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Livro de Êxodo - Capítulo 15 - Parte II Por Felipe Moura. Capítulo 15. 1) O Gênero Literário

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Livro de Êxodo - Capítulo 15 - Parte II Por Felipe Moura

Capítulo 15

1) O Gênero Literário

“O Cântico, apresentado como um louvor irrompido espontaneamente para um ato salvífico de Deus parece ser um ‘hino de entronização.’ Isso segue um padrão semita no qual um deus sucede uma batalha com sua entronizaçào como rei. Frank Moore Cross resume esse tema assim:

O principal herói é um guerreiro divino, YHWH dos Exércitos pelo nome, que trouxe a nação à existência, conduziu-os à vitória sobre seus inimigos com muitas maravilhas, e Se revelou como seu governante.

“Tanto na estrutura do grande complexo de tradições e nas unidades poéticas dele, um padrão mítico pode ser discernido. O guerreiro divino marchou em fúria para ganhar uma vitória crucial - no mar, ou em uma tradição variante rompendo pelo mar - e então conduziu uma procissão triunfal para sua montanha, onde Ele apareceu em glória, construiu seu Santuário, e estabeleceu seu reinado.

Um padrão semelhante, senão idêntico, é encontrado no ciclo mítico de Ba`al na Canaã do fim da Idade de Bronze (Ugarit) e na cosmogonia acádia clássica conhecida como Enuma Elish.”

Vejamos dois exemplos mencionados por Cross. O Épico de Ba`al

No ugarítico Épico de Ba`al, escrito no começo do século 14 a.e.c., o deus da tempestade Ba`al (i.e. Senhor, um adjetivo popular para o deus tempestade, Hadad/ Adad) luta contra o deus do mar, Yam e o deus da morte Mot, para estabelecer seu reinado. Essa narrativa chama a morada de Ba`al de Monte Sapon… e tem descrições vívidas de várias batalhas e entronização (coluna V, pg. 160):

“Ba`al se apodera dos filhos de Asherá Os poderosos ele fere com uma clava, Os atacantes ele fere com uma arma,

O jovem do Mar [Yam] ele arrasta para a terra. Então Ba`al [se assenta] no seu trono real [No assento] do trono de seu domínio.”

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Enuma Elish

No épico da criação babilônia, Enuma Elish (princípio a meados do 2o. milênio a.e.c.), o deus Marduk - o deus patrono da cidade da Babilônia - derrotam a grande primordial deusa-mãe Tiamat, e usam seu corpo para criar o mundo:

“Face a face eles vieram, Tiamat e Marduk, sábio dos deuses.

Eles se engajaram em combate, eles se aproximaram para a batalha. O senhor (Marduk) estendeu sua rede e a circulou…

Ele atirou uma flecha que feriu sua barriga, Dividiu-a no meio e cortou seu coração, Ele a expirou e extinguiu sua vida…

Nesse ponto do épico, Marduk estabelece um lugar para os deuses viverem e serem adorados nos céus:

Ele atravessou os céus e buscou um santuário… Ele fundou os centros de culto para Anun, Enlil e Ea, Ele fez pedestais para os grandes deuses.

Finalmente, depois de criar a terra, Marduk estabelece para si um lugar para habitar e governar:

“Eu farei uma casa para ser luxuosa morada para mim.” E fundará seu centro de culto dentro dela:

“E estabelecerei meus aposentos privados e confirmarei meu reinado… Eu aqui a nomeio ‘Babilônia’, morada dos grandes deuses.

Nós a tornaremos o centro da religião.”” (R. Daniel M. Zucker - Enthroning God in the Temple with the Song of the Sea)


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2) O Cântico do Mar: Semelhanças e Diferenças

Embora utilize o mesmo gênero literário dos Hinos de Entronização, já conhecidos do povo no Cântico do Mar, a Torá estabelece algumas diferenças fundamentais, abaixo indicadas:

O propósito da Torá, portanto, é muito claro: Que os leitores reconheçam o formato do texto, mas substituam a mitologia politeísta por uma fé racional e plenamente monoteísta, pautada no Criador.

Assim o é com boa parte da literatura bíblica: Leva-se em conta a cultura semita, mas corrigindo-a quando necessário.


Hinos de Entronização O Cântico do Mar

Encorajam uma fé mitológica. Estabelece uma fé baseada em fatos concretos e históricos.

Os deuses são entronizados depois de batalhas épicas.

YHWH não batalha com deus algum, Ele os envergonha, porque eles não existem. As vitórias são contra divindades e

outros seres mitológicos.

A vitória de YHWH é contra os exércitos dos egípcios.

O mar é tido como uma divindade, ou lugar divino.

O mar é um cenário natural, comandado pelo próprio YHWH.

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Capítulo 15

22Moisés fez Israel partir do mar dos Juncos. Eles se dirigiram para o deserto de Sur, e caminharam três dias no deserto sem encontrai água. 23Mas quando chegaram a Mara não puderam beber da água de Mara, porque era amarga; por isso chamou-se-lhe Mara.24O povo murmurou contra Moisés, dizendo: "Que havemos de beber?" 25Moisés clamou a YHWH e YHWH lhe mostrou um pedaço de madeira. Moisés o lançou na água, e a água se tornou doce. Foi lá que lhes fixou um estatuto e um direito; foi lá que ele os colocou à prova. 26Depois ele disse: "Se ouvires atento a voz de YHWH teu Senhor e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, se deres ouvido aos seus mandamentos e guardares todas as suas leis, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios. Pois eu sou YHWH, aquele que te restaura." 27Então chegaram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e acamparam junto às águas.

6) A Lição em Mará

“Quando os israelitas partiram do Mar dos Juncos para entrar no deserto, como todos os viajantes prudentes, eles indubitavelmente levaram uma grande provisão de água com eles.

Em Mará o texto não parece afirmar que estavam com sede (como faz na estação subsequente, Refidim [Ex. 17:3], mas que estavam reclamando: ‘O que vamos beber?’ Talvez desejassem uma fonte de água para beber ao invés de consumir suas reservas limitadas.

De qualquer forma, os israelitas estão sendo ensinados que eles devem aprender a confiar que o Eterno proverá para suas necessidades no tempo certo. A passagem do maná que aparece logo em seguida elabora acerca desse conceito.” (R. Moshe Shamah, Parashat Beshalah - Part I)

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7) O Milagre em Mará

Como é possível que o Eterno tenha feito o milagre da purificação das águas?

“Uma das árvores usadas para purificar água hoje é a Moringa

oleifera. Essa árvore já foi usada de

forma bem sucedida para limpar águas turvas do rio Nilo e outras áreas…

U m a d a s á r v o r e s m a i s extraordinariamente úteis é a que é cultivada pesadamente para uso no

Sudão. A Organização de Alimento e Agricultura das Nações Unidas disse que mulheres do vilarejo tem utilizado a árvore Moringa oleifera (foto acima) para limpar as águas altamente turvas do rio Nilo. Depois de tentar outras espécies de moringa no Egito, Namíbia, Somália, e Quênia, elas também mostraram propriedades de clarear água rapidamente.

Quando sementes de moringa são esmagadas e jogadas numa panela ou garrafa de água suja, a água se torna transparente em questão de segundos.

As propriedades anti-bacterianas das sementes podem transformar águas pouco, média, ou altamente turvas em água com qualidade de torneira em uma ou duas horas…

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Em água com alta turvação, um litro d’água precisa somente de uma das sementes, que têm cheiro de raiz-forte. Em água com baixa turvação, uma semente pode fazer quatro litros.” (How did the bitter waters turn sweet at Marah? - Creation Tips)

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Que o Eterno te abençoe!

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