Sistema de Franquia e Exclusividade Territorial – Nova
Organização Empresarial num Contexto de Mudança
Ana Branca Soeiro de Carvalho
1
ESTGL- IPV Portugal
acarvalho @estgl.ipv.pt
Abstract
Num contexto de mudança organizacional o franchising/franquia surge como uma nova tendência sistémica de contexto empresarial. É necessário, no entanto, estruturar e definir mecanismos de controlo no desenvolvimento das redes e das unidades própria evitando o oportunismo (free-riding) e a seleção adversa .
Este artigo pretende demonstrar que quanto maior são os problemas de hold-up e free-riding em sistemas de franquias, maior é a probabilidade de o franqueador fornecer aos franqueados exclusividade territorial. Parece, portanto, que a exclusividade territorial é uma garantia para um franqueador que o retorno sobre os investimentos fixos de um franqueado não serão posteriormente considerados um descontrolo ou possam gerar falta de sustentabilidade do negócio. Além disso, parece que a exclusividade territorial alivia o free-riding. Este é, muitas vezes, considerado um problema já que faz com que os franqueados locais se tornem monopolistas para a marca em questão, o que aumenta a probabilidade de eles receberem a maior parte dos benefícios gerados pela sua prestação de serviços em relação à marca2.
Keywords: Mudança, organização, empresa, franchising, free riding, hold up.
1.1 Introdução
Uma cláusula essencial nos contratos de franchising é o direito de adicionar novos franchisados a uma área de concessão já existente. A escolha é simples: ou o franchisador concede o direito de adicionar novos franchisados no futuro, ou então, permite aos franchisados, já existentes, o direito de bloquear a adição de novos estabelecimentos com novos franchisadores. Neste último caso, os
1
Ana Branca Soeiro de Carvalho, Eq. Prof Adjunto, ESTGL-IPV, acarvalho@estgl.ipv.pt
2JEL Classification: L14, L22, L81.
contratos de franchising fornecem aos franchisados territórios exclusivos, que mais não são do que áreas geográficas nas quais o franchisador não concorda em adicionar qualquer outro franchisado ou permitir a abertura de unidades próprias.
Com este trabalho foi feito um estudo sobre o tema. São definidas as hipóteses sobre a adopção de exclusividade territorial. Faz-se uma descrição dos dados, a metodologia utilizada e os resultados. Finalmente, são apresentadas as conclusões.
1.2 - Determinantes da exclusividade territorial
Na literatura económica, existem principalmente duas perspectivas sobre a exclusividade territorial. Os que defendem que deve existir uma cláusula contratual que impeça o franchisador de ter comportamentos de hold-up - a apropriação dos retornos do franchisado com o investimento na criação de uma unidade no mercado local, ou a perspetiva que o franchisador deve corrigir o free-riding evitando problemas decorrentes da concorrência entre os franchisados (Rubin, 1978; Mathewson e Winter, 1984; Winter, , 1993). Portanto, os problemas de hold-up e free-riding determinam as decisões dos franchisados para prestar aos franchisados territórios exclusivos, criando novas estruturas organizacionais e novas formas de controlo sistémico.
1.3 - Análise descritiva da amostra
Neste estudo surgem as seguintes hipóteses:
Hipótese 1. No sistema de franchising quanto maior é o problema de hold-up, maior a
probabilidade do franchisador fornecer aos franchisados exclusividade territorial. O Hold-up como problema
A visão comum é que os territórios exclusivos são uma garantia de um franchisador de que o retorno sobre os esforços / investimentos de um franchisado não será posteriormente considerado hold-up (Mathewson e Winter, 1984). Esta explicação implica que tal proteção será oferecida, através de cláusulas contratuais, onde a ameaça do hold-up é mais grave. A divisão de atividades entre franchisadores e franchisados gera incentivos para que as partes cumpram os termos dos seus contratos, permitindo tirar proveito dos royalties gerados por cada um deles relativamente a investimentos específicos (Williamson, 1985). Neste sentido, os franchisados têm de fazer investimentos iniciais para cobrir os custos de equipamentos, formação de colaboradores, marketing, site e utilização da Internet, a taxa de franchising (direito de entrada), etc. É muito importante investir em capital humano, muitas vezes essa participação na formação é feita fora do local fornecido pelo franchisador (i.e. na sede da empresa). Grande parte destes investimentos, que podem vir a ser feitos pelo franchisado, é especificada na sua relação contratual com o franchisador. Assim, as
modalidades existentes são várias: desde franchisadores que ganham ou obtêm os seus lucros com base em royalties que advêm de todo o sistema de vendas, ou então franchisadores que ganham uma renda com base no lucro líquido de royalties em estabelecimentos comerciais que eles próprios têm (unidades próprias). Como se pode perceber, os franchisadores têm um grande incentivo para estabelecer uma maior densidade de pontos de venda em uma área geográfica do que os franchisados (Kalnins, 2004). Os contratos de franchising podem atenuar as preocupações dos franchisados "de invasão territorial”, proporcionando-lhes uma maior proteção em termos de território. Esta garantia limita o franchisador no que diz respeito ao fluxo de rendas devidas por parte dos franchisados, já que limita a área geográfica (Azoulay e Shane, 2001).
A exclusividade territorial mitiga este problema. Com efeito, um dos objetivos desta escolha contratual é fazer com que um franchisador, um distribuidor, um monopolista local para a marca em questão, não sinta que há um aumento da probabilidade de receber a maior parte dos benefícios gerados pela prestação de serviços (Mathewson e Winter, 1984). Por isso, se sugere a seguinte proposição:
Hipótese 2. Quanto maior o risco de free-riding maior a probabilidade de existir exclusividade
territorial. Free-riding
O Free-riding reside nos perigos que aparecem em situações onde as entradas de mais de um franchisado possa afetar o valor do produto final e / ou serviço, mas onde, devido à contratação incompleta e dificuldades de mediação, nenhuma das partes envolvidas no contrato é capaz de captar os benefícios (ou custos) dos seus esforços individuais (Mathewson e Winter, 1984). Na ausência de salvaguardas que solicitem o controlo de transações as partes podem agir, às vezes, de forma oportunista, ou seja, a escolha para fornecimento de bens ou serviços, interna ou externamente, vão gerar um esforço em níveis que optimizam retornos individuais em detrimento de retornos para o conjunto (ou system-wide) (Bork, 1978).
No campo do franchising, como os clientes têm a possibilidade de visitar múltiplas opções no ramo, o valor percebido para tomar uma decisão será baseada no geral dos clientes bem como na experiência local. Assim sendo, os benefícios e/ou danos resultantes das acções de qualquer um franchisado irá agir spillover3 e influenciar os clientes. Todo o sistema terá a percepção de que a saída de um franchisado põe em causa todas as outras tomadas de decisão no sistema. Sob tais condições, a possibilidade de free-riding surge (Rubin, 1978).
Franchisados individuais, frequentemente, fornecem serviços que podem beneficiar outros franchisados do mesmo sistema de franchising. Isto ocorre quando, por exemplo, a venda de serviços
3
Efeitos colaterais são externalidades da actividade económica ou processos que não estão
envolve situações em que produtos técnicos ou complexos (Miracle, 1965) exigem que seja dada aos clientes extensa informação de serviços pré-venda, na forma de informações sobre o produto ou demonstrações reais (Lilien, 1979). Embora tais serviços sejam importantes para os clientes, eles também representam potenciais problemas já que o distribuidor, que não ofereça tais os serviços, pode criar autonomamente os mesmos sem grandes custos acrescidos. Um comerciante pode oferecer um desconto se não necessitar de fornecer assessoria técnica e os franchisados, neste caso, terão custos menores e podem oferecer o produto aos clientes finais por um preço menor. Em muitas situações, o fornecedor que oferece esse desconto pode prosseguir uma estratégia de baixo custo porque há serviço completo de distribuidores disponíveis que realizam o atendimento ao cliente quando o mesmo é necessário. No entanto, existe um potencial free-riding na medida em que os compradores podem separar esses serviços pré-venda a partir ou, da venda do próprio produto em si mesmo ou, quando os serviços não podem ser cobrados separadamente (Mathewson e Winter, 1984).
1.4- Caraterísticas da amostra
A configuração empírica para testar as hipóteses acima foi a sectores de franchising Português e Espanhol em 2008.
Para desenvolver o questionário, realizamos uma série de entrevistas pessoais com gerentes de marketing e vendas que representa oito empresas pertencentes a setores de franchising em Portugal e Espanha. Usando essas entrevistas e as medidas anteriores, desenvolvemos um projeto de questionário. Foram realizadas três ocorrências de pré-teste. Primeiro, o projeto inicial do questionário foi aplicado pessoalmente para o conjunto de gestores de marketing e vendas mencionados e, posteriormente aperfeiçoado, com base no feedback recebido. Seguidamente, foi aplicado o questionário revisto para um novo conjunto de gestores de marketing e de vendas de 20 sistemas de franchising o que serviu para corrigir um conjunto de ambiguidades remanescentes. Em terceiro lugar, foi realizado o pré-teste via e-mail. Sem problemas com as perguntas ou formatos de resposta. As perguntas do questionário utilizado nesta pesquisa são apresentadas em apêndice.
De acordo com Campbell (1955) critérios apropriados ou informação chave são aqueles que servem para colocar aos sujeitos que estão bem informados sobre o fenómeno e estão dispostos e são capazes de comunicar com o pesquisador sobre o fenómeno em estudo. Dada a especificidade da informação e o fator sigilo não são, muitas vezes, fornecidos pelas organizações, dado que não estão necessariamente correlacionados com títulos de trabalho formal ou posições organizacionais (Seidler, 1974). Quando as organizações são por nós contactadas como franchisador, por telefone, a fim de localizar uma pessoa dentro da empresa com o conhecimento e a motivação necessária, gera desde logo uma reação adversa de não fornecer informação. Na maioria dos casos, os títulos formais dos potenciais canais de comunicação, eram de direção de expansão e de vendas ou gerentes de marketing, e era daí que advinham as restrições.
Finalmente, foram enviados questionários para esses potenciais informantes, sendo todos os membros de uma população - 726 cadeias de franchising identificados no Tormo & Asociados e nos Guias de franchising - e um inquérito telefónico suplementar que foi realizado pedindo que os questionários fossem concluídos e enviados. Um total de 138 empresas (19%) responderam, dos quais 17 respostas foram inutilizadas devido à falta de todos os dados. Finalmente, 121 respostas foram utilizadas e aplicados os dados obtidos.
A Tabela 1 contém o número de redes em cada setor formato de negócio franchising.
Para testar um tipo de potencial resposta na amostra de sistemas de franchising, os setores representados na amostra foram comparados com a população existente. A amostra e a população não parecem diferir por setores. É feita uma análise nos primeiros entrevistados (primeira metade) com os segundos entrevistados (segunda metade), seguindo o procedimento de Armstrong e Overton (1977). Não foram encontradas diferenças significativas entre os scores dos primeiros e seundos entrevistados. Uma abordagem adicional, para avaliar o impacto de não-resposta, foi comparar as caraterísticas dos entrevistados com as da população. As comparações entre as respostas aceites e as não respostas foi possível porque os dados relatados nos guias Tomo & Asociados foram usados como base de amostragem. Foram ainda contrastadas com base na idade do franchising, no investimento médio, no número de estabelecimentos propriedade da empresa (unidades próprias) versus unidades franchisadas, na rede de franchising, tamanho em termos de número total de estabelecimentos e taxas de franchising (royalties e publicidade). Estes não revelaram um valor estatisticamente significativo (p> 0,05) entre os dois grupos para todas as variáveis, exceto para o investimento médio (neste caso, o teste não revelou diferenças estatisticamente significativas ao nível de 10%), reforçando a confiança na generalização dos resultados para os sistemas de franchising que operam em Portugal e em Espanha.
Variáveis dependentes
Usámos a exclusividade territorial como variável dependente. Esta é uma variável dummy que assume valor 1 se o franqueador fornece aos seus franchisados territórios exclusivos (áreas geográficas em que o franchisador não concorda em adicionar qualquer outra unidade, ou franchisadas ou unidades próprias), e 0 caso contrário.
Variáveis independentes
Usamos as seguintes variáveis independentes:
• Hold-up. Cada cadeia de amostra, os guias e a Tormo & Asociados têm dados sobre o investimento médio inicial necessário para o franchisado começar o franchising (investimento médio e/ou taxa inicial, direito de entrada). Embora muitos autores anteriores (por exemplo, Brickley e Dark, de 1987; Scott, 1995) tenham utilizado o total de investimentos iniciais como proxy de investimento específicos do franchisado, esta
abordagem é questionável, já que muitos dos investimentos necessários não são específicos da relação contratual. Por exemplo, muitas redes são caraterizadas pelo uso generalizado de equipamentos alugados nas operações de franchising. Portanto, para dividir as despesas em investimento inicial específicas e não específicas, estimámos o nível de investimentos específicos do franchisado por um item específico (nível de investimentos específicos, ver Q2 no apêndice). Consequentemente, medimos o risco de hold-up usando o produto da média de investimento inicial necessário para o franchisado iniciar o franchising e o nível de especificidade destes investimentos (investimento inicial exigido, direito de entrada, de investimentos específicos).
• Free-riding. Para estimar o nível de risco de free-riding analisámos a medida em que o franchisador poderia beneficiar de outros distribuidores do sistema de franchising mesmo fora da rede (Blair e Kaserman, 1983; Rubin, 1978). Desenvolvemos um item específico (free-rideable serviços; ver Q3 no apêndice), utilizando pesquisas anteriores (Dutta, Heide e Bergen, de 1999; Cady, 1982) e fazendo algumas modificações com base em entrevistas.
• Variáveis de controle. Além das variáveis independentes especificadas, foram utilizadas como variáveis de controlo o tamanho (tamanho da rede) e da longevidade (idade da franquia) de cada sistema de franchising, medido através do número de estabelecimentos, da idade de cada cadeia (em 2008). Além disso, como seria de esperar que houvesse variação substancial no setor, sobre a adoção de exclusividade territorial, de regressões com efeitos fixos do setor os mesmos foram incluídos. Para isso descartámos 40 observações, aquelas em que há apenas três ou menos observações dentro do setor (ver Tabela 1, os setores marcados em itálico).
Finalmente, os setores de efeitos fixos foram incluídos nas regressões. Para isso descartámos 40 observações, aquelas em que há apenas três ou menos observações dentro do setor.
Estatísticas descritivas para todas as variáveis utilizadas são analisadas na Tabela 2.
1.5 - Método e resultados
Devido à natureza da variável dependente, foi utilizado um modelo probit para especificar a equação decisão. A Tabela 3 mostra os resultados.
Tabela 3
Primeiro, encontrámos apoio para Hipótese 1, que prevê que quanto maior é o problema de hold-up potencial num sistema de franchising, maior a probabilidade de que o franchisador permita aos franchisados a cláusula de exclusividade territorial. Consistentes com a previsão, verificámos que sempre que o problema de hold-up aumenta, resulta numa maior
probabilidade de exclusividade territorial. Portanto, parece que os franchisadores podem aplacar o medo de hold-up, fornecendo aos franchisados exclusividade territorial. Ou seja, a exclusividade territorial é uma garantia, para o franchisador, do retorno sobre os investimentos fixos de um franchisado e isto não será, posteriormente, considerado hold-up (Azoulay e Shane, 2001; Mathewson e Winter, 1984). Os resultados obtidos também suportam Hipótese 2. Os parâmetros estimados medem a importância do problema de free-riding e mostram um efeito positivo e significativo sobre a adoção de exclusividade territorial. Tendo em conta que em alguns sistemas de franchising os franchisados oferecem serviços de pré-venda - como informações sobre o produto ou demonstrações reais - que pode beneficiar outros franchisados da mesma cadeia, o potencial de free-riding existe. A exclusividade territorial alivia este problema, tornando os franchisados monopolistas locais da marca em questão, o que aumenta a probabilidade de que eles receberão a maior parte dos benefícios gerados pela sua prestação de serviços (Mathewson e Winter, 1984). Com relação às variáveis de controlo, nós observámos que quanto maior é o tamanho de uma rede de franchising, menor a probabilidade de que o franchisador permita que os franchisados tenham exclusividade territorial. Esta evidência pode ser explicada porque quanto maior é o tamanho de uma rede de franchising, maior é a reputação do franchisador e, portanto, menor o risco de hold-up percebido pelos franchisados. Daí que haja menor procura pelos franchisados de exclusividade territorial.
1.6 Conclusões
Os resultados deste estudo sugerem que a adoção de restrições de exclusividade territorial nas relações de franchising segue uma lógica eficiente. Dado que se franchisados não conseguem apropriar-se do valor de seus investimentos, esses investimentos seriam reduzidos. Assim, a prestação de exclusividade territorial pode ser uma solução eficiente para a protecção de tais investimentos. Parece, portanto, que a contratação privada oferece um método eficiente de governança. Uma possível limitação deste estudo é que a análise empírica se aplica apenas a setores de franchising em Portugal e Espanha. Outra possível limitação e o número limitado de empresas e períodos estudados.
Desta forma, as conclusões não podem ser generalizadas para outros países ou empresas. Para complementar os resultados obtidos, futuras pesquisas deverão analisar os efeitos da exclusividade territorial sobre o desempenho da rede de franchising. As descobertas desta pesquisa têm, no futuro, implicações importantes para os profissionais, uma vez que procuram identificar as decisões contratuais e organizacionais que os franchisadores podem adotar para melhorar o desempenho de suas redes de franchising.
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TABLE 1
Distribution of sample chains by sector
Sector Number of franchise chains Sample %
Adventure 1 0.69
Automobile services 6 4.13
Beauty and personal hygiene 4 2.75
Cafés & ice-cream 4 2.75
Ceramic surfaces 1 0.69
Cleaning-interior restoration 1 0.69
Clothing-fashion 16 11.03
Computers 4 2.75
Cosmetics 5 3.45
Drugstore 3 2.06
Dry-cleaning 6 4.13
Food and bakery 3 2.06
Furniture and decoration 4 2.75
Hairdresser’s 1 0.69
Herbalist’s 2 1.38
Jewelry and costume jewelry 3 2.06
Leisure 2 1.38
Lingerie and notions 3 2.06
Office-stationer’s 2 1.38
Personalized editions 3 2.06
Photography 1 0.69
Printing and signs 2 1.38
Real estate agencies 5 3.45
Restaurants 19 13.10 Specialized products 3 2.06 Specialized services 7 4.83 Specialized shops 6 4.13 Sports 2 1.38 Teaching 6 4.13 Telephone stores 2 1.38 Textiles 2 1.38 Transport services 3 2.06 Travel 4 2.75 Vending 3 2.06 Total 145
Note: The sample consists of 145 business format franchising networks from 2000. Sectors with three or less observations are marked in italics.
TABLE 2
Descriptive statistics and correlation coefficients
Growth in sales per outlet (%) % of outlets discontinued Territorial exclusivity Misalignmen tInitial investment required (× 100,000 €)*Level of specific investments Free-rideable services Chain size Chain age GRP (%) Mean 7.49 4.12 0.71 0.17 3.25 5.31 34.62 8.92 3.29 S.D. 9.26 1.35 0.46 0.35 1.96 2.69 32.11 7.86 1.09
Growth in sales per outlet -0.315* 0.168* -0.201* 0.096 0.084 0.089 0.054 0.281*
% of outlets discontinued -0.279* 0.182* -0.103 -0.033 -0.249* -0.164* 0.177 * Territorial exclusivity 0.033 0.229* 0.307* -0.133* 0.004 -0.004 Misalignment -0.055 -0.018 -0.081 -0.063 -0.031 Initial investment required*Level of specific investments -0.067 0.082 0.026 0.058 Free-rideable services -0.004 0.072 -0.031 Chain size 0.121 0.045 Chain age -0.014
TABLE 3
Probit estimates for exclusivity choice (1 = adoption of territorial exclusivity; 0 =
otherwise)
Independent variables
Initial investment required*Level of specific
investments
0.82
***0.67
***Free-rideable services
0.77
***0.63
**Chain size
-0.64
**-0.79
*Chain age
0.08
0.19
Sector fixed effects
NO
YES
Observations
145
102
Pseudo R
20.39
0.46
Notes: Two-tailed tests.
†
p < .10
*p < .05
**p < .01
***p < .001
TABLE 4
Effects of territorial exclusivity on the performance outcomes
Growth in sales per
outlet
Growth in sales per
outlet
% of outlets discontinued % of outlets discontinued
(1)
(2)
(3)
(4)
Territorial
exclusivity
1.830
***1.710
**-1.234
***-1.135
**Chain size
0.005
0.009
-0.019
**-0.028
*Chain age
-0.009
-0.017
-0.092
*-0.131
*GRP
0.715
***0.631
***-0.226
***-0.285
***Sector fixed effects
NO
YES
NO
YES
Constant
3.75
**3.49
*7.22
***7.61
**Observations
145
102
145
102
Wald chi
262.326
74.631
79.362
90.324
Notes: Specifications that do not account for self-selection of the exclusivity decision. Two-tailed tests. † p < .10;
*p < .05;
**p <
.01;
***p < .001
TABLE 5
Effects of territorial exclusivity on the performance outcomes
Growth in sales per
outlet
Growth in sales per
outlet
% of outlets discontinued % of outlets discontinued
(1)
(2)
(3)
(4)
Territorial
exclusivity
0.624
0.798
-0.427
-0.386
Lambda
1.096
***0.885
**-0.851
***-0.731
**Chain size
0.002
0.001
-0.014
**-0.021
*Chain age
-0.012
-0.007
-0.069
*-0.048
*GRP
0.602
***0.463
***-0.234
***-0.176
***Sector fixed effects
NO
YES
NO
YES
Constant
4.44
**3.22
*6.80
**7.29
*Observations
145
102
145
102
Wald chi
272.619
78.142
86.539
97.321
Notes: Specifications that do account for self-selection of the exclusivity decision. Two-tailed tests. † p < .10;
*p < .05;
**p <
.01;
***p < .001
TABLE 6
Effect of misalignment in exclusivity decision on the growth in sales per outlet
Chains with territorial exclusivity
Chains without territorial exclusivity
Growth in sales per
outlet
Growth in sales per
outlet
Growth in sales per outlet
Growth in sales per outlet
Chain size
0.003
0.006
-0.002
-0.005
Chain age
-0.019
-0.031
-0.032
-0.028
GRP
0.682
***0.489
**0.456
*0.634
†Sector fixed effects
NO
YES
NO
YES
Lambda
-1.006
**-0.814
*-0.633
*-0.552
†Constant
6.214
**5.526
**5.195
*7.624
†Observations
103
70
42
32
Wald chi
234.96
40.22
12.07
14.27
Notes: Two-tailed tests. † p < .10;
*TABLE 7
Effect of misalignment in exclusivity decision on the proportion of outlets discontinued
Chains with territorial exclusivity
Chains without territorial exclusivity
% of outlets discontinued % of outlets discontinued
% of outlets discontinued
% of outlets discontinued
Chain size
-0.027
*-0.035
†-0.041
†-0.019
Chain age
-0.107
†-0.086
-0.178
-0.139
GRP
-0.163
***-0.217
**-0.243
**-0.174
†Sector fixed effects
NO
YES
NO
YES
Lambda
-0.734
**-0.630
*-0.524
*-0.453
†Constant
6.812
***6.968
**7.642
*7.868
†Observations
103
70
42
32
Wald chi
238.67
46.18
14.43
17.24
Notes: Two-tailed tests. † p < .10;
*TABLE 8
Effect of misalignment in exclusivity decision on the performance outcomes
Growth in sales per outlet
% of outlets discontinued
(1)
(2)
(3)
(4)
Misalignment
-0.931
**-1.264
*0.233
**0.188
*Chain size
0.007
0.004
-0.018
*-0.025
†Chain age
-0.010
-0.008
-0.078
*-0.061
†GRP
0.742
***0.638
**-0.252
***-0.306
**Sector fixed effects
NO
YES
NO
YES
Constant
5.071
**3.896
*6.221
*6.743
*Observations
145
102
145
102
R
20.25
0.43
0.34
0.61
Notes: OLS estimations. † p < .10;
*APPENDIX: Survey
Variable Questions