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Efeito do uso de MAP revestido com polímeros de liberação gradual em atributos de solo e produtividade de matéria seca no milho.

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom

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Efeito do uso de MAP revestido com polímeros de liberação gradual em atributos de solo e produtividade de matéria seca no milho.

Flávia B. Agostinho1,4, Érico A. S. Borges1,5, Wender S. Rezende1,6, Adriane. A. Silva2,7 e Regina M. Q. Lana3,8

1Bolsista PET/MEC Agronomia Universidade Federal de Uberlândia, Bairro Umuarama, Uberlândia, MG, CEP 38400-015, Uberlândia – MG; 2Professora Adjunta da UFU, 3Professora Titular da UFU; 4flavinha_agostinho@hotmail.com; 5erico_asb@hotmail.com; 6endin.rezende@gmail.com; 7adriane@iciag.ufu.br; 8rmqlana@iciag.ufu.br

Palavras-chave: Zea mays; Fósforo; pH do solo; P remanescente; P Mehlich.

Revisão Bibliográfica

O milho, Zea mays L., é produzido em quase todos os continentes, sendo sua importância econômica caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vão desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia, como a produção de filmes e embalagens biodegradáveis. Cerca de 15% da produção mundial destina-se ao consumo humano, de forma direta ou indireta, sendo que na safra 2008/2009 foram produzidas, no mundo, 798 milhões de toneladas (Paes, 2006; USDA, 2010).

A produção de milho no Brasil praticamente dobrou nos últimos 20 anos, passando de 26 para 51 milhões de toneladas e, analogamente, a produtividade passou de 2.000 para 3.600 kg.ha-1 (CONAB, 2010). Entretanto, a produtividade média brasileira ainda é considerada baixa quando comparada a outros países produtores, como China (5.000 kg/ha), Argentina (7.000 kg/ha) e Estados Unidos (9.000 kg/ha) (Paes, 2006).

Um dos principais fatores que limitam a

produtividade da cultura em questão é a sua adubação. Isso acontece devido às características específicas de cada nutriente o que resulta em perdas no solo como, por exemplo, a lixiviação ao longo do perfil e a fixação nos colóides do solo. Essas perdas são intensificadas devido à adubação inadequada implicada pela falta de informação.

A adubação fosfatada é de grande importância para o crescimento e produção das culturas, em especial nas regiões que apresentam solos bastante intemperizados e com baixa fertilidade. As limitações, no que diz respeito ao nutriente fósforo (P), ocorrem devido à baixa disponibilidade de P às plantas, o nutriente não possuir um sucedâneo, suas reservas serem finitas, além do baixo aproveitamento no sistema agrícola (5% a 30%).

Sabendo-se que o P possui elevada fixação no solo, a busca por tecnologias para aumentar a eficiência da aplicação destes é uma constante. Para isto, estudos sobre a utilização de revestimentos em adubos fosfatados com o objetivo de reduzir a fixação e disponibilizar o nutriente para a planta de acordo com a sua marcha de absorção, tem sido de grande importância.

A fixação do fósforo se da pela ligação formada com a argila e/ou a precipitação do mesmo junto ao ferro (Fe) e alumínio (Al). A liberação gradual promovida pelo revestimento do nutriente faz com que o contato deste com os óxidos de Fe e Al e a argila seja reduzido, não havendo assim a formação de compostos estáveis o que diminuiria a disponibilidade no solo.

Como forma de encapsulamento do fertilizante, podemos destacar os polímeros que são macromoléculas de hidrocarbonetos. Atualmente são conhecidos mais de 10.000 polímeros, com diferentes comportamentos que variam de acordo com os fatores ambientais,

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Entre as fontes revestidas por polímero está o fosfato monoamônico (MAP), que possui 10% N e 52% P2O5 sendo, portanto, uma fonte viável no tocante a redução de custos com adubações foliares em maiores concentrações.

Neste contexto, objetivou-se nesse trabalho efetuar a comparação dos teores de fósforo no solo quando é aplicado MAP convencional e duas fontes de MAP polimerizados na cultura do milho.

Material e Métodos

O experimento foi realizado em casa de vegetação na Universidade Federal de Uberlândia, em Uberlândia – MG, com duração de 45 dias.

A semeadura ocorreu no dia 30 de setembro de 2009 utilizando-se a variedade de milho DKB 390. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados com três repetições, e esquema fatorial 5 X 3 (5 doses , 3 fontes de MAP), sendo que cada parcela foi constituída de um vaso de 3 Kg de solo com 2 plantas.

O solo utilizado foi um Latossolo Amarelo ácrico típico, na fase cerrado tropical subcadosifólio com horizonte A moderado, relevo plano, textura muito argilosa (121 g kg-1 de areia grossa, 69 g kg-1 de areia fina, 24 g kg-1 de silte e 806 g kg-1 de argila ) cujas características químicas encontram-se na Tabela 1. Observa-se que este solo apresenta média disponibilidade natural de fósforo, o que é importante para observar os processos de disponibilização de fósforo com interferência das reservas do solo.

Tabela 1 – Características químicas do solo utilizado

pH H2O P K Ca Mg Al H+Al M.O

---1: 2,5--- ----mg dm-3--- ---cmolcdm-3--- dag kg-1

5,2 9,5 34 0,4 0,1 0,4 4,3 2,6

Argila Silte Areia fina Areia Grossa B Mn Zn

---g kg-1 --- mg dm-3

806 24 69 121 0,12 1,2 0,4

Foi feita uma adubação em todos os vasos com 1,66 g/vaso de cloreto de potássio (KCl) e 2,22 g/vaso de sulfato de amônio ((NH4)2SO4).A determinação do número de sementes por vaso foi calculada considerando uma densidade igual a 90.000 plantas por hectare, equivalendo a duas plantas por vaso, sendo que para isto, foi feito um desbaste após a emergência das sementes.

As fontes de fósforo aplicadas foram MAP convencional, sem tratamento com polímero; MAP revestido com um polímero de liberação gradual, PHOSMAX; e MAP encapsulado com três polímeros, KIM COAT (LGP). Estas fontes não possuíam variação na concentração de P2O5, tendo 59% do mesmo solúvel em CNA + H2O.

Além das diferentes fontes de fósforo, variaram-se também as dosagens aplicadas. Essas consistiram na aplicação do equivalente a 40, 80, 120 e 160 kg ha-1 de P2O5 das diferentes fontes citadas anteriormente sem a realização da incorporação ao solo (Tabela 2).

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Tratamentos:

T1 – Testemunha (Sem adubação fosfatada) T2 – 40 kg ha-1 de MAP convencional T3 – 80 kg ha-1 de MAP convencional T4 – 120 kg ha-1 de MAP convencional T5 – 160 kg ha-1 de MAP convencional

T6 – 40 kg ha-1 de MAP revestido com um polímero (PHOSMAX) T7 – 80 kg ha-1 de MAP revestido com um polímero (PHOSMAX) T8 – 120 kg ha-1 de MAP revestido com um polímero (PHOSMAX) T9 –160 kg ha-1 de MAP revestido com um polímero (PHOSMAX)

T10 – 40 kg ha-1 de MAP encapsulado com três polímeros (KIM COAT – LGP) T11 – 80 kg ha-1 de MAP encapsulado com três polímeros (KIM COAT – LGP) T12 – 120 kg ha-1 de MAP encapsulado com três polímeros (KIM COAT – LGP) T13 – 160 kg ha-1 de MAP encapsulado com três polímeros (KIM COAT – LGP)

Resultados e Discussão

Verifica-se na Tabela 3 que nos tratamentos utilizando MAP convencional, tanto no método de extração de Mehlich quanto no de P remanescente, os maiores teores de P no solo foram obtidos quando se aplicou 160 kg ha-1. Já nos tratamento com MAP revestido com um polímero (PHOSMAX), os maiores teores foram obtidos na dose de 120 kg ha-1 e 160 kg ha-1 quando se utilizou a extração por Mehlich e por P remanescente, respectivamente. No MAP encapsulado com três polímeros KIM COAT LGP os maiores teores foram obtidos na dose de 160 kg ha-1, sendo que para o P remanescente a dose de 120 kg ha-1 também obteve o mesmo resultado. De modo geral, o MAP encapsulado 120 kg ha-1 implicou em maiores teores para o P disponível extraído pelo método de Mehlich e o MAP convencional 160 kg ha-1 nos maiores teores de P remanescente.

Em média o solo apresentou teor de P remanescente de 29 mg/L e de acordo com a Tabela 3 de classificação de solos com base no fósforo, CFSEMG (1999), o teor de fósforo disponível ideal estaria entre 15,9 a 24,0 mg/dm³, logo o teor de P remanescente foi muito bom. O teor de P classificado como muito bom indica que esse nutriente foi disponibilizado satisfatoriamente para o solo. Por isso, pode-se inferir que as fontes revestidas com polímeros fornecem fósforo equivalente a fonte de alta solubilidade, além de, provavelmente, reduzir os fenômenos de fixação do fósforo no solo.

Tabela 3 – Resultados da extração de P pelos métodos de Mehlich e remanescente

quando aplicado diferentes fontes de P.

Tratamentos P Mehlich P remanescente

(mg/dm3)

Testemunha 15,80 d 18,50 e

MAP convencional 40 kg ha-1 25,56 bcd 21,46 de

MAP convencional 80 kg ha-1 34,13 bc 23,13 bcde

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 1818 MAP convencional 160 kg ha-1 39,26 ab 29,86 a PHOSMAX 40 kg ha-1 19,13 cd 24,13 abcde PHOSMAX 80 kg ha-1 23,40 bcd 24,00 bcde PHOSMAX 120 kg ha-1 56,90 a 27,43 abc PHOSMAX 160 kg ha-1 31,20 bcd 28,56 ab KIMCOAT LGP 40 kg ha-1 21,10 cd 22,93 bcde KIMCOAT LGP 80 kg ha-1 31,16 bcd 22,83 bcde KIMCOAT LGP 120 kg ha-1 26,26 bcd 24,26 abcd KIMCOAT LGP 160 kg ha-1 35,70 bc 26,36 abcd CV% 20,48 7,92

*Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 0,05 de significância.

Já em relação à Tabela 4 demonstrada a seguir, pode-se observar que o valor do pH no solo não obteve diferença significativa quando este foi submetido à diferentes tipos e concentrações de fertilizantes, ou seja, os adubos fosfatados não influenciaram no valor do pH. Segundo Foratto, et al a aplicação de 50 kg ha-1 de P2O5 na forma de ácido fosfórico influência o valor do pH até aproximadamente 40 cm em profundidade quando este é aplicado por meio da fertirrigação, observando-se então que os adubos fosfatados podem interferir na acidez ou alcalinidade do solo.

Quanto à produção de matéria seca, observou-se que não houve diferença significativa entre as fontes de fósforo e diferentes dosagens com exceção do PHOSMAX 160 kg ha-1 que obteve uma menor produção. Apesar disso, o comportamento da produção de matéria seca quando aplicado as fontes de MAP revestido foi o mesmo, tendo-se uma maior produção por volta da dose de 100 kg ha-1 e após esta um ligeiro decréscimo, o que indica que provavelmente doses maiores devem ser evitadas com o uso dessa fonte. Já a fonte de MAP convencional apresentou um comportamento uniforme na produção de matéria seca a medida com que se aumenta a dose. O conhecimento da matéria seca é de grande importância, pois por meio desta percebe-se que o crescimento vegetativo não foi limitado pela disponibilidade de fósforo, até na fase avaliada (estágio V6).

Tabela 4 – Resultados do pH do solo e da matéria seca quando aplicado diferentes fontes de

P. Tratamentos pH MS (g kg-1) Testemunha 4,63 a 12,66 c MAP convencional 40 kg ha-1 4,56 a 26,66 ab MAP convencional 80 kg ha-1 4,66 a 26,66 ab MAP convencional 120 kg ha-1 4,66 a 25,00 ab MAP convencional 160 kg ha-1 4,76 a 24,66 ab PHOSMAX 40 kg ha-1 4,56 a 26,00 ab

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 1819 PHOSMAX 80 kg ha-1 4,56 a 26,66 ab PHOSMAX 120 kg ha-1 4,70 a 24,33 ab PHOSMAX 160 kg ha-1 4,56 a 16,66 bc KIMCOAT LGP 40 kg ha-1 4,46 a 29,00 a KIMCOAT LGP 80 kg ha-1 4,60 a 29,66 a KIMCOAT LGP 120 kg ha-1 4,70 a 27,33 ab KIMCOAT LGP 160 kg ha-1 4,60 a 26,33 ab CV% 2,47 15,12

*Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 0,05 de significância.

Figura 1 – Comportamento da produção de matéria seca quando aplicado diferentes fontes de

P.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que ambas as fontes foram eficientes na disponibilização de fósforo, sendo que o maior teor de P disponível, extraído pelo método de Mehlich, foi obtido por meio da aplicação de Phosmax 120 kg ha-1 que não diferiu significadamente do MAP convencional 160 kg ha-1. Já os teores maiores P remanescente foram obtidos na fonte MAP convencional 160 kg ha-1 não se diferindo das duas fontes revestidas nas doses de 120 e 160 kg ha-1.

Os valores de pH independeram da fonte e da dose aplicada, mesmo o MAP sendo conhecido como uma fonte acidificadora do solo em decorrência de suas reações no mesmo.

De modo geral, a produção de matéria seca também independeu da fonte de MAP e da dose.

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Referência Bibliográfica

ALVARES V. V.H.; NOVAES, R. F.; BARROS, N. F.; CANTARUTTI, R. B.; LOPES, A.S. Interpretação dos resultados das análises de solos. In: RIBEIRO, A.C.; GUIMARAES, P.T.G.; ALVAREZ V., V.H. (Ed.). Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5. Aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. p. 25-32.

CFSEMG - Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais. Recomendações

para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5. ed. Lavras, 1999. 359 p.

CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento. Série Histórica de Milho Total (1ª e 2ª

safras): safras 1976/77 a 2009/10. Disponível

em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/downlo ad/safra/MilhoTotalSerieHist.xls>. Acesso em 14 jun. 2010.

FORATTO L. C.; ZANINI J. R.; NATALE W. Teor de fósforo e pH no bulbo molhado, com diferentes freqüências de fertirrigação, utilizando ácido fosfórico. Engenharia na Agricultura, Jaboticabal, vol.27, n.2, 2007.

PAES, M.C.D. Aspectos físicos, químicos e tecnológicos do grão de milho. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2006. 6p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular Técnica, 75).

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Referências

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