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Felipe Damasceno Oliveira VENTILADORES DE PRESSÃO POSITIVA EM OPERAÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO

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Academic year: 2021

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ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

COMANDO DE ENSINO BOMBEIRO MILITAR ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

Felipe Damasceno Oliveira

VENTILADORES DE PRESSÃO POSITIVA EM OPERAÇÃO DE

COMBATE A INCÊNDIO

Goiânia - GO 2012

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VENTILADORES DE PRESSÃO POSITIVA EM OPERAÇÃO DE

COMBATE A INCÊNDIO

Artigo científico apresentado em cumprimento às exigências para a conclusão do Curso de Formação de Oficiais – CFO – do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás – CBMGO. Orientador: Cel QOC BM Leônidas Eduardo Dias

Goiânia - GO 2012

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Felipe Damasceno Oliveira

VENTILADORES DE PRESSÃO POSITIVA EM OPERAÇÃO DE

COMBATE A INCÊNDIO

Artigo científico apresentado em cumprimento às exigências para a conclusão do Curso de Formação de Oficiais – CFO – do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás – CBMGO.

Orientador: Cel QOC BM Leônidas Eduardo Dias

Avaliado em: / / Nota Final: ( )

Goiânia – GO 2012

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Este trabalho trata dos ventiladores de pressão positiva em operação de combate a incêndio, tendo como objetivos analisar os ventiladores de pressão positiva e verificar as vantagens, desvantagens e riscos de sua utilização. Este trabalho se dá em virtude da não utilização desses ventiladores por parte do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Inicialmente, se faz uma visão geral sobre fogo, sua diferenciação de incêndio e as fases de um incêndio. Logo após aborda-se a tática de combate a incêndio e suas 8 fases táticas. Após a tática, aborda-se sobre a fumaça, conceituando e definindo suas características, para depois se conceituar ventilação tática, juntamente com suas vantagens e seus tipos, dentre os quais se analisa os ventiladores de pressão positiva, verificando suas vantagens, desvantagens e riscos. A metodologia utilizada neste estudo para substanciar o tema e, consequentemente alcançar o objetivo fundou-se na pesquisa bibliográfica e documental com abordagem descritiva. Este estudo demonstra que o ventilador de pressão positiva é uma técnica importante e eficiente de ventilação tática, provendo segurança às vítimas da edificação e auxiliando as guarnições de bombeiros empenhadas no combate incidente, no entanto tal técnica deve ser utilizada de maneira adequada de acordo com o caso, além disso, os bombeiros também devem ter conhecimento necessário de todas as técnicas para assim prover resultados positivos na operação.

Palavras-chave: Tática de combate a incêndio, Ventilação Tática, Ventiladores de pressão positiva.

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ABSTRACT

This work deals with positive pressure ventilators operating firefighting, aiming to analyze the positive pressure ventilators and verify the advantages, disadvantages and risks of their use. This work takes place not because of those fans use by the Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Initially, becomes an overview of fire, his fire and differentiation stages of a fire. Soon after we address the tactical firefighting and his 8 stages. After tactic, it approaches the smoke, conceptualizing and defining its characteristics, then to conceptualize ventilation tactics, along with their advantages and their types, among which analyzes the positive pressure ventilators, checking their advantages, disadvantages and risks. The methodology used in this study to substantiate the theme and thus achieve the goal based on the research literature and documents with descriptive approach. This study demonstrates that positive pressure ventilator is an important technique and efficient ventilation tactics, providing security to the building and assisting victims trims firefighters engaged in combat incident, however this technique should be used properly in accordance with the if, moreover, firefighters must also have knowledge of all techniques need to thus provide positive results in the operation.

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INTRODUÇÃO

O combate a incêndios sempre foi uma ação primordial no Corpo de Bombeiros, e sem dúvida nenhuma para toda a sociedade. Neste sentido, os procedimentos que auxiliam neste tipo de operação vêm se aprimorando a cada dia.

Um desses procedimentos é a ventilação tática, conduta que permite retirada da fumaça e dos gases combustíveis superaquecidos do ambiente.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás – CBMGO (2012), na Apostila de Combate a Incêndio, a ventilação possui como principais funções:

 a redução do risco de comportamentos extremos do fogo, pela diluição da fumaça;

 a melhoria da visibilidade no interior da edificação sinistrada;

 a diminuição da temperatura e aumento da disponibilidade de ar respirável para as vítimas presas no ambiente;  a redução da velocidade de propagação, pelo

confinamento do fogo.

Ainda segundo CBMGO (2012), durante o combate a incêndio, a ventilação é imprescindível na execução dos grandes objetivos dos militares empenhados no combate. Quando é realizada uma ventilação adequada e bem planejada tem-se como vantagens, segundo CBMGO (2012):

 Facilita os trabalhos de salvamento;  Proteção às equipes de combate;  Reduz o perigo de explosão;

 Facilita a retirada do calor e reduz a sua propagação;  Reduz os estragos.

 Visualização do foco facilitando o ataque e a extinção;  Retirada dos produtos tóxicos da combustão.

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Sendo a fumaça um importante fator num incêndio, em virtude de preencher dois lados do triângulo do fogo, o combustível e o calor, é de suma importância estudar meios aprimorados de controlá-la e táticas eficientes de ventilação no CBMGO.

A principal técnica de ventilação tática utilizada no CBMGO trata-se da ventilação hidráulica por arrastamento, no qual o bombeiro utiliza o arrasto do jato neblinado para que conduza a fumaça para fora do ambiente incendiado.

Essa técnica de ventilação tem como desvantagem, a grande quantidade de água utilizada e a necessidade de o bombeiro precisar ficar no caminho de saída da fumaça. Além disso, como o instrutor da disciplina Resistência de Materiais ensinou, a grande quantidade de água usada no combate a incêndio pode exceder a capacidade das estruturas da edificação, que foram reduzidas em virtude da ação do fogo, vindo a levar as estruturas ao colapso.

Uma técnica de ventilação desenvolvida, mas ainda não utilizada no CBMGO, foi a ventilação forçada por pressão positiva, no qual o ar é forçado para dentro da edificação pelos ventiladores. O efeito dessa ventilação será aumentar a pressão interna da edificação. Enquanto na edificação se mantiver uma pressão superior à pressão atmosférica, a fumaça será arrastada para as áreas de menor pressão, logo, para o exterior, através de aberturas controladas pelos bombeiros.

Diferente da ventilação hidráulica por arrastamento, a ventilação forçada por pressão positiva não submete os bombeiros a ambientes contaminados, não ocasiona gastos de água e não provoca estresse as estruturas das edificações já fragilizadas pela ação do fogo.

Os ventiladores, utilizados na ventilação forçada de pressão positiva, são de grande fluxo de ar, podendo ser movidos por eletricidade, motores a combustão e movidos a água.

Mas já que existem outros métodos para ventilação tática, fica a seguinte indagação: Por que não se utiliza ventiladores de pressão positiva como forma de

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ventilação tática no CBMGO? Como possíveis respostas para a indagação, foram levantadas as seguintes hipóteses: ventiladores de pressão positiva não são eficientes na ventilação tática; e que existem riscos para a utilização dos ventiladores.

Diante da problemática levantada e do assunto proposto, o presente trabalho acadêmico teve como objetivo geral analisar a utilização de ventiladores de pressão positiva na ventilação tática em incêndios, e como objetivos específicos, verificar as vantagens da ventilação tática de pressão positiva e verificar as desvantagens e os riscos na sua utilização.

Para que o trabalho fosse realizado, utilizou-se como metodologia a pesquisa descritiva. Este tipo de pesquisa tem como fim obter informações sobre um determinado evento, possibilitando avaliar as características do fenômeno pesquisado sem assumir um caráter explicativo.

Roesch (1999) enfatiza que na pesquisa descritiva não há necessidade que os eventos descritos sejam explicados, tendo em vista que o seu fim é buscar informações para promover ações.

A abordagem predominante da pesquisa foi qualitativa. A pesquisa qualitativa costuma ser direcionada, ao longo de seu desenvolvimento. Além disso, não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico para análise dos dados. Seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos.

Para se cumprir os objetivos traçados neste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, onde foram consultadas publicações pertinentes ao tema, bem como documentos eletrônicos disponibilizados pela rede de computadores, Internet, e documentos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

Neste contexto, Lakatos e Marconi (1996) destacam que a pesquisa bibliográfica representa:

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[...] uma fonte indispensável, pois pode orientar as questões de estudo. Além de que, este tipo de pesquisa oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas ainda não se cristalizaram suficientemente.

Ainda é relevante ressaltar que a análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvendando aspectos novos de um tema ou problema.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

FOGO, INCÊNDIO E TÁTICA DE COMBATE A INCÊNDIO

Inicialmente é necessário ressaltar que os conceitos de fogo e incêndio são distintos. O fogo é utilizado pelo ser humano há milhares de anos, trata-se de uma reação química que se processa entre uma substância combustível, ao sofrer um aquecimento, e uma substância comburente, normalmente o oxigênio, produzindo luz e calor em uma forma de reação sustentável.

Segundo o Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros, da Coletânea do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo (2006), classifica a combustão, sinônimo de fogo, “conforme sua velocidade em: completa, incompleta, espontânea e explosão”.

A combustão completa é aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em oxigênio. Segundo o Manual de Combate à Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (2006):

“na combustão completa, todas as moléculas do combustível reagiram completamente com as moléculas de oxigênio, tornando seus produtos estáveis. Também chamada de combustão ideal, seus produtos são apenas dióxido de carbono e água”.

A combustão incompleta é aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama, e se processa em ambiente pobre em oxigênio. No manual do CBMDF (2006):

“é combustão que libera resíduos que não foram totalmente consumidos durante o processo de queima, provenientes da reação em cadeia e capazes de continuar reagindo com o ar”.

A combustão espontânea trata-se de uma combustão que não há necessidade de fonte externa de calor, sendo um processo de combustão que começa, geralmente, com uma oxidação do combustível exposto ao ar.

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A explosão é a queima de gases, ou partículas sólidas, em altíssima velocidade, em locais confinados, com grande liberação de energia e deslocamento de ar.

Já o conceito de incêndio, segundo o Manual de Combate à Incêndio do CBMDF (2006), trata-se:

“O incêndio é o fogo que foge ao controle do homem, queimando tudo aquilo que a ele não é destinado queimar, capaz de produzir danos ao patrimônio e à vida por ação das chamas, do calor e da fumaça”.

O incêndio tem três estágios de desenvolvimento. Na fase inicial do incêndio, o oxigênio contido no ar não está significativamente reduzido e o fogo está produzindo vapor d’água (H20), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e outros gases. Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos combustíveis, e a temperatura do ambiente.

Na fase da queima livre, existe uma elevada produção de chamas atingindo-se a temperatura máxima, devido à quantidade de oxigênio existente ainda no ar e que alimenta a combustão e dos vapores quentes que estão sendo produzido e se elevam no ambiente. Nessa fase pode ocorrer o fenômeno do Flashover.

A última fase é a queima lenta, onde a combustão continua a consumir o oxigênio até não haver comburente suficiente a sustentar a combustão. O fogo nessa fase é, normalmente, reduzido a brasas, e o ambiente torna-se ocupado por fumaça densa. Nessa fase pode ocorrer o fenômeno do Backdraft, no qual a fumaça, no ambiente, se incendeia após a entrada do comburente no local confinado e com falta de comburente pra sustentar a combustão.

A tática de combate a incêndio, segundo o manual do CBMDF (2006):

“a arte de dispor homens e materiais, mediante um estudo adequado da situação, constituindo um plano de combate, o qual tem por finalidade a obtenção de êxito no combate a incêndio, no menor tempo possível e com o emprego mais adequado dos recursos disponíveis”.

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Trata-se da escolha da técnica adequada à situação e à designação de quem irá utilizá-la e quando. A tática só é empregada com êxito quando os bombeiros dominam suficientemente as técnicas de extinção, o emprego do agente extintor adequado e o conhecimento de todo o material e equipamento de bombeiro, usando-os sempre de maneira correta e eficiente.

O CBPMESP (2006), no manual Estratégia e Tática de Incêndio, cita as 8 fases táticas definidas por Lloyd Layman: análise da situação; salvamento; isolamento; confinamento; extinção; rescaldo; ventilação; e proteção dos salvados.

Estas 8 fases táticas também são utilizadas no CBMGO, sendo repassadas aos militares da corporação no Curso de Especialização de Combate a Incêndio Urbano – CECIU.

A fase tática da análise da situação, segundo CBPMESP (2006), é:

“a análise feita por um comandante frente a um incêndio ou qualquer outra situação de emergência que o habilite a determinar as ações a serem postas em prática a fim de cumprir sua missão. A análise da situação deve ser feita continuamente, desde o contato inicial até o rescaldo.”

A fase tática do salvamento, segundo CBMDF (2006):

“são as atividades que devem ser realizadas em todas as áreas expostas ou ameaçadas pelo incêndio onde há possibilidade de existência de vítimas. Devem ser consideradas como ações de maior prioridade, levando o comandante de socorro a iniciar os trabalhos de controle do fogo o mais rápido possível, a fim de permitir ou garantir as ações de busca e resgate, ou ainda, para garantir que o incêndio se mantenha distante de suas possíveis vítimas.”

Para o CBPMESP (2006), estende-se o conceito de salvamento para valores, bens e animais.

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Já para a Escola Nacional de Bombeiros (2005), “existem dois objetivos quando se procede uma busca e salvamento: procurar vítimas e salvá-las e, complementarmente, obter informações sobre a extensão do incêndio”.

A fase tática do isolamento, segundo CBPMESP (2006), “é o conjunto de operações necessárias para impedir a propagação de um incêndio às edificações vizinhas”. Não se deve confundir com a fase tática do confinamento, que se trata do conjunto de operações para impedir a propagação de um incêndio às outras partes da edificação no qual o incêndio está ocorrendo.

Segundo CBPMESP (2006), extinção, outra fase tática, abrange aquelas operações que são necessárias no ataque e extinção do foco principal do incêndio.

A fase tática do rescaldo, segundo o CBMDF (2006), “são as atividades finais, necessárias para se assegurar que a extinção do incêndio foi realmente completa”. Visa também impedir a reignição e colocar o local em condições de segurança.

Já a fase tática da ventilação, como citado anteriormente, trata-se do conjunto de operações necessárias para substituir, mediante certas precauções, a atmosfera superaquecida e saturada de gases provenientes da combustão, no interior de uma edificação, por ar fresco da atmosfera externa.

E a última fase tática definida por Lloyd Layman, a proteção dos salvados, que segundo CBPMESP (2006), “é o conjunto das operações necessárias para proteger as edificações e seu conteúdo contra os estragos evitáveis que possam ser causados pela água ou outros fatores, durante o combate ao incêndio”.

FUMAÇA, VENTILAÇÃO E VENTILADORES DE PRESSÃO POSITIVA

A fumaça é um fator de grande influência na dinâmica do incêndio. Segundo Norma Técnica n. 03/2008 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, a fumaça é:

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“Partículas de ar transportadas na forma sólida, líquida e gasosa, decorrente de um material submetido à pirólise ou combustão, junto à quantidade de ar que é conduzida, ou de qualquer outra forma, mistura-se e forma uma massa.”

Trata-se de um dos produtos da combustão, e seu conhecimento e de suas características é importante em virtude do maior número de mortes num incêndio devido sua inalação do que devido queimaduras.

A fumaça tem como características segundo manual do CBMDF (2006): “1. Quente, porque a combustão libera calor, transmitindo-o a outras

áreas que ainda não foram atingidas (...);

2. Opaca, uma vez que seus produtos - principalmente a fuligem — permanecem suspensos na massa gasosa, dificultando a visibilidade (...);

3. Móvel, porque é um fluido que está sofrendo um empuxo constante, movimentando-se em qualquer espaço possível (...); 4. Inflamável, por possuir íons provenientes da reação em cadeia da combustão em seu interior capazes de reagir com o oxigênio, o que a

torna uma massa combustível gasosa;

5. Tóxica, pois seus produtos são asfixiantes e irritantes, prejudicando a respiração dos bombeiros e das vítimas.”

Para remoção e dispersão da fumaça, gases e vapores quentes em um local confinado utiliza-se a ventilação. A ventilação tática são ações de controle da circulação de fumaça e de ar, de forma planejada, para obter vantagens operacionais no combate a incêndio. A ventilação aumenta a velocidade da combustão, mas dilui e dispersa a fumaça, tornando-a menos inflamável, e assim facilitando o acesso ao foco.

A ventilação tática permite, segundo ENB (2005):

“- Diminuir o perigo para os ocupantes que ainda se encontrem

no interior do edifício;

- Facilitar a entrada dos bombeiros no edifício, proporcionando uma maior segurança, quer nas operações de busca e salvamento, quer nas operações de extinção; - Reduzir a probabilidade de ocorrência dos fenómenos de combustão generalizada (flashover) e de explosão de fumo (backdraft);

- Aumentar a visibilidade, permitindo uma mais rápida localização do foco de incêndio.”

A ventilação tática tem, segundo CBPMESP (2006), três vantagens. A primeira é a visualização do foco, pois “a ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão que impedem a visualização”. A segunda vantagem é a

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retirada do calor, já que a ventilação “retira os produtos da combustão que são os responsáveis pela propagação do calor, eliminando com isso grande quantidade de calor do ambiente”. A última vantagem é a retirada dos produtos tóxicos da combustão, que “são os responsáveis pela maioria das mortes”.

A ventilação pode ocorrer através de dois processos: natural e forçada. A ventilação natural é a que se utiliza do fluxo natural do ar para retirar o produto da combustão do ambiente sinistrado. O fluxo natural no interior da edificação pode ser produzido pelo vento ou pelo efeito chaminé. Já a ventilação forçada é aquela em que se utiliza de exaustores, ventiladores e aplicação da água para forçar a saída da fumaça da edificação. Desta maneira, este tipo de ventilação permite criar ou aumentar a velocidade do fluxo de ar dentro da edificação.

A ventilação também pode ser horizontal e vertical. A ventilação horizontal é aquela em que os produtos da combustão caminham horizontalmente pelo ambiente. Este tipo de ventilação se processa pelo deslocamento dos produtos da combustão através de corredores, janelas, portas e aberturas em paredes no mesmo plano. Já a ventilação vertical é aquela em que os produtos da combustão caminham verticalmente pelo ambiente, através de aberturas verticais existentes, como poços de elevadores e caixas de escadas, ou aberturas feitas pelos bombeiros.

Segundo o Manual do CBPMESP (2006), as técnicas de ventilação tática são divididas em: natural horizontal e vertical; hidráulica por esguicho regulável; e, forçada por pressão negativa e positiva.

A forma mais correta de se executar a ventilação natural horizontal numa edificação é a utilização de duas aberturas em desnível, em paredes opostas, sendo uma mais alta que a outra, de forma que a mais baixa fique o mais próximo possível do chão e a mais alta, próximo do teto. A direção do vento é o elemento indispensável para o sucesso da operação.

A abertura mais baixa tem como função fazer a entrada de ar mais fresco, portanto deve ser executada de maneira que o vento penetre, ficando posicionada

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na direção deste. Já, a abertura mais alta, servirá para a expulsão dos produtos da combustão, que sob o efeito da convecção estão posicionados próximo ao teto. A abertura superior, ainda, deve ser maior que a inferior.

A operação de ventilação natural vertical é aquela em que os produtos da combustão caminham de forma vertical no interior da edificação, utilizando-se das caixas da escada, poços de elevadores, ou aberturas feitas na parte superior da edificação, através de uma abertura feita no teto. Permite-se que os produtos da combustão saiam do ambiente incendiado, seguindo seu caminho natural, aliviando a pressão, o calor e possibilitando a visualização do foco do incêndio. Deve, ainda, existir outra abertura ao nível do solo, para que seja possível a entrada de ar fresco, de forma a renovar a atmosfera do incêndio.

Segundo Barcelos (2001):

Deve-se ter um cuidado especial quanto à entrada de ar fresco. Uma porta é a abertura ideal, porém deve ser aberta de maneira lenta e parcial, para evitar a ocorrência de uma explosão ambiental. Deve-se, ainda, ter controle desta abertura.

Ressalta-se que a localização da abertura deve seguir um roteiro de formalidades, com o objetivo de obter o maior êxito possível da operação. O primeiro ponto a ser observado será a localização do ponto mais alto do telhado, pois os produtos da combustão tendem a tomar as partes mais altas destes, onde muitas vezes é neste local que se deve fazer a abertura.

Cumpre dizer que para localizar o ponto exato do incêndio, de forma a proporcionar um bom fluxo para a saída dos produtos da combustão, aquecendo o mínimo possível o ambiente, o bombeiro deverá lançar uma pequena quantidade de água sobre o telhado, sendo que o ponto mais quente será aquele aonde a evaporação for mais rápida e, provavelmente, será ali o local do foco do incêndio.

Em situações onde a ventilação natural toma-se difícil ou inaplicável, pode ser adotada uma ventilação hidráulica por arrastamento. Tal operação criará um

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fluxo de ar em direção à área de baixa pressão do esguicho e desta para o exterior da edificação, seguindo os caminhos predeterminados.

Esta técnica é muito eficiente no que tange a dispersão da fumaça no foco do incêndio, principalmente no compartimento para capacitar a investigação do cenário e, assim, reduzir o dano.

Este tipo de ventilação só é possível se usado o efeito de entrada de ar por linha de mangueira através de jato cônico para expelir o ar para fora, pela a abertura de saída.

Segundo Affonso (1996):

Para que a ventilação hidráulica por esguicho possa ser realizada, é necessário que exista na edificação uma abertura para a entrada do ar fresco, uma abertura para a saída da fumaça, uma ligação unindo as duas aberturas, e o esguicho utilizado de forma correta como propulsor do ar.

Segundo ENB (2005), a ventilação hidráulica por arrastamento tem os seguintes inconvenientes:

 Aumenta os danos causados pela água no interior do edifício;

 Exige uma maior disponibilidade de água, o que é particularmente importante em locais não servidos por tomadas de rede pública ou por mananciais;

 A manobra interrompe-se sempre que, por qualquer razão, a equipe de bombeiros é obrigada a abandonar o local, por exemplo, para substituir os cilindros dos equipamentos de proteção respiratória autônomos.

A ventilação por pressão negativa mais comum utiliza os exaustores portáteis, considerando que no mercado há uma diversidade de equipamentos, que variam a quantidade de ar que podem movimentar, sendo que quanto maior a potência, mais ar ele succionará.

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Segundo Leite (1998):

O problema principal com o uso de exaustores de ventilação negativa é que os componentes são poucos prováveis de ser desenhados para suportar altas temperaturas. Se a fumaça e os gases que estão sendo extraídos estiverem quentes o exaustor logo parará de funcionar.

A última técnica de ventilação tática é a ventilação por pressão positiva. Nessa forma utilizam-se ventiladores de pressão positiva para a formação de um cone de ar, dirigido ao interior do ambiente, aumentando a pressão interna e produzindo uma vazão de saída. Como o próprio incêndio já aumenta o volume dos gases e, portanto a pressão interna, o ventilador aumenta-a um pouco mais, e assim produz o escoamento da fumaça.

É essencial reconhecer que o uso dos ventiladores de pressão positiva é simplesmente uma extensão do uso da ventilação natural, já que o princípio fundamental se aplica a ambos. Se os ventiladores são usados para acelerar os efeitos da ventilação natural, é necessário ter em mente que todos os efeitos, os bons e os ruins, podem ser acelerados.

Neste sentido é essencial que os bombeiros tenham um bom entendimento do comportamento do fogo e os princípios de ventilação antes de se considerar o uso dos ventiladores.

Segundo ENB (2005), as vantagens da ventilação por pressão positiva são:

 Utilização da ventilação mecânica sem submeter os bombeiros a ambientes contaminados;

 Igualdade de eficácia, quer na ventilação táctica horizontal, quer na vertical, dado ser apenas um complemento às correntes naturais de ventilação;

 Maior eficácia na remoção de fumaça e calor do interior do edifício;

 Substituição mais rápida do ar a uma velocidade reduzida, com efeitos que praticamente não afetam a disposição dos escombros incandescentes ou dos materiais existentes no interior do edifício;

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 Não interferência dos ventiladores com a acessibilidade ao edifício;

 Aplicabilidade em todos os tipos de edifícios, sendo particularmente eficaz na remoção da fumaça em áreas de grandes dimensões em altura;

 Remoção mais rápida do calor e da fumaça das áreas não afetadas pelas chamas e dos caminhos de evacuação;

Outro fator vantajoso para a ventilação por pressão positiva, em decorrência da sua rápida substituição do ar contaminado no interior da edificação pelo ar atmosférico do exterior, é fornecer oxigênio e visibilidade para as vítimas ainda confinadas no ambiente sinistrado, assim como para as equipes de bombeiros responsáveis pelo salvamento, extinção e rescaldo.

Assim como as demais técnicas de ventilação, a ventilação por pressão positiva tem desvantagens e riscos. Para ENB (2005), para que ela resulte é necessário que o edifício ou compartimento esteja intacto; pode intensificar a propagação do incêndio, dado que introduz ar em grande quantidade; e pode incrementar focos de incêndio ainda não detectados.

Para CBMGO (2012), a ventilação inadequada em um local em sinistro ocasiona uma série de desvantagens, tais como:

 Grande volume de fumaça com elevação da temperatura, proporcionando propagação mais rápida do incêndio;  Dificuldade no controle da situação;

 Problemas na execução das operações de salvamento e combate a incêndio;

 Aumento dos riscos de explosão ambiental, em virtude do maior volume de fumaça e alta temperatura;

 Danos produzidos pela ação do calor, da fumaça e do emprego de água.

Para CBPMESP (2006), as ações de ventilação têm várias vantagens, porém, se não forem executadas com cuidado, poderão causar maiores prejuízos. Ao se executar operações de ventilação em um local sinistrado, o bombeiro deve tomar os seguintes cuidados:

• Sempre que possível, utilizar a ventilação natural (abertura de portas, janelas, clarabóias, telhados, etc.);

• Estar equipado com aparelho de respiração autônoma, capa, capacete e botas;

• Estar amarrado a um cabo guia como segurança e sempre dispor de um meio de fuga do ambiente;

• Realizar uma abertura grande em lugar de várias pequenas;

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• Executar aberturas em telhados com o vento soprando pelas costas (visando a segurança);

• Verificar se a construção suporta o peso dos equipamentos e dos bombeiros;

• Analisar onde serão as aberturas, evitando que o fluxo dos produtos da combustão atinjam outras edificações. • Providenciar que a guarnição que faz ventilação esteja

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da literatura revisada, analisou-se com o presente trabalho acadêmico a utilização de ventiladores na ventilação tática de pressão positiva no combate a incêndio.

Verificou-se como se dá a utilização desses ventiladores, através do complemento a ventilação natural e o aumento da pressão interna das edificações para que a fumaça e os gases superaquecidos se desloquem ao exterior por ser o meio com menor pressão.

Ficou evidenciado também as vantagens de uma efetiva ventilação tática, entre elas facilitar a visualização, facilitar o salvamento, extinção e rescaldo, dentre outras. Também se verificou que os ventiladores para ventilação de pressão positiva, além das vantagens básicas garantidas pela ventilação tática, ainda ofereciam mais vantagens ao serem utilizados, como substituição mais rápida do ar contaminado por ar atmosférico externo, vital para possíveis vítimas que ainda se encontrem no interior das edificações sinistradas.

Essas vantagens extras tornam o uso dos ventiladores um avanço, em comparação as outras técnicas de ventilação, como no caso da ventilação hidráulica por arrastamento, método mais utilizado no CBMGO atualmente, que por utilizar uma grande quantidade de água pode acabar com os recursos da guarnição de combate, assim como danificar ainda mais os bens e possibilitar o colapso das estruturas sinistradas.

Porém, como levantado nas hipóteses iniciais, a ventilação tática por pressão positiva apresenta desvantagens e riscos, principalmente se a ventilação for feita inadequadamente. Deve-se levar em consideração cuidados na hora de executar essa manobra, verificando sua possibilidade, escolhendo a melhor rota de saída da fumaça e a proteção da guarnição que lhe executará.

Como visto na revisão de literatura, uma ventilação inadequada provocará mais prejuízos e poderá piorar as condições de combate. Um dos riscos que pode ocorrer com uma ventilação inadequada será a possibilidade de explosão ambiental, o backdraft, pois já que a fumaça preenche dois lados do triângulo do fogo, ao se injetar oxigênio através dos ventiladores, se completará o necessário para que a fumaça entre em combustão, levando grande perigo aos bombeiros que estão combatendo ao incêndio e às possíveis vítimas na edificação.

Em virtude das especificidades e peculiaridades da utilização de ventiladores de pressão positiva, fica como sugestão a implementação de cursos de capacitação aos militares do CBMGO, para que aprendam as vantagens, desvantagens e riscos

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desse método de ventilação tática, assim como o método prático de utilização desses ventiladores.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFFONSO, Luiz M. Ventilação forçada por esguicho regulável. Monografia apresentada ao Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais. São Paulo, realizado pela Polícia Militar de São Paulo, 1996.

BARCELOS, Marcos. A Padronização de condutas do CBMSC em operações de

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Referências

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