Proposta prevê implantar rota de ônibus na principal rua do
centro comercial de Macapá
Linha atenderia Rua Cândido Mendes a pedido de empresários, para aquecer vendas. CTMac diz que instalação de empreendedores na Av. Antônio Coelho de Carvalho dificulta ideia.
AUTOR: Data da Notícia: 10/11/2017
Comunicação CDL Macapá
Uma proposta prevê a readequação de alguma linha de transporte urbano para atender a principal rua do centro comercial da capital, a Cândido Mendes. A ideia é estudada desde o primeiro semestre do ano pela Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá (CTMac).
Em outubro, uma placa de obra de construção de 18 abrigos foi instalada na Praça Veiga Cabral, onde há trânsito de ônibus pela Rua São José e que deve ser atendida também pela Cândido Mendes, que é paralela. Há ainda pelo menos duas placas de parada de ônibus na possível rota.
A ideia de disponibilizar transporte público nessa via partiu do empresariado que atua no trecho. Através da Associação Comercial e Industrial do Amapá (Acia), o pedido foi feito à CTMac na tentativa de melhorar as vendas.
“Havia antes uma rota por ali. A retirada dos ônibus esvaziou a Cândido Mendes e o comércio passou a migrar para as ruas paralelas. Isso provocou inclusive que empresas fechassem as portas. Tem um quarteirão ali praticamente 'fantasma' porque tem poucas lojas ativas. Essa rota
dinamizaria e diminuiria a distância para os clientes”, descreveu o presidente da Acia, Altair Pereira.
O diretor-presidente da CTMac, André Lima, explicou que o pedido para que houvesse uma linha atendendo o Mercado Central também partiu de um grupo de empreendedores. Entretanto, o que impediria a implantação da proposta seria o Feirão Popular, que funciona no meio da Av. Antônio Coelho de Carvalho, que necessitaria ser retirado do local.
“Nós começamos a demarcação com placas, só que estamos reanalisando a situação porque temos um entrave: a proposta é contemplar também o Mercado Central e, para isso, [o ônibus] tem que ir pela Avenida Henrique Galúcio, seguir na Rua São José e entrar na Avenida Antônio Coelho de Carvalho, só que ali é estreito por causa do Feirão Popular, ônibus não passa, e as outras vias não são viáveis”, falou Lima.
Os empreendedores foram alocados na área de maneira provisória, até que um shopping popular, também no centro comercial, fosse reconstruído. O impasse dura quase 10 anos. O titular da CTMac acrescentou que por isso a implantação da proposta foi adiada.
A prefeitura de Macapá alegou que a construção do shopping foi repassada ao Estado por falta de recursos. A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf) declarou que não tem responsabilidade sobre a obra, mas que busca um acordo com o executivo municipal.
Atualmente, a maioria das rotas feitas pelos ônibus na capital, principalmente as que seguem para a Zona Norte, atendem o Centro da cidade usando a Rua São José (sentido Sul-Norte), paralela à Rua Cândido Mendes (sentido Norte-Sul) e atende o Mercado Central. Para acessar a Zona Sul, há outro corredor paralelo à São José, que funciona na Rua Tiradentes (sentido Norte-Sul).
A loja de vestuário onde trabalha Sandra Regina Campos, de 26 anos, sente o peso da falta de movimento de consumidores, principalmente no trecho entre as avenidas Mendonça Júnior e Coaracy Nunes. Para ela, a proposta é uma boa opção para fortalecer o comércio macapaense. “Como a rota de ônibus é pela Rua São José, o movimento é grande lá. Essa nova rota iria dividir esse movimento e ia melhorar para nós e para os clientes, que terão mais opções. Muitas vezes, quem desce ali, não vem por aqui, não faz pesquisa de preço, e até compra algo mais caro do que oferecemos”, comentou Sandra.
Usuário de transporte público, o gari José Fernandes, de 53 anos, acredita que se os ônibus passarem a atender o trecho, tornaria mais fácil o acesso de muitas pessoas às lojas do Centro. “Facilitaria mais para os usuários e empresários, porque não é só da Rua São José em diante que tem loja do Centro. Ficou até uma zona 'meio morta' na Cândido Mendes pelo fato de não passar ônibus. Se for implantada essa linha, com certeza vai 'aquecer' o comércio, que está precisando”, comentou Fernandes.
Por enquanto, mesmo com sinalização e o início da construção de abrigos no trecho, a CTMac afirma que a proposta está parada.
“Nossa vontade é grande, mas para isso é necessário realocar os empreendedores dali para o espaço onde realmente estava previsto deles ficarem. Como não tem mais orçamento para fazer essa
intervenção, vamos segurar. Precisa haver a retirada desse pessoal para a linha poder passar”, concluiu o presidente da CTMac.