• Nenhum resultado encontrado

Análise Bibliográfica da Tabela TACO em Relação às Imagens dos Alimentos e Suas Respectivas Porções

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Análise Bibliográfica da Tabela TACO em Relação às Imagens dos Alimentos e Suas Respectivas Porções"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Análise Bibliográfica da Tabela TACO em

Relação às Imagens dos Alimentos e Suas

Respectivas Porções

Rodrigo Santos Barbosa1, Cícero Inácio da Silva2

1. Bacharel em Nutrição, São Paulo (SP), Brasil.

2. Professor e Coordenador do NTC Telessaúde Redes, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.

Resumo

Objetivo: mostrar a importância de relacionar as imagens em tamanho real dos

alimentos com as suas respectivas porções de acordo com a tabela TACO. Método: revisão bibliográfica de literatura com artigos publicados entre 2002 e 2016, nas bases de dados LILACS, SciELO, MEDLINE e Acervo Digital da USP. Resultados: foram selecionadas cinco publicações, segundo critérios de inclusão. As publicações descrevem a importância do desenvolvimento de novas tecnologias que auxiliem a população em relação ao cuidado com a alimentação e maior apropriação desta em relação ao que consome. Conclusão: um sistema imagem através da leitura do alimento por um sistema como “scanner” parece ser eficiente e auxiliar para população brasileira entender e identificar corretamente a porção dos alimentos desejada para a sua dieta prescrita pelos nutricionistas.

Descritores: Tabela TACO; Pirâmide Alimentar; Doenças Crônicas Não

Transmissíveis; Imagem dos Alimentos; Rastreabilidade.

Introdução

A Tabela de Composição de Alimentos (TACO) fornece informações detalhadas sobre a composição dos alimentos in natura e processados de um país. Estas informações, disponíveis impressas ou versões eletrônicas, são obtidas a partir de analises químicas ou de dados já publicados analisados para finalidades diversas. Dados de composição de alimentos fundamentais para elaboração de ações nas áreas de nutrição e saúde, agricultura e indústria de alimentos (1).

Este instrumento é necessário para a avaliação de ingestão alimentar de indivíduos e populações, planejamento e avaliação da adequação de refeições e dietas (2). Assim, informações sobre composição química de alimentos são

(2)

necessários para determinar a ingestão de energia e nutrientes em indivíduos ou na população, estabelecendo a relação entre alimentação, saúde e doença (1).

O Brasil passa por uma fase de transição nutricional, onde a desnutrição deu lugar à obesidade: a mortalidade por doenças cardiovasculares é elevada onde a população tem um IMC >30 (3).

A situação nutricional, em nível mundial, aponta um notório período de transição. Estudos epidemiológicos revelam redução da prevalência de desnutrição e a crescente prevalência de obesidade entre crianças, sobretudo na idade escolar(3). Tais achados são preocupantes, uma vez que a obesidade na infância associa-se à maior incidência de doenças degenerativas na fase adulta, sobrecarregando o sistema de saúde. A mudança nos hábitos alimentares, associada à inatividade física, é apontada como fatores explicativos da transição nutricional (4).

O uso de jogos de computador e as horas passadas em frente a televisão agravam o quadro de obesidade na infância por aumentar o grau de sedentarismo. Instituições escolares, locais onde são absorvidos valores e construídos comportamentos, são ambientes onde crianças permanecem parte considerável do tempo, tornando-os ambientes propícios para intervenções (5).

O crescimento da população mundial faz aumentar a necessidade de produzir alimentos e a busca de novas alternativas. Nesse sentido a pirâmide alimentar construiu uma nova fronteira para o desenvolvimento para a alimentação de qualidade. O padrão alimentar brasileiro atual é considerado preocupante, pois apresenta alto teor de açúcares, óleos e farinhas refinadas, além de baixo consumo do grupo dos vegetais e dos cereais integrais. Estes hábitos inadequados são fatores contribui dores para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e Síndrome Metabólica, devendo haver o incentivo a mudanças de hábitos que visem à melhoria da qualidade da alimentação, como o consumo de raízes e tubérculos, que contribuem na obtenção de carboidratos complexos e ajudam a promover uma alimentação mais saudável (6).

Diante desse cenário, este trabalho tem como objetivo mostrar a importância de relacionar as imagens em tamanho real dos alimentos com as suas respectivas porções de acordo com a tabela TACO.

(3)

Realizou-se uma revisão bibliográfica de literatura, realizada nas bases de dados LILACS (Literatura Latino Americana em Ciências de Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), MEDLINE e no Acervo Digital da USP. Os descritores utilizados para busca das publicações foram “Tabela TACO”, “Leitor de Código de Barras” e “Metodologia de Rastreabilidade”.

Foram estabelecidos como critérios de inclusão: artigos publicados no período de 2002 a 2016, no idioma português e disponíveis na íntegra em meios eletrônicos. Os critérios de exclusão foram publicações que não tratassem do tema proposto nesta pesquisa.

Resultados

As buscas retornaram um total de sete publicações. Desse total, cinco foram selecionadas conforme os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Os artigos encontrados e selecionados para a leitura completa estão sistematizados na Tabela 1, onde estão descritos os objetivos e resultados de cada publicação.

Tabela 1 – Artigos localizados nas bases de dados SciELO, LILACS, MEDLINE e Acervo Digital da USP, sobre a análise bibliográfica da Tabela TACO em relação as imagens dos alimentos e suas

porções.

Título do

Artigo/Referência Objetivo Resultados

Segurança do Alimento e Rastreabilidade: o caso BSE(7)

Definir os benefícios de um sistema de rastreabilidade empregado na indústria de alimentos.

Adoção de sistemas de rastreabilidade estabelece padrões e planeja melhorias. Estabelece mais controle na alimentação.

Diabetes Food Control – Um aplicativo móvel para avaliação do consumo alimentar de pacientes diabéticos(8)

Apresentar o aplicativo Diabetes Food Control, desenvolvido para avaliar os marcadores do consumo alimentar dos diabéticos, baseado em um questionário validado.

Os resultados identificaram uma aceitação satisfatória do aplicativo, principalmente quanto à sua utilização, por permitir maior praticidade, facilidade e agilidade na realização da coleta de dados, frente aos métodos tradicionais em papel.

Avaliação da usabilidade do Guia Alimentar Digital móvel segundo a percepção dos usuários (9)

Avaliar a percepção dos usuários em relação à usabilidade do Guia Alimentar Digital (GAD), aplicativo para celular smartphone, com diretrizes sobre alimentação saudável.

O instrumento foi analisado quanto à confiabilidade pelo método split-half e validade em duas etapas. Foram validadas 22 asserções; a confiabilidade foi de 0,93; a média de pontos das asserções em cada dimensão foi 3,10; dos 80 respondentes, 58,75% considerou positiva a implementação do Guia Alimentar Digital.

Validação de fotografias de alimentos para estimativa do consumo alimentar(10)

Validar fotografias de um guia fotográfico de alimentos para estimativa do consumo alimentar.

A maior prevalência de acerto foi para as preparações pizza (87,8%), churrasco (80,0%), filé de frango e pudim (75,5%). Já os alimentos com menor percentual de acertos foram a melancia (52,2%), o mamão formosa e o bolo (57,8%). A concordância geral entre a percepção do tamanho da porção do

(4)

alimento e o tamanho real do alimento foi de 0,622 ( p <0,001). A percepção não foi influenciada pelo sexo e pelo estado nutricional dos participantes ( p >0,05).

Uso de imagens de alimentos na avaliação do consumo alimentar(11)

Discutir abordagens metodológicas que utilizam tecnologias de informação e comunicação para a avaliação do consumo alimentar por meio de fotografias ou filmagem dos alimentos.

O método fotográfico pode ser aplicado mediante registro das porções de referência, servidas e rejeitadas, com posterior transmissão ao computador. Assim, os observadores treinados não precisam, necessariamente, acompanhar o momento da refeição. Tal método apresenta validação e acurácia aceitáveis para a estimativa do tamanho das porções quando comparado ao método de estimativa visual direta e de pesagem de alimentos.

Discussão

O padrão alimentar da população brasileira tem se mostrado complexo com extremos de comportamento alimentar e epidemiológico como é o caso da obesidade e das DCNTs. A orientação nutricional tem como papel auxiliar as pessoas a encontrar um equilíbrio entre as exigências fisiológicas e culturais para alcançar a verdadeira saúde com bem-estar físico, mental e emocional (12).

Dessa forma, o desenvolvimento de uma boa base de dados sobre a composição de alimentos, incluindo micronutrientes e compostos antioxidantes são essenciais para a realização de pesquisas que envolvem alimentos em saúde(11). Porém de nada adianta se a população não tiver um ensino de forma adequado para entendimento de tal tabela, assim como o profissional da área de nutrição, que por muitas vezes fica limitado a conseguir passar de forma correta as porções a serem consumidas.

Com a possibilidade do desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente com o grande desenvolvimento da indústria da informática, e com toda a estrutura já disponível, fica evidente que estes recursos tecnológicos não devem ser desprezados no que diz respeito à educação alimentar. O sistema de educação alimentar e nutricional consiste no aprendizado interativo baseado na pirâmide alimentar brasileira, que demonstra a distribuição dos alimentos de forma gráfica. Este conceito de ensino de alimentação e nutrição foi adotado inicialmente pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 1992, depois várias tentativas de representar graficamente, possibilitando facilidade de replicação de conceitos relativos a alimentação e nutrição (9).

(5)

Com a aprovação da Lei Geral dos Alimentos, em 21 de fevereiro de 2002, a União Européia confrontou o setor alimentício com a noção de rastreabilidade. Antes desta data, rastreabilidade (digitalização/scanner) era vista como um assunto qualquer sem nenhuma obrigação e exigência legais a cumprir por indústrias(7). Embora algumas nações não tivessem maior alcance regulatório na área de rastreabilidade devido, por exemplo, a obrigações com o sistema HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), elas não possuíam obrigações quanto à rastreabilidade.

A agilidade é um quesito essencial para a aceitação do recurso digital, uma vez que a população faz uso de software que permite gerenciar dados provenientes de cada alimento através da digitalização(8). Esse processo facilita a execução do trabalho nutricional feito junto à população, pois desta forma não haverá divergência entre a quantidade/porção descrita no plano alimentar e a execução do mesmo pelo cliente.

A Implementação do sistema de digitalização das porções alimentares baseada na pirâmide alimentar brasileira, requer o desenvolvimento, o teste e a validação de suas metodologias de aplicação (10).

O uso de imagens digitalizadas para a comparação entre os dispositivos de visualização traz um controle nas informações contidas na imagem(10), já que o processo de digitalização procura reproduzir toda a informação da imagem convencional na digital.

Conclusões

Um sistema imagem através da leitura do alimento por um sistema como “scanner” parece ser eficiente e auxiliar para população brasileira entender e identificar corretamente a porção dos alimentos desejada para a sua dieta prescrita pelos nutricionistas. Faz-se necessário a adequação do sistema frente à inclusão de novas funcionalidades. Um refinamento visando uma leitura tridimensional, tendo as limitações dos alimentos, conforme cadastro prévio. A integração desta pirâmide alimentar e da tabela TACO se faz necessário devido aos níveis de excelências e de referência que os consumidores vêm exigindo.

A orientação nutricional tem como papel auxiliar as pessoas a encontrar um equilíbrio entre as exigências fisiológicas e culturais para alcançar a verdadeira

(6)

saúde com bem-estar físico, mental e emocional, visando uma padronização para que o profissional e o cliente estejam em perfeita interação.

Referências

1. Bressani R. Report on LATINFOODS. Food and Nutrition Bulletin. 2012; 2(12).

2. Pennington JAT. Aplicattions of Food Composition Data: Data Sources and Considerations for Use. Journal of Food Composition and Analysis. 2008; 21;S3-S12.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira: Promovendo a Alimentação Saudável. Brasília – DF: Ministério da Saúde, 2002.

4. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira: Promovendo a Alimentação Saudável. Brasília – DF: Ministério da Saúde, 2006.

5. Philippi ST. Nutrição e Técnica Dietética. 2ª edição. São Paulo: Editora Manole, 2006.

6. Freire MCMatias, Balbo PL, Amador MA, Sardinha LMV. Guias alimentares para a população brasileira: implicações para a Política Nacional de Saúde Bucal. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2012 [citado 2016 Nov 26]; 28(Suppl):s20-s29.

7. Vinholis MMB, Azevedo PF. Segurança do Alimento e Rastreabilidade: o Caso BSE. ERA Eletr. 2002 jul-dez; 1(1):3-19.

8. Baldo C, Zanchin MC, Kirsten VR, De Marchi ACB. Diabetes Food Control – Um aplicativo móvel para avaliação do consumo alimentar de pacientes diabéticos. Rev Eletron de Comun Inf Inov Saúde. 2015 jul.-set.:9(3):1-12.

9. Caivano S, Ferreira BJ, Domene SMA. Avaliação da usabilidade do Guia Alimentar Digital móvel segundo a percepção dos usuários. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2014 MaI [acesso em 2016 Nov 27];19(5):1437-1446.

10. Souza RGM, Campos MIVAM, Cordeiro MM, Monego ET, Peixoto MRG. Validação de fotografias de alimentos para estimativa do consumo alimentar. Rev Nutr [Internet]. 2016 Jun [acesso em 2016 Nov 27]; 29(3):415-424.

11. Rodrigues AGM, Proença RPC. Uso de imagens de alimentos na avaliação do consumo alimentar. Rev Nutr [Internet]. 2011 Out [acesso em 2016 Nov 27]; 24(5):765-776.

12. Barbosa RMS, Salles-Costa R, Soares EA. Guias alimentares para crianças: aspectos históricos e evolução. Rev Nutr [Internet]. 2006 Abr [acesso em 2016 Nov 26]; 19(2):255-263.

Referências

Documentos relacionados

Novas tecnologias para gaseificação e pirólise da biomassa e também para combustão do gás natural vem sendo desenvolvidas, e o reator a leito fluidizado

Como parte das ações do Programa de Desenvolvimento Gerencial – PDG, a Fiocruz por meio da Diretoria de Recursos Humanos firmou contrato com a Fundação Getúlio Vargas,

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

O Custeio Baseado em Atividade nas empresas de prestação de serviço, assim como na indústria, envolve os seguintes passos: os recursos consumidos são acumulados por

MELO NETO e FROES (1999, p.81) transcreveram a opinião de um empresário sobre responsabilidade social: “Há algumas décadas, na Europa, expandiu-se seu uso para fins.. sociais,

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

Sim, eu acredito que eles possam, já ajudam muito, como eu falei, eu fiz o Letra e Vida, vi coisas diferenciadas, vi coisas que eu acho interessantes trabalhar, como também vi

Ainda nos Estados Unidos, Robinson e colaboradores (2012) reportaram melhoras nas habilidades de locomoção e controle de objeto após um programa de intervenção baseado no clima de