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PROGRAMA DE PREVENÇÃO E COMBATE À EVASÃO ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL PR ANÁLISE DE RESULTADOS

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ISSN 2176-1396

PROGRAMA DE PREVENÇÃO E COMBATE À EVASÃO ESCOLAR

DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL – PR – ANÁLISE DE RESULTADOS

Jose Cesar Sagrilo1 - SEED Luiz Fernando Garcia de Almeida2 - UNIOESTE Grupo de Trabalho – Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Básica Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

O texto caracteriza-se como um relato de experiência e objetiva apresentar a trajetória histórica do Programa de Prevenção e Combate à Evasão Escolar do Município de Cascavel PR (PPCEE) a partir de sua implantação no ano de 2011. Programa este que foi criado a partir da proposição do Ministério Público e Vara da Infância e Juventude da comarca de Cascavel PR , e que tem como gestores o Núcleo Regional de Educação de Cascavel (NRE) e Prefeitura Municipal, visto que no ano de 2009 o município apresentou considerável número de crianças e adolescentes que concluíram o ano letivo fora do contexto escolar nas redes municipal e estadual , quantitativo este que foi considerado um problema social na visão dos proponentes. Para essa discussão, recorreu-se a documentos oficiais os quais respaldam a criação e norteiam as ações e objetivos do programa e auxiliam traçar o perfil, a formação e atuação multidisciplinar da equipe de trabalho. Ainda, pretende-se apresentar dados cuja análise demonstra o qualitativo e o quantitativo dos atendimentos realizados e os resultados obtidos no triênio 2012/2013/2014; dados estes ilustrados em tabelas e descritos em números e percentuais indicando êxito e insucesso do PPCEE. E por fim, com base nessas análises, como resultado esperado desse trabalho, propor melhorias para o PPCEE tendo em vista sua necessidade no contexto em que se insere e, sobretudo, por se tratar do único programa dessa natureza no Estado do Paraná. Dessa maneira, almeja-se que essa experiência possa servir de referência a outros municípios que vivenciem o problema da evasão escolar.

Palavras-chave: Políticas sociais. Educação. Direitos Humanos.

1Professor da Rede Estadual de Educação do Pr. Mestrando em Educação do Programa de pós graduação em

educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ UNIOESTE. Membro do grupo de estudos e pesquisa em Educação Especial - GEPEE. Email – cesarsagrilo@gmail.com

2Professor da Rede Municipal de Ensino. Especialização em Educação Especial faculdade de Pinhais. Mestrando

em Educação pela Universidade do Oeste do Paraná-UNIOESTE - Cascavel. Membro do Grupo d e Estudos em Educação Especial -GEPEE. Email – nando77_ garcia@hotmail.com

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Histórico do Programa de Prevenção e Combate à Evasão Escolar /PPCEE

O Programa de Prevenção e Combate à Evasão Escolar do Município de Cascavel, PPCEE, foi criado frente à situação de evasão escolar apresentada pelas escolas municipais e estaduais do município de Cascavel PR, no ano de 2009.

A proposição partiu do Ministério Público e do Juizado da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Cascavel que por meio de projeto informaram como sujeitos de atendimento “(...) crianças e adolescentes em idade escolar, em Situação de Vulnerabilidade, principalmente as que se encontram fora da escola e/ou em conflito com a lei” (Vara da Infância e Juventude Cascavel PR, 2010, p. 01).

Para a execução do programa como gestores definiu-se o Núcleo Regional de Educação de Cascavel – NRE e o Poder Público Municipal, por compreender que a evasão escolar é um problema abrangente e que assola cidadãos do município, de forma direta crianças e adolescentes, independentemente de estarem matriculados em escolas municipais ou estaduais. Os dados quantitativos que embasaram os proponentes do programa e originaram as discussões sobre o abandono escolar de crianças e adolescentes nas redes municipal e estadual do município foram repassadas pelos órgãos responsáveis, Núcleo Regional de Educação - NRE e Secretaria Municipal de Educação - SEMED.

Tais dados apontaram que no de 2009 os estabelecimentos de ensino da Rede Estadual de Cascavel PR matricularam 38.356 alunos nas modalidades de ensino Fundamental anos finais, Ensino Médio, Educação Profissional, e Educação de Jovens e Adultos e, desse total, 1.203 alunos abandonaram a escola. Já a Rede Municipal, compreendida entre os Centros Municipais de Educação Infantil/ CMEIS e Escolas de Ensino Fundamental anos iniciais informou que de um total de 23.696 matriculas realizadas nesse mesmo ano 49 alunos haviam abandonado. O NRE bem como a SEMED encaminhavam esses casos de evasão escolar aos Conselhos Tutelares do município.

Assim diante da realidade expressa a qual apresentava 1.252 crianças e adolescente fora da escola por motivos até então desconhecidos ou não mapeados, surge o PPCEE apoiado em legislações que garantem o acesso e a permanência desses sujeitos no ambiente escolar. Nesse sentido a Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu artigo 227 estabelece que:

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É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência e discriminação, exploração, violência crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, p. 128).

De igual maneira o Estatuto da Criança e do Adolescente/ ECA, também estabelece que esses sujeitos tem direito à educação e assevera:

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência (BRASIL, 1990, p. 35).

Histórico do Programa de Prevenção e Combate à Evasão Escolar /PPCEE

Entre as legislações que determinam o direito das crianças e adolescentes diante a Política Pública de Educação, há que se citar a Lei de Diretrizes e Base da Educação/ LDB-9394/96 (BRASIL, 1996, p. 01), que enfatiza no artigo Art. 1º “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. Esse artigo nos faz refletir e compreender que a educação descrita extrapola os ambientes escolares propriamente ditos.

No Art. 2º a LDB 9394/96 assegura que a educação é responsabilidade da família e do Estado e que “inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996, p. 01). Esse artigo esclarece os deveres diante do processo educativo dos educandos, ressalta o compromisso que os entes envolvidos, família e Estado, devem assumir para garantir além da matrícula escolar a permanência de crianças e adolescentes nos ambientes escolares para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma gradual, sequencial e com qualidade.

Embora o ECA enfatize que crianças e adolescentes são prioridades absoluta, independentemente do grau da esfera pública em que está sua matricula, garantido no § 1º “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do

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ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente”(BRASIL, 1990, p. 01). E, ainda a partir do artigo 54, há que se destacar que na contemporaneidade um dos relevantes desafios das instituições de ensino tem sido oportunizar o acesso e garantir a permanência de todos esses sujeitos nas escolas.

Diante dessa realidade o PPCEE se coloca como instância intermediadora cujo objetivo geral é promover à prevenção e o enfrentamento a evasão escolar junto as escolas públicas de Cascavel (Redes Municipal e Estadual), por meio de ações desenvolvidas pela equipe multiprofissional e a articulação com a Rede de Atenção e Proteção Social do município de Cascavel, em consonância com as legislações vigentes Constituição Federal, Estatuto da Criança e Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB 9394/96.

O PPCEE iniciou suas atividades em setembro de 2011, nas dependências do NRE com os seguintes profissionais: Coordenação, Professor, Pedagogo e Agente Administrativo, no mês de outubro de 2011 o PPCEE passou a atender nas dependências do Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEBJA) onde funciona até o presente momento. A partir do mês de fevereiro de 2012, teve ampliação da equipe técnica incorporando o trabalho de Assistente Social e Psicólogo.

Para a efetivação das atividades do PPCEE foi necessária a divisão de tarefas e funções dos gestores, a saber: O NRE que representa regionalmente a Secretaria de Estado de Educação/SEED, realizou a cedência de 01 Coordenador, 02 Professores 20h, 02 Pedagogos 20h; 01 Agente Administrativo, além do espaço físico , 02 linhas telefônicas, o suporte e a manutenção para a ficha FICA (Ficha de Comunicação do Aluno Ausente) online, esta criada pelo NRE Cascavel. A Prefeitura Municipal de Cascavel dispôs de 01 Psicólogo (20h) 01 Assistente Social 30h, equipamentos, 01 veículo, combustível, material de consumo e permanente.

As ações do PPCEE são executadas a partir do encaminhamento da Ficha FICA pelos estabelecimentos de ensino do Estado, e da ficha de referencia e contrarreferencia enviada via e-mail pelos estabelecimentos de ensino Municipal. Ao receber o encaminhamento, o setor administrativo do Programa faz a impressão do documento e o repassa aos pedagogos que são responsáveis por fazer o primeiro contato via telefone. Se possível, as orientações frente ao retorno escolar são feitas via telefone e havendo a necessidade o pedagogo convida as famílias para comparecer ao PPCEE. Na impossibilidade desse contato, o Assistente Social realiza visitas domiciliares para conhecer a realidade do estudante encaminhado, bem como realiza

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convocação para que os responsáveis, juntamente com a criança e ou adolescente, compareçam ao PPCEE em dia previamente agendado.

Ao chegarem ao PPCEE, a recepção é realizada pela secretaria que encaminha ao que Pedagogo faz a avaliação de cada caso encaminhando conforme necessidade para os demais profissionais, Assistente Social, Professor e Psicólogo que realizam atendimentos e os encaminhamentos necessários.

Em não ocorrendo às ações supracitadas por parte da família, o caso é imediatamente repassado ao Conselho Tutelar, da área de abrangência, para providências necessárias, frente à situação de evasão escolar.

Em acordo com os gestores ficou definido que esgotadas as tentativas das escolas com os responsáveis, diante das 05 faltas consecutivas e 07 alternadas no mês as escolas Estaduais e Municipais, repassam o caso ao PPCEE para providências.

Cabe ressaltar que o fluxograma citado acima surgiu, de acordo, entre os proponentes, Vara da Infância e Juventude e Ministério Público e os gestores, NRE Cascavel, e Prefeitura Municipal, juntamente com os Conselhos Tutelares. Estabeleceu-se que após 05 faltas consecutivas ou 07 alternadas, e após o estabelecimento de ensino esgotar as possibilidades de busca e reinserção, encaminha o caso ao PPCEE, que executa as ações que lhes são cabíveis, e em não ocorrendo o retorno do estudante a escola o caso é encaminhado aos Conselhos Tutelares, que atuam no sentido de orientar ou advertir os responsáveis, e em não havendo sucesso encaminha o caso ao Ministério Público, que na sequencia pode encaminhar para execução na Vara da Infância e Juventude.

Ainda se faz necessário afirmar que o PPCEE foi reconhecido e aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná-SEED inclusive aprovando a demanda da equipe inicial solicitada, 40h de pedagogo, 40h de professor especialista e 40h de serviços administrativos. Vale esclarecer que tal demanda somente foi liberada a partir do ano de 2013.

Objetivo

Com este texto nos propusemos analisar os dados numéricos que refletem as experiências e resultados do PPCEE no município de Cascavel PR nos anos de 2012/2013 e 2014 Compreende-se que tal reflexão possa contribuir para externar o debate sobre as ações já realizadas pelo programa com vistas a garantir mais qualidade aos usuários do serviço e discutir

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a existência do mesmo diante dos dados apresentados e dos resultados alcançados no período analisado.

Procedimento metodológico

Para o desenvolvimento desse estudo analisam-se os dados numéricos compilados pelo PPCEE, referentes aos anos de 2012, 2013,2014 computados diante dos registros enviados pelos estabelecimentos de ensino público do município de Cascavel, Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Conselhos Tutelares e demais serviços que compõem a Rede de Atenção e Proteção Social. Esses dados são apresentados em três tabelas.

Na sequência apresentamos tabelas 01, 02 e 03, referentes aos anos 2012, 2013 e 2014 respectivamente, cujo fluxo de atendimento respalda as análises realizadas. Para melhor compreensão destacamos que na célula onde se lê retornou ou não retornou, essa legenda se refere a retornou para a escola.

Tabela 01- Atendimentos do PPCEE no ano de 2012

Origem do encaminhamento

Quantitativo Retomou Não retomou

Transferido Internado Falecido Demanda Reprimida Não localizados Instituição escolar Municipal 308 164 33 41 2 0 27 41 Instituição Escolar Estadual 1.454 791 294 76 2 1 289 21 Conselho Tutelar e Caps ad 66 37 11 0 1 0 13 4 Vara da Infância e Ministério Público 316 210 96 6 1 1 0 2 TOTAL 2.144 1.202 434 123 06 2 329 68

Fonte: Dados do PPCEE 2012.

Os dados descritos na tabela demonstram que das fichas encaminhadas ao PPCEE, referente a 2012, os números oriundos dos encaminhamentos realizados através das Instituições Escolares Municipal e Estadual, Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Conselhos Tutelares e demais serviços, totalizaram 2.144 casos de Evasão Escolar no Município de Cascavel. Destes 1.202 casos retornaram pós intervenção do Programa, 434 casos não retornaram, 123 foram transferidos para outros municípios, 06 encontravam-se internados, 02 adolescentes haviam falecidos, 68 não foram localizados e 329 foi a demanda reprimida ou seja não atendida no ano de 2012.

Dividiremos ainda nossa analise em duas categorias, como os encaminhamentos compreendidos em primeiro momento como ação positiva (êxito) do programa e

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compreendidos como os que retornaram a escola, os transferidos, os falecidos, os internados, e os não localizados, visto que o programa teve ação sobre estes casos ao fazer visita domiciliar no endereço fornecido pela escola; e em segundo momento os que com ação do programa não retornaram (insucesso) (434 casos) e os que estavam para visita domiciliar, que não tiveram ação direta (329) qualificados como demanda reprimida em função da não possibilidade de atendimento pela equipe.

Portanto neste analise observamos que o programa não teve sucesso em 763 casos, porém se observarmos somente os número de casos que o programa atendeu e que não obteve êxito chegamos aos 434 que não retornaram, perfazendo um percentual aproximado de 27,24% que podem ser considerados resultado negativo e por consequência insucesso. Ao somarmos o número de casos considerados como êxito o resultado é 72,76% , que podem ser considerados como atendidos pela equipe e que foram concluídos.

Tabela 02 - Atendimentos do PPCEE no ano de 2013

Quantitativo de atendimentos Município 510+48=558 +5=563 V. Infância 339 = 291 E, 48 M Ministério Público 18 = 5 M, 13 E Estado 2370+291+ 13 = 2674 Outros Serviços Cons./Caps ad/Acessuas Total Não localizados 20 27 1 59 107 Não retornaram 9 79 4 396 7 495 Apreendidos 0 7 1 5 13 Retornaram 513 185 10 1223 24 1955 Rematriculados 0 7 7 Transferidos 18 212 230 Falecidos 3 3 6 Maioridade 0 17 101 118 Demanda reprimida 0 17 2 347 366 Reencaminhamentos 159 159 TOTAL 563 339 18 2674 31 3.268

Fonte: Dados do PPCEE 2013.

Obs. os 339 oriundos da Vara da Infância e Juventude e os 18 do ministério público já estão computados como rede municipal e rede estadual.

Para 2013 o PPCEE ampliou os itens que compõe o quadro, no comparativo com a tabela de 2012.

Podemos observar que tanto na rede municipal como na estadual o número de encaminhamentos foi superior ao ano anterior, na rede municipal 563 casos foram encaminhados, destes 510 diretamente pelas escolas e CMEIS e outros 53 casos chegaram ao programa oriundos de outros serviços. Na rede estadual houve 2.674 encaminhamentos, desses 2.370 casos pelas escolas e outros 304 por outros serviços; utilizando-nos da mesma dinâmica acima, Dentro do aspecto negativo temos 495 casos que não retornaram a escola em 2013, os

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159 reencaminhados que fechou o ano sem confirmação de retorno e os 366 de demanda que a equipe não conseguiu atender perfazendo um total de 1.020, se analisarmos o número dos casos que com a ação do programa não retornaram e reencaminhados 495 + 159 = 618, temos um percentual de 23,11%,de insucesso. Ao analisarmos os casos que o PPCEE conseguiu atuar temos 1.955 que retornaram, 13 apreendidos, 230 transferidos, 6 falecidos,118 maioridade, 107 não localizados. Casos estes com visita domiciliar realizada no endereço fornecido pela escola. No entanto o êxito do programa no ano de 2013 foi de 79.99% dos casos que chegaram até o programa advindo dos estabelecimentos municipais e estaduais de ensino do município de Cascavel.

No ano de 2013 dos 3.268 casos recebidos, dispensando os 366 de demanda reprimida, observamos que o insucesso referente aos que não retornaram e aos reencaminhados 654 casos, correspondem a 20,01 %, apresentando êxito em 79,99% dos casos.

Tabela 03- Atendimentos do PPCEE no ano de 2014

Origem do encaminhament o Quantitativ o Retomo u Não retomo u Trans ferido s Internado s Falecid o Demanda Reprimid a Não localizado s Instituição escolar Municipal – via referência 1.066 Total = 1098 861 25 181 02 01 00 28 Instituição Escolar Estadual – via FICA 2665 Total = 2898 1906 713 161 11 00 00 107 IFPR, Escolas particulares 05 Vara da Infância e Ministério Público – E. Municipal Vara da Infância e Ministério Público – E. Estadual 32 233 TOTAL 4001 2767 738 342 13 01 00 135

Fonte: Dados do PPCEE 2014.

O quantitativo recebido pelo PPCEE 2014 apresentou-se maior do que os anos anteriores, seguindo a tendência já constatada. Os encaminhamentos da rede estadual, somando-se os recebidos pela ficha FICA 2.665 mais 233 recebidos da Vara da Infância e Ministério Público somaram 2.898 casos, já os casos do município 1.066 recebidos via ficha de referencia e contrarreferência, somando-se aos 32 da Vara da Infância e Ministério público totalizaram 1098 casos; No total constatou-se 4001 casos de estudantes que encontravam-se fora do contexto escolar encaminhados para providencia no PPCEE.

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Ao analisarmos pelas mesmas categorias de analise dos anos anteriores êxito e insucesso, temos como insucesso os estudantes que não retornaram, 713 do estado + 23 do município = 736, perfazendo um percentual de 18,40 % que mesmo com ação do PPCEE não retornaram para os estabelecimentos de ensino, neste contexto 81,60 % retornaram ou foram alcançados pelo PPCEE e contabilizou-se como êxito.

Ainda o PPCEE recebeu 05 encaminhamentos de estabelecimentos que até então não haviam encaminhado sendo 05 estudantes oriundos do IFPR e escolas particulares.

Um aspecto importante é que no ano de 2014 não houve demanda reprimida, ficaram alguns encaminhamentos como rematrícula e confirmação de vagas para 2015.

Conclusão

Na busca de atender os objetivos desse trabalho, compreendemos que os resultados apresentados nos anos de 2012/2013/2014 demonstram crescente aumento no número de encaminhamentos e êxito na resolução. Mesmo diante das fragilidades descritas do PPCEE como, por exemplo: a) ausência de espaço físico adequado; b) equipe insuficiente; c) dificuldade por parte principalmente das Escolas Estaduais na garantia do Direito de matricula e permanência do estudante, d) compreensão das instituições de ensino no que é de fato situação de evasão escolar, acreditamos, assim como experiências e dados indicam, a importância do serviço para o município de Cascavel PR.

Vale ainda ressaltar que a atenção e o acompanhamento por parte da família apresenta-se como um aspecto a apresenta-ser obapresenta-servado, visto a pouca importância que muitos responsáveis dimensionam a educação para a vida de seus filhos.

Também se faz necessário dizer que compreendemos a Evasão Escolar como uma expressão da Questão Social. De acordo com Carvalho e Iamamoto, a evasão escolar:

Não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação no cotidiano da vida social (CARVALHO; IAMAMOTO, 1983, p. 77).

Ou seja, a sociedade capitalista cria e recria desigualdades econômicas, sociais, culturais as quais se expressam e corroboram para o processo de evasão escolar. Quando o educando está em situação de evasão escolar, é porque outras situações de violação de direitos pelos

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familiares, por ele mesmo, pela sociedade, pela instituição escolar e o Estado falharam em seus deveres. Dessa forma se faz necessário não somente encaminhar o estudante para o retorno escolar, mas olhá-lo percebê-lo e atendê-lo em sua totalidade.

Crianças e adolescentes precisam de seus direitos respeitados, mas todos os direitos pressupõem deveres e estes, regras e normas, que devem ser respeitados por todos os cidadãos, independentemente de sua idade, escolaridade, raça, credo, condição financeira etc.

Nesse sentido, é que destacamos o aumento de casos encaminhados para o PPCEE, o que por um lado denota questões negativas no sentido da situação da evasão escolar, por outro demonstra positivamente o compromisso e a credibilidade do trabalho da equipe multiprofissional que mesmo com dificuldades nas condições de trabalho, uma única equipe atende cerca de 60.000 alunos matriculados, contabilizando estudantes das redes estadual e municipal.

Ressaltamos as constantes solicitações aos gestores por parte da equipe técnica para ampliação da equipe multiprofissional e na melhoria nas condições de trabalho visto os resultados positivos apresentados. Vale salientar ainda que foi elaborada entregue para o poder público municipal no ano de 2012 propositura de Lei Municipal que cria o PPCEE, até o momento não foi sancionada e publicada.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei 8069/1990: Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasil, 1990. _______, Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

_______, Lei 9.394 de 24 de Dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional). Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. BRASÍLIA: Senado Federal. BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.Brasília.2008.Disponívelem:http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespec ial.pdf. Acesso 01/10/2014.

CARVALHO, Raul. IAMAMOTO, Marilda V. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 1983.

GOMIDE, Paula Inês Cunha. Pais Presentes Pais Ausentes. Regras e Limites. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social. Estatuto da Criança e do Adolescente e Legislação Complementar para Proteção Integral de Crianças e Adolescentes. Curitiba: SEDS, 2012.

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VARA DA INFÃNCIA E JUVENTUDE CASCAVEL-PR, Programa de Prevenção e Combate a Evasão Escolar, versão preliminar, Cascavel – PR 2010.

Referências

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