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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARIA LAURA TAVARES (Presidente), FERMINO MAGNANI FILHO E FRANCISCO BIANCO.

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Registro: 2020.0000197348

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº

2274586-29.2019.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante CTEEP.

COMPANHIA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA PAULISTA., é agravado

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 5ª Câmara de Direito Público do

Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento parcial,

nos termos que constarão do acórdão. V. U., de conformidade com o voto do relator, que

integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARIA LAURA

TAVARES (Presidente), FERMINO MAGNANI FILHO E FRANCISCO BIANCO.

São Paulo, 18 de março de 2020.

MARIA LAURA TAVARES

Relator

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VOTO Nº 27.291

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2274586-29.2019.8.26.0000 COMARCA: SÃO PAULO

AGRAVANTE: CTEEP COMPANHIA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA PAULISTA

AGRAVADA: MUNICIPALIDADE DE SÃO PAULO

Juíza de 1ª Instância: Maricy Maraldi

AGRAVO DE INSTRUMENTO DESAPROPRIAÇÃO

Indeferimento do pedido de levantamento integral do valor depositado nos autos para fins de imissão provisória na posse do imóvel Desnecessidade de registro - Precedente do C. STJ - Necessidade de cumprimento do artigo 34 do Decreto-lei nº 3.365/41 quanto à quitação das dívidas fiscais e publicação de editais para conhecimento de terceiros Levantamento que deve ser limitado a 80% do valor da oferta, nos termos do art. 33, § 2º do Decreto-Lei 3.365/1941, desde que efetivamente cumprido o disposto no art. 34 do mesmo diploma legal Decisão reformada Recurso parcialmente provido.

Trata-se de Agravo de Instrumento, com pedido de antecipação da tutela recursal, interposto pela CTEEP COMAPNHIA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA PAULISTA contra a decisão copiada a fls. 784 (ratificada a fls. 801/803) que, nos autos da ação de Desapropriação pela MUNICIPALIDADE DE SÃO PAULO, indeferiu o levantamento pleiteado pela executada, diante da ausência de demonstração do cumprimento do art. 34 do Decreto Lei 3.365/41, e suspendeu o feito, tendo em vista a decisão proferida nos temas 126/184/280/281/282/283 pelo E. Supremo Tribunal Federal, determinando a suspensão de todas as ações em trâmite que versem sobre o tema em debate.

Alega a agravante, em síntese, que requereu o levantamento dos valores depositados a título de oferta prévia, não fazendo sentido aguardar o sobrestamento do feito pela afetação da matéria relativa aos juros compensatórios; que é incontroversa a imissão da agravada na

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posse do imóvel expropriado, tendo em vista a existência de debate sobre a data em que ela ocorreu; que o sobrestamento do feito pela afetação da tese acerca dos juros compensatórios não deveria impedir o levantamento da oferta prévia; que não se pode fazer exigência maior que a própria lei para o prosseguimento do feito, sob pena de violação ao princípio da legalidade; que a previsão de oferta inicial nas desapropriações (art. 33, Decreto-Lei nº 3.365/41) visa consagrar o princípio da indenização prévia e justa (arts. 5º, XXIV e 182, § 3º, CF); que já se encontra privada da posse do imóvel por conta da desapropriação e a existência de discussão acerca da alíquota dos juros compensatórios não é capaz de suspender o prosseguimento do pedido de levantamento da oferta prévia; e que apenas a parcela relativa a esses temas deve ser objeto de suspensão, prosseguindo-se quanto ao pedido de levantamento dos valores depositados em Juízo.

Sustenta que cumpriu fielmente os requisitos do art. 34 do Decreto-Lei nº 3.365/41 para possibilitar o levantamento dos valores depositados em Juízo, apresentando cópia atualizada da transcrição nº 23.777 do 1º Oficial de Registro de Imóveis e certidão negativa de débitos, sendo determinada a expedição de editais pra conhecimento de terceiros eventualmente interessados; que demonstrou a legitimidade para requerer o levantamento do depósito através da cadeia de sucessão da empresa The São Paulo Tramway Light and Power Company Ltd. e a própria agravada reconhece que a CTEEP é titular do domínio do imóvel; que não há dúvidas quanto à titularidade do domínio, embora não tenha sido regularizada a certidão imobiliária, o que se denota pela eleição da CTEEP para figurar no polo passivo da demanda à época do ajuizamento; que o C. Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que não é necessária a regularidade formal da demonstração de propriedade por parte do expropriado, uma vez que a desapropriação também poderia recair sobre os direitos possessórios do bem imóvel; que o E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem aplicado esse entendimento, observando que a mera regularização da certidão imobiliária não pode constituir óbice ao levantamento dos valores depositados em juízo a título de indenização expropriatória; que não existem dívidas tributárias

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lançadas sobre o bem e já foram publicados os editais para conhecimento de terceiros, cujo prazo já se escoou; e que a Lei Federal nº 13.465/2017 incluiu o art. 34-A no Decreto-Lei nº 3.365/41 para admitir o levantamento da integralidade do valor depositado, na hipótese de concordância das partes com relação à desapropriação, ainda que haja dissenso quanto à extensão da justa indenização.

Com tais argumentos, pretende a antecipação da tutela recursal e o provimento do recurso, a fim de que seja reformada a decisão agravada, deferindo o levantamento integral da quantia depositada em Juízo, mesmo na pendência de recursos perante as instâncias superiores.

O pedido de antecipação da tutela recursal foi indeferido (fls. 992/995), e a agravada não apresentou contraminuta (fls. 998).

É o relatório.

Cuida-se de ação de desapropriação ajuizada pela Municipalidade de São Paulo, tendo por objeto a área de 8.527,91m2 relativa aos imóveis situados na Praça Almirante Pena Botto, s/nº, contribuinte nº 162.035.0001-0 e Av. João Paulo da Silva, s/nº, contribuinte nº 162.036.0008-2, declaradas de utilidade pública para implantação do Complexo Viário Jurubatuba, ofertando a título de justa indenização o preço de R$ 274.939,82 (fls. 16/21). O depósito do valor da oferta foi realizado em outubro de 2016 (fls. 214/215).

A douta Magistrada “a quo” determinou a realização de avaliação prévia do bem (fls. 205), mas, diante da imissão da agravada na posse do imóvel, determinou a realização de perícia definitiva sobre o justo valor do imóvel e sobre a sua titularidade dominial (fls. 303/304), tendo o perito judicial apurado a quantia de R$ 381.305,34 (data-base janeiro/2006) a título de avaliação prévia (fls. 493/546).

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A sentença de fls. 570/582 julgou procedente o pedido de indenização por desapropriação direta, determinando o pagamento de indenização fixada em R$ 381.505,34, acrescidos de correção monetária a partir de janeiro de 2006, observando que os juros compensatórios incidirão a partir da imissão na posse, à razão de 12% ao ano, que incidirão sobre a diferença apurada, à razão de 80% do valor ofertado em juízo e o valor fixado nesta sentença, nos termos da ADIN n. 2.332-2, apenas até a expedição do precatório, em face da nova redação do art. 100, § 12, da CF, dada pela EC 62/09 e que os juros moratórios, incidentes sobre a diferença entre a oferta corrigida (soma do valor depositado inicialmente acrescido do depósito complementar) e a indenização atualizada (já acrescida dos juros compensatórios), observarão o disposto na Súmula 102 do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960/09, a partir do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição Federal (art. 15-B, do Decreto 3.365/41, introduzido pela medida provisória 2.183/01, válido por disposição expressa da EC 32/01).

A fls. 611 a Magistrada de primeira instância reconheceu a existência de omissão na sentença, tornando-a integralmente sem efeito e determinando que o perito judicial esclarecesse a exclusão da área N2 de 1.704,92m2 no cálculo da avaliação elaborada.

O perito judicial apresentou manifestação a fls. 618/624, atribuindo ao imóvel desapropriado (áreas N2, N3 e N4) o valor de R$ 476.586,29, para janeiro/2006.

A fls. 639/651 foi proferida nova sentença, declarada a fls. 677/678, julgado procedente o pedido de indenização por desapropriação direta, para condenar a requerente a pagar indenização fixada em R$ 476.586,29, acrescidos de correção monetária a partir de janeiro de 2006, observando que os juros compensatórios incidirão a partir da imissão na

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posse (27/12/2005), à razão de 6% ao ano, que incidirão sobre a diferença apurada, à razão de 80% do valor ofertado em juízo e o valor fixado nesta sentença, nos termos da ADIN n. 2.332-2, apenas até a expedição do precatório, em face da nova redação do art. 100, § 12, da CF, dada pela EC 62/09 e que os juros moratórios, incidentes sobre a diferença entre a oferta corrigida (soma do valor depositado inicialmente acrescido do depósito complementar) e a indenização atualizada (já acrescida dos juros compensatórios), observarão o disposto na Súmula 102 do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960/09, a partir do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição Federal (art. 15-B, do Decreto 3.365/41, introduzido pela medida provisória 2.183/01, válido por disposição expressa da EC 32/01). Condenou a autora a suportar definitivamente os honorários periciais e os honorários dos assistentes técnicos, fixados em 2/3 dos periciais, e honorários advocatícios arbitrados em 5% da diferença entre o valor da oferta corrigida (considerada aquela constante da petição inicial) e da indenização atualizada do imóvel, sendo esta acrescida dos juros moratórios e compensatórios, nos termos da Súmula 131 do STJ (art. 15-B, § 1º, do Decreto 3.365/41, introduzido pela Medida Provisória n. 2.183/01, que se encontra válida por disposição expressa do art. 2º da EC 32/01 e da ADIN n. 2332-2).

A expropriada requereu o levantamento integral do valor depositado nos autos (fls. 660/661), apresentando Certidão atualizada da transcrição nº 23.777 do 1º Oficial de Registro de Imóveis (fls. 662/663) e Certidão Conjunta de Débitos de Tributos Imobiliários, emitida pela Secretaria Municipal da Fazenda (fls. 664/665), sendo determinada a expedição de editais para conhecimento de terceiros (fls. 666).

As partes interpuseram recursos de apelação (fls. 684/690 e 698/704), devidamente contrarrazoados (fls. 713/718 e 720/723), sendo determinada a publicação dos editais a que alude o art. 34 do Decreto 3.665/41, às expensas da expropriante, com urgência, e a remessa dos autos

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ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (fls. 724).

Publicado o edital (fls. 728 e 734/735), a expropriada reiterou o pedido de levantamento dos valores depositados em Juízo (fls. 731 e 742/747). A expropriante se opôs ao levantamento enquanto não for regularizada a propriedade do imóvel (fls. 752/754) e sobreveio a decisão agravada, indeferindo o levantamento pleiteado pela expropriada, diante da ausência de demonstração do cumprimento do art. 24 do Decreto-Lei 3.365/41, e suspendendo o feito, em face da decisão proferida nos temas 126/184/280/281/282/283 pelo E. Supremo Tribunal Federal, determinando a suspensão de todas as ações em trâmite que versem sobre o tema.

Assiste razão parcial à agravante.

Respeitado o entendimento da Magistrada de primeira instância, não era o caso de indeferir a pretensão da expropriada, já que a regularização da propriedade junto ao Cartório de Registro de Imóveis não constitui requisito para o levantamento da oferta prévia, sendo forçoso concluir, ainda, que a determinação de suspensão da tramitação das ações que versem sobre o tema “juros compensatórios” pelo C. Superior Tribunal de Justiça (temas 126/184/280/281/282/283) não alcança os pedidos de levantamento dos valores depositados previamente para fins de imissão na posse do imóvel, como o formulado nos autos.

É certo que a Ação Desapropriatória tem rito próprio e é regida por lei especial (Decreto-lei nº 3.365/1941). Além disso, nesse tipo de ação prevalece a supremacia do interesse público sobre o particular.

Inobstante, aplica-se, subsidiariamente à Lei de Desapropriação, o Código de Processo Civil (art. 42 do Decreto-lei nº 3.365/1941).

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obstar o levantamento do valor da oferta inicial pela expropriada, embora já esteja na posse do imóvel desde dezembro/2005, ao argumento de que antes é necessária a regularização da propriedade do imóvel.

A ausência de registro da propriedade do imóvel não deve constituir óbice ao levantamento do valor depositado nos autos, pela agravante, uma vez cumpridos os demais requisitos previstos no artigo 34 da Lei de Desapropriação (quitação de débitos fiscais e publicação de editais para conhecimento de terceiros).

Nesse sentido é a jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça, destacando-se:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE.

DESAPROPRIAÇÃO. POSSE. INDENIZAÇÃO AO

DETENTOR DA POSSE. POSSIBILIDADE. ART. 463 DO

CPC. NÃO VIOLAÇÃO. DIVERGÊNCIA

JURISPRUDENCIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. SÚMULA 83/STJ.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é assente em assegurar ao possuidor o direito à indenização pela perda do direito possessório, sendo que a exigência do art. 34 do Decreto-lei n. 3.365/41 impõe-se quando há dúvida sobre o domínio decorrente de disputa quanto à titularidade do bem.

2. A oposição de que trata o art. 34 do Decreto-lei n.

3.365/41 somente pode advir de terceiros

possuidores de outro título suficiente para

demonstrar a incerteza quanto ao domínio do bem, não podendo ser ajuizada a ação pelo expropriante (REsp 514.803/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 10.6.2003, DJ 30.6.2003, p. 233). 3. In casu, decidiu o Tribunal a quo, com soberania na análise das circunstâncias fáticas, que os agravados são titulares de direitos possessórios firmados sobre a área reclamada na expropriação. De tal sorte, comprovada a condição de possuidor do imóvel desapropriado, e não havendo oposição fundada (art. 34 do Decreto-lei n. 3.365/41), séria e

justa, por terceiros, não óbice para o

levantamento autorizado pela decisão impugnada. Não havendo razões para intervenção desta Corte. 4. Nos termos do enunciado da Súmula 83/STJ: "Não se conhece do recurso especial pela divergência,

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quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida."

Agravo regimental improvido. (AgRg no AgRg no

REsp nº 1.226.040/SP Segunda Turma - Rel. Min. HUMBERTO MARTINS j. 07/04/2011)

É certo que a exigência legal tem por escopo comprovar quem é o titular do domínio do imóvel e evitar maior prejuízo às partes, com o levantamento de valor indenizatório por quem não é o legítimo proprietário, mas os documentos juntados ao presente recurso indicam a inexistência de oposição fundada, séria e justa, por terceiros, questionando a titularidade do imóvel, a fim de obstar o levantamento da indenização depositada.

No mais, o § 2º do artigo 33 do Decreto-Lei nº 3.365/1941 dispõe que:

“§ 2º - O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido no art. 34”.

Já o artigo 34 do referido diploma legal estabelece que o levantamento do preço será deferido mediante a apresentação de, dentre outros, prova de quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado:

“Art. 34 - O levantamento do preço será deferido mediante prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, com o prazo de 10 (dez) dias, para conhecimento de terceiros.

Parágrafo único. Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço ficará em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo”.

Como se percebe, referidos dispositivos deixam claro que o expropriado está autorizado a levantar até 80% do depósito feito pelo

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expropriante para fins de imissão provisória na posse, desde que cumpridos os requisitos previstos, quais sejam, mediante prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o imóvel expropriado e de publicação de editais para conhecimento de terceiros.

Como no caso dos autos houve o depósito prévio da justa indenização e a imissão provisória da expropriante na posse do bem, nada obsta o levantamento de até 80% do valor previamente depositado pela expropriante, e não o seu montante integral, desde que observados os requisitos previstos no artigo 34 do Decreto-Lei nº 3.365/1941.

Nesse sentido já decidiu este E. Tribunal de Justiça:

CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL

DESAPROPRIAÇÃO BEM IMÓVEL LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO PARA FINS DE IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE. Ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, o expropriado tem direito de levantar até 80% do depósito feito para fins de imissão provisória na posse (art. 33, § 2º, do Decreto-lei nº 3.365/41). Adoção do valor

incontroverso como base de cálculo do

levantamento. Inadmissibilidade. Decisão

reformada. Recurso provido. (Agravo de

Instrumento n° 0115712-24.2012.8.26.0000, 9ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. DÉCIO NOTARANGELI, j. 22/08/2012).

Agravo de Instrumento - Servidão de passagem - Perícia judicial provisória encontrou valor superior ao ofertado pelo Expropriante - Levantamento de

80% do valor depositado - Possibilidade -

Cumprimento de norma constitucional que prevê a

indenização prévia e justa para fins de

desapropriação - Despacho mantido Agravo não provido. (Agravo de Instrumento n°

0098674-96.2012.8.26.0000, 3ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. MARREY UINT, j. 26/06/2012).

SERVIDÃO ADMINISTRATIVA - Quando satisfeitas as exigências legais (art. 34 do DL nº 3.365/41), possível o levantamento de parte (80%) do depósito efetuado para fins de imissão na posse. R. sentença pendente de apelação. Irrelevante. Desnecessário o trânsito em julgado. Recurso não provido. (Agravo

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Câmara de Direito Público, Rel. Des. EVARISTO DOS SANTOS, j. 28/05/2012).

AGRAVO DE INSTRUMENTO - DESAPROPRIAÇÃO - Realização de perícia para apuração de valor

provisório - Imissão na posse efetivada -

Cumprimento do disposto no art. 34 do Decreto-Lei nº 3.365/41 - Levantamento de 80% do valor depositado - Admissibilidade - Art. 33, § 2º, do Decreto-Lei 3.365/41 - Levantamento que não pode restringir-se ao valor incontroverso - Incidência do mandamento constitucional da justa e prévia indenização (artigo 5º, inciso XXIV) - Decisão

reformada - Recurso provido. (Agravo de

Instrumento n° 0242331-33.2011.8.26.0000, 12ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. OSVALDO DE OLIVEIRA, j. 15/02/2012).

Desapropriação - Decisão agravada que determinou o levantamento de 80% do valor depositado a título de avaliação provisória - Admissibilidade - Nega-se provimento ao recurso. (Agravo de Instrumento n°

0124301-39.2011.8.26.0000, 11ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. FRANCISCO VICENTE ROSSI, j. 04/07/2011).

O motivo pelo qual a Lei de Desapropriações limitou o levantamento a apenas 80% do valor depositado previamente é a possibilidade de discussão e eventual modificação do montante indenizatório definitivo.

Embora os recursos interpostos pelas partes não discutam especificamente o montante indenizatório apurado pelo perito judicial, mas apenas o percentual e o termo inicial dos juros compensatórios, não se encontra presente a hipótese prevista no art. 34-A, § 2º, do Decreto-Lei nº 3.365/1941:

Art. 34-A. Se houver concordância, reduzida a termo, do expropriado, a decisão concessiva da imissão provisória na posse implicará a aquisição da propriedade pelo expropriante com o consequente registro da propriedade na matrícula do imóvel.

(...)

§ 2º Na hipótese deste artigo, o expropriado poderá levantar 100% (cem por cento) do depósito que trata o art. 33 deste Decreto-Lei.

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Assim, não há como autorizar o levantamento integral do valor depositado nos autos para fins de imissão na posse do imóvel expropriado.

Dessa forma, merece ser reformada a decisão agravada, para autorizar o levantamento de 80% do valor da oferta, conforme previsto no § 2º do art. 33 do Decreto-Lei nº 3.365/1941, desde que efetivamente cumprido o disposto no art. 34 do mesmo diploma legal.

Pelo exposto, pelo meu voto, dou parcial provimento ao recurso.

Eventuais recursos que sejam interpostos deste julgado estarão sujeitos a julgamento virtual. No caso de discordância esta deverá ser apresentada no momento da apresentação dos mesmos.

Maria Laura de Assis Moura Tavares Relatora

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