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ESTUDO SOBRE A COOPERAÇÃO PRODUTIVA NO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE BONÉS DE APUCARANA-PR

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ESTUDO SOBRE A COOPERAÇÃO

PRODUTIVA NO ARRANJO

PRODUTIVO LOCAL DE BONÉS DE

APUCARANA-PR

Sandro Nasser de Santi (UFSM) ssanti@pr.sebrae.com.br ADALBERTO DIAS DE SOUZA (FECILCAM) prof.adalberto.fecilcam@gmail.com Leoni Pentiado Godoy (UFSM) leoni@smail.ufsm.br Joao Carlos Leonello (FECILCAM) JLEONELLO@UOL.COM.BR Jorge Leandro Delconte Ferreira (FECILCAM) jorge.leandro.professor@gmail.com

O estudo foi realizado com empresas pertencentes ao Arranjo Produtivo de Bonés de Apucarana-PR com o objetivo de discutir os elementos de cooperação entre as empresas formais que compõem o APL de Bonés de Apucarana-PR. Os resultados indicarram que apenas 50,0% das organizações pesquisadas estiveram envolvidas em atividades de cooperação formais ou informais no ano de 2010. No entanto, constatou-se que os entrevistados consideram importantes os resultados obtidos nas ações conjuntas já realizadas com as empresas do APL. Também constatou-se a atribuição de importância aos diversos elementos da cooperação, particularmente à confiança e reciprocidade. Com relação às formas de cooperação apenas não foram considerados importantes as formas que são consideradas mais relacionadas à competitividade do que à cooperação, como é o caso da venda conjunta e da participação conjunta em feiras. Além disso, foi

constatado que as empresas mostraram-se indiferentes às

universidades e empresas de consultoria bem como aos órgãos de apoio, centros de capacitação, entidades sindicais e instituições de testes, ensaios e certificações. Concluiu-se que as empresas do APL de Bonés de Apucarana valorizam a cooperação com fornecedores, clientes e outras empresas do arranjo, mas são indiferentes àquelas que poderiam lhes dar apoio em termos de capacitação, consultoria, entre outras.

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2 1. Introdução

A formação de conglomerados organizacionais locais é um fenômeno observado como uma forma de reação à globalização econômica ocorrida nas últimas décadas do século XX, uma vez que a realização de alianças entre as pequenas e médias empresas permite que elas consigam aumentar seu poder competitivo.

Até então, as empresas de pequeno porte eram vistas como pouco eficientes e incapazes, em razão de suas limitações gerenciais, financeiras e tecnológicas, de promover dinamismo ao sistema e com tendência ao declínio, pois acreditava-se que sua sobrevivência seria residual, uma vez que sua atuação era limitada e apenas servia de amortecedor ao desemprego nas épocas de redução cíclica da atividade econômica (COSTA; COSTA, 2005).

Entretanto, ao se possibilitar maior proximidade entre indivíduos, firmas e organizações, a dimensão institucional local vem fortalecer uma rede de proteção contra as incertezas. Neste sentido, a cooperação torna-se um elemento de importância vital tanto para as empresas envolvidas como para os outros atores locais (centros de pesquisa, esferas governamentais, instituições de apoio e fomento).

Esse estudo tem como tema central a cooperação produtiva de um arranjo produtivo local estabelecido em um município da região Centro Norte do Estado do Paraná, com o objetivo geral de discutir os elementos de cooperação entre as empresas formais que compõem o APL de Bonés de Apucarana-PR e, mais especificamente, averiguar o nível de cooperação entre as empresas; e levantar o grau de participação dos elementos de cooperação (confiança,

reciprocidade, compartilhamento de informações, interação entre as áreas funcionais, objetivos e metas conjuntas e integração) entre as empresas.

2. Revisão Bibliográfica

Arranjo Produtivo Local (APL) é uma expressão utilizada para “representar uma forma de organização industrial cuja estrutura é constituída por um aglomerado de empresas”,

frequentemente de pequeno e médio porte, “localizadas territorialmente e relacionadas entre si por uma miúda divisão do trabalho”. Caracteristicamente, o aglomerado possui um produto representativo, em torno do qual são desenvolvidas atividades subsidiárias. Além dos ramos produtivos, também faz parte do arranjo uma institucionalidade formada associações

empresariais, sindicatos, organizações fornecedoras de serviços reais, governo local, bem como pode-se ainda encontrar normas, cultura e valores que conferem identidade ao local (COSTA; COSTA, 2005, p. 9).

Os aglomerados locais de organizações têm a capacidade de trazer mais vantagens à organização do que no caso de ela atuar de forma isolada e, por esta razão, a formação de pólos organizacionais valoriza a concepção local nos aspectos produtivos e sociais entre os agentes (KRUGMAN, 1995 apud CUNHA, 2008).

O desenvolvimento de arranjos produtivos constitui um importante instrumento para a geração de pólos de crescimento e de descentralização industrial (SANTOS; GUARNIERI, 2000).

De acordo com Cassiolato e Lastres (2008), a proposta de se entender sistemas e arranjos produtivos locais fundamenta-se na visão evolucionista sobre inovação e mudança tecnológica, a qual se destaca: a) o reconhecimento de que inovação e conhecimento se

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colocam como elementos centrais da dinâmica do crescimento das nações, regiões, setores, organizações e instituições; b) a compreensão de que a inovação e o aprendizado, enquanto processos dependentes de interações são fortemente influenciados por contextos econômicos, sociais, institucionais e políticos específicos; c) a idéia de que existem marcantes diferenças entre os agentes e suas capacidades de aprender, as quais refletem e dependem de

aprendizados anteriores; d) a visão de que se, por um lado, informações e conhecimentos codificados apresentam condições crescentes de transferência, dada a eficiente difusão das tecnologias de informação e comunicações, conhecimentos tácitos de caráter localizado e específico continuam tendo um papel primordial para o sucesso inovativo e permanecem difíceis ou mesmo impossíveis de serem transferidos.

Para Cassiolato e Lastres (2008), o conceito principal a partir do qual se propõe caracterizar arranjos e sistemas produtivos locais é o de sistemas de inovação, nas dimensões

supranacional, nacional e subnacional. Um sistema de inovação é definido como um conjunto de instituições distintas que conjuntamente e individualmente contribuem para o

desenvolvimento e difusão de tecnologias.

Amaral Filho et al. (2008) esclarecem que um Núcleo Produtivo Local (NPL) refere-se às aglomerações de micro e pequenas empresas, enquanto a categoria Arranjo Produtivo Local (APL) relaciona-se ao núcleo produtivo ou aglomeração em seu estado de organização social e institucional, necessária para a realização da produção social e estabilidade do núcleo. Tal estado requer a presença de pelo menos três elementos: capital social, organização produtiva e articulação político-institucional, os quais articulados formam o que se denomina de Arranjo Produtivo, devendo ser específico para cada Núcleo Produtivo e evolucionário para todos os Núcleos (AMARAL FILHO et al., 2008).

De acordo com Rambo e Ruppentham (2004), a tendência à cooperação entre as empresas, particularmente, as de pequeno porte, tem se concretizado em virtude do interesse dos organismos de cooperação técnica, bem como pelo fato de organismos de financiamento e fomento ao desenvolvimento darem tratamento diferenciado para a formação de redes de cooperação ou arranjos produtivos locais.

A cooperação, de acordo com Santos, Diniz e Barbosa (2008), é um conceito que possui vários significados. Para que se possa entender o papel da cooperação nos APLs é necessário distinguir, pelo menos, a cooperação coordenada por uma instituição representativa de associação coletiva com autonomia decisória da cooperação caracterizada pela colaboração feita para se solucionar objetivos específicos, limitados e sem autonomia decisória

independente da negociação e do objetivo das partes.

O primeiro tipo é denominado de cooperação multilateral, a qual pode ser exemplificada por um sindicato, uma associação de produtores, uma cooperativa de crédito, um consórcio de exportação, entre outras. O segundo tipo é chamado de cooperação bilateral, que pode ser exemplificada como relações formais ou informais de troca de conhecimento, compra de tecnologia, desenvolvimento conjunto, relações de longo prazo entre cliente-fornecedor (SANTOS; DINIZ; BARBOSA, 2008).

Nos distritos italianos, a cooperação não decorre naturalmente da estrutura

técnico-competitiva típica do setor, uma vez que se assenta sobre empresas que são ou poderiam ser concorrentes. Além disso, trata-se, principalmente, de uma cooperação multilateral e não bilateral como aquelas que envolvem grandes empresas, desenvolvimento tecnológico ou

cadeias produtivas. A característica necessária da cooperação multilateral é a presença de

pequenas ou médias empresas que, em conjunto, apresentem uma importante participação em alguma parte da cadeia produtiva. Para esse tipo de cooperação funcionar adequadamente, há

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dependência de proximidade local, alto nível de confiança e de elevado senso de comunidade (SANTOS; DINIZ; BARBOSA, 2008).

Portanto, como o conceito de arranjo produtivo local tem como paradigma principal os distritos industriais italianos e ser associado a uma política que visa adaptar essa experiência para outras localidades, tem como catalisador a importância da cooperação e, como

característica fundamental, a presença de pequenas ou médias empresas concentradas espacialmente em alguns dos elos de uma cadeia produtiva (SANTOS; DINIZ; BARBOSA, 2008).

3. Metodologia

3.1 Níveis de pesquisa

A pesquisa realizada empregou o método de estudo de caso, que pode ser definido como uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, conforme explica Roesch (2006).

A pesquisa se caracterizou, ainda, como descritiva e quantitativa, uma vez que os resultados obtidos serão descritos quantitativamente. A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los (CERVO; BERVIAN, 2002). Segundo Roesch (2006), a pesquisa quantitativa é um método de pesquisa social que utiliza técnicas estatísticas. Normalmente, implica a construção de inquéritos por questionário, nos quais são contatadas muitas pessoas.

3.2 Definição do tamanho da amostra

O Arranjo Produtivo Local de Bonés de Apucarana conta com 120 empresas. Dessa forma, pretendeu-se realizar um censo, que segundo McDaniel e Gates (2003, p. 365), “refere-se a situações em que os dados são obtidos de praticamente toda a população de interesse”. Os autores afirmam que o censo é pouco utilizado em pesquisas, principalmente nas pesquisas de marketing, mas em alguns casos são apropriados e viáveis, dentre eles quando o número de entrevistados é pequeno.

Malhotra (2001) também afirma que a utilização do censo é mais bem utilizado nas populações pequenas. Aaker, Kumar e Day (2001, p. 378) concordam que o censo é mais adequado quando o tamanho da população é bastante pequeno, e complementam afirmando que o censo também é “realizado quando são necessárias informações sobre todos os sujeitos da população”, e também quando os custos de decisão incorreta forem altos.

Desta forma, devido ao tamanho da população a ser pesquisada, o questionário (instrumento de pesquisa) foi encaminhado a todas as empresas que compõem o APL. No entanto, 44 empresas se dispuseram a participar desse estudo e responderam ao instrumento de pesquisa.

3.3 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário estruturado não disfarçado, que segundo Mattar (2000), trata-se da apresentação das perguntas exatamente com as mesmas palavras, sempre na mesma ordem e com a mesma opção de resposta a todos os respondentes. Foi utilizado como instrumento de pesquisa uma adaptação do questionário para Arranjos Produtivos Locais proposto pela Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos (Redesist), coordenado por Lastres e Cassiolato (2003).

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O questionário foi composto por dois grupos de questões: a) caracterização da amostra; e b) dados sobre cooperação, totalizando oito questões. As questões 1 a 4 foram de múltipla escolha, sendo solicitado ao entrevistado que assinalasse a alternativa necessária. As questões 5 a 8 foram baseadas em escala de avaliação numérica. Será utilizada a escala com cinco variações, sendo a inicial "Não é importante" (nota 0) e a final "Muito importante" (nota 5), tendo apenas um ponto central que é "Indiferente" (nota 3). A pesquisa foi realizada no transcorrer do mês de junho de 2011.

3.4 Tratamento dos dados coletados

O tratamento estatístico dos dados foi feito por meio de tabelas dinâmicas do software Excel. Os dados obtidos com as questões 1 a 4 foram apresentados na forma de percentuais. Para as questões 5 a 8, foram calculadas as médias aritméticas e desvio-padrão para cada um dos itens das questão.

4. Resultados e Discussão

O estudo foi realizado com as empresas pertencentes ao APL de Bonés de Apucarana, o qual é formado atualmente por cerca de 100 firmas. A fabricação de Bonés neste município teve início na primeira metade da década de 1970, a partir da produção artesanal de bandanas e tiaras, comercializadas em feiras agropecuárias e nas praias do litoral do Estado do Paraná. Nessa época, os empresários apenas copiavam e produziam bonés com aba de papelão, reguladores de elástico com o uso da técnica de silk screen. No início dos anos 80, surgiram as primeiras empresas familiares, cujo sucesso motivou o surgimento de mais organizações do segmento. Passados 20 anos, no início de 2003, com apoio do SEBRAE-PR e entidades locais, passou-se a implantar o modelo de APL, surgindo o Arranjo Produtivo de Bonés de Apucarana e Região.

A pesquisa foi realizada com 44 empresas do APL de Bonés de Apucarana, com o objetivo de verificar como ocorre a cooperação entre as empresas e entidades de apoio, cujos resultados são apresentados a seguir.

1 a 5 anos 22,72% 6 a 10 anos 20,45% 11 a 15 anos 18,19% 16 a 20 anos 20,45% 21 anos ou mais 18,19%

Figura 1 – Tempo de atividade das empresas

A Figura 1 mostra o tempo de atividade das 44 empresas participantes desta pesquisa. O tempo mínimo encontrado foi de um ano e o máximo de 43 anos, o que mostra que o segmento de bonés em Apucarana continua chamando a atenção de novos empresários. O

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6 até 25 funcionários 68,18% 26 a 50 funcionários 0,00% 51 a 75 funcionários 22,73% 76 a 100 funcionários 9,09%

Figura 2 – Número de funcionários das empresas

O número de funcionários das empresas pesquisadas varia de 4 a 100 funcionários, sendo a

média encontrada de 31,23  11,16 funcionários.

fornecedor de abas 36,36% fornecedor de acessórios 9,09% estamparia 11,36% fabricação de bonés 43,19%

Figura 3 – Tipo de atividade das empresas

Foi verificado que, entre os participantes da pesquisa, 43,19% são empresas que se dedicam à fabricação de bonés, enquanto 36,36% fazem as abas para bonés; 11,36% estamparia e 9,09% fornecem acessórios.

50,00% 50,00%

sim não pequeno envolvimento

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A Figura 4 mostra que apenas 50% das empresas estiveram envolvidas em atividades de cooperação formais ou informais em 2010. Por se tratar de um APL esperava-se o envolvimento de um número maior de empresas.

Agentes Média

Desvio-padrão

Outras empresas do arranjo 3,64 1,40

Empresas associadas 3,70 1,53 Fornecedores de insumos 4,07 1,45 Clientes 4,30 1,57 Concorrentes 3,52 1,34 Empresas de consultoria 3,77 1,40 Universidades 3,41 1,42 Institutos de pesquisa 3,57 1,42

Centros de capacitação profissional 3,91 1,52

Instituições de testes, ensaios e certificações 3,57 1,45

Entidades sindicais 2,84 1,52

Órgãos de apoio e promoção 3,55 1,47

Agentes financeiros 4,34 1,45

Tabela 1 – Importância atribuída aos agentes como parceiros no APL

Para as empresas pesquisadas do APL de Bonés de Apucarana são importantes como parceiros os fornecedores de insumos (média 4,07), os clientes (média 4,30) e os agentes financeiros (média 4,34). As entidades sindicais têm pouca importância (média 2,84), enquanto aos demais agentes são indiferentes.

Formas de cooperação Média

Desvio-padrão

Compra de insumos e matérias-primas 4,41 0,66

Venda conjunta dos produtos 3,33 1,25

Desenvolvimento de produtos e processo 4,43 0,66

Design e estilo de produtos 4,34 0,64

Capacitação de recursos humanos 4,36 0,78

Obtenção de financiamento 4,39 0,65

Participação conjunta em feiras 3,95 0,96

Tabela 2 – Importância das formas de cooperação com outras empresas do APL

Com as demais empresas do APL foram consideradas importantes as seguintes formas de cooperação: compra de insumos e matérias-primas (média 4,41), desenvolvimento de produtos e processo (média 4,43), design e estilo de produtos (média 4,34), capacitação de recursos humanos (média 4,36) e obtenção de financiamento (média 4,39). Os participantes da pesquisa mostraram-se indiferentes à venda conjunta de produtos e à participação conjunta em feiras, provavelmente, em decorrência de essas formas citadas serem percebidas pelos

entrevistados como pontos em que a competição é mais interessante do que a cooperação.

Ações conjuntas Média Desvio-padrão

Melhoria na qualidade dos produtos 4,52 0,66

Desenvolvimento de novos produtos 4,52 0,66

Melhoria nos processos produtivos 4,61 0,65

Melhoria no fornecimento dos produtos 4,32 0,80

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Introdução de inovações organizacionais 4,23 0,89

Melhorias na gestão 4,13 0,76

Novas oportunidades de negócio 4,16 1,48

Promoção do nome/marca no mercado nacional 4,61 0,65

Tabela 3 – Avaliação dos resultados das ações conjuntas realizadas com empresas do arranjo

As médias obtidas para todas as ações conjuntas foram entre 4,23 (introdução de inovações organizacionais) e 4,61 (melhoria nos processos produtivos e promoção do nome/marca no mercado nacional), indicando que os entrevistados avaliam como boas estas ações conjuntas realizadas com empresas do arranjo.

Interessante destacar que apesar de 50% das empresas não terem participado de ações de cooperação no ano anterior, ainda assim muitas valorizam os resultados que estas podem trazer, uma vez que as médias obtidas foram elevadas e os desvios-padrões permaneceram abaixo de 1, exceto para o item “novas oportunidades de negócios”.

Elementos de cooperação Média

Desvio-padrão

Confiança 4,59 0,66

Reciprocidade 4,59 0,82

Compartilhamento de informações 4,11 0,84

Interação entre as áreas funcionais 4,20 0,76

Objetivos e metas conjuntas 3,95 1,41

Integração entre as empresas do arranjo 4,13 0,76

Tabela 4 – Avaliação da importância dos elementos de cooperação na motivação em participar de ações conjuntas

Para os empresários entrevistados são importantes todos os elementos de cooperação citados na motivação em participar de ações conjuntas, exceto os objetivos e metas conjuntas para os quais foi demonstrado indiferença. A maior importância foi atribuída à confiança e

reciprocidade, que obtiveram as maiores médias.

5. Considerações finais

As micro e pequenas empresas desempenham um papel fundamental para a economia do país, além de serem uma fonte de geração de emprego e renda expressiva. Mas, estas organizações necessitam tanto de apoio como de infra-estrutura para poderem se desenvolver. É nesse aspecto, que a formação de Arranjos Produtivos Locais ganha relevância.

Com o objetivo de discutir os elementos de cooperação entre as empresas formais que compõem o APL de Bonés de Apucarana-PR e tendo por objetivos específicos averiguar o nível de cooperação entre as empresas; e levantar o grau de participação dos elementos de cooperação (confiança, reciprocidade, compartilhamento de informações, interação entre as áreas funcionais, objetivos e metas conjuntas e integração) entre as empresas foi realizada uma pesquisa no APL de Bonés de Apucarana-PR.

A pesquisa mostrou que no ano de 2010 apenas 50% das empresas estiveram envolvidas em atividades cooperativas formais ou informais com outras organizações. Ficou evidenciado que as organizações pesquisadas mostram-se indiferentes a parceiros como empresas associadas, empresas de consultoria, universidades, centros de capacitação, valorizando apenas clientes, fornecedores e agentes financeiros.

Por outro lado, consideram importante a cooperação para compra de insumos e matérias-primas, desenvolvimento de produtos e processos, design e estilo de produtos, capacitação de

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recursos humanos e obtenção de financiamento. Mas, são indiferentes às vendas e participação em feitas conjuntas.

Nas ações conjuntas já realizadas consideram que foram obtidos resultados bons para a melhoria na qualidade dos produtos, desenvolvimento de novos produtos, melhoria nos processos produtivos, no fornecimento dos produtos e na capacitação de recursos humanos, assim como na introdução de inovações organizacionais, novas oportunidades de negócios, melhorias na gestão e promoção do nome/marca no mercado nacional.

Com relação aos elementos da cooperação só foi demonstrada indiferença para objetivos e metas conjuntas. Os elementos mais valorizados foram a confiança e reciprocidade.

Concluiu-se que as empresas do APL de Bonés de Apucarana valorizam a cooperação com fornecedores, clientes e outras empresas do arranjo, mas são indiferentes àquelas que poderiam lhes dar apoio em termos de capacitação, consultoria, entre outras.

7. Referências

AAKER, D.A; KUMAR, V; DAY, G.S. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 2001. AMARAL FILHO, J. et al. Núcleos e arranjos produtivos locais: casos do Ceará.

Disponível em: <http://www.iplance.ce.gov.br/ publicacoes/artigos/ART_4.pdf>. Acesso em: 10 out. 2008.

CASSIOLATO, J.E. & LATRES, H.M.M. O foco em arranjos produtivos e inovativos

locais de micro e pequenas empresas. Disponível em:

<http://www.ie.ufrj.br/redesit/P3/NTF2/ Cassiolato%20e%20Lastres.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2008.

CERVO, A.L. & BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

COSTA, A.B. & COSTA, B.M. Cooperação e capital social em arranjos produtivos locais. 2005. Disponível em: <http://www.anpec.org.br/encontro2005/artigos/A05A113.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2011.

CUNHA, J.A.C. Sobre arranjos produtivos locais e clusters. Encontro de Administração Pública e Governança. Anais ... Salvador, 12 a 14 novembro 2008.

MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing. Porto Alegre: Bookman, 2001. MATTAR, F.N. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 2000.

MCDANIEL, C.D. & GATES, R. Pesquisa de marketing. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2003.

RAMBO, J.A. & RUPPENTHAL, J.E. As redes de cooperação no contexto do

desenvolvimento local e regional. XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção –

Florianópolis-SC-Brasil, 03 a 05 nov. 2004. Disponível em: <http://www.abepro.org.br /biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0706_1310.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2008.

ROESCH, S.M.A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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10 SANTOS, A.M.M.M. & GUARNIERI, L.S. Características gerais do apoio a arranjos produtivos locais. BNDES Setorial, rio de Janeiro, n. 12, p. 195-204, set. 2000.

SANTOS, A.G.; DINIZ, E.J.; BARBOSA, E.K. Aglomerações, arranjos produtivos locais e vantagens competitivas locacionais. In: BNDES. Arranjos produtivos locais e

desenvolvimento: versão preliminar. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/conhecimento

/seminario/apl.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2008.

ANEXO

INSTRUMENTO DE PESQUISA I Dados sobre a empresa

1. Tempo de atividade:

2. Número de funcionários:

3. Tipo de atividade:

II Dados sobre cooperação

4. No último ano, 2010, a empresa esteve envolvida em atividades de cooperação formais ou não com outra(s) empresa(s)?

( ) sim ( ) não ( ) pequeno envolvimento

5. Dê uma nota de 1 a 5 à importância que atribui aos agentes como parceiros dentro do APL, considerando:

1 = não é importante; 2 = pouco importante; 3 = indiferente

4 = importante 5 = muito importante

Agentes 1 2 3 4 5 Não se

aplica

Outras empresas do arranjo Empresas associadas Fornecedores de insumos Clientes Concorrentes Empresas de consultoria Universidades Institutos de pesquisa

Centros de capacitação profissional

Instituições de testes, ensaios e certificações Entidades sindicais

Órgãos de apoio e promoção Agentes financeiros

6. Atribua uma nota de 1 a 5 às formas de cooperação com outras empresas do arranjo, considerando:

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11

1 = não é importante; 2 = pouco importante; 3 = indiferente

4 = importante 5 = muito importante

Formas de cooperação com empresas do arranjo 1 2 3 4 5 Não se

aplica

Compra de insumos e matérias-primas Venda conjunta dos produtos

Desenvolvimento de produtos e processo Design e estilo de produtos

Capacitação de recursos humanos Obtenção de financiamento Participação conjunta em feiras

7. Como avalia os resultados das ações conjuntas já realizadas com empresas do arranjo? Para tanto, atribua uma nota de 1 a 5, considerando:

1 = muito ruim; 2 = ruim; 3 = indiferente

4 = bom 5 = muito bom

Importância das ações conjuntas realizadas 1 2 3 4 5 Não se

aplica

Melhoria na qualidade dos produtos Desenvolvimento de novos produtos Melhoria nos processos produtivos Melhoria no fornecimento dos produtos Melhoria na capacitação de recursos humanos Introdução de inovações organizacionais Melhorias na gestão

Novas oportunidades de negócio

Promoção do nome/marca no mercado nacional

8. Qual o grau de importância dos elementos da cooperação abaixo listados que o motivam a participar de ações conjuntas? Para tanto, atribua uma nota de 1 a 5, considerando:

1 = não é importante; 2 = pouco importante; 3 = indiferente

4 = importante 5 = muito importante

Importância das ações conjuntas realizadas 1 2 3 4 5 Não se

aplica

Confiança Reciprocidade

Compartilhamento de informações Interação entre as áreas funcionais Objetivos e metas conjuntas

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