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Atividade industrial cai em maio

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CNI

Atividade industrial cai em maio

A atividade industrial encolheu em maio, com queda nas

horas trabalhadas e na utilização da capacidade instalada,

informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Se-gundo a pesquisa Indicadores Industriais, apesar da queda

na produção, o nível de atividade continua superior ao de

fevereiro de 2020, antes do início da pandemia de covid-19.

Em maio o número de horas trabalhadas na produção caiu

1,8% em relação a abril. Essa estatística desconsidera efeitos

sazonais (oscilações típicas de determinadas épocas do

ano). Como a CNI revisou os números de meses anteriores,

esse representa o segundo mês seguido de encolhimento

no indicador.

PÁGINA 2

O plano elaborado pelo Ministério da Economia para a

privatiza-ção dos Correios prevê a venda de 100% da estatal, informou o

secre-tário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados da

pas-ta, Diogo Mac Cord (

foto). A Câmara deve votar até agosto o projeto

que quebra o monopólio dos Correios e abre a empresa pública para o

capital privado. Depois, a proposta ainda precisará passar pelo

Sena-do. Pelo calendário da equipe econômica, é possível publicar o edital

de privatização dos Correios até o fim do ano e realizar a operação até

março de 2022. "O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento

Eco-nômico e Social) entrevistou vários players do setor e ficou claro que

não querem o governo como uma participação na empresa", disse

Mac Cord, ao explicar a decisão de leiloar toda a estatal.

PÁGINA 3

Depósitos

superam

saques em

R$ 7 bilhões

POUPANÇA

Os depósitos em caderneta

de poupança superaram os

sa-ques em R$ 7 bilhões em

ju-nho, segundo dados

divulga-dos pelo BC (Banco Central)

ontem. O resultado da

capta-ção líquida -diferença entre

entradas e saídas- é o maior do

ano. Nos três primeiros meses

de 2021, quando ainda não

ha-viam começado os

pagamen-tos da nova rodada do auxílio

emergencial, os números

vie-ram negativos. A partir de abril,

a captação da caderneta voltou

a ser positiva, com R$ 3,8

bi-lhões. Em maio, a entrada

lí-quida foi mais baixa, de R$ 72,6

milhões, mas permaneceu

po-sitiva. Em junho, os brasileiros

depositaram R$ 296,3 bilhões

na poupança e sacaram R$

289,2 bilhões. O saldo, que é

to-do o montante investito-do na

modalidade, permaneceu

su-perior a R$ 1 trilhão no mês. O

estoque alcançou a marca pela

primeira vez na história em

se-tembro do ano passado com o

aumento expressivo da

capta-ção.

PÁGINA 2

BOTA FORA

Plano de privatização prevê

venda de 100% dos Correios

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Petrobras vai

reajustar preço

do gás natural

em agosto

COMBUSTÍVEL PÁGINA 3

Bolsonaro

luta para não

dar internet a

alunos pobres

STF

PÁGINA 7

DEPOIMENTO

CPI vê novos indícios

de falhas na compra

da vacina Covaxin

Os senadores que integram a CPI da Covid enxergaram novos indícios

de falhas na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo Bolsonaro

depois da servidora do Ministério da Saúde que atua como fiscal do

con-trato, Regina Célia Silva Oliveira (

foto), admitir em depoimento que o

processo ficou sem fiscalização por cerca de um mês. A servidora

tam-bém afirmou que não viu nada "atípico" no processo da Covaxin e que

não cabia a ela corrigir falhas no chamado invoice, a fatura para o

paga-mento pelas doses. Regina Célia presta depoipaga-mento à comissão ontem.

Ela foi convocada para explicar por que deu prosseguimento ao processo

de compra da Covaxin, intermediado pela brasileira Precisa.

PÁGINA 6

FOLHAPRESS

ANO V • Edição simultânea: Rio de Janeiro e São Paulo • Quarta-feira, 7 de julho de 2021 • Nº 1104 • R$ 1,00

www.diariodoacionista.com.br Salário mínimo R$ 1.100,00 Ufir R$ 3,7053 Taxa Selic (16/06) 4,25% Poupança 3 (7/7) 0,24% TR (prefixada) (29/8/2017) 0,0098 IGP-M 0,60% (jun.) IPCA 0,83% (mai.) CDI

0,05 até o dia 5/jul

OURO BM&F/grama R$ 297,70 EURO Comercial Compra: 6,1580 Venda: 6,1586 EURO turismo Compra: 6,2147 Venda: 6,3947 DÓLAR Ptax - BC Compra: 5,1639 5,1645 DÓLAR comercial Compra: 5,2081 Venda: 5,2087 DÓLAR turismo Compra: 5,2137 Venda: 5,3937 BRADESPAR PN N1 75.75 +1.42 +1.06 VALE ON NM 113.77 +0.53 +0.60 TELEF BRASILON EJ 41.96 −0.33 −0.14 ENERGISA UNT N2 45.64 +0.09 +0.04 SUZANO S.A. ON NM 59.37 −0.22 −0.13 PETRORIO ON NM 20.24 −5.82 −1.25 AZUL PN N2 42.50 −4.17 −1.85 PETROBRAS PN N2 27.67 −4.09 −1.18 CVC BRASIL ON ES NM 26.29 −3.63 −0.99 BRASKEM PNA N1 59.02 −3.34 −2.04 PETROBRAS PN N2 27.67 −4.09 −1.18 VALE ON NM 113.77 +0.53 +0.60 BRADESCO PN EJ N1 24.70 −1.24 −0.31 PETROBRAS ON N2 28.58 −3.74 −1.11 B3 ON EDJ NM 15.92 −1.18 −0.19

Maiores Altas Maiores Baixas Mais Negociadas Fechamento %

Preço % Oscil. Preço % Oscil.

Bolsas no mundo

INDICADORES

Dow Jones 34.577,37 -0,60 NASDAQ Composite 14.663,64 +0,17 Euro STOXX 50 4.046,43 -1,05 CAC 40 6.551 -0,25 FTSE 100 7.100,88 -0,89 DAX 15.511,38 -0,96 Preço % Oscil.

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2

Economia

Dólar zera perdas do

ano e fecha a R$ 5,20;

Bovespa recua 1,44%

WELLTON MÁXIMO/ABRASIL Em um dia de nervosismo no mercado financeiro, o dólar teve forte alta e zerou as perdas do ano, influenciado por fato-res domésticos e externos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu e fechou no me-nor nível desde o fim de maio.

O dólar comercial encerrou ontem vendido a R$ 5,209, com alta de R$ 0,121 (+2,39%). A cotação subiu durante toda a sessão, fechando próxima dos valores máximos do dia.

Em alta pela sexta sessão seguida, o dólar teve a maior valorização para um dia desde 18 de setembro do ano passa-do, quando subiu 2,79%. A di-visa acumula alta de 4,74% em julho e registra valorização de 0,38% em 2021.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela ten-são. O Índice Bovespa (Iboves-pa), fechou aos 125.095 pon-tos, com recuo de 1,44%. O in-dicador está no menor nível

desde 27 de maio e acumula perda de 1,34% em julho.

Diversos fatores pressiona-ram o mercado ontem. A esca-lada de casos de covid-19 pro-vocados pela variante delta do novo coronavírus levou pessi-mismo ao mercado. Paralela-mente, os investidores aguar-dam a divulgação da ata da úl-tima reunião do Federal Re-serve o Banco Central dos Es-tados Unidos, prevista para hoje, para terem um indicati-vo de quando a autoridade monetária começará a retirar os estímulos para a maior eco-nomia do planeta.

Um impasse na Organiza-ção dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumentou o nervosismo no mercado ex-terno. A reunião da Opep foi cancelada por falta de acordo entre os membros em relação ao preço do petróleo. No Bra-sil, as tensões políticas e a di-vulgação de que a produção industrial caiu em maio  in-fluenciaram as negociações.

CNI

Atividade cai em maio, mas

supera a do início da pandemia

A

atividade industrial

encolheu em maio, com queda nas horas trabalhadas e na utilização da capacidade instalada, informou a Confederação Nacional da In-dústria (CNI). Segundo a pes-quisa Indicadores Industriais, apesar da queda na produção, o nível de atividade continua su-perior ao de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia de covid-19.

Em maio o número de horas trabalhadas na produção caiu 1,8% em relação a abril. Essa es-tatística desconsidera efeitos sa-zonais (oscilações típicas de de-terminadas épocas do ano). Co-mo a CNI revisou os números de meses anteriores, esse

represta o segundo mês seguido de en-colhimento no indicador.

Os dados de março e de abril foram revisados para baixo. Em vez de crescimento de 1,1%, o número de horas trabalhadas fi-cou estável em março. Em abril, o indicador passou a registrar queda de 1,3%, em vez de cresci-mento de 0,7%. Dessa forma, a CNI passou a considerar que as horas trabalhadas mostram ten-dência de queda em 2021. Ape-sar disso, o indicador continua um pouco acima do registrado em fevereiro do ano passado.

Em relação à utilização da ca-pacidade instalada (UCI), o indi-cador caiu de 81,9% em abril para 81,6% em maio, também na com-paração livre de efeitos sazonais.

Apesar do recuo, o indicador per-manece acima do registrado em fevereiro de 2020, quando estava em 78,1%. Esse é o terceiro mês consecutivo com UCI acima de 80%, o que não ocorria desde o período entre novembro de 2014 e janeiro de 2015.

O faturamento real da in-dústria de transformação au-mentou 0,7% entre abril e maio de 2021, na série livre de efei-tos sazonais. Desde o início do ano, o indicador vem oscilan-do entre altas e quedas, mas a CNI considera que o indicador c o m e ç a a a s s u m i r u m a t e n -dência de queda porque as al-tas não têm compensado as re-trações dos meses anteriores, com o faturamento estando

3,3% menor que em janeiro.

EMPREGO

Mesmo com a queda na ativi-dade, o emprego industrial conti-nuou a crescer em maio, subindo 0,5% na comparação com abril, livre dos efeitos sazonais. Segun-do a CNI, esse é o décimo mês consecutivo de crescimento no mercado de trabalho. O nível de emprego acumula alta de 1,9% em 2021 e está 6% maior que o re-gistrado em maio de 2020.

Depois de dois meses de crescimento, a massa salarial real encolheu 0,8% em maio, em relação a abril. Apesar da retra-ção em maio a massa salarial ainda apresenta crescimento acumulado de 1,7% em 2021.

M

ERCADOS

Com a chegada de Anitta, Nubank

lança cartão para alta renda

ISABELA BOLZANI/FOLHAPRESS O Nubank anunciou, ontem, o lançamento de um cartão vol-tado para a alta renda. Foi o pri-meiro anúncio feito pelo banco digital após a chegada da Anitta ao conselho de administração da instituição.

Chamado de Ultravioleta, o cartão tem mensalidade de R$ 49 –uma novidade para o Nu-bank, que se diferenciou dos grandes bancos e cresceu ofe-recendo um cartão sem anuida-de e taxas. Ficam isentos da mensalidade os clientes que ti-verem gastos mensais de no mí-nimo R$ 5.000 nos últimos três meses ou que tenham pelo me-nos R$ 150 mil guardados ou in-vestidos entre o Nubank e a Ea-synvest.

O produto é um ponto fora da curva na trajetória do Nubank, cuja propaganda se assenta so-bretudo na facilidade de acesso e inclusão financeira –ambos

pontos reforçados com a chega-da de Anitta.

Ao anunciar sua ida ao con-selho do banco, a cantora ressal-tou a dificuldade de acesso a crédito entre trabalhadores in-formais e disse que ficou im-pressionada "ao ver o trabalho do Nubank em fazer com que milhões de pessoas se sintam in-cluídas, podendo ter uma vida financeira melhor".

Questionada por jornalistas sobre essa discrepância, Cristi-na Junqueira, sócia-fundadora do Nubank, afirmou que o ban-co já possui produtos para di-versos segmentos, e o que falta-va era uma oferta "premium".

A executiva disse ainda que a chegada de Anitta não traria foco apenas para a baixa ren-da, como parte do público as-sociou.

"Ela [a Anitta] fala com todos os segmentos do Brasil, tem fãs em todos os segmentos e para nós ela representa essa nova

ge-ração, que chegou lá [teve su-cesso]", afirmou Junqueira.

As redes sociais já reagiram à novidade. Com a hashtag "#Nu-bank" entre os trending topics do Twitter.0 Enquanto alguns internautas publicavam pedi-dos para o novo cartão, outros começavam a criticar o lança-mento.

As principais reclamações miraram a dificuldade de aces-so aos benefícios oferecidos pe-lo Ultravioleta para aqueles que já eram clientes do cartão roxo tradicional.

"O Nubank 'é pra qualquer um' 'vamos reinventar' 'dinhei-ro não é tudo' 'vamos lançar um produto novo democrático', mas vc (sic) precisa ser rico", publicou um internauta na rede social.

O novo cartão terá bandeira Mastercard Black e, além dos benefícios oferecidos pela ban-deira -como uma sala VIP no aeroporto, acesso a wi-fi e

segu-ro viagem-, também contará com cashback automático de 1% sem prazo de validade. Os re-cursos poderão ser deixados na conta, transferidos para fundos específicos na Easynvest (corre-tora comprada pelo Nubank) ou trocados por milhas.

Segundo Junqueira, os juros do novo cartão serão semelhan-tes aos do mais popular, que co-meçam em 2,7%. Os limites –cu-ja ampliação é uma demanda recorrente de clientes do banco– serão maiores e a expectativa é que novos produtos voltados para as classes mais altas sejam lançados.

"Certamente serão limites bem maiores porque estamos desenhando um produto para outro público, com uma média de gastos bem mais alta. Claro que ainda proporcional à análi-se de crédito das pessoas, mas a ideia é que seja drasticamente diferente do que praticamos ho-je com o cartão roxo", afirmou.

BANCO DIGITAL

Poupança tem melhor saldo do ano,

com entrada de R$ 7 bi em junho

LARISSA GARCIA/FOLHAPRESS Os depósitos em caderneta de poupança superaram os sa-ques em R$ 7 bilhões em junho, segundo dados divulgados pelo BC (Banco Central) ontem.

O resultado da captação lí-quida -diferença entre entradas e saídas- é o maior do ano.

Nos três primeiros meses de 2021, quando ainda não haviam começado os pagamentos da nova rodada do auxílio emer-gencial, os números vieram ne-gativos. A partir de abril, a cap-tação da caderneta voltou a ser positiva, com R$ 3,8 bilhões.

Em maio, a entrada líquida foi mais baixa, de R$ 72,6 milhões, mas permaneceu positiva.

Em junho, os brasileiros de-positaram R$ 296,3 bilhões na poupança e sacaram R$ 289,2 bilhões.

O saldo, que é todo o mon-tante investido na modalidade, permaneceu superior a R$ 1 tri-lhão no mês. O estoque alcan-çou a marca pela primeira vez na história em setembro do ano passado com o aumento expres-sivo da captação.

A reversão dos resultados da poupança coincidiu com o re-torno do auxílio emergencial, que começou a ser pago no iní-cio de abril. A nova rodada tem valor menor que a primeira ver-são, paga entre abril e dezembro do ano passado -inicialmente de R$ 600 e depois reduzido para R$ 300.

Dessa vez, o benefício tem valor médio de R$ 250, mas po-de ser po-de R$ 150 ou R$ 375, po- de-pendendo do tamanho da famí-lia de quem recebe. O governo anunciou, na segunda-feira pas-sada, que prorrogará os

paga-mentos por mais três meses, até outubro.

Os valores são pagos por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, o que ajudou a explicar o movi-mento de forte alta na captação líquida ao longo de 2020, que bateu recorde com R$ 166,3 de entradas líquidas.

Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em com-paração ao restante da série.

Sem o auxílio, o resultado da caderneta foi negativo em R$ 18,1 bilhões em janeiro deste ano, pior valor da série iniciada em 1995. Em fevereiro, a capta-ção líquida foi negativa em R$ 5,8 bilhões e em março, em R$ 3,52 bilhões.

Com o retorno do auxílio em

versão reduzida, o resultado de junho, mesmo sendo o maior de 2021, foi mais baixo que os regis-trados nos meses de pagamento da primeira versão do benefício no ano passado.

No ápice da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bi-lhões. O resultado foi superado em maio daquele ano, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.

A caderneta rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 4,25% ao ano.

A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.

BC

Após críticas, governo

avalia reduzir limites à

declaração simplificada

IMPOSTO DE RENDA

BERNARDO

CARAM/FOLHAPRESS

Criticada pelo potencial de aumentar a tributação sobre a classe média, a limitação pro-posta pelo governo ao uso da declaração simplificada do IR (Imposto de Renda) poderá ser flexibilizada. Membros da equi-pe econômica já reconhecem que poderão usar eventuais au-mentos de arrecadação para ampliar o público beneficiado pelo mecanismo.

Atualmente, qualquer con-tribuinte pode optar por fazer a declaração simplificada. Nela, não há necessidade de incluir gastos que viabilizam deduções de imposto, porque há um des-conto padrão e automático de 20% sobre a renda tributável. O limite atual desse desconto é de R$ 16.754,34. Pela proposta do governo, a declaração simplifi-cada só será liberada para con-tribuintes com renda anual de até R$ 40.000, um valor aproxi-mado de três salários mínimos por mês.

Cálculos indicam que a

mu-dança aumentará o valor do imposto pago pelo contribuinte que ganha acima desse teto anual e não tem dependentes.

Em avaliações recentes, o governo estima ser possível re-manejar uma sobra de R$ 4 bi-lhões no ganho de arrecadação da reforma para medidas que beneficiem a classe média.

Um dos pontos em avaliação é o aumento da faixa de renda que poderá usar a declaração simplificada. Entre as hipóteses está a possibilidade de ampliar o limite anual para R$ 60 mil. Dados do governo apontam que a medida original do gover-no fará com que 6,8 milhões de pessoas percam o direito de usar o mecanismo com descon-to padrão. Isso não significa, porém, que todas elas passa-riam a pagar mais imposto.

Projeção feita pelos econo-mistas Rodrigo Orair e Sérgio Gobetti aponta para uma possí-vel elevação de imposto para 2 milhões de contribuintes se a li-mitação da declaração simplifi-cada for aprovada pelo Con-gresso.

Nota

CESTA BÁSICA FICA MAIS BARATA EM 9  CAPITAIS EM JUNHO

Em junho, o custo da cesta básica caiu em nove das 17 capitais brasileiras  analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nas demais capitais analisadas na pesquisa, o custo da cesta básica subiu. As maiores altas foram registradas em Fortaleza (1,77%), Curitiba (1,59%) e Florianópolis (1,42%). Já as maiores quedas ocorreram  em Goiânia 2,23%), São Paulo (-1,51%), Belo Horizonte (-1,49%) e Campo Grande (-1,43%). No mês  de junho, a cesta básica mais cara do país era a de Florianópolis, onde o custo médio dos produtos que compõem a cesta chegou a  R$ 645,38. A cesta mais barata era a de Salvador, onde o custo médio era de R$ 467,30 em junho. Considerando o primeiro semestre de 2021, dez capitais brasileiras acumularam aumentos no custo da cesta. Curitiba foi a capital onde houve o maior acúmulo, 14,47%, seguida por Natal, com 9,03%.

(3)

Governo sanciona

regionalização do

saneamento em SP

NOVO MARCO

O Governador João Doria sancionou, ontem, a Lei 17.383/2021, que dispõe sobre a criação de unidades regionais de saneamento básico, confor-me estabelece a Lei Federal nº 14.026/2020 do novo Marco do Saneamento. A proposta do Executivo foi debatida na Alesp e aprovada por ampla maioria do Legislativo. A previsão é que os serviços de água e esgoto se-jam universalizados até 2033.

“É uma vitória não apenas do meio ambiente e do estado, mas da totalidade da popula-ção paulista, que, até a primeira metade da próxima década, te-rá acesso a saneamento básico com qualidade e mais dignida-de”, destacou o secretário esta-dual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.

Para alcançar a meta pre-vista em lei, São Paulo contará com quatro Unidades Regio-nais de Serviços de Abasteci-mento de Água Potável e Esgo-tamento Sanitário (URAE): Su-deste (com 370 municípios), Centro (com 98 municípios), Leste (com 35 municípios) e Norte (com 142 municípios).

JUSTIÇA SOCIAL

Atualmente os subsídios do

saneamento são isolados e atendem apenas os usuários da cidade gerando, inclusive, desequilíbrio tarifário. Com a medida passará a vigorar o chamado subsídio cruzado, quando os municípios com maior sustentabilidade finan-ceira poderão auxiliar os que estão em situação de vulnera-bilidade.

Além disso, a regionaliza-ção abre possibilidade de compartilhamento de infraes-truturas, viabilizando, econo-micamente, a universalização dos serviços em municípios menores e com pouca capaci-dade econômica.

NOVO MARCO

No ano passado, o Governo Federal sancionou o novo Marco Legal do Saneamento, que prevê uma série de medi-das com vistas à universaliza-ção dos serviços de água e de esgoto. Em abril, o Governo de São Paulo encaminhou o pro-jeto de regionalização à Alesp, onde ocorreram audiências públicas e debates sobre as propostas com parlamentares, representantes do Poder Exe-cutivo dos Municípios e da so-ciedade civil.

BOTA FORA

Plano de privatização prevê a

venda de 100% dos Correios

THIAGO RESENDE/FOLHAPRESS

O

plano elaborado pelo

Ministério da Econo-mia para a privatiza-ção dos Correios prevê a venda de 100% da estatal, informou o secretário especial de Desestati-zação, Desinvestimento e Mer-cados da pasta, Diogo Mac Cord. A Câmara deve votar até agos-to o projeagos-to que quebra o mono-pólio dos Correios e abre a em-presa pública para o capital pri-vado. Depois, a proposta ainda precisará passar pelo Senado.

Pelo calendário da equipe econômica, é possível publicar o edital de privatização dos Cor-reios até o fim do ano e realizar a operação até março de 2022.

"O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômi-co e Social) entrevistou vários players do setor e ficou claro que não querem o governo co-mo uma participação na em-presa", disse Mac Cord, ao ex-plicar a decisão de leiloar toda a estatal.

Segundo ele, o governo che-gou a estudar diferentes formas de privatização, por exemplo, se-gregar a empresa por regiões ou até por tipo de serviço. "Mas, se a gente fatiasse, isso poderia com-prometer a universalização (do serviço)", afirmou o secretário.

A privatização dos Correios é criticada pela oposição ao presi-dente Jair Bolsonaro e contesta-da em manifestações de rua contrárias ao governo, que se in-tensificaram nos últimos meses. Líderes da Câmara temem que a venda da estatal irá deixar

re-giões do país sem o serviço, pois não haveria interesse da iniciati-va priiniciati-vada em algumas áreas.

Mac Cord, porém, disse que isso é uma "lenda urbana", já que os Correios deixaram de operar em várias cidades; a em-presa não tem capacidade de in-vestimento e, mesmo nos gran-des centros urbanos, não pres-tam serviço em alguns bairros, como favelas.

O secretário afirmou que, se concluída a privatização, a Ana-tel ( Agência Nacional de Tele-comunicações) será responsá-vel pela regulação dos serviços postais. "Ela receberia essa tare-fa e iria garantir a universaliza-ção", concluiu.

"O papel do governo é na re-gulação, o que é muito mais efi-ciente do que na prestação

dire-ta", afirmou Mac Cord.

A equipe econômica ainda não tem uma estimativa clara de quanto pode ser arrecadado na venda dos Correios, pois o valor da operação dependerá inclusi-ve do formato final do projeto a ser votado pelo Congresso.

Ontem, o presidente da Câ-mara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a proposta que quebra o monopólio dos Correios está na pauta do plenário da Casa, mas a votação só deve ocorrer "entre a segunda quinzena de julho e a primeira de agosto".

O relator do projeto, deputa-do Gil Cutrim (Republicanos-MA), ainda precisa finalizar o parecer, que sequer foi discuti-do com o Ministério da Econo-mia e com líderes partidários da Câmara.

Dona do GPA investe no

digital e avalia sair da AL

O anúncio feito ontem pelo Ca-sino, o maior varejista alimentar da Europa, de alavancar sua estra-tégia digital por meio de uma par-ceria com a consultoria Accenture e o Google Cloud, dá indícios de quais são as prioridades do grupo francês. A empresa pretende au-mentar o uso de inteligência artifi-cial e o leque de ferramentas digi-tais que permitam traçar com mais precisão o perfil do consumi-dor e antecipar comportamentos de consumo.

A parceria com Accenture e Google vai atender especialmente a RelevanC, subsidiária do Casino especializada em soluções de marketing de dados, que atende

outros varejistas. Criada em 2017, a RelevanC ainda é um negócio pequeno -cerca de 55 milhões de euros (R$ 331 milhões)- para o ta-manho do grupo, que fatura ao ano cerca de 32 bilhões de euros (R$ 192,6 bilhões). No entanto, in-dica para onde o gigante francês está olhando, no momento em que analisa se vale a pena deixar suas operações na América Lati-na, onde controla o Grupo Pão de Açúcar (GPA).

"Esta aliança com dois grandes players de tecnologia marca mais um passo importante na implan-tação da estratégia digital do gru-po. Isso nos permitirá acelerar duas prioridades: melhorar

conti-nuamente nosso atendimento ao cliente por meio de inovações tec-nológicas, como aplicativos de IA [inteligência artificial], e acelerar o crescimento e a criação de valor de nossas atividades tecnológicas em dados e software", disse Jean-Charles Naouri, presidente do grupo Casino, em comunicado di-vulgado ontem.

Questionado pelo jornal Folha de S.Paulo, o grupo disse que "o anúncio é uma parceria comer-cial, sem qualquer vínculo de ca-pital" ou impacto sobre a opera-ção do GPA. A respeito da possível saída da empresa do Brasil, o Casi-no informou que "não há nenhum processo de venda da

participa-PÃO DE AÇÚCAR

Casos de dengue este ano

são o triplo do de 2020

EPIDEMIA

DANIEL MELLO/ABRASIL O número de casos de den-gue confirmados na cidade de São Paulo nos primeiros seis meses do ano já é mais do que o triplo dos registrados ao lon-go de todo o ano de 2020. Se-gundo o boletim epidemioló-gico da prefeitura, até o final de junho foram confirmados 6.551 casos de dengue. Em to-do o ano passato-do foram 2.026 registros da doença.

M a i s d a m e t a d e ( 3 . 0 9 1 ) dos casos foram confirmados e m a b r i l . E m j u n h o f o r a m 331 ocorrências. No ano pas-sado uma pessoa morreu de dengue. Neste ano não houve nenhuma vítima até o mo-mento.

O distrito da Vila Nova Ca-choeirinha tem a maior inci-dência de casos, com registros de 252,6 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. Em núme-ros absolutos foram 371 conta-minações por dengue confir-madas. Na Brasilândia, tam-bém na zona norte, foram confirmados 287 casos, com uma incidência de 101,2 con-taminações a cada 100 mil ha-bitantes.

Na zona leste, a Cidade Ti-radentes teve 103 ocorrências por grupo de 100 mil pessoas, totalizando 245 registros con-firmados de dengue. Em São Miguel Paulista foram 116,8 casos por 100 mil, com um to-tal de 104 contaminações.

SAZONALIDADE

A Prefeitura de São Paulo atribuiu a alta de casos a sazo-nalidade da doença, que apre-senta crescimento no número de infecções em ciclos de um ou dois anos após dois ou três anos com baixa nas ocorrências.

“O último ano epidêmico, tanto no município como no estado de São Paulo e Brasil, foi o de 2015. Em 2019, houve au-mento nas notificações e casos confirmados, porém, com mé-dia transmissão na capital, o que em 2020 não foi observado, pois houve baixa transmissão”, informou a Secretaria Munici-pal de Saúde. Em 2015, último ano considerado epidêmico, foram confirmados 103,1 mil casos de dengue no município. Como ações para a dissemi-nação da doença, a prefeitura diz que estão sendo feitos tra-balhos de limpeza em bueiros e córregos. A partir da notifica-ção de casos da doença, equi-pes da vigilância em saúde vão ao local fazer a eliminação de criadouros e aplicação de ne-bulização nos quarteirões on-de houve o registro.

“Essa ação de rotina siste-matizada, faz com que o muni-cípio de São Paulo, juntamente com a rede articulada, agir ra-pidamente e manter os meno-res índices de casos do esta-do”, afirma a prefeitura.

Em todo o estado de São Paulo, foram confirmados até maio 106,3 mil casos de dengue.

Nota

EDUCAÇÃO INVESTE R$ 43,8 MILHÕES NA COMPRA DE 1,3 MILHÃO DE LIVROS

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) finalizou entrega de 1.333.791 livros para as redes públicas de 643 cidades. Foram adquiridos 268 títulos, em um investimento de R$ 43.830.568,55. A ação atende 5.175 unidades escolares de ensino fundamental (anos iniciais e finais), ensino médio, inclusive Centros Estaduais de Educação para Jovens e Adultos (Ceejas), Classes Provisórias, Escolas Indígenas, além de unidades municipais conveniadas. Do total entregue, 58 títulos estão relacionados a temas antirracistas, num total de 228.702

exemplares. Na temática antirracista, destaque para quatro livros: Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano, de Grada Kilomba; A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami, de Davi Kopenawa Yanomami; Pequeno Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro; e Na Minha Pele, de Lázaro Ramos. O incentivo aos temas relacionados é destacado pelo Secretário Estadual da Educação, Rossieli Soares. “Temos focado no incentivo e fortalecimento do hábito da leitura. Além disso, buscamos promover o debate sobre o racismo estrutural nas etapas de formação e desenvolvimento estudantil”, diz Soares.

Petrobras anuncia aumento

de 7% no preço do gás natural

NICOLA PAMPLONA/FOLHAPRESS Um dia após anunciar reajus-tes nos preços da gasolina, do die-sel e do gás de cozinha, a Petro-bras informou o mercado que ele-vará, em agosto, o preço do gás natural em 7%. Com o novo au-mento, o produto acumula alta de 50% em 2021.

O gás natural é vendido pelas distribuidoras de gás encanado e é importante insumo para indús-trias. Nas residências, é usado tanto para cozinhar quanto para aquecer água para banho.

Em nota, a Petrobras disse que "a variação decorre da aplicação das fórmulas negociadas nos con-tratos de fornecimento, que vin-culam o preço à cotação do

petró-leo e à taxa de câmbio" nos meses de abril, maio e junho.

"Durante esse período, o pe-tróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência de alta das commo-dities globais; e o real teve valori-zação de cerca de 4% em relação ao dólar", afirmou a empresa. Os reajustes nos preços são trimes-trais e os repasses ao consumidor dependem da legislação de cada estado

No último reajuste, em maio, o preço do gás natural vendido pela Petrobras subiu 39%, geran-do reações negativas no mercageran-do e até no governo – o presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, classificou o percentual como "inadmissível".

A alta de abril levou a reajustes

de até 40% nas tarifas das distri-buidoras que abastecem o estado de São Paulo. Os maiores aumen-tos ocorreram na área de conces-são da Naturgy, com elevação de 39,9% para os consumidores de GNV (gás natural veicular) e 39% a 39,7% para a indústria.

Na nota divulgada ontem, a Petrobras destaca que "o preço final do gás natural ao consumi-dor não é determinado apenas pelo preço de venda da compa-nhia, mas também pelas mar-gens das distribuidoras (e, no ca-so do GNV, dos postos de reven-da) e pelos tributos federais e es-taduais".

A escalada de preços vem mo-tivando protestos entre os consu-midores, que cobram do governo

promessa de reduzir o preço do gás feita pelo ministro da Econo-mia, Paulo Guedes, logo no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro.

Guedes prometeu um "choque de energia barata" com a redução do papel da Petrobras no merca-do de gás e a aprovação merca-do novo marco regulatório do setor, mas dois anos depois, a estatal ainda permanece a principal fornece-dora do país.

O novo aumento no preço do gás natural surge como mais um fator de pressão na inflação, que já vem sendo afetada pelos preços dos combustíveis líquidos e da energia, que ficou mais cara em julho com a adoção da nova ban-deira tarifária vermelha nível 2.

EM AGOSTO

INVERNO: Sol com muitas nuvens

durante o dia e a noite.

Manhã Tarde Noite

06:49 17:33

12º

20º

5%

Quarta-feira, 7 de julho de 2021

Economia/São Paulo

3

Em meio a crise hídrica, Bolsonaro

descarta volta do horário de verão

DANIEL CARVALHO/FOLHAPRESS O presidente Jair Bolsonaro descartou ontem a volta do ho-rário de verão, apesar do movi-mento de setores da economia para retomada do programa e da crise hídrica e energética.

A extinção do horário de ve-rão foi uma das primeiras medi-das de Bolsonaro quando assu-miu a Presidência, em 2019.

Ao retornar ao Palácio da Al-vorada, no fim da tarde de ontem,

Bolsonaro foi abordado por um apoiador que disse que há quem queira o retorno da medida.

"Não, o horário de verão foi comprovado que não tem ganho financeiro e a maioria é contra porque mexe no relógio biológi-co", afirmou o presidente.

Empresários do setor de tu-rismo querem tentar convencer Bolsonaro a abrir mão da medi-da adotamedi-da via decreto em abril de 2019.

Eles argumentam que o

retor-no pode beneficiar o turismo na-cional, estendendo o horário das atividades ligadas ao setor, além de representar uma economia na energia elétrica diante da preo-cupação com a crise hídrica.

Entidades filiadas à CNTur (Confederação Nacional do Tu-rismo) do Paraná, da Bahia e de Santa Catarina enviaram na se-mana passada o pedido ao go-verno. No fim de junho, repre-sentantes de empresários dos setores de turismo, bares e

res-taurantes de São Paulo anuncia-ram adesão ao movimento.

Na semana passada, a Abra-sel (Associação Brasileira de Ba-res e Restaurantes) entrou na campanha.

Já no final de semana passado, o movimento recebeu o apoio de Luciano Hang, dono da Havan e muito próximo a Bolsonaro.

"O fato de ganharmos uma hora durante o dia faz com que a roda da fortuna gire mais", es-creveu Hang no sábado passado.

ENERGIA CARA

ção" do grupo na varejista brasilei-ra, que por sua vez controla o Éxi-to, o maior varejista da Colômbia.

Notícias veiculadas pela im-prensa há duas semanas dão con-ta que o Casino contratou o banco BR Partners para avaliar a venda de sua fatia no GPA, hoje em 41,2%. Porém, antes de se desfazer do GPA, o segundo maior varejista alimentar do Brasil (só atrás do Carrefour), o Casino teria a inten-ção de abrir mão da Cnova, braço de comércio eletrônico do grupo, e promover a cisão do Éxito, para depois vendê-lo.

O objetivo seria diminuir o ta-manho do seu endividamento. Em 2020, a dívida líquida do grupo francês fechou em 4,634 bilhões de euros (cerca de R$ 28 bilhões). O nível de endividamento ficou em 1,7 vez o seu Ebitda (lucro an-tes de juros, impostos, deprecia-ção e amortizadeprecia-ção). Isso significa que é preciso de 1,7 vez a geração de caixa da empresa para pagar a sua dívida líquida.

(4)

FRAUDE NA SAÚDE

Defesa do Pastor Everaldo pede HC ao TRF

CRISTINA INDIO DO BRASIL/ABRASIL

A

defesa do pastor Everal-do Dias Pereira entrou com um pedido de ha-beas corpus ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para alterar parte da decisão da juíza federal, substituta da 7ª Vara Fe-deral Criminal do Rio, Caroline Vieira Figueiredo, que suspendeu a prisão preventiva do pastor e ainda determinou o pagamento

de fiança no valor de R$ 1 milhão para que seja ele liberado. A ex-pectativa do advogado Marcos Crissiuma, que defende o pastor Everaldo é que a decisão da de-sembargadora Simone Schreiber do TRF-2 seja divulgada na sema-na que vem.

Presidente do PSC, o pastor Everaldo foi preso no dia 28 de agosto de 2020 na Operação Tris in Idem, um desdobramento da Operação Placebo, que investi-ga atos de corrupção em

contra-tos públicos do governo do Rio de Janeiro. A ação autorizada pelo ministro do Superior Tribu-nal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, incluiu o afastamen-to do governador do Rio, Wilson Witzel, por 180 dias e acabou re-sultando na perda do cargo em abril deste ano.

Para a juíza, embora o seu en-tendimento seja de que a prisão preventiva, em tese, não é sujeita a prazos, o acusado já está preso há mais de 10 meses sem que a

instrução do caso sequer tenha se iniciado e isso seria motivo para a suspensão da prisão preventiva. “Apesar de ainda estarem presen-tes os requisitos autorizadores pa-ra a manutenção da prisão pre-ventiva e a indiscutível gravidade concreta dos delitos, em tese, pra-ticados por quem deveria zelar pela população, já que ocupava cargo de destaque em Partido Po-lítico com representação nacio-nal, não há outro posicionamento possível que não seja o de

concor-CPI da Covid pede a

inclusão de Witzel em

programa de proteção

TESTEMUNHAS

MATHEUS TEIXEIRA/FOLHAPRESS O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), solicitou ao Ministério da Mu-lher, da Família e dos Direitos Humanos a inclusão do ex-go-vernador do Rio de Janeiro Wil-son Witzel e de seus familiares no programa de proteção às tes-temunhas, com direito à prote-ção e ajuda de custos.

A defesa de Witzel enviou à CPI requerimento pedindo pro-teção para que possa depor em sessão secreta da comissão. Ele já prestou depoimento em ju-nho, mas disse que poderia apresentar novos elementos so-bre corrupção envolvendo hos-pitais federais no Rio e também OS (Organizações Sociais). No entanto, disse que concordaria em colaborar apenas em uma sessão secreta. Em ofício enca-minhado ao ministério, Aziz pe-de a inclusão no programa pe-de Witzel, sua esposa e seus três fi-lhos menores de idade.

"Evidencia-se que o depoen-te, em razão dos fatos graves que tem a revelar à comissão, encon-tra-se em situação de expressivo risco a sua integridade física e à integridade de seus familiares,

em especial, porquanto os refe-renciados fatos envolvem agen-tes dotados de relevante poderio político e econômico, bem como podem trazer à baila irregulari-dades concernentes a desvios de finalidades e à captura política de instituições de Estado", afir-ma Aziz no ofício.

O ofício requisita segurança, proteção e amparo a Witzel e seus familiares, segurança nas residências, incluindo o controle de telecomunicações, escolta e segurança nos deslocamentos, ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência individual ou fami-liar, apoio e assistência social, médica e psicológica e custeio total de assessoramento jurídico -em caso de processos movidos contra o ex-governador por con-ta de seu depoimento.

A solicitação de Witzel foi as-sinada pelo advogado Diego Pe-reira, que elogia a decisão da CPI e pede a compreensão da minis-tra Damares Alves, responsável por conceder a proteção.

"Com muita assertividade o senador Omar Aziz deferiu nos-so pedido. Agora, esperamos que a ministra Damares tenha sensibilidade “, diz Pereira.

Nota

RIO FAZ REPESCAGEM NA VACINAÇÃO TODOS OS DIAS DESTA SEMANA

Esta semana, para aumentar a imunização no grupo de pessoas a partir de 40 anos, a Prefeitura do Rio decidiu fazer repescagem na aplicação das doses da vacina contra a covid-19 durante todos dos dias da semana. Quem perdeu a data prevista para a vacinação deve se dirigir aos postos no período da tarde. Para as gestantes, puérperas e lactantes os dias de vacinação foi ontem, na próxima sexta-feira e na quarta-feira da semana que vem. Conforme o calendário para a semana hoje será para as pessoas com 41 anos ou mais, sendo mulheres pela manhã e homens à tarde. Na quinta-feira mulheres de 40 anos ou mais.

INVERNO: Sol com algumas nuvens e

chuva passageira. À noite, tempo firme. Manhã Tarde Noite

23º

13º

60%

06:34 17:21

Rio de Janeiro

4

dar com a Defesa quando susten-ta que o custodiado não pode per-manecer por mais tempo cum-prindo segregação cautelar que, conforme já dito, é medida excep-cional no nosso sistema proces-sual penal”, indicou no despacho.

CAUTELARES

Ainda na decisão assinada na quinta-feira passada, a magistra-da determinou uma série de me-didas cautelares que deverão ser cumpridas pelo pastor Everaldo, como o uso de tornozeleira ele-trônica em tempo integral; proibi-ção de manter contato pessoal, te-lefônico ou por meio eletrônico ou virtual com os outros acusados de pertencer à mesma organiza-ção criminosa; proibiorganiza-ção de pres-tar consultoria, administrar ou frequentar as empresas indicadas na denúncia, ainda que informal-mente; proibição de se ausentar do município do Rio de Janeiro, devendo entregar os passaportes em data a ser designada pelo Juí-zo; obrigação de comparecer a to-dos os atos do processo quando sua presença for relevante para a instrução; proibição de acessar qualquer repartição pública ou política, incluindo locais destina-dos ao funcionamento de parti-dos políticos, salvo se autorizado judicialmente e recolhimento do-miciliar no período noturno e nos dias de folga.

“Saliento, não obstante, que esta decisão não faz trânsito em julgado, de forma que uma vez comprovado o descumprimento de qualquer medida cautelar im-posta ou mesmo atuação voltada a prejudicar a instrução proces-sual, a prisão preventiva poderá vir a ser novamente decretada”, disse a juíza.

Na visão do advogado Marcos Crissiuma, a decisão foi correta parcialmente, porque reconhe-ceu que não há motivo para o cliente continuar preso, mas não faz sentido impor cautelares

nes-sa magnitude. “Ela nem justifica porque impôs esse valor de fian-ça. Ela soltou outros investigados e não impôs nenhum valor de fiança, então me parece um trata-mento díspares e totalmente in-justo. Não tem nenhum sentido isso”, disse o advogado em entre-vista à Agência Brasil.

Segundo o advogado, o recur-so questiona essas medidas cau-telares, porque muitas não chega-ram nem a ser impostas. “Não fre-quentar qualquer órgão público. Tem gente que não tem essa cau-telar, por que ele tem? Ele não era funcionário público. As empresas dele não haviam sido contratadas pelo poder público, porque ele tem essa cautelar. Não tem o me-nor sentido”, observou.

Marcos Crissiuma acrescen-tou que o processo pode seguir o seu curso com uma certa celeri-dade sem que o cliente precise fi-car preso. “O processo pode de-morar mais tempo se a pessoa es-tiver solta. Então, esse é o ponto. Todo mundo solto em casa e o processo está demorando para começar”, disse.

Caroline Vieira Figueiredo não concordou com a argumentação da defesa de que a atuação confir-mada do pastor no esquema de desvios de recursos no governo do Rio, tenha sido de menor rele-vância. A juíza destacou ainda que segundo aponta o MPF, o pastor Everaldo se apresentava como dono do partido PSC e, ao lado do ex-governador, coman-dava o orçamento das pastas liga-das à Cedae e ao Detran e tam-bém na área da saúde, “inclusive indicando quais empresas seriam contratadas para as prestações dos aludidos serviços”.

Também no despacho, a ma-gistrada indica que o MPF apon-tou o uso do pastor como pessoa jurídica da EDP Corretora de Se-guros Ltda, da qual é sócio, “para movimentar e ocultar valores des-viados dos cofres públicos”.

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Quarta-feira, 7 de julho de 2021

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DEPOIMENTO

CPI vê mais indícios de falhas com a Covaxin

RENATO MACHADO E RAQUEL LOPES/FOLHAPRESS

O

s senadores que inte-gram a CPI da Covid enxergaram novos indícios de falhas na compra da vacina indiana Covaxin pelo go-verno Jair Bolsonaro depois da servidora do Ministério da

Saú-de que atua como fiscal do con-trato, Regina Célia Silva Olivei-ra, admitir em depoimento que o processo ficou sem fiscaliza-ção por cerca de um mês.

A servidora também afirmou que não viu nada "atípico" no processo da Covaxin e que não cabia a ela corrigir falhas no chamado invoice, a fatura para o

pagamento pelas doses. Regina Célia presta depoi-mento à comissão ontem. Ela foi convocada para explicar por que deu prosseguimento ao proces-so de compra da Covaxin, inter-mediado pela brasileira Precisa Medicamentos, mesmo após in-dícios de irregularidades.

A vacina é produzida pelo

la-boratório indiano Bharat Bio-tech. O contrato foi suspenso apenas no dia 29 de junho.

A suspeita sobre a compra de vacinas veio à tona em torno da negociação da Covaxin, quando o jornal Folha de S.Paulo reve-lou no último dia 18 o teor do depoimento sigiloso do servidor do Ministério da Saúde Luís

Ri-País

6

cardo Miranda ao Ministério Público Federal, que relatou pressão "atípica" para liberar a importação da vacina indiana.

A partir do caso Covaxin, a Folha de S.Paulo chegou a outro caso de suspeitas de irregulari-dades, envolvendo a empresa Davati Medical Supply.

A reportagem localizou Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresentou como vendedor da empresa.

Em entrevista à Folha de S.Paulo ele disse que o então di-retor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu propina de US$ 1 por dose para fechar contrato. As acusa-ções foram repetidas em depoi-mento à CPI da Covid. Dias foi exonerado.

Em sua fala à CPI, Regina Cé-lia afirmou que sua nomeação para o cargo de fiscal do contra-to da Covaxin saiu apenas no dia 22 de março deste ano. Ou seja, deu-se quase um mês após a as-sinatura, no dia 25 de fevereiro.

Além disso, a nomeação aconteceu após o descumpri-mento de duas etapas de entre-ga de vacinas. E também se deu dois dias após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) ter alertado Bolsonaro de irregularidades no processo, segundo informou o parlamentar à CPI.

Em outro momento do de-poimento, a servidora recuou e disse que a portaria com sua in-dicação foi publicada no Diário Oficial no dia 22, mas já estava assinada desde o dia 8. Portanto, estaria antes incumbida da fun-ção. Senadores rebateram essa versão, alegando que uma me-dida da administração ganha efeitos práticos apenas quando publicada oficialmente.

"O contrato foi assinado em fevereiro. Portanto ficou um mês sem fiscal. Teve um mês sem fiscal esse contrato", disse o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Esse vácuo temporal também foi explorado pelo relator da co-missão, Renan Calheiros (MDB-AL). "Foi designada para fiscali-zar o contrato depois do des-cumprimento", disse.

"As doses tinham que estar no Brasil no dia 17 de março. Ela foi nomeada fiscal no dia 22 de março. Como é que, depois de descumprido o contrato, ela au-toriza?", indagou Simone Tebet (MDB-MS).

Os senadores também ques-tionaram o fato de Regina Célia ter dito que emitiu relatório no dia 23 de junho apontando o descumprimento total do con-trato. A servidora afirmou que submeteu o documento para a Secretaria de Vigilância em Saú-de para que avaliassem a perti-nência da continuidade da con-tratação.

Os membros da CPI afirmam que a data do relatório se deu de

maneira extremamente tardia, beneficiando a empresa.

"E você não cumpriu em 17 de março. Depois, 27 de março: não cumpriu. Aí, quando é que a servidora encaminha um re-latório dizendo que eles não estavam cumprindo?", questio-nou retoricamente o presiden-te da comissão, Omar Aziz (PSD-AM)

"O seu relatório foi feito em junho, depois do escândalo, de-pois da comissão parlamentar de inquérito (apontar irregulari-dades)", disse Renan.

A servidora justificou a de-mora para concluir o relatório alegando que estava em férias anteriormente.

A CPI acredita que Regina Cé-lia seja uma pessoa ligada ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). A servi-dora, no entanto, negou ter sido beneficiada por indicação políti-ca e mesmo conhecer Barros.

"Não o conheço. Eu sei quem é porque é uma figura pública, mas eu não o conheço", disse.

Posteriormente, no entanto, a servidora de carreira reconheceu que foi comissionada por duas vezes quando Barros era ministro da Saúde, entre 2016 e 2018, no governo Michel Temer (MDB).

A servidora também negou que tenha sofrido qualquer tipo de pressão para que beneficias-se a Precisa Medicamentos e a compra da vacina Covaxin.

"Eu percebi que a senhora fez um certo, assim, malabarismo para não citar, para não fazer re-ferência, por exemplo, ao Ricar-do Barros", afirmou Eliziane Ga-ma (Cidadania-MA).

Regina Célia também disse que não caberia a ela tomar pro-vidências por eventuais proble-mas no chamado invoice.

Ela explicou que havia ape-nas duas inconsistências com as quais precisou lidar.

Disse que inicialmente a em-presa comunicou que não pode-ria fazer o embarque das 4 mi-lhões de doses acordadas para o primeiro envio, porque uma re-gulamentação da Índia estabe-lecia um teto referente a US$ 50 milhões para as exportações.

Por isso solicitou que fossem enviadas apenas 3 milhões de doses, sendo que o restante se-ria compensado.

A segunda questão era o pe-dido para receber o pagamento através da Madison Biotech, empresa sediada em paraíso fiscal.

A Bharat Biotech enviou do-cumento ao Ministério da Saú-de afirmando que a Madison pertencia ao seu grupo empre-sarial. Regina Célia então auto-rizou o contrato, mas afirma que sua aprovação era referen-te apenas à questão das doses. Não teria autorizado o paga-mento para uma empresa inter-mediária.

Bolsonaro escolhe André

Mendonça para o STF

EVANGÉLICO NA CORTE

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em reunião ministerial que pretende indicar André Mendonça, chefe da AGU (Ad-vocacia-Geral da União), para a vaga no STF (Supremo Tribu-nal Federal) que será aberta com a aposentadoria do minis-tro Marco Aurélio, que comple-ta a idade limite de 75 anos em 12 de julho.

Bolsonaro realizou ontem uma reunião ministerial no Pa-lácio da Alvorada. O encontro não estava na agenda.

De acordo com relatos feitos à reportagem, Bolsonaro disse que deve indicar Mendonça pa-ra a corte. No mesmo dia, o che-fe da AGU esteve no Senado pa-ra dar sequência ao périplo que tem feito por gabinetes na tenta-tiva de diminuir a resistência na Casa ao seu nome. Ele foi autori-zado pelo presidente a encon-trar parlamentares para pavi-mentar o caminho ao Supremo.

Em almoço com senadores de PL, DEM, PP e PSDB,

Men-donça continuou a se apresen-tar como provável indicado ao STF. Durante a conversa, ouviu reclamações dos parlamenta-res sobre decisões monocráti-cas de ministros do Supremo que entram em confronto com o Congresso.

O tema religião não dominou as discussões. No único mo-mento em que falou sobre o as-sunto, Mendonça teria dito que os seus princípios religiosos o permitiam "ser uma pessoa que busca ser justa, ouvindo todos os lados para tomar decisões".

Apesar de não ser bem visto por alguns grupos no Legislati-vo, o advogado-geral, segundo pessoas que participaram do encontro, foi bem recebido. Parlamentares avaliam que o cenário deve se tornar mais fa-vorável a Mendonça à medida que ele se apresentar a outros senadores. Há quase um mês, ele vem conversando indivi-dualmente com os principais nomes das bancadas.

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STF

Bolsonaro luta para não dar internet a alunos pobres

PAULO SALDAÑA/FOLHAPRESS

O

governo Jair

Bolso-naro ingressou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pa-ra suspender lei que prevê ga-rantia de conexão à internet a alunos e professores de escolas públicas. Essa lei fora vetada pe-lo presidente, mas o Congresso derrubou o veto.

Há a previsão de aplicação de R$ 3,5 bilhões de recursos fede-rais para ações de conectivida-de. A nova lei foi uma resposta do Congresso à ausência da ges-tão Bolsonaro no enfrentamen-to dos reflexos da pandemia na educação básica -o orçamento do MEC (Ministério da Educa-ção) ainda passa por reduções.

Após a derrubada do ato de Bolsonaro, em 1º de junho, a lei nº 14.172 foi promulgada no dia 10 daquele mês pelo governo fe-deral. Mas, na noite de segunda-feira passada, a AGU (Advoca-cia-Geral da União) ingressou com uma Ação Direta de In-constitucionalidade para im-pugná-la.

A lei define que os R$ 3,5 bi-lhões sejam transferidos para estados e municípios em 30 dias. Essa obrigação, que vence no próximo dia 10, é o principal

questionamento da AGU. "A referida imposição, no en-tanto, foi editada à revelia de importantes regras do processo legislativo, como a iniciativa re-servada do Presidente da Repú-blica para diplomas que interfi-ram nas atribuições dos órgãos do Poder Executivo", diz a peça, de 50 páginas, assinada pelo ad-vogado-geral da União, André Mendonça.

Além de pedir o reconheci-mento da inconstitucionalidade do ato, a AGU quer barrar essa transferência e pede a suspen-são da eficácia da lei até o julga-mento final. O órgão aponta que é inconstitucional o estabeleci-mento de despesa "sem o res-peito às condicionantes fiscais", especialmente por não haver atualmente, diz o governo, de-creto de calamidade pública pa-ra essa finalidade.

O órgão ainda cita que o atendimento à lei pode acarre-tar desrespeito ao teto de gastos públicos e, sem entrar em deta-lhes, diz que poderia causar "prejuízo ao custeio de políticas públicas educacionais". Tam-bém afirma que há "violação ao princípio da eficiência e aos postulados da razoabilidade e da proporcionalidade".

O governo Bolsonaro nunca

Câmara aprova quebra

de patentes de vacinas

contra a Covid-19

TEMPORARIAMENTE

A Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei que permite a quebra tempo-rária de patente de vacinas contra a Covid-19, de medica-mentos e também de testes de diagnóstico. O texto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovado em votação simbólica. Como houve mu-danças de mérito, volta ao Se-nado. O projeto permite a que-bra temporária dos monopó-lios causados pelas patentes. Na Câmara, o projeto foi rela-tado pelo depurela-tado Aécio Ne-ves (PSDB-MG).

De acordo com a proposta, em casos de emergência na-cional ou internana-cional decla-rados em lei ou ato do Executi-vo ou de reconhecimento de estado de calamidade pública nacional pelo Congresso Na-cional, o governo deve publi-car, em até 30 dias, uma lista de patentes ou pedidos de pa-tentes necessários para en-frentar a situação. Se as em-presas detentoras desses re-gistros não repassarem sua tecnologia, o texto prevê a li-cença compulsória de manei-ra tácita, ou seja, a quebmanei-ra das patentes.

As exceções são opções que forem objetos de acordos de transferência da tecnologia de produção ou de licenciamento voluntário capazes de assegu-rar o atendimento da demanda interna. O deputado também estipulou que a licença com-pulsória de patentes das tec-nologias úteis no enfrenta-mento de emergência em saú-de pública posaú-derá ser concedi-da por lei, se não houver ato de ofício. A vigência é limitada ao período em que durar a decla-ração de emergência.

Entes públicos, institui-ções de ensino e pesquisa e outras entidades da socieda-de e do setor produtivo socieda- deve-rão ser consultados na elabo-ração da lista de opções que poderão ser objeto de licença compulsória.

Qualquer instituição públi-ca ou privada poderá apresen-tar pedido para inclusão de pa-tente ou pedido de papa-tente na lista, de acordo com o projeto.

A lista terá informações e dados que devem permitir a análise sobre a utilidade de ca-da opção e incluirá, ao menos, o número individualizado das patentes ou dos pedidos de pa-tentes que poderão ser objeto

de licença compulsória, a identificação dos titulares e a especificação dos objetivos pa-ra os quais será autorizado o li-cenciamento compulsório.

A partir dessa relação, o Executivo realizará, no prazo de 30 dias prorrogáveis por mais 30, a avaliação individua-lizada das tecnologias listadas. O texto indica que a licença compulsória só será concedida a produtores que tenham ca-pacidade técnica e econômica comprovadas para produzir o objeto da patente ou de pedido de patente, desde que o Execu-tivo conclua que é útil ao en-frentamento da situação.

Registros que ainda não ti-verem sido objeto de licença compulsória poderão ser ex-cluídos da lista definida se a autoridade competente defini-da pelo Executivo considerar que os titulares se comprome-teram a assegurar o atendi-mento da demanda interna em volume, preço e prazo compa-tíveis com as necessidades de emergência.

O dono da tecnologia que for quebrada é obrigado a for-necer informações necessá-rias e suficientes para repro-duzir o objeto protegido e os demais aspectos técnicos apli-cáveis ao caso.

Também deverá informar os resultados de testes e outros dados necessários à concessão de registro pelas autoridades. Caso contrário, a patente po-derá ser anulada. As institui-ções públicas que tiverem in-formações, dados e documen-tos relacionados ao objeto da patente são obrigadas a com-partilhar os elementos úteis à reprodução do objeto licencia-do, não sendo aplicáveis, nes-se caso, as normas de proteção de dados.

Para remunerar o dono dos registros serão consideradas as circunstâncias de cada caso, levando-se em conta, obriga-toriamente, o valor econômico da licença concedida, a dura-ção da licença e as estimativas de investimentos necessários para a exploração, assim como custos de produção e preço de venda no mercado nacional do produto associado à patente.

Segundo o texto, a remune-ração será fixada em 1,5% so-bre o preço líquido de venda do produto a ela associado até que o valor venha a ser efetiva-mente estabelecido.

Quarta-feira, 7 de julho de 2021

País

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previu recursos para a educação nos instrumentos de apoio fi-nanceiro durante a pandemia. O ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, sempre se posi-cionou contrário à lei, apesar de o MEC não ter tido protagonis-mo nesse período nos desafios enfrentados na educação básica. A desigualdade no acesso à in-ternet tem sido um dos principais problemas para a manutenção de

aulas na pandemia no esquema remoto. A continuidade de ativi-dades online, com um modelo hí-brido, é a aposta da maior parte das redes de ensino, mas o plano empaca no alto percentual de alunos e escolas sem conexão.

Ao vetar o projeto, em março, Bolsonaro argumentou que a medida não apresentava esti-mativa de impacto orçamentá-rio e financeiro e provocaria

ri-gidez orçamentária, "dificultan-do o cumprimento da meta fis-cal e da regra de ouro". A lei pre-vê que sejam utilizados recursos do Fust (Fundo de Universaliza-ção dos Serviços de Telecomu-nicações).

O governo Bolsonaro quer ao programa seja executado de acordo com a disponibilidade fi-nanceira da união, segundo a AGU. As transferências também

devem, de acordo com a ação, ser condicionadas a requisitos orçamentários e financeiros.

O MEC fechou o ano passado com recordes negativos de exe-cução orçamentária na ção básica. Os gastos em educa-ção em geral estão em queda sob Bolsonaro: representaram no ano passado 5,2% das despe-sas totais do governo; o percen-tual já foi de 6,5% em 2016.

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ACIDENTE

Queda de avião na Rússia mata 28 pessoas

U

m avião com 28 pessoas a bordo caiu no extre-mo leste da Rússia on-tem, de acordo com informa-ções das agências de notícias do país. Segundo autoridades, não há sobreviventes entre os 22 passageiros e seis tripulantes.

O turboélice bimotor Anto-nov An-26 viajava de Petropav-lovsk-Kamchastky com destino a Palana, um vilarejo no norte

da península de Kamchatcka onde deveria ter pousado por volta de 2h50 (horário de Brasí-lia), quando perdeu contato com o controle de tráfego aé-reo. A prefeita de Palana, Olga Mokhireva, estava entre os pas-sageiros.

De acordo com a agência In-terfax, o avião teria colidido contra um penhasco enquanto se preparava para pousar em

condições de baixa visibilidade. O tempo na área estava nublado e a aeronave, em serviço desde 1982, não conseguiu fazer a aterrissagem.

A autoridade de aviação civil da Rússia confirmou a localiza-ção dos destroços -a cerca de quatro ou cinco quilômetros do aeroporto de Palana- e disse que o trabalho de resgate, que envol-ve um helicóptero, envol-veículos

es-peciais e ao menos 26 socorris-tas, está sendo mais difícil devi-do às condições geográficas da região.

À Interfax, o serviço de im-prensa da marinha russa infor-mou que parte da fuselagem do avião está em terra, e outra parte no mar, a cerca de quatro quilô-metros da costa.

Os padrões de segurança da aviação russa melhoraram nos

Assassinato de jovem

gay de origem brasileira

gera revolta na Espanha

ESPANCAMENTO

RAFAEL BALAGO/FOLHAPRESS O assassinato de Samuel Muñiz, um jovem gay de ori-gem brasileira que morreu após ser espancado na rua, ge-rou uma forte onda de protes-tos contra a homofobia na Es-panha. Na segunda-feira pas-sada, houve grandes manifes-tações em cidades como Ma-dri, Barcelona e Corunha, on-de o crime ocorreu.

Samuel, 24, estava perto de uma balada na orla de Coru-nha, cidade de cerca de 250 mil habitantes na Galícia, noroeste da Espanha, na madrugada de sábado passado. Naquele ho-rário, muitos jovens andam pela cidade para circular entre bares e baladas. Era o segundo fim de semana de reabertura das atrações noturnas no país, após a retirada de restrições para conter a pandemia.

Assistente de enfermagem, Samuel trabalhava em uma re-sidência de idosos na entidade social Padre Rubinos. Filho de um brasileiro, Maxsoud Luiz, e de uma espanhola, ele vivia na Espanha desde os 14 meses de idade, segundo a imprensa es-panhola.

Na noite de sexta para sába-do, o jovem estava com algu-mas amigas perto do Playa Club, um bar e balada com vista para o mar. Uma delas pegou o celular para atender uma videochamada, segundo relatos de testemunhas cita-dos pelo jornal La Voz de Galí-cia. Um homem que passava por ali, junto a um grupo, achou que a jovem com o ce-lular na mão estava gravando imagens deles.

"Pare de gravar se não quer que te mate, puto viado", ameaçou o agressor, segundo uma testemunha. Samuel teria respondido: "viado de que?". Em seguida, ele deu um soco em Samuel e o jogou ao chão, mas um jovem de origem afri-cana que estava por perto apartou o ataque.

O agressor se afastou, mas voltou logo depois com outros amigos, que atacaram Samuel novamente, a cerca de 200 me-tros do local da primeira abor-dagem. Desta vez, o jovem foi espancado com violência por ao menos sete pessoas, que o encheram de socos e chutes. A surra durou cerca de um mi-nuto e parou quando o grupo percebeu que a vítima não se mexia mais. Equipes de resga-te foram chamadas, mas não

conseguiram reanimar Sa-muel, que morreu no hospital.

Na orla onde ocorreu o ata-que, perto da praia de Riazor, há diversos prédios residen-ciais, o estádio de futebol do Deportivo La Coruña, alguns comércios e muitas câmeras, que registraram a segunda parte da agressão. Até agora, a polícia identificou sete pessoas como autores do ataque, e mais seis que estavam com os agressores, mas não se envol-veram no ato. Três acusados foram presos até agora. A polí-cia não revelou seus nomes, mas disse que eles têm idade entre 20 e 25 anos e eram mo-radores de Corunha.

As autoridades ainda inves-tigam se o caso foi motivado por homofobia. O caso gerou uma onda de revolta contra a violência e o preconceito a LGBTs. Uma amiga de Samuel publicou uma mensagem no Twitter, que viralizou e deu origem à onda de protestos. "O mataram por sua orientação sexual", escreveu ela.

Em seguida, outros relatos de ataques contra pessoas LGBT na Espanha foram lem-brados nas redes sociais e nos protestos, que reuniram mi-lhares de pessoas. Partidos po-líticos e autoridades de gover-no também se pronunciaram sobre o caso e deram apoio aos ativistas. María Jesús Montero, porta-voz do governo da Espa-nha e ministra da Fazenda, deu apoio aos protestos. "É muito importante que se torne visível o rechaço social a estas atitudes [de homofobia], por-que assim poderemos comba-tê-las e fazer com que as pes-soas deixem de se sentir impu-nes", disse.

Em entrevista à TV espa-nhola, Maxsoud, pai de Sa-muel, pediu aos manifestantes que deixassem de lado as ban-deiras políticas e que os ativis-tas fizessem doações. "Que ca-da jovem, mãe, pai, passe em um supermercado e compre um pacote de arroz, um quilo de sal, de açúcar, e coloque em uma caixa da Cruz Vermelha, para ajudar quem está em ne-cessidade. Isso nos alegraria. Tenho fé que meu filho tam-bém ficaria contente", disse.

O pai também disse que seu filho não se metia em brigas, não costumava chegar bêbado em casa ou usar drogas, e que eles nunca haviam conversado sobre a orientação homoafeti-va dele.

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Mundo

últimos anos, mas os acidentes, especialmente envolvendo aviões antigos em regiões remo-tas, não são incomuns. Ainda faltam padrões de manutenção e de segurança, razão pela qual o país registrou vários acidentes aéreos graves recentemente.

O último ocorreu em maio de 2019, quando um Sukhoi Super-jet da companhia aérea russa Aeroflot pegou fogo ao fazer um pouso de emergência na pista de um aeroporto de Moscou, deixando 41 mortos.

O Antonov An-26 é um tipo de avião da era soviética, ainda usado para voos militares e ci-vis em alguns países, apesar de ter se envolvido em dezenas de acidentes mortais desde que entrou em serviço, há cerca de 50 anos.

Em 2012, um Antonov-28,

modelo semelhante ao que caiu nesta terça-feira, caiu em uma floresta de Kamchatka em um acidente que matou 10 pessoas ao longo da mesma rota. Os in-vestigadores disseram que os dois pilotos estavam bêbados no momento da queda.

No domingo passado, um avião militar caiu no sul das Fili-pinas e deixou ao menos 53 mortos e dezenas de feridos, de acordo com o governo local. O acidente aconteceu depois de a aeronave perder o controle du-rante a aterrissagem.

Nesta terça, autoridades fili-pinas recuperaram a caixa-preta do avião, com dados sobre o voo e os registros de voz da cabine, o que permitirá que os investiga-dores ouçam as conversas dos pilotos e da tripulação para es-clarecer as causas do acidente.

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