9 9,2 1,2 1.5 36,3 36,4 49,1 43,9 8,5 9,0 4,14 4,02

S. João Boa V ista 30,1 4,3 12,9 1,4 1,7 39,4 35,7 46,5 3S.1 8,4 11,6 3,97 3,65 Pinhal 32,9 8,1 12,3 1,4 1,6 37,6 35.1 43,1 43,1 9,8 7,9 4,22 3,53 s. S. José R io Pardo

30,5 4,7 10,1 1,2 1,8 41,6 39,3 45,3 40.2 7,2 8,6 4,11 4,09 Cabreúva 45,2 2,1 7,4 0,7 1,9 48.4 37,6 43,6 46,0 5,2 7,1 4,07 4,05 Si — Série Passa-Dois. Sa — Série de São Bento. S3 — Série Ita ra ré-T u b a rã o . Si — Série de São Roque.

* A s m édias apresentadas nesta ta b ela referem -se apenas aos m unicípios, e as assinaladas nas figu ras 1 a 6, correspondem aos n utrientes obtidos nos d iferen tes solos.

16 8 R e v . Fac. Med . V et . S . P a u lo — Vol. 8 fas e . 1, 1 9 6 9

(13)

T A B E L A II — Composição química do capim Jaraguá (Hyparrhenia rufa (N ee s) Stapt, colhido em diferentes municípios.

M a té ria sêca

N u trien tes brutos em percentagem sóbre a m a té ria sêca * V a lo r

caló-Solo M unicipios P roteín a

bruta E x tra to e téreo F ib ra bruta E x tra tiv o s não n itroge- nados M atéria m in eral rico k ca l/ g de m a té ria sêca Águ as Sêca Aguas Sêca Aguas Sêca Aguas Sêca A gu as Sêca Aguas Sêca Agu as Pirassununga 42.1 3,5 5,5 3,1 1,4 37,1 36,1 50,0 50,4 6,3 6,6 3,92 3,84 S, P ira cica b a 44,9 2,4 4,9 1 . 1 1,3 38,6 35,0 48,1 48,8 9,6 9,9 3,82 4,02 R io Claro 47,0 4,6 5,0 0,8 1,7 32,5 36,6 54,5 47,8 7,6 8,9 4,00 4,58 D escalvad o 40,6 2,8 6,8 1,7 2,0 35,0 34,6 53,8 45,1 6,7 11,5 4,08 3,91 S3 São Pedro 32,5 2,7 5,0 1 ,0 1,3 35,7 3S,1 51,4 43,7 9,2 11,9 3,70 3,56 Botucatu 41,2 2,9 6,6 1,3 1,5 40,5 36,9 50,7 48,4 7,4 6,5 4,10 4,50

Sta. Cruz P alm eiras 37,7 3,1 9,0 2.4 2,3 35,4 31,5 48,5 43,9 10,6 13,3 3,77 3,75 L im e ira 50,5 2,3 4,1 0,8 2,1 41,5 36,5 42,6 51,3 12,8 6,0 3,82 3,76 s ,

Itu 33,5 2,9 5,8 1,4 1 ,0 39,9 38,3 50,3 49,0 5,5 5,9 4,34 4,30

T ie tê 34,1 2,6 7,1 1,4 1,8 35,0 36,3 54,0 46,1 7,0 8,7 4,07 3,81

S. João Boa V ista 36,9 2,5 5,2 1,2 1.7 39,7 33,5 48,2 48,4 8,4 11,2 4,08 3,71 & P in h a l 36,3 4,2 4,9 1,5 1,1 36,0 37,5 50,5 47,0 7,6 9,4 4,13 3,83 S. José R io P ard o 36,4 4,0 9,0 1,0 2,0 40,2 31,0 48,8 46,0 6,0 12,0 4,26 3,54 Si — Série Passa-Dois. Sj — Série de São Bento. Si — Série Ita ra ré-T u b a rã o . Si — Série de São Roque.

* A s m édias apresentadas nesta ta b e la reterem -se apenas aos m unicípios, e as assinaladas nas figu ra s 1 a 6, correspondem aos nutrientes obtidos nos d iferen tes solos.

R ev . Fa c. Med . V et . S . P a u lo — Vol. 8 fase . 1, 19 69 1 6 9

(14)

T A B E L A I I I — Composição química do capim Gordura (M elinis m in u tiflora ), colhido em diferentes municípios

M a té ria sêca

N u trien tes brutos, em percentagem sôbre a m a té ria sêca * V a lo r

caló-Solo M unicípios P roteín a

bruta E xtra to etéreo F ib ra bruta E x tra tiv o s não n itroge- nados M a té ria m in eral ríco k ca l/g de m a té ria sêca A gu as Sêca Aguas Sêca Aguas Sêca Agu as Sêca A gu as Sêca Águas Sêca Á gu as Pirassununga 40,5 4,5 5,9 2,0 2,1 38,0 34,8 50,7 49,2 4,7 7,9 4,17 3,54 Si P iracica b a 37,1 4,6 5,4 1,3 1,8 38,9 34,7 48,1 50,5 7,1 7,6 4,08 3,54 R io Claro 39,3 7,9 6,9 2,4 2,1 27,6 34,4 54,5 49,6 7,6 7,0 4,24 3,34 D escalvado 47,9 4,8 5,2 2,0 1,4 34,6 33,0 52,8 50,8 5,8 9,6 4,16 3,25 Si São P ed ro 3S,8 3,3 6,3 1.4 2,5 38,0 35,8 50,6 49,2 6,6 7,0 4,20 4,01 Itu 28,9 4,1 9,0 1,8 1,5 38,3 33,8 48,3 47,8 7,5 7,8 4,1S 4,05 S3 T ietê 37,5 2,8 4,7 2,5 1,6 36,0 32,3 53,4 55,7 5,3 5,7 4,04 4,26

S. João Boa V ista 36,9 4,9 5,2 1,6 1,7 39,1 33,5 47,4 48,4 7,0 11,2 4,09 3,71

S. Pinh al 27,6 4,6 7,3 1,4 1,3 36,3 35,8 51,4 48,0 6,3 7,6 4,27 3,73

C abreúva 34,8 4.2 5,8 1,6 1,5 39,0 32,8 50,1 52,0 5,0 7,7 4,24 4,33

Si — Série Passa-Dois. & — Série de São Bento. Sj — Série Ita ra ré-T u b a rã o . S. — Série de São Roque.

* A s m édias apresentadas nesta ta b ela referem -se apenas aos municípios, e as assinaladas nas fig u ra s 1 a 6, correspondem aos nu trien tes obtidos nos d iferen tes solos.

17 0 R ev . Fac . Med . V e t. S . P a u lo — Vol. 8 fa s e . 1, 1 9 6 9

(15)

T A B E L A IV — A n á lise de v a riâ n c ia re fe re n te aos nutrientes brutos em três forragens, colhidas em qu atro d iferentes tipos de solo e em duas estacões

Fon tes de v aria çã o g- 1.

M .S . P .B . E .E . F . B . E . N . N . M .M . V . C . Quadr. m édio Quadr. m édio Quadr. m édio Quadr. m édio Quadr. m édio Quadr. m édio Quadr. m édio F orra gen s 2 72,25 55,77 ** 0,95 » 45,54 *♦ 522,37 ** 50,09 0,13 Solos 3 128,71 ** 2,50 0,12 5,53 21,11 4,72 0,10 Épocas 1 — 280,51 •• 0,65 198,95 •* 158,11 23,70 * 0,43 * Forr. x solos G 24,93 0,82 0,1S 2,52 33,63 5,72 0,08 Solos x épocas 3 — 7,15 0,19 7,56 8,27 4,06 0,07 F orr. x épocas 2 — 17,61 •• 0,51 9,65 32,40 1,35 0,16 Resíduo 7S 28,31 2,87 0,25 8,16 50,09 3,59 0,06 » P < 0,05 * * P < 0,01

M .S . — m a té ria sêca. P .B . — p roteín a bruta. E .E . — e x tra to etéreo. F . B . — fib ra bruta. E . N . N . — E x tra tiv o não n itroge- nado. M .M . — m a téria m in eral. V . C . — v a lo r calórico.

R ev . Fac. Me d. V e t. S . P a u lo — Vol. 8 fa s e. 1, 19 69 1 7 1

(16)

172 Rev. Fac. Med. Vet. S. Paulo — Vol. 8 fase. 1, 1969

O Solo S, abrangendo os municípios de São João da Boa Vista, Pinhal e São José do Rio Pardo, proporcionou elevados e uniformes teores de proteína ao capim Colonião, embora a taxa mal alta fôsse surpreendida em Itu — 14% — no solo S3 (tabela I). Jardim et alii (11) e Vo n esc h e Riverós (20) estudando outros municípios, encontraram valores menos variáveis.

Depreende-se, desses resultados que, durante o período de sêca o teor de proteína nas três gramíneas, mostrou-se acentuadamen- te deficitário para atender às exigências dos animais. Por outro lado, em quase todos os municípios percorridos, o capim Colonião atingiu níveis satisfatórios do nutriente, na época das águas (ta­ bela I ). Com relação ao Jaraguá apenas dois municípios — Santa Cruz das Palmeiras e São José do Rio Pardo — apresentaram, nas águas, valores acima de 8%, tido como limite mínimo para as ne­ cessidades dos bovinos (tabela I I ). Para o capim Gordura, apenas o município de Itu (solo S s), registrou 9% de proteína durante o período das águas (tabela I I I ).

D ’outro lado, no que tange ao extrato etéreo (fig. 2), houve oscilações não significantes entre épocas para as três gramíneas es­ tudadas, porém, o capim Gordura registrou média superior ao Co­ lonião e Jaraguá, êstes últimos não discrepando entre si.

Como nutrientes fornecedores de energia, os extrativos não nitrogenados auferidos no Gordura (50,1 % ) e Jaraguá (48,8%), diferiram significantemente do Colonião, cuja média não ultrapas­ sou 42,5%. Todavia, os valores, quase sistemàticamente, mais ele­ vados na sêca, não permitem conclusão definitiva, embora haja con­ figurada tendência para a significância (fig. 4).

Com relação às cinzas (fig. 5), as forragens divergiram, sig­ nificantemente, entre o Colonião (9,4% ), Jaraguá (8,7%) e o capim Gordura cujo nível médio atingiu 7,0%. Embora em traba­ lhos anteriores, fôssem apuradas na sêca, taxas mais elevadas de cálcio e magnésio (1), de sódio (2) e ferro (3 ), as cinzas encontra­ das na presente investigação, apresentaram concentrações signifi­ cantemente mais pronunciadas na estação chuvosa de acôrdo com o que foi verificado para o fósforo (1) e o potássio (2).

Como era de se esperar, com o advento da sêca, enquanto o extrato etéreo e os extrativos não nitrogenados mostraram tendên­ cia não definida, os níveis de fibra bruta das gramíneas (fig. 3) apresentaram aumento de significado estatístico.

Reunindo os dados relativos às duas épocas, o capim Colo­ nião alcançou a média de 38,2%, significantemente diferente da auferida no Gordura — 35,9% — sem contudo discrepar da mé­ dia — 36,7% — atribuída ao Jaraguá. Em sua maioria, os re­ sultados encontrados por Jardim et alii (11), para as mesmas

(17)

plan-Rev. Fac. Med. Vet. S. Pau lo — Vol. 8 fase. 1, 1969 173

tas forrageiras, foram acentuadamente mais baixos — 27,4% — apenas para o Jaraguá. Vo n e s c h e Riverós (20) encontraram para o Colonião colhido durante o estágio de produção de semen­ tes, teores de fibra — 31,2 e 32,3% — inferiores aos consignados na presente investigação. As apreciáveis variações devem estar correlacionadas com ligeiras oscilações na idade das plantas uma vez que, não foi possível obter dados a respeito.

Em outro sentido, evidenciaram-se, na época da sêca, valores energéticos médios (fig. 6) significantemetne mais elevados, não se registrando, contudo, diferenças entre forragens, solos e suas interações.

Face aos resultados constantes da presente investigação, parece lícito concluir que, apenas o capim Colonião, apresentou, na época das chuvas, quantidades adequadas de nutrientes capazes de aten­ der às exigências dos animais.

Por outro lado, o Colonião, Gordura e Jaraguá, em ordem decrescente, mostraram constituir-se na época da sêca, fonte po­ bre de componentes nutritivos, máxime para os animais alimenta­ dos exclusivamente no pasto.

S U M M A R Y

A study was conducted in order to determine the chemical composition of pasture plants — Colonião (Panicum maximum), Jaraguá I Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf] and Gordura (Melinis m i­ nutiflora), largely spread in areas of São Paulo State, Brazil.

The samples were collected in various counties, according with four types of soil, in dry (July) and wet (January) seasons.

The results showed that the highest crude protein contents were obtained in Panicum maximum (Colonião) that differed, sig­ nificantly in relation to Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf (Jaraguá) and Melinis minutiflora (Gordura or Molasses grass). However, the three grasses showed a higher increase of this component during

damp season.

In relation to the crude fiber, the forages — Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf and Melinis minutiflora — had lower amounts of it as compared to the Panicum maximum but, in dry season, the three pasture plants presented higher levels of this nutrient.

On the other hand, the fat (ether extract) contents showed no differences between seasons, but the Molasses grass (Melinis minutiflora) exhibited higher richness of it whose average differed, significantly in confront with the Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf and Panicum maximum. There was a decided difference in the

(18)

174 Rev. Fac. Med. Vet. S. Pau lo — Vol. 8 fase. 1, 1969

amount of ash as the highest values were atributed to the Panicum maximum and Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf but the three pas­ ture plants revealed lower contents of it, in dry season.

Concerning to the nitrogen-free extract, it was concluded that any effect due to differences in seasonal conditions could be ne­ glected. However the Panicum maximum showed reduced content of this nutrient related to a general increase of the other compo­ nents in it.

Finally, the gross energy, expressed in kilocalories per gram on dry matter basis, showed higher values, in dry season.

The figures 1 to 6, allow an overall comparison of the three pasture plants in their nutrient contents and, the results, according with the types of soil, seasons and the various counties where the grasses were harvested, are set out in tables I, II and III.

R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S

1. A N D R E A S I. F .; V E IG A , J. S. M .; M E N D O N Ç A Jr., C. X .; P R A D A , F. & B A R N A B É , R. C. — Levantam ento dos elementos minerais cm plantas forrageiras de áreas delimitadas do Estado de São Paulo. I — Cálcio, fósforo e magnésio. R ev. Fac. Med. vet., São Paulo, 7

(3 ) :583-604, 1966-67.

2. A N D R E A S I, F. M E N D O N Ç A Jr., C. X .; V E IG A , J. S. M .; P R A D A , F .; M A S O T T I, N . — Levantam ento dos elementos minerais cm plan­ tas forrageiras de áreas delimitadas do Estado de São Paulo. I I — Sódio e potássio. R ev. Fac. Med. vet., São Paulo, 7 (3 ) :605-614, 1966-67. 3. A N D R E A S I, F .; V E IG A , J. S. M .; P R A D A , F.; M E N D O N Ç A Jr., C. X. — Levantam ento dos elem entos minerais em plantas forrageiras de áreas delimitadas do Estado de São Paulo. I I I — F erro e manga­ nês. Rev. F ac. Med. vet., São Paulo, 7 (4 ) :857-870, 1968.

4. A S S O C IA T IO N O F O F F I C I A L A G R IC U L T U R A L C H E M IS T S — O fficia l and ten tative methods o f analysis. 6.“ ed. W ashington D. C., Association o f O fficia l A gricu ltu ral Chemists, 1945.

5. A T IIA N A S S O F , N . — Manual do criador de bovinos. 2.’’ ed. P ira c i­ caba, Edições Melhoramentos, 1941.

6. G R O S S M A N , J.; A R O N O V IC H , S.; C A M P E L L O , C. B. — Grasslands o f Brazil. Anais 9." Conor. In t. Pastagens, São Paulo, / :39-47, 1965. 7. J A R D IM , W . R.; M O R A E S , C. L .: P E IX O T O , A. M. — Contribuição

para o estudo da composição c va lor nutritivo de plantas forrageiras. Anais Esc. Sup. A g ric. L u iz Queiroz, 9:31-38, 1952.

8. J A R D IM , W . R.; M O R A E S , C. L .; P E IX O T O , A. M. — Contribuição para o estudo da composição c digestibilidade do capim Jaraguá (H y ­ parrhenia ru fa (N e e s ) S ta p f). Anais Esc. Sup. A g ric. L u iz Q ueiroz, 10: 277-284, 1953.

(19)

Rev. Fac. Med. V et. S. Paulo — Vol. 8 fase. 1, 1969 175

9. J A R D IM , W . R .; P E IX O T O , A. M .; M O R A E S , C. L. — Composição mineral de pastagens na região de Barretos no Brasil Central. Esc. Sup. A g ric. L u iz Q ueiroz, Boi. Téc. Cient. 11:1-11, 1962.

10. J A R D IM , W . R .; P E IX O T O , A . M .; M O R A E S , C. L. — Observações sôbre deficiências minerais na nutrição dos bovinos na região do Brasil Central. Esc. Sup. A g ric. L u iz Queiroz, Boi. Téc. Cient. 13:1-21, 1962.

11. J A R D IM , W . R.; P E IX O T O , A. M .; M O R A IS , C. L .; S IL V E IR A F I ­ LH O , S. — Contribuição ao estudo da composição química de plan­ tas forrageiras de pastagens do Brasil Central. Anais 9.° Congr. In t. Pastagens, São Paulo, 1 :699-704, 1965.

12. K O K , E. A.; A N D R A D E , B. M .; M A C H A D O , L. B. — O capim Rhodes ( C hloris gayana K u n th ). Boi. Ind. A nim . 6'(4) :39-53, 1942.

13. K O K , E. A .; M A C H A D O , L. B.; M E IR E L L E S , L. V. — V alor nutritivo de plantas forrageiras. Boi. Ind. A nim . 6 ( 4 ) :67-83, 1943.

14. K O K . E. A.; M A C H A D O , L. B.; R O C H A , G. L. — V a lor nutritivo de plantas forrageiras. Boi. Ind. Anim . 8 (3 ) :18-44, 1946.

15. K O K , E. A .; M E IR E L L E S , L. V. — Estudo sôbre alim entação de muares. Boi. Ind. A nim . 6( 4) :135-148, 1943.

16. N E M E , N . A . — Leguminosas para adubos verdes e forragens. In st. Agron. Campinas, Boi. 10.9:1-28, 1966.

17. O’S H E A , J.; M A G U IR E , M. F. — Determ ination o f calorific value of feedstuffs by chromic acid oxidation. J. S ci .Food A g ric. 1 3 (1 0 ): 530-534, 1962.

18. P E IX O T O , A. M.; M O R A E S , C. L .; P R Ó S P E R O , A. O. — Contribui­ ção ao estudo da composição quím ica e digestibilidade do feno de soja perene (G ly cin e java n ica ). Anuis 9.° Congr. In t. Pastagens, São Paulo, 1:791-795, 1965.

19. P IM E N T E L GOMES, F. — Curso de E statística Experim ental. 2." ed. Piracicaba, Edições Didáticas, 1963.

20. V O N E S C H , E. E .; R IV E R Ó S , M. H. C. K . — Composición y digestibi- lidad de forrajeras de la P rovin cia de Buenos Aires. R e v. Fac. A gron. Vet., Buenos A ires, 1 ~ (1 ): 49-58, 1967-68.

Referências

Documentos relacionados

A IG levada a cabo em unidades de saúde oficiais ou oficialmente reconhecidas é um procedimento de baixo risco, sobretudo, quando efetuada antes das 10 semanas

Extinction with social support is blocked by the protein synthesis inhibitors anisomycin and rapamycin and by the inhibitor of gene expression 5,6-dichloro-1- β-

The main objective of this study was to evaluate the acute ecotoxicity of two effluent samples of a Kraft pulp mill submitted to treatment with the UV/H2O2

Como não poderia deixar de ser, sendo a Copialta uma empresa no ramo da informática, conta com um Centro de Reparação de Computadores, um local dotado com as ferramentas

De modo a determinar o potencial energético dos combustíveis florestais em cultivos de Pinus elliottii, foi analisada a melhor época de coleta deste material em função da

Ainda que existam repetições entre avaliadores, esses erros e avisos encontrados evidenciam locais na interface com usuário que provavelmente apresentam barreiras

As dificuldades encontradas em São Paulo dife^ rem um pouco daquelas de Porto Seguro, como foi dito, por que jã existiam mais núcleos urbanos pelo menos delimita dos\. Aí

O segundo objetivo envolveu o teste dos dados (variáveis) levantados, verificando se estes são realmente relevantes para as instituições financeiras; para tanto, as organizações