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MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral do Estado do Piauí

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MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

Procuradoria Regional Eleitoral do Estado do Piauí Registro de Candidatura nº 124-18.2012.6.18.0045 – Classe 38 Protocolo: 62959/2012

Procedência: Batalha/PI (45ª Zona – Batalha/PI) Relator: Des. José Ribamar Oliveira

Assunto: Registro de Candidatura – Substituição de candidato – Renúncia - Impugnação – Cargo – Prefeito – Inelegibilidade – Desincompatibilização – Eleição Majoritária – Eleições 2012 – Deferimento do Registro – Recurso – Pedido de Reforma de Decisão Recorrente: Terezinha de Jesus Cardoso Alves, candidata eleita a prefeita de Batalha Recorrente: Coligação “Batalha para todos”

Recorrente: Amaro José de Freitas Melo, Prefeito e candidato a reeleição

Recorrido: Terezinha de Jesus Cardoso Alves, candidata eleita a prefeita de Batalha/PI Recorrido: Coligação “Batalha para todos”

Recorrido: Amaro José de Freitas Melo, Prefeito e candidato a reeleição em Batalha/PI

Exmo. Sr. Relator,

Tratam-se de recursos eleitorais em face da decisão do(a) MM. Juiz(íza) Eleitoral da 45ª Zona – Batalha/PI que indeferiu o requerimento de substituição de registro de candidatura ao cargo de Prefeito(a) de Batalha/PI de Terezinha de Jesus Cardoso Alves e por conseqüência pela anulação dos votos por ela obtidos e realização de novo pleito eleitoral.

Às fls. 02/48, consta o Requerimento de Registro de Candidatura – RRC – Pedido de substituição e documentação protocolados pelo(a) candidato(a) na 45ª Zona/PI em 05.10.2012 (fl. 34).

Às fls. 53/64, a Coligação “Batalha para todos” apresentou ação de impugnação de registro de candidatura – AIRC, alegando que o(a) candidato(a) foi

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escolhida na última hora em abuso de direito e fraude eleitoral, além de não ter se desincompatibilizado no prazo legal.

Às fls. 71/81, o(a) candidato(a) apresentou contestação negando a fraude eleitoral ou abuso de direito, bem como a legalidade da substituição. Alega que não há necessidade de desincompatibilização, vez que não ocupava cargo de direção ou chefia na Assembléia Legislativa do Estado do Piauí - ALEPI, mas somente assessoramento burocrático interno.

Às fls. 129/131, parecer do Ministério Público Eleitoral atuante na 45ª Zona/PI pelo indeferimento do pedido de registro de candidatura.

Em sentença proferida, às fls. 133/137, o(a) MM. Juiz(íza) Eleitoral decidiu pelo indeferimento do pedido de registro de candidatura por não considerá-lo(a) apto(a) para disputar o pleito, em razão da não comprovação da desincompatibilização no prazo legal.

Inconformados(a), a candidata eleita Teresinha de Jesus Cardoso Alves e coligação Batalha para todos interpuseram recurso, respectivamente, às fls. 149/160 e 191/203.

Às fls. 215/220, contrarrazões da coligação recorrida. II

II.1 – Mérito

A candidata eleita, ora recorrente, alega que a substituição de candidato ao cargo de prefeito de Batalha/PI ocorreu nos termos legais, não havendo necessidade de desincompatibilização, haja vista que não ocupava cargo de direção ou chefia na ALEPI, mas somente assessoramento burocrático interno.

Não assiste razão à candidata recorrente.

A Lei Complementar 64/90 dispõe acerca da necessidade de afastamento para concorrer nas eleições:

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Procuradoria Regional Eleitoral do Estado do Piauí “ Art. 1º São inelegíveis:

II - para Presidente e Vice-Presidente da República: (...)

I) os que, servidores públicos, estatutários ou não,»dos órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais;”

O Tribunal Superior Eleitoral, em consulta, respondeu pela obrigatoriedade de desincompatibilização de servidor comissionado:

CONSULTA. SECRETÁRIO MUNICIPAL. CANDIDATO EM

MUNICÍPIO DIVERSO. DESNECESSIDADE DE

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO.

1. Secretário Municipal, candidato em município diverso da sua atuação pública, não necessita se desincompatibilizar do cargo. 2. Consulta respondida positivamente.

SECRETÁRIO DE ESTADO. PRESIDENTE DE ÓRGÃO ESTADUAL. SERVIDOR PÚBLICO EFETIVO E DETENTOR DE CARGO COMISSIONÁRIO. CANDIDATOS AOS CARGOS DE PREFEITO, VICE-PREFEITO OU VEREADOR.

1. O Secretário de Estado deve se desincompatibilizar até quatro meses antes da eleição se for candidato a cargo majoritário e seis meses antes se pleitear cargo proporcional.

2. Não se conhece de consulta se ausente dados específicos que se objetiva atingir (Presidente de Órgão Estadual).

3. Não há necessidade de o servidor público efetivo se desincompatibilizar para se candidatar em domicílio diverso da sua atuação funcional.

4. Servidor ocupante de cargo em comissão, sem vínculo

com a administração pública, há de se desincompatibilizar da função pública, indiferentemente do domicílio a que pretenda se candidatar.

5. Consulta que se responde negativamente na primeira parte; não se conhece na segunda; positivamente na terceira e negativamente na quarta.

(Consulta nº 1531, Resolução nº 22845 de 12/06/2008, Relator(a) Min. EROS ROBERTO GRAU, Publicação: DJ - Diário da Justiça, Data 20/08/2008, Página 14 RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 19, Tomo 3, Página 394 )

Nesse sentido o TRE/RS respondeu consulta nos termos abaixo transcrito:

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Consulta. Eleições 2008. 1 - Indagações no tocante a prazo de desincompatibilização para candidatar-se a prefeito, vice-prefeito ou vereador: a) de servidor público não efetivo ocupante de cargo em comissão em qualquer nível (federal, estadual ou municipal) de qualquer Poder (Executivo, Legislativo ou Judiciário); b) de servidor não efetivo detentor de

cargo comissionado em autarquias ou empresas públicas de qualquer nível. 2 - Questionamentos acerca de prazo de desincompatibilização para concorrer ao governo municipal ou à vereança e de percepção de rendimentos durante o afastamento do trabalho: a) de servidor efetivo ocupante de cargo em comissão ou função gratificada em qualquer nível de qualquer Poder; b) de servidor efetivo detentor de cargo comissionado ou função gratificada em autarquias ou empresas públicas de qualquer nível. Com relação às dúvidas expressas sob nº 1, letras a e b: o

servidor deve exonerar-se de suas atividades no prazo de três meses anteriores ao pleito, conforme disposto no art. 1º, inciso II, letra "l", da Lei Complementar n. 64/90.

Quanto ao indagado sob nº 2, letras a e b: tratando-se de servidor efetivo possuidor de função gratificada em qualquer nível de qualquer Poder ou em autarquias ou empresas públicas, o simples afastamento de fato dentro do prazo de três meses estabelecido no aludido art. 1º, II, "l", é suficiente para que possa candidatar-se ao pleito municipal, restando assegurada a percepção de seus rendimentos integrais durante o afastamento. Caso seja detentor de cargo em comissão, deve afastar-se dele em idêntico prazo previsto na mesma sede legal supra-referida, assistindo-lhe, durante tal período, direito a remuneração tão-somente quanto ao cargo efetivo.

(CONSULTA nº 72008, Acórdão de 20/05/2008, Relator(a) DRA. LIZETE ANDREIS SEBBEN, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 20/05/2008 )

No caso em analise, a candidata, apesar de ser ocupante de cargo em comissão na Assembléia Legislativa do Estado do Piauí, não efetuou a desincompatibilização por entender ser desnecessário, vez que não trabalha no município de Batalha e não poderia ter qualquer influencia na referida urbe.

De fato, a recorrente exerce suas funções na ALEPI, contudo é ocupante de cargo em comissão, o que pelo entendimento do TSE exarado na consulta nº 1531, acarreta a obrigatoriedade de afastamento da função pública.

Somando-se a isso, há o fato de a candidata exercer a função pública na ALEPI que trata de assuntos de interesses de todos os municípios piauienses, não existindo nada nos autos que comprove a impossibilidade de a recorrente exercer influencia e utilizar a função a serviço de sua candidatura, ainda que indiretamente, o que

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também justifica a necessidade de afastamento do cargo no prazo legal, ainda que exercido em município diverso.

Ressalta-se que, ao contrário do que a candidata recorrente afirma em razões recursais, o caso em análise não se assemelha ao decidido pelo TRE-PI no RCAND nº 22-56, no qual se discutiu a necessidade de desincompatibilização de servidor efetivo estadual do Fisco quando se candidata em município diverso do de sua atuação profissional.

Em um primeiro momento, ambas situações parecem semelhantes, já que se tratam de servidores estaduais, entretanto, há particularidades que as diferenciam. O servidor estadual do Fisco é efetivo e tem atuação limitada a região do município em que trabalha, não exercendo qualquer influencia sobre outras cidades. Diferentemente é o caso em comento, em que a servidora é ocupante de cargo em comissão na Assembléia Legislativa Estadual, podendo exercer influência em assuntos de interesse de diversos municípios, como, por exemplo, facilitar o trâmite de um processo que beneficia dada urbe.

Portanto, não há que se falar que a Corte Regional em acórdão 2256 decidiu, em caso semelhante, pelo afastamento da necessidade de desincompatibilização, tendo em vista as peculiaridades dos casos analisados.

Assim, como a servidora ocupa cargo em comissão no âmbito estadual faz-se necessário a sua desincompatibilização 03 (três) meses antes do pleito, o que não se verificou no caso, atraindo a inelegibilidade.

Destarte, correta a decisão do juiz de 1º grau que indeferiu o registro de candidatura (pedido de substituição) da candidata a prefeita de Batalha/PI, Teresinha de Jesus Cardoso Alves, em virtude de ausência de desincompatibilização no prazo legal.

Outro ponto atacado na sentença diz respeito à necessidade ou não de realização de novo pleito eleitoral para o cargo de prefeito no município de Batalha/PI.

A necessidade de realização de nova eleição se dá nos termos do art. 224 do código eleitoral, que prevê:

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“Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.” Dessa forma, com o indeferimento do pedido de registro de substituição da candidata recorrente os votos por ela obtidos na eleição de outubro passado são tidos como nulos, os quais implicarão em nova eleição se superar mais da metade dos votos do município.

Na busca de esclarecer se no município restaram mais da metade dos votos nulos, deve ser diligenciado junto a Secretaria de Tecnologia da Informação – STI desse Tribunal para que preste as informações necessárias.

Após essas informações, caso verifique-se que os votos inválidos ultrapassam a metade dos votos válidos, a eleição, em si mesma, restará prejudicada, impondo-se a renovação do pleito.

Portanto, conclui-se que a decisão do(a) MM. Juiz(íza) Eleitoral não merece reforma, vez que a candidata/recorrente não comprovou a sua desincompatibilização, o que enseja sua inelegibilidade e novas eleições no município de Batalha/PI, caso o número de votos inválidos ultrapasse a metade.

III

Diante do exposto, o Ministério Público Eleitoral manifesta-se pelo desprovimento dos recursos e, em consequência, pela manutenção da decisão do(a) MM. Juiz(íza) Eleitoral da 45ª Zona – Batalha/PI e indeferimento do pedido de registro de candidatura do(a) Sr(a). Terezinha de Jesus Cardoso Alves ao cargo de prefeita de Batalha/PI.

Teresina, 13 de novembro de 2012

Alexandre Assunção e Silva Procurador Regional Eleitoral

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